FFOBS - 10. Six Feet Under, por Bea B.

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

null bebericava um martini no bar do hotel enquanto esperava. Suas pernas estavam cruzadas, expondo mais pele do que era acostumada. A mulher já tinha dado fora em três homens e recusado, no mínimo, quatro drinks. Não era acostumada a receber tanta atenção assim e estava um pouco assustada.
Não era costume usar vestidos curtos de cetim, salto alto ou batom extravagante. Mas decidiu que precisava mudar um pouco a rotina e frequentar lugares diferentes, conhecer gente nova, mas já estava se arrependendo.
null estava preparada para levantar da cadeira assim que terminasse sua bebida. Não iria ficar esperando que ele chegasse. Sabia que não poderia confiar em Claire. Sua amiga e colega de quarto sempre a arrumava encontros às cegas, e na maioria das vezes era furada.
Uma figura sentou na cadeira vazia ao seu lado e ela não virou para responder, já estava cansada de dizer “não” naquela noite. null tomou mais um gole de sua bebida, deixando a taça vazia e ignorou o homem. Se não desse atenção, ele iria embora.
null null? — Ouviu seu nome ser chamado e se virou para olhar o dono da voz melodiosa.
Não era exagero dizer que ele era a pessoa mais bonita que já tinha visto na vida. null o analisou de leve: sapatos pretos, calça jeans escura, camisa branca de botões e uma jaqueta de couro, dando um ar mais despojado. O rosto do homem parecia esculpido pelos deuses do Olimpo: lábios grossos e de aparência tão macia que null desejou tocá-los, olhos escuros enigmáticos, cabelo curto e um pouco despenteado. É, ele era lindo.
null Vance? — Ela sorriu quando o viu assentir com a cabeça.
— Posso te pagar outro drink? — ele perguntou, apontando para a taça vazia. null concordou e ele fez os pedidos.
null ficou em silêncio, esperando que ele dissesse alguma coisa. Pegou o palito da taça vazia e levou uma das azeitonas espetadas até a boca. Olhou de canto e viu que null acompanhava seu movimento e vibrou por dentro. Tinha visto isso em um filme e tinha achado extremamente sexy. Pelo jeito não foi só ela. null pigarreou e se ajeitou na cadeira. A mulher sorriu e apoiou um braço sobre o balcão, descansando a cabeça sobre o punho.
— Então, null, o que me conta de você? — O homem coçou a barba rala e sorriu.
— Sou músico — contou com orgulho. Claire tinha acertado naquele ponto, null tinha uma atração gigantesca por músicos.
Ele sorriu de canto e observou a mulher. Talvez tenha se demorado mais do que o recomendado olhando suas pernas, mas logo voltou a olhá-la nos olhos.
— E você? — null retrucou a pergunta.
— Cientista. — null respondeu simplesmente. Não iria explicar para ele seu trabalho, ninguém nunca se importava com o que fazia. Notando o olhar confuso de null, ela resolveu que talvez pudesse complementar um pouco. — Trabalho com física quântica.
— Nossa, que incrível. — Ele pareceu surpreso e animado. — Acho que nunca conheci ninguém tão inteligente assim.
null riu e mudou de posição, ficando com a coluna mais reta. Bebeu um gole do novo martini que o barman entregou e fechou os olhos, saboreando a bebida incrível. Se pudesse, se casaria com uma garrafa de gim.
null bebeu um gole de seu whiskey e prestou atenção no quanto null era bonita. Quando chegou ao bar, se arrependeu quase que instantaneamente quando a viu de longe, sentada sozinha. Ele precisou de ao menos dez minutos para tomar coragem e se aproximar dela, e enquanto surtava sozinho, a viu dispensar dois caras e um drink. Ele estava era se borrando de medo de chegar perto dela e a ficha cair: um puta mulherão que o faria gaguejar.
E a ficha caiu mesmo, ela era ainda mais bonita de perto: o sorriso gracioso, com lábios contornados por um tom fechado de vermelho, olhos pretos que pareciam ao mesmo tempo agressivos e amorosos, os cabelos cacheados emoldurando o rosto angelical. E, por Deus, aquele vestido a deixava irresistível, agora ele entendia por que outros caras tinham se aproximado dela. Ele não sabia que tecido era aquele, mas o brilho do vestido a deixava deslumbrante, e aquelas pernas… Ela poderia pisar nele sempre que quisesse. Não entendia nada sobre sapatos, mas sabia que saltos com sola vermelha eram de luxo e bem caros.
