Capítulo Único
♪ Now go stand in the corner and think about what you did
(Time for a little revenge) ♪
entrou na escola, com a melhor amiga, Chang, como em todas as manhãs, e, também como em qualquer outra manhã, as duas foram até o corredor onde ficavam seus armários, buscar o material para as aulas, e viram , acompanhada de Sabrina e Beth, caminhando pelos corredores, como se fossem donas do lugar.
também já tinha se comportado como se fosse uma das princesas da escola, caminhando ao lado da rainha e de Sabrina, mas, desde o recomeço das aulas, quase dois meses antes, tinha sido substituída por Beth. Agora, a antiga “amiga” a olhava como se ela fosse uma tendência já superada e não tinha se tornado nenhuma loser, mas, ao invés de governarem juntas, elas disputavam a atenção reservada aos populares.
“Acho que essa festa é a minha grande chance, !” disse, depois que as duas se afastaram o suficiente daquelas que tinham agora como inimigas.
“Você tem certeza que quer fazer isso, ?” Indagou a amiga, preocupada. “Você não precisa!”
“Alguém tem que ensinar uma lição a essa garota! E ninguém melhor do que eu pra fazer isso, já que foi a mim que ela mais humilhou e decepcionou.”
“Pode ter certeza que ela humilhou outras pessoas bem mais, .” Comentou a amiga, se referindo a muitos alunos com quem já tinha feito bullying, mas deu de ombros.
“Eu entendo o que você tá falando, mas nenhuma dessas pessoas vai se vingar e se arriscar a passar por alguma coisa ainda pior.” Disse , entrando na sala em que ela e tinham a primeira aula do dia.
“Isso é verdade.” Concordou. colocava as pessoas para baixo para se sentir melhor, e a maioria delas acabara convencida de que seu lugar era sob as solas dos sapatos da rainha do último baile e de seu séquito.
“Além do mais, não vai ser nenhum sacrifício. Já olhou bem praquele ?” Cochichou, sorrindo maliciosamente, e a amiga apenas sorriu de volta. O professor já estava em sala e não era do tipo que tolerava conversas paralelas.
♪ Soon she's gonna find
Stealing other people's toys on the playground
Won't make you many friends ♪
podia não ter sido humilhada com banhos de lama, com apelidos ressaltando seus defeitos ou com vazamento de fotos íntimas suas em redes sociais, mas achava bastante humilhante ter considerado sua amiga, confiando a ela seus segredos e acreditando em suas boas intenções, e ter sido traída, sem que a outra tivesse dó nem piedade!
Tinha acontecido no último verão, em uma das festas da temporada.
finalmente tinha conseguido alguma atenção por parte de Chad, que buscara bebidas para os dois, ficara quase uma hora conversando com ela, e parecia interessado em mais do que apenas bater um papo. A garota queria que a amiga, que sabia de sua paixonite pelo quarterback do time de futebol da escola, um ano mais velho que elas, estivesse na festa para vibrar, junto com ela, com aquele progresso, mas não tinha aparecido ainda, e nem respondia mensagens ou atendia o celular.
Chad pediu licença e subiu as escadas, ficando ausente por um bom tempo, depois de receber um bilhete das mãos de um dos companheiros de time, e, quando ele finalmente voltou, estava descabelado, tinha batom nos lábios, no queixo e no pescoço, e uma das mãos dadas com... !!!
subestimara a pessoa com quem estava lidando, não imaginara, nem por um segundo, que aquilo poderia acontecer e, então, simplesmente ficara com o único garoto por quem ela se interessara naquele ano inteiro, mais rápido do que alguém conseguiria dizer “sabotagem”!
sequer fingira arrependimento ou tentara dizer que fora algo mais forte que ela, como achou que aconteceria depois. Limitou-se a dizer que ela era a garota certa para um cara como Chad, e que não sabia como não tinha percebido isso antes! Os dois já tinham sido coroados em mais de um baile, ele era quarterback e ela cheerleader, e suas famílias frequentavam o mesmo clube. Seus pais até já tinham disputado algumas partidas de tênis! era legal - segundo seu mais novo julgamento declarado -, mas não estava à altura de um príncipe como ele.
Aquilo doera muito! E não doera tanto por causa de Chad, que estava disponível pouco depois, mas não mais interessava a . Doera pela punhalada, pelo golpe pelas costas, por ter revelado do que era capaz.
Mas situações assim podem ser igualmente reveladoras para quem sofre, e descobriu que também a subestimara. Não percebera que era melhor tê-la como amiga do que como inimiga, e não imaginava – mas aprenderia em breve – que não havia nada em que ela fosse melhor do que vingança.
