Última atualização: 20/11/2021

Capítulo 1

, eu sei que você não confia em mim ou me dá algum tipo de credibilidade desde que eu te empurrei no parquinho na quinta série porque não queria brincar com você, mas você precisa vim comigo — a voz do garoto impaciente pareceu preocupante, não era como se ela o odiasse mas tão pouco confiava nele.
— Isso é uma festa , porque você está me incomodando enquanto eu bebo? Você sabe que eu tenho um namorado, não sabe? — ela respondeu seca.
Não, ela normalmente não tratava as pessoas daquela maneira, mas estava estressada justamente por quem havia acabado de falar. Não encontrava por lugar algum naquela festa, ou Yumi ou qualquer um de seus amigos.
— Ele é o motivo de eu estar vindo até você agora, Kim! — ele respondeu revirando os olhos, pensando que talvez devesse ter deixado ela descobrir sozinha.
— Aconteceu alguma coisa com ele? — ela perguntou preocupada deixando o copo em cima da mesa no mesmo momento.
— Eu só estou fazendo isso porque nossas mães são melhores amigas e minha mãe disse para cuidar de você — ele disse, guiando-a com cuidado pelo braço.
— Como se você desse ouvidos a sua mãe — ela disse rindo e se lembrando de momentos de rebeldia do garoto.
e não se suportavam pela maior parte de suas vidas, mas eles já haviam sido amigos antes e depois de inimigos, ainda eram obrigados a se verem constantemente já que suas famílias serem próximas, isso incluía a irmã mais nova de namorar o irmão mais novo de .
— Me deixe dizer algo sobre seu namorado antes de entrarmos nas arquibancadas — ele disse parando seus passos de repente — mas você tem que prometer não tentar quebrar o meu nariz outra vez como da última vez em que brigamos.
— Eu não posso prometer nada — ela disse levantando os braços para cima.
— Certo, por um momento eu esqueci quem você era — ele disse irônico — acho melhor você ver, eu não tô afim de levar a culpa de alguma coisa que não seja ter te avisar que ele é um babaca.
— Certo, ! — ela riu — você o odeia desde que eu e ele viramos amigos, o que consequentemente foi um mês depois de nós pararmos de conversar sem sermos obrigados. O que foi, está com medo dele realmente ser melhor que você?
— Ele nunca conseguiria ter a importância que eu tive e tenho na sua vida — ele respondeu entre dentes fazendo com que ela desse risada — sua vida praticamente gira ao redor do rancor que você sente por eu não ter ido com você ao baile de primavera do ensino médio e não ter retornado os mesmos sentimentos que você tinha por mim na época.
— Claro, claro! — ela respondeu ainda rindo de como ele ficava nervoso com aquele tipo de conversa — eu esqueci que eu ter seguido em frente, arranjado novos amigos e conseguido um par permanente para as festas que viriam em diante feriu o seu orgulho.
A verdade é que eles haviam sido amigos por muito tempo, porém, a primavera de três, quase quatro anos antes, veio e os ares mudaram.
Assim como a amizade dos dois.

Flashback on

Baile de primavera,
Primeiro ano, ensino médio


— Não vamos juntos esse ano — ele disse quebrando todo o clima que ela havia preparado para perguntar qual seria a cor que eles usariam no baile daquele ano, ambos sempre se arrumavam e planejavam as coisas juntos, naquele ano como novatos no ensino médio, não podia ser diferente.
Se não fosse por ter adquirido amigos diferentes dos que ela estava acostumada. Não era apenas , , ela, , , , e .
nunca havia sido popular por amizades, na verdade ela e eram seus amigos de infância até que os outros se juntaram ao grupo durante o sétimo ano. Ele constantemente tinha treinamentos e não aparecia na escola, assim como constantemente ele viajava para competições e todos iam para dar suporte.
Mas isso não queria dizer que ele não era visto pelas garotas. Para ser sincera, sempre o achou charmoso e não era o única, isso só piorou durante o tempo.
— O que? — ela disse saindo de transe — mas nós planejamos isso desde o ano passado, você disse que me acompanharia.
— Mudanças de planos — ele disse com um sorriso estranho - pelo menos para ela - em seu rosto, enquanto olhava para seu celular.
