09. Calm Down

Finalizada em: 22/11/2018

Capítulo Único

Quem brinca com fogo, pode acabar se queimando.
Lee Jooheon já tinha um histórico de incêndios em sua vida. Um carregador esquecido na tomada na adolescência. Uma experiência mal sucedida no laboratório da faculdade. A bendita vela acesa na sua primeira semana no novo apartamento. O omelete esquecido na frigideira por tanto tempo que havia virado cinzas. Mas nada o havia preparado para um novo tipo de incêndio na sua lista. Um incêndio curvilíneo, de olhos amendoados e sotaque latino. Que amava novelas mexicanas, comidas apimentadas e mexer em seu cabelo enquanto assistiam a uma maratona de Friends em seu velho sofá púrpura.
Após o garçom encher seu copo com uma dose de vodka, o jovem ajeitou o colarinho de sua blusa pela terceira vez desde que havia chegado à festa. Não fazia calor em Seul naquela sexta-feira de março, mas ele se sentia quente só de lembrar do seu curto encontro com mais cedo. Os dois estavam há dias sem se verem, pois ela havia viajado a trabalho, mas acabaram se encontrando no elevador do condomínio onde moravam. Ela estava mais linda do que nunca, seu corpo delineado no macacão estampado que vestia, e que deixava à mostra seu bronzeado. Seus olhos brilhavam ao falar sobre a viagem ao Caribe, em como gostaria que Jooheon estivesse lá com ela.
Em um breve espaço de tempo, naquele elevador, o coreano se imaginou nas águas caribenhas, abraçado à brasileira, apenas aproveitando aquele paraíso. Que a relação entre os dois fosse mais do que amizade e umas doses de flertes e provocações. Seria tolice admitir em voz alta, mas quando se sentia solitário em sua cama depois de um lado dia de trabalho - e isso acontecia com uma desesperadora frequência - fantasiava em como seria se os dois fossem um casal.
havia se despedido do amigo com um convite para uma festa latina que aconteceria no bairro onde moravam, naquela mesma noite. Jooheon havia aceitado, é claro.
E agora ele estava ali, como um maldito voyeur, sentado no duro banco do bar, enquanto seus olhos estavam vidrados em na pista de dança. Jooheon tomou de uma vez só a dose amarga de vodka, observando-a rebolar ao som de alguma música latina que ele desconhecia, enquanto suas mãos passeavam lentamente por todo o seu corpo. Se viu então sentindo inveja das mãos da amiga, queria ter permissão de acariciar cada curva de , senti-la cheia em suas mãos. Ela era magnética, os homens se aproximavam como se hipnotizados pela energia que emanava pela pista de dança. era felina, e Jooheon tampouco era imune ao seu efeito.
Naquele momento, seus olhos se encontraram. Os olhos de , em um primeiro momento confusos, passaram a excitados, e ela abriu um sorriso pecaminoso na direção de Jooheon. Tomando coragem pela primeira vez desde que a conhecera, andou a passos largos até o encontro da mulher, que dançava olhando em sua direção. Seus quadris, que pareciam ter vida própria, enquanto ela o torturava mordendo seu lábio inferior. Com a voz rouca de Shakira ao fundo, Jooheon se viu frente a morena que há tempos tirava seu sono. As gotas de suor que desciam por seu pescoço e se escondiam dentro do decote dela, fazendo com que uma parte do corpo do homem tremesse em antecipação. As mãos do mais novo foram parar na cintura da amiga, que se aproximou ainda mais em resposta, fazendo com que seus corpos se colassem e ela sentisse o quanto sua dança havia mexido com seu vizinho. Sua cintura voltou então a se mexer, dessa vez com mais avidez, enquanto as mãos de Jooheon apertavam com mais força a pele da sua torturadora. Pra esquerda. Pra direita. Pra frente. Pra trás. Os seios volumosos se acomodaram com perfeição ao seu peito, roçando a cada movimento ritmado que ela fazia com seu quadril.
Duas tortuosas músicas depois, Jooheon já arriscava a dar uns passos de dança, tentando seguir o ritmo de sua parceira. Os quadris, menos tímidos, já ensaiavam um balançado, recebido com aprovação por . O homem se sentia arfar a cada choque mais intenso dos seus corpos, o contato permitindo-o sentir os mamilos eriçados sobre o fino material do vestido. Era bom saber que ele não era o único afetado naquela situação.
- Você vai me deixar maluco! – O ruivo sussurrou, ouvindo a gargalhada gostosa da mulher em resposta. – É pecado deixar um homem nesse estado. – Com seus corpos colados daquele jeito, sabia exatamente o estado em que Jooheon se encontrava.
- É um pecado me deixar nesse estado. – A voz rouca, misturada com aquele sotaque latino, fizeram com que Jooheon suspirasse de prazer. – Eu não sou de ferro, Jooheon.
- Vamos sair daqui? – Jooheon conseguiu perguntar, antes que uma apressada o arrastasse da festa um piscar de olhos depois.

