Capítulo Único
“You could put me in a coffin
I'm always gonna find your love
You know there ain't no stoppin'
Even when I'm high above
Spread my ash in the sea
Yeah, I know you're gonna find me
And go right back to the start
There's no death, do us death, do us part”
I'm always gonna find your love
You know there ain't no stoppin'
Even when I'm high above
Spread my ash in the sea
Yeah, I know you're gonna find me
And go right back to the start
There's no death, do us death, do us part”
Atender aquele último pedido de foi um dos momentos mais difíceis, simbólicos e sentimentais na vida de . Viver 55 anos ao lado do amado foi incrível, mas aquela despedida, era algo ao qual estava se preparando já, mas nunca estaria pronta para aquele adeus. A brisa morna de Pampelonne, soprava os cabelos brancos, que ela tinha decidido deixar ao natural tinha pelo menos quatro anos, era como se estivesse beijando seu rosto. Era confortável, íntimo e, mesmo com todos os filhos ali com ela, era como se só ela e o seu grande amor estivessem em cima daquele píer, naquela praia linda na França.
— Mamãe, está ficando tarde e frio, quer fazer isso amanhã? — Jennie chegou perto de , colocando uma echarpe em seus ombros e costas, estava anoitecendo, e a temperatura estava baixando.
— Eu quero fazer isso ao pôr do sol, se não se importar, docinho, era nosso momento favorito juntos. Se quiserem voltar para casa, tudo bem, eu encontro com vocês mais tarde. — Sorriu doce, e apertou mais a urna com as cinzas de em seus braços, o sol estava se pondo, mas ainda não estava na cor que ela queria.
— Não estamos cansados, mãe, é pela senhora, mas se está tudo bem, quando estiver pronta, só nos chamar, tudo bem? — Ela foi gentil e deixou a mais velha, indo até os irmãos estavam.
Todos os cinco filhos do casal estavam parados, um pouco mais afastados, no píer. gostaria de ver aquilo, ele era louco pelos filhos, era difícil levar a família toda para a França, daquela maneira, e muitos membros como noras, genros, netos e bisnetos não foram, mas só dos filhos estarem ali, naquele momento com ela, com eles, já tornava tudo ainda mais especial.
— Oi, meu amor! — disse baixinho, alisando o pote de argila que estava segurando. — Você vai viver para sempre na França, isso não é incrível? E não se preocupe, ficou um pouquinho de você lá no nosso Jardim, eu sei que queria se aposentar e vir para cá, mas que também adorava o nosso cantinho. — Deu uma risadinha e algumas lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. — Todos os nossos filhos estão aqui, e eu nunca vou ser capaz de te agradecer por ter me dado eles, e por termos os educados tão bem. — Respirou fundo mais uma vez para se recompor. — O dia está lindo… — Olhou para o horizonte – Tão perfeito, como no dia do nosso casamento, você se lembra, claro que se lembra, não é? estava mais nervoso que eu, eu lembro como suas mãos suavam e seus olhos estavam atentos para que nada desse errado, foi perfeito…
Cinquenta anos atrás…
“It's amazing, kinda found you
At the right place and the right time
And we both just knew that it was right (sim)
And now you're saving my life (Now you're saving my life)”
At the right place and the right time
And we both just knew that it was right (sim)
And now you're saving my life (Now you're saving my life)”
— Finalmente se casou, sua sobrinha de uma… — interrompeu o raciocínio quando viu o olhar fuzilador da tia delas pairando sobre ela. — Boa, maravilhosa, cheirosa e preciosa tia! — levantou a taça de suco, já que estava grávida e não podia ingerir álcool, continuou o seu discurso. — Vocês não sabem, mas minha priminha aqui, a noiva, que está um espetáculo essa noite, vocês viram como esse vestido é brilhante e bem modelado? — Riu e todos riram também.
— , para! — gritou da mesa que estava sentada de mãos dadas com o seu, agora, marido.