— Pode parar a brincadeira, eu sei que isso é coisa do — ela tentou disfarçar sua preocupação, afinal, naquela mesma noite pretendia se declarar para o melhor amigo, que tinha quase certeza que sentia o mesmo por ela.
— Não olha para mim — disse assim que o encarou de longe.
O amigo observava a cena curiosa, sabia que sempre teve planos de ir com na festa, então ele não entendia o que estava acontecendo.
? — ela chamou a atenção dele mais uma vez, já que ele estava concentrado em seu celular.
— Ah claro, nada de armação do dessa vez — ele disse — eu só tenho um novo par.
— Quem? — ela perguntou, mesmo sentindo que a pressão fosse cair.
se preocupou, ele sabia dos planos dela para aquela noite também.
— Kate — ele disse sorrindo para a tela do celular.
— Kate Yoon? — perguntou se interferindo na conversa — nossa representante em teatro?
— Acertou! — ele respondeu sorrindo, esquecendo da existência de — é incrível não é? Ela me convidou e eu não consegui dizer não, foi mal não ir com vocês essa noite.
— Você não deveria pedir desculpas a mim — disse sem graça e com uma expressão preocupada em relação a amiga que permanecia em silêncio.
— Ela entende! — ele disse sem dar atenção a amiga que na mesma hora se sentiu pesada como se carregasse uma âncora em suas costas, fazendo com que ela sentasse.
, Meu bro! — disse entrando na casa — fiquei sabendo que você arran
jou um par para essa noite, quem diria que nossa senior estava afim de você, não é ? permaneceu em silêncio.
— Hm, eu acho que vou indo! — ela disse de repente interrompendo a conversa dele e de que havia retornado ao mesmo tópico enquanto permanecia observando a amiga.
espera — ele disse assim que viu ela se retirar às pressas.
Ele se importava com ela tanto quanto qualquer um do grupo de amigo deles, sabia que a garota se fazia de durona mas na verdade era bem mais frágil do que parecia. Ele já havia visto ela chorar e ela confiava esse tipo de estado de espírito nele, por isso ele sabia que hoje ele tinha que ficar próximo a ela.
Não apenas, mas , , e também, por isso a primeira coisa que ele fez quando viu que ela iria embora daquela casa a qualquer momento, foi enviar uma mensagem a eles para que fosse encontrar com eles na casa dela.
Ele a chamou mais uma vez quando saíram pela porta da casa e ela parou seus passos no mesmo instante, afinal, não tinha como fugir dele, ele a conhecia bem.
— Ei — ele disse se aproximando e vendo os olhos dela lacrimejados — não, não, ele não merece isso de você.
Ele a abraçou de forma carinhosa e ela fungou imediatamente.
— Hey — disse se aproximando — o que aconteceu?
— Ela deve estar sendo um pouco infantil a respeito de eu não estar indo com a roupa combinando com ela esse ano — disse com seus olhos voltados ao celular — Já Já passa, ela sempre tem um drama em mente.
disse indignado, o repreendendo no mesmo momento.
— Como é que é? — ela perguntou enxugando suas lágrimas com raiva.
— Nós somos amigos por anos, , você acha que eu não sei como você é? — ele disse rindo, foi algo genuíno, ele não achou que algo assim a afetaria — Você vai fazer uma cena para tentar fazer tomar parte, vai ficar do seu lado assim como , , e , nós vamos discutir e no final tudo vai ficar bem. É apenas um baile, não é como se eu não pudesse ir com pessoas que não sejam vocês também, você deveria ficar feliz por mim.
— É , é apenas um baile, não precisa…— começou falar mas ela o cortou.
— É , é apenas um baile — ela riu irônica — como se você não soubesse de nada.
Então se arrependeu de ter dito alguma coisa, ele deu alguns passos para frente mas ela deu mais passos para trás. E aquele era o momento em que ele percebeu que ele havia ferrado com tudo.
Ele sabia, a amiga vinha há meses dizendo a eles todos seus planos para aquela noite, eles sempre incentivaram porque sempre acreditaram que sentia o mesmo, mas, nas últimas semanas, desde que as aulas começaram, muita coisa havia mudado.
