Última atualização: 18/07/2015

Capítulo Único

Lights go down
And the night is calling to me, yeah
I hear foices singing songs in the street
And I know that we won't be going home
For so long, for so long
But I know that I won't be on my own, yeah
I love this feeling and


Sofitel LA at Beverly Hills, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos da América - 19 horas da noite - Quarta-feira.

Outra noite se aproximava e apenas a solidão me acompanharia, novamente. Eu podia ouvir as fãs cantando às minhas costas, em um coro improvisado, uma das músicas que fizeram com que a banda alcançasse o sucesso, mas nada conseguia me consolar.
Eu sinto a falta da minha menina, da minha garota, da minha . Eu sinto falta de seus olhos me olhando tão profundamente que eu sempre achava que ela conseguia ver minha alma, sinto falta de como eles expressavam tudo o que ela sentia tão genuinamente. Sinto falta dos doces lábios de colados aos meus. Sinto falta de tocar em seus magníficos cabelos , com todo aquele brilho e maciez, principalmente, quando eu acariciava sua cabeça até ela adormecer em meu braços. Sinto falta de nossos momentos mais íntimos. Cada toque, cada beijo, cada som compartilhado em nossos momentos de prazer, cada segredo partilhado me faziam falta.
E, apesar de tudo, mesmo se quisesse, não poderei voltar para casa durante um longo tempo...
A nova turnê estava me deixando arrasado, e de certo modo, sem rumo. Pelo simples fato de que não conseguirei ver por um longo tempo me deixando assustado, pois os "E se?" faziam questão de me acompanhar.
"E se ela encontrar alguém? E se ele for melhor que eu? E se ele a magoar? E se ele não tiver que partir no meio da madrugada como eu?", vive me afirmando que me ama, mas... "E se tudo mudar?".
Todas essas dúvidas me tornam tão inseguro... Chega a ser algo estranho se for visto por pessoas de fora, por pessoas que realmente me conhecessem. Eu não sou o tipo de cara inseguro, muito pelo contrário, sou a segurança em pessoa, porém isso muda quando se trata dela.
minha maior exceção, em tudo.
Passei as mãos por meus cabelos e os baguncei, logo olhando ao meu redor, observando atentamente o quarto de hotel em que estava hospedado. Tudo era grande por demasiado e eu me encolhi instintivamente, era tão assustador aquele quarto. Na verdade, tudo era assustador sem ela ao meu lado. Irônico como a vida dá voltas... Ontem eu dizia que nunca amaria alguém desse modo e veja só!
A enorme cama de casal em que estava sentado fazia-me querê-lá com uma força descomunal.
O som da música do coro das fãs que estavam do lado de fora do hotel acampadas, mudou e por um instante eu me esqueci de tudo, caminhei até a janela entorpecido pelo orgulho e admiração, mas assim que elas me viram... Os gritos se tornaram audível me trazendo de volta a realidade. E tão rápido quanto veio se foi. Acenei para as garotas que estavam ali e voltei para a escuridão do meu quarto. Sentei-me em minha cama e por ali fiquei.

Right now
I wish you were here with me
'Cause right now
Everything is new to me
You know I can't fight the feeling
And every night I fell it
Right now
I wish you were here with me


Peguei meu celular de cima do criado mudo do lado esquerdo da cama, assim que apertei o botão para desbloquear a tela, vi a foto que estava como plano de fundo.
Éramos apenas nós dois nos encarando intensamente com sorrisos bobos e apaixonados brincando em nossos lábios. Lembro-me que havíamos decidido ir a um parque aproveitar nosso tempo livre, depois de andar por todo aquele enorme espaço verde, nos deitamos na grama para descansar, o silêncio logo nos rodeou, eu fiz uma piada em graça para descontrair e adivinha? Funcionou! Rimos por bons minutos e nos encaramos, fazendo com que as gargalhadas sumissem aos poucos. Foi um jovem estudante de fotografia que havia torrado aquela foto tão espontânea e foi quem percebeu a presença do rapaz sob nossas cabeças.
De primeiro momento eu fiquei muito irritado achando que era um paparazzi. Eu havia prometido aos meus sogros e a mim mesmo que faria o impossível para não expô-lá mais que o necessário. Contudo, antes que eu fizesse besteira, foi o bom senso de nossa relação e perguntou ao garoto o motivo da foto. Foi então que descobrimos a futura profissão dele e o seu trabalho daquele semestre.
Foi um dia e tanto, antes de sair daquela parte fiz questão de fazer o garoto me prometer que me mamária aquela foto. Naquele momento não me importei de ser famoso e quebrei uma regra básica, passei meus contatos pessoas para ele em troca da fotografia. Só consegui aquela imagem duas semanas depois quando já nem me lembrava dela.
Suspirei feliz com a lembrança e desbloqueei a tela do aparelho, disquei os números que eu havia decorado desde o dia em que finalmente consegui o numero dela. Foi complicado realizar esse feito, mas... Consegui!
Respirei fundo tentando conter a minha ansiedade enquanto ouvia o som que indicava que a ligação já estava chamando. Assim que ouvi o alô rouco de , prendi minha respiração e olhei o horário. Xinguei-me mentalmente por não visto o horário antes... Já era madrugada em Londres!