— Sério, eles precisam saber dessa história. — voltou a atenção para a mais velha.
— Todo mundo já sabe, amor, você sempre conta, em toda oportunidade. — , que estava na mesa em que e , disse a esposa dando uma piscadinha.
— Deixa, , ela não vai sossegar, nem parece que todas as pessoas que estão aqui, já não sabem. — , o primo de , cerimonialista e irmão postiço de disse, colocando a mão sobre o ombro de e os dois riram.
— Você tem um ponto, caro irmãozinho, mas eu sei todos os detalhes, porque eu estava lá. - e a gente sabe, que nós fomos os maiores incentivadores dessa união. — Ela riu, tirando o microfone do pedestal e se sentindo mais confortável no palco. — Tudo começou há muito tempo… — Fez uma voz de locutora.
— Só faz cinco anos, ! — Escutou alguém em uma das mesas comentar e sabia que era a irmã de querendo quebrar o clima.
— Não estraga meu discurso, cunhada, eu te amo… — Ela continuou, sorria, era o momento preferido dela nos eventos, falar sobre como eles se conheceram e se apaixonaram à primeira vista. — Todos sabem, e quem não sabe vai saber, eles se apaixonaram à primeira vista…
— Foi à primeira música, eu diria. — disse sorrindo e olhando para a mulher que semicerrou os olhos do palco, querendo não ser interrompida.
— É, lá vem você com esse papo de à primeira música, enfim, para começo de conversa, ela nem queria sair de casa aquele dia, eu e meu irmãozinho ali — Apontou para , que levantou seu copo de bebida para que todos vissem de quem ela estava falando. — tivemos que insistir, quase implorar para que ela fosse, finalmente conhecer esse bar de jazz do meu marido lindo, e da minha cunhada incrível. — Disse sem emitir som que amava eles, e sorriu. — Porque ela era, quer dizer, de vez em quando, ainda é, uma amiga desnaturada, e demorou horrores para conhecer o local.
— Em minha defesa, eu estava estudando, coisa que você deveria estar fazendo, também, não acha? Pegou DP em duas matérias aquele ano, eu me lembro. — A cara que fez com o comentário de , era muito engraçada, parecia que elas podiam se bater e se amar a qualquer momento e na mesma proporção.
— , eu preciso terminar meu discurso de dama de honra e madrinha ainda essa semana, você está me atrapalhando. — Praguejou e retomou a postura confiante em frente ao microfone.
— Então vai logo, porque eu quero dançar com o meu marido. — deu um breve selar nos lábios de , que abriu o sorriso mais lindo que ela já tinha colocado os olhos.
— Retomando, assim que ela colocou os olhos naquele homem, que está usando aquele terno lindo, você ficou ótimo, primo, eu adorei! — Todos começaram a rir, porque ela mesma estava se perdendo nos comentários. — , um homem esguio, alto, tinha os cabelos encaracolados em um tom de castanho caramelo tão único que parecia até que ele pintava as madeixas para que ficassem naquele tom, suas mãos longas seguravam o instrumento em dourado brilhante, com destreza e de forma firme. Vestia uma calça marrom e um blazer no mesmo tom, uma blusa bege sem gravata —Intensificou a voz de locutora, tinha contado tantas vezes aquilo, que sempre lembrava dos mínimos detalhes. — Ela simplesmente entrou em curto, tipo pifou, apagou, ficou tão vidrada, que eu acho que nem respirando de uma forma normal ela estava, foi muito engraçado, a gente conversava com ela do lado e parecia que não existia mais ninguém, só o e seu saxofone, claro, eu tenho que concordar, ele sempre foi um músico esplêndido, mas a gente conseguia sentir a conexão, foi algo muito surreal, eu fico até arrepiada quando eu lembro. — continuou falando enquanto todos riam, todos sempre riam quando ela contava aquela mesma história, sempre arrumava um jeito de contar de uma forma diferente.