♪ They didn't teach you that in prep school
So it's up to me
But no amount of vintage dresses gives you dignity ♪
O primeiro baile do semestre tinha começado havia mais ou menos uma hora, e circulava pelo salão como se não fosse uma festa da escola, mas algo como uma celebração à sua própria existência. Não fazia questão de disfarçar que, pelo vestido caríssimo, os scarpin Ferragamo acompanhando, a maquiagem impecavelmente feita e o cabelo preso com um grampo coberto de cristais swarovski, sentia-se superior a todo e qualquer colega da escola, até mesmo as duas seguidoras, a que, por enquanto, chamava de amigas.
Naquela noite, em especial, ela exibia algo mais do que sua beleza e elegância compradas: seu acompanhante no baile, Hudson, o mais novo aluno do St. Patrick High. Filho de um senador que tinha deixado Washington e voltado a morar na própria cidade natal para concorrer ao governo do Estado, ele tinha sido apresentado à garota em um jantar que os pais dela haviam oferecido para o dele. Era o sonho de consumo do Sr. e da Sra. e, como era, além de rico, alto, forte e mais bonito que quase todos os outros garotos do colégio, passara a ser o alvo também da filha deles.
Mal sabia ela que e tinham aulas de educação física juntos, e que tinha se aproximado dele – e se insinuado – logo depois de saber por Mary, que ouvira uma conversa no banheiro, que pretendia fazer do rapaz seu namorado e que ela esperava que a relação dos dois começasse naquela festa.
tinha concordado em ir com ela, mas havia feito isso apenas para não ser indelicado com a filha dos amigos de seus pais. Ele e já tinham trocado alguns amassos na hora do recreio, embaixo das arquibancadas, e também depois da escola, no carro dele, e estavam planejando ir para um hotel, quando o baile acabasse.
Na verdade, ele estava planejando isso, e ela concordara porque, a julgar pelo amassos, uma noite no hotel não seria uma má ideia. Os planos dela, no entanto, eram um pouco diferentes, e não envolviam sendo levada para casa por ele, sem suspeitar de nada.
“Você pode até conseguir atraí-lo para o corredor, mas como vai fazer a ir até lá?” indagou, temendo que a vingança de não estivesse assim tão bem arquitetada.
“Isso é com você, amiga.” Falou, fazendo a outra arregalar os olhos. “Você vai comentar com a Mary que o viu indo pra lá, e que acha que ele foi atrás de mim. Não tem ninguém mais leva e traz! Ela vai contar na horapra , do mesmo jeitinho que veio contar pra gente que ela tava a fim dele!”
“Eu não sei se vai dar certo, mas...” Deu de ombros. “Tudo bem. O máximo que pode acontecer é você dar uns amassos no gostoso sem testemunhas.”
“É. Eu queria tipo muito que ela visse, com os próprios olhinhos verdes, mas, se não for o caso, mais cedo ou mais tarde ela fica sabendo, né?” Riu.
olhou em volta e viu perto da mesa das bebidas. Deu um sorriso malicioso para a amiga e caminhou na direção dele, decidida.
“Você não me parece do tipo que gosta de ponche.” Comentou, parada atrás dele na pequena fila.
“Não é como se a gente tivesse opção nessa festa, né?” Ele respondeu, sorridente.
“Eu nem sei direito por que venho, sabe? Essas festas são um tédio.” Comentou, examinando as próprias unhas, como se estivesse distraída. “A gente devia ir logo pra nossa festinha.” Completou, mordendo o lábio inferior.
“A gente acabou de chegar, . Não dá. Eu não tenho uma boa desculpa pra dar à .” Lamentou, passando a mão pela nuca. Estava louco para sair dali e ficar sozinho com ela, mas não tinha nem mesmo acompanhado em uma dança e sabia que isso era importante para as garotas. Não tinha amizade alguma com ela, mas imaginava que a menina pudesse se queixar com os pais, o que pegaria bastante mal para ele.
“E se a gente, então, sumisse, só um pouquinho, hum?” Sugeriu e ele a encarou, por alguns segundos, considerando a possibilidade.
“Sumisse?”
“A escola toda tá vazia hoje. A gente pode se encontrar no corredor mais próximo.”
“Daqui a dez minutos?”
“Daqui a quinze minutos!” Declarou, esticando a mão para o rapaz que servia o ponche, que lhe entregou um copo da bebida. Não esperou que pegasse um para ele e outro para , apenas piscou e saiu.
♪ She should keep in mind, she should keep in mind
There is nothing I do better than revenge ♪
Vinte minutos depois, estava literalmente espremida contra a parede pelo corpo de . As mãos dele passeavam por sua pele e também por lugares cobertos pelo tecido do vestido, e a boca não conseguia se decidir entre o pescoço e os lábios carnudos dela. Ambos podiam sentir um tesão crescente tomando conta deles, e já não conseguia distinguir se sua excitação era mais pelas reações que o rapaz conseguia provocar, arrancando-lhe gemidos, arrepiando seus pelos, aumentando sua temperatura, ou pela iminente vingança. Seus dedos apertaram as costas dele, e ela enterrou a cabeça em seu ombro, quando o rapaz roçou seu baixo ventre com a prova monumental de seu desejo por ela.
