e compartilhavam uma amizade que era o alicerce de suas vidas, eram os melhores amigos do mundo e desde pequenos, eles eram inseparáveis, explorando os cantos da cidade, o que continuou quando cresceram, compartilhavam segredos sob as estrelas e sonhavam com um futuro cheio de possibilidades. Sabiam tudo, ou quase tudo um sobre o outro.
Em uma tarde ensolarada, eles estavam sentados em um banco do parque, observando as crianças brincarem. Finalmente tinham conseguido tirar férias juntos e aparentemente tinha algo muito importante para falar para , então marcaram de se encontrar na pracinha que tinha o porquinho que eles costumavam brincar quando crianças.
com seus cabelos castanhos bagunçados e olhos atentos, olhou para , cujo sorriso contagiante iluminava o ambiente. Ela parecia brilhar mais que o sol, então ele sabia que eram boas notícias. Não tinha reparado em muita coisa, só  em como a amiga estava linda e o quanto sentiu saudades.
Ao longo dos anos, eles construíram memórias preciosas juntos. Eles conseguiam se lembrar perfeitamente de algumas delas, era sempre uma boa nostalgia quando estavam juntos.

— Você Lembra aquele verão que eu fui para a praia com a sua familia, Joe? — perguntou nostálgica olhando as crianças brincando na caixa de areia.
— Eu lembro, foi quando meu primeiro dente de leite caiu e eu achei que ia morrer de tanto sangrar. — Ele riu com a mesma nostalgia que ela lembrando do escândalo que tinha feito no meio da praia.
— E não sangrou nem por um minuto inteiro. — ria como se não houvesse amanhã.
Era sempre uma lembrança engraçada.
— Eu queria voltar no tempo, aqueles eram tempos muito bons. — A nostalgia de estava se transformando em um sentimento estranho dentro dele.
— Sabe, Joe, você sempre foi meu melhor amigo. Não consigo imaginar minha vida sem você, eu nem lembro se existia vida antes da gente se conhecer. — disse ela, com sinceridade.
— Você também é minha melhor amiga, . Sempre esteve ao meu lado, nos bons e maus momentos. — respondeu ele, olhando para ela com carinho.
— Eu tenho algo para te pedir, propus esse encontro justamente para matar as saudades, é claro, e também para te contar uma novidade é fazer uma proposta. — Os olhos dela brilhavam tanto que ele jurava que podia ver constelações neles.
— Estou curioso, fala logo. — Embora perdido, Joe sentiu seu coração bater de forma descompassada, e um fio de esperança pairou no ar.
— Sabe o amor, ele é engraçado, não é? A gente acaba se apaixonando por quem a gente menos espera e as vezes é difícil, porque a gente tem medo do que vão dizer, do que vai acontecer, se der certo é  sempre uma alegria e se der errado, nessa situação em questão, o medo de estragar o que se tinha antes é  enorme. — parecia nervosa fazendo aquele discurso e Joe quase não conseguia escutar o que ela falava, suas expectativas estavam tão altas, que seu coração parecia que ia sair pela boca e estava batendo em seus tímpanos. sorria, parecia que estava tomando coragem para falar o resto.
— Diga , eu vou te entender, te acolher e te amar, não precisa ter medo. — pegou as mãos da amiga que estavam geladas, e sorriu amigável.
— Eu me apaixonei pelo meu… — As expectativas de Joe estavam enormes, assim como seus olhos arregalados. — chefe e nos vamos nos casar. — Ela estendeu a mão esquerda que carregava um anel com um diamante discreto que ele não tinha reparado que ela estava usando a todo momento.
— Isso é… — Ele engoliu um amargo pela garganta que sentiu descer até seu estômago queimando. Não conseguia falar mais nada
— É horrível? É errado? — prezava muito pela opinião do melhor amigo, ela não sabia o que ia fazer se ele não aprovasse.
— NÃO! — Ele disse mais alto do que gostaria quando percebeu que o semblante da amiga tinha mudado. — Eu ia falar que isso é maravilhoso. — Plantou um sorriso nos lábios, o melhor deles, aquele que fazia o coração das senhorinhas bater mais forte quando ia fazer voluntariado no asilo. — Eu só  fiquei sem palavras porque você me pegou de surpresa, sabe, eu nem sabia que estava namorando e você está noiva agora, UAU, isso é… UAU.
sentiu um alívio imediato, era muito bom o amigo apoiar aquela loucura. Ela conhecia o chefe há algum tempo, mas o envolvimento deles era recente e agora iriam se casar. estampava um enorme sorriso no rosto, mas por trás de toda essa felicidade compartilhada, havia um segredo guardado no coração de Joe. Ele amava mais do que qualquer outra pessoa, mas nunca teve coragem de admitir seus sentimentos, com medo de perder a amizade tão especial que tinham.
— Você aceita ser nosso padrinho? — Ela entregou para ele uma caixinha com uma fita dourada e algumas flores delicadas pintadas na tampa. Era provavelmente aqueles convites com algumas coisinhas dentro que os padrinhos e madrinhas ganhavam.
— Mas é claro! Eu ficaria até magoado se não participasse desse momento tão incrível da sua vida. — Joe estava feliz, embora doesse e muito, ele estava feliz porque sabia que também estava.

