Capítulo Único
Charles respirava fundo. Talvez fosse a milésima vez que o tirou do seu ponto de equilíbrio, ele definitivamente não tinha mais como defendê-la, não quando ela era tão inconsequente e irresponsável. Após a morte da sua mãe, a jovem não se incomodava mais com as consequências das suas atitudes e como elas iriam refletir nos negócios da família, a cada dia que passava ela apenas frequentava múltiplos bares e boates na cidade de Londres.
— Isso está ficando fora de controle ! — Jogou a revista que gritava uma manchete sensacionalista.
— Eu não me importo! — Ela sorriu sarcástica e deu de ombros.
— Isso vai arruinar nosso império! Você realmente acredita que era isso que sua mãe queria? — O pai a fitou com os olhos marejados.
— Como eu disse, eu não me importo! — A jovem levantou-se da cadeira, apoiou as mão na mesa e o encarou com o semblante de irritação em seu rosto. — Eu não sou mais uma garotinha e quero que você pare de me tratar assim.
O homem já havia deixado de lado todas as esperanças.
— Então o que quer fazer? Abandonar tudo o que construímos? — Falou nervoso.
revirou seus olhos e seguiu o passo para fora da sala deixando o homem que a criou, sozinho e sem respostas, ela já não contava mais as vezes que seu pai a repreendia pelo seu atual comportamento. A mídia estava de maneira negativa em cima dela e era complemente compreensível, visto que ela era a queridinha do momento.
A única sucessora dos negócios da família e conhecida em todo território europeu como herdeira de uma grande fortuna tornou-se uma das maiores socialites do presente, ela era o bibelô da Inglaterra e sua conduta não estava sendo agradável, nem para ela e nem para imagem do país que estava ficando reconhecido por passar pano para crise de estrelismo da mesma. Mas, isso não era algo que conseguia atingi-la. Ela buscava sentir algo, pois não sentia mais nada desde que sua mãe não estava mais presente.
Afastou seus pensamentos e foi em direção para cozinha na tentativa de fugir mais uma vez pela porta dos fundos, Charles havia aumentado a quantidade de seguranças e proibido que qualquer funcionário atendesse algum pedido da filha que não passasse por ele antes. Ela sentia-se presa. Encurralada. Mas, ainda assim conseguia driblar as tentativas falhas do seu pai. Girou a maçaneta lentamente na tentativa de não tirar a atenção de ninguém que estava naquele lugar.
— Onde pensa que vai ? — A voz de Morgana surgiu atrás dela.
— Eu só estou indo tomar um ar. — Ela bufou.
— De maneira tão suspeita assim? — A governanta olhou a garota desconfiada.
A jovem simplesmente abriu a porta e continuou andando para o jardim da sua casa, até que avistou um de seus seguranças e correu até o mesmo. Ele percebendo a euforia e a movimentação diferente do habitual, já se preparou para mais uma das ideias mirabolantes de fuga dela.
— James, por favor! — Implorou sem ao menos explicar o que precisava.
— Não posso continuar te ajudando ! Vou terminar perdendo meu emprego, você sabe disso! — A fitou sério.
— James, eu prometo que é só dessa vez. Não farei nada que possa sair em tabloides, não vou prejudicar você. — Suplicou. — Papai não vai brigar com você como da última vez. — Fez um bico que nem uma alma conseguia resistir.
James era seu segurança mais próximo, o único que ela sentia que realmente se importava com toda situação, e de fato, ele se solidarizava com a garota, não lembrava a última vez que a própria colocou um sorriso sincero em sua boca desde a morte da sua mãe, então sempre a ajudava a escapar. Ele sabia que não era estrelismo. Ela estava triste. E o mesmo sentia-se mal por ela não ter um pai que enxergasse isso.
Sendo assim, ele consentiu e ajudou ela a fugir pela incontável vez naquela semana. A loira ficou na ponta dos seus pés e o beijou na testa como forma de agradecimento, jamais deixaria seu pai fazer algo contra James, ela usaria sempre a famosa chantagem emocional para se safar de qualquer tipo de problema que enfrentasse.
Depois de andar alguns metros, colocou o capuz sobre a cabeça na tentativa que ninguém a reconhecesse, entrou no primeiro taxi que aceitou a corrida e pediu para que o mesmo a levasse para o bar mais próximo no centro da cidade, acreditava que o álcool a ajudaria mais uma vez. Não faria qualquer coisa imprudente, pelo menos, não essa noite. Havia feito uma promessa a uma pessoa especial e dessa vez não quebraria.
O taxista deixou a jovem em um lugar calmo e no fundo ela o agradeceu por isso, mesmo não imaginando que essa era sua intenção. Olhou a placa piscar um nome vermelho neon e adentrou ao local tomando rumo ao balcão pedindo a cerveja mais gelada que o barman poderia oferecer e retirou da cabeça a peça que escondia seu rosto.
— Dia difícil? — Uma voz masculina surgiu e ela direcionou seu olhar para esquerda.
não se conteve ao ler cada detalhe daquele homem robusto e forte ao seu lado, a barba por fazer, a boca bem desenhada, um olhar penetrante e seu cabelo penteado todo para trás. Talvez não tivesse visto alguém tão bonito em toda sua vida. Sentiu-se intimidada por um momento. Não achava que era capaz de chamar a atenção de um cara como ele, pelo menos não como estava vestida.
Respirou fundo antes de responder.
— Pois é! — Xingou a si mesma internamente por não conseguir dizer uma sílaba a mais.
— Conheço o sentimento! — Sorriu gentilmente e ela sentiu o coração apressar a batida.
— Eu duvido! — Riu nasalado.
— Você deveria tentar! — O homem a provocou e bebericou um pouco da cerveja.
observou o movimento que o seu pomo de adão fazia a cada gole que ele dava, culpou-se mentalmente por querer se entregar naquele mesmo momento, cortou sua sede com um gole da bebida gelada e lembrou que havia prometido que não faria nada impulsivo ou rebelde naquela noite. Bufou.
— Alguém realmente está estressada hoje! — O cara ao seu lado voltou a falar.
— Você ainda está ai? — Disse irritada.
— Eu não sabia que você tinha comprado esse bar. — Falou irônico.
— O que você quer? — Ela só queria que ele ficasse longe. Não poderia errar hoje.
— Bem, eu queria te pagar uma bebida, mas pelo visto... — Ele a encarou.
— Então já que estamos querendo saber coisas por aqui, eu queria saber se você é meu fã ou algo assim. — Levantou as sobrancelhas e usou um tom sarcástico.
— Sobre o que você está falando? — Ele pareceu receoso, mas viu mais como cinismo.
— Obviamente, deve ser pelo fato de eu ter te visto pelo menos nos últimos três bares de Londres que eu estive e que talvez você não consiga disfarçar, o suficiente, com seus olhos o quanto quer me levar pra sua cama. — Articulou as palavras de modo contundente e travou o maxilar.
Ela estava certa. Ele havia a seguido. E ele havia a encarado e, possivelmente, paquerado um pouco todas as vezes. Mas, dessa vez resolveu se aproximar por sentir triste, queria ajudar de alguma forma, não queria parecer um fã obcecado, essa nunca foi intenção. Pelo visto, ela não reagiu da maneira que ele esperava.
— Então, senhor misterioso, o que me diz? — Ela transpareceu acidez.
— Culpado! — Era a única coisa que ele conseguia falar.
— Era o que eu imaginava. — A garota suspirou.
— Mas, em minha defesa, eu não sou um fã! — Tentou explicar. — Acho que deve ter sido apenas uma coincidência. — Mentiu. — Talvez o destino! — Sorriu de lado e revirou os olhos.
— Com toda certeza! — Bebericou a cerveja.
— Qual é! — Exclamou. — Isso é tão estúpido! — Expeliu indignação enquanto a garota o mirava. — Olha para você... — Estendeu suas mãos em direção a ela na tentativa de expressar algo. — É impossível não te querer! — Ele soltou as palavras sem pensar.
A tensão era grande no local, talvez ambos nunca tivessem sentido tanta química em algum momento das suas vidas, o tempo parecia correr cinco vezes mais rápido que o normal. Ele pensou que era um erro, tentou voltar atrás, mas seus olhos estavam fixos nos dela, não conseguia sair dali. Sentiu-se um tarado por ser capaz de ter pensamentos impróprios com a jovem em sua frente.
engoliu seco. Sentia o calor subir por sua intimidade e arrepiar cada pelo do seu corpo. Ela não sabia que um olhar poderia causar tantos sentimentos diferentes por dentro e por fora dela. Ambos se encaravam de maneira que poderiam se atacar a qualquer hora. E foi exatamente isso o que aconteceu.
A jovem o agarrou pelo pescoço e o beijou de forma abrupta, mas o mesmo não interrompeu a atitude dela, ele desejou isso tanto quanto a garota. Logo após o consentimento, ele abraçou a cintura dela e a encaixou no meio das suas pernas, pois ela era pequena o suficiente para isso. Suas línguas entrelaçaram-se em uma rapidez, como se eles estivessem esperando por isso há anos. Os dedos da morena passeavam pelo cabelo macio do rapaz enquanto o mesmo mordiscava seu lábio inferior e sorria entre o beijo.
— Eu sou o , por acaso! — Ele sussurrou apartando o beijo delicadamente.
— Eu sou a ! — Ela riu sem jeito por alguns segundos até perceber um paparazzi na porta do bar. — Merda! — Seu rosto apresentou uma feição de desespero e colocou seu capuz novamente.
— Eu fiz algo errado? — Perguntou.
— De jeito nenhum! Talvez tenha sido o melhor beijo da minha vida! — Mostrou seus dentes em um sorriso amistoso. — É só que... — Olhou novamente para porta do bar e seguiu o seu olhar.
— O que você está procurando? — Indagou confuso.
— Consegue ver aquele cara segurando uma câmera fotográfica? — Ela apontou e ele assentiu. — Ele está atrás de mim, aposto que me seguiu! — Falou preocupada e enxergou o homem a sua frente confuso. — Consegue me tirar daqui? — Pediu ansiosa.
Ele não pensou duas vezes, a segurou pela mão e a conduziu pelo meio daquelas pessoas que estavam no bar, atravessando todas de maneira cautelosa até a porta de trás do bar, podia sentir a temperatura fria do seu tato causado pela inquietação e receio. entrelaçou seus dedos na tentativa de fazer com que se sentisse mais segura, parecia bobagem, mas não queria que ela carregasse qualquer tipo de sentimento que pudesse feri-la.
Após passar pelo portão de metal, avistou sua moto e andou um pouco mais rápido até alcançar o mesmo, a garota apenas o seguia, não era capaz de soltar sua mão nem se o quisesse. Depois que chegaram perto do veículo, ele retirou o capacete que estava pendurado no guidão e entregou na mão dela, a apreensão tomou conta da jovem que pensou em desistir de seguir com um estranho qualquer após lembrar da promessa feita a James.
— Eu não acho que é uma boa ideia! — Sorriu sem graça, hesitando, e devolveu o capacete para o homem que a olhava confuso agora.
— Está com medo? — Perguntou.
— Não... não é isso! — Mordeu o lábio meio aflita.
— Então o que é? — Ele perguntou curioso e apenas ouviu o silêncio reinar naquele pequeno espaço entre os dois. — Olha, você tem duas opções. — Sorriu gentilmente. — Você pode escolher isso! — Ele balançou o capacete levantando suas sobrancelhas. — Ou você pode voltar para o fotógrafo lá fora. — Sugeriu e era notável o deboche no seu tom de voz.
hesitou pela segunda vez naquela noite. Encarou receosa e pegou o equipamento de segurança da sua mão encaixando na sua cabeça enquanto podia enxergar o sorriso vitorioso que ele tinha no rosto, ela revirou seus olhos e devolveu seu olhar para ele e eles devem ter ficado por ali uns segundos em silêncio.
O homem conseguia ver os pequenos olhos verdes dela através da brecha do capacete, a pupila dela dilatava conforme o tempo se passava. não conseguia definir o que era aquele sentimento, mas franziu o cenho ao sentir a tristeza que carregava.
— Está tudo bem? — Ela perguntou ingenuamente.
— Sim! Eu acho que sim! — Ele acordou do transe e forçou um sorriso.
— Então... Vamos fazer isso ou não? — Ela apontou para moto. Ele balançou a cabeça repetidamente.
— Claro! Me desculpa! — Ele parou de encará-la, mas sentiu um aperto no peito que foi ignorado ao subir no veículo e o acompanhou.
— Não vai me matar, vai? — Ela perguntou de um jeito sarcástico e ele riu fraco.
— Você tem tempo para desistir se quiser! — Ele ligou a moto e acionou a embreagem.
— Não é como se eu ainda tivesse algo a perder. — A garota engoliu seco e agarrou a cintura de em uma tentativa de se sentir protegida.
Ele entendeu o recado. Começou a dirigir para o mais longe possível daquele lugar, era uma noite fria em Londres, então o vento gélido alcançava as mãos de , que involuntariamente apertava a cintura, do homem que pilotava a moto, mais forte. dividia seu olhar entre a pista e ela, através do retrovisor conseguia enxergar o quanto o sentimento de liberdade a preenchia. Pensou em um lugar que a levaria, sem que fosse sua casa, que fizesse a mesma se sentir segura. Mas, não conseguiu. Ela pareceu entender a confusão que se passava na cabeça dele e deixou escapar algo.
— Não se preocupe! — Ela falou um pouco mais alto, pois o barulho do vento contra eles poderia fazer com que ele não a ouvisse. — Pode ser a sua casa! —Ambos se encararam pelo retrovisor por algum período curto de tempo.
Ele acelerou a moto em direção a sua moradia. Durante o trajeto apenas pensava em como ficaria só em qualquer tipo de espaço com sem que a tocasse ou sentisse a química dos dois a alguns metros de distância. Sentiu-se apreensivo ao pensar que sua fala tivesse sido algum tipo de passe para que ele pudesse a beijar novamente.
Entrou no estacionamento de um prédio muito alto, ela deduziu que deveria ter pelo menos uns quarentas andares, o edifício era todo espelhado e a garota teve uma sensação de déjà vu, como se tivesse estado naquele lugar anteriormente, o que não seria difícil já que estavam no centro da cidade e era muito comum esse tipo de imóvel.
Após estacionar o veículo, ambos desceram da moto e retiraram os capacetes, ela passou a mão pelos fios longos do cabelo seguindo seu comprimento, arrependida por não ter prendido o mesmo e recebendo o olhar debochado do homem a sua frente que entrelaçava os seus dedos pelas madeixas.
— Você pode usar meu pente! — Ele riu nasalado enquanto ela fuzilava ele com os olhos.
— Você me conhece há alguns minutos e já acha que pode brincar assim comigo? — Ela continuou fitando aqueles olhos azuis e aproximou-se dele pressionando o dedo indicador no seu peitoral, ele não se conteve e mordeu seu lábio de um jeito provocativo.
— Desde que você me conceda permissão, imagino que posso fazer qualquer coisa! — jogou a cabeça para trás em uma gargalhada após ver o olhar de reprovação dela.
— Não acha que está indo rápido demais? — Ela perguntou sem esperar uma resposta adequada, pois queria aquilo tanto quanto ele.
— Você mesmo disse que não tinha mais nada a perder.
E ali estava a resposta correta para o momento certo. Era exatamente tudo o que ela queria ouvir, talvez ele tenha até superado suas expectativas, usando as próprias palavras da jovem contra ela. Era isso que ele pensava, mal sabia que tinha despertado todos os gatilhos possíveis para que se entregasse por inteiro para ele aquela noite.
Ela bufou concordando com a resposta e jogou o capacete com uma certa força no peitoral dele, mesmo sabendo que ela não sentiria dor alguma, pois seus músculos não permitiriam que isso acontecesse. Ela realmente ficava pequena perto dela, o suficiente para ser encaixada nos seus braços. segurou o equipamento com uma mão sem tirar o sorrisinho da boca.
Deu as costas ao próprio e foi em direção ao elevador, que se encontrava a pouco passos da moto, ela conseguia sentir o olhar de por cima de seu ombro, ele caminhava lento atrás dela, deixando que ela o guiasse mesmo que a garota não fizesse ideia de onde estava, apertou o primeiro botão que viu, em razão de acreditar que assim o mesmo chegaria até eles.
— Não tem mais fotógrafo atrás da gente! Não precisa sair correndo. — Ele falou ao sentir a garota um pouco desconfortável.
— Não é como se eu estivesse fugindo. — virou a cabeça para olhá-lo.
— Mas, é o que parece! — O homem exclamou e eles se encararam por alguns segundos.
Ambos voltaram a atenção para o barulho do elevador anunciado sua chegada e a porta do mesmo abrir, os dois entraram e tratou de pressionar o botão que possuía o número trinta e cinco e engoliu a saliva devagar um pouco apreensivo pensando que não era a primeira vez que levava uma garota para sua casa, mas era diferente, em todos os aspectos e ele sabia disso.
Ao chegarem, ela saiu primeiro do pequeno espaço onde estavam e foi em direção a única porta que encontrou. Pensou em como ele poderia ser bem sucedido, pois um apartamento por andar poderia significar que ele tinha um bom emprego, como também ele poderia ser sustentado pelos pais. Riu em seus pensamentos, por que se quer existia uma razão para ela estar ansiosa com um futuro que não era seu, no momento.
Ela nunca cogitou a possibilidade de ter um amor, não acreditava nisso. Já tinha experimentado ficar com alguns caras e nada despertava esse tipo de coisa dentro dela. Mesmo crescendo em um ambiente onde enxergava apenas esse sentimento, não achava que essa era a solução de qualquer problema que ela poderia ter e não seria um cara qualquer que conheceu em algum bar de Londres que mudaria isso. Ainda mais, depois da sua mãe não estar mais presente na sua vida.
— Você está ansiosa com alguma coisa? — passou por ela para abrir a porta.
— Pareço estar? — Ela devolveu a pergunta com outra pergunta, entregando um sorriso cínico, pois já sabia a resposta.
— Sim e muito! — Ele encaixou a chave, girando e destrancando lentamente a única barreira entre eles e seu esconderijo. — É sua última chance de fugir! — Disse ele, segurando a maçaneta e deixando uma pequena brecha a mostra.
revirou seus olhos e empurrou devagar o ombro dele para ter acesso ao seu segredo. Ela acreditava que sua casa ou quarto revelava um pouco de você e estava esperando algo bem ostentoso do homem que estava atrás dela. De início deu de cara com a cozinha, o apartamento não possuía muitas coisas, era extremamente espaçoso e ao contrário do que ela estava pensando era bem simples e não existia luxo. Logo, deduziu que ele não era do tipo fabuloso e agradeceu mentalmente por isso.
Prontamente a sua esquerda estava uma sala com um enorme painel e uma televisão demasiadamente grande, como uma tela de cinema, talvez fosse a coisa mais extravagante naquele lugar. Ela apontou para o local levantando suas sobrancelhas como se estivesse indignada com tamanho exagero.
— Eu gosto de rugby. — Ele tentou se explicar enquanto recebia um olhar extremamente julgador da moça. — Bem, gosto de assistir a jogos, preferencialmente de rugby. — Corrigiu enquanto colocava os dois capacetes em cima do balcão que ficava na ilha da cozinha.
permaneceu em silêncio, pareceu uma justificativa razoável para ela ou por ele ser bonito demais, isso tornava mais fácil para o sentimento de perdão brotar em seu coração. Desceu o pequeno lance de escadas com dois degraus que permitia a saída da cozinha para sala de maneira rápida. Pensou em como era compreensível a quantidade de moveis naquele lugar, visto que morava só.
Aproximou-se do sofá que estava alguns passos a sua frente e acariciou o material, tornando a olhar para sua esquerda, nesse momento desvendou uma barreira branca, o que seria uma porta de correr, foi de encontro a região com a simples dedução de que ali seria o quarto dele, visto que a sua direita era apenas uma enorme janela de vidro com uma linda vista para cidade.
Dedilhou a entrada e encarou o homem robusto que havia colocado suas mãos nos bolsos da calça, inquieto, como se esperasse uma aprovação dela ou algo assim. a observava enquanto entregava um sinal de liberação, para ela entrar em seu quarto, com o seu olhar. E assim ela o fez, afastou uma porta para direita e outra para esquerda.
— Eu não estava contando com isso! — Confessou.
— Se estava esperando algum tipo de confusão aí dentro, sinto muito desapontar! — Ele alegrou-se fazendo o mesmo caminho feito por ela e agora também habitando seu quarto.
— Então você é daqueles que tem algum tipo de toc ou só gosta das coisas do seu jeito? — Ela virou-se para ele com um olhar tendencioso e tentou sair por cima na conversa.
— Eu era militar! — Ele revelou e tudo fez sentido na cabeça dela, desde o corpo extremamente musculoso, como o seu apartamento impecável. — Organização é a nossa primeira tarefa. — Justificou.
— Era? — Questionou curiosa.
— Sim! — Afirmou de um jeito seco e recebeu uma feição de reprovação dela.
— Ok! Vou entender isso como um... — Foi interrompida antes que pudesse terminar a frase.
— Eu me envolvi em um acidente. — pareceu desconfortável, então ela permaneceu em silêncio. — Anos atrás... Fui afastado e estou muito velho para voltar agora. — Ele riu fraco, incomodado. apenas assentiu. Algo que não tinha perguntado era sua idade, mesmo ele não parecendo tão velho quanto dizia.
Admirou-se do quarto dele, que por sua vez não estava bagunçado, lençóis no lugar, sem toalha em cima da cama, qualquer meia ou roupa espalhada pelo chão. Ao seu lado esquerdo conseguia enxergar um guarda roupa e uma outra porta que imaginou ser o banheiro, do outro lado mais um imenso painel de vidro, diferente do da sala, esse contava com uma belíssima persiana e ela entendeu que seria para afastar qualquer tipo de luz.
— Eu gosto da cortina. — Ela apontou para atrás dele. — Você definitivamente tem um bom gosto!
— Isso é uma outra ironia ou...? — Questionou desconfiado.
— Eu não estaria agindo muito diferente de você se fosse. — Suspirou.
— Nossa! — Estalou a língua no céu da boca. — Como eu consegui trazer você para minha casa se eu ao menos consigo ter uma conversa sem você tentar me esfaquear de alguma maneira? — Riu brincalhão até sentir fuzilar ele com os olhos.
— Você não conseguiu nada ! — Falou sério. — Estou aqui por que eu quero. — Ele assentiu apreensivo.
— Me desculpa?! — Estreitou os olhos buscando uma oportunidade de perdão e ela entrou em uma crise de riso enquanto observava ele sem entender nada.
— Meu Deus! — Tentou dizer entre as gargalhas. — Porque pisa tanto em ovos comigo? — Perguntou esforçando-se para respirar. — Deveria ter visto sua cara de preocupado. — Ela ainda soltou uma última risada e a encarava surpreso com tanta ousadia.
— Você é uma pessoa muito má! — Apontou seu indicador para ela. — Acho que deveria pagar por isso. — Começou a se aproximar dela, devagar, quebrando o espaço entre eles.
— Eu acho que eu já conheço esse sentimento. — Relembrou a fala do homem mais cedo no bar.
— Eu duvido! — Ele seguiu o raciocínio dela e respondeu a mesma coisa que saiu da boca da garota mais cedo. Sorriu em confirmação de que tinha entendido exatamente o que ela estava fazendo.
— Você deveria tentar! — Falou com um olhar provocativo e deu as costas para o mesmo, voltando o olhar para aquela vista a sua direita na sala, era algo que poderia tirar o folego de qualquer um, inclusive o dela.
Mesmo permanecendo a muitos metros de altura, ainda conseguia se sentir segura apenas de contemplar algo tão belo, de tudo naquela lugar definitivamente era ali que ela poderia sentar no chão e passar horas só observando Londres.
Foi andando em sentido a gigante janela de vidro e sentiu a seguindo, ele nem parecia um estranho, era esquisito como nunca se sentiu assim com ninguém, ele, definitivamente, poderia ser um serial killer, mas ela iria continuar ignorando isso, porque seu instinto dizia outra coisa. Acercou aquela área e colocou sua mão lacuna completamente transparente, para vivenciar qualquer tipo de sentimento enxergando todas aquelas luzes.
— E aí? O que achou? — Ele quebrou o silêncio dela com a grande expectativa de uma boa resposta.
— É bem... Você! — Ela respondeu. — Eu gosto! — Sorriu gentilmente e o encarou.
— Eu acho que isso é algo bom, certo? — Semicerrou os olhos.
— Você está querendo algum tipo de validação da minha parte como se fossemos casar?! — Ela colocou a mão sobre a boca e soltou uma risada meio zombeteira.
— Viu? Tentando me esfaquear outra vez. — Ele reclamou fazendo o gesto de uma facada no peito e acariciando o mesmo com uma das mãos.
— Como se você estivesse preocupado, certo?! — Ela debochou e ele suspirou.
— Eu só quero que você se sinta confortável. — Respondeu gentilmente passando o indicador na ponta do nariz dela.
— Assim como das outras vezes que ficava me encarando nos mesmos bares que eu estava e, por alguma coincidência, você também? — Ela ainda queria uma resposta para aquilo.
— , eu sei que pareci um psicopata... — Ele tentou refutar e foi cortado por ela em questão de segundos.
