Capítulo 1
1973, Newport Beach, Califórnia.
entra na casa e faz uma careta devido ao cheiro de peixe vindo da cozinha. Ela joga sua mochila no chão, pega seu livro e vai para um quarto qualquer.
Phill, Gus e Alo, seus irmãos, fazem o mesmo, enquanto seus pais continuam discutindo sobre a mesma coisa desde o começo da viagem.
Ela havia decidido que não ia sair daquela casa, só se fosse para visitar sua amiga, .
Seus pais gritando um com o outro, seus irmãos drogados cantando as músicas altas do carro e ela tentando dormir. Com toda a certeza, aquelas férias não seriam divertidas.
As únicas pessoas que ela conhecia naquele lugar eram e .
Ela tinha saído da clínica para tirar umas férias, mas ela preferia ter ficado lá, com a rotina entediante e remédios que a deixavam estranha todos os dias.
— , sua amiga está aqui. Você sabe que eu não gosto dela, não saia com ela. — Karen diz emburrada e fecha a porta do quarto.
— Eu gosto! Não posso fazer nada se você quer que eu fique com aqueles riquinhos da minha escola. Eu não vou fazer a sua vontade, já te disse! — Ela fala alto para a mãe ouvir.
Ela saiu do quarto rapidamente e foi para a porta, vendo a amiga de pele bronzeada e lisa invejada por todos, e seus cabelos com ondas naturais queimadas do sol, seus lábios com o típico batom vinho cremoso, seu famoso vestido preto florido. As duas se juntam em um abraço apertado.
A amiga faz uma careta para seus olhos cobertos com sombra preta exagerada, que ela usava quase todos os dias. — Virou punk, é? — faz rir pela primeira vez no dia.
As amigas vão para fora da casa e saem andando pela cidade, sem terem o que fazer. convence a amiga a ir para um show naquela noite.
— Beleza, , mas como vamos sem um carro? Eu não posso pegar o dos meus pais.— , irritada com o desanimo da amiga, revira os olhos e a puxa até a pista de skate que tinha perto da praia.
— Eu vou dar um jeito, relaxa. Conheço um cara que me conta tudo.— Elas se sentam. — Que sapato é esse? Sério, você é rica.— A amiga elogia os tamancos marrons de , que finge que não dá a mínima.
Ela pega um cigarro.
— Você poderia se mudar pra cá. Qual é, eu estou cansada de só te ver a cada um milhão de anos.
— Eu não posso, você sabe. Mas como soube que eu tinha chegado?
— Já disse, conheço um cara que me dá informações.
— Ei, ! Vem aqui!— A bronzeada grita para seu amigo, um garoto que usava roupas largas. Ele desce do skate e vem em sua direção.
— Eai, meu.— Ela diz e estende a mão para ele, que ri e a aperta.
— É você mesmo, bonitinha?— pergunta a , que solta a fumaça do cigarro na cara dele e aprecia a beleza do garoto.
— ... — Ela sorri e, ao invés de estender a mão, oferece seu cigarro. Ele concorda com a cabeça e senta ao seu lado.
— O que você quer?— pergunta a .
— Você tem carro, então poderia nos dar uma carona pro show, vai ser legal.— Ela fala empolgada e ele levanta uma sobrancelha.
— E o que eu ganho com isso? Eu nem curto rock.— Ele devolve o cigarro a .
— Vai tocar reggae também, o Bob Marley vai estar lá, você deve ser fã.
Ele não concorda.
— Ah, deixa de ser careta, vamos aprontar lá.— diz a ele, que sorri de lado, pensa um pouco e concorda com a cabeça.
— Só se pagarem a gasolina.— Ele diz, pega seu skate e desce a pequena rampa na qual elas estavam sentadas.
As duas conversavam animadamente e observava o velho amigo. Já estava no quinto cigarro quando o viu indo embora, mas não sem antes dar uma olhada para ela e sorrir, fazendo-a gritar internamente.
Quando escureceu, elas decidiram voltar para suas casas e depois se encontrarem no carro de , que passaria nas casas, buscando-as.
escolheu um short que mostrava uma parte de sua bunda e ia até seu umbigo.