Principalmente a comunicação entre ela, ele e , então ele havia se esquecido.
— E pode deixar , eu fiquei feliz por você, espero que você aproveite sua noite e companhia — ela disse de forma simples antes de ameaçar se virar e sair dali. — Não é tão importante assim — disse já confuso com a situação — eu não entendo o porquê do drama se você não é minha namorada, nem nada do tipo.
Ela suspirou e o cutucou para que ele ficasse quieto.
— Ao menos eu fui rejeitada sem precisar tentar algo — ela riu irônica finalmente deixando o local e sendo seguida por .
Depois disso, nunca mais conseguiu ter uma conversa com a garota. Ela constantemente o ignorava e era o mesmo com , ela simplesmente não conseguia lidar com eles.
Mal sabia ela o quanto se arrependia, ele pensou que aquilo se resolveria rápido mas estava enganado porque quatro longos anos se passaram, eles se formaram no ensino médio, entraram nas mesmas universidades e se “comemoraram” foi apenas porque foram obrigados pelas famílias.

Flashback off


— Seu namorado — ele disse hesitante — aparentemente ele tem outra namorada.
— Do que você tá falando ? — ela perguntou confusa — se você tiver planejando algo com eu juro que…
— Aqui, entra — ele disse apontando para portinha que dava a parte debaixo das arquibancadas do Campus.
— Finalmente — disse finalmente mostrando o bolo com as velas acesas em direção a ela quando ambos entraram no local.
— Desculpa, era a única forma de fazer com que você viesse sem desconfiar — disse sem graça se referindo a presença de e — surpresa! — ele riu fraco — eu juro que a ideia não foi minha, foi do .
— Você tem sorte que a Yuna te protege — ela disse ameaçando o amigo.
— Parabéns para você, nessa data…— não pode terminar de cantar pois foi interrompido por vozes vindas da parte de cima da arquibancada
“Quando você planeja deixá-la?” Escutou a voz de Yumi surgir de forma curiosa.
— Deveríamos chamá-la — disse aos amigos sem colocar atenção na conversa em si. Pelo menos não até escutar uma voz masculina que conhecia muito bem.
“No final da temporada, você sabe que eu preciso continuar atuando até o final da temporada por causa do capitão e o instinto super protetor com ela, assim, quando forem fazer a nova votação, pelo menos eu posso ser uma opção” Ela conhecia aquela voz muito bem, ela sabia exatamente quem ele era.
saiu como um bufando de raiva pela porta que havia passado alguns minutos atrás, ela entendia sobre o que eles estavam falando e não suportava a sensação de traição não apenas de um, mas também de duas das pessoas mais importantes.
“Eu não suporto mais ver toda essa atuação ridícula, eu quero ter você em público, porque só ela pode?” ela escutou antes de realmente se afastar para dar a volta no campo e chegar em frente das arquibancadas onde se dirigia, deixou o bolo com que olhava a cena sem entender e foi atrás da garota.
— Não vale a pena — disse segurando o pulso da garota com cuidado — eu posso fazer isso por você, eu sei que você nunca me perdoou assim como não perdoou , eu sei que fomos sido tão insensíveis com você é aquele ainda sim não foi o único motivo do qual nos afastamos, mas me deixa fazer isso por você, ele vai se arrepender, o time não precisa dele.
— Eu realmente não preciso da sua pena agora, — ela disse se soltando dele.
— Não é pena — ele disse parando no lugar já não tentando impedir ela de ir aonde queria — eu queria que ele visse que você tem pessoas te apoiando.
Ele disse a última frase de forma quase silenciosa, ela não escutaria de qualquer forma já que havia partido em direção aos dois sentados nos bancos — quais ela podia ver que a esse ponto, trocavam carinhos que a fizeram querer vomitar — sendo seguida pelos outros que vinham atrás de .
— Hey disse se levantando rapidamente se afastando de Yumi assim que viu a namorada, fazendo a outra bufar cansada daquela situação — porque está aqui? Eu estava apenas tomando um ar, porque não voltamos à festa?
— Você é muito cara de pau — ela respondeu rindo de forma sarcástica — e você conseguiu ser pior que ele.