- ? - Chamou ela fazendo com que eu soltasse a respiração.
- Hey, baby! - Saudei passando minha mão livre pelos cabelos. - Desculpa por ter lhe acordado! - Disse suspirando cansado em seguida.
- Eu não estava dormindo! - Exclamou ela logo sendo contrariada com um bocejo. - Ok! Talvez eu estivesse dormindo, mas só talvez. - Comentou ela rindo e eu a acompanhei.
- Desculpa por isso... - Pedi novamente. Fechei meus olhos por um momento, apenas para controlar as lágrimas que ameaçavam fugir e me deitei na cama.
- O que houve, querido? - Perguntou ela carinhosamente apesar de se notar sua preocupação.
- Não foi nada, ... - Respondi vagamente sentindo as lágrimas começarem a rolar livremente por meu rosto.
- Eu sei que foi, então me diga! - Ordenou ela me fazendo sorrir. Mesmo com um oceano nos separando ela continuava causando as mesmas sensações em meu corpo. Como eu sentia sua falta!
- Eu... - Respirei fundo controlando as lágrimas. - Eu estou bem! - Confirmei mais para eu do que para ela.
- Você está chorando? Por quê? - Perguntou ela alarmada e eu consegui a ouvir se sentar em nossa cama.
- Eu não estou chorando! É só uma alergia. - Menti descaradamente tentando disfarçar meu choro e mesmo que ela não estivesse vendo, limpei minhas lágrimas.
- Pare de ser bobo e me diga o que houve, ! - Falou ela suspirando, eu abri a boca diversas vezes, mas nada saía. Nenhuma desculpa esfarrapada saiu. Bufei frustrado e eu ouvi um suspiro cansado vindo de . - Pensei que já tínhamos passado dessa fase de você se fechar para mim. - Disse ela magoada fazendo com que meu peito se apertasse.
- E já passamos! - Murmurei, tratando de deixar aquilo claro. - Eu só não quero... Incomodar. - Declarei após encontrar a palavra certa.
- Você sabe que jamais irá me incomodar. - Murmurou ela. - Só quando decide me acordar no meio da madrugada para me esconder algo... - Comentou ela fazendo graça, acabei rindo.
- Eu só estou com medo e inseguro, . - Falei assim que ambos paramos de rir. Eu a ouvi suspirar profundamente.
- Medo? Insegurança? - Perguntou ela. - Do que, querido? - Continuou ela calmamente.
- E se você encontrar outro alguém? E se você me esquecer? E se você simplesmente deixar de me amar? E se esse novo alguém não precisar lhe deixar no meio da madrugada?... São esses "E se...?" que me deixam inseguro, ! - Desabafei, ouvindo-a respirar calmamente enquanto eu me desesperava. - Você é tão grandiosa e inalcançável que eu tenho de te perder... Sei que não sou o melhor para você, mas eu estou dando o meu melhor para quando outro aparecer você não me esquecer. Egoísta? Talvez! - Terminei me sentindo mais leve.
- Nunca ouvi tanta besteira em plena... - Começou ela parando de falar e voltando em seguida. - Três horas da manhã de uma quinta-feira, ! - Terminou descrente e respirou fundo antes de continuar.
- Se eu encontrar outro alguém para amar que esse alguém seja nosso filho, . É impossível esquecê-lo, querido! Você é tão... Você. Sempre cavalheiro, preocupado e atencioso comigo, sem tirar os seus momentos românticos à qual sou completamente apaixonada, até mesmo dos seus momentos de possessividade e ciúmes eu acabo gostando... Pelo simples fato de eu saber o quanto você me ama e me quer. Isso infla o meu ego! - Exclamou ela rindo e eu sorri. - Eu posso esperar o dia em que você não precise mais me deixar no meio da madrugada apenas para ficar ao meu lado sempre, enquanto elas ocorrem. - Falou ela com a voz embargada. Eu senti as lágrimas se acumularem nas bordas de meus olhos, mas eu as impedi da melhor maneira que consegui sentindo meus olhos arderem.