***

Depois do casamento de , Joe se afastou, embora sempre mantivesse contato com a amiga, sua carreira o levou para o outro lado da cidade e ele se sentiu melhor assim.
Ele nunca deixou a cidade totalmente, esteve lá quando o primeiro filho de nasceu, inclusive era o padrinho do menino e ele era um garotinho adorável. Esteve lá quando a mãe da amiga adoeceu e faleceu, e a mãe eram muito ligadas e ele sabia que seria um dos momentos mais difíceis da vida da mulher. Esteve lá quando os gêmeos vieram e quando tragicamente a casa da família pegou fogo, nesta época toda família se mudou para a casa dele, até  que conseguissem reconstruir a deles. Esteve lá também quando o marido de julgou que era o certo trocar a esposa com três filhos prestes a se tornarem pré adolescentes pela vizinha de 20 anos e sumir no mundo, nessa época Joe estava prestes a subir de cargo, então foi o momento que ele esteve, mas esteve menos presente efetivamente.
Dos anos em que descobriu que era apaixonado pela melhor amiga, até ali, vestindo aquele terno azul marinho profundo bem alinhado ao corpo, sentado em uma mesa com , e os gêmeos, prestigiando a formatura do ensino médio do filho mais velho da mulher, pouca coisa tinha mudado na vida De Joe, não tinha se casado, não teve filhos, não tinha deixado a cidade efetivamente, inclusive, depois da sua promoção de anos atrás, ele tinha voltado a morar na cidade, pois eles tinham uma filial lá e a promoção era justamente para ser diretor daquela unidade e claro, continuava perdidamente apaixonado pela melhor amiga.
Ele simplesmente não entendia o motivo de não conseguir falar o que sentia, agora a amiga era divorciada há anos, os filhos dela adoravam ele e vice e versa, não entendia porque de tanto bloqueio.  Depois da colação veio a festa e graças ao esforço de , os filhos estudavam nas melhores escolas da região, logo a festa propriamente dita foi um grande acontecimento, as bebidas em open bar, comidinhas a vontade e uma pista de dança que além de linda era enorme e um convite para cair na dança.

— Ah, a nossa música! Vem, vamos dançar.
puxou pela mão e o arrastou para a pista de dança. Ele nem sabia que eles tinham uma música, embora, realmente tinham escutado muito tearin' up my heart e sabiam cantar se trás para frente, e a letra combinava muito com o que ele sentia.

— Eu te quero! — disse no meio da música lenta que os dois dançavam agarradinhos na pista de dança a “música deles” já tinha acabado e uma lenta começou a tocar, fazendo com que eles continuassem ali.
— O que? — disse surpreso, talvez tivesse entendido errado, só podia, o som estava um pouco alto, talvez ele estivesse um pouco bêbado, não sabia direto.
— Na festa do meu casamento você  disse “se um dia você me quiser, como eu te quero, me avise, estarei te esperando” e eu sinto muito te fazer esperar por tanto tempo, mas eu sinto que estou pronta e que talvez você seja a pessoa que eu esperei a minha vida toda para me fazer feliz. — sorriu depois de dizer aquilo e o coração de Joe parecia que ia saltar pela boca.
Lembrava que tinha ficado muito bêbado na festa de casamento da amiga, mas até aquele momento sua mente tinha simplesmente apagado a declaração que ele tinha feito para ela, mas como um passe de mágicas se lembrou das palavras. “Meu coração se rasga quando estou com você, porque eu sei que você está feliz e eu me sinto horrível por me sentir assim, eu estou feliz por você, mas sabe, mesmo assim dói. Mas, quando estamos separados eu sinto o mesmo, porque eu não consigo ficar sem a sua companhia, sua amizade é mais importante para mim do que qualquer bobagem que eu sinta e por isso nunca consegui me declarar. Não o importa o que eu faça, eu sinto a dor de não ser quem tira esse sorriso lindo dos seus lábios, quem faz seu coração bater mais forte, quem vai estar do seu lado e cuidando de você até ficarmos velhinhos juntos. Se um dia você me quiser como eu te quero, me avise, estarei te esperando”. Ele simplesmente tinha deletado aquele papelão da memória, que tipo de amigo se declara bêbado na festa de casamento da melhor amiga?
— Então você também gosta de mim, tipo gosta, gosta? — Joe parecia um pouco atordoado, eram anos naquele sentimento e ele nunca tinha chegado naquela parte da história, não sabia como se comportar na verdade.
— Eu acho que faz tempo que eu me sinto assim, mas sabe que às vezes tenho medo porque se você se afastar de mim eu vou sofrer, perder sua amizade não vai ser legal. Tenho medo de estar confundindo, mas o que eu estou sentindo é especial. — Ela sorriu e ele reconheceu o que ela estava falando.
— Você está citando sorriso maroto? — Ele começou a rir involuntariamente.
— Cala a boca Joe, eu ainda não terminei. — riu junto dando um tapinha de leve no ombro dele. — Você conhece os meus problemas, meu relacionamento complicado. Sabe tudo o que penso e o que eu quero e se eu criei coragem pra falar, pode crer que meu coração está apaixonado. — aquela última parte ela disse praticamente no tom da música. Aquilo entregava bastante a idade deles, mas foi a forma que ela conseguiu se expressar e falar tudo da melhor maneira, e eles eram musicais mesmo, cada momento da vida naquela amizade era relembrado com uma música diferente, por isso Joe não sabia que eles tinham uma música em específico.
Mas era aquilo, ele esperou até que finalmente ela fosse até ele e aconteceu, ele finalmente ia viver um amor e o amor que ele tanto queria e sonhou. E ela, ah, ela só  não ia se arrepender de ter se casado antes porque aquele traste lhe deu seus filhos amados, mas saberia como era ser amada e valorizada de verdade dali em diante, de todas as formas possíveis, ao lado do seu melhor amigo.

Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Bom, primeiro preciso pedir desculpas por essa fickkkk ela não era o que eu queria escrever desde o início, porem, como a vida não é um morango, foi isso que saiu, e eu estou até contente kkkkkkkk espero que gostem.
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.