— Eu? — Yumi disse sem entender, ou pelo menos, fingindo — só estava muito lotado lá dentro e acabei encontrando ele aqui, nós ainda somos amigos se você não se lembra, você está se exaltando por por nada.
— Ah claro, amigos, não pareceu pelo que eu escutei da conversa de vocês — ela riu descrente, o que fez com que Yumi ficasse pálida — principalmente você — a garota apontou para .
Os amigos de , isso incluía e se aproximando da cena com medo de que a garota desmontasse a qualquer momento.
Mal sabiam eles que a adrenalina que ela sentia naquele momento havia tomado conta de suas atitudes.
— Eu espero que ela torre até seu último centavo — ela disse rindo — porque olha, você escolheu a vaca com o melhor gosto que eu já conheci e ela sabe como gastar — riu — espero que você tenho os piores dias da sua vida daqui para frente porque afinal, quem sou eu para não ser rancorosa? Dane-se essa merda de boa EX, eu quero mais é que você se exploda.
Ela falava aquelas coisas por conta da adrenalina que a incentivava.
— Deus! — ela exclamou irritada assustando a e Yumi que não abriram a boca justamente porque nunca haviam visto a garota daquela forma — — ela chamou o amigo que assistia a cena chocado — era por isso que ele sempre estava ocupado as quintas-feiras, era quando ela não tinha aulas na academia, nós chegamos a achar que ele apenas passava mais tempo no treinamento — ela ria incrédula — mas na realidade, ele só estava…você sabe — ela abaixou a voz dizendo apenas para — comendo a minha melhor amiga.
eu…— ele tentava dizer algo mas nenhuma palavra saia, ele não esperava aquele tipo de situação.
— Babaca! — ela disse rindo — era por isso que você vivia com ciúmes do . — De mim? — perguntou confuso.
— Qualquer coisa que você fazia ele reclamava no meu ouvido por horas — ela disse rindo ao se lembrar — nós não conversamos a anos e ele insistia em me manter longe de você. Ele dizia que você falava pelas minhas costas junto do e ele chegou a ter a audácia de falar que se juntava com vocês para fazer a mesma coisa.
— Foi por isso que você se afastou de mim a alguns tempos atrás? — perguntou segurando sua raiva.
— Ele dizer que falava mal de mim em todos os treinamentos não ajudava muito a não desconfiar — ela respondeu com um olhar ressentido a , pedindo desculpas silenciosamente.
— Seu…— avançou para cima de , algo que não esperava, sendo segurado por ela.
— O que foi ? — disse sendo puxado para trás por Yumi — Você pode não ter falado mal dela mas você acha que eu não via a forma que você a olhava mesmo sabendo que seu melhor amigo gostava dela? — ele disse se referindo a — Você acha que eu não notava como você babava nela mesmo ela não dando a mínima para você? Eu ainda sou a merda do namorado aqui, eu sei que tipo de sentimentos você tem por ela desde sempre, você é óbvio demais . Você queria que eu fizesse o que? Ela é mole demais — ele disse rindo, fazendo com que o sangue de fervesse com aquela frase — ela teria cedido a amizade de vocês com apenas uma insistência e provavelmente eu teria sido trocado então, se eu não seria o capitão do time, então pelo menos a garota que você queria, eu teria.
— Você namorou comigo por quase dois anos por uma vingança estúpida? — ela perguntou de forma lenta.
Ela deixou de lado andando lentamente até que deu de ombros para a pergunta.
— Quem você chamou de mole? — ela perguntou baixo lembrando da frase anterior.
— Você — ele disse encarando ela enquanto Yumi, que conhecia a agora ex amiga, muito bem o cutucava para que parasse de provocar .
Não, ele não contava com o soco que levaria no nariz, causando um sangramento que não pararia tão cedo.
— As aulas de autodefesa no verão serviram para alguma coisa, afinal — ela disse fechando e abrindo a mão por conta da dor — quero que você repita, quem você chamou de mole?
— Sua….— ele exclamou de dor, tentando parar o sangramento mantendo sua cabeça para trás nem mesmo conseguindo finalizar a frase.
— Você perdeu a cabeça, ? — Yumi disse tentando ajudá-lo.