*~*

Sempre cauteloso na direção, Jooheon fez o trajeto da festa até sua casa em tempo recorde, desviando por vezes o olhar do trânsito para ver as mãos pecaminosas de sumirem por dentro de sua já apertada calça jeans. A mulher não tirava seu olhar do dele, enquanto subia e descia lentamente sua mão por toda a sua extensão. Os olhos do coreano, já pequenos, quase que sumiam com o prazer que a amiga lhe dava. Ele não via a hora de chegar em casa e provar ainda mais do fogo brasileiro que havia experimentado na festa e em seu carro.
Assim que o elevador abriu, dando-lhes a visão do número 701 - o lar doce lar de Jooheon -, se viu carregada pelo mais novo para dentro do tão bem conhecido apartamento, que sempre cheirava a mel (o que era curioso, já que o seu Joohoney odiava mel), biscoitos de chocolate e ração para gato.
Yoshi e Gucci dormiam tranquilamente no velho sofá da sala, totalmente alheios à tensão que consumia o ambiente naquele momento. A um passo do quarto, arriscou um olhar para Jooheon, sentindo seu corpo queimar ao ver que ele estava bem atrás dela, tão perto que ela podia sentir seu hálito quente arrepiar sua nuca. Um passo para trás e ela estaria colada novamente àquele corpo duro e quente, que a impedia de pensar em coisas coerentes. só conseguia focar em como ele era grande em sua mão, em seu membro pulsando e crescendo à medida que subia e descia por sua extensão e em como certas partes do seu corpo reagiram ao seu toque na festa.
Jooheon colocou uma mão na maçaneta da porta e a outra na cintura da mais velha, que fechou os olhos e abriu levemente os lábios ao sentir o leve roçar em sua pele. Ela era tão responsiva ao seu toque ele amava isso nela.
Um “clique” e os dois estavam dentro do seu quarto, que aos olhos de era o mais “Jooheon” possível. As cores intensas, a bateria no canto, os quadros que ela não fazia ideia do que estavam pintados, as almofadas em formato de gato e aquele bendito perfume que aromatiza o ambiente e a deixou louca no primeiro instante que sentiu o seu cheiro.
Às suas costas, Jooheon trouxe seu corpo para mais perto, puxando seus cabelos para o lado para encostar os lábios em sua nuca. A mulher estremeceu ao sentir a boca carnuda percorrer a pequena extensão de pele, deixando um caminho de prazer. As mãos dele correram pelas suas costas, encontrando o obstáculo que mantinha seu vestido no lugar. Sentiu-o descer o zíper, descendo seus beijos nem um pouco castos da nuca para as partes do seu corpo que iam sendo reveladas. Seus ombros, suas costas, seus quadris. Seus seios, eriçados e totalmente descobertos, ansiavam pela atenção do amigo, invejando os beijos que agora ele dedicava à região coberta pela delicada calcinha de renda preta.
- Linda! - Ele foi capaz de dizer, ainda extasiado de estar tornando seu sonho realidade. Ouvi-la gemer baixinho, quase que tímida, enquanto ele beijava suas nádegas, fazia com que seu membro doesse contra a calça jeans. - Completamente linda.
- Joo-jooheon… - gemeu quando ele segurou seus seios fartos com as mãos. Agora frente a ela, seus olhos finalmente se encontraram, o ar se tornando rarefeito à medida que o prazer tomava conta dos dois. O colo da mulher era pincelado por pequenas sardas, as quais ele sentia vontade de provar com sua língua.
A mais velha mordeu os seus lábios, fazendo com que o homem desviasse seus olhos do seu colo para aquela parte em especial. Segurando seu queixo com uma mão, encostou seus lábios com delicadeza, acariciando seu seio com a palma da outra mão. gemeu entre o beijo, que se tornava mais intenso a medida que seu corpo desnudo se encostava no dele, ainda completamente vestido. Sentindo-se em desvantagem, desabotoou a blusa do ruivo, jogando-a em alguma parte do quarto e colocando seus braços em volta de seu pescoço. Se deliciou ao sentir seus seios em contato com a pele exposta dele, partindo o beijo para lhe dar um sorriso sacana, que foi prontamente retribuído por Jooheon.
gritou divertida ao ser levantada pelas pernas por um afoito Jooheon, que a deitou na cama, colocando-se por cima. As mãos da brasileira foram rapidamente para o botão da calça jeans, abrindo-o rapidamente e descendo logo em seguida o zíper.
- Impaciente! - Jooheon riu, vendo-a brigar com a calça jeans, que custava em sair do corpo do mais novo. Com um movimento, Lee tirou sua calça, ficando apenas com a boxer branca, que marcava seu volume e fazia a boca de salivar.
Ainda deitada, levantou seu quadril em direção ao membro ereto do coreano, movendo-o lentamente e com uma precisão quase que cruel. Fechou os olhos repetindo a ação uma, duas, três vezes. Ouviu a voz rouca de Jooheon ao fundo, enquanto sentia sua intimidade pulsar a cada contato.