Ficamos em silêncio, mas minha mente trabalhava de maneira incansável tentando fazer com que meu medo diminuísse, porém ele pareceu aumentar.

- Por favor, ! Fale alguma coisa. - Pedi assustado.
- Eu te amo, ! Amo tanto que... - Falou ela. - Mesmo que a vida acabe nos afastando é impossível esquecer alguém como você. No momento, eu não me vejo deixando de te amar, nem mesmo pelo decreto da própria Rainha! - Exclamou ela me fazendo sorrir. - Eu não sou tão grandiosa e inalcançável assim... - Murmurou ela cansada. - Você me alcançou faz tempo e só você não enxerga isso, ! Até seus amigos já perceberam. Se duvidar seus familiares e fãs também já notaram esse fato... Eu sou completamente louca por você! - Disse ela com a voz embargada e isso me machucava tanto. Eu odiava vê-lá chorar e odiava mais ainda ser o causador de suas lágrimas. Novamente, eu senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto livremente.
- ! - Chamei baixo em meio as lágrimas ouvindo-a chorar baixinho. - Me perdoa por ter feito você chorar? - Pedi.
- Só para de se sentir inferior, ! Isso é o que mais me machuca. - Pediu ela.
- Eu prometo que tentarei meu amor! - Prometi fechando os meus olhos.

O silêncio se fez presente.
Nenhum de nós dois sabíamos o que falar. Na verdade, eu sabia que ela estava apenas esperando que eu continuasse a desabafar para dizer qualquer coisa, mas eu não queria que houvesse mais lágrimas, de nenhum dos dois lados, principalmente do dela.

- Eu queria que você estivesse aqui agora, ! O que eu sinto por você é tão... Novo! Tudo é novo quando estou com você até mesmo quando não estou. Desde o momento em que coloquei meus olhos em você... Eu sabia que nada seria igual. - Confessei baixinho e ouvi seu choro voltar. - Por favor, baby! Não chore, pois isso acaba comigo.
- Eu sinto a sua falta, ! - Confessou ela em meio a um soluço.
- E eu a sua! - Falei limpando meu rosto abrindo os olhos. Suspirei pesadamente e fiquei encarando o teto branco daquele quarto.

Os sons das vozes fora do hotel chamavam pelo meu nome, mas eu não queria aparecer, não agora.

- Você sabe que eu não quero lutar contra esse sentimento, não sabe? - Perguntei.
- Então não lute, meu amor! - Ela respondeu mais calma.
- Acho que já ocupei demais o seu tempo, ... - Murmurei me sentindo culpado, pois ainda teria o dia cheio, dividindo-se entre a faculdade de "Arquitetura" e o trabalho que ela fazia questão de manter.
- Você nunca me ocupa, ! Ligue-me sempre que precisar ou que quiser, sem se preocupar com o horário. - Disse ela carinhosamente antes de bocejar e rir sozinha, sonolenta.
- Boa noite, ! Eu te amo. - Desejei, ouvindo-a murmurar alguma coisa que não consegui entender.

Esperei alguns minutos antes de finalmente o som da sua respiração leve. Sorri sozinho e encerrei a ligação. Bloqueei meu celular e o deixei jogado ao meu lado.
Realmente eu a amo!
Fechei meus olhos e em instantes adormeci.

Cinco meses depois...

Four Points by Sheraton Sydney, Darling Harbour - 8hrs da manhã - Sexta-feira.


Faltavam apenas oito meses para a turnê acabar e eu voltar para casa.
Infelizmente, eu e , nunca conseguíamos marcar algo, pois sempre um imprevisto acontecia, mas dessa vez seria diferente.