— Seria melhor me dizer a verdade . — Ela o fitou. — Eu odeio mentiras e ser enganada por um cara não está nos meus planos. — Mordeu a parte interior da bochecha, na tentativa de esconder o nervosismo.
— Olha, você precisa saber que eu sou... — Tentou falar algo e novamente, ele foi censurado.
— Você não é um paparazzi, é?! — Respirou fundo. Era uma pergunta difícil para ela, pois seu único plano aquela noite era ter o homem dentro dela, mas não podia vacilar com mais uma manchete sensacionalista.
— Você me ofende desse jeito! — Ele brincou tentando acalmar a inquietude dela.
sorriu fraco, receosa, mas conseguia enxergar verdade nos olhos de e continuou o encarando. O frio na barriga tomou conta da garota, pela segunda vez conseguia notar cada detalhe daquele rosto, ele realmente era coisa mais linda que ela já tinha visto em toda sua vida. Sem exageros. Isso estava claro em sua mente. Não se arrependeria de nada que fizesse essa noite, visto que tinha certeza que poderia ser a melhor de toda sua existência.
— Então, nada de fotos perigosas, certo?! — Ela pregou seus olhos na boca do homem e depois subiu de encontro com o olhar dele.
— Eu posso abrir uma exceção para você. — Ele riu e percebeu o quanto ela o encarava com aqueles olhos verdes de maneira penetrante.
A tensão sexual entre os dois era algo que poderia ser percebido quilômetros de distância. Literalmente. Eles estavam lado a lado e , simplesmente, aprofundava-se cada vez mais naquela energia.
— Algum problema? — Perguntou curioso.
— Porque um lugar tão alto? — Indagou interessada e tornou a observar o cenário na sua frente.
— Eu gosto da vista! — Ele respirou fundo.
— É, eu também! — Respondeu vidrada no homem ao seu lado.
Sem pensar duas vezes, virou-se para garota e posicionou suas mão na cintura dela, a mesma tomou impulso e foi para seu colo. Ele conseguiu abraça-la de forma que não sobrasse espaço para fuga. Era o encaixe perfeito. Entrelaçou um dos braços em seu quadril, apalpando um lado de suas nádegas o que fez ela arfar, em consequência sua outra mão cruzou caminho direto para o cabelo dela enlaçando seus dedos em todos os fios possíveis. E a beijou, como se não houvesse amanhã.
conseguiu sentir algo.
Ela sentia a ponta dos dedos dele correndo pelo seu couro cabeludo, sua mão apertando todas as partes do seu corpo, sentia os lábios dele percorrendo toda a região do seu pescoço, conseguia sentir o seu íntimo latejando de desejo para penetrá-la. Ela poderia repetir a palavra sentir várias vezes na sua mente. Depois de meses após a morte da sua mãe, ela atingia alguma sensação, o que estava há tanto tempo tentando fazer, ele havia conseguido.
Não existia nenhuma garota mais anestesiada naquele momento além dela. Algo novo e um misto de emoções tomava conta dela de maneira gratuita. Não precisava mais fingir, ela estava segura nos braços dele. A língua do homem que a segurava em seu colo dava voltas dentro da sua boca como se estivesse vivendo uma aventura. Ela não queria mais nada, tinha tudo ali. apartou o beijo.
— Tem certeza que fazer isso? — Ele indagou com a respiração ofegante.
— Está com dúvidas se quer me foder? — fez um carinho no pescoço dele com a ponta das unhas. Ele, obviamente, a encarou com um sorriso safado no rosto.
— Eu não tenho dúvidas em relação a te foder, isso eu tenho certeza que vou fazer a noite toda! — Ele caminhou com ela em seu colo enquanto proferia as palavras até chegar em sua cama. — A minha dúvida é se você quer que eu faça isso. — a deitou com gentileza e ela não conseguia tirar o sorriso maroto do rosto ao mesmo tempo que tocava os lençóis macios.
— Você quer que eu peça? — Ela franziu a testa durante sua fala e fez um bico em seus lábios, ele riu de maneira sarcástica com audácia dela de se fazer de vítima.
— Você não entendeu ! — O homem mordeu seu lábio inferior com tanta força que ela percebeu o quanto ele falava sério. — Eu só vou fazer isso se você me pedir. — tirou sua camisa e mirou seus olhos nos dela podendo vê-la boquiaberta.
Dominante. Ele era esse tipo de cara, agradeceu com todos os pelos do seu corpo, por que era impossível não se arrepiar com aquela estatura física parada a sua frente. Ela levantou-se ficando de joelhos em cima da cama e deslizou seus dedos do trapézio até os ombros dele, depositando pequenos beijos em toda região, ele fechou seus olhos, já sentia seu membro pulsar para enrijecer apenas com o toque dos lábios da garota.
Ela foi subindo com mais selinhos pelo pescoço ao mesmo tempo que passava suas mãos por toda área do peitoral do homem em sua presença, dirigiu-se em direção ao lóbulo da orelha dele, mordiscou a ponta e sorriu maliciosa ao passo que pegou a mão dele, colocou em sua intimidade, nesse momento pode perceber através da calça jeans dela o quanto ela estava molhada e a própria sussurrou em seu ouvido.
— Isso é suficiente? — Questionou devassamente.
Não era um pedido. Mas, de verdade, era o suficiente para ele. A jogou com uma certa força contra o colchão e sorriso no rosto da garota era o mais depravado possível. o queria tanto dentro dela, não sabia explicar. O rapaz robusto foi para cima, pois não poderia esperar mais nenhum segundo. Com todo cuidado retirou primeiramente o moletom e já revelou sua peça íntima.
O sutiã preto dela destacava sua pele branca, e o bojo exaltava o contorno dos seios, sentiu-se extasiado visto que eles eram do tamanho proporcional ao corpo dela. estava linda para ele e ela ao menos havia retirado sua vestimenta inferior. O cabelo espalhado por todo tecido branco deixava ele cada vez mais excitado.
Conduziu sua boca para beijá-la novamente enquanto ela desabotoava o botão de sua calça e fez igual a garota, ambos despidos, conseguiu enxergar o volume mediante a sua cueca e não evitou por passar a mão e acariciar seu membro enquanto ele mordiscava os lábios da garota e gemia sem muita pretensão, mas sabia que não demoraria muito para que ficasse duro.
Segundos depois eles já estavam se beijando novamente e ele fez questão de chupar a língua dela várias vezes, desceu sua língua em toda região do busto de e retirou a alça do sutiã e ela se prontificou em retirar a pequena trava nas costas, mas, o homem segurou sua mão antes que ela pudesse fazer qualquer coisa e retirou a peça, evidenciando os seios redondos e delicados.
desceu sua boca em direção ao bico esquerdo, o qual já estava extremamente enrijecido, deu leve mordidas e brincou com a ponta da sua língua ao redor, o que fez ela arfar e sentir sua intimidade latejar, a garota fechou seus olhos em uma tentativa de controlar o tesão e conseguiu se divertir com isso. Ao ver se contorcer com seu toque molhado, ele levou sua mão até o outro seio, o apertando carinhosamente e lentamente, ela, consequentemente, mordeu seu lábio inferior, o que tirou um sorriso safado dele.
Ela entrelaçou seus dedos no cabelo macio dele e puxou um pouco, incentivando, cada vez mais, ele a continuar. Procurando os lábios dela, o homem novamente começou um beijo, mas dessa vez com mais ferocidade e algumas provocações, mordidas nos lábios e por todo seu pescoço, ele definitivamente estava fazendo querer a boca dele em seu sexo.
Ele deslizou sua mão pela cintura dela em direção a sua parte íntima e fez questão de tirar calcinha da garota o mais devagar possível para que seus dedos deslizassem em suas pernas e ele pudesse sentir os pelos dela se arrepiarem em razão do choque da pele de ambos entrando em contato. estava nua para que ele pudesse fazer o que ele quisesse com ela. Estava totalmente entregue, ansiando a cada segundo ser consumida como nunca havia sido.
Com dois dedos, começou a acariciar o clitóris dela devagar, tentando conhecer a zona de prazer de , enquanto ela soltava pequenos gemidos, ele salivava, pronto para colocar sua língua e fazê-la gozar em sua boca. Distribuiu beijos pela lateral da coxa da garota, que se contorcia ao sentir os lábios dele em todas as extremidades ao mesmo que os dedos do não paravam de fazer movimentos leves e circulares em sexo.
— ... Por favor! – Ela implorou com a voz falha e a respiração ofegante e logo podia se notar a expressão de vitorioso no rosto dele, apenas comemorando o feito dela desejá-lo, querê-lo e esperá-lo dentro de si mesma.
— Diga meu nome de novo! — Ele parou tudo o que estava fazendo e ficou com a cabeça baixa entre as pernas dela, esperando que ela o obedecesse.
— ... — Ela sussurrou sem pensar duas vezes e ele estremeceu.
Não contou segundos para enfiar sua língua em cada centímetro dela, sentir seu gosto, o quanto ela estava molhada esperando por ele ali. começou a gemer mais alto quando a colisão entre sua intimidade e o homem a sua frente foi imediata, ela arqueou suas costas e comprimiu os dedos do pé, virando e afagando o rosto no travesseiro fofo que estava ao seu lado.
explorava aquele espaço como se pertencesse apenas a ele, ela não era mais a dona, não naquele momento, ele era. Sua língua fazia movimentos de cima para baixo demoradamente e ela se contorcia naquela cama, puxando os lençóis com força, parecia que ele tinha achado o ponto, pois sentia cada vez mais jorrar seu líquido dentro da boca dele e o próprio não deixava nada escapar.
— Isso... Desse jeito! — Disse ela, fazendo o homem parar bruscamente sua ação e a jovem o fitou sem entender o que tinha acontecido.
— Quem disse que você manda aqui? — Ele ficou em pé e a encarou sério.
— Eu achei que... — Passou a língua pelo lábio, pois não sabia como terminar aquela frase vendo com membro duro por dentro da cueca que já demonstrava sinais de um pré gozo, pois estava um tanto melada. — O que você quer que eu diga? — Tentou se redimir ficando de joelhos na cama e se aproximando dele.
O homem riu nasalado. Ela, realmente, era extremamente atraente e nua tinha se tornado a primeira maravilha para ele, seus olhos não conseguiam para de percorrer o corpo da garota. Não podia esperar mais. Queria entrar desesperadamente e fodê-la o mais forte possível.
tirou sua cueca revelando o quanto seu pau estava duro, o suficiente para ser enfiado nela, dedilhou a cabeça do mesmo recolhendo um pouco do fluido que estava soltando e esfregou nos lábios da garota em sua vista, ela segurou o dedo dele, colocou dentro de sua boca e chupou através do meio mais vulgar o possível, ele retirou, repetindo processo anterior e desceu sua mão para o pescoço dela, a enforcando lentamente.
— Eu não quero que diga nada! — Ele depositou um beijo demorado na boca dela. — Eu quero te fazer minha! — Soltou as palavras bem próximo ao rosto de que conseguia sentir a respiração dele e no mesmo instante fraquejou e a jogou de volta na cama.
A garota permaneceu em silêncio, esperando algum tipo de comando, pois não seria capaz de desobedecer o homem a sua frente, nem se quisesse. Todo aquele sentimento de se sentir livre, de cometer atos imprudentes para chamar atenção, agora conseguia entender o seu comportamento rebelde, fechou seus olhos e respirou lentamente.
percebeu a inquietação de , passou a mão pelo seu membro para chamar a atenção e mostrou um sorriso triunfante quando conseguiu. Ela ficou de quatro na cama com o olhar em direção ao homem, esperando que ele pedisse para que a mesma o chupasse, engatinhou rumo ao membro dele e passou sua língua na glande dele esperando algum tipo de aprovação, sem sucesso. Novamente, repetiu a ação e não teve resposta dele, ele ao menos se moveu.
— ... — Ele a chamou atenção, ela voltou os olhos castanhos para ele e, rapidamente, olhou para o lençol branco, pois não conseguiu o encarar. — Eu mandei você me chupar? — Ele perguntou.
A garota iria responde-lo, mas lembrou que o mesmo disse que não queria que ela falasse nada, então apenas balançou a cabeça negativamente. segurou seu queixo, não deixando saída para que ela olhasse para outro lugar.
— Eu quero te fazer minha! — Ele proferiu. — Só quem importa aqui é você! — Depositou um carinho no rosto dela. — Eu vou te fazer voltar para mim todas as vezes que pensar em ir embora por que não vai conseguir estar com outro cara sem pensar em como eu te chupo melhor ou te fodo melhor.
engoliu seco. Estava apta para gozar só ouvindo ele.
— Tem uma camisinha na gaveta daquela cabeceira. — Ele apontou. — Quero que pegue ela. — Ela ouviu a ordem e o obedeceu. — Abra pra mim! — Mandou.
Bastante refém da situação, ela abriu o pacote preto que estava em suas mãos enquanto não tirava seus olhos do dele, totalmente entregue. Se inclinou para vestir o membro de , após ele assentir, ela concluiu a ação da forma mais lenta o possível, queria aproveitar cada segundo tocando aquele homem. Ao mesmo tempo que tudo acontecia devagar, a intensidade era dobrada, era o que ela sentia
— Fica de quatro para mim! — Exigiu.
A garota apenas acatou e ficou na posição ordenada por ele, se era assim que ele desejava, seria assim que ela o faria.
— Eu sabia desde o momento que te vi no bar que você seria a coisa mais gostosa nua. — Ele apertou com força a nádega direita dela e desferiu um tapa na mesma.
A garota gemeu inocentemente. O homem revirou os olhos só por ouvir aquele som.
Ele estava pronto para devorá-la, mas, mesmo assim resolveu provocar a garota mais um pouco. Segurou seu membro já bastante duro e começou a roçar a cabeça do mesmo no clitóris dela, que enfraquecia conforme os movimentos iam ficando mais provocativos e sua respiração mais ofegante, tentava controlar seus gemidos, mas era impossível.
— Isso é tortura ! — Ela choramingou.
Ele mordeu o lábio risonho. Estava ouvindo exatamente o que queria, por isso não parou de fazer o que estava fazendo.
— Por favor! — Ela implorou segurando os lençóis e bagunçando mais ainda a cama.
Sem mais delongas, ele a penetrou com força enquanto segurava a cintura dela e mesmo com a capa de borracha para proteção de ambos, podia sentir o quanto ela estava molhada, pois seu pau deslizava facilmente. Os dois estavam sentindo tanto prazer que só eram capazes de fechar os olhos e emitir sons de puro deleite.
apertava ela com tanta potência que marcas seriam deixadas ali sem complicações. Vê as costas nuas dela e seus cabelos pretos que balançavam de acordo com os movimentos de vai e vem, revelando mais ainda da pele branca daquela área, não conseguiu controlar seus extintos e começou a arranhá-la, a mesma não aguentou e começou a gemer mais alto.
Dor. Era isso que ela buscava esse tempo todo. Não sabia que era disso que precisava até estar na cama com o bendito homem.
— Eu poderia te comer assim a noite toda! — Comentou enquanto não parava de meter nela. — Mas, eu quero te ver gemer meu nome. — Parou lentamente a sua movimentação, o que fez ela protestar um pouco.
virou-se, deitou e ajeitou na cama de uma maneira que coincidisse com o espaço que ele deu para ela fazer isso. O homem segurou suas pernas, acariciando ambas, e as abriu lentamente, revelando como o sexo dela num instante estava inchado e bem vermelho, mordeu o lábio por pura luxúria.
— Noite de sorte, não acha? — Ele perguntou com um sorriso sacana e ela o acompanhou.
Não perdeu tempo para enfiar novamente o seu pau nela. A garota franziu o cenho, mordendo o lábio por sentir ele mais uma vez dentro dela.
— Você está tão molhada ! — Ela estremeceu ao ouvir o homem chama-la pelo nome e ele conseguiu identificar mais líquido sendo jorrado por ela.
A garota não conseguia soltar uma palavra. Só gemia cada vez mais.
— Você é tão apertada, mas consigo deslizar tão fácil dentro de você. — Ele falou cada palavra com tanto tesão. Era possível ver o quanto seu rosto estava vermelho. Ele era o próprio fogo.
— ... — Ela gemou com os olhos estreitos.
— Isso meu amor! — soltou a última palavra com pretensão. Esperou repreensão da garota, pois faziam apenas algumas horas que eles tinham se conhecido. Mas, ela entrelaçou os dedos nos cabelos dele, segurou com um pouco de força e o olhou profundamente nos olhos dele. — Fala meu nome de novo! — Ele mandou enquanto seu olhar permanecia vidrado no dela.
— ... — Ele ouviu a voz suave da garota e a estocou mais forte.
— Outra vez! — O homem ordenou ao mesmo que metia seu membro dentro dela vigorosamente.
— , eu quero você! — Ela mordeu o lábio inferior para provocar e ele diminui o ritmo dos seus movimentos, enfiando devagar, porém com rigidez. E recebeu o olhar de aprovação da garota.
— Gosta quando eu te fodo assim? — o ouviu perguntar e contraiu a vagina o máximo que pode apertando o pau dele no interior dela. Começou a gemer descontroladamente cada vez que sentia . — Olhe para mim enquanto estiver gemendo. – Ele preceituou e os dois, agora, se encaravam.
Parecia que eles dois se conheciam de outras vidas. E assim permaneceram por alguns minutos, o prazer reinava entre eles de forma tremenda, o gemido de ambos ecoava dentro do quarto. A feição dela era de uma garota que estava perdendo a virgindade, pura e simplória, como se ela nunca tivesse sentindo isso antes.
E de fato, ela nunca havia experimentado alguém como ele. Nunca. Era mágico como ele havia controlado ela apenas em algumas horas, como ele a possuiu no momento em que aproximou-se dela no bar.
Não demorou muito para que chegassem ao ápice. E depois de um gozo imenso, os dois completamente suados, suas testas estavam coladas em uma tentativa de ficarem mais próximos do que já estavam. Ela sorriu verdadeiramente, não fazia isso há meses, devolveu o sorriso. A palavra satisfação não era capaz de definir o que aquilo representava para eles.
Acabaram pegando no sono não muito tempo depois disso, mesmo relaxada o suficiente para dormir toda a madrugada, foi acordada pelo barulho do seu celular vibrando na cabaceira ao lado da cama e nome “papai” aparecendo na tela do aparelho, ignorou a chamada e só assim foi possível ver que ele já havia ligado doze vezes para ela. Deixaria as explicações para quando chegasse em casa, não queria lidar com isso agora.
Observou sereno ao seu lado e não evitou o sorriso formado em sua boca, ele, realmente, era lindo. Pensou em como a noite havia sido maravilhosa e em como ela poderia ficar ali para sempre, tudo pareceu tão fácil e isso ganhou ela de forma absoluta. Levantou-se da cama enrolada no lençol que há poucos minutos ainda a cobria, pelo fato de que ainda estava nua.
Direcionou o seu corpo para grande janela transparente que ficava na sala, ainda estava encantada com aquela vista, olhando através dela tudo parecia tão simples naquela cidade, ela se sentia uma desconhecida e era tão bom quando ninguém sabia quem era ela. , definitivamente, tinha problemas em lidar com o legado que foi deixado para mesma assumir.
Sentou-se no chão, ignorando o gelado quando sua bunda encostou no piso, ficou por um tempo ali vendo o céu misturar suas cores para despertar o sol, respirou fundo e sentiu a presença de alguém atrás dela, olhou para trás já sabendo quem encontraria ali. permanecia em pé, pelado, apenas a observando, o que a fez deseja-lo novamente dentro dela.
— Não consegue dormir? — Ele perguntou enquanto ajudava a se levantar.
— O céu está tão roxo. — Ela ignorou a pergunta. — É como se eu pudesse sentir o gosto. — Passou a língua pelos lábios fazendo o homem sentir arrepios por toda sua estatura física.
— Amora ou framboesa? — Ele despertou um sorriso sincero na garota com a brincadeira.
— Hum... — Ela o encarou. — Com toda certeza framboesa. — Respondeu.
— Doce assim como você? — Ele a puxou e a encaixou nos seus braços, fazendo com que o lençol que escondia o corpo dela caísse.
— Você me acha doce, senhor...? — Esperou a resposta do sobrenome dele enquanto entrelaçava os braços ao redor do pescoço do homem.
— Dalgliesh. — Respondeu distribuindo beijos no ante braço dela.
sorriu com a ação dele. Perguntou a si mesma se era possível sentir-se amada em apenas uma noite ou em pouco tempo, mas era como se já soubesse de cada pedacinho que integrava o corpo, a mente e o coração dela.
— Achou que estou louca! — Proferiu.
— Não está! — Ele retrucou. — Eu também estou me sentindo assim. — Roçou o nariz dele no dela.
— Mas, você nem sabe sobre o que estou falando. — Tentou disfarçar e o homem soltou uma leve risada.
— E sobre o que está falando meu amor? — Perguntou meio sarcástico.
Ela não respondeu. Não conseguiu dizer uma palavra após ouvir ele a chamar de “amor”, só conseguiu imaginar em como ele a chamou do mesmo jeito enquanto estava a fodendo. Deslizou sua mãe pelo peitoral de até chegar ao seu membro e o fitou como se estivesse pedindo permissão para algo.
— Segundo round? — Ele mordeu o lábio ao mesmo tempo que colocava uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
partiu para o beijo e foi correspondida de maneira feroz, em poucos segundos ela já estava no colo dele e mais uma vez ambos se entregaram ao prazer de uma sensação que eles não conseguiam explicar de forma coerente e racional. Transaram ali na sala com a iluminação do mesmo céu roxo que a garota havia falado há pouco tempo.
Horas depois ela decidiu que era o momento de ir para casa e, provavelmente, ter uma conversa não muito agradável com seu pai para explicar seu sumiço, estava imaginando que ele já iria fazer no mínimo dez perguntas sobre o local que ela estava, a pessoa que a acompanhava, se tinha algum paparazzi por perto, se ela cometeu algum tipo de crime, talvez perguntasse até se ela havia assassinado alguém.
a deixou uma esquina antes da sua residência a pedido da mesma, pois teria que explicar até a presença dele caso existisse a mínima chance de seu genitor vê-los. Retirou o capacete e o homem a seguiu no mesmo movimento para que pudessem se despedir.
— É aqui que eu fico. — Ela entregou o equipamento de proteção para ele.
— Tem certeza? — Perguntou. — Posso te acompanhar até lá! — Falou fazendo menção para sair da moto.
— Não! Não! — Tocou a mão. — Meu pai enlouqueceria se descobrisse que eu dormi fora com uma cara. — Explicou. — Fora que esses fotógrafos ficam me rondando o tempo todo apenas me aguardando cometer mais um erro, aposto que estão em frente à minha casa me esperando chegar bêbada ou em cima da moto de alguém. — Revirou os olhos.
— Não me importaria de ser visto com você. — Foi gentil.
— Mas, meu pai se importaria e se um dia ele for te conhecer, não quero que seja dessa forma. — O encarou ao soltar as palavras e percebeu que talvez tivesse o deixado desconfortável. — Não se sinta pressionado, só saiu naturalmente. — Ela tentou se explicar e ambos riram.
— Eu te chamei de amor enquanto estávamos transando, você vai precisar de muito mais para me alcançar. — Ele piscou o olho.
— Pode me chamar de amor outras vezes se quiser. — Insinuou que gostaria de repetir a noite anterior.
— Alguém já te disse como você fica sexy quando está desarmada? — Ele fixou o olhar no dela e a garota o encarou completamente submissa. — Viu?! Nem parece que me queria longe no bar. — Foi sarcástico.
— O que você quer? — Ela estreitou os olhos aproximando-se dele e pegando a gola da sua camisa.
— Um pedido de desculpas por favor! — Mordeu o lábio com a expressão mais safada que ela já tinha visto um homem fazer.
— Desculpa? — pediu e ele balançou a cabeça negativamente, isso a fez encostar os lábios nos dele e beijá-lo suavemente. — E agora? — Perguntou.
— Acho que sua dívida é maior do que eu imaginava, vou ter que vir buscá-la mais uma vez hoje à noite. — Ele sorriu e eles se beijaram novamente.
— Onde está seu celular? — Perguntou e ele automaticamente entregou o celular desbloqueado para ela, que rapidamente digitou o número do seu telefone. — Só me ligar! — Ela disse devolvendo o aparelho.
— Pode deixar! — Sorriu.
— Eu vou te esperar então! — Acariciou a mão dele.
a beijou na testa e se despediu. A garota continuou a caminhada para sua casa ao mesmo tempo que ele a observava chegar até lá com a finalidade de só ir embora após isso. E assim foi feito.
optou por entrar pela porta dos fundos para evitar qualquer tipo de problema, mas foi inevitável, pois não conseguia ir para seu quarto sem passar pela sala onde fazia refeições com o seu pai, o qual estava tomando café da manhã sozinho sentado à mesa. Ela observou por um momento pela porta que dava passagem até o cômodo, respirou fundo e foi em direção a Charles, queria muito evitar aquela conversa, mas, sabia que não seria assim.
— Bom dia pai! — Disse enquanto sentava.
— Onde você estava ? — Perguntou sério após bebericar um pouco de café.
— Eu precisava me distrair. — Respondeu diretamente.