- Eu preciso de você. - Sussurrou, sentindo as mãos dele se direcionarem para a sua calcinha, já úmida. - Jooheon… Eu preciso de você. - A renda preta foi jogada no chão, junto com a cueca box.
Novamente levantou seu quadril, sua intimidade descoberta encontrando o membro quente e grosso. Nus em pelo, o roçar se tornou mais intenso e ela fechou os olhos em pleno deleite. Os lábios de Jooheon foram em direção aos seios da mulher, mordiscando, lambendo, sugando… Suas covinhas visíveis em seu rosto enquanto o barulho de sucção se misturava aos gemidos não mais sussurrados da brasileira. As unhas de arranhavam as costas do mais novo, enquanto suas intimidades se provocavam e as mãos habilidosas do coreano buscavam seu ponto de prazer. A fricção dos calejados dedos em sua carne sensível fez com que os olhos da mulher rolassem de intenso prazer e corpo arqueasse em resposta ao toque contínuo e delicioso.
Buscando retribuir o carinho, as mãos trêmulas da mais velha se direcionaram para o membro do vizinho, que pulsava em volta dos seus dedos. A voz tremida de Jooheon só a incentivava a continuar com a deliciosa tortura. O vai-e-vem de suas mãos por toda a extensão ritmavam aos dois dedos que faziam sua intimidade piscar em resposta.
- … - Jooheon gemeu, ao senti-la passar seu pré-gozo da cabeça à base de seu membro. - Pa-pa-para.
- Por quê? questionou, a cara inocente enquanto lambia os dedos.
- Eu quero gozar dentro de você. - O homem tremeu ao vê-la lamber seu pré-gozo, enquanto encostava sua cabeça na cabeceira da cama. A morena abriu suas pernas lentamente, deixando que Jooheon visse o quão preparada estava para ele.
- E tá esperando o quê?
O ruivo abriu a gaveta do lado da cama e pegou a camisinha, abrindo-a com os dentes. Depois de se proteger, engatinhou até , que o observava com seus olhos felinos e cheios de desejo. Segurando seu membro com uma mão, pincelou a cabeça lentamente na intimidade da mais velha, que levantou os quadris tentando encaixá-lo.
- Tá apressada para sentir meu pau dentro de você? - Novamente roçou seu pênis na carne sensível da mulher, que bufou impaciente.
aproveitou a distração do homem, virando seus corpos e ficando por cima dele. Viu um breve lampejo de surpresa passar pelos olhos de Jooheon, antes de se tornarem pecaminosamente divertidos. Sentando em cima de seu quadril, sorriu ao vê-lo arfar ao sentir seu membro roçar descuidadamente o clitóris já excitado. O coreano estremeceu ao senti-la posicionar em cima do seu membro, descendo lentamente até a base, tomando-o todo dentro de si.
A mulher respirou profundamente, tentando se acostumar com o tamanho dele. Jooheon era grande e fazia um tempo desde que ela havia tido sua última relação. Ao mesmo tempo que se sentia cheia, queria começar a se mover, sentir seu membro pulsando e o suor do esforço em se conter escorrendo pela sua pele. Com calma, começou a subir e descer, ritmando seus movimentos conforme ia se adaptando a tê-lo dentro dela.
Jooheon gritou quando ela acelerou sua cavalgada, tirando-o quase todo de dentro de si, antes de engoli-lo novamente. Sua pele pingava, enquanto tentava inutilmente ditar o vai-e-vem de suas intimidades, mas o impedia com as mãos. Ela ditava a velocidade, os movimentos, o ritmo… naquele momento, se sentia totalmente submisso a ela. E nada poderia ser mais delicioso que aquilo. Passou então a acariciar seus seios, entumecidos, vendo-a fechar os olhos e aumentar a velocidade de seus quadris.
E ali, naquela visão privilegiada, ele viu a boca de formar um “o”, seu corpo se retesar e arquear, seus olhos rolarem e suas paredes internas apertarem seu membro, tão próximo de sua libertação. A morena gemeu, lasciva, quando Jooheon levou novamente seus dedos ao seu ponto de prazer. Ele gritou, levantando seu corpo e forçando seus quadris a se chocarem, sentindo seu orgasmo cada vez mais perto. Sem mais controle de seus corpos, os dois gozaram juntos, desabando na cama logo em seguida.
- Por favor, me acorde quando meu corpo deixar de parecer uma gelatina ambulante. - sussurrou, dando uma risada fraca. Jooheon sorriu, abraçando-a junto a seu peito, depois de jogar a camisinha fora em uma lixeira estratégica perto da cama.
- Então, nada de round 2? - Brincou, sentindo seus ossos estalarem pelo recente - e delicioso - esforço.
- Não coloque palavras na minha boca, senhor Lee. - Ela abriu um perverso sorriso. - Coloque outra coisa.
- Parece que a noite vai ser longa.

