Capítulo Único
Coloquem a música para tocar: play.
These four walls
They whisper to me
They know a secret
I knew they would not keep
It didn't take long
For the room to fill with dust
And these four walls came down around us
- Então é isso? – Elena manteve a voz firme, embora sentisse suas pernas fraquejarem.
Não se lembra mais há quanto tempo tentava ser forte. Esperou, esperou, e a resposta do homem sentado à cama em sua frente não veio. Respirou fundo, os olhos fechados. De nada adiantou. Outra atitude falha. Perguntava a si mesma, revivendo na memória os momentos da vida em que havia passado com Stephen. Eram muitos, incontáveis. Antes mesmo que pudesse voltar a abrir os olhos e encará-lo, ouviu sua voz novamente. Ela precisava agir.
It must have been something
to send me out of my head
With the words
so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence cause it's all that you left
Just me and these four walls again
- Stephen, por favor... Só me diz onde eu errei. Juro que dessa vez eu farei diferente. Nós podemos tentar mais uma vez. – com a voz entrecortada e junto às lágrimas, Elena encontrou-se ajoelhada em frente a ele, que mantinha o olhar baixo e a respiração descompassada. Sabia o que viria a seguir. Agora, ele também chorava.
- A gente já tentou, lembra? Você sabe que sim. Não falta amor. Faltam motivos suficientes para continuar. - ele respondeu.
- Claro, porque durante todo esse tempo eu lutei sozinha. E esqueci de mim.
It's hard now to let you be
I won't make excuses
I've made my peace
It didn't take long
For me to lose the trust
Cause these four walls
Were not strong enough
Era tarde demais. Elena sentiu o ar gélido da noite em seu corpo coberto pelo pijama de algodão. Nem mesmo a roupa seria capaz de aquecê-la. Sentia o frio da noite, e ainda mais, a frieza do coração de seu marido, que saiu sem ao menos olhar para trás. É o que mais doía.
It must have been something
To send me out of my head
With the words so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence 'cause it's all that you left
Just me and these four walls again
Mantinha os olhos fechados, mas os ouvidos atentos e os passos de Stephen os levando para cada vez mais longe.
- Mamãe? – Elena sentiu os braços do filho mais velho ao redor de seus ombros. - O que aconteceu?
Tentava falar, mas a voz parecia fraca demais para que pudesse convencer o pequeno de que era apenas mais uma discussão com o seu pai. Não era, ela podia sentir isso. ”Droga, não posso fraquejar agora. Não na frente do meu filho”, pensou. Precisava reverter isso.
- Filho... ouve a mamãe. – Elena segurava a mão da criança à sua frente. Os dois olhavam atentamente nos olhos um do outro. Levou a mão da criança à sua barriga já proeminente. - Agora somos só nós três, ok?
Yeah
Is difficult
Watching us fade
Knowing it's all my fault
My mistake
Yeah, is difficult
Letting you down
Knowing it's all my fault
That you're not around
O pequeno apenas assentiu e acariciou o rosto da mãe, tentando levar para longe as lágrimas que insistiam em cair.
Elena's POV
Já havia passado 3 semanas desde que Stephen saiu de casa. As coisas estavam cada vez mais complicadas, já que os hormônios da gravidez me deixavam ainda mais ansiosa e sensível. Eu pensava no que fiz de errado ou deixei de fazer para que ele fosse tão radical a ponto de me deixar sozinha com as crianças. Eram seus filhos, afinal. Ainda que eu estivesse quebrada por dentro, não poderia deixar de lado meu filho e nem deixar de cuidar de minha saúde física e mental, visto que isso também era importante para o bebê e que ocorresse tudo bem durante a gravidez.
Eu e minha irmã, Eloise, adiantávamos o almoço. Mais uma vez, acabei perdendo o horário e dormi mais que a cama, bagunçando a rotina do meu filho. Antes que eu pudesse pegar o necessário na geladeira para preparar a salada, ouvi a chamada do FaceTime e eu gelei ao ver o nome na tela.