— Talvez, algum problema? — disse se aproximando.
— Okay! — disse se intrometendo — acho que já foi o suficiente, você não precisa machucar mais a sua mão com nenhum deles, não vale a pena.
Ele disse pegando a mão da garota, dando uma olhada para ver como havia ficado depois do soco que ela havia dado em .
— Vamos — disse tirando ela de perto dos dois — eu sei que está doendo, vamos encontrar um pouco de gelo para colocar aqui.
não protestou.
Ela se retirou com todos seus amigos que assistiram a cena completamente confusos pela forma que ela havia reagido. Ela costumava ser alguém que normalmente não reagiria e realmente se sentiria mal com a situação, eles esperavam ter que levá-la a casa e passar o resto do final de semana falando mal de e Yumi enquanto comiam coisas que fariam com que ela esquecesse de tudo. Eles pensavam que a interação dela com e seria o suficiente para terem que fazer algo parecido mas, nunca a viram reagir daquela forma, ela realmente costumava guardar tudo para si.
— Aliás, você não precisa parecer no treino da segunda — disse de repente, ficando um pouco mais atrás de seus amigos que seguiam com .
— O que? — disse olhando assustado, ainda segurando seu nariz.
— Você não disse que eu a protejo demais? — ele disse recordando da conversa — então deveria saber que eu faria algo assim, o time não precisa mais de você.
Por alguma razão fugiu de seus amigos logo que voltaram a festa. havia saído com a desculpa que iria encontrar uma bolsa de gelo para a mão dela enquanto ela esperava com os outros e por alguns minutos, ela havia desaparecido, precisava de um tempo para organizar tudo em sua mente já que agora a adrenalina havia abaixado.
Ela não se permitiu chorar mas se permitiu sentir-se triste, então foi para o local que se sentiria bem naquele momento, apenas para olhar o céu.
O terraço da faculdade.
O céu estava especialmente bonito naquela noite, mas seus pensamentos não conseguiam deixar com que ela apreciasse tudo. Afinal, o que a incomodava não era o fato de acabar de descobrir sobre a traição do seu namorado ou algo parecido, mas sim, o que havia dito sobre e .
Aquela informação fazia com que ela se sentisse estranha, mesmo que não soubesse ser real ou não.
— Encontrei você! — ela reconheceu a voz no mesmo instante.
— ela disse mais como um suspiro.
— Eu sei que você provavelmente estava esperando o com isso, mais — ele coçou a cabeça demonstrando nervosismo — acabou acontecendo de eu vim.
— Tudo bem — ela disse — na verdade eu não estava esperando que alguém me encontrasse — ela disse se sentando no pequeno sofá que havia na área de convivência lá feita pelos alunos.
— Você consegue ser bem previsível às vezes — ele disse soltando uma risada baixa.
Ele não estaria ali, se não fosse pro . Ele sabia onde ela estava de primeira, ele subiu com ai local para procurá-la enquanto seus outros amigos a buscavam pelo campus.
O único que a encontrou de primeira foi . Fazendo com que se surpreendesse com o quanto ele conhecia da garota.
Todos esses anos, depois do afastamento da garota deles, percebeu que sempre teve sentimentos por ela, se sentiu destruído das vezes que tentou contato e não era respondido de nenhuma forma. Porém se deu conta naquele momento que não era o único.
, ele e cresceram juntos, sempre a protegeu como se ela fosse algo muito precioso para ele e isso piorou quando eles se afastaram. O garoto sofreu muito com a ausência dela e até mesmo comprou brigas quando alguém ousava dizer o nome dela para algo ruim.
havia notado isso, mas sua mente não havia ligado os pontos de que seu amigo, também era apaixonado por .
“Vai lá” disse vendo a cara de alívio que fez quando eles a encontraram no terraço, oferencendo a bolsa de gelo que carregava em mãos.
Ele não hesitou, agradeceu ao amigo e caminhou na direção dela.
— Eu não sou previsível — ela disse sorrindo fraco.
— É — ele disse se sentando ao lado dela — só aconteceu de eu te conhecer muito bem.
puxou a mão dela com cuidado para si, colocou a bolsa de gelo sobre o local meio roxeado e tratou de segurar aquela emoção do toque dela depois de anos, com ele. Ele sentiu falta dela de uma forma imensurável desde de o primeiro dia longe dela.