*~*

Na manhã seguinte, Jooheon e saíram do quarto de banho tomado e de mãos dadas. Segurando sua mão direita com uma delicadeza que destoava da noite passada - A mulher ainda estava deliciosamente dolorida da noite anterior - ele parou para acariciar as “crianças”. Yoshi e Gucci que se esfregavam nas pernas de , cumprimentando a já conhecida convidada.
- Vou fazer omelete para nós dois. - O mais novo disse, indo para bancada e separando os ingredientes do café da manhã, enquanto a mais velha se jogava no sofá, sendo escalada pelos gatos.
- Espero que você tenha consertado o alarme de incêndio. - Ela respondeu irônica, tateando o controle remoto em busca de alguma maratona de friends na tv.
Yoshi e Gucci haviam se enroscado em suas pernas e agora ronronavam encantadoramente. Se estivesse com o seu celular em mãos, tiraria mais uma foto dos adoráveis filhotes de Jooheon para atualizar seu feed.
- Pra quê? O ruivo zombou, ligando a frigideira e colocando o óleo pra esquentar. - É só omelete, eu já aprendi com meu erro. É só quebrar o ovo, jogar na frigideira e…
tentou se levantar para ajudar Jooheon, mas os gatos haviam grudado nela, impedindo com que se movesse com rapidez. Viu, em câmera lenta, Lee encostar descuidadamente o pano de prato perto da boca acesa, pegando fogo no instante. Viu, também, o homem começar a gritar desesperado, com o pano em chamas ainda em sua mão. Com uma calma de quem já havia passado por aquilo incontáveis vezes, a morena pegou o celular do ruivo, usando a discagem rápida.
- O QUE FOI DESSA VEZ? - A voz na outra linha gritou.
Depois de acionar os bombeiros, colocou os gatinhos do lado do sofá, levantando para ajudar Jooheon a controlar mais um de seus pequenos incêndios. Afinal, quem tá no fogo é pra se queimar.





FIM!



Nota da autora: Sem nota.




Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.


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