Ele tinha se sentado ao lado dela com a certeza de que ela cancelaria o encontro no momento em botasse os olhos nele. Mas não, ela foi super simpática e parecia analisá-lo do mesmo jeito que ele fez com ela. E quando ela comeu aquela azeitona? Ele não conseguiu tirar os olhos da cena, desejando com toda partícula de seu corpo que fosse ele naquele momento.
— Que tipo de música você toca? — null foi arrancado de seus pensamentos impuros com a pergunta.
— Pop/rock. Um pouco de blues e R&B também — ele respondeu ainda um pouco perdido. null sorriu surpresa.
— Um pouco de tudo, então? — null riu e concordou com a cabeça. — Será que eu já escutei uma música sua na rádio?
— Duvido, não consegui alcançar esse patamar ainda. — Ele remexeu a bebida em seu copo. — Mas um dia ainda vai escutar.
null sorriu. Cinco minutos e nada tinha dado errado, será que dessa vez Claire realmente tinha acertado?
Eles conversaram um pouco mais sobre a música de null, que perguntou várias coisas sobre o trabalho de null. Ela não costumava falar tanto sobre isso, já que, na maioria das vezes, as pessoas achavam chato ou só perguntavam por educação, mas o homem parecia genuinamente interessado. Trocaram também histórias constrangedoras que passaram e relatos de infância. null fez a pergunta que sempre revelava o caráter de alguém: filme, música, cor, animal, comida e bebida favorita. Ela se surpreendeu com a resposta, notando que era bem parecida com seus favoritos.
Eles ainda riam de alguma coisa, quando a cadeira do outro lado dela foi preenchida.
— Sozinha? — null parou a risada e olhou para o homem. Ele era cego?
— Acompanhada. — Ela se voltou para null e revirou os olhos.
null observou a cena. Aquele cara realmente tinha tentado dar em cima dela enquanto os dois ainda conversavam? Ele queria fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Puxou uma nota da carteira e pagou pelas bebidas, antes de ficar de pé e ajeitar a jaqueta.
null o olhou confusa. Ele estava indo embora?
null estendeu a mão para ela, que aceitou prontamente e se equilibrou sobre os saltos finos. O homem prendeu a respiração ao observá-la por inteiro. Ela era simplesmente espetacular. null a puxou para perto e aproximou a boca do ouvido dela.
— Só vai na minha — sussurrou e deixou um beijo na base do pescoço dela. null se separou um pouco dela e olhou para o outro homem. — Ela está muito bem acompanhada.
Sorriu cínico e guiou null para fora do bar com uma das mãos em suas costas. O coração dele batia um pouco rápido demais. Se a mulher não tivesse resolvido seguir o que disse, poderia ter acabado com um tapa no rosto, bebida no cabelo ou um salto fino fincado nos pés.
Eles saíram juntos do hotel para o vento frio. null se encolheu e null logo tirou a jaqueta, jogando sobre os ombros nus dela.
— Não acho que combinou muito com seu look. — Ele riu, observando como a jaqueta havia ficado grande demais nela, quase do tamanho do vestido preto. null riu.
— Não se preocupe, não pretendo usar esse vestido por muito mais tempo essa noite. — Talvez tenha sido o álcool ou só a imaginação de null, mas ele tinha quase certeza de que ela não se referia a ir para casa colocar um pijama.
— Sabe, tem uma boate no fim da quadra… — null disse com um tom sugestivo.
— Então por que ainda estamos parados aqui? — null começou a andar e olhou para trás quando percebeu que o homem não a acompanhava. — Você vem?
null piscou duas vezes e encarou null, que o esperava uns metros adiante. Ele andou devagar na direção dela e caminharam lado a lado até a boate. A fila era grande, quase dobrando a esquina. null ia em direção ao fim da fila, quando sentiu uma puxada em seu braço.
— Vem comigo. — Ele segurou a mão da mulher. null parou em frente ao segurança, que o olhou com descaso. — Nome na lista.