— ele ouviu seu nome ser chamado, tirando a concentração do carinho que ele fazia na mão da garota.
— Huh? — ele respondeu olhando para o par de olhos curiosos que estavam em sua direção.
Ela não precisou perguntar ou dizer nada, ele apenas assentiu e riu tímido.
— Desde o ano em que deixamos de conversar — ele disse de repente, sabendo que aquela era a pergunta silenciosa vindo dela.
— Como? — ela parecia genuinamente curiosa então ele riu da expressão confusa em seu rosto.
— Ficar sem poder te ligar ou mandar mensagem todos os dias depois da escola ou aparecer na sua janela de repente de madrugada estava me matando, você me ignorava na escola ou fugia de mim na escola ou até mesmo nos jantares de família entre nossos pais, eu não aguentava ficar longe de você então comecei a fazer coisas escondidas para ter certeza que você não entraria em problemas, você sempre esteve comigo e com o então me preocupava a ideia de te ver sozinha por aí quando seus amigos não podiam estar com você — ele suspirou olhando para a mãos dos dois — então eu comecei a te acompanhar até em casa a distância, comprava briga quando via alguém falando de você entre outras coisas que me deram indícios de que eu estava no fundo do poço nessa situação — ele riu — mas foi apenas quando você apareceu com ele — disse se referindo a — que eu me dei conta do que aquilo significava.
Ela prestava atenção no que ele falava e por algum motivo seu coração se desestabilizava a cada palavra.
— Eu estava bem com você gostando de antes, digo, eu não sabia que tinha sentimentos por você naquela época mas se hoje em dia vocês tivessem algo, não seria algo que me chocaria — ele continuou dizendo — mas você apareceu com ele de um dia para o outro, de mãos dados no caminho para casa e meu coração parecia que iria explodir. Foi quando eu me dei conta do que aquilo significava — ele finalmente tomou coragem de olhá-la — de que eu estava perdidamente apaixonado por você, . Minha melhor amiga, ou, não sei, ex melhor amiga, a pessoa que não queria me ver nem pintado de ouro porque eu invalidei os sentimentos dela quando eu sabia muito bem deles, como eu deveria lidar com essa informação na minha cabeça?
Ele sacudiu a cabeça negativamente.
— Eu não consegui — ele respondeu rindo de forma incrédula — então sim, eu ainda sou apaixonado por você.
A confissão repentina na realidade pegou ela de surpresa fazendo ela corar e sentir a brisa fria daquela noite ainda mais forte contra sua pele, o que significava que ela estava nervosa.
— Eu não preciso de uma resposta — ele disse de repente voltando sua atenção aos seus pés — foi o suficiente poder te dizer isso, porque eu sei que você não sente o mesmo…
— Nós podemos tentar — ela o interrompeu.
não o olhava, sentia que demonstraria demais o quão constrangida ela estava por dizer aquilo, então, seu olhar permanecia em direção às estrelas a sua frente.
— O que? — ele pensou ter ouvido ou entendido errado.
— Eu disse que nós podemos tentar — ela disse olhando de relance para ele — por favor, não me faça repetir outra vez — ela quase implorou enquanto se levantava.
— Eu sei que você disse para não te fazer falar outra vez, mas eu só queria saber se entendi be…— ele foi interrompido pelos lábios da garota.
o beijou, para respondê-lo e também fazer com que ele parasse de falar. Era uma sensação estranha, mas confortável.
Ela sempre soube que ele a seguia por aí, era comum já que desde que eram crianças ele tinha um instinto protetor com ela, ela nunca achou ruim, normalmente ele impedia que outras crianças a tratassem mal ou a fizesse se sentir mal. Sem contar as inúmeras vezes que ele tentou conversar com ela, depois que se afastaram. Seus amigos constantemente contavam que ele perguntava sobre como você estava e se algo parecia errado, ele se preocupava.
Por inúmeras vezes ela admitiu a si mesma que sentia falta dele, diferente de que ela soube depois que nunca daria certo o que ela imaginava sobre eles. Nunca havia sido realista e o fato dela ter descoberto sobre os sentimentos dele por ela e ainda não sentir nada diferente mostrou que estava certa.