Late night, spaces
With all our friends, you and me, yeah
Love these faces
Just like how it used to be
And we won't be going home
For so long, for so long
But I know I won't be on my own, on my own
I'm feeling like


Eu havia a convencido de pegar um voo de última hora para a Austrália, confesso que foi complicado. Teimosia deveria ser seu nome do meio.
Para que ela aceitasse e viesse até a Austrália, precisei que os "dudes" da banda ligassem insistentemente para ela. Isso a irritou, muito!
Porém ela não cedeu, então tive que pedir a ajuda de alguém que pensei que não me ajudaria Anthony o chefe dela. Para minha alegria, ele topou ajudar na hora, mas ficou furiosa com meu atrevimento, acabou que discutimos feio.
Por pirraça, e saudades, decidi jogar sujo e envolvi nossos pais. Eles se divertiram com a ideia e me ajudaram sem pensar duas vezes, pais são pais. Contudo, nunca vi tão puta da vida comigo. Juro que pensei em desistir e comecei a ficar irritado com essa situação toda. O que custava ela entrar no bendito avião e vir me ver já que eu não poderia ir até ela?
Entretanto, eu não desisti! Se ela era teimosa... Eu sou mil vezes pior.
Fui mais baixo ainda e usei as redes sociais como últimas cartada, pedindo ajuda as fãs. Aquilo foi lindo de ver, minhas garotas me ajudando a convencer a ir pelo menos até o aeroporto, mas ela se negou e parou de falar comigo. Foi uma semana difícil depois disso. No final, quem me ajudou foi , também conhecido como meu cunhado.
Ele conseguiu o que ninguém mais conseguia... Ele a convenceu a viajar! Admito que, por essa, eu não esperava. Meu cunhado me odiava com todas as forças e não fazia questão de esconder isso de ninguém, porém mesmo me odiando ele resolveu ajudar e por isso serei eternamente grato.
Uma das raras conversas telefônicas que tivéssemos foi quando ele interrompeu uma conversa com , meu sogro. Lembro exatamente de cada palavra pronunciada.
"Eu juro que se você a machucar ou magoar de qualquer jeito e eu descobrir, . Eu irei fazer questão de você nunca mais de reproduzir sua linhagem...”, ameaçou ele sério. “Minha irmãzinha anda muito...”, falou ele interrompendo seus próprios pensamentos com um suspiro cansado. “Só tome cuidado com que faz ou diz, principalmente quando for dizer adeus novamente."
Eu congelei sem saber ao certo o que fazer por estar assustado. Fazia tanto tempo que ele não falava comigo, mesmo que forçadamente... A sensação que tive foi como se houvéssemos nos falado pela primeira vez, de algum modo, foi à primeira vez que falou comigo por conta própria e também foi a primeira vez que ele me ameaçou tão diretamente. Eu de tão perplexo que estava disse um "Ok!".
Horas depois que a ligação havia sido encerrada que fui entender o lado dele. só estava tentando proteger a caçula da família e aposto que foi ele quem cuidou dela enquanto eu não o fiz.
Havia sido ele quem tinha a ouvido, abraçado, consolado, arrancado sorrisos, brigado e a protegido do mundo, principalmente da mídia e das fãs.
Foi por isso que quando Phillip, meu motorista e segurança, juntamente com Aaron, outro segurança, desceram do carro parado em frente ao aeroporto senti meu corpo gelar e meu coração acelerar.
Os minutos se passaram e se tornaram os mais longos de minha vida. Felizmente antes que eu pudesse enlouquecer, apareceu no meu campo de visão em meio a tantas outras pessoas. Eu ignorei os protocolos que deveria seguir para que eu não chamasse a atenção de todo o aeroporto e retirei aqueles óculos com lentes escuras, caminhando lentamente até ela que havia paralisado assim que me viu.
Contive um sorriso convencido e parei em sua frente, observando-a cuidadosamente. Ela tinha cortado os seus cabelos alguns centímetros. Não pense que isso é impossível de ser notado, pois para alguém apaixonado isso é mínimo do possível.
Levei minha mão direita até sua bochecha esquerda e a acariciei. Vi fechar seus sonhos com meu toque e eu sorri com o ato, porém o desespero tomou conta assim que as primeiras lágrimas rolaram pelo belo rosto dela.
As dúvidas logo preencheram minha mente.

- Por que está chorando, baby?- Perguntei de maneira carinhosa vendo-a abrir os olhos e me encarar profundamente, da maneira que eu sentia falta.
- Porque eu acho que estou sonhando! – Respondeu ela desacreditada, me fazendo sorrir.
- Espero que isso lhe mostre o contrário. – Disse antes de me aproximar por completo mantendo sempre o contato visual e encostar nossos lábios. Permanecemos apenas com nossos lábios grudados por pouco tempo. Com os olhos fechados, passei minha língua por seus lábios pedindo permissão para aprofundar o beijo, ela logo cedeu e um beijo cheio de saudades foi trocado no meio daquele aeroporto.
{...}

Aproveitamos o caminho até o hotel para conversamos sobre nossas duas últimas semanas. Semanas essas que não conseguimos nos comunicar. Depois de muito insistir, eu finalmente consegui com que me contasse do motivo de tamanha relutância para vir até a Austrália. Porém, isso só ocorreu quando o carro parou em frente o hotel.