— Melhor ir para o fim da fila, senhor — o segurança respondeu simplesmente e o ignorou.
— Nome na lista — null voltou a falar. — null Vance.
— Senhor…
— Olha a lista, por favor — null ordenou com a voz mais autoritária e o segurança procurou pelo nome na prancheta.
— Não tem nenhum null Vance aqui. — O homem parecia aborrecido. — Agora para o fim da fila.
— Senhor Vance? — o outro segurança, que observava a conversa de longe, se aproximou. — Ah, boa noite, senhor. Pensei que não viria hoje.
O primeiro segurança parecia tão perdido quanto null. null sorriu e apertou a mão do segundo homem.
— Mudei de ideia, Charles. — null sorriu e entrou na boate com null. — Boa noite — ele desejou aos dois homens. O primeiro segurança agora levava uma bronca baixa por tentar barrar a entrada de null.
O casal, ainda de mãos dadas, entrou no ambiente cheio. null sorria para algumas pessoas e null somente o acompanhava, ainda sem saber o que dizer. Eles subiram uma escadinha para o VIP e ocuparam uma mesa escondida. Um garçom logo veio anotar os pedidos e null observou o lugar ao redor, era igual a todas as boates que conhecia: um bar com diversas garrafas de bebida, algumas mesas e cadeiras. Lá embaixo, ela tinha visto umas três estações de bebida, com alguns sofás espalhados pelos cantos, deixando o meio livre para a pista de dança.
— Achei que fosse músico. — null o olhou com as sobrancelhas arqueadas.
— E sou. — null deu de ombros e apoiou um dos braços sobre o encosto do estofado atrás da mulher. — A boate é mais um passatempo.
— Hum — null se limitou a responder e agradeceu ao garçom quando recebeu seu drink. — Eu achava que sabia onde encontrar o melhor martini da cidade, mas claramente estava errada.
— Agora para tomar mais um desse vai ter que me encontrar — null se xingou por ser tão ruim no flerte. Ele não se perdoaria se perdesse uma mulher como null por não saber passar uma cantada. Para sua sorte, null riu.
— Talvez eu use essa desculpa… — A mulher aproximou seu corpo do de null, que também se moveu para ficar mais perto dela.
— Gosto dessa ideia — ele disse, aproximando o rosto do dela.
— Você que sugeriu. — Ela sorriu.
— Eu sempre dou as melhores ideias — null soprou baixo e sentiu o hálito de null contra seu rosto quando ela riu.
— É? — A mulher alternou sua atenção entre a boca dele e seus olhos.
— É — null disse, num sussurro, roçando seus lábios contra os de null.
null colou sua boca na dele, já cansada do joguinho de sedução. Os lábios dele eram tão macios quanto ela imaginava, e o gosto do álcool deixava o beijo ainda mais gostoso. Normalmente, ela gostava de comandar, mas deixou que null tomasse as rédeas quando sentiu a mão dele segurar a lateral de seu pescoço. A língua dele estava gelada por conta da bebida, e era tão ágil que null desejou sentir aqueles movimentos em outra parte de seu corpo.
null quebrou o beijo aos poucos, dando vários selinhos na mulher, que ainda tentava respirar normalmente. null sorriu pretensiosamente quando null o olhou parecendo envergonhada e tomou um gole de sua bebida. Agora era a vez de ela tomar a direção de onde iam. null virou o rosto de null para o seu e o puxou para mais um beijo.
Dessa vez, o beijo foi mais agressivo. null movia sua boca contra a dele de forma intensa e null retribuía com a mesma voracidade. Os dois pareciam envoltos numa nuvem de luxúria e sensualidade, que pouco se importavam se alguém poderia vê-los. null soltou um gemido quando a boca do homem deslizou para seu pescoço e distribuiu diversos beijos sobre a pele macia. null arrastou a boca para o colo de null e sentiu as mãos dela passearem por seu cabelo, tentando puxar os fios curtos. Ele deslizou a língua fria sobre a pele acima do decote do vestido e voltou a beijar o pescoço da mulher.
null tentava não se derreter com os toques intensos de null. Ainda sentindo a boca dele abaixo de seu ouvido, deslizou devagar uma das mãos pela coxa dele e apertou de leve seu pau. null ofegou baixo e ela sorriu satisfeita. null subiu no colo dele, que não conseguiu reagir, surpreso demais pelo ato.
null segurou o pescoço de null com a medida certa de força e sensualidade e o puxou para si, enquanto começava a se movimentar devagar sobre seu corpo. null segurou na cintura dela com força, mas null não se deu por satisfeita.