— Eu te liguei mais de dez vezes e é essa resposta que você me dá? — A fitou triste.
— Me desculpa pai! — Olhou para baixo, pois não tinha coragem para olhar ele
— Desculpa? — Retrucou indignado. — vai fazer quase vinte e quatro horas que você saiu dessa casa. — Bufou. — Quando vai entender que você é uma figura pública nesse país? — Questionou. — Eu poderia ter declarado desaparecimento. — A garota engoliu seco.
— Não papai! — Levantou o olhar. — Eu estava segura, eu prometo. Nada de manchetes sensacionalistas porque eu não fiz nada de errado e eles não me viram em nenhum lugar. — Foi doce, pois sentiu a ansiedade do seu pai. — Me desculpe por não ter atendido, eu só não queria lidar com essa conversa por telefone. — Olhou para ele triste.
— Eu sinto sua falta ! — Ele segurou a mão dela e apertou. — Espero que volte para mim um dia. — Pigarreou. — Eu já perdi sua mãe, não quero perder você também.
Aquelas palavras foram como facas para ela que na mesma hora caiu na realidade do quanto estava sendo dura e fria com seu pai que estava sentindo a mesma dor que ela, talvez até mais, pois sua mãe era o amor da vida dele.
— Pai, eu estou bem aqui! — Segurou a mão dele de volta. — Eu sei que estou sendo uma péssima filha, mas isso acaba hoje. — Ela falou e deixou Charles surpreso o suficiente para acender uma faísca em seu peito.
A garota não estava mentindo. Queria agir diferente, não conseguia entender o motivo, mas ter conhecido fazia parte dessa mudança, ela queria ser melhor por que não queria ser enxergada como uma mimada que preenchia o vazio da sua perda com drogas e festas todas as noites enquanto é exposta em vários tipos de manchetes. Queria mostrar para ele que era o tipo certo de garota que ele poderia investir. O primeiro passo para ser melhor seria parar de tratar seu pai com tanta falta de respeito.
— Eu serei melhor pai! — Disse. — Só peço que tenha um pouco de paciência comigo. — Pediu delicadamente. — Eu voltarei a comparecer a todos os eventos, estarei lá quando precisar de mim. — Sorriu com os olhos marejados.
— Minha filha... — o interrompeu sem intenção.
— Chega de notícias sensacionalistas! — Piscou seus olhos algumas vezes o que fez uma ou duas lágrimas perdidas escorrerem.
E ela não mentiu.
Nas semanas que correram estava voltando a ser o centro das atenções da Inglaterra, pelo seu bom comportamento, por prestar apoio ao seu pai nos programas televisivos, aparecendo em todos os eventos, em campanhas beneficentes, prestando doações do império para projetos de pesquisa em faculdades, ela estava brilhando novamente e era tudo que precisava ser feito.
Ao mesmo momento que fazia todas essas coisas, voltava a ser mais intimista com o seu pai, eles faziam pelo menos uma refeição juntos por dia, quando a agenda de ambos encontravam um horário similar. Mas, a garota também deixava um espaço do seu dia reservado apenas para , eles passavam horas juntos e escondidos, pois ela ainda não sentia que era o momento para chamar a atenção para esse tipo de coisa, tudo estava indo muito bem para ela, não era a hora dos holofotes mudarem o foco.
Os instantes juntos cresciam cada vez mais, mesmo sem colocar um rotulo naquilo, tanto ela quanto ele sabiam que estavam mergulhados o suficiente para viver aquilo o resto de suas vidas. estava mais feliz e se sentia transbordado.
Tudo era muito intenso, eles eram excessivos quando se tratava dos sentimentos de ambos, em consequência dos dias que passavam era mais fácil encontrar os dois por debaixo das cobertas no apartamento de , além do sexo, cozinhavam juntos, muitas conversas, muitas voltas na moto dele, assistiam a vários jogos de rugby, ela já estava começando realmente a gostar do esporte.
As risadas ecoavam naquele lugar quase todos os dias e quando estavam ocupados, passavam horas e horas pendurados no celular, até o pai da garota sabia que tinha alguém envolvido em tamanha felicidade da filha, mas a mesma sempre desconversava toda vez que eles chegavam nesse ponto, pois em sua mente não estava preparada para que o encontro entre eles acontecessem.
Ainda que estivesse completamente entregue e apaixonada pelo homem, não sabia até onde eles iriam, por mais que enxergasse o quanto o ex militar gostaria de ter ela todos os dias, ainda tinha uma insegurança em seu peito que não conseguia explicar mas, sabia que poderia prejudicar o que eles tinham se tentasse ao menos mexer nisso no presente momento.
Esperar parecia ser a solução mais racional, mesmo que racionalidade não combinasse nada com a garota que era, extremamente, emocional e estava, completamente, entorpecida pelo sentimento de ter alguém como ele ao seu lado, gostaria de gritar para o mundo o quanto estava apaixonada, inclusive dizer isso a .
Mal ela sabia que o homem sentia-se do mesmo jeito, parecia loucura, ele repetia todos os dias em sua mente o quanto a queria, tocá-la fazia com que ele chegasse aos céus todos os dias, estar dentro de era uma sensação inexplicável, era como se fosse alguma substância química, quanto mais ele usava, mais ele viciava.
Independentemente de qualquer coisa, a garota se sentia feliz por não pressioná-la para que o mesmo fosse apresentado ao seu pai ou em relação a ficarem escondidos por causa da mídia, ficava aliviada, pois acreditava que ele achava até benéfico, mesmo após algumas semanas, quase dois meses, ele continuava lá ao lado dela, sem cobranças, mas, pensou em quem estava contando o tempo.
Apesar de todas as negações, era obvio que existia muito mais do que uma simples paixonite, eles estavam vivendo como se pertencessem um ao outro, ou pelo menos era isso que eles acreditavam fielmente, mesmo sem discutir sobre isso com uma única palavra, eles conseguiam expressar quando se olhavam profundamente.
Era uma sexta feira a noite e ela assistia a televisão enquanto cozinhava algo para eles no espaço atrás dela. A garota revirou os olhos quando percebeu que estavam falando sobre ela em mais um daqueles programas estúpidos de fofoca.
“É Peter! Todos esperávamos que a princesinha aparecesse no lançamento da boate Amnesia hoje, mas, ao que parece ela realmente se aquietou, será que ela finalmente decidiu respeitar a mãe que foi enterrada há poucos meses?”
A mulher debochava dela e ela sentiu um aperto no coração após ouvir a maneira como sua mãe tinha sido mencionada, esse era um dos motivos do porquê odiava tudo aquilo que seu pais tinham construído. Senti lágrimas desceram seu rosto, pois ninguém merecia ser tratado daquele jeito, principalmente dentro de um túmulo.
ouviu tudo enquanto cozinha e sentiu-se incomodado com aquele show de horrores, a garota não merecia aquilo. Tomou a atitude de ir até a sala ao mesmo tempo em que o molho fervia e desligou o aparelho, fazendo com que virasse sua atenção para ele.
— Vem! Você não precisa disso! — Estendeu a mão e a mesma foi agarrada por ela.
Caminharam em direção a cozinha e ao chegarem na mesma, ele tentou distraí-la.
— Esse é o meu famoso molho de tomate caseiro. — Ele pegou uma colher e colocou dentro da panela fazendo com um pouco de líquido sobressaísse no talher. — Experimenta! — Assoprou um pouco antes dela provar.
— Meu Deus! — Ela o fitou incrédula. — Isso aqui... — Foi interrompida pelo barulho da campainha. — Está esperando alguém? — Perguntou.
— Na verdade não. — Respondeu franzindo o cenho, pensando em quem poderia ser.
Percorreu a pequena passagem até chegar na porta e seu corpo gelou após ver a silhueta da sua mãe parada com um enorme sorriso no rosto, após abrir o que os separava, ele não se conteve ao sorrir também e abraça-la fortemente, enquanto permanecia paralisada atrás deles, sentada em um dos bancos da bancada da cozinha, depois de ouvir ele falar a palavra “mãe”. Ela definitivamente não estava preparada para isso.
— Meu filho querido! — A loira levou as mãos até as bochechas dele. — Eu senti tanto a sua falta. — Falou manhosa.
— Eu também mãe! — sorriu e retribuiu o carinho.
— E a mocinha aqui deve ser a . — Ela virou-se para garota que ainda estava parada no mesmo lugar e sorriu.
— Sim... — Ela respondeu descendo do banco e só então, percebendo que estava vestida com uma camisa social de botão do homem com quem tinha acabado de transar. — Ai meu Deus! — Desesperou-se e ele segurou o riso com a confusão dela. — Irei trocar de roupa nesse instante senhora Dalgliesh, sinto muito! — Fez menção para ir ao quarto dele, mas a mãe a impediu.
— Oras! — Reclamou. — Deixe de formalidade e me chame de Marianne! — Foi gentil e assentiu. — E em relação a camisa, essa é minha preferida dele, por favor não troque. — Abraçou de maneira tão apertada que a própria poderia ficar ali por horas. Sentia falta de um abraço materno.
Era possível ver o sorriso de se formando no rosto enquanto via a garota com os olhos fechados e com a expressão terna em sua face ao mesmo tempo que recebia o toque da sua mãe, sabia o quanto ela era receptiva. Era uma mulher fantástica em todos os aspectos que poderia se imaginar e ver ali era especial de alguma forma. Poderia se arrepender de todos os seus erros e pecados ali naquele momento.
Foi de extrema importância o abraço em , principalmente depois das baboseiras que a mesma ouviu na televisão sobre sua mãe. Ainda que se agradasse da presença da sua genitora ali, não conseguia entender a visita dela.
— Mãe, aconteceu algo? — Perguntou aproximando-se atraindo a atenção das duas mulheres presente.
— Claro que não seu bobinho! — Gesticulou com a mão. — Seu pai veio fechar contrato com uma empresa que presta serviço para monarquia e eu aproveitei para ver meu filhinho antes de voltar para Manchester. — não aguentou e soltou uma risada, o que fez Dalgliesh enrijecer seus músculos e travar o maxilar.
— Mãe, por favor! — A fitou incomodado. — Eu tenho 36 anos, a senhora poderia parar de me tratar como um bebê. — Pediu e dessa vez o mirava chocada, pois havia se dado conta que não sabia a idade dele até agora.
— Não consigo! — Fez beicinho ao responder o filho. — Você está muito longe de nós! — Queixou-se.
— Senhora... — interrompeu o momento. — Me desculpa! — Reconheceu o pedido anterior da mulher. — Marianne. — Sorriu. — fez uma massa para jantarmos, poderia se juntar a nós se estiver com tempo. — Contemplou o brilho no olhar da mulher como um “sim”.
— Só gostaria de ir ao banheiro e volto em instantes. — Tocou o ombro da garota em agradecimento e saiu em direção ao toalete.
Assim que a mãe de deixou o espaço e eles ficaram sozinhos por alguns minutos, um clima de alívio foi instalado no lugar e o homem só conseguia rir de como estava nervosa e quase semi nua, o que remeteu a lembrança do que eles estavam fazendo horas antes, era loucura pensar que ele tinha acabado de fazer a garota gozar ali mesmo na cozinha.
— Não precisa ficar nervosa! — Tentou confortá-la. — Minha mãe é a melhor pessoa que eu conheço, jamais te deixaria sem graça. — A beijou na cabeça.
— Ela é realmente é um amor. — Encaixou-se nos braços dele. — Mas, ela age como se já me conhecesse. — O fitou desconfiada.
— Bem, até onde eu sei, você é herdeira de um império , quem não te conhece nesse país? — Ele disse de maneira lógica e a ficha caiu para garota, as vezes ela realmente esquecia quem era.
— Mas, eu quis dizer que ela não se importou em me ver nas suas roupas ou na sua casa... — Explicou.
— Talvez eu tenha mencionado que estamos... — Procurou as palavras certas, pois não queria pressionar .
— Juntos? — Ela perguntou sorrindo para ele.
— Isso. Juntos. — Ele assentiu e devolveu o sorriso.
O resto da noite foi bem tranquila, o jantar foi agradável, a mãe de era uma mulher extremamente carinhosa e educada, sentiu-se em casa, nem lembrava que estava apenas usando uma camisa dele, enquanto a mulher do mesmo exuberava luxo, jamais pensava em conhecer a genitora do homem pelo qual estava se apaixonando, mas agora ali ao lado dela, parecia tão certo.
Eles estavam felizes.
Ao saber várias histórias da infância de com seus irmãos, eram cinco homens, contando com ele e o mesmo era o quarto filho, o que poderia explicar o comportamento da sua mãe mais cedo, não conseguia parar de rir após ouvir como ele havia ficado preso em uma árvore de cabeça para baixo quando tentou roubar frutas da propriedade vizinha. Jamais imaginaria que ele pudesse fazer algo assim, mesmo quando criança.
Entre todos os assuntos daquele jantar, Marianne acabou soltando como as empresas estavam crescendo rápido no Estados Unidos e que estava extremamente feliz pelo seu marido e foi nesse momento que a cabeça de deu um pequeno estalo e ela lembrou que já tinha escutado esse nome antes, olhou para e percebeu o desconforto dele enquanto a mãe fala sobre isso.
— Vocês tem parceria com os ? — A garota perguntou curiosa após ouvir Marianne falar sobre o marido, pois não entendeu a relação deles com a empresa a qual ela estava falando e recebeu um olhar sério do homem a sua frente.
— não contou para você? — balançou a cabeça negativamente enquanto ele baixou a sua em consequência. Percebendo o clima um tanto pesado, a mulher foi gentil ao responder. — Nós somos os ! — Sorriu graciosa.
sentiu um frio na espinha. também era um herdeiro.
— Isso é muito interessante Marianne! — Foi educada. — Fico feliz que as coisas estejam dando certo.
— Eu também ! — Ela bebeu o pouco do vinho que o filho tinha servido há alguns segundos. — Fiquei muito feliz quando me disse que vocês estavam saindo, o Collin, meu marido, é muito amigo do seu pai e devo dizer seu pai adora meu menino aqui, ele mais que ninguém deve estar muito feliz...
Era como se algo tivesse abafado qualquer coisa que saia da boca da senhora , a garota não conseguia digerir o que estava acontecendo. Não conseguia entender o motivo de mentir para ela ou esconder uma coisa que era tão importante como isso.
Ficou pensando em muitas razões que levariam o homem que estava a sua frente ainda de cabeça baixa a se aproximar dela no bar, talvez ele quisesse fama ou estava a usando para ter uma ponte de negócios entre seu pai e o pai dela, ou apenas para exibi-la como troféu para sua família e criar um legado, pois sua mãe parecia muito confortável com ideia de duas dinastias se encontrando.
Ou pior, a empresa era conhecida no mercado por preparar homens para segurança da monarquia e consequentemente de pessoas famosas, como ela, a ansiedade a consumiu no mesmo instante que pensou em como havia visto outras vezes nos mesmos lugares que ela, mas que ele nunca tinha falado com ela até a última vez.
Até a Marianne ir embora, ela tentou fingir que nada a incomodou, continuou sendo educada, com respostas curtas, evitando contato com , que estava visivelmente incomodado com toda a situação, mas a omissão dele a corroía por dentro, ela estava triste, com o choro engasgado na garganta.
Após uma despedida calorosa, muitos agradecimentos de ambas as partes e a porta do apartamento de finalmente se fechando, apenas o fitou com olhos marejados e o mesmo não tinha coragem de abrir sua boca para falar algo, sentia como se tivesse falhado com a melhor coisa que aconteceu na sua vida.
— Ex militar, não é mesmo?! — A garota desabou no choro.
— ... — Ele tentou chegar perto dela.
— Não! — Ela gesticulou um “pare” com suas mãos. — Eu disse a você o quanto odiava mentira “”. — Frisou o sobrenome conhecido dele em as aspas.
— Eu não menti Li... — Foi interrompido.
— ... — Ela respirou fundo em meio as lágrimas. — Meu pai está envolvido nisso? — Perguntou.
— Sim, mas...
ficou enfurecida, correu em direção ao quarto para trocar a sua roupa enquanto apenas escutava ruídos saindo da boca dele, não acreditava que tinha sido tão idiota a esse ponto, era óbvio que tinha sido contratado pelo pai para controlar seu comportamento, para tornar-se algo bom para mídia.
— , você precisa me ouvir, me deixa explicar! — Ele implorou para garota que vestia apenas uma calça jeans e ainda continuava com a camisa dele.
— Não precisaria me explicar nada se tivesse sido verdadeiro desde o início comigo. — Soluçou ao mesmo tempo que o encarava.
Deu as costas a ele que, imediatamente, a seguia pedindo um mínimo de atenção possível, não parava de andar em direção a entrada do prédio, mesmo com ele ao seu lado suplicando que ela o proporcionasse uma chance, a garota estava anestesiada, não ouvia nada, estava cega, sua intenção era ir direto para casa e cobrar tudo do seu pai, perguntar o motivo dele fazer algo assim com ela.
Tudo que queria era segurá-la pelo braço e tentar acalmá-la pois sabia que ela entenderia tudo se o ouvisse, mas ele não era esse tipo de cara e estava extremamente magoada, era notável, então ele se resumiu a segui-la na tentativa que ela conseguisse o enxergar em algum momento para escutar suas explicações.
A garota passou pela porta principal do prédio com uma das mãos para o alto na intenção de chamar algum dos taxis que transitava por aquela rua e entrou no primeiro que parou, ainda bateu na janela do carro tentando fazer com que ela olhasse para ele, mas sem sucesso. apenas falou o endereço ao motorista, que tratou de tirá-la daquele lugar o mais rápido possível.
Desesperado, não tomou outra ação a não ser também chamar um carro para que pudesse ir atrás dela. Ele sabia que ela tiraria satisfações com o pai, visto que ela subentendeu as coisas da maneira que ficaram expostas e mesmo sem ele estar totalmente ligado ao que aconteceu, a garota o culparia por algo que não era culpa dele.
Ainda dentro do automóvel, tirou o celular do bolso e pesquisou o nome dele na internet, não achava que era possível alguém como ele, com uma família renomada, se esconder de uma forma tão majestosa, sem chamar atenção de toda mídia por tanto tempo. Encontrou algumas notícias sobre alguns eventos em que ele compareceu, mas de maneira geral, era como se ele fosse um desconhecido, a vida dele era extremamente privada, foi aí que ela pensou em como todas as redes sociais dele não eram públicas e ele não usava seu sobrenome forte.
Clicou em uma notícia onde ele aparecia vestido em um terno azul marinho, praguejou por ele ser tão lindo, ele recebia uma medalha por prestar tempo ao serviço militar, mas, não havia um sorriso no rosto de e ela murchou ao perceber que ele não havia mentido sobre isso, porém, estremeceu quando lembrou que seu pai estava envolvido nessa situação e o que escondeu acabava com ela por dentro.
No táxi detrás, ele tentava ligar para ela diversas vezes que recusava a ligação repetidamente em meio a um choro silencioso. Ele tinha certeza de todos os sentimentos dele em relação a ela, não podia deixar que isso atrapalhasse o que ele queria ter com a garota, não imaginava que isso afetaria tanto e demorou para contar porque não sabia como ela reagiria. Bufou ao pensar nisso, pois por um momento acreditou que tudo estava bom demais.
Quando ambos os carros estacionaram em frente a mansão dela e eles desceram após pagarem aos seus respectivos motoristas, ele correu um pouco para alcança-la.
— , por favor! — Ele gritou.
Ela abriu a grade e correu todo o caminho de ladrilhos até a porta da sua casa enquanto agradecia mentalmente por não ter avistado nenhum paparazzi em frente, eles realmente havia a deixado em paz depois da sua melhora de comportamento. continuava indo atrás dela na tentativa de acalmá-la, mas só conseguiu chegar perto dela após a garota entrar em sua moradia no maior desespero.
— James! — Falou quando deu de cara com seu segurança. — Onde está meu pai? — Perguntou.
— , se você me deixar explicar... — tentou falar.
— Porra! — Gritou. — Onde está meu pai James? — A raiva percorria toda sua corrente sanguínea.
— No escritório . — Ele respondeu confuso e nervoso.
A garota seguiu em direção ao escritório do seu pai, com em sua cola, ele iria acompanha-la para onde fosse até o momento que ela desse a chance dele falar e contar tudo o que aconteceu. Mas, não era bem essa vontade que estava querendo no momento. Ela queria descontar toda frustração em seu pai por mentir na sua cara.
Abriu as portas daquele espaço com tanta força que ocasionou um susto no seu genitor e em seguida um conflito na mente de Charles por ver logo atrás dela. Ele gelou. Sabia que tinha descoberto e deixou nítido no seu olhar, o que fez a garota perceber que ele realmente tinha culpa naquela situação.
— Você tem uma chance para se explicar ou eu vou embora e nunca olho na sua cara pai! — Esbravejou com todo o sentimento do seu peito.
— o que aconteceu? — Ele perguntou levantando-se do assento e olhando tanto para ela quanto para ele, que nesse momento passava os dedos entre os fios de cabelo.
— Pai, eu disse uma chance ou eu vou embora. — Repetiu enfatizando mais ainda o que tinha dentro dela.
— ... — O homem atrás dela a chamou e ela começou a chorar novamente.
O senhor estava atordoado, não entendia o motivo de tantas lágrimas, havia cometido um erro, mas não a ponto de magoar tanto sua filha desse jeito, tentou aproximar-se da sua filha, mas ela deu passos para o lado.
— Porque pediu para se envolver comigo papai? — Ela fungou.
— Eu não sei do que está falando minha filha. — Charles olhou para com um semblante interrogativo.
— Seu pai não pediu para que eu me envolvesse com você . — A voz dele saiu um tanto baixa e ela virou-se para encará-lo. — Isso nunca foi colocado em pauta, ele jamais teria coragem de fazer isso com você. — A garota olhou para seu pai que, agora, também possuía olhos cheios de lágrimas por ver a filha daquela forma.
— , o que houve? — Charles perguntou triste ao ver extremamente magoada.
— Eu errei senhor . — Ele respondeu. — ... — Olhou para garota com a dor transparecendo em seus olhos. — Meses atrás estive aqui com meu pai para negociar um segurança para você. — Ele tentou chegar mais perto e ainda em choro ela andou para trás. — Charles queria algo que não chamasse atenção, mas que a partir do momento que existisse a possibilidade de escândalos, essa pessoa entraria em ação para tirar você de qualquer lugar e evitar todo desconforto com a mídia. — Ele gesticulou com as mãos.
— O primeiro ministro estava no meu pé por causa do seu mal comportamento . — O pai dela falou e deixou que ele continuasse. — Me ligou e disse que se eu não desse um jeito nessa situação, eles iriam te expulsar da Inglaterra e dizer que você não estava mais associada a este país de nenhuma maneira, foi a pior ligação da minha vida. — Ele suspirou ajeitando a sua gravata para encontrar um pouco de ar.
ouvia tudo atentamente com um nó em sua garganta.
— Seu pai estava muito preocupado. — Ele coçou a testa.
— E onde você entra nisso? — Ela perguntou cessando o choro.
— Seu pai não queria que fosse alguém desconhecido, pois poderiam te prejudicar, ele ficou inseguro com qualquer pessoa, eu já havia dito que estava afastado do exército, ainda estou, então me ofereci para ficar de olho em você de uma maneira cautelosa. — Ele falou sem conseguir olhar para ela. — De uma forma que não invadisse seu espaço... — o interrompeu.
— Então por que você invadiu? — Perguntou nervosa e ele ficou calado. — Você não tinha esse direito. — Limpou o rosto molhado.
— . — a encarou. — Eu não sabia quem você era, nunca havia te visto em alguma matéria sensacionalista ou algo assim. — Sorriu fraco. — Talvez pela nossa diferença de idade ou porque eu sou uma pessoa que não liga muito para essas coisas. — Respirou fundo. — Fui pesquisar sobre e tudo o que eu enxerguei foi uma garota tentando buscar uma maneira de fazer a dor que ela estava sentindo parar.
Charles o fitou e engoliu seco, pois o que notou foi algo que ele como pai não teve a sensibilidade de perceber, por mais que estivesse em luto, deveria estar ao lado da sua filha. Mas, tudo que ele fez foi cobrar ela cada vez mais quando um repórter de merda soltava alguma notícia para que a sua filha fosse prejudicada.
— Eu não precisava chegar perto de você. — continuou a falar. — Era apenas para ser algo profissional, James me ligava me avisando que você estava preparada para fugir e eu te seguia para te proteger. — voltou a soluçar. — Eu jamais deveria ter invadido seu espaço. — Suspirou.
— Então por que você fez isso ? — Perguntou cabisbaixa.
— A primeira vez que te vi foi na Phonox. — Ele disse.
Ela se deu conta que era algo recente, pois conseguia lembrar que foi quando começou a ver , pousou a mão sobre o coração que batia em um ritmo um tanto acelerado, ele se mostrou para ela desde o início, como ela tinha sido tão burra a ponto de não perceber nada. Eles se encararam por alguns segundos, finalmente se olhavam desse jeito após o ocorrido. A garota balançou a cabeça devagar em sinal de positivo para que ele continuasse a falar.
— Você me viu, lembra? — Questionou. — Mas, não deu muita atenção, estava tão preocupada em dançar com suas amigas. — Sorriu sem mostrar os dentes.