- Eu não queria vir porque eu sei que vou sofrer quando tiver que lhe deixar novamente... Eu não quero ter de dizer “Tchau”, . – Disse ela olhando as fãs gritarem desesperadamente do lado de fora, tentando ultrapassar uma barricada que haviam montado por ali. – Droga! – Foi o que disse antes de sair do carro rapidamente, eu fiquei lhe observando por um momento e a vi ir até uma fã que se encontrava caída no chão, provavelmente machucada.

Saí do carro imediatamente, isso causou uma gritaria infernal que me daria uma boa dor de cabeça daqui uns instantes, além de terem me deixado desnorteado por um momento. Caminhei até e me ajoelhei ao seu lado de frente para a garota assustada que não devia ter mais de quinze anos de idade.

- Você consegue andar? – Perguntou preocupada a garota que me encarava estática. Sei que sou bonito, mas será que dá para responder a minha namorada, por favor?

Arqueei as sobrancelhas esperando a garota responder. Isso só aconteceu quando a garota aparentemente havia voltado a si, a mesma sorriu fraco para mim e encarou seriamente. Ela pode ser minha fã, mas se tratar mal e na minha frente à situação não vai ser agradável.

- Desculpe! – Pediu ela envergonhada. – Eu não sei, mas posso tentar!
- Não se preocupe, pois eu te ajudo. – Disse sorrindo ternamente.

se levantou primeiro e eu em seguida, logo ela esticou as duas mãos na direção da garota, porém assim que a mesma se colocou em pé quase voltou ao chão no mesmo instante, contudo em um reflexo eu a segurei pela cintura.
Senti a garota prender a respiração, tive vontade de rir daquela situação. Eu olhei fazendo uma careta de descontentamento assim que percebeu como eu segurava a garota. Aqueles gritos se tornaram mais altos e irritantes, além de alguns xingamentos serem dirigidos as duas garotas que estavam comigo. Isso era patético!

- Acho melhor entrarmos, baby! – Disse passando meu braço esquerdo por baixo das pernas da garota e ajeitava o direito em suas costas, tirando-a do chão rapidamente. Senti seus braços se prenderem em volta do meu pescoço.

apenas assentiu positivamente e sem falar absolutamente nada caminhou a minha frente para o interior do hotel, enquanto eu carregava a garota.
Nunca me senti tão bem ao voltar para dentro de um hotel no meio de uma turnê.
Deixei a garota sentada em um sofá que havia na recepção pedindo licença, enquanto ia falar com por um momento.

- Tudo bem? – Perguntei receoso.
- Sim! Por que não estaria? – Retrucou ela e eu acabei rindo. Era interessante ver com ciúmes, além de ser raro conseguir saber quando ela estava com ciúmes. – Imbecil!
- Não precisa ter ciúmes... – Falei com calma. – Eu só tenho olhos para você!
- Não estou com ciúmes e sim cansada! – Mentiu ela.
- Vou fingir que acredito... – Provoquei, levando um tapa no braço esquerdo e vendo sorrir.
- Qual o número do quarto mesmo? Realmente estou cansada. – Perguntou ela sorrindo fraco.
- Não se preocupe! Vou pedir que alguém te leve até lá.
- E por que não você?
- Porque eu tenho que chamar um médico para aquela garota antes que as coisas piorem. – Respondi calmamente olhando o movimento ao nosso redor. Assim que meus olhos voltaram para pude vê-la sorrir sinceramente. – Que foi? – Perguntei curioso.
- Eu queria que o mundo visse esse seu lado. Talvez eles parassem de te julgar tanto. – Respondeu ela.
- Eu acho que mesmo se eles me conhecessem desse jeito... – Apontei para todo o meu corpo. – Ainda iriam julgar.
- Talvez! – Disse ela dando de ombros me fazendo sorrir.