Sua blusinha de lã, que imitava as cores do arco-íris, sem mangas ia até o pescoço, seus cabelos estavam o mais desarrumados possível e seus pés com saltos plataforma alaranjados. Ela passa a sombra preta nos olhos e gloss rosa nos lábios, totalmente colorida.
Escuta a buzina do carro e vai correndo até a porta, vendo um Vista Cruiser verde escuro, com o dirigindo e alguns garotos nos bancos.
Ela vai até o banco da frente, senta ao lado de e cumprimenta os meninos no banco de trás.
— Hey. Qual seu nome?— Um garoto negro com dreads na cabeça a perguntou.
— , vocês?— Ela aponta o dedo para eles.
— Jeremy, Charlie e Eric.— Jeremy, o de dreads, os apresenta.
aumentou o som do stereo, que tocava Anarchy in the UK, do Sex Pistols.
Quando ela percebeu, já entrava no carro.
Ela sorriu para a amiga, que conversava animadamente com os garotos no banco de trás.
O de black power enorme, Charlie, reclamou que estava apertado e se sentou no colo de Jeremy, que maliciosamente apertou a cintura dela.
decidiu ficar em silêncio sobre aquilo e prestar a atenção no menino bonito que estava ao seu lado.
Desde o minuto em que o conheceu, ela admitira para si mesma que tinha uma pequena queda por ele, só pela sua beleza. Eles se conheciam há muito tempo, mas nunca foram tão próximos a ponto de se considerarem melhores amigos.
Ele segurava o volante com uma só mão e balançava a cabeça conforme o ritmo da música. não gostava desse estilo de música, mas se fosse para se divertir com as garotas, ele topava.
As duas meninas cantam a música, com sorrisos nos rostos enquanto eram observadas. decidiu tirar sua jaqueta de couro, deixando sua grande camiseta tie-dye a mostra, fazendo com que a garota ao seu lado ficasse maravilhada com seu estilo.
Os dois aguentam a viagem no banco da frente em silêncio, com sentada no colo de Jeremy e beijando Eric, deixando um Charlie animado e soltando gargalhadas altas com a ousadia da menina.
riu alto de felicidade quando conseguiram cortar a fila e pegar ingressos, e decidiu não avisar que seu batom cintilante estava borrado ao redor de sua boca.
rebolava sua bunda loucamente enquanto era observada pelos dois garotos e por algumas meninas mais velhas. Ela não se sentia incomodada, se sentia livre e feliz por estar longe da cidade merda onde morava.
Quando percebeu, a maioria das pessoas já estavam se beijando ou dando uns amassos, enquanto ele estava sozinho na multidão com .
Ele decide arriscar e puxá-la para mais perto, depois brigando consigo mentalmente por "roubar um beijo" dela.
Ela sentiu seus pelos se eriçarem, a música mais alta, e os lábios de junto aos seus.
Ela não se importou e continuou o beijo, levando as mãos para seu pescoço, sendo puxada para ainda mais perto e tendo seu corpo colado com o de . As mãos do garoto foram em sua cintura, depois em sua bunda e depois em sua barriga, por baixo da camiseta.
Ela se afastou e começou a dançar junto a ele.
Sentia seu corpo queimando, como se estivesse literalmente em chamas. Não deveria ter engolido aquilo.
Pessoas peladas corriam a todo canto, pessoas choravam e bebiam disparadamente.
se encontrava no carro verde, com os dois garotos totalmente nus.
Ela nunca imaginou que um dia chegaria naquele ponto, ainda mais totalmente sóbria.
Ela não sabia mais quem beijar ou quem ela fazia gemer, só pensava que, diferente de quando estava dentro de sua casa, estava se sentindo livre.
se sentia livre enquanto balançava os cabelos e sentia o mundo ao seu redor girar. assistia a garota com um sorriso nos lábios e decidiu juntar-se a ela. Começou a dançar loucamente ao seu lado.
Suas gargalhadas altas mal eram ouvidas pelas pessoas ao redor, mas ecoavam em suas próprias cabeças.
Charlie se sentia livre enquanto beijava um garoto ruivo, se sentia livre por realmente ser quem era e não precisar fingir ser outra pessoa, como fazia quando estava em casa.
A música alta era escutada por todos ao redor e o lugar ia se enchendo ainda mais aos poucos. e estavam aos beijos intensos enquanto e outros dois se pegavam no carro.