— Não haja como puritano agora — ela disse baixo e arrastou as mãos dele mais para baixo.
null sorriu ladino e apertou a bunda de null, que sorriu satisfeita. Ela aproximou seu rosto do dele de novo e mordeu o lábio inferior do homem, o puxando de leve. Sem parar de se movimentar sobre o quadril de null, null o beijou pela terceira vez. Parecia impossível, mas cada vez que suas bocas se tocavam, o beijo ficava mais gostoso. null segurou com uma mão a base da nuca dela e puxou devagar, com os dedos enrolados nos cachos negros. null arfou em surpresa e sorriu de canto, olhando nos olhos do homem.
— Eu quero ver se essa boca faz um bom trabalho em outros lugares também — ela disse baixo, desenhando os lábios dele com o polegar. null sorriu e chupou o dedo da mulher.
— E eu quero saber se seu gosto é tão bom quanto eu imagino.
null se surpreendeu com a resposta, e null aproveitou o momento para tirá-la de seu colo e sair do pequeno sofá atrás da mesa redonda. Ele segurou sua mão e a direcionou para um corredor com algumas portas. O homem tirou uma chave do bolso e destrancou a porta, entrando com null. Ela não teve tempo de olhar onde estava, porque no segundo seguinte teve seu corpo pressionado contra a parede.
null a beijou com fervura, sentindo o tesão começar a tomar conta de seus atos. null correspondeu com a mesma intensidade e tocou a pele de null por debaixo da camiseta. Passeou com os dedos pelo peitoral do homem, arranhando seu abdômen quando voltou a segurar o cós de sua calça. null tirou sua jaqueta do corpo de null e desceu os beijos pelo pescoço dela, trilhando um caminho de beijos pelo ombro dela, descendo as alças finas do vestido. Ele voltou a beijar o pescoço de null, sugando a pele, crente que ficaria uma marca no dia seguinte, e começou a descer a boca, agora em direção ao decote do vestido. null lambia com vontade a pele de null e abaixou o tecido maleável do vestido, alcançando uma área mais sensível. Ouviu um resmungo de aprovação da mulher e tocou seus seios ainda por cima do vestido. Logo percebeu que ela não usava sutiã, podia sentir seus mamilos duros por debaixo do pano preto.
null reclamou quando a boca de null voltou para a sua, mas logo se aquietou quando uma de suas mãos grandes deslizou para o meio de suas pernas. null levantou a barra do vestido e tocou a intimidade de null por cima da calcinha de renda. Ele percebeu que o tecido já estava molhado e sorriu entre o beijo. null observou o olhar de desejo no rosto de null quando separou suas bocas. Ele levantou a mão que estava entre as pernas dela e levou o indicador até os lábios da mulher. null sugou o dedo sensualmente, sem quebrar o contato visual com o homem, e null sentiu o pau latejar dentro das calças. Ele voltou a colar sua boca na dela, o gosto de null transitando suavemente entre suas línguas.
null girou, ainda agarrado ao corpo de null, e andou em direção à mesa grande de carvalho. Ele a colocou sentada sobre a madeira e rompeu o beijo. null olhou ao redor, reparando que estava em uma espécie de escritório. Ela sempre teve a fantasia de transar no ambiente de trabalho, mas se derrubasse algo no laboratório, ficaria sem ter como pagar o conserto de algum equipamento.
null se encaixou entre suas pernas e segurou seu pescoço com as duas mãos, aproximando seu rosto do dela. null sentia sua calcinha encharcada e sedenta pelo toque do homem, que não tardou a vir. null voltou a mexer habilmente seus dedos sobre o ponto sensível da mulher, agora por dentro da calcinha.
null segurava nos ombros de null, suspirando baixo no ouvido dele. Vance mordeu o lóbulo da orelha de null, escorregando um dedo para dentro da mulher, que soltou um gemido mais audível. Com certa brutalidade, null empurrou o corpo de null sobre a mesa, deixando-a deitada e a observou de cima, com os olhos fechados e o lábio inferior preso entre os dentes.
null deslizou outro dedo na buceta de null e, com a mão livre, abaixou o decote do vestido dela, deixando seus seios à mostra.