— Wow! — ele exclamou assim que ela os separou.
— Vamos voltar à festa — ela disse entrelaçando seus dedos nos dele.
— Eu tenho uma ideia melhor — ele disse sorrindo para ela, levando ela em direção às escadas.
— Onde vamos? — ela perguntou assim que eles chegaram ao estacionamento.
— Para o nosso primeiro encontro — ele respondeu levando ela em direção a seu carro. — Agora? — ela perguntou animada.
— Encontro da meia noite — ele piscou para ela — vamos comer alguma coisa, andar pela cidade, olhar as estrelas — sorriu com a ideia de poder passar o máximo de tempo que ele podia com ela — nós fazíamos isso quando éramos mais novos, você sabe o quão bom é a sensação.
— Eu sei! — ela disse de forma suave, se lembrando que realmente suas caminhadas noturnas com eram as melhores.


Epílogo

— Oi meu amor! — disse abraçando a garota pela cintura, apoiando o queixo no ombro da namorada.
— Que carinha de cansaço é essa? — ela perguntou afagando o cabelo dele de forma carinhosa.
— Nós não dormimos por conta de um estupido trabalho de história da arte que a Sra. Lee resolveu passar de um dia para o outro — disse fazendo a enorme árvore que estavam reunidos de apoio — Deus, eu odeio faculdade.
— Você está horrível, ! — disse rindo ao vê-lo de olhos fechados, quase dormindo em pé — vocês foram bem pelo menos?
Nenhum dos dois respondeu, apenas balançaram a cabeça positivamente.
— Que tal passarmos naquele restaurante que você gosta e pegarmos nosso almoço? — sugeriu baixo, apenas para que ela escutasse — depois podemos ir para sua casa, sentar juntinhos no sofá, assistir um filme quem sabe…
Ela o beijou rapidamente, de forma carinhosa, rindo da expressão suave que ele tinha colocado em seu rosto no mesmo momento.
— Shhh! — ela disse rindo — melhor eu te parar, antes que você comece a falar besteira, só Deus sabe como você fica quando está com sono.
— Eu amo você! — ele disse fechando os olhos enquanto a abraçava mais forte.
— Eu sei — ela depositou outro beijo em seus lábios — eu também te amo.
— Não, você não tá entendendo — ele disse mais baixinho, olhando um pouco mais sério para ela — eu te amo muito, chega ser insuportável.
— Eu sei! — ela disse seria também — eu também te amo tanto que chega ser insuportável.
— Obrigado por me dar uma chance — ele disse ainda com uma expressão séria.
Eles se encaravam, ela continuava com seu carinho nos fios de cabelo dele, e ele, continuava abraçado a ela.
— Ew! — eles escutaram direcionando a atenção um do outro no garoto que parecia dormir em pé — sem afeto excessivo na minha frente, eu ainda não estou acostumado.
— Você precisa superar, ! — ela disse rindo — já fazem três anos que estamos juntos, vai dizer que você não me superou ainda?
revirou os olhos e murmurou palavras que nem ou conseguiram compreender, o que fez com que eles dessem risada.
— Do que vocês estão rindo? — se aproximou com os outros amigos curiosos sobre as risadas.
— Sobre como o precisa arrumar uma namorada — disse rindo — ele está cada dia mais ranzinza.
— A questão é quando ele não foi ranzinza? — disse fazendo todos rirem.
— Me questionando sobre o momento em que eu deixei você ir levar a bolsa de gelo para a mão dela no meu lugar — disse brincando — Poderia ser eu, então você deveria estar me agradecendo e não tirando sarro da minha vida amorosa.
Todos deram risada entendendo sobre o que comentava e se lembrando daquela noite.
— Obrigado ! — disse sorrindo para .
— Obrigado ! — disse sorrindo para ela de volta — foi a melhor coisa que você poderia ter feito por mim.


Fim



Nota da autora: Meu Deus! A tristeza do quanto eu amei escrever sobre esses dois, sério. Espero que vocês tenham gostado também, obrigado por terem lido até aqui! <3
XOXO Caleonis

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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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