Ela sente seu cabelo sendo puxado de leve e uma mão em sua bunda.
—Não.— o interrompe e ele logo entende.
—Tudo bem.— sorri.
Depois de algumas horas, as bandas já não tocavam mais e os dois procuravam por Charlie.
O amigo estava jogado na grama com algumas pessoas, que riam disparadamente.
— Aquela árvore...— aponta para uma arvore, fazendo rir.
Charlie encontra os dois amigos e logo se junta a eles, os abraçando.
—Vocês não conseguem sentir isso? É como se todas as partículas do universo estivessem subindo em mim, cara.— Charlie diz, com os olhos arregalados.
—Eu não aguento mais ficar assim... Preciso de água... Ou um pirulito.—A garota ri, mas no fundo está desesperadamente precisando de água.
Suas palavras fazem os dois rirem o caminho todo enquanto vão em busca de água.
Sua maquiagem preta estava toda borrada, sua roupa suja de terra e toda amassada. Ela se ajoelha no chão e enfia seus dois dedos na sua garganta, na tentativa de fazer com que aquele efeito passasse.
dormia no banco de trás e , e Charlie saiam a procura do carro.
Os três definitivamente estavam acabados e destruídos e tentavam desesperadamente fazer com que aquele efeito passasse.
Decidiram esperar e dormir dentro do carro, já que ninguém conseguia colocar a chave na ignição.
acorda quando alguns hippies batem na janela do carro, ao seu lado, e sai de dentro, deixando esparramada no banco. Senta-se no chão e olha para o céu, lembrando-se de sua mãe.
Sua mãe era mais louca que ela, completamente paranóica com status e dinheiro e seu pai não era diferente, só sabia de prostitutas e jogos de futebol, achava que sua mãe ou qualquer outra mulher ''recatada'' só servia para ficar na cozinha e usava essa frase toda vez que via sua filha usando maquiagem ou roupas curtas. Ela, lembrando-se disso, começa a chorar e, borrando mais ainda sua maquiagem, esfrega as mãos nos olhos e se deita na grama verde abaixo de si.
Ela achava que precisava de uma solução, uma solução para dentro de sua casa, para sua família e até mesmo para ela. Tentar sair da depressão não é fácil, ainda mais quando todos acham que é somente uma forma de chamar atenção e ter que lutar contra ela sozinha. vivia numa clínica todos os dias, sozinha e somente com a visita de seus irmãos, já que seus pais falavam que era ''demais'' para eles ter uma filha que gosta de chamar a atenção. Sua mãe não acreditava na doença, mas preferia deixar a filha sozinha numa clinica do que ter que ouvir de seus vizinhos que tinha uma filha louca.
Ela já estava cansada da rotina de sua vida, de ser mais uma sobrevivente naquele mundo chato. Cansada de somente estar ali, e não viver de verdade. Tudo dependia dela, mas ela precisava de sua família.
O mar era como um refúgio para ela, no qual andava na beira, de madrugada, tentando não pensar em mais nada, apenas no mar.
Sua cabeça doía e sua vista estava embaçada.
Fecha os olhos com a sensação da grama pinicando suas costas, e como se estivesse flutuando.
tentava, fracassadamente, surfar com seus irmãos, mas sempre acabava caindo na água.
Suas aulas caríssimas não haviam ajudado muita coisa.
— Você definitivamente não gosta desse lugar, né?— Ela se assusta com a voz do maravilhoso .— Eu te ensino a surfar, vem cá.
Ela olha para seus pais, que a encaram desconfiados. Dá de ombros e segura a mão do garoto.
Se iria deixar os pais com raiva, que fosse por um motivo real.
Caia várias vezes e ficava com raiva por não conseguir e parecer uma idiota na frente do garoto.
Na verdade ela queria voltar para sua casa e dormir profundamente, até esse momento passar.
Ria incontrolavelmente quando ele caia também, mas no fundo se sentia incapaz de tudo.
Saiu da água e se sentou na areia, perto de seus pais.
— Quem é esse ladrãozinho?
— Pai, ele não é ladrão. É meu amigo e me faz bem.
— Seu amigo? E desde quando menina pode ter amigos homens? Eu não permito esse tipo de coisa com filha minha, não.