Revirei os olhos e pedi para que Phillip levasse até meu quarto, ela foi sem reclamar. Ri sozinho daquilo e voltei até onde eu havia deixado a garota.
Descobri que seu nome era Genevive e que só tinha quinze anos, tirei uma foto com ela e lhe dei um autógrafo antes de deixá-la sobre os cuidados de um médico, além de ter deixado Aaron por ali para que levasse Genevive até sua casa.
Esperar para chegar a um andar dentro de um cubículo fechado de um elevador nunca pareceu tão estressante quanto agora. Aqueles espelhos me emboscando por todos os lados me traziam uma sensação de claustrofobia que eu até então desconhecia. Deus eu não posso estar tão ansioso para ver uma mulher?
Assim que o som do elevador parando em meu andar se fez presente aos meus tímpanos, relaxei instantaneamente e me aproximei mais da porta esperando que a mesma se abrisse. Quando isso ocorreu, saí apressadamente daquele cubículo.
Caminhei apressadamente até o final do corredor, onde ficava o meu quarto e conforme o numero daquele aposento se aproximava mais eu sentia meu coração se acelerar. Respirei fundo assim que parei em frente à porta com um número 417 colocada ao lado direito do batente (e ao meu esquerdo), passei a chave magnética no local indicado e empurrei a porta, logo após ouvir um “clic”. Adentrei o local ansioso para poder terminar minha conversa com e matar a saudade, porém para a minha surpresa o lugar estava completamente vazio.
Contei até dez tentando imaginar para onde poderia ir mesmo sem conhecer a cidade em que estávamos e as opções eram poucas. Bufei contrariado e peguei meu celular, discando seu número assim que desbloqueei a tela do meu aparelho.
Tuuum... Tuuum... Tuuum...
Eu comecei a ouvir um som que eu conhecia tocar descontroladamente dentro de uma bolsa que não havia reparado perto da cama. Desliguei a chamada sabendo que não havia levado seu celular, joguei meu celular em cima da cama e passei as mãos de maneira nervosa pelos meus cabelos. Só espero que ela esteja bem!
Caminhei até a janela e acenei para algumas fãs em uma tentativa de passar meu tempo. Não deu certo!
Foi por isso que eu resolvi tomar um banho e me joguei apenas de cueca na cama, em seguida senti meus olhos pesarem e adormeci.
{...}

Acordei com meu celular tocando, mas não fiz questão de atendê-lo. Fiquei alguns minutos fitando o teto antes do som do meu celular novamente preencher aquele cômodo silencioso, ignorei aquilo e me sentei.
Olhei ao meu redor e percebi que ainda não havia voltado, ela deveria estar com nossos amigos.
A noite começava a dar as caras lá fora e meu animo para sair daquele quarto não era um dos melhores.
Fui até o banheiro lavar o rosto e espantar o resto de sono que me rodeava, assim que saí do mesmo meu celular tocou novamente, irritado com aquele toque, atendi.
“- Uau, bela adormecida! – Debochou . Bufei do apelido e revirei os olhos mesmo sabendo que ele não veria. – Não revire os olhos pra mim, Zayn! – Mas como ele sabia disso? – Eu te conheço, dude! – Agora ficou sinistro.
- Oi, ! Como vai você? Ah, eu estou ótimo! – Falei sarcástico e ouvi meu amigo rir.
- Larga a mão de ser imbecil! Por que não atendeu as ligações?
- Nem minha namorada é tão controladora quanto você... – Murmurei ouvindo o mesmo me xingar. Acabei rindo daquilo.
- Me responde logo! Estou perdendo sua namorada fazendo um Strip Tease... – Comentou ele. É o que?
- Como é que é? – Perguntei sério, logo ouvi o som das risadas inconfundíveis de meus amigos e frases como: ‘Vai logo, !’, ‘É só tirar essa blusa!’, ‘Ele não vai ligar... ’.
- É melhor você vir logo para aquela pizzaria perto da Baía. Você tem meia hora para chegar aqui! – Avisou, encerrando a ligação na minha cara.”
Uma das coisas que mais odeio era que desligassem alguma ligação na minha cara. Entretanto, no momento, não era isso que estava me deixando irritado, mas sim o fato da possibilidade da minha namorada estar fazendo um Strip por aí... Tudo bem que eu a conheço e sei que ela não faria isso, porém o ciúme pode ser seu pior inimigo.
Caminhei até minha mala perto da porta, abri seu zíper e procurei algo para vestir, no caso as primeiras que encontrasse. Encontrei uma blusa preta e uma bermuda laranja que com certeza não era minha, joguei a peça no chão e peguei uma calça jeans escura, vestindo-as. Coloquei minhas meias e calcei meus tênis, logo já estava a caminho da tal pizzaria.
{...}