— Então isso começou no dia da Phonox? — Ela o indagou.
— Sim. — Respondeu. — Pode parecer clichê, mas eu me apaixonei por você assim que meus olhos te encontram naquele lugar, mesmo com aquela quantidade de luzes, eu conseguia enxergar o seu sorriso de longe. — Sentiu uma pontada no coração ao falar sobre ela com tanto amor. — Mas, eu fiquei distante, só te observando porque esse era o combinado. Porém... — Cessou a fala procurando coragem.
— Porém? — Ela esperava uma resposta.
— Porém, quando eu te vi pela última vez eu te senti tão triste, não conseguiria ir embora sem falar com você. — Esfregou dois dos seus dedos na boca. — Eu te queria, você acertou em cada palavra que disse naquela noite, mas não esperava que você fosse me beijar, eu acabei correspondendo. — O pai de coçou a garganta fazendo um barulho para mostrar que ainda estava presente no local.
— Talvez o resto dessa conversa deva ser apenas entre os dois. — Charles falou e ambos direcionaram o olhar para ele.
— Eu acho que não tem mais nada a ser dito. — disse. — Apenas me desculpar por não ter sido honesto com a sua filha senhor . — Olhou para garota. — Não existe tempo para rescrever o que fizemos, nós não soubemos esperar, foi tudo muito rápido e eu não consegui ser o que você esperava no final de tudo, mas, eu faria tudo de novo . — Falou apreensivo.
— Eu também, eu não me arrependo . — Ela pressionou um lábio contra o outro e se deu um segundo para esquecer que realmente tinha dito aquilo.
— Então, espero que possamos... — Ela o impediu de falar.
— Mas, você deveria ir embora. — Disse enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas.
— É isso que você realmente quer? — Ele perguntou se aproximando dela com a feição triste em seu rosto.
— Sim! — Ela afirmou sem encará-lo.
respirou fundo. Não havia mais nada a ser feito, ele respeitaria o espaço dela dessa vez, nunca foi sua intenção esconder algo ou magoá-la, só ele sabia o que estava sentindo naquele momento, queria poder abraça-la, tinha certeza que as coisas melhorariam se ele a tocasse e a acolhesse em seus braços, decidiu que acatar a decisão da garota seria o melhor.
Sem argumentar, ele assentiu com a cabeça e saiu daquela sala segurando o choro, que provavelmente viria a tona quando estivesse só em casa, já que tinha transado com em todos os possíveis lugares do seu apartamento e tudo lembraria ela por um bom tempo.
observou ele ir embora e seu coração ficou apertado por ter pedido que o mesmo fizesse isso, mas precisava de tempo para digerir tudo o que tinha acontecido, passou a mão na cabeça e direcionou o olhar para camisa que ainda vestia e se deu conta que a roupa ainda exalava o cheiro de , não se conteve, e caiu no chão aos prantos. Foi pega pelo seu pai, que sentou no chão ao seu lado e a acolheu em seus braços e por um bom período ficaram assim.
...
Duas semanas após o ocorrido, ambos tentavam se recuperar, ainda residia um sentimento de mágoa na mente de , ela falava para si mesma que seguir seu emocional agora não era a melhor coisa para ela, pois, tudo que queria era correr para os braços dele, então apenas ficou presa dentro do seu quarto ouvindo músicas tristes e se entupindo de doces.
Enquanto ingeria todo tipo de bebida alcoólica todos os dias, pensando em como gostaria de voltar no tempo e não esconder nada da garota por quem se apaixonou. Não conseguia entender o motivo de ter sido tão estúpido por não falar algo logo quando decidiu que queria estar com , quando entendeu que a amava e agora sentia como se tudo fosse tarde demais.
A mãe de estava preocupada, tentou falar com a garota diversas vezes desde o acontecimento que havia afastado os dois, mas ela ao menos recebia algum tipo de resposta ou retorno. Decidiu intervir pois, não queria ver o filho mais daquela maneira e sabia que ela também não estava bem, ambos estavam deixando que o ego falasse mais alto.
— , isso acaba hoje! — Disse ela enquanto recolhia as garrafas de cerveja ao redor do apartamento dele. — Vai haver um evento hoje para celebrar o noivado do Luke Williams e você vai. — Argumentou.
— Eu não quero ir. — Resmungou.
— Vai ser bom para você meu filho, talvez consiga se distrair um pouco. — Ela sorriu sentando-se ao lado dele.
— Eu não quero me distrair mãe, eu quero ficar só. — Bebericou a cerveja que possuía em suas mãos.
— Você tem estado só há mais de duas semanas, isso acaba hoje! — Repetiu, perdendo a paciência. — Nenhum dos seus irmãos conseguirá estar lá, você precisa ir e ficar ao lado do seu pai. — Levantou-se e o encarou. — Agora você vai se levantar desse sofá, tomar um banho e ficar pronto em algumas horas.
Apesar de tudo ele a obedeceu, depois que sentiu a água fria em seu corpo pode despertar um pouco, não lembrava a última vez que havia saído para algum lugar, mas, jamais deixaria o seus pais na mão. Colocou um de seus ternos, pediu para sua mãe ajeitar sua gravata e direcionou-se para o local do evento no carro com a sua genitora, encontrando seu pai assim que chegou.
Em contrapartida, Charles tentava convencer de como era importante acompanha-lo nesse evento, pois não gostaria de aparecer lá sozinho, mas ela relutava cada vez mais, ainda não se sentia preparada para dar as caras e responder todas as perguntas do porque estava tão sumida.
— Minha princesa, por favor! Só compareça, fique um tempo ao meu lado e volte para casa. — Ele repetiu pela milésima vez.
— Porque não posso ficar papai? — Fez um bico.
— Você já está nessa há mais de duas semanas . — Ele acariciou o joelho da garota que estava sentada em sua cama. — Você sabe como os Williams são importantes para nós. — Explicou. — Preciso de você lá! — Pediu.
Finalmente, ela se compadeceu e confirmou em ir. Decidiu usar um vestido longo na cor vermelha que pertencia a sua mãe para fazer uma surpresa ao seu pai, sorriu ao se ver no espelho, talvez o primeiro sorriso dentro de tantos dias em que estava presa em seu quarto. Não demorou muito para encontrar Charles no andar debaixo, o qual estava agraciado com tamanha elegância da sua filha e feliz, pois, finalmente, ela possuía um novo semblante em seu rosto.
— Você está igualzinha à sua mãe. — Ele falou e contagiou com tanto amor que ela não pode evitar sorrir mais uma vez naquela noite. — Essa é minha garota!
Chegaram na festa e já foram recebidos por muitos flashes, a garota era acostumada com isso desde muito nova, sabia quais poses fazer, quando olhar para câmera ou não e como cumprimentar as pessoas naquele espaço. Era um evento importante, os Williams dominavam boa parte do mercado têxtil do país, então o noivado do Luke Williams, primogênito da família, estava sendo o assunto mais comentado da alta sociedade.
cumprimentou algumas pessoas até que seus olhos pausassem na silhueta de uma mulher de cabelos loiros. Marianne. Seu coração gelou, não acreditava que seria possível estar naquele lugar, não era do habitual dele esse tipo de coisa, mesmo assim, procurou o homem com olhar por todo local e balançou sua cabeça ao pensar em como estava sendo fraca, querendo que ele realmente estivesse ali.
Não demorou muito para que a mãe de notasse a presença da garota, a mesmo tentou se esconder, não queria enfrentar aquela conversa com a genitora do homem que havia se apaixonado, com toda certeza ela já sabia de tudo e com mais certeza ainda convenceria de dar uma chance ao seu filho. Não era a conversa ideal para se ter ali no meio de tanta gente conhecida, mas foi inevitável.
— ! — Marianne abraçou a garota. — Você está tão linda no vestido da sua mãe. — A garota a fitou desconfiada.
— Você viu quando ela usou? — Perguntou de forma singela.
— Ela usou no noivado dela com seu pai há muitos anos, toda Inglaterra ficou chocada na época, por causa da cor e sim, eu estava lá. Sua mãe era uma boa amiga para mim. — Revirou os olhos e degustou um pouco do espumante que estava em sua taça.
— Vocês eram amigas? — Questionou ansiosa ao saber disso.
— Claro! — Foi amistosa. — Ela me faz muita falta.
Agora na cabeça de , tudo fazia sentido. A aproximação dos com seu pai existia e não era de hoje, não entendia porque nunca havia visto em algum momento de sua vida e a diferença de idade entre eles não poderia ser uma desculpa, eram dez anos, mas, mesmo assim não seria possível que ela o encontrasse em alguma reunião de família ou algo parecido.
— Senhora . — a chamou e ela assentiu. — Se era próxima da minha mãe, por que eu nunca conheci o antes? — Marianne ficou feliz com a pergunta, pois demonstrava que a garota ainda pensava no seu filho.
— Para ser sincera não sei responder essa sua pergunta. — Estreitou o olhar pensando em algo coerente que poderia ser dito. — Se formos pela lógica, você nasceu ainda era uma criança e morava conosco em Manchester, quando ele veio para Londres entrou para o serviço militar, nunca quis seguir a carreira do pai, então era uma pessoa reclusa. — Esclareceu. — Nunca foi a esses eventos ou foi de aparecer muito na mídia. — Complementou.
— Entendo. — Ela foi monossilábica.
— Talvez as coisas acontecem quando elas devem acontecer. — Sorriu.
— É, pode ser. — fez um bico e o direcionou para o lado esquerdo.
— Mas... — A garota voltou a observar a senhora. — Quando perdeu o seu melhor amigo Scott em uma missão. — A mãe de conteve um pouco a emoção. — Ele se perdeu. — Baixou a cabeça.
— O que aconteceu? — Questionou interessada.
— se tornou diferente, quase como que outra pessoa, não existia mais brilho. — prestava atenção em cada palavra, pois era exatamente assim que se sentia com a perda da sua mãe. — Meu filho viu o melhor amigo morrer em seus braços, talvez esse seja um trauma que ele vá carregar para o resto da vida. — A senhora engoliu seco. — Ele buscou qualquer coisa para esquecer o que aconteceu, provavelmente, foi por isso que começou a se dedicar as coisas do pai. — Suspirou.
— Eu conheço o sentimento. — piscou os olhos várias vezes para afastar a futura possibilidade de lágrimas existirem. — Faz muito tempo que isso aconteceu? — Indagou a senhora a sua frente.
— Uns cinco meses, talvez. — Respirou fundo. — Eu sei que não deveria me meter nisso. — Falou baixinho enquanto aproximava-se da garota. — Podemos ir para um lugar mais reservado? — Apesar de tentar fugir daquela situação, não conseguiu dizer “não” para Marianne.
O lugar onde estava acontecendo a recepção era grande o suficiente para se perder, mas a mãe de conhecia cada pedaço daquele lugar, já havia ido a inúmeras festas naquele local, direcionou o caminho para que a seguia até a uma sala, um pouco distante, escondida, a qual estava entre aberta e a garota tomou a atitude de apontar para mesma na intenção de saber se era ali que deveriam entrar e Marianne assentiu.
— Senhora . — Um jovem rapaz a chamou e ambas direcionaram o olhar para ele.
— Pode entrar , eu já irei. — Sorriu e assentiu.
Após entrar, procurou o interruptor para clarear o local que estava dominado pela escuridão e assim que acendeu a luz, escutou um gemido de reclamação, mirou seus olhos em alguém que estava deitado no sofá a sua frente e só pelo tamanho do corpo, pode perceber quem era.
— ? — Perguntou, franzindo o cenho.
No mesmo instante escutou um barulho atrás dela, arregalou os olhos com tamanho susto e na mesma hora percebeu que tudo não passou de uma armadilha de Marianne para colocar ela e o filho no mesmo espaço. Revirou os olhos e tentou abrir a maçaneta. Sem sucesso. Estava trancada. Ela não estava acreditando naquilo.
— Marianne, me deixe sair daqui. — Falou enquanto disparava batidas frenéticas.
— Não até que você e se resolvam. — Disse convicta.
— Quantos anos você tem? 13? — Questionou com raiva e não obteve resposta.
Começou a bater desenfreadamente na porta ao mesmo tempo que pedia por ajuda, mas, lembrou que ninguém chegaria ali, era um local completamente discreto. A velha sabia mesmo o que estava fazendo. Bufou enquanto se encostava na parede ao seu lado.
— Apenas espere! — A voz dele ecoou no local fazendo os pelos do corpo dela se arrepiaram.
Como sentiu saudades de ouvir aquele som. Porém, não daria o braço a torcer.
— Eu não quero estar aqui! — Respondeu, pousando sua cabeça na superfície dura atrás dela e olhando para cima.
— Eu sei, mas, ela não vai abrir a porta agora. — Sentou-se no sofá procurando ficar o mais confortável possível. — É burrice ficar pedindo que ela faça isso, talvez nem esteja mais por perto. — Entrelaçou suas mãos e fechou os olhos.
— Ah! — Exclamou. — Agora você sabe a diferença entre algo que é certo e errado? — Perguntou irônica.
permaneceu de olhos fechados e em silêncio. aproximou-se, em um impulso, para encará-lo.
— Não vai falar nada? — O fitou indignada.
— O que você quer que eu diga ? — Direcionou o seu olhar para garota.
Ficaram se encarando por alguns segundos. Foram as duas semanas mais cruéis na vida de ambos, quando se falava sobre o amor. Vê-lo naquele terno também não estava ajudando muito. não conseguiria ignorá-lo nem se ela fosse obrigada a isso.
— Eu não sei! — O fitou triste. — Apenas diga alguma coisa. — Insistiu.
— Eu estou cansado de agir como se eu fosse vilão disso aqui. — Levantou-se do sofá e gesticulou com o dedo indicador apontando para ele e ela.
— Então eu que sou, certo? — Foi sarcástica. — Foi eu quem mentiu e manipulou...
— Eu achei que você não tinha se arrependido. — Aproximou-se dela o suficiente para causar uma tensão entre os dois.
— Eu não me arrependi, eu...
— Ótimo! — Ele sorriu sem mostrar os dentes. — Então pare de falar como se eu tivesse sido o maior erro da sua vida. — A fitou sério. — Eu já disse que eu sinto muito...
— Não quero suas desculpas ! — Engoliu o nó na garganta. — Não entende? Por que é tão difícil... — Foi interrompida.
— Por que você simplesmente não consegue enxergar que fazemos bem um ao outro? — Questionou sem tirar os olhos do dela. — Se está doendo em você, também está em mim! — Falou lamentando. — Eu não me arrependo de ter me oferecido ao seu pai, se eu não tivesse feito isso, jamais teria conhecido você, eu viveria sem saber o que é amor. — Colocou suas mãos em volta do pescoço dela. — Eu amo você, ! — Ele proferiu e sentiu o seu coração acelerar em um nível maior do que esperava.
— O que? — Levantou as duas sobrancelhas e fixou o olhar no dele.
— Eu sei que magoei você e não estou tentando justificar minhas atitudes erradas com o que sinto por você. — Encostou devagar a testa na dela ao mesmo tempo que seus polegares acariciavam as bochechas da garota. — Mas, me diga se essas duas semanas também não foram um inferno para você? Você também não sentiu como se estivesse faltando algo? — Perguntou, desesperado.
— O que você disse? — questionou novamente, perplexa.
— Que eu sei que magoei você...
— Não, isso não! — Ela o cortou rapidamente.
— Que essas semanas foram um inferno para mim? — Indagou confuso.
— Não! — Ela o encarou com os olhos marejados. — A parte do amor.
— Quer que eu repita que o que sinto por você? — Ela balançou a cabeça positivamente e devagar. Ele sorriu e passou os lábios delicadamente nos dela.
— Não me provoque! — Ela riu fraco. — Apenas diga! — Pediu.
— Eu amo você! — a fitou feliz, não se conteve ao ver o sorriso enorme que formava na sua boca e deu um selinho demorado nela. — Por favor! — A fitou com dor nos olhos. — Eu não quero perder você também ! — Umedeceu os lábios e engoliu seco.
entendeu o que ele quis dizer e retirou delicadamente as mãos dele que estavam em volta do pescoço.
— Está falando do seu melhor amigo Scott? — Questionou curiosa.
— Como você... — Estreitou os olhos, curioso e não terminou a pergunta, pois já sabia quem tinha contado algo a ela. — Minha mãe! — Sorriu fraco.
— Quer falar o que aconteceu? — Perguntou quase como um pedido.
— Foi em uma ordem do exército alguns meses atrás. — Ele se esforçou para ser indiferente, mas era impossível.
— Como ele... Você sabe. — Ele tentou ser delicada.
— Bem...estávamos em uma missão. — Fechou os olhos por um segundo na tentativa de se concentrar. — Tinham crianças por toda parte meu bem, foi desesperador. — Fungou.
— Crianças? — evitou se emocionar, só de pensar no que tinha visto aquele dia, podia imaginar o trauma que ele estava carregando consigo mesmo.
— Era simples, só deixar água e comida para uma certa aldeia que ficava localizada alguns quilômetros do lugar que a gente estava. — Tentou segurar o choro. — Era uma armadilha! — Novamente, se esforçou para fechar os olhos, queria bloquear todo tipo de flashes daquele dia, mas, foi em vão.
percebeu a agonia dele, a leve tontura que insistia em invadir a mente do homem a sua frente e tomou uma atitude.
— Senta aqui! — Posicionou a mão nas costas de e o ajudou a sentar no sofá. — Não precisa falar sobre isso, tá bem? — Foi assertiva e empática.
— Ele morreu nos meus braços ! — Ele falou e logo após começou a chorar desalentado enquanto a garota segurava a mão dele. — Uma bomba explodiu o tanque enquanto ele estava voltando para pegar mais suplementos. — Dizia enquanto soluçava no meio das palavras. — Eu não conseguia fazer nada, o barulho foi tão alto, o impacto foi imenso, eu sai ileso, o choro das crianças ao redor me desesperou, as mães gritando por ajuda.
— Meu amor, eu sinto muito! — tocou o rosto dele e segurou o choro na intenção de ser fortaleza para ele no momento.
Ela não pensou duas vezes e o acalentou em seu colo, agarrou a cintura dela com força e deve ter ficado deitado ali, chorando, por alguns minutos. precisava daquilo, desde o ocorrido ele não havia colocado isso para fora, estava completamente vulnerável, pois, sabia que só alguém como o entenderia.
— Eu estou aqui, tá certo? — Fazia cafuné nos cabelos macios dele ao mesmo tempo que sentia as lágrimas atravessando seu vestido e tocando sua pele.
— Me prometa que não vai a lugar nenhum. — Ele a pediu enquanto acariciava o joelho dela e findava o choro.
— Prometo. — Sorriu e depositou um beijo na sua cabeça.
— Vamos fazer isso do jeito certo dessa vez. — Comentou.
— O que quer dizer? — A garota perguntou confusa.
levantou e ajeitou-se ao lado dela no sofá.
— Sem esconder nada agora, o que você acha? — Olhou para que pode perceber o quanto os olhos azuis dele estavam sendo dominados por um vermelho por causa das lágrimas.
Ela levantou-se de supetão com um enorme sorriso no rosto, o que contagiou o homem a sua frente, estava disposta a fazer a pessoa mais feliz do mundo, estava preparada para tudo que pudesse acontecer. Estendeu sua mão para que ele pegasse impulso e pudesse ficar de pé, mas, não soltou assim que ambas se colaram.
— Oi! — Ela continuou sorrindo. — Meu nome é , eu tenho 26 anos e, ultimamente, sou um dos assuntos mais comentados da Inglaterra. — Revirou os olhos. — Perdi minha mãe há uns meses e cometi algumas atitudes que prejudicaram as pessoas que amo. — O olhou de forma meiga. — Nesse meio tempo, conheci um cara e eu acho que ele me salvou. — sentiu-se extasiado, era como se seu corpo estivesse repleto de serotonina.
— Oi! — Ele segurou a mão dela. — Meu nome é e meses atrás eu me ofereci para proteger uma garota que estava em todas as manchetes possíveis do país que eu nasci. — Ambos riram. — Acontece que ela havia perdido alguém muito especial, assim como eu. — Ele cessou a risada e lembrou do melhor amigo dele. — Porém, eu não esperava que fosse me apaixonar por ela. — Ele a agarrou em seus braços e ela deu um leve gritinho.
— E agora? O que fazemos? — o questionou, entrelaçando os braços ao redor do pescoço dele.
— Vamos passar por aquela porta e mostrar a Inglaterra que estamos juntos e é isso! — respirou fundo ao mesmo tempo que apertava a cintura dela.
— Uma vez que passarmos por ali, não tem como voltar — Ela disse. — Eles vão nos engolir vivos, sua vida será completamente exposta por minha causa, você sabe disso, não sabe? — perguntou receosa.
— Sei e eu quero fazer isso por que quero estar com você, independente do que os outros digam, se nós sabemos o que somos e toda a verdade, é isso que importa! — Deu um sorriso sincero e ela assentiu devolvendo a ação.
Eles se direcionaram para porta, que nesse momento já estava destrancada, e saíram sem olhar para trás, de mãos dadas e sorrindo. Não demorou muito para que chegassem na sala principal e atraíssem os olhares das pessoas presentes no local, muitos não sabiam quem era e, possivelmente, ele viraria um dos novos assuntos mais comentados por estar com .
segurou-se a ele mais forte quando sentiu a adrenalina correr pelo seu corpo e acelerar o coração em batidas ritmadas. Assentiu com a cabeça para alguns que passavam por ela e a cumprimentavam, até que encontrou o olhar de Marianne do outro lado do salão e sussurrou um “obrigado” com os lábios para senhora que esboçava um sorriso sincero e levantava a sua taça de espumante em comemoração.
...
Um mês após o ocorrido, e ainda continuavam nas manchetes e nos canais de fofocas, ele ainda estava se acostumando com essa vida de fotógrafos atrás dele, fazendo perguntas e tirando todo tipo de liberdade, uma coisa era certa, ele realmente tinha dado “adeus” a sua privacidade, mas, não estava incomodado, pois no final do dia, ele tinha a coisa mais preciosa do mundo, a senhorita .
Eles tomaram muitas decisões depois da primeira, que foi expor o relacionamento deles, uma delas a escolha de dividirem o mesmo lugar, não demorou para fazer morada no apartamento de . Ela lembrava muito bem quando o homem que agora vivia ao seu lado disse que a própria estava demorando demais para deixar uma escova de dentes no banheiro dele.
No mesmo dia em que decidiu levar algumas de suas coisas para casa de , os dois foram vistos pelos paparazzis e logo se tornaram a novidade da semana, o que estava ficando rotineiro, e logo especulações como casamento, gravidez e até a possibilidade de um relacionamento para marketing dos pais de ambos foi levantada, porém, eles não deixavam se abalar por essas notícias, pois, sabiam muito bem o que sentiam um pelo outro.
Os eventos eram recorrentes assim como as inúmeras perguntas dos repórteres que ficavam na entrada dessas festas. Era óbvio que eles estavam empolgados com o relacionamento, mas, não aguentavam mais responder as mesmas coisas. As dúvidas sobre como se conheceram, como aconteceu, quais eram as expectativas para o futuro, os dois já haviam combinado entre si que apenas seriam diretos quando esse tipo de indagação surgisse.
Na semana que decidiram morar juntos, houve a abertura de uma linha de maquiagem que tinha se tornado garota propaganda, e eles sabiam que a chuva de interrogações não deixaria eles fugirem, e foi exatamente isso que aconteceu, assim que chegaram já foram abordados.
— , ... — Flashes eram disparados enquanto a garota escutava seu nome ser repetido várias vezes.
passou a mão pela cintura dela e ambos sorriram para fotos, como foi dito, ele ainda estava se acostumando.
— Senhor , uma palavrinha aqui! — O homem ouviu o chamarem e direcionou sua namorada para a repórter loira que tentava algum tipo de atenção desesperadamente. — Vocês poderiam falar um pouco sobre como tudo isso aconteceu? — Ela perguntou enquanto sorria e vários microfones e gravadores foram colocados perto da boca dos dois.
— Bem... — iniciou e olhou para , que entendeu a deixa da garota ao seu lado.
— É difícil explicar como tudo aconteceu! — Ambos riram.
— , ... — Mais alguns tentaram ganhar foco e um conseguiu. — Como conseguiu se esconder por tanto senhor ? — A pergunta foi feita e todos gargalharam, inclusive o casal.
— Não acha que ainda estou escondido ao lado de uma mulher dessas? — Foi carismático. — Ninguém ao menos consegue me notar! — Disse e depositou um beijo na cabeça de .
— O que fez para tirar esse homem da toca senhorita ? — Outra questão surgiu entre eles e a garota não pode evitar a malícia no olhar.
— Isso é um segredo meu e dele! — Foi brincalhona de maneira tendenciosa e todos adoraram.
— ! — Mais uma vez a garota foi chamada. — Você foi vista fazendo uma pequena mudança para o apartamento do senhor , isso significa que estão morando juntos? — Eles não falaram nada, apenas assentiram alegres. — Não acham que é muito rápido para um relacionamento de poucos meses? — Outro repórter indagou.
— Rápido é bom! — adiantou caloroso.