— Pai.— Ela suspira.— Eu posso ter amigos homens, sim. Você não gosta da , então quem mais vai ser meu amigo?
— Quem eu quiser. A Blair poderia ser sua amiga, ela é exatamente o exemplo de menina que você deveria seguir. Ela é rica, branca, decente e não se finge de louca, diferente dessas más influências.
Ela concorda com a cabeça, coloca os óculos escuros e se deita, vendo que não adiantava discutir. Seu maiô rosa a deixava incomodada, pensando que ficava estranha nele. Não tendo o melhor corpo do mundo, se sentia insegura vendo todos aqueles anúncios com mulheres bonitas e "avantajadas".
Odiava seu cabelo, suas roupas, sua pele, e seu jeito de ser.
Tentava mudar mas sempre ficava insatisfeita e terminava chorando escondida.
Olha para onde surfava e se segura para não chorar.
E se ela contasse a ele que estava gostando dele e desistisse dela, igual aos outros? Quase todos os dias se lembrava dos caras que não aguentaram sua infelicidade e caíram fora, a deixando mais triste ainda. Estava decidida a contar, pois não queria sofrer ainda mais em silêncio. Quando o assunto era garotos, ela sempre era um pouco ousada, pois não gostava de perder tempo. Tinha um pouco de confiança em , mas não podia ter certeza se ele não iria deixá-la também. Pensava o quanto não era importante para os outros, já que não lutaram por ela, simplesmente desistiram.
— E se eu te disser que te pago um hambúrguer, sorriria um pouco?— Se assusta novamente com parado ao seu lado. Tira os óculos escuros e sorri para ele, aceitando o hambúrguer.
Segurava seus cabelos com força, empurrava sua cintura para frente, deixando seus olhos lacrimejando, suas unhas arranhavam suas pernas enquanto sentia sua língua molhada o acariciando.
— Isso... assim...assim mesmo.
Puxou os cabelos com mais força enquanto chegava ao seu ápice.
Ela limpa seu maiô e sua bochecha na pia rachada do minúsculo banheiro.
Riu baixinho e saiu do banheiro, mas não sem antes dar uma olhadinha para o garoto.
Tomava seu refrigerante em silêncio enquanto ele pagava a conta.
— Você quer ir tomar sorvete? Tem uma sorveteria nova aqui perto e...— Ele para de falar quando a menina não presta a atenção nele.
— Eu preciso fazer alguma coisa... Você conhece algum lugar que venda bebidas para nós? — Ela faz rir, não acreditando no que ela falou.
— É sério isso? São 20:00hr da noite, .
— Sim! Vamos, eu tenho um minuto de coragem e você vem desperdiçá-lo?! Vamos?—Pergunta, insegura.
— Ok, mas precisamos ir para um lugar mais escondido.
concorda com a cabeça e eles vão até a única lanchonete que vendia bebidas á eles.
De madrugada, os dois corriam na areia, com sorrisos nos rostos e de mãos dadas, bêbados, tropeçando em tudo. Tentavam entrar no mar, mas estava muito gelado então empurra nas águas transparentes. Ela grita pelo impacto da água e o puxa junto.
Os dois pulavam ondas, meio tontos, e com frio.
— , se eu te contar uma coisa, promete que não vai sair correndo? — pergunta lentamente. O garoto franze o cenho.
— Sim... Me fale.
— Eu acho que eu meio que gosto de você... — Fala baixinho e enrolado, com medo de sua reação.
— Meio que gosta de mim?! — Ele sorri.
Passa seu braço em volta de seu ombro, abraçando-a de lado e beija sua testa.
Ela sorri.
Ele empurra a garota novamente para o mar gelado e se senta na areia, observando-a.
Estava feliz por ela gostar dele, já que sempre sorria quando a menina estava por perto, sempre ficava feliz com ela. Ele queria realmente ajudá-la a sair daquela escuridão.
Os dois amigos andavam pelas pedras da praia, tentando não cair com seus pés molhados.
— Minha mãe deve estar louca atrás de mim... Ou não... Acho que ela não iria se importar se eu morresse nesse mar aqui, agora. Ninguém se importaria, sabe? — Mais bêbada ainda, admite para ele a verdade.