— Ficou hipnotizada por mim, foi? — se virou para a esposa e enquanto continuava tagarelando sobre o dia em que eles se conheceram, entraram em uma “bolha” só deles e ele começou a acariciar o rosto dela.
— Você era como um poema aos meus olhos naquela noite. Uma bela e tocante escrita, que eu poderia passar a vida toda declamando. Aquele tipo de texto que seria relido, lido, fraseado e parafraseado muitas vezes, por muitas décadas a fio. Como as palavras imortalizadas que eu leio em seus livros, e eu espero que eu possa te ler, te ter e te sentir, realmente pelos muitos anos que ainda nos restam. — não conseguia medir esforços para expressar ao marido o quanto ela o amava, ele também fazia constantemente aquilo, eles eram a paixão, o amor e o apoio um do outro, desde aquela noite que se conheceram, até ali, já casados, comemorando aquela união, o momento que decidiram dividir a vida, as lutas, as dificuldades e as alegrias.
— Eu te amo, , eu já te disse no altar, te quero na minha vida como dona da minha existência terrestre, celestial e cósmica. Quero te ter como base de toda minha paixão e dedicação, não só na música ou no ateliê, mas em tudo na minha vida. Te quero comigo, dividindo a experiência que é viver por muito tempo. Eu te amo , agora e para sempre.
não disse nada, estava emocionada demais ouvindo aquelas palavras novamente, e elas vinham carregadas do mesmo amor, paixão e consideração da primeira vez. E como um timing perfeito, assim que terminou seu discurso e propôs um brinde, eles começaram a se beijar, um beijo cheio de amor, carinho e paixão.
A festa de casamento seguiu maravilhosa até o final, a música impecável, nenhuma briga, nenhuma confusão, os padrinhos e o próprio noivo tocaram e cantaram ao vivo para os convidados, e a festa foi longa e bem aproveitada por todos, e mesmo sem nenhum noivinho em cima do bolo de morangos frescos, tudo saiu de forma perfeita e satisfatória, como eles tinham planejado.
“You could put me in a coffin
I'm always gonna find your love
You know there ain't no stoppin'
Even when I'm high above
Spread my ash in the sea
Yeah, I know you're gonna find me
And go right back to the start
There's no death, do us death, do us part”
I'm always gonna find your love
You know there ain't no stoppin'
Even when I'm high above
Spread my ash in the sea
Yeah, I know you're gonna find me
And go right back to the start
There's no death, do us death, do us part”
— Não prometemos o tão famoso “até que a morte nos separe” porque a gente sabia que nem a morte pode romper o amor que sentimos um pelo outro. — Ela continuou falando com a urna, era confortável, sabia que ele não estava lá, mas por alguns momentos sentia como se ele estivesse com os braços em seus ombros, a confortando, como costumava fazer. — É, eu te amei a primeira vez que eu te vi, todos esses anos juntos, e vou continuar te amando mesmo depois quando for a minha vez de ter a cinzas espalhadas por esse mar, obrigada pela vida que tivemos juntos, , por todos os momentos lindos, os momentos difíceis e por compartilharmos a vida juntos.
Ela estava emocionada, mas não chorava mais, então chamou os filhos e com a ajuda deles despejou as cinzas no mar, tão poético quanto foi em vida, estava sendo ali, com todos os filhos reunidos, naquela praia linda na França, com as cores do crepúsculo pintando no céu e o amor pairando cada movimento. Por tudo o que significou em vida, merecia aquela despedida, aquele amor e aquela família linda.
Fim.
Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Eu preciso falar que essa fic foi surto atrás de surto, eu tinha pensado em um plot totalmente diferente, mas em meio a um surto, bloqueio criativo, eu quis fazer um spin de Fairy Of Jazz que é a minha vida toda e assim nasceu essa pequena parte do amor deles, espero que gostem tanto quanto eu amei.
Ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada!
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.
Ei, leitoras, vem cá! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso para você deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
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