— É! — concordou enquanto eles se encaravam. — Eu gosto do rápido!
respondeu com um enorme sorriso no rosto e não podia fazer outra coisa a não ser sorrir também. Eles estavam certos. Esses são os tempos rápidos e eles estavam, definitivamente, felizes.
— Isso está ficando fora de controle ! — Jogou a revista que gritava uma manchete sensacionalista.
— Eu não me importo! — Ela sorriu sarcástica e deu de ombros.
— Isso vai arruinar nosso império! Você realmente acredita que era isso que sua mãe queria? — O pai a fitou com os olhos marejados.
— Como eu disse, eu não me importo! — A jovem levantou-se da cadeira, apoiou as mão na mesa e o encarou com o semblante de irritação em seu rosto. — Eu não sou mais uma garotinha e quero que você pare de me tratar assim.
O homem já havia deixado de lado todas as esperanças.
— Então o que quer fazer? Abandonar tudo o que construímos? — Falou nervoso.
revirou seus olhos e seguiu o passo para fora da sala deixando o homem que a criou, sozinho e sem respostas, ela já não contava mais as vezes que seu pai a repreendia pelo seu atual comportamento. A mídia estava de maneira negativa em cima dela e era complemente compreensível, visto que ela era a queridinha do momento.
A única sucessora dos negócios da família e conhecida em todo território europeu como herdeira de uma grande fortuna tornou-se uma das maiores socialites do presente, ela era o bibelô da Inglaterra e sua conduta não estava sendo agradável, nem para ela e nem para imagem do país que estava ficando reconhecido por passar pano para crise de estrelismo da mesma. Mas, isso não era algo que conseguia atingi-la. Ela buscava sentir algo, pois não sentia mais nada desde que sua mãe não estava mais presente.
Afastou seus pensamentos e foi em direção para cozinha na tentativa de fugir mais uma vez pela porta dos fundos, Charles havia aumentado a quantidade de seguranças e proibido que qualquer funcionário atendesse algum pedido da filha que não passasse por ele antes. Ela sentia-se presa. Encurralada. Mas, ainda assim conseguia driblar as tentativas falhas do seu pai. Girou a maçaneta lentamente na tentativa de não tirar a atenção de ninguém que estava naquele lugar.
— Onde pensa que vai ? — A voz de Morgana surgiu atrás dela.
— Eu só estou indo tomar um ar. — Ela bufou.
— De maneira tão suspeita assim? — A governanta olhou a garota desconfiada.
A jovem simplesmente abriu a porta e continuou andando para o jardim da sua casa, até que avistou um de seus seguranças e correu até o mesmo. Ele percebendo a euforia e a movimentação diferente do habitual, já se preparou para mais uma das ideias mirabolantes de fuga dela.
— James, por favor! — Implorou sem ao menos explicar o que precisava.
— Não posso continuar te ajudando ! Vou terminar perdendo meu emprego, você sabe disso! — A fitou sério.
— James, eu prometo que é só dessa vez. Não farei nada que possa sair em tabloides, não vou prejudicar você. — Suplicou. — Papai não vai brigar com você como da última vez. — Fez um bico que nem uma alma conseguia resistir.
James era seu segurança mais próximo, o único que ela sentia que realmente se importava com toda situação, e de fato, ele se solidarizava com a garota, não lembrava a última vez que a própria colocou um sorriso sincero em sua boca desde a morte da sua mãe, então sempre a ajudava a escapar. Ele sabia que não era estrelismo. Ela estava triste. E o mesmo sentia-se mal por ela não ter um pai que enxergasse isso.
Sendo assim, ele consentiu e ajudou ela a fugir pela incontável vez naquela semana. A loira ficou na ponta dos seus pés e o beijou na testa como forma de agradecimento, jamais deixaria seu pai fazer algo contra James, ela usaria sempre a famosa chantagem emocional para se safar de qualquer tipo de problema que enfrentasse.
Depois de andar alguns metros, colocou o capuz sobre a cabeça na tentativa que ninguém a reconhecesse, entrou no primeiro taxi que aceitou a corrida e pediu para que o mesmo a levasse para o bar mais próximo no centro da cidade, acreditava que o álcool a ajudaria mais uma vez. Não faria qualquer coisa imprudente, pelo menos, não essa noite. Havia feito uma promessa a uma pessoa especial e dessa vez não quebraria.
O taxista deixou a jovem em um lugar calmo e no fundo ela o agradeceu por isso, mesmo não imaginando que essa era sua intenção. Olhou a placa piscar um nome vermelho neon e adentrou ao local tomando rumo ao balcão pedindo a cerveja mais gelada que o barman poderia oferecer e retirou da cabeça a peça que escondia seu rosto.
— Dia difícil? — Uma voz masculina surgiu e ela direcionou seu olhar para esquerda.
não se conteve ao ler cada detalhe daquele homem robusto e forte ao seu lado, a barba por fazer, a boca bem desenhada, um olhar penetrante e seu cabelo penteado todo para trás. Talvez não tivesse visto alguém tão bonito em toda sua vida. Sentiu-se intimidada por um momento. Não achava que era capaz de chamar a atenção de um cara como ele, pelo menos não como estava vestida.
Respirou fundo antes de responder.
— Pois é! — Xingou a si mesma internamente por não conseguir dizer uma sílaba a mais.
— Conheço o sentimento! — Sorriu gentilmente e ela sentiu o coração apressar a batida.
— Eu duvido! — Riu nasalado.
— Você deveria tentar! — O homem a provocou e bebericou um pouco da cerveja.
observou o movimento que o seu pomo de adão fazia a cada gole que ele dava, culpou-se mentalmente por querer se entregar naquele mesmo momento, cortou sua sede com um gole da bebida gelada e lembrou que havia prometido que não faria nada impulsivo ou rebelde naquela noite. Bufou.
— Alguém realmente está estressada hoje! — O cara ao seu lado voltou a falar.
— Você ainda está ai? — Disse irritada.
— Eu não sabia que você tinha comprado esse bar. — Falou irônico.
— O que você quer? — Ela só queria que ele ficasse longe. Não poderia errar hoje.
— Bem, eu queria te pagar uma bebida, mas pelo visto... — Ele a encarou.
— Então já que estamos querendo saber coisas por aqui, eu queria saber se você é meu fã ou algo assim. — Levantou as sobrancelhas e usou um tom sarcástico.
— Sobre o que você está falando? — Ele pareceu receoso, mas viu mais como cinismo.
— Obviamente, deve ser pelo fato de eu ter te visto pelo menos nos últimos três bares de Londres que eu estive e que talvez você não consiga disfarçar, o suficiente, com seus olhos o quanto quer me levar pra sua cama. — Articulou as palavras de modo contundente e travou o maxilar.
Ela estava certa. Ele havia a seguido. E ele havia a encarado e, possivelmente, paquerado um pouco todas as vezes. Mas, dessa vez resolveu se aproximar por sentir triste, queria ajudar de alguma forma, não queria parecer um fã obcecado, essa nunca foi intenção. Pelo visto, ela não reagiu da maneira que ele esperava.
— Então, senhor misterioso, o que me diz? — Ela transpareceu acidez.
— Culpado! — Era a única coisa que ele conseguia falar.
— Era o que eu imaginava. — A garota suspirou.
— Mas, em minha defesa, eu não sou um fã! — Tentou explicar. — Acho que deve ter sido apenas uma coincidência. — Mentiu. — Talvez o destino! — Sorriu de lado e revirou os olhos.
— Com toda certeza! — Bebericou a cerveja.
— Qual é! — Exclamou. — Isso é tão estúpido! — Expeliu indignação enquanto a garota o mirava. — Olha para você... — Estendeu suas mãos em direção a ela na tentativa de expressar algo. — É impossível não te querer! — Ele soltou as palavras sem pensar.
A tensão era grande no local, talvez ambos nunca tivessem sentido tanta química em algum momento das suas vidas, o tempo parecia correr cinco vezes mais rápido que o normal. Ele pensou que era um erro, tentou voltar atrás, mas seus olhos estavam fixos nos dela, não conseguia sair dali. Sentiu-se um tarado por ser capaz de ter pensamentos impróprios com a jovem em sua frente.
engoliu seco. Sentia o calor subir por sua intimidade e arrepiar cada pelo do seu corpo. Ela não sabia que um olhar poderia causar tantos sentimentos diferentes por dentro e por fora dela. Ambos se encaravam de maneira que poderiam se atacar a qualquer hora. E foi exatamente isso o que aconteceu.
A jovem o agarrou pelo pescoço e o beijou de forma abrupta, mas o mesmo não interrompeu a atitude dela, ele desejou isso tanto quanto a garota. Logo após o consentimento, ele abraçou a cintura dela e a encaixou no meio das suas pernas, pois ela era pequena o suficiente para isso. Suas línguas entrelaçaram-se em uma rapidez, como se eles estivessem esperando por isso há anos. Os dedos da morena passeavam pelo cabelo macio do rapaz enquanto o mesmo mordiscava seu lábio inferior e sorria entre o beijo.
— Eu sou o , por acaso! — Ele sussurrou apartando o beijo delicadamente.
— Eu sou a ! — Ela riu sem jeito por alguns segundos até perceber um paparazzi na porta do bar. — Merda! — Seu rosto apresentou uma feição de desespero e colocou seu capuz novamente.
— Eu fiz algo errado? — Perguntou.
— De jeito nenhum! Talvez tenha sido o melhor beijo da minha vida! — Mostrou seus dentes em um sorriso amistoso. — É só que... — Olhou novamente para porta do bar e seguiu o seu olhar.
— O que você está procurando? — Indagou confuso.
— Consegue ver aquele cara segurando uma câmera fotográfica? — Ela apontou e ele assentiu. — Ele está atrás de mim, aposto que me seguiu! — Falou preocupada e enxergou o homem a sua frente confuso. — Consegue me tirar daqui? — Pediu ansiosa.
Ele não pensou duas vezes, a segurou pela mão e a conduziu pelo meio daquelas pessoas que estavam no bar, atravessando todas de maneira cautelosa até a porta de trás do bar, podia sentir a temperatura fria do seu tato causado pela inquietação e receio. entrelaçou seus dedos na tentativa de fazer com que se sentisse mais segura, parecia bobagem, mas não queria que ela carregasse qualquer tipo de sentimento que pudesse feri-la.
Após passar pelo portão de metal, avistou sua moto e andou um pouco mais rápido até alcançar o mesmo, a garota apenas o seguia, não era capaz de soltar sua mão nem se o quisesse. Depois que chegaram perto do veículo, ele retirou o capacete que estava pendurado no guidão e entregou na mão dela, a apreensão tomou conta da jovem que pensou em desistir de seguir com um estranho qualquer após lembrar da promessa feita a James.
— Eu não acho que é uma boa ideia! — Sorriu sem graça, hesitando, e devolveu o capacete para o homem que a olhava confuso agora.
— Está com medo? — Perguntou.
— Não... não é isso! — Mordeu o lábio meio aflita.
— Então o que é? — Ele perguntou curioso e apenas ouviu o silêncio reinar naquele pequeno espaço entre os dois. — Olha, você tem duas opções. — Sorriu gentilmente. — Você pode escolher isso! — Ele balançou o capacete levantando suas sobrancelhas. — Ou você pode voltar para o fotógrafo lá fora. — Sugeriu e era notável o deboche no seu tom de voz.
hesitou pela segunda vez naquela noite. Encarou receosa e pegou o equipamento de segurança da sua mão encaixando na sua cabeça enquanto podia enxergar o sorriso vitorioso que ele tinha no rosto, ela revirou seus olhos e devolveu seu olhar para ele e eles devem ter ficado por ali uns segundos em silêncio.
O homem conseguia ver os pequenos olhos verdes dela através da brecha do capacete, a pupila dela dilatava conforme o tempo se passava. não conseguia definir o que era aquele sentimento, mas franziu o cenho ao sentir a tristeza que carregava.
— Está tudo bem? — Ela perguntou ingenuamente.
— Sim! Eu acho que sim! — Ele acordou do transe e forçou um sorriso.
— Então... Vamos fazer isso ou não? — Ela apontou para moto. Ele balançou a cabeça repetidamente.
— Claro! Me desculpa! — Ele parou de encará-la, mas sentiu um aperto no peito que foi ignorado ao subir no veículo e o acompanhou.
— Não vai me matar, vai? — Ela perguntou de um jeito sarcástico e ele riu fraco.
— Você tem tempo para desistir se quiser! — Ele ligou a moto e acionou a embreagem.
— Não é como se eu ainda tivesse algo a perder. — A garota engoliu seco e agarrou a cintura de em uma tentativa de se sentir protegida.
Ele entendeu o recado. Começou a dirigir para o mais longe possível daquele lugar, era uma noite fria em Londres, então o vento gélido alcançava as mãos de , que involuntariamente apertava a cintura, do homem que pilotava a moto, mais forte. dividia seu olhar entre a pista e ela, através do retrovisor conseguia enxergar o quanto o sentimento de liberdade a preenchia. Pensou em um lugar que a levaria, sem que fosse sua casa, que fizesse a mesma se sentir segura. Mas, não conseguiu. Ela pareceu entender a confusão que se passava na cabeça dele e deixou escapar algo.
— Não se preocupe! — Ela falou um pouco mais alto, pois o barulho do vento contra eles poderia fazer com que ele não a ouvisse. — Pode ser a sua casa! —Ambos se encararam pelo retrovisor por algum período curto de tempo.
Ele acelerou a moto em direção a sua moradia. Durante o trajeto apenas pensava em como ficaria só em qualquer tipo de espaço com sem que a tocasse ou sentisse a química dos dois a alguns metros de distância. Sentiu-se apreensivo ao pensar que sua fala tivesse sido algum tipo de passe para que ele pudesse a beijar novamente.
Entrou no estacionamento de um prédio muito alto, ela deduziu que deveria ter pelo menos uns quarentas andares, o edifício era todo espelhado e a garota teve uma sensação de déjà vu, como se tivesse estado naquele lugar anteriormente, o que não seria difícil já que estavam no centro da cidade e era muito comum esse tipo de imóvel.
Após estacionar o veículo, ambos desceram da moto e retiraram os capacetes, ela passou a mão pelos fios longos do cabelo seguindo seu comprimento, arrependida por não ter prendido o mesmo e recebendo o olhar debochado do homem a sua frente que entrelaçava os seus dedos pelas madeixas.
— Você pode usar meu pente! — Ele riu nasalado enquanto ela fuzilava ele com os olhos.
— Você me conhece há alguns minutos e já acha que pode brincar assim comigo? — Ela continuou fitando aqueles olhos azuis e aproximou-se dele pressionando o dedo indicador no seu peitoral, ele não se conteve e mordeu seu lábio de um jeito provocativo.
— Desde que você me conceda permissão, imagino que posso fazer qualquer coisa! — jogou a cabeça para trás em uma gargalhada após ver o olhar de reprovação dela.
— Não acha que está indo rápido demais? — Ela perguntou sem esperar uma resposta adequada, pois queria aquilo tanto quanto ele.
— Você mesmo disse que não tinha mais nada a perder.
E ali estava a resposta correta para o momento certo. Era exatamente tudo o que ela queria ouvir, talvez ele tenha até superado suas expectativas, usando as próprias palavras da jovem contra ela. Era isso que ele pensava, mal sabia que tinha despertado todos os gatilhos possíveis para que se entregasse por inteiro para ele aquela noite.
Ela bufou concordando com a resposta e jogou o capacete com uma certa força no peitoral dele, mesmo sabendo que ela não sentiria dor alguma, pois seus músculos não permitiriam que isso acontecesse. Ela realmente ficava pequena perto dela, o suficiente para ser encaixada nos seus braços. segurou o equipamento com uma mão sem tirar o sorrisinho da boca.
Deu as costas ao próprio e foi em direção ao elevador, que se encontrava a pouco passos da moto, ela conseguia sentir o olhar de por cima de seu ombro, ele caminhava lento atrás dela, deixando que ela o guiasse mesmo que a garota não fizesse ideia de onde estava, apertou o primeiro botão que viu, em razão de acreditar que assim o mesmo chegaria até eles.
— Não tem mais fotógrafo atrás da gente! Não precisa sair correndo. — Ele falou ao sentir a garota um pouco desconfortável.
— Não é como se eu estivesse fugindo. — virou a cabeça para olhá-lo.
— Mas, é o que parece! — O homem exclamou e eles se encararam por alguns segundos.
Ambos voltaram a atenção para o barulho do elevador anunciado sua chegada e a porta do mesmo abrir, os dois entraram e tratou de pressionar o botão que possuía o número trinta e cinco e engoliu a saliva devagar um pouco apreensivo pensando que não era a primeira vez que levava uma garota para sua casa, mas era diferente, em todos os aspectos e ele sabia disso.
Ao chegarem, ela saiu primeiro do pequeno espaço onde estavam e foi em direção a única porta que encontrou. Pensou em como ele poderia ser bem sucedido, pois um apartamento por andar poderia significar que ele tinha um bom emprego, como também ele poderia ser sustentado pelos pais. Riu em seus pensamentos, por que se quer existia uma razão para ela estar ansiosa com um futuro que não era seu, no momento.
Ela nunca cogitou a possibilidade de ter um amor, não acreditava nisso. Já tinha experimentado ficar com alguns caras e nada despertava esse tipo de coisa dentro dela. Mesmo crescendo em um ambiente onde enxergava apenas esse sentimento, não achava que essa era a solução de qualquer problema que ela poderia ter e não seria um cara qualquer que conheceu em algum bar de Londres que mudaria isso. Ainda mais, depois da sua mãe não estar mais presente na sua vida.
— Você está ansiosa com alguma coisa? — passou por ela para abrir a porta.
— Pareço estar? — Ela devolveu a pergunta com outra pergunta, entregando um sorriso cínico, pois já sabia a resposta.
— Sim e muito! — Ele encaixou a chave, girando e destrancando lentamente a única barreira entre eles e seu esconderijo. — É sua última chance de fugir! — Disse ele, segurando a maçaneta e deixando uma pequena brecha a mostra.
revirou seus olhos e empurrou devagar o ombro dele para ter acesso ao seu segredo. Ela acreditava que sua casa ou quarto revelava um pouco de você e estava esperando algo bem ostentoso do homem que estava atrás dela. De início deu de cara com a cozinha, o apartamento não possuía muitas coisas, era extremamente espaçoso e ao contrário do que ela estava pensando era bem simples e não existia luxo. Logo, deduziu que ele não era do tipo fabuloso e agradeceu mentalmente por isso.
Prontamente a sua esquerda estava uma sala com um enorme painel e uma televisão demasiadamente grande, como uma tela de cinema, talvez fosse a coisa mais extravagante naquele lugar. Ela apontou para o local levantando suas sobrancelhas como se estivesse indignada com tamanho exagero.
— Eu gosto de rugby. — Ele tentou se explicar enquanto recebia um olhar extremamente julgador da moça. — Bem, gosto de assistir a jogos, preferencialmente de rugby. — Corrigiu enquanto colocava os dois capacetes em cima do balcão que ficava na ilha da cozinha.
permaneceu em silêncio, pareceu uma justificativa razoável para ela ou por ele ser bonito demais, isso tornava mais fácil para o sentimento de perdão brotar em seu coração. Desceu o pequeno lance de escadas com dois degraus que permitia a saída da cozinha para sala de maneira rápida. Pensou em como era compreensível a quantidade de moveis naquele lugar, visto que morava só.
Aproximou-se do sofá que estava alguns passos a sua frente e acariciou o material, tornando a olhar para sua esquerda, nesse momento desvendou uma barreira branca, o que seria uma porta de correr, foi de encontro a região com a simples dedução de que ali seria o quarto dele, visto que a sua direita era apenas uma enorme janela de vidro com uma linda vista para cidade.
Dedilhou a entrada e encarou o homem robusto que havia colocado suas mãos nos bolsos da calça, inquieto, como se esperasse uma aprovação dela ou algo assim. a observava enquanto entregava um sinal de liberação, para ela entrar em seu quarto, com o seu olhar. E assim ela o fez, afastou uma porta para direita e outra para esquerda.
— Eu não estava contando com isso! — Confessou.
— Se estava esperando algum tipo de confusão aí dentro, sinto muito desapontar! — Ele alegrou-se fazendo o mesmo caminho feito por ela e agora também habitando seu quarto.
— Então você é daqueles que tem algum tipo de toc ou só gosta das coisas do seu jeito? — Ela virou-se para ele com um olhar tendencioso e tentou sair por cima na conversa.
— Eu era militar! — Ele revelou e tudo fez sentido na cabeça dela, desde o corpo extremamente musculoso, como o seu apartamento impecável. — Organização é a nossa primeira tarefa. — Justificou.
— Era? — Questionou curiosa.
— Sim! — Afirmou de um jeito seco e recebeu uma feição de reprovação dela.
— Ok! Vou entender isso como um... — Foi interrompida antes que pudesse terminar a frase.
— Eu me envolvi em um acidente. — pareceu desconfortável, então ela permaneceu em silêncio. — Anos atrás... Fui afastado e estou muito velho para voltar agora. — Ele riu fraco, incomodado. apenas assentiu. Algo que não tinha perguntado era sua idade, mesmo ele não parecendo tão velho quanto dizia.
Admirou-se do quarto dele, que por sua vez não estava bagunçado, lençóis no lugar, sem toalha em cima da cama, qualquer meia ou roupa espalhada pelo chão. Ao seu lado esquerdo conseguia enxergar um guarda roupa e uma outra porta que imaginou ser o banheiro, do outro lado mais um imenso painel de vidro, diferente do da sala, esse contava com uma belíssima persiana e ela entendeu que seria para afastar qualquer tipo de luz.
— Eu gosto da cortina. — Ela apontou para atrás dele. — Você definitivamente tem um bom gosto!
— Isso é uma outra ironia ou...? — Questionou desconfiado.
— Eu não estaria agindo muito diferente de você se fosse. — Suspirou.
— Nossa! — Estalou a língua no céu da boca. — Como eu consegui trazer você para minha casa se eu ao menos consigo ter uma conversa sem você tentar me esfaquear de alguma maneira? — Riu brincalhão até sentir fuzilar ele com os olhos.
— Você não conseguiu nada ! — Falou sério. — Estou aqui por que eu quero. — Ele assentiu apreensivo.
— Me desculpa?! — Estreitou os olhos buscando uma oportunidade de perdão e ela entrou em uma crise de riso enquanto observava ele sem entender nada.
— Meu Deus! — Tentou dizer entre as gargalhas. — Porque pisa tanto em ovos comigo? — Perguntou esforçando-se para respirar. — Deveria ter visto sua cara de preocupado. — Ela ainda soltou uma última risada e a encarava surpreso com tanta ousadia.
— Você é uma pessoa muito má! — Apontou seu indicador para ela. — Acho que deveria pagar por isso. — Começou a se aproximar dela, devagar, quebrando o espaço entre eles.
— Eu acho que eu já conheço esse sentimento. — Relembrou a fala do homem mais cedo no bar.
— Eu duvido! — Ele seguiu o raciocínio dela e respondeu a mesma coisa que saiu da boca da garota mais cedo. Sorriu em confirmação de que tinha entendido exatamente o que ela estava fazendo.
— Você deveria tentar! — Falou com um olhar provocativo e deu as costas para o mesmo, voltando o olhar para aquela vista a sua direita na sala, era algo que poderia tirar o folego de qualquer um, inclusive o dela.
Mesmo permanecendo a muitos metros de altura, ainda conseguia se sentir segura apenas de contemplar algo tão belo, de tudo naquela lugar definitivamente era ali que ela poderia sentar no chão e passar horas só observando Londres.
Foi andando em sentido a gigante janela de vidro e sentiu a seguindo, ele nem parecia um estranho, era esquisito como nunca se sentiu assim com ninguém, ele, definitivamente, poderia ser um serial killer, mas ela iria continuar ignorando isso, porque seu instinto dizia outra coisa. Acercou aquela área e colocou sua mão lacuna completamente transparente, para vivenciar qualquer tipo de sentimento enxergando todas aquelas luzes.
— E aí? O que achou? — Ele quebrou o silêncio dela com a grande expectativa de uma boa resposta.
— É bem... Você! — Ela respondeu. — Eu gosto! — Sorriu gentilmente e o encarou.
— Eu acho que isso é algo bom, certo? — Semicerrou os olhos.
— Você está querendo algum tipo de validação da minha parte como se fossemos casar?! — Ela colocou a mão sobre a boca e soltou uma risada meio zombeteira.
— Viu? Tentando me esfaquear outra vez. — Ele reclamou fazendo o gesto de uma facada no peito e acariciando o mesmo com uma das mãos.
— Como se você estivesse preocupado, certo?! — Ela debochou e ele suspirou.
— Eu só quero que você se sinta confortável. — Respondeu gentilmente passando o indicador na ponta do nariz dela.
— Assim como das outras vezes que ficava me encarando nos mesmos bares que eu estava e, por alguma coincidência, você também? — Ela ainda queria uma resposta para aquilo.
— , eu sei que pareci um psicopata... — Ele tentou refutar e foi cortado por ela em questão de segundos.
— Seria melhor me dizer a verdade . — Ela o fitou. — Eu odeio mentiras e ser enganada por um cara não está nos meus planos. — Mordeu a parte interior da bochecha, na tentativa de esconder o nervosismo.