- Você não vai atender? – Lizzie perguntou meio receosa. Ela bem me conhecia. Sabia que dentro de mim ainda havia esperança de tudo caminhar novamente. Apenas assenti com a cabeça, e sem que eu respondesse nada, ela me passou o telefone.
- Melhor eu... Falar no quarto. – e foi o que eu fiz. Rumei para o primeiro cômodo que passou pelo meu campo de visão. O meu antigo quarto, onde passei a maior parte da adolescência e encarei tantos problemas de depressão e ansiedade. Ele agora era um pequeno escritório.
It must have been something
To send me out of my head
With the words so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence 'cause it's all that you left
Visto que eu demorei a atender a ligação, retornei e no segundo toque, Stephen apareceu do outro lado da tela. Ele, aparentemente, estava tão cansado quanto eu. Minhas mãos trêmulas, suadas, a dor no peito, o medo... todos aqueles sentimentos que eu tentava afastar há anos tomavam conta de mim novamente. Antes mesmo que ele pudesse dizer algo, desliguei, sem lhe dar a chance de se explicar. Se não o fez no dia em que saiu de casa, não seria hoje e muito menos por ligação.
Eu estava convencida de que agora seria diferente. Apenas eu, meus filhos e a minha força. Nada no mundo era maior do que isso e a minha sanidade mental. Nossas discussões, causadas, na maioria das vezes, pela indiferença de Stephen, fez com que o nosso casamento chegasse ao fim. Eu não estava disposta a mudar de ideia.
Ali, cercada pelas paredes do quarto onde passei tantos momentos tristes e de crises, transformei a dor em minha fortaleza. Estava disposta a seguir em frente. Considero que o final feliz, às vezes, não tem nada tem a ver com ficar junto de outra pessoa. No fundo, eu sabia que esse não era o meu fim, mas sim recomeço.
Just me and these four walls again
Oh, Yeah
Again
These four walls
They whisper to me
They know a secret
I knew they would not keep
It didn't take long
For the room to fill with dust
And these four walls came down around us
- Então é isso? – Elena manteve a voz firme, embora sentisse suas pernas fraquejarem.
Não se lembra mais há quanto tempo tentava ser forte. Esperou, esperou, e a resposta do homem sentado à cama em sua frente não veio. Respirou fundo, os olhos fechados. De nada adiantou. Outra atitude falha. Perguntava a si mesma, revivendo na memória os momentos da vida em que havia passado com Stephen. Eram muitos, incontáveis. Antes mesmo que pudesse voltar a abrir os olhos e encará-lo, ouviu sua voz novamente. Ela precisava agir.
It must have been something
to send me out of my head
With the words
so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence cause it's all that you left
Just me and these four walls again
- Stephen, por favor... Só me diz onde eu errei. Juro que dessa vez eu farei diferente. Nós podemos tentar mais uma vez. – com a voz entrecortada e junto às lágrimas, Elena encontrou-se ajoelhada em frente a ele, que mantinha o olhar baixo e a respiração descompassada. Sabia o que viria a seguir. Agora, ele também chorava.
- A gente já tentou, lembra? Você sabe que sim. Não falta amor. Faltam motivos suficientes para continuar. - ele respondeu.
- Claro, porque durante todo esse tempo eu lutei sozinha. E esqueci de mim.
It's hard now to let you be
I won't make excuses
I've made my peace
It didn't take long
For me to lose the trust
Cause these four walls
Were not strong enough
Era tarde demais. Elena sentiu o ar gélido da noite em seu corpo coberto pelo pijama de algodão. Nem mesmo a roupa seria capaz de aquecê-la. Sentia o frio da noite, e ainda mais, a frieza do coração de seu marido, que saiu sem ao menos olhar para trás. É o que mais doía.