— Porra! — null xingou, quando ele apertou forte seu mamilo esquerdo. Foi a dose necessária de força para deixá-la com ainda mais tesão.
null se inclinou e a beijou enquanto a masturbava, deslizando cada vez mais fácil seus dedos para dentro dela. O homem começou a descer os beijos, se demorando nos peitos de null, que agarrou com vontade os cabelos curtos do homem, o incentivando a continuar o que fazia.
Quando chegou à intimidade de null, tirou sua calcinha com cuidado e colocou suas pernas sobre seus ombros, beijando o interior de suas coxas. Ele assoprou de leve sobre o ponto mais sensível e null ofegou. Como ela queria que ele a chupasse. null não queria enrolar muito, então logo encostou a boca na buceta molhada dela.
null não soube se seu gemido foi ouvido pelas pessoas do lado de fora e nem se importava com isso, mas foi impossível não gritar de prazer quando a língua dele tocou seu clítoris. null continuou a foder null com os dedos enquanto a chupava, ele alternava os movimentos com a língua, sentindo que a mulher se remexia com seus toques. null começou a mover o quadril em direção ao rosto de null enquanto segurava os cabelos do homem, começando a sentir o nó no fundo do estômago desatar. Ela estava quase gozando, quando ouviu uma batida na porta. null até tentou ignorar, mas a pessoa do outro lado era insistente. A mulher empurrou null para longe e o olhou envergonhada.
— Acho melhor ver o que é. — Ela apontou para a porta e observou a feição frustrada no rosto dele. Ela devia estar do mesmo jeito.
null ficou ereto e ajeitou as roupas, passou as mãos no cabelo e destrancou a porta, abrindo uma brecha minúscula para ver quem era. Seu gerente estava do outro lado com uma pilha de papéis nas mãos, querendo discutir sobre o quadro de funcionários e a nova remessa de bebidas.
null se ajeitou sobre a mesa e vestiu a calcinha de novo. Pegou a pequena bolsa que havia sido jogada em um canto e a abriu, observando seu reflexo no espelho minúsculo. Fez o melhor que pôde, arrumando o cabelo e a maquiagem e se recompôs.
null voltou a observá-la quando conseguiu fazer com que seu gerente fosse embora. null estava parada perto da mesa e parecia… envergonhada? Ele não sabia dizer.
— Preciso voltar pra casa — ela disse, antes que ele pudesse abrir a boca. null ficou confuso, mas, mais uma vez, ela foi mais rápida. — Foi um prazer te conhecer, null.
Ela disse tudo de uma vez e passou rápido pelo homem. A porta estava trancada de novo, mas ela virou a chave na fechadura e a abriu com rapidez. null não quis segurar o braço dela, com medo de assustá-la ou algo do tipo.
null? — ele chamou, quando ela saiu do escritório. — null! — ele chamou mais uma vez e ela parou no corredor mal iluminado. — Eu fiz alguma coisa errada? Eu te machuquei, te forcei…
— Não — ela o interrompeu e balançou a cabeça em negação, mas ainda de costas para o homem. — Eu... Desculpa, null.
null apressou o passo e chegou à área VIP, que agora estava bem cheia. null a seguiu sem saber muito bem o que fazer. Queria conversar com ela, saber o que tinha acontecido. Mas será que se não fosse atrás dela pareceria um assediador doido? Ele forçou suas pernas a pararem e perdeu a mulher de vista quando ela se misturou à multidão do térreo.
null respirou fundo assim que conseguiu parar um táxi na rua. Que diabos ela estava fazendo? Não, não era puritana, já havia transado em primeiros encontros, mas alguma coisa a impediu de continuar depois que foram interrompidos. Não sabia o que era, mas um tipo de bloqueio envolveu seu corpo e ela só queria correr para casa e ficar sozinha. Ficou feliz que null não a seguiu ou tentou a segurar lá, mas se sentiu mal por deixá-lo sozinho e confuso.
null coçou os olhos sem se importar se borraria a maquiagem e observou a rua pela janela do carro. Precisava conversar com alguém, não queria ficar mais sozinha.