— Olha, você precisa saber que eu sou... — Tentou falar algo e novamente, ele foi censurado.
— Você não é um paparazzi, é?! — Respirou fundo. Era uma pergunta difícil para ela, pois seu único plano aquela noite era ter o homem dentro dela, mas não podia vacilar com mais uma manchete sensacionalista.
— Você me ofende desse jeito! — Ele brincou tentando acalmar a inquietude dela.
sorriu fraco, receosa, mas conseguia enxergar verdade nos olhos de e continuou o encarando. O frio na barriga tomou conta da garota, pela segunda vez conseguia notar cada detalhe daquele rosto, ele realmente era coisa mais linda que ela já tinha visto em toda sua vida. Sem exageros. Isso estava claro em sua mente. Não se arrependeria de nada que fizesse essa noite, visto que tinha certeza que poderia ser a melhor de toda sua existência.
— Então, nada de fotos perigosas, certo?! — Ela pregou seus olhos na boca do homem e depois subiu de encontro com o olhar dele.
— Eu posso abrir uma exceção para você. — Ele riu e percebeu o quanto ela o encarava com aqueles olhos verdes de maneira penetrante.
A tensão sexual entre os dois era algo que poderia ser percebido quilômetros de distância. Literalmente. Eles estavam lado a lado e , simplesmente, aprofundava-se cada vez mais naquela energia.
— Algum problema? — Perguntou curioso.
— Porque um lugar tão alto? — Indagou interessada e tornou a observar o cenário na sua frente.
— Eu gosto da vista! — Ele respirou fundo.
— É, eu também! — Respondeu vidrada no homem ao seu lado.
Sem pensar duas vezes, virou-se para garota e posicionou suas mão na cintura dela, a mesma tomou impulso e foi para seu colo. Ele conseguiu abraça-la de forma que não sobrasse espaço para fuga. Era o encaixe perfeito. Entrelaçou um dos braços em seu quadril, apalpando um lado de suas nádegas o que fez ela arfar, em consequência sua outra mão cruzou caminho direto para o cabelo dela enlaçando seus dedos em todos os fios possíveis. E a beijou, como se não houvesse amanhã.
conseguiu sentir algo.
Ela sentia a ponta dos dedos dele correndo pelo seu couro cabeludo, sua mão apertando todas as partes do seu corpo, sentia os lábios dele percorrendo toda a região do seu pescoço, conseguia sentir o seu íntimo latejando de desejo para penetrá-la. Ela poderia repetir a palavra sentir várias vezes na sua mente. Depois de meses após a morte da sua mãe, ela atingia alguma sensação, o que estava há tanto tempo tentando fazer, ele havia conseguido.
Não existia nenhuma garota mais anestesiada naquele momento além dela. Algo novo e um misto de emoções tomava conta dela de maneira gratuita. Não precisava mais fingir, ela estava segura nos braços dele. A língua do homem que a segurava em seu colo dava voltas dentro da sua boca como se estivesse vivendo uma aventura. Ela não queria mais nada, tinha tudo ali. apartou o beijo.
— Tem certeza que fazer isso? — Ele indagou com a respiração ofegante.
— Está com dúvidas se quer me foder? — fez um carinho no pescoço dele com a ponta das unhas. Ele, obviamente, a encarou com um sorriso safado no rosto.
— Eu não tenho dúvidas em relação a te foder, isso eu tenho certeza que vou fazer a noite toda! — Ele caminhou com ela em seu colo enquanto proferia as palavras até chegar em sua cama. — A minha dúvida é se você quer que eu faça isso. — a deitou com gentileza e ela não conseguia tirar o sorriso maroto do rosto ao mesmo tempo que tocava os lençóis macios.
— Você quer que eu peça? — Ela franziu a testa durante sua fala e fez um bico em seus lábios, ele riu de maneira sarcástica com audácia dela de se fazer de vítima.
— Você não entendeu ! — O homem mordeu seu lábio inferior com tanta força que ela percebeu o quanto ele falava sério. — Eu só vou fazer isso se você me pedir. — tirou sua camisa e mirou seus olhos nos dela podendo vê-la boquiaberta.
Dominante. Ele era esse tipo de cara, agradeceu com todos os pelos do seu corpo, por que era impossível não se arrepiar com aquela estatura física parada a sua frente. Ela levantou-se ficando de joelhos em cima da cama e deslizou seus dedos do trapézio até os ombros dele, depositando pequenos beijos em toda região, ele fechou seus olhos, já sentia seu membro pulsar para enrijecer apenas com o toque dos lábios da garota.
Ela foi subindo com mais selinhos pelo pescoço ao mesmo tempo que passava suas mãos por toda área do peitoral do homem em sua presença, dirigiu-se em direção ao lóbulo da orelha dele, mordiscou a ponta e sorriu maliciosa ao passo que pegou a mão dele, colocou em sua intimidade, nesse momento pode perceber através da calça jeans dela o quanto ela estava molhada e a própria sussurrou em seu ouvido.
— Isso é suficiente? — Questionou devassamente.
Não era um pedido. Mas, de verdade, era o suficiente para ele. A jogou com uma certa força contra o colchão e sorriso no rosto da garota era o mais depravado possível. o queria tanto dentro dela, não sabia explicar. O rapaz robusto foi para cima, pois não poderia esperar mais nenhum segundo. Com todo cuidado retirou primeiramente o moletom e já revelou sua peça íntima.
O sutiã preto dela destacava sua pele branca, e o bojo exaltava o contorno dos seios, sentiu-se extasiado visto que eles eram do tamanho proporcional ao corpo dela. estava linda para ele e ela ao menos havia retirado sua vestimenta inferior. O cabelo espalhado por todo tecido branco deixava ele cada vez mais excitado.
Conduziu sua boca para beijá-la novamente enquanto ela desabotoava o botão de sua calça e fez igual a garota, ambos despidos, conseguiu enxergar o volume mediante a sua cueca e não evitou por passar a mão e acariciar seu membro enquanto ele mordiscava os lábios da garota e gemia sem muita pretensão, mas sabia que não demoraria muito para que ficasse duro.
Segundos depois eles já estavam se beijando novamente e ele fez questão de chupar a língua dela várias vezes, desceu sua língua em toda região do busto de e retirou a alça do sutiã e ela se prontificou em retirar a pequena trava nas costas, mas, o homem segurou sua mão antes que ela pudesse fazer qualquer coisa e retirou a peça, evidenciando os seios redondos e delicados.
desceu sua boca em direção ao bico esquerdo, o qual já estava extremamente enrijecido, deu leve mordidas e brincou com a ponta da sua língua ao redor, o que fez ela arfar e sentir sua intimidade latejar, a garota fechou seus olhos em uma tentativa de controlar o tesão e conseguiu se divertir com isso. Ao ver se contorcer com seu toque molhado, ele levou sua mão até o outro seio, o apertando carinhosamente e lentamente, ela, consequentemente, mordeu seu lábio inferior, o que tirou um sorriso safado dele.
Ela entrelaçou seus dedos no cabelo macio dele e puxou um pouco, incentivando, cada vez mais, ele a continuar. Procurando os lábios dela, o homem novamente começou um beijo, mas dessa vez com mais ferocidade e algumas provocações, mordidas nos lábios e por todo seu pescoço, ele definitivamente estava fazendo querer a boca dele em seu sexo.
Ele deslizou sua mão pela cintura dela em direção a sua parte íntima e fez questão de tirar calcinha da garota o mais devagar possível para que seus dedos deslizassem em suas pernas e ele pudesse sentir os pelos dela se arrepiarem em razão do choque da pele de ambos entrando em contato. estava nua para que ele pudesse fazer o que ele quisesse com ela. Estava totalmente entregue, ansiando a cada segundo ser consumida como nunca havia sido.
Com dois dedos, começou a acariciar o clitóris dela devagar, tentando conhecer a zona de prazer de , enquanto ela soltava pequenos gemidos, ele salivava, pronto para colocar sua língua e fazê-la gozar em sua boca. Distribuiu beijos pela lateral da coxa da garota, que se contorcia ao sentir os lábios dele em todas as extremidades ao mesmo que os dedos do não paravam de fazer movimentos leves e circulares em sexo.
— ... Por favor! – Ela implorou com a voz falha e a respiração ofegante e logo podia se notar a expressão de vitorioso no rosto dele, apenas comemorando o feito dela desejá-lo, querê-lo e esperá-lo dentro de si mesma.
— Diga meu nome de novo! — Ele parou tudo o que estava fazendo e ficou com a cabeça baixa entre as pernas dela, esperando que ela o obedecesse.
— ... — Ela sussurrou sem pensar duas vezes e ele estremeceu.
Não contou segundos para enfiar sua língua em cada centímetro dela, sentir seu gosto, o quanto ela estava molhada esperando por ele ali. começou a gemer mais alto quando a colisão entre sua intimidade e o homem a sua frente foi imediata, ela arqueou suas costas e comprimiu os dedos do pé, virando e afagando o rosto no travesseiro fofo que estava ao seu lado.
explorava aquele espaço como se pertencesse apenas a ele, ela não era mais a dona, não naquele momento, ele era. Sua língua fazia movimentos de cima para baixo demoradamente e ela se contorcia naquela cama, puxando os lençóis com força, parecia que ele tinha achado o ponto, pois sentia cada vez mais jorrar seu líquido dentro da boca dele e o próprio não deixava nada escapar.
— Isso... Desse jeito! — Disse ela, fazendo o homem parar bruscamente sua ação e a jovem o fitou sem entender o que tinha acontecido.
— Quem disse que você manda aqui? — Ele ficou em pé e a encarou sério.
— Eu achei que... — Passou a língua pelo lábio, pois não sabia como terminar aquela frase vendo com membro duro por dentro da cueca que já demonstrava sinais de um pré gozo, pois estava um tanto melada. — O que você quer que eu diga? — Tentou se redimir ficando de joelhos na cama e se aproximando dele.
O homem riu nasalado. Ela, realmente, era extremamente atraente e nua tinha se tornado a primeira maravilha para ele, seus olhos não conseguiam para de percorrer o corpo da garota. Não podia esperar mais. Queria entrar desesperadamente e fodê-la o mais forte possível.
tirou sua cueca revelando o quanto seu pau estava duro, o suficiente para ser enfiado nela, dedilhou a cabeça do mesmo recolhendo um pouco do fluido que estava soltando e esfregou nos lábios da garota em sua vista, ela segurou o dedo dele, colocou dentro de sua boca e chupou através do meio mais vulgar o possível, ele retirou, repetindo processo anterior e desceu sua mão para o pescoço dela, a enforcando lentamente.
— Eu não quero que diga nada! — Ele depositou um beijo demorado na boca dela. — Eu quero te fazer minha! — Soltou as palavras bem próximo ao rosto de que conseguia sentir a respiração dele e no mesmo instante fraquejou e a jogou de volta na cama.
A garota permaneceu em silêncio, esperando algum tipo de comando, pois não seria capaz de desobedecer o homem a sua frente, nem se quisesse. Todo aquele sentimento de se sentir livre, de cometer atos imprudentes para chamar atenção, agora conseguia entender o seu comportamento rebelde, fechou seus olhos e respirou lentamente.
percebeu a inquietação de , passou a mão pelo seu membro para chamar a atenção e mostrou um sorriso triunfante quando conseguiu. Ela ficou de quatro na cama com o olhar em direção ao homem, esperando que ele pedisse para que a mesma o chupasse, engatinhou rumo ao membro dele e passou sua língua na glande dele esperando algum tipo de aprovação, sem sucesso. Novamente, repetiu a ação e não teve resposta dele, ele ao menos se moveu.
— ... — Ele a chamou atenção, ela voltou os olhos castanhos para ele e, rapidamente, olhou para o lençol branco, pois não conseguiu o encarar. — Eu mandei você me chupar? — Ele perguntou.
A garota iria responde-lo, mas lembrou que o mesmo disse que não queria que ela falasse nada, então apenas balançou a cabeça negativamente. segurou seu queixo, não deixando saída para que ela olhasse para outro lugar.
— Eu quero te fazer minha! — Ele proferiu. — Só quem importa aqui é você! — Depositou um carinho no rosto dela. — Eu vou te fazer voltar para mim todas as vezes que pensar em ir embora por que não vai conseguir estar com outro cara sem pensar em como eu te chupo melhor ou te fodo melhor.
engoliu seco. Estava apta para gozar só ouvindo ele.
— Tem uma camisinha na gaveta daquela cabeceira. — Ele apontou. — Quero que pegue ela. — Ela ouviu a ordem e o obedeceu. — Abra pra mim! — Mandou.
Bastante refém da situação, ela abriu o pacote preto que estava em suas mãos enquanto não tirava seus olhos do dele, totalmente entregue. Se inclinou para vestir o membro de , após ele assentir, ela concluiu a ação da forma mais lenta o possível, queria aproveitar cada segundo tocando aquele homem. Ao mesmo tempo que tudo acontecia devagar, a intensidade era dobrada, era o que ela sentia
— Fica de quatro para mim! — Exigiu.
A garota apenas acatou e ficou na posição ordenada por ele, se era assim que ele desejava, seria assim que ela o faria.
— Eu sabia desde o momento que te vi no bar que você seria a coisa mais gostosa nua. — Ele apertou com força a nádega direita dela e desferiu um tapa na mesma.
A garota gemeu inocentemente. O homem revirou os olhos só por ouvir aquele som.
Ele estava pronto para devorá-la, mas, mesmo assim resolveu provocar a garota mais um pouco. Segurou seu membro já bastante duro e começou a roçar a cabeça do mesmo no clitóris dela, que enfraquecia conforme os movimentos iam ficando mais provocativos e sua respiração mais ofegante, tentava controlar seus gemidos, mas era impossível.
— Isso é tortura ! — Ela choramingou.
Ele mordeu o lábio risonho. Estava ouvindo exatamente o que queria, por isso não parou de fazer o que estava fazendo.
— Por favor! — Ela implorou segurando os lençóis e bagunçando mais ainda a cama.
Sem mais delongas, ele a penetrou com força enquanto segurava a cintura dela e mesmo com a capa de borracha para proteção de ambos, podia sentir o quanto ela estava molhada, pois seu pau deslizava facilmente. Os dois estavam sentindo tanto prazer que só eram capazes de fechar os olhos e emitir sons de puro deleite.
apertava ela com tanta potência que marcas seriam deixadas ali sem complicações. Vê as costas nuas dela e seus cabelos pretos que balançavam de acordo com os movimentos de vai e vem, revelando mais ainda da pele branca daquela área, não conseguiu controlar seus extintos e começou a arranhá-la, a mesma não aguentou e começou a gemer mais alto.
Dor. Era isso que ela buscava esse tempo todo. Não sabia que era disso que precisava até estar na cama com o bendito homem.
— Eu poderia te comer assim a noite toda! — Comentou enquanto não parava de meter nela. — Mas, eu quero te ver gemer meu nome. — Parou lentamente a sua movimentação, o que fez ela protestar um pouco.
virou-se, deitou e ajeitou na cama de uma maneira que coincidisse com o espaço que ele deu para ela fazer isso. O homem segurou suas pernas, acariciando ambas, e as abriu lentamente, revelando como o sexo dela num instante estava inchado e bem vermelho, mordeu o lábio por pura luxúria.
— Noite de sorte, não acha? — Ele perguntou com um sorriso sacana e ela o acompanhou.
Não perdeu tempo para enfiar novamente o seu pau nela. A garota franziu o cenho, mordendo o lábio por sentir ele mais uma vez dentro dela.
— Você está tão molhada ! — Ela estremeceu ao ouvir o homem chama-la pelo nome e ele conseguiu identificar mais líquido sendo jorrado por ela.
A garota não conseguia soltar uma palavra. Só gemia cada vez mais.
— Você é tão apertada, mas consigo deslizar tão fácil dentro de você. — Ele falou cada palavra com tanto tesão. Era possível ver o quanto seu rosto estava vermelho. Ele era o próprio fogo.
— ... — Ela gemou com os olhos estreitos.
— Isso meu amor! — soltou a última palavra com pretensão. Esperou repreensão da garota, pois faziam apenas algumas horas que eles tinham se conhecido. Mas, ela entrelaçou os dedos nos cabelos dele, segurou com um pouco de força e o olhou profundamente nos olhos dele. — Fala meu nome de novo! — Ele mandou enquanto seu olhar permanecia vidrado no dela.
— ... — Ele ouviu a voz suave da garota e a estocou mais forte.
— Outra vez! — O homem ordenou ao mesmo que metia seu membro dentro dela vigorosamente.
— , eu quero você! — Ela mordeu o lábio inferior para provocar e ele diminui o ritmo dos seus movimentos, enfiando devagar, porém com rigidez. E recebeu o olhar de aprovação da garota.
— Gosta quando eu te fodo assim? — o ouviu perguntar e contraiu a vagina o máximo que pode apertando o pau dele no interior dela. Começou a gemer descontroladamente cada vez que sentia . — Olhe para mim enquanto estiver gemendo. – Ele preceituou e os dois, agora, se encaravam.
Parecia que eles dois se conheciam de outras vidas. E assim permaneceram por alguns minutos, o prazer reinava entre eles de forma tremenda, o gemido de ambos ecoava dentro do quarto. A feição dela era de uma garota que estava perdendo a virgindade, pura e simplória, como se ela nunca tivesse sentindo isso antes.
E de fato, ela nunca havia experimentado alguém como ele. Nunca. Era mágico como ele havia controlado ela apenas em algumas horas, como ele a possuiu no momento em que aproximou-se dela no bar.
Não demorou muito para que chegassem ao ápice. E depois de um gozo imenso, os dois completamente suados, suas testas estavam coladas em uma tentativa de ficarem mais próximos do que já estavam. Ela sorriu verdadeiramente, não fazia isso há meses, devolveu o sorriso. A palavra satisfação não era capaz de definir o que aquilo representava para eles.
Acabaram pegando no sono não muito tempo depois disso, mesmo relaxada o suficiente para dormir toda a madrugada, foi acordada pelo barulho do seu celular vibrando na cabaceira ao lado da cama e nome “papai” aparecendo na tela do aparelho, ignorou a chamada e só assim foi possível ver que ele já havia ligado doze vezes para ela. Deixaria as explicações para quando chegasse em casa, não queria lidar com isso agora.
Observou sereno ao seu lado e não evitou o sorriso formado em sua boca, ele, realmente, era lindo. Pensou em como a noite havia sido maravilhosa e em como ela poderia ficar ali para sempre, tudo pareceu tão fácil e isso ganhou ela de forma absoluta. Levantou-se da cama enrolada no lençol que há poucos minutos ainda a cobria, pelo fato de que ainda estava nua.
Direcionou o seu corpo para grande janela transparente que ficava na sala, ainda estava encantada com aquela vista, olhando através dela tudo parecia tão simples naquela cidade, ela se sentia uma desconhecida e era tão bom quando ninguém sabia quem era ela. , definitivamente, tinha problemas em lidar com o legado que foi deixado para mesma assumir.
Sentou-se no chão, ignorando o gelado quando sua bunda encostou no piso, ficou por um tempo ali vendo o céu misturar suas cores para despertar o sol, respirou fundo e sentiu a presença de alguém atrás dela, olhou para trás já sabendo quem encontraria ali. permanecia em pé, pelado, apenas a observando, o que a fez deseja-lo novamente dentro dela.
— Não consegue dormir? — Ele perguntou enquanto ajudava a se levantar.
— O céu está tão roxo. — Ela ignorou a pergunta. — É como se eu pudesse sentir o gosto. — Passou a língua pelos lábios fazendo o homem sentir arrepios por toda sua estatura física.
— Amora ou framboesa? — Ele despertou um sorriso sincero na garota com a brincadeira.
— Hum... — Ela o encarou. — Com toda certeza framboesa. — Respondeu.
— Doce assim como você? — Ele a puxou e a encaixou nos seus braços, fazendo com que o lençol que escondia o corpo dela caísse.
— Você me acha doce, senhor...? — Esperou a resposta do sobrenome dele enquanto entrelaçava os braços ao redor do pescoço do homem.
— Dalgliesh. — Respondeu distribuindo beijos no ante braço dela.
sorriu com a ação dele. Perguntou a si mesma se era possível sentir-se amada em apenas uma noite ou em pouco tempo, mas era como se já soubesse de cada pedacinho que integrava o corpo, a mente e o coração dela.
— Achou que estou louca! — Proferiu.
— Não está! — Ele retrucou. — Eu também estou me sentindo assim. — Roçou o nariz dele no dela.
— Mas, você nem sabe sobre o que estou falando. — Tentou disfarçar e o homem soltou uma leve risada.
— E sobre o que está falando meu amor? — Perguntou meio sarcástico.
Ela não respondeu. Não conseguiu dizer uma palavra após ouvir ele a chamar de “amor”, só conseguiu imaginar em como ele a chamou do mesmo jeito enquanto estava a fodendo. Deslizou sua mãe pelo peitoral de até chegar ao seu membro e o fitou como se estivesse pedindo permissão para algo.
— Segundo round? — Ele mordeu o lábio ao mesmo tempo que colocava uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.
partiu para o beijo e foi correspondida de maneira feroz, em poucos segundos ela já estava no colo dele e mais uma vez ambos se entregaram ao prazer de uma sensação que eles não conseguiam explicar de forma coerente e racional. Transaram ali na sala com a iluminação do mesmo céu roxo que a garota havia falado há pouco tempo.
Horas depois ela decidiu que era o momento de ir para casa e, provavelmente, ter uma conversa não muito agradável com seu pai para explicar seu sumiço, estava imaginando que ele já iria fazer no mínimo dez perguntas sobre o local que ela estava, a pessoa que a acompanhava, se tinha algum paparazzi por perto, se ela cometeu algum tipo de crime, talvez perguntasse até se ela havia assassinado alguém.
a deixou uma esquina antes da sua residência a pedido da mesma, pois teria que explicar até a presença dele caso existisse a mínima chance de seu genitor vê-los. Retirou o capacete e o homem a seguiu no mesmo movimento para que pudessem se despedir.
— É aqui que eu fico. — Ela entregou o equipamento de proteção para ele.
— Tem certeza? — Perguntou. — Posso te acompanhar até lá! — Falou fazendo menção para sair da moto.
— Não! Não! — Tocou a mão. — Meu pai enlouqueceria se descobrisse que eu dormi fora com uma cara. — Explicou. — Fora que esses fotógrafos ficam me rondando o tempo todo apenas me aguardando cometer mais um erro, aposto que estão em frente à minha casa me esperando chegar bêbada ou em cima da moto de alguém. — Revirou os olhos.
— Não me importaria de ser visto com você. — Foi gentil.
— Mas, meu pai se importaria e se um dia ele for te conhecer, não quero que seja dessa forma. — O encarou ao soltar as palavras e percebeu que talvez tivesse o deixado desconfortável. — Não se sinta pressionado, só saiu naturalmente. — Ela tentou se explicar e ambos riram.
— Eu te chamei de amor enquanto estávamos transando, você vai precisar de muito mais para me alcançar. — Ele piscou o olho.
— Pode me chamar de amor outras vezes se quiser. — Insinuou que gostaria de repetir a noite anterior.
— Alguém já te disse como você fica sexy quando está desarmada? — Ele fixou o olhar no dela e a garota o encarou completamente submissa. — Viu?! Nem parece que me queria longe no bar. — Foi sarcástico.
— O que você quer? — Ela estreitou os olhos aproximando-se dele e pegando a gola da sua camisa.
— Um pedido de desculpas por favor! — Mordeu o lábio com a expressão mais safada que ela já tinha visto um homem fazer.
— Desculpa? — pediu e ele balançou a cabeça negativamente, isso a fez encostar os lábios nos dele e beijá-lo suavemente. — E agora? — Perguntou.
— Acho que sua dívida é maior do que eu imaginava, vou ter que vir buscá-la mais uma vez hoje à noite. — Ele sorriu e eles se beijaram novamente.
— Onde está seu celular? — Perguntou e ele automaticamente entregou o celular desbloqueado para ela, que rapidamente digitou o número do seu telefone. — Só me ligar! — Ela disse devolvendo o aparelho.
— Pode deixar! — Sorriu.
— Eu vou te esperar então! — Acariciou a mão dele.
a beijou na testa e se despediu. A garota continuou a caminhada para sua casa ao mesmo tempo que ele a observava chegar até lá com a finalidade de só ir embora após isso. E assim foi feito.
optou por entrar pela porta dos fundos para evitar qualquer tipo de problema, mas foi inevitável, pois não conseguia ir para seu quarto sem passar pela sala onde fazia refeições com o seu pai, o qual estava tomando café da manhã sozinho sentado à mesa. Ela observou por um momento pela porta que dava passagem até o cômodo, respirou fundo e foi em direção a Charles, queria muito evitar aquela conversa, mas, sabia que não seria assim.
— Bom dia pai! — Disse enquanto sentava.
— Onde você estava ? — Perguntou sério após bebericar um pouco de café.
— Eu precisava me distrair. — Respondeu diretamente.
— Eu te liguei mais de dez vezes e é essa resposta que você me dá? — A fitou triste.