— Eu me importaria. se importaria. Você pode ter poucas pessoas que acreditam em você, mas todas te amam. Pense que estamos tentando te ajudar a sair dessa, pois não é sua culpa.
Ela fica em silêncio.
— Sabe... Você é maravilhosa e não deixe que te falem o contrário. Tente colocar seus sentimentos para fora, eu posso te ajudar.
— Eu não consigo, tudo que penso é que eu não deveria estar aqui. Eu só penso em morrer.
— Fale comigo. Grite comigo. Me bata. Faça alguma coisa.
— Não. Eu faço psicanálise para isso.
— Sim, mas você me contou que não presta a atenção no que ele fala, e que só fica em silêncio quando o médico pede para desabafar. Me conta como foi seu dia.
— Eu passei a maior parte do tempo com você, né. Foi bom. Mas a parte com os meus pais foi terrível. Eles só ficam me diminuindo e me controlando.
— , a maneira como está se sentindo vai mudar, você vai sair dessa. Eles podem não acreditar, mas eu sei que essa é uma doença de verdade.
Ela se senta na pedra e abraça os joelhos. Seu choro é ouvido pelo menino.
— O mundo todo está contra mim, . Eu estou num buraco escuro sem fim. Cada vez eu caio mais e mais. Você me puxou para fora, mas de alguma forma, eu estou dentro dele novamente.
— Eu te ajudo. Sinto muito que passe por isso. Faça isso por você, não por mim. Vou te ajudar em tudo, você é importante para mim.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto a médica nova a ouvia.
— ...E realmente não sei o que está acontecendo comigo. De repente eu fico triste, depois feliz, depois não sinto nada.
— , vou ser sincera. Matar um demônio por dia dentro de você não vai ser fácil. Não se reprima, se expresse de alguma forma, escrevendo, desenhando, falando. Faça exercícios, escute músicas, compre roupas. Faça o que gosta de fazer. Passe menos tempo em cima da cama. Enfrente seus medos. Seus medos são apenas imaginação de sua cabeça. Se sofreu um trauma, não vai acontecer de novo, você vai superar isso. Você vai se sentir mais forte para superar tudo. Eu posso te ajudar, você não está sozinha nesse mundo.
Fechou os olhos ao ouvir aquelas palavras.
Ela parou de fugir quando a convidavam para os lugares. Tentava ao máximo não pensar em mais nada. Somente vivia o momento e assim esquecia de seus problemas.
Tinha feito novos amigos e conversado com seus pais. Seu pai não a ouviu muito. Levou sua mãe junto a médica e a fez entender o que estava passando. Ainda não tinha todo o apoio do mundo, mas era o suficiente para parar de ser diminuída dentro de sua própria casa.
disse que estava se apaixonando por ela. Saber que era amada por alguém fazia sorrir um pouco. Não estava tão afundada como antes, tinha começado um novo tratamento com sua médica e ainda tomava remédios.
Logo voltaria para sua cidade e deixaria seus amigos para trás. Mas eles prometeram que a visitariam toda semana. Tinha feito planos com sobre seus futuros, queriam morar juntos com amigos em Londres. Queriam ter vários cachorros e gatos e queriam ter um carro melhor.
Ela havia percebido que a vida é maravilhosa, as pessoas são boas e a ajuda que recebeu era melhor ainda.
Eles eram novos ainda, poderia não dar certo, mas ela tinha certeza que iria ficar em seu coração para sempre. Ele foi um dos motivos que ela levantava da cama e sorria. Ele foi uma das pessoas que a ajudaram com tudo sem julgá-la. era o motivo de suas risadas todos os dias. A amiga a ajudou com seus medos, apoiando-a muito.
Sua depressão ainda não estava "superada", mas estava mais leve e sem o peso em suas costas.
— Eu vou atrás de você, meu amor. Eu não vou desistir de tudo. Foi tudo tão rápido e tão bom que vou me despedaçar se eu não for atrás você.— As palavras de eram sussurradas no ouvido de . Ela sorri e deita sua cabeça em seu peito descoberto. Seus cabelos eram acariciados.
— Eu vou ficar um tempo sozinha... Mas acho que vai ser bom. Vou me reencontrar. Você vem me visitar e me ajudar nas minhas coisas, né?
— Sempre.
Fim.
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