— Moço? — Ela se inclinou no espaço entre os bancos da frente e chamou o motorista, que assentiu, dando a entender que a ouvia. — Você pode virar na próxima direita e parar no número 68?
O homem concordou e logo null saiu do carro amarelo. Entregou uma nota de 50 dólares e disse para o motorista que ficasse com o troco, ela estava com receio de que tivesse manchado o banco do carro com sombra preta e batom vermelho. Poderia não ser muito dinheiro, mas era o que tinha na carteira.
null suspirou quando tocou o interfone do apartamento 302.
— Que foi? — uma voz sonolenta e irritada soou do alto-falante.
— Sou eu — null respondeu e ouviu um resmungo pelo interfone.
— Sobe logo. — Um clique destravou a porta e null a empurrou.
A porta do apartamento já estava aberta e uma loira alta esperava a amiga com duas taças de vinho na mão.
— Desculpa — Claire disse, logo que viu a amiga. null riu e pegou a taça, entrando no apartamento e se jogando no sofá.
— Não tem por que se desculpar, Claire. — Ela suspirou e cobriu os olhos com a mão livre.
— O que aconteceu então? — A loira sentou no espaço vazio no sofá e observou a amiga.
— Ele era perfeito. — null chutou os sapatos para longe e bebericou o vinho sob o olhar curioso de Claire. — Acho que me lembrei do Andrew.
— Ah, por favor! — Claire exclamou alto e tacou uma almofada na cara de null. — É sério isso? Você lembrou daquele bosta do seu ex?
— Aah! Eu também não sei por que, mas aconteceu. E eu praticamente corri pra longe do null. — null tomou outro gole de vinho e se xingou mentalmente. — Ele tava me chupando, Claire.
— Como é? — A loira engasgou com o vinho. — Você lembrou do ex bunda mole enquanto um gostoso te comia?
— Eu sei, tá? — null bufou, quando ouviu a risada da amiga. — Ai, sério, que ódio.
null virou a taça e foi para a cozinha pegar a garrafa. Nem ela sabia o que tinha acontecido direito, só sabia que odiava toda a situação.
— Mas o null foi tranquilo, né? Ele não te forçou a…
— Não, Claire. — null virou rápido para encarar a amiga, ainda sentada no sofá. — Na verdade, ele foi super educado.
— “Ah, você é uma mulher linda, seria que poderia chupar você essa noite?” — Claire tentou fazer uma voz grave e null rolou os olhos com a atuação ridícula da loira.
— Você é péssima, sabia?
— Pensei que vocês poderiam funcionar. Ele é bem a sua cara.
— Eu também. E tudo tava bom demais, sério. — null voltou pro sofá com a garrafa de vinho pela metade e outra ainda fechada. — A gente é mais parecido do que eu imaginava, e, porra, ele é músico.
— Eu sei disso. Por que acha que marquei um encontro entre os dois? — Claire encheu as taças vazias.
— E aí a gente saiu do bar do hotel e fomos para aquela boate que sempre quisemos ir, sabe? — Claire concordou com a cabeça. — Acontece que ele é o dono.
— E o filho da puta não me diz nada? Eu falei diversas vezes pra ele que queria ir pra lá. — Claire parecia realmente indignada.
— Enfim — null ignorou a amiga —, a gente foi pro VIP e aí ele finalmente me beijou. E depois eu meio que subi no colo dele. — null deu de ombros com o olhar malicioso da amiga e terminou a história. — A gente começou a se pegar pesado e ele me levou pro escritório dele. E, bom, o resto você já sabe.
— Ele te deu um oral — Claire completou. — Foi bom? Pelo menos antes de você fugir?
— Sabe o Caleb? — null perguntou e viu um brilho surgir nos olhos da amiga. Ambas já haviam ficado com aquele homem e sabiam bem o que aquela boquinha era capaz de fazer. — Era ainda melhor.
— Não acredito. — Claire riu com gosto. A loira conheceu null quando trabalharam juntos na produção de um musical e sabia muito bem que aquela carinha de anjo não enganava ninguém.
— Eu tô me odiando muito agora por ter arruinado uma possível noite de sexo incrível. — null deitou no sofá e apoiou os pés nas pernas da amiga.