— Me desculpa pai! — Olhou para baixo, pois não tinha coragem para olhar ele
— Desculpa? — Retrucou indignado. — vai fazer quase vinte e quatro horas que você saiu dessa casa. — Bufou. — Quando vai entender que você é uma figura pública nesse país? — Questionou. — Eu poderia ter declarado desaparecimento. — A garota engoliu seco.
— Não papai! — Levantou o olhar. — Eu estava segura, eu prometo. Nada de manchetes sensacionalistas porque eu não fiz nada de errado e eles não me viram em nenhum lugar. — Foi doce, pois sentiu a ansiedade do seu pai. — Me desculpe por não ter atendido, eu só não queria lidar com essa conversa por telefone. — Olhou para ele triste.
— Eu sinto sua falta ! — Ele segurou a mão dela e apertou. — Espero que volte para mim um dia. — Pigarreou. — Eu já perdi sua mãe, não quero perder você também.
Aquelas palavras foram como facas para ela que na mesma hora caiu na realidade do quanto estava sendo dura e fria com seu pai que estava sentindo a mesma dor que ela, talvez até mais, pois sua mãe era o amor da vida dele.
— Pai, eu estou bem aqui! — Segurou a mão dele de volta. — Eu sei que estou sendo uma péssima filha, mas isso acaba hoje. — Ela falou e deixou Charles surpreso o suficiente para acender uma faísca em seu peito.
A garota não estava mentindo. Queria agir diferente, não conseguia entender o motivo, mas ter conhecido fazia parte dessa mudança, ela queria ser melhor por que não queria ser enxergada como uma mimada que preenchia o vazio da sua perda com drogas e festas todas as noites enquanto é exposta em vários tipos de manchetes. Queria mostrar para ele que era o tipo certo de garota que ele poderia investir. O primeiro passo para ser melhor seria parar de tratar seu pai com tanta falta de respeito.
— Eu serei melhor pai! — Disse. — Só peço que tenha um pouco de paciência comigo. — Pediu delicadamente. — Eu voltarei a comparecer a todos os eventos, estarei lá quando precisar de mim. — Sorriu com os olhos marejados.
— Minha filha... — o interrompeu sem intenção.
— Chega de notícias sensacionalistas! — Piscou seus olhos algumas vezes o que fez uma ou duas lágrimas perdidas escorrerem.
E ela não mentiu.
Nas semanas que correram estava voltando a ser o centro das atenções da Inglaterra, pelo seu bom comportamento, por prestar apoio ao seu pai nos programas televisivos, aparecendo em todos os eventos, em campanhas beneficentes, prestando doações do império para projetos de pesquisa em faculdades, ela estava brilhando novamente e era tudo que precisava ser feito.
Ao mesmo momento que fazia todas essas coisas, voltava a ser mais intimista com o seu pai, eles faziam pelo menos uma refeição juntos por dia, quando a agenda de ambos encontravam um horário similar. Mas, a garota também deixava um espaço do seu dia reservado apenas para , eles passavam horas juntos e escondidos, pois ela ainda não sentia que era o momento para chamar a atenção para esse tipo de coisa, tudo estava indo muito bem para ela, não era a hora dos holofotes mudarem o foco.
Os instantes juntos cresciam cada vez mais, mesmo sem colocar um rotulo naquilo, tanto ela quanto ele sabiam que estavam mergulhados o suficiente para viver aquilo o resto de suas vidas. estava mais feliz e se sentia transbordado.
Tudo era muito intenso, eles eram excessivos quando se tratava dos sentimentos de ambos, em consequência dos dias que passavam era mais fácil encontrar os dois por debaixo das cobertas no apartamento de , além do sexo, cozinhavam juntos, muitas conversas, muitas voltas na moto dele, assistiam a vários jogos de rugby, ela já estava começando realmente a gostar do esporte.
As risadas ecoavam naquele lugar quase todos os dias e quando estavam ocupados, passavam horas e horas pendurados no celular, até o pai da garota sabia que tinha alguém envolvido em tamanha felicidade da filha, mas a mesma sempre desconversava toda vez que eles chegavam nesse ponto, pois em sua mente não estava preparada para que o encontro entre eles acontecessem.
Ainda que estivesse completamente entregue e apaixonada pelo homem, não sabia até onde eles iriam, por mais que enxergasse o quanto o ex militar gostaria de ter ela todos os dias, ainda tinha uma insegurança em seu peito que não conseguia explicar mas, sabia que poderia prejudicar o que eles tinham se tentasse ao menos mexer nisso no presente momento.
Esperar parecia ser a solução mais racional, mesmo que racionalidade não combinasse nada com a garota que era, extremamente, emocional e estava, completamente, entorpecida pelo sentimento de ter alguém como ele ao seu lado, gostaria de gritar para o mundo o quanto estava apaixonada, inclusive dizer isso a .
Mal ela sabia que o homem sentia-se do mesmo jeito, parecia loucura, ele repetia todos os dias em sua mente o quanto a queria, tocá-la fazia com que ele chegasse aos céus todos os dias, estar dentro de era uma sensação inexplicável, era como se fosse alguma substância química, quanto mais ele usava, mais ele viciava.
Independentemente de qualquer coisa, a garota se sentia feliz por não pressioná-la para que o mesmo fosse apresentado ao seu pai ou em relação a ficarem escondidos por causa da mídia, ficava aliviada, pois acreditava que ele achava até benéfico, mesmo após algumas semanas, quase dois meses, ele continuava lá ao lado dela, sem cobranças, mas, pensou em quem estava contando o tempo.
Apesar de todas as negações, era obvio que existia muito mais do que uma simples paixonite, eles estavam vivendo como se pertencessem um ao outro, ou pelo menos era isso que eles acreditavam fielmente, mesmo sem discutir sobre isso com uma única palavra, eles conseguiam expressar quando se olhavam profundamente.
Era uma sexta feira a noite e ela assistia a televisão enquanto cozinhava algo para eles no espaço atrás dela. A garota revirou os olhos quando percebeu que estavam falando sobre ela em mais um daqueles programas estúpidos de fofoca.
“É Peter! Todos esperávamos que a princesinha aparecesse no lançamento da boate Amnesia hoje, mas, ao que parece ela realmente se aquietou, será que ela finalmente decidiu respeitar a mãe que foi enterrada há poucos meses?”
A mulher debochava dela e ela sentiu um aperto no coração após ouvir a maneira como sua mãe tinha sido mencionada, esse era um dos motivos do porquê odiava tudo aquilo que seu pais tinham construído. Senti lágrimas desceram seu rosto, pois ninguém merecia ser tratado daquele jeito, principalmente dentro de um túmulo.
ouviu tudo enquanto cozinha e sentiu-se incomodado com aquele show de horrores, a garota não merecia aquilo. Tomou a atitude de ir até a sala ao mesmo tempo em que o molho fervia e desligou o aparelho, fazendo com que virasse sua atenção para ele.
— Vem! Você não precisa disso! — Estendeu a mão e a mesma foi agarrada por ela.
Caminharam em direção a cozinha e ao chegarem na mesma, ele tentou distraí-la.
— Esse é o meu famoso molho de tomate caseiro. — Ele pegou uma colher e colocou dentro da panela fazendo com um pouco de líquido sobressaísse no talher. — Experimenta! — Assoprou um pouco antes dela provar.
— Meu Deus! — Ela o fitou incrédula. — Isso aqui... — Foi interrompida pelo barulho da campainha. — Está esperando alguém? — Perguntou.
— Na verdade não. — Respondeu franzindo o cenho, pensando em quem poderia ser.
Percorreu a pequena passagem até chegar na porta e seu corpo gelou após ver a silhueta da sua mãe parada com um enorme sorriso no rosto, após abrir o que os separava, ele não se conteve ao sorrir também e abraça-la fortemente, enquanto permanecia paralisada atrás deles, sentada em um dos bancos da bancada da cozinha, depois de ouvir ele falar a palavra “mãe”. Ela definitivamente não estava preparada para isso.
— Meu filho querido! — A loira levou as mãos até as bochechas dele. — Eu senti tanto a sua falta. — Falou manhosa.
— Eu também mãe! — sorriu e retribuiu o carinho.
— E a mocinha aqui deve ser a . — Ela virou-se para garota que ainda estava parada no mesmo lugar e sorriu.
— Sim... — Ela respondeu descendo do banco e só então, percebendo que estava vestida com uma camisa social de botão do homem com quem tinha acabado de transar. — Ai meu Deus! — Desesperou-se e ele segurou o riso com a confusão dela. — Irei trocar de roupa nesse instante senhora Dalgliesh, sinto muito! — Fez menção para ir ao quarto dele, mas a mãe a impediu.
— Oras! — Reclamou. — Deixe de formalidade e me chame de Marianne! — Foi gentil e assentiu. — E em relação a camisa, essa é minha preferida dele, por favor não troque. — Abraçou de maneira tão apertada que a própria poderia ficar ali por horas. Sentia falta de um abraço materno.
Era possível ver o sorriso de se formando no rosto enquanto via a garota com os olhos fechados e com a expressão terna em sua face ao mesmo tempo que recebia o toque da sua mãe, sabia o quanto ela era receptiva. Era uma mulher fantástica em todos os aspectos que poderia se imaginar e ver ali era especial de alguma forma. Poderia se arrepender de todos os seus erros e pecados ali naquele momento.
Foi de extrema importância o abraço em , principalmente depois das baboseiras que a mesma ouviu na televisão sobre sua mãe. Ainda que se agradasse da presença da sua genitora ali, não conseguia entender a visita dela.
— Mãe, aconteceu algo? — Perguntou aproximando-se atraindo a atenção das duas mulheres presente.
— Claro que não seu bobinho! — Gesticulou com a mão. — Seu pai veio fechar contrato com uma empresa que presta serviço para monarquia e eu aproveitei para ver meu filhinho antes de voltar para Manchester. — não aguentou e soltou uma risada, o que fez Dalgliesh enrijecer seus músculos e travar o maxilar.
— Mãe, por favor! — A fitou incomodado. — Eu tenho 36 anos, a senhora poderia parar de me tratar como um bebê. — Pediu e dessa vez o mirava chocada, pois havia se dado conta que não sabia a idade dele até agora.
— Não consigo! — Fez beicinho ao responder o filho. — Você está muito longe de nós! — Queixou-se.
— Senhora... — interrompeu o momento. — Me desculpa! — Reconheceu o pedido anterior da mulher. — Marianne. — Sorriu. — fez uma massa para jantarmos, poderia se juntar a nós se estiver com tempo. — Contemplou o brilho no olhar da mulher como um “sim”.
— Só gostaria de ir ao banheiro e volto em instantes. — Tocou o ombro da garota em agradecimento e saiu em direção ao toalete.
Assim que a mãe de deixou o espaço e eles ficaram sozinhos por alguns minutos, um clima de alívio foi instalado no lugar e o homem só conseguia rir de como estava nervosa e quase semi nua, o que remeteu a lembrança do que eles estavam fazendo horas antes, era loucura pensar que ele tinha acabado de fazer a garota gozar ali mesmo na cozinha.
— Não precisa ficar nervosa! — Tentou confortá-la. — Minha mãe é a melhor pessoa que eu conheço, jamais te deixaria sem graça. — A beijou na cabeça.
— Ela é realmente é um amor. — Encaixou-se nos braços dele. — Mas, ela age como se já me conhecesse. — O fitou desconfiada.
— Bem, até onde eu sei, você é herdeira de um império , quem não te conhece nesse país? — Ele disse de maneira lógica e a ficha caiu para garota, as vezes ela realmente esquecia quem era.
— Mas, eu quis dizer que ela não se importou em me ver nas suas roupas ou na sua casa... — Explicou.
— Talvez eu tenha mencionado que estamos... — Procurou as palavras certas, pois não queria pressionar .
— Juntos? — Ela perguntou sorrindo para ele.
— Isso. Juntos. — Ele assentiu e devolveu o sorriso.
O resto da noite foi bem tranquila, o jantar foi agradável, a mãe de era uma mulher extremamente carinhosa e educada, sentiu-se em casa, nem lembrava que estava apenas usando uma camisa dele, enquanto a mulher do mesmo exuberava luxo, jamais pensava em conhecer a genitora do homem pelo qual estava se apaixonando, mas agora ali ao lado dela, parecia tão certo.
Eles estavam felizes.
Ao saber várias histórias da infância de com seus irmãos, eram cinco homens, contando com ele e o mesmo era o quarto filho, o que poderia explicar o comportamento da sua mãe mais cedo, não conseguia parar de rir após ouvir como ele havia ficado preso em uma árvore de cabeça para baixo quando tentou roubar frutas da propriedade vizinha. Jamais imaginaria que ele pudesse fazer algo assim, mesmo quando criança.
Entre todos os assuntos daquele jantar, Marianne acabou soltando como as empresas estavam crescendo rápido no Estados Unidos e que estava extremamente feliz pelo seu marido e foi nesse momento que a cabeça de deu um pequeno estalo e ela lembrou que já tinha escutado esse nome antes, olhou para e percebeu o desconforto dele enquanto a mãe fala sobre isso.
— Vocês tem parceria com os ? — A garota perguntou curiosa após ouvir Marianne falar sobre o marido, pois não entendeu a relação deles com a empresa a qual ela estava falando e recebeu um olhar sério do homem a sua frente.
— não contou para você? — balançou a cabeça negativamente enquanto ele baixou a sua em consequência. Percebendo o clima um tanto pesado, a mulher foi gentil ao responder. — Nós somos os ! — Sorriu graciosa.
sentiu um frio na espinha. também era um herdeiro.
— Isso é muito interessante Marianne! — Foi educada. — Fico feliz que as coisas estejam dando certo.
— Eu também ! — Ela bebeu o pouco do vinho que o filho tinha servido há alguns segundos. — Fiquei muito feliz quando me disse que vocês estavam saindo, o Collin, meu marido, é muito amigo do seu pai e devo dizer seu pai adora meu menino aqui, ele mais que ninguém deve estar muito feliz...
Era como se algo tivesse abafado qualquer coisa que saia da boca da senhora , a garota não conseguia digerir o que estava acontecendo. Não conseguia entender o motivo de mentir para ela ou esconder uma coisa que era tão importante como isso.
Ficou pensando em muitas razões que levariam o homem que estava a sua frente ainda de cabeça baixa a se aproximar dela no bar, talvez ele quisesse fama ou estava a usando para ter uma ponte de negócios entre seu pai e o pai dela, ou apenas para exibi-la como troféu para sua família e criar um legado, pois sua mãe parecia muito confortável com ideia de duas dinastias se encontrando.
Ou pior, a empresa era conhecida no mercado por preparar homens para segurança da monarquia e consequentemente de pessoas famosas, como ela, a ansiedade a consumiu no mesmo instante que pensou em como havia visto outras vezes nos mesmos lugares que ela, mas que ele nunca tinha falado com ela até a última vez.
Até a Marianne ir embora, ela tentou fingir que nada a incomodou, continuou sendo educada, com respostas curtas, evitando contato com , que estava visivelmente incomodado com toda a situação, mas a omissão dele a corroía por dentro, ela estava triste, com o choro engasgado na garganta.
Após uma despedida calorosa, muitos agradecimentos de ambas as partes e a porta do apartamento de finalmente se fechando, apenas o fitou com olhos marejados e o mesmo não tinha coragem de abrir sua boca para falar algo, sentia como se tivesse falhado com a melhor coisa que aconteceu na sua vida.
— Ex militar, não é mesmo?! — A garota desabou no choro.
— ... — Ele tentou chegar perto dela.
— Não! — Ela gesticulou um “pare” com suas mãos. — Eu disse a você o quanto odiava mentira “”. — Frisou o sobrenome conhecido dele em as aspas.
— Eu não menti Li... — Foi interrompido.
— ... — Ela respirou fundo em meio as lágrimas. — Meu pai está envolvido nisso? — Perguntou.
— Sim, mas...
ficou enfurecida, correu em direção ao quarto para trocar a sua roupa enquanto apenas escutava ruídos saindo da boca dele, não acreditava que tinha sido tão idiota a esse ponto, era óbvio que tinha sido contratado pelo pai para controlar seu comportamento, para tornar-se algo bom para mídia.
— , você precisa me ouvir, me deixa explicar! — Ele implorou para garota que vestia apenas uma calça jeans e ainda continuava com a camisa dele.
— Não precisaria me explicar nada se tivesse sido verdadeiro desde o início comigo. — Soluçou ao mesmo tempo que o encarava.
Deu as costas a ele que, imediatamente, a seguia pedindo um mínimo de atenção possível, não parava de andar em direção a entrada do prédio, mesmo com ele ao seu lado suplicando que ela o proporcionasse uma chance, a garota estava anestesiada, não ouvia nada, estava cega, sua intenção era ir direto para casa e cobrar tudo do seu pai, perguntar o motivo dele fazer algo assim com ela.
Tudo que queria era segurá-la pelo braço e tentar acalmá-la pois sabia que ela entenderia tudo se o ouvisse, mas ele não era esse tipo de cara e estava extremamente magoada, era notável, então ele se resumiu a segui-la na tentativa que ela conseguisse o enxergar em algum momento para escutar suas explicações.
A garota passou pela porta principal do prédio com uma das mãos para o alto na intenção de chamar algum dos taxis que transitava por aquela rua e entrou no primeiro que parou, ainda bateu na janela do carro tentando fazer com que ela olhasse para ele, mas sem sucesso. apenas falou o endereço ao motorista, que tratou de tirá-la daquele lugar o mais rápido possível.
Desesperado, não tomou outra ação a não ser também chamar um carro para que pudesse ir atrás dela. Ele sabia que ela tiraria satisfações com o pai, visto que ela subentendeu as coisas da maneira que ficaram expostas e mesmo sem ele estar totalmente ligado ao que aconteceu, a garota o culparia por algo que não era culpa dele.
Ainda dentro do automóvel, tirou o celular do bolso e pesquisou o nome dele na internet, não achava que era possível alguém como ele, com uma família renomada, se esconder de uma forma tão majestosa, sem chamar atenção de toda mídia por tanto tempo. Encontrou algumas notícias sobre alguns eventos em que ele compareceu, mas de maneira geral, era como se ele fosse um desconhecido, a vida dele era extremamente privada, foi aí que ela pensou em como todas as redes sociais dele não eram públicas e ele não usava seu sobrenome forte.
Clicou em uma notícia onde ele aparecia vestido em um terno azul marinho, praguejou por ele ser tão lindo, ele recebia uma medalha por prestar tempo ao serviço militar, mas, não havia um sorriso no rosto de e ela murchou ao perceber que ele não havia mentido sobre isso, porém, estremeceu quando lembrou que seu pai estava envolvido nessa situação e o que escondeu acabava com ela por dentro.
No táxi detrás, ele tentava ligar para ela diversas vezes que recusava a ligação repetidamente em meio a um choro silencioso. Ele tinha certeza de todos os sentimentos dele em relação a ela, não podia deixar que isso atrapalhasse o que ele queria ter com a garota, não imaginava que isso afetaria tanto e demorou para contar porque não sabia como ela reagiria. Bufou ao pensar nisso, pois por um momento acreditou que tudo estava bom demais.
Quando ambos os carros estacionaram em frente a mansão dela e eles desceram após pagarem aos seus respectivos motoristas, ele correu um pouco para alcança-la.
— , por favor! — Ele gritou.
Ela abriu a grade e correu todo o caminho de ladrilhos até a porta da sua casa enquanto agradecia mentalmente por não ter avistado nenhum paparazzi em frente, eles realmente havia a deixado em paz depois da sua melhora de comportamento. continuava indo atrás dela na tentativa de acalmá-la, mas só conseguiu chegar perto dela após a garota entrar em sua moradia no maior desespero.
— James! — Falou quando deu de cara com seu segurança. — Onde está meu pai? — Perguntou.
— , se você me deixar explicar... — tentou falar.
— Porra! — Gritou. — Onde está meu pai James? — A raiva percorria toda sua corrente sanguínea.
— No escritório . — Ele respondeu confuso e nervoso.
A garota seguiu em direção ao escritório do seu pai, com em sua cola, ele iria acompanha-la para onde fosse até o momento que ela desse a chance dele falar e contar tudo o que aconteceu. Mas, não era bem essa vontade que estava querendo no momento. Ela queria descontar toda frustração em seu pai por mentir na sua cara.
Abriu as portas daquele espaço com tanta força que ocasionou um susto no seu genitor e em seguida um conflito na mente de Charles por ver logo atrás dela. Ele gelou. Sabia que tinha descoberto e deixou nítido no seu olhar, o que fez a garota perceber que ele realmente tinha culpa naquela situação.
— Você tem uma chance para se explicar ou eu vou embora e nunca olho na sua cara pai! — Esbravejou com todo o sentimento do seu peito.
— o que aconteceu? — Ele perguntou levantando-se do assento e olhando tanto para ela quanto para ele, que nesse momento passava os dedos entre os fios de cabelo.
— Pai, eu disse uma chance ou eu vou embora. — Repetiu enfatizando mais ainda o que tinha dentro dela.
— ... — O homem atrás dela a chamou e ela começou a chorar novamente.
O senhor estava atordoado, não entendia o motivo de tantas lágrimas, havia cometido um erro, mas não a ponto de magoar tanto sua filha desse jeito, tentou aproximar-se da sua filha, mas ela deu passos para o lado.
— Porque pediu para se envolver comigo papai? — Ela fungou.
— Eu não sei do que está falando minha filha. — Charles olhou para com um semblante interrogativo.
— Seu pai não pediu para que eu me envolvesse com você . — A voz dele saiu um tanto baixa e ela virou-se para encará-lo. — Isso nunca foi colocado em pauta, ele jamais teria coragem de fazer isso com você. — A garota olhou para seu pai que, agora, também possuía olhos cheios de lágrimas por ver a filha daquela forma.
— , o que houve? — Charles perguntou triste ao ver extremamente magoada.
— Eu errei senhor . — Ele respondeu. — ... — Olhou para garota com a dor transparecendo em seus olhos. — Meses atrás estive aqui com meu pai para negociar um segurança para você. — Ele tentou chegar mais perto e ainda em choro ela andou para trás. — Charles queria algo que não chamasse atenção, mas que a partir do momento que existisse a possibilidade de escândalos, essa pessoa entraria em ação para tirar você de qualquer lugar e evitar todo desconforto com a mídia. — Ele gesticulou com as mãos.
— O primeiro ministro estava no meu pé por causa do seu mal comportamento . — O pai dela falou e deixou que ele continuasse. — Me ligou e disse que se eu não desse um jeito nessa situação, eles iriam te expulsar da Inglaterra e dizer que você não estava mais associada a este país de nenhuma maneira, foi a pior ligação da minha vida. — Ele suspirou ajeitando a sua gravata para encontrar um pouco de ar.
ouvia tudo atentamente com um nó em sua garganta.
— Seu pai estava muito preocupado. — Ele coçou a testa.
— E onde você entra nisso? — Ela perguntou cessando o choro.
— Seu pai não queria que fosse alguém desconhecido, pois poderiam te prejudicar, ele ficou inseguro com qualquer pessoa, eu já havia dito que estava afastado do exército, ainda estou, então me ofereci para ficar de olho em você de uma maneira cautelosa. — Ele falou sem conseguir olhar para ela. — De uma forma que não invadisse seu espaço... — o interrompeu.
— Então por que você invadiu? — Perguntou nervosa e ele ficou calado. — Você não tinha esse direito. — Limpou o rosto molhado.
— . — a encarou. — Eu não sabia quem você era, nunca havia te visto em alguma matéria sensacionalista ou algo assim. — Sorriu fraco. — Talvez pela nossa diferença de idade ou porque eu sou uma pessoa que não liga muito para essas coisas. — Respirou fundo. — Fui pesquisar sobre e tudo o que eu enxerguei foi uma garota tentando buscar uma maneira de fazer a dor que ela estava sentindo parar.
Charles o fitou e engoliu seco, pois o que notou foi algo que ele como pai não teve a sensibilidade de perceber, por mais que estivesse em luto, deveria estar ao lado da sua filha. Mas, tudo que ele fez foi cobrar ela cada vez mais quando um repórter de merda soltava alguma notícia para que a sua filha fosse prejudicada.
— Eu não precisava chegar perto de você. — continuou a falar. — Era apenas para ser algo profissional, James me ligava me avisando que você estava preparada para fugir e eu te seguia para te proteger. — voltou a soluçar. — Eu jamais deveria ter invadido seu espaço. — Suspirou.
— Então por que você fez isso ? — Perguntou cabisbaixa.
— A primeira vez que te vi foi na Phonox. — Ele disse.
Ela se deu conta que era algo recente, pois conseguia lembrar que foi quando começou a ver , pousou a mão sobre o coração que batia em um ritmo um tanto acelerado, ele se mostrou para ela desde o início, como ela tinha sido tão burra a ponto de não perceber nada. Eles se encararam por alguns segundos, finalmente se olhavam desse jeito após o ocorrido. A garota balançou a cabeça devagar em sinal de positivo para que ele continuasse a falar.
— Você me viu, lembra? — Questionou. — Mas, não deu muita atenção, estava tão preocupada em dançar com suas amigas. — Sorriu sem mostrar os dentes.
— Então isso começou no dia da Phonox? — Ela o indagou.