Assim que abri a porta daquele estabelecimento e ouvi o som dos sinos que ficavam ali. Passei pela recepcionista olhando o ambiente ao meu redor procurando por algum rosto conhecido. Foi então que eu a vi.
Tudo ao meu redor parecia estar se mexendo em Slow Motion, ela sorria tão abertamente para nossos amigos antes de olhar em minha direção como se soubesse que eu a observava. Logo seu sorriso se tornou tímido, mas seus olhos continuavam a demonstrar toda a felicidade que sentia no momento.
Aproximei-me da mesa, acanhado. Cumprimentei a todos mesmo sem precisar, depois de um breve momento em silencio as conversas voltaram com tudo e eu resolvi participar daquilo.
{...}

Já era tarde da noite e os espaços entre eu e se transformavam em pequenas fendas. Eu devia agradecer aos meus amigos por ter lhe feito companhia e com um olhar eu o fiz.
Com nossos amigos nós nos divertíamos, havia amor em cada rosto ali presente e isso eu podia notar sem nenhuma dificuldade, afinal eu também amava . Como não amá-la?
Por um instante tudo parecia em seu devido lugar. Não existia distancia, problemas e medos apenas existiam a amizade, o amor e o mais importante, o nós.
Quando a hora de voltar ao hotel se aproximou, senti as benditas borboletas no estomago e meu coração se acelerou ansiosamente. Segurei gentilmente a mão esquerda de com a minha direita e ela me encarou receosa. Sempre que demonstrávamos qualquer sinal de afeto em publico o dia seguinte era regado com mensagens de ódio para ela que acabava levando tudo aquilo serio demais. Assim que lhe sorri de forma confiante, ela se acalmou e retribuiu o sorriso.
Se algum dia me perguntassem o que mais amava naquela mulher, sem dúvidas algumas responderia que seria o seu sorriso, pois é nele que eu vejo o fim dos meus medos, dúvidas e escuridão.
Guiei para fora daquela pizzaria e os flashes me cegaram, em um instinto de proteção, puxei para mais perto do meu corpo abraçando sua cintura e protegendo seu rosto da melhor maneira que consegui.
Depois de passar por aqueles paparrazis, o caminho até o hotel foi extremamente fácil.
Dentro do quarto 417 o silencio se fez presente e antes que eu pudesse quebrá-lo, o fez.

- Desculpa por não ter lhe atendido e por não ter levado o celular! – Pediu ela com o aparelho em mãos. Fiz menção de abrir a boca e contradizê-la, mas a mesma apenas levantou um dos dedos para mim. Eu arqueei minha sobrancelha direita com o gesto e esperei. – O me seqüestrou assim que parei na frente do quarto até agora não sei como ele soube da minha presença naquele exato momento, mas quando fui perceber já estava saindo escondida pelos fundos desse lugar e conhecendo Sydney com os caras. – Despejou ela sem parar andando de um lado a outro na minha frente, enquanto eu apenas cruzei meus braços frente ao meu tórax e encostei-me à porta, a encarando.
- Está tudo bem, baby! – Garanti sorrindo e ela parou de andar no mesmo momento, olhando-me incrédula.
- Está? – Perguntou ela duvidando fazendo com que eu revirasse os olhos e me aproximasse de seu corpo. Coloquei minhas mãos em sua cintura e sorri assentindo, ela soltou a respiração aliviada quando confirmei aquilo.
- Estou, ! – Disse. – Não quero brigar... Só tenho essa semana com você ao meu lado e gostaria de aproveitar da melhor maneira possível. Isso não inclui brigas! – Falei. Coloquei minha esquerda em sua bochecha direita e a vi fechar os olhos por um momento, sorri sozinho e ela logo tornou a abrir seus olhos. – Eu amo você! – declarei antes de juntar nossos lábios e iniciar um beijo cheio de saudade. Logo o beijo se tornou urgente.

Calmamente a tirei do chão, ouvi seu celular ir de encontro ao chão, mas eu continue caminhando até a cama onde a deitei delicadamente e ficando por cima.

Right now
I wish you were here with me
'Cause right now
Everything is new to me
You know I can't fight the feeling
And every night I fell it
Right now
I wish you were here with me


O beijo ia aumentando e as suas roupas iam sumindo.

- Dessa vez eu comando! – Alertou ela, antes de voltar a me beijar intensamente.