“!” Uma voz conhecida ecoou no corredor e o garoto largou , de forma meio atrapalhada, tentando se recompor.
“? É... O que você tá fazendo aqui?” Indagou, ajeitando os cabelos que tinha bagunçado.
“Sou eu que quero saber! O que você tá fazendo aqui, com essa... essa... garota!” Disse, quase espumando de tanto ódio. “Você veio comigo ao baile!”
“Ei!” Ele falou, nada satisfeito com o tom que ela estava usando. “Eu vim com você, porque quis ser gentil, afinal você terminou com seu namorado e não...”
“Namorado?” se meteu na conversa, sem cerimônia, fingindo estar confusa.. “Mas a nunca teve namorado.”
“É?” olhou de uma para a outra, ele, sim, muito confuso, mas continuou sua explicação. “Enfim, não importa. Eu vim por uma questão de gentileza, por você ter comentado que todas as suas amigas viriam acompanhadas, e você não tinha par. Eu não dei a entender, em nenhum momento, que a gente estava tendo um encontro!”
Aquilo estava ainda melhor do que poderia ter previsto! Não somente ela tinha dado o troco, ficando com o rapaz com quem a rival pretendia namorar, como ele estava deixando claro que não havia interesse de sua parte na outra garota.
“Eu sou ! Ninguém me traz ao baile por simples gentileza.” Falou, ofendida. “Você sabe o que qualquer cara dessa escola daria pra estar no seu lugar?” sorriu, triunfante. A própria estava piorando a situação, deixando de lado a dignidade ao praticamente afirmar que ele tinha que querer ficar com ela.
“Eu sinto muito.” falou e sabia que esta seria a punhalada final: alguém sentindo muito por . “Eu to com a , e a gente só não veio ao baile juntos porque eu já tinha me comprometido a trazer você.”
“Azar o seu, então! Porque essa zinha aí nem é a fim de você, eu aposto. Ela só quer me prejudicar!” Disse, aos berros, e saiu na direção de um banheiro, tentando não deixar com que vissem suas lágrimas.
estava feliz com a vingança. Ela tinha esperado muito, afinal, por ver nos olhos de a mesma dor que tinha sentido no episódio Chad. A possibilidade de sua inimiga sugerir a que ele estava sendo usado para afetá-la já tinha passado por sua cabeça, então, por mais que ela lamentasse, já que eles estavam tendo um lance bem gostoso, era algo como um efeito colateral que ela suportaria sem problemas.
“Do que ela tava falando?” Ele questionou.
“Eu poderia dizer que nem imagino, mas você merece mais do que isso, então não vou me fazer de desentendida, ok?” Afirmou. “Eu me aproximei de você pra me vingar da .”
“O quê?”
“É isso mesmo, : vingança. Eu sinto muito, já que você não tinha nada com isso, mas ela roubou alguém de mim e eu queria mostrar pra ela como era a sensação.”
“Você me usou e fala assim, na minha cara, como se não fosse nada?” Ele indagou, irritado.
“Eu prefiro não mentir pra você, só isso.”
“Isso deixa tudo bem melhor!” Debochou.
“Não, não deixa. Eu sei disso. Talvez eu não devesse ter usado você, ou qualquer outra pessoa.” Concordou. “Mas o fato é que eu não posso fingir que não estou me sentindo ótima, depois de fazer a provar do próprio veneno! E não posso ser pior ainda, fingindo inocência pra você. Se você não quiser mais olhar na minha cara, eu vou lamentar muito, porque eu tava gostando muito desse lance entre a gente, mas eu vou entender.”
“Eu não gostei de ser usado assim! Mas eu gostei da sua sinceridade...” Falou, pensativo. “Você aceitou ir praquele hotel comigo só pra ela ficar sabendo, ou você tava mesmo a fim?”
“Eu to super a fim, se você não estiver me odiando.” Riu.
“E se eu me vingar de você, contanto pra todo mundo?” Questionou, em um tom neutro, sem deixar claro se estava simplesmente brincando ou se ela poderia temer uma reação desse tipo por parte dele.
“Acho que eu vou ter que correr o risco, até porque existem coisas que são ainda melhores do que vingança.”
Fim.
Nota da autora: Desculpem pela fic minúscula, mas o meu apego a participar de tantos ficstapes ao mesmo tempo somado a compromissos de trabalho "de verdade" não permitiram que eu fizesse nada melhor.
Julguei que seria melhor escrever uma coisinha rápida do que furar e espero que não fiquem tristes comigo por isso... =/
Beijos mil a todas!! <3
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Julguei que seria melhor escrever uma coisinha rápida do que furar e espero que não fiquem tristes comigo por isso... =/
Beijos mil a todas!! <3
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.