— Sim. — Respondeu. — Pode parecer clichê, mas eu me apaixonei por você assim que meus olhos te encontram naquele lugar, mesmo com aquela quantidade de luzes, eu conseguia enxergar o seu sorriso de longe. — Sentiu uma pontada no coração ao falar sobre ela com tanto amor. — Mas, eu fiquei distante, só te observando porque esse era o combinado. Porém... — Cessou a fala procurando coragem.
— Porém? — Ela esperava uma resposta.
— Porém, quando eu te vi pela última vez eu te senti tão triste, não conseguiria ir embora sem falar com você. — Esfregou dois dos seus dedos na boca. — Eu te queria, você acertou em cada palavra que disse naquela noite, mas não esperava que você fosse me beijar, eu acabei correspondendo. — O pai de coçou a garganta fazendo um barulho para mostrar que ainda estava presente no local.
— Talvez o resto dessa conversa deva ser apenas entre os dois. — Charles falou e ambos direcionaram o olhar para ele.
— Eu acho que não tem mais nada a ser dito. — disse. — Apenas me desculpar por não ter sido honesto com a sua filha senhor . — Olhou para garota. — Não existe tempo para rescrever o que fizemos, nós não soubemos esperar, foi tudo muito rápido e eu não consegui ser o que você esperava no final de tudo, mas, eu faria tudo de novo . — Falou apreensivo.
— Eu também, eu não me arrependo . — Ela pressionou um lábio contra o outro e se deu um segundo para esquecer que realmente tinha dito aquilo.
— Então, espero que possamos... — Ela o impediu de falar.
— Mas, você deveria ir embora. — Disse enquanto os seus olhos se enchiam de lágrimas.
— É isso que você realmente quer? — Ele perguntou se aproximando dela com a feição triste em seu rosto.
— Sim! — Ela afirmou sem encará-lo.
respirou fundo. Não havia mais nada a ser feito, ele respeitaria o espaço dela dessa vez, nunca foi sua intenção esconder algo ou magoá-la, só ele sabia o que estava sentindo naquele momento, queria poder abraça-la, tinha certeza que as coisas melhorariam se ele a tocasse e a acolhesse em seus braços, decidiu que acatar a decisão da garota seria o melhor.
Sem argumentar, ele assentiu com a cabeça e saiu daquela sala segurando o choro, que provavelmente viria a tona quando estivesse só em casa, já que tinha transado com em todos os possíveis lugares do seu apartamento e tudo lembraria ela por um bom tempo.
observou ele ir embora e seu coração ficou apertado por ter pedido que o mesmo fizesse isso, mas precisava de tempo para digerir tudo o que tinha acontecido, passou a mão na cabeça e direcionou o olhar para camisa que ainda vestia e se deu conta que a roupa ainda exalava o cheiro de , não se conteve, e caiu no chão aos prantos. Foi pega pelo seu pai, que sentou no chão ao seu lado e a acolheu em seus braços e por um bom período ficaram assim.
Duas semanas após o ocorrido, ambos tentavam se recuperar, ainda residia um sentimento de mágoa na mente de , ela falava para si mesma que seguir seu emocional agora não era a melhor coisa para ela, pois, tudo que queria era correr para os braços dele, então apenas ficou presa dentro do seu quarto ouvindo músicas tristes e se entupindo de doces.
Enquanto ingeria todo tipo de bebida alcoólica todos os dias, pensando em como gostaria de voltar no tempo e não esconder nada da garota por quem se apaixonou. Não conseguia entender o motivo de ter sido tão estúpido por não falar algo logo quando decidiu que queria estar com , quando entendeu que a amava e agora sentia como se tudo fosse tarde demais.
A mãe de estava preocupada, tentou falar com a garota diversas vezes desde o acontecimento que havia afastado os dois, mas ela ao menos recebia algum tipo de resposta ou retorno. Decidiu intervir pois, não queria ver o filho mais daquela maneira e sabia que ela também não estava bem, ambos estavam deixando que o ego falasse mais alto.
— , isso acaba hoje! — Disse ela enquanto recolhia as garrafas de cerveja ao redor do apartamento dele. — Vai haver um evento hoje para celebrar o noivado do Luke Williams e você vai. — Argumentou.
— Eu não quero ir. — Resmungou.
— Vai ser bom para você meu filho, talvez consiga se distrair um pouco. — Ela sorriu sentando-se ao lado dele.
— Eu não quero me distrair mãe, eu quero ficar só. — Bebericou a cerveja que possuía em suas mãos.
— Você tem estado só há mais de duas semanas, isso acaba hoje! — Repetiu, perdendo a paciência. — Nenhum dos seus irmãos conseguirá estar lá, você precisa ir e ficar ao lado do seu pai. — Levantou-se e o encarou. — Agora você vai se levantar desse sofá, tomar um banho e ficar pronto em algumas horas.
Apesar de tudo ele a obedeceu, depois que sentiu a água fria em seu corpo pode despertar um pouco, não lembrava a última vez que havia saído para algum lugar, mas, jamais deixaria o seus pais na mão. Colocou um de seus ternos, pediu para sua mãe ajeitar sua gravata e direcionou-se para o local do evento no carro com a sua genitora, encontrando seu pai assim que chegou.
Em contrapartida, Charles tentava convencer de como era importante acompanha-lo nesse evento, pois não gostaria de aparecer lá sozinho, mas ela relutava cada vez mais, ainda não se sentia preparada para dar as caras e responder todas as perguntas do porque estava tão sumida.
— Minha princesa, por favor! Só compareça, fique um tempo ao meu lado e volte para casa. — Ele repetiu pela milésima vez.
— Porque não posso ficar papai? — Fez um bico.
— Você já está nessa há mais de duas semanas . — Ele acariciou o joelho da garota que estava sentada em sua cama. — Você sabe como os Williams são importantes para nós. — Explicou. — Preciso de você lá! — Pediu.
Finalmente, ela se compadeceu e confirmou em ir. Decidiu usar um vestido longo na cor vermelha que pertencia a sua mãe para fazer uma surpresa ao seu pai, sorriu ao se ver no espelho, talvez o primeiro sorriso dentro de tantos dias em que estava presa em seu quarto. Não demorou muito para encontrar Charles no andar debaixo, o qual estava agraciado com tamanha elegância da sua filha e feliz, pois, finalmente, ela possuía um novo semblante em seu rosto.
— Você está igualzinha à sua mãe. — Ele falou e contagiou com tanto amor que ela não pode evitar sorrir mais uma vez naquela noite. — Essa é minha garota!
Chegaram na festa e já foram recebidos por muitos flashes, a garota era acostumada com isso desde muito nova, sabia quais poses fazer, quando olhar para câmera ou não e como cumprimentar as pessoas naquele espaço. Era um evento importante, os Williams dominavam boa parte do mercado têxtil do país, então o noivado do Luke Williams, primogênito da família, estava sendo o assunto mais comentado da alta sociedade.
cumprimentou algumas pessoas até que seus olhos pausassem na silhueta de uma mulher de cabelos loiros. Marianne. Seu coração gelou, não acreditava que seria possível estar naquele lugar, não era do habitual dele esse tipo de coisa, mesmo assim, procurou o homem com olhar por todo local e balançou sua cabeça ao pensar em como estava sendo fraca, querendo que ele realmente estivesse ali.
Não demorou muito para que a mãe de notasse a presença da garota, a mesmo tentou se esconder, não queria enfrentar aquela conversa com a genitora do homem que havia se apaixonado, com toda certeza ela já sabia de tudo e com mais certeza ainda convenceria de dar uma chance ao seu filho. Não era a conversa ideal para se ter ali no meio de tanta gente conhecida, mas foi inevitável.
— ! — Marianne abraçou a garota. — Você está tão linda no vestido da sua mãe. — A garota a fitou desconfiada.
— Você viu quando ela usou? — Perguntou de forma singela.
— Ela usou no noivado dela com seu pai há muitos anos, toda Inglaterra ficou chocada na época, por causa da cor e sim, eu estava lá. Sua mãe era uma boa amiga para mim. — Revirou os olhos e degustou um pouco do espumante que estava em sua taça.
— Vocês eram amigas? — Questionou ansiosa ao saber disso.
— Claro! — Foi amistosa. — Ela me faz muita falta.
Agora na cabeça de , tudo fazia sentido. A aproximação dos com seu pai existia e não era de hoje, não entendia porque nunca havia visto em algum momento de sua vida e a diferença de idade entre eles não poderia ser uma desculpa, eram dez anos, mas, mesmo assim não seria possível que ela o encontrasse em alguma reunião de família ou algo parecido.
— Senhora . — a chamou e ela assentiu. — Se era próxima da minha mãe, por que eu nunca conheci o antes? — Marianne ficou feliz com a pergunta, pois demonstrava que a garota ainda pensava no seu filho.
— Para ser sincera não sei responder essa sua pergunta. — Estreitou o olhar pensando em algo coerente que poderia ser dito. — Se formos pela lógica, você nasceu ainda era uma criança e morava conosco em Manchester, quando ele veio para Londres entrou para o serviço militar, nunca quis seguir a carreira do pai, então era uma pessoa reclusa. — Esclareceu. — Nunca foi a esses eventos ou foi de aparecer muito na mídia. — Complementou.
— Entendo. — Ela foi monossilábica.
— Talvez as coisas acontecem quando elas devem acontecer. — Sorriu.
— É, pode ser. — fez um bico e o direcionou para o lado esquerdo.
— Mas... — A garota voltou a observar a senhora. — Quando perdeu o seu melhor amigo Scott em uma missão. — A mãe de conteve um pouco a emoção. — Ele se perdeu. — Baixou a cabeça.
— O que aconteceu? — Questionou interessada.
— se tornou diferente, quase como que outra pessoa, não existia mais brilho. — prestava atenção em cada palavra, pois era exatamente assim que se sentia com a perda da sua mãe. — Meu filho viu o melhor amigo morrer em seus braços, talvez esse seja um trauma que ele vá carregar para o resto da vida. — A senhora engoliu seco. — Ele buscou qualquer coisa para esquecer o que aconteceu, provavelmente, foi por isso que começou a se dedicar as coisas do pai. — Suspirou.
— Eu conheço o sentimento. — piscou os olhos várias vezes para afastar a futura possibilidade de lágrimas existirem. — Faz muito tempo que isso aconteceu? — Indagou a senhora a sua frente.
— Uns cinco meses, talvez. — Respirou fundo. — Eu sei que não deveria me meter nisso. — Falou baixinho enquanto aproximava-se da garota. — Podemos ir para um lugar mais reservado? — Apesar de tentar fugir daquela situação, não conseguiu dizer “não” para Marianne.
O lugar onde estava acontecendo a recepção era grande o suficiente para se perder, mas a mãe de conhecia cada pedaço daquele lugar, já havia ido a inúmeras festas naquele local, direcionou o caminho para que a seguia até a uma sala, um pouco distante, escondida, a qual estava entre aberta e a garota tomou a atitude de apontar para mesma na intenção de saber se era ali que deveriam entrar e Marianne assentiu.
— Senhora . — Um jovem rapaz a chamou e ambas direcionaram o olhar para ele.
— Pode entrar , eu já irei. — Sorriu e assentiu.
Após entrar, procurou o interruptor para clarear o local que estava dominado pela escuridão e assim que acendeu a luz, escutou um gemido de reclamação, mirou seus olhos em alguém que estava deitado no sofá a sua frente e só pelo tamanho do corpo, pode perceber quem era.
— ? — Perguntou, franzindo o cenho.
No mesmo instante escutou um barulho atrás dela, arregalou os olhos com tamanho susto e na mesma hora percebeu que tudo não passou de uma armadilha de Marianne para colocar ela e o filho no mesmo espaço. Revirou os olhos e tentou abrir a maçaneta. Sem sucesso. Estava trancada. Ela não estava acreditando naquilo.
— Marianne, me deixe sair daqui. — Falou enquanto disparava batidas frenéticas.
— Não até que você e se resolvam. — Disse convicta.
— Quantos anos você tem? 13? — Questionou com raiva e não obteve resposta.
Começou a bater desenfreadamente na porta ao mesmo tempo que pedia por ajuda, mas, lembrou que ninguém chegaria ali, era um local completamente discreto. A velha sabia mesmo o que estava fazendo. Bufou enquanto se encostava na parede ao seu lado.
— Apenas espere! — A voz dele ecoou no local fazendo os pelos do corpo dela se arrepiaram.
Como sentiu saudades de ouvir aquele som. Porém, não daria o braço a torcer.
— Eu não quero estar aqui! — Respondeu, pousando sua cabeça na superfície dura atrás dela e olhando para cima.
— Eu sei, mas, ela não vai abrir a porta agora. — Sentou-se no sofá procurando ficar o mais confortável possível. — É burrice ficar pedindo que ela faça isso, talvez nem esteja mais por perto. — Entrelaçou suas mãos e fechou os olhos.
— Ah! — Exclamou. — Agora você sabe a diferença entre algo que é certo e errado? — Perguntou irônica.
permaneceu de olhos fechados e em silêncio. aproximou-se, em um impulso, para encará-lo.
— Não vai falar nada? — O fitou indignada.
— O que você quer que eu diga ? — Direcionou o seu olhar para garota.
Ficaram se encarando por alguns segundos. Foram as duas semanas mais cruéis na vida de ambos, quando se falava sobre o amor. Vê-lo naquele terno também não estava ajudando muito. não conseguiria ignorá-lo nem se ela fosse obrigada a isso.
— Eu não sei! — O fitou triste. — Apenas diga alguma coisa. — Insistiu.
— Eu estou cansado de agir como se eu fosse vilão disso aqui. — Levantou-se do sofá e gesticulou com o dedo indicador apontando para ele e ela.
— Então eu que sou, certo? — Foi sarcástica. — Foi eu quem mentiu e manipulou...
— Eu achei que você não tinha se arrependido. — Aproximou-se dela o suficiente para causar uma tensão entre os dois.
— Eu não me arrependi, eu...
— Ótimo! — Ele sorriu sem mostrar os dentes. — Então pare de falar como se eu tivesse sido o maior erro da sua vida. — A fitou sério. — Eu já disse que eu sinto muito...
— Não quero suas desculpas ! — Engoliu o nó na garganta. — Não entende? Por que é tão difícil... — Foi interrompida.
— Por que você simplesmente não consegue enxergar que fazemos bem um ao outro? — Questionou sem tirar os olhos do dela. — Se está doendo em você, também está em mim! — Falou lamentando. — Eu não me arrependo de ter me oferecido ao seu pai, se eu não tivesse feito isso, jamais teria conhecido você, eu viveria sem saber o que é amor. — Colocou suas mãos em volta do pescoço dela. — Eu amo você, ! — Ele proferiu e sentiu o seu coração acelerar em um nível maior do que esperava.
— O que? — Levantou as duas sobrancelhas e fixou o olhar no dele.
— Eu sei que magoei você e não estou tentando justificar minhas atitudes erradas com o que sinto por você. — Encostou devagar a testa na dela ao mesmo tempo que seus polegares acariciavam as bochechas da garota. — Mas, me diga se essas duas semanas também não foram um inferno para você? Você também não sentiu como se estivesse faltando algo? — Perguntou, desesperado.
— O que você disse? — questionou novamente, perplexa.
— Que eu sei que magoei você...
— Não, isso não! — Ela o cortou rapidamente.
— Que essas semanas foram um inferno para mim? — Indagou confuso.
— Não! — Ela o encarou com os olhos marejados. — A parte do amor.
— Quer que eu repita que o que sinto por você? — Ela balançou a cabeça positivamente e devagar. Ele sorriu e passou os lábios delicadamente nos dela.
— Não me provoque! — Ela riu fraco. — Apenas diga! — Pediu.
— Eu amo você! — a fitou feliz, não se conteve ao ver o sorriso enorme que formava na sua boca e deu um selinho demorado nela. — Por favor! — A fitou com dor nos olhos. — Eu não quero perder você também ! — Umedeceu os lábios e engoliu seco.
entendeu o que ele quis dizer e retirou delicadamente as mãos dele que estavam em volta do pescoço.
— Está falando do seu melhor amigo Scott? — Questionou curiosa.
— Como você... — Estreitou os olhos, curioso e não terminou a pergunta, pois já sabia quem tinha contado algo a ela. — Minha mãe! — Sorriu fraco.
— Quer falar o que aconteceu? — Perguntou quase como um pedido.
— Foi em uma ordem do exército alguns meses atrás. — Ele se esforçou para ser indiferente, mas era impossível.
— Como ele... Você sabe. — Ele tentou ser delicada.
— Bem...estávamos em uma missão. — Fechou os olhos por um segundo na tentativa de se concentrar. — Tinham crianças por toda parte meu bem, foi desesperador. — Fungou.
— Crianças? — evitou se emocionar, só de pensar no que tinha visto aquele dia, podia imaginar o trauma que ele estava carregando consigo mesmo.
— Era simples, só deixar água e comida para uma certa aldeia que ficava localizada alguns quilômetros do lugar que a gente estava. — Tentou segurar o choro. — Era uma armadilha! — Novamente, se esforçou para fechar os olhos, queria bloquear todo tipo de flashes daquele dia, mas, foi em vão.
percebeu a agonia dele, a leve tontura que insistia em invadir a mente do homem a sua frente e tomou uma atitude.
— Senta aqui! — Posicionou a mão nas costas de e o ajudou a sentar no sofá. — Não precisa falar sobre isso, tá bem? — Foi assertiva e empática.
— Ele morreu nos meus braços ! — Ele falou e logo após começou a chorar desalentado enquanto a garota segurava a mão dele. — Uma bomba explodiu o tanque enquanto ele estava voltando para pegar mais suplementos. — Dizia enquanto soluçava no meio das palavras. — Eu não conseguia fazer nada, o barulho foi tão alto, o impacto foi imenso, eu sai ileso, o choro das crianças ao redor me desesperou, as mães gritando por ajuda.
— Meu amor, eu sinto muito! — tocou o rosto dele e segurou o choro na intenção de ser fortaleza para ele no momento.
Ela não pensou duas vezes e o acalentou em seu colo, agarrou a cintura dela com força e deve ter ficado deitado ali, chorando, por alguns minutos. precisava daquilo, desde o ocorrido ele não havia colocado isso para fora, estava completamente vulnerável, pois, sabia que só alguém como o entenderia.
— Eu estou aqui, tá certo? — Fazia cafuné nos cabelos macios dele ao mesmo tempo que sentia as lágrimas atravessando seu vestido e tocando sua pele.
— Me prometa que não vai a lugar nenhum. — Ele a pediu enquanto acariciava o joelho dela e findava o choro.
— Prometo. — Sorriu e depositou um beijo na sua cabeça.
— Vamos fazer isso do jeito certo dessa vez. — Comentou.
— O que quer dizer? — A garota perguntou confusa.
levantou e ajeitou-se ao lado dela no sofá.
— Sem esconder nada agora, o que você acha? — Olhou para que pode perceber o quanto os olhos azuis dele estavam sendo dominados por um vermelho por causa das lágrimas.
Ela levantou-se de supetão com um enorme sorriso no rosto, o que contagiou o homem a sua frente, estava disposta a fazer a pessoa mais feliz do mundo, estava preparada para tudo que pudesse acontecer. Estendeu sua mão para que ele pegasse impulso e pudesse ficar de pé, mas, não soltou assim que ambas se colaram.
— Oi! — Ela continuou sorrindo. — Meu nome é , eu tenho 26 anos e, ultimamente, sou um dos assuntos mais comentados da Inglaterra. — Revirou os olhos. — Perdi minha mãe há uns meses e cometi algumas atitudes que prejudicaram as pessoas que amo. — O olhou de forma meiga. — Nesse meio tempo, conheci um cara e eu acho que ele me salvou. — sentiu-se extasiado, era como se seu corpo estivesse repleto de serotonina.
— Oi! — Ele segurou a mão dela. — Meu nome é e meses atrás eu me ofereci para proteger uma garota que estava em todas as manchetes possíveis do país que eu nasci. — Ambos riram. — Acontece que ela havia perdido alguém muito especial, assim como eu. — Ele cessou a risada e lembrou do melhor amigo dele. — Porém, eu não esperava que fosse me apaixonar por ela. — Ele a agarrou em seus braços e ela deu um leve gritinho.
— E agora? O que fazemos? — o questionou, entrelaçando os braços ao redor do pescoço dele.
— Vamos passar por aquela porta e mostrar a Inglaterra que estamos juntos e é isso! — respirou fundo ao mesmo tempo que apertava a cintura dela.
— Uma vez que passarmos por ali, não tem como voltar — Ela disse. — Eles vão nos engolir vivos, sua vida será completamente exposta por minha causa, você sabe disso, não sabe? — perguntou receosa.
— Sei e eu quero fazer isso por que quero estar com você, independente do que os outros digam, se nós sabemos o que somos e toda a verdade, é isso que importa! — Deu um sorriso sincero e ela assentiu devolvendo a ação.
Eles se direcionaram para porta, que nesse momento já estava destrancada, e saíram sem olhar para trás, de mãos dadas e sorrindo. Não demorou muito para que chegassem na sala principal e atraíssem os olhares das pessoas presentes no local, muitos não sabiam quem era e, possivelmente, ele viraria um dos novos assuntos mais comentados por estar com .
segurou-se a ele mais forte quando sentiu a adrenalina correr pelo seu corpo e acelerar o coração em batidas ritmadas. Assentiu com a cabeça para alguns que passavam por ela e a cumprimentavam, até que encontrou o olhar de Marianne do outro lado do salão e sussurrou um “obrigado” com os lábios para senhora que esboçava um sorriso sincero e levantava a sua taça de espumante em comemoração.
Um mês após o ocorrido, e ainda continuavam nas manchetes e nos canais de fofocas, ele ainda estava se acostumando com essa vida de fotógrafos atrás dele, fazendo perguntas e tirando todo tipo de liberdade, uma coisa era certa, ele realmente tinha dado “adeus” a sua privacidade, mas, não estava incomodado, pois no final do dia, ele tinha a coisa mais preciosa do mundo, a senhorita .
Eles tomaram muitas decisões depois da primeira, que foi expor o relacionamento deles, uma delas a escolha de dividirem o mesmo lugar, não demorou para fazer morada no apartamento de . Ela lembrava muito bem quando o homem que agora vivia ao seu lado disse que a própria estava demorando demais para deixar uma escova de dentes no banheiro dele.
No mesmo dia em que decidiu levar algumas de suas coisas para casa de , os dois foram vistos pelos paparazzis e logo se tornaram a novidade da semana, o que estava ficando rotineiro, e logo especulações como casamento, gravidez e até a possibilidade de um relacionamento para marketing dos pais de ambos foi levantada, porém, eles não deixavam se abalar por essas notícias, pois, sabiam muito bem o que sentiam um pelo outro.
Os eventos eram recorrentes assim como as inúmeras perguntas dos repórteres que ficavam na entrada dessas festas. Era óbvio que eles estavam empolgados com o relacionamento, mas, não aguentavam mais responder as mesmas coisas. As dúvidas sobre como se conheceram, como aconteceu, quais eram as expectativas para o futuro, os dois já haviam combinado entre si que apenas seriam diretos quando esse tipo de indagação surgisse.
Na semana que decidiram morar juntos, houve a abertura de uma linha de maquiagem que tinha se tornado garota propaganda, e eles sabiam que a chuva de interrogações não deixaria eles fugirem, e foi exatamente isso que aconteceu, assim que chegaram já foram abordados.
— , ... — Flashes eram disparados enquanto a garota escutava seu nome ser repetido várias vezes.
passou a mão pela cintura dela e ambos sorriram para fotos, como foi dito, ele ainda estava se acostumando.
— Senhor , uma palavrinha aqui! — O homem ouviu o chamarem e direcionou sua namorada para a repórter loira que tentava algum tipo de atenção desesperadamente. — Vocês poderiam falar um pouco sobre como tudo isso aconteceu? — Ela perguntou enquanto sorria e vários microfones e gravadores foram colocados perto da boca dos dois.
— Bem... — iniciou e olhou para , que entendeu a deixa da garota ao seu lado.
— É difícil explicar como tudo aconteceu! — Ambos riram.
— , ... — Mais alguns tentaram ganhar foco e um conseguiu. — Como conseguiu se esconder por tanto senhor ? — A pergunta foi feita e todos gargalharam, inclusive o casal.
— Não acha que ainda estou escondido ao lado de uma mulher dessas? — Foi carismático. — Ninguém ao menos consegue me notar! — Disse e depositou um beijo na cabeça de .
— O que fez para tirar esse homem da toca senhorita ? — Outra questão surgiu entre eles e a garota não pode evitar a malícia no olhar.
— Isso é um segredo meu e dele! — Foi brincalhona de maneira tendenciosa e todos adoraram.
— ! — Mais uma vez a garota foi chamada. — Você foi vista fazendo uma pequena mudança para o apartamento do senhor , isso significa que estão morando juntos? — Eles não falaram nada, apenas assentiram alegres. — Não acham que é muito rápido para um relacionamento de poucos meses? — Outro repórter indagou.
— Rápido é bom! — adiantou caloroso.
— É! — concordou enquanto eles se encaravam. — Eu gosto do rápido!
respondeu com um enorme sorriso no rosto e não podia fazer outra coisa a não ser sorrir também. Eles estavam certos. Esses são os tempos rápidos e eles estavam, definitivamente, felizes.
FIM
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