E então eu me perdera no mesmo encanto de sempre. Eu me perdi na delicadeza em que ela trocava as nossas posições. Em seu toque, na forma como seus lábios tocavam a minha pele, como seus dedos traçavam o meu corpo, na paciência que ela teve ao livrar-se das minhas peças de roupas.
Eu senti cada um de seus beijos, de seus toques, de suas caricias. Eu tremi quando seus olhos me admiraram como jamais alguém havia feito. Logo, pela primeira vez naquela noite, eu gemi. Gemi quando senti sua língua me explorando em lugares inimagináveis.
Inverti nossas posições sorrindo arteiro por estar desobedecendo sua ordem, mas antes que ela reclamasse, eu a explorei e admirei cada pedaço de seu corpo, assim como ela havia feito comigo.
{...}

Nossas respirações ofegantes e nossos corações batendo na mesma freqüência quando estávamos juntos era o que eu queria por um longo tempo.
Comecei a fazer carinho naqueles cabelos que me fascinavam. Em instantes, a respiração de se acalmou e eu soube que ela estava dormindo. Dei-lhe um beijo no topo de sua cabeça e fechei meus olhos, entregando-me ao cansaço.
{...}

And I could do this forever
And let’s go crazy together
Lights do down
And I hear you calling me, yeah

Aquela semana passou tão rápido que eu não havia nem notado.
Se eu pudesse voltar no tempo... Voltaria para o inicio dessa semana maravilhosa, apenas para reviver cada momento intensamente. Eu poderia fazer isso para sempre.
Talvez eu devesse ser menos egoísta, mas enquanto eu possuísse semanas iguais a essa ao lado de nada me importaria.
Ela me fazia tão bem que o medo e a insegurança haviam me deixado de lado. Eu sabia que essa sensação era momentânea. Assim como a droga é para um drogado ou a bebida é para um alcoólatra, era o meu vicio, porém eu não a trocaria por nada.
E pensar que eu teria de vê-la partir... Eu queria que ela pudesse ficar, mas eu sabia que aquilo não era possível. Ela estava construindo um futuro ao contrario de mim que por estar em uma banda não tinha tempo.
Ela pensava no futuro e eu vivia o presente. Éramos tão diferentes em vários aspectos e tão parecidos em outros.

- Eu não quero que você vá! – Disse enquanto a via arrumar as suas malas. Ela parou o que estava fazendo e suspirou profundamente antes de se aproximar da onde eu estava parando a minha frente. Eu a puxei pela cintura, arrancando-lhe um gritinho e um sorriso. Deixei minhas repousadas por ali e a encaixei no meio das minhas pernas.
- Esse foi o acordo, . – Começou ela. - Uma semana! Nada mais, nada menos. – Comentou ela cansada.
- Eu sei! Você não pode mesmo ficar? – Perguntei esperançoso mesmo sabendo a resposta.
- Eu não vou desistir de tudo. – Avisou-me ela convicta.
- Eu não pedi para que você desistisse de tudo, ! – Rebati irritado. Eu nem sabia do por que de estar irritado.
- Não diretamente... – Falou ela no mesmo tom que eu tentando se afastar.
- Desculpa! – Pedi me rendendo. – Não quero brigar. – Falei em um sussurro com a cabeça baixa.
- O que você tanto teme ? – Perguntou seriamente fazendo com que eu a encarasse.

O que eu temo? Tantas coisas e mesmo assim perdê-la seria a pior.

- Perdê-la! – Respondi sério.
- Não sou um objeto para ser encontrado. – Rebateu ela calmamente.
- Nunca disse isso... Mas você é realmente importante pra mim. – Retruquei e a vi sorrir, revirei meus olhos percebendo que ela só estava testando a minha paciência novamente.
- E eu amo você, ! – Afirmou-me ela enquanto me olhava nos olhos.
- E eu a você, . – Falei sinceramente arrancando-lhe um sorriso.
{...}

Um novo hotel em um novo país diferente.
As vozes que vinham da rua me eram familiar, pois novamente faziam com que eu me lembrasse que eu estaria sozinho aquela noite e tantas outras que ainda viriam.
O medo e a insegurança haviam voltado a me rodear.
Eu odiava me sentir assim!
Respirei fundo cansado e tentei fugir dos meus pensamentos prestando atenção nas vozes do lado de fora. Quão irônico foi eu ter ouvido uma musica que descrevia todo aquele momento em que eu estava?
Apenas dois meses tinham se passado e a saudade me destruía aos poucos.
Só mais três meses...
Apenas três meses!

Right now
I wish you were here with me
'Cause right now
Everything is new to me
You know I can't fight the feeling
And every night I fell it
Right now
I wish you were here with me



Fim.



Nota da autora: Hey! Obrigada por terem lido.
Beijos xXx



Outras Fanfics:
That’s The Truth

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