It must have been something
To send me out of my head
With the words so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence 'cause it's all that you left
Just me and these four walls again
Mantinha os olhos fechados, mas os ouvidos atentos e os passos de Stephen os levando para cada vez mais longe.
- Mamãe? – Elena sentiu os braços do filho mais velho ao redor de seus ombros. - O que aconteceu?
Tentava falar, mas a voz parecia fraca demais para que pudesse convencer o pequeno de que era apenas mais uma discussão com o seu pai. Não era, ela podia sentir isso. ”Droga, não posso fraquejar agora. Não na frente do meu filho”, pensou. Precisava reverter isso.
- Filho... ouve a mamãe. – Elena segurava a mão da criança à sua frente. Os dois olhavam atentamente nos olhos um do outro. Levou a mão da criança à sua barriga já proeminente. - Agora somos só nós três, ok?
Yeah
Is difficult
Watching us fade
Knowing it's all my fault
My mistake
Yeah, is difficult
Letting you down
Knowing it's all my fault
That you're not around
O pequeno apenas assentiu e acariciou o rosto da mãe, tentando levar para longe as lágrimas que insistiam em cair.
Elena's POV
Já havia passado 3 semanas desde que Stephen saiu de casa. As coisas estavam cada vez mais complicadas, já que os hormônios da gravidez me deixavam ainda mais ansiosa e sensível. Eu pensava no que fiz de errado ou deixei de fazer para que ele fosse tão radical a ponto de me deixar sozinha com as crianças. Eram seus filhos, afinal. Ainda que eu estivesse quebrada por dentro, não poderia deixar de lado meu filho e nem deixar de cuidar de minha saúde física e mental, visto que isso também era importante para o bebê e que ocorresse tudo bem durante a gravidez.
Eu e minha irmã, Eloise, adiantávamos o almoço. Mais uma vez, acabei perdendo o horário e dormi mais que a cama, bagunçando a rotina do meu filho. Antes que eu pudesse pegar o necessário na geladeira para preparar a salada, ouvi a chamada do FaceTime e eu gelei ao ver o nome na tela.
- Você não vai atender? – Lizzie perguntou meio receosa. Ela bem me conhecia. Sabia que dentro de mim ainda havia esperança de tudo caminhar novamente. Apenas assenti com a cabeça, e sem que eu respondesse nada, ela me passou o telefone.
- Melhor eu... Falar no quarto. – e foi o que eu fiz. Rumei para o primeiro cômodo que passou pelo meu campo de visão. O meu antigo quarto, onde passei a maior parte da adolescência e encarei tantos problemas de depressão e ansiedade. Ele agora era um pequeno escritório.
It must have been something
To send me out of my head
With the words so radical and not what I meant
Now I wait
For a break
In the silence 'cause it's all that you left
Visto que eu demorei a atender a ligação, retornei e no segundo toque, Stephen apareceu do outro lado da tela. Ele, aparentemente, estava tão cansado quanto eu. Minhas mãos trêmulas, suadas, a dor no peito, o medo... todos aqueles sentimentos que eu tentava afastar há anos tomavam conta de mim novamente. Antes mesmo que ele pudesse dizer algo, desliguei, sem lhe dar a chance de se explicar. Se não o fez no dia em que saiu de casa, não seria hoje e muito menos por ligação.
Eu estava convencida de que agora seria diferente. Apenas eu, meus filhos e a minha força. Nada no mundo era maior do que isso e a minha sanidade mental. Nossas discussões, causadas, na maioria das vezes, pela indiferença de Stephen, fez com que o nosso casamento chegasse ao fim. Eu não estava disposta a mudar de ideia.
Ali, cercada pelas paredes do quarto onde passei tantos momentos tristes e de crises, transformei a dor em minha fortaleza. Estava disposta a seguir em frente. Considero que o final feliz, às vezes, não tem nada tem a ver com ficar junto de outra pessoa. No fundo, eu sabia que esse não era o meu fim, mas sim recomeço.
Just me and these four walls again
Oh, Yeah
Again