— Pode dormir aqui hoje se quiser. — Claire deu um tapinha nas pernas de null. — Mas acho bom você tomar um banho, não quero meu sofá fedendo a suor.
null fez uma expressão falsa ofendida e esfregou o corpo nas almofadas. Ela riu com os protestos e ameaças de morte da loira. Era disso que precisava: um colo amigo para depositar as mágoas da noite.
Ela já tinha superado Andrew, sabia disso. Mas não conseguia parar de pensar nele desde o encontro com null. Continuou a pensar nisso enquanto esvaziava a garrafa de vinho com Claire, conversando sobre a vida amorosa da loira agora. Foi uma ótima distração para null, que queria parar de se sentir culpada por deixar null sozinho no clube.
Duas garrafas de vinho depois, Claire disse que ia dormir e deixou o banheiro pronto para a amiga tomar banho e dormir no sofá. null levantou com preguiça, mas tomou um banho e tirou toda a maquiagem do rosto, que a essa altura já tinha se transformado em um único borrão.
Encarando seu reflexo no espelho de Claire, um estalo ocorreu a null. Uma vez, em uma das brigas com Andrew, quando terminaram pela primeira vez, ele tinha dito que nenhum homem iria querer algo com ela além de sexo, que ela era uma piranha descartável. null guardou a frase no inconsciente e praticamente sabotava sua vida amorosa e sexual. Aquele desgraçado realmente tinha mexido com a cabeça dela. Era por isso que null achava todos os seus encontros horríveis e nunca tentava algo a mais com outras pessoas?
Ela tinha quase certeza que sim. E por todo esse tempo achava que tinha alguma coisa errada consigo, quando na verdade o filho da puta do Andrew tinha mexido com sua confiança e auto estima. null voltou para a sala disposta a esganar Andrew. Mas talvez no dia seguinte, agora estava cansada.
Ela se deitou no sofá, que agora tinha cobertas e travesseiro, e fechou os olhos. Dormiu quase instantaneamente, mas sonhou com null. null estava de volta ao escritório do homem na boate. Dessa vez ela gozava na boca dele, que lambia os lábios em satisfação. null subiu o corpo e a beijou, a fazendo sentir o próprio gosto.
— Deliciosa — ele comentou baixo.
O sonho foi mais explícito do que null poderia imaginar. Nunca teve algo parecido assim antes, nem mesmo com suas celebs crushes. Ela acordou suando no sofá e respirou fundo três vezes antes de se sentar. Sentiu uma umidade entre as pernas e arregalou os olhos. Ela gozou enquanto dormia? Isso era possível?
null correu para o banheiro e tomou outro banho, mas foi impossível não se lembrar do sonho erótico com null, e, quando percebeu, já tinha os dedos massageando sua intimidade.
Levou um susto quando a porta foi esmurrada com força. Será que nunca iria gozar em paz?
— Sai logo daí, null! Eu vou me atrasar pro teste! — Claire gritava do lado de fora.
null resmungou e terminou seu banho. Passou por uma loira furiosa, que praticamente a jogou para fora do banheiro, e foi para o quarto da amiga escolher uma roupa. Já era tão comum null passar algumas noites depois de encontros frustrados no apartamento de Claire, que a amiga nem se importava mais de emprestar roupas. null ainda deixava escova de dentes e roupas íntimas lá, quase como se fosse sua segunda casa.
null terminou de se vestir e foi para a cozinha preparar um café da manhã. Como era sábado, não trabalharia no laboratório hoje, talvez só finalizasse um artigo em casa. Claire saiu do banheiro com a toalha enrolada na cabeça e sentou na bancada da cozinha, puxando um prato com ovos mexidos.
— Eu só te deixo passar a noite aqui por causa do café no dia seguinte. — A loira deu uma garfada no prato.
— Você me trata como um de seus peguetes — null reclamou, bebericando o café em sua xícara e Claire revirou os olhos.
— Realmente vou chegar atrasada se ficar sentada aqui conversando. — A mulher engoliu os ovos e virou um copo de suco, já se levantando.
— Sei nem por que marca teste em final de semana se sempre fica nessa correria — null comentou, tirando a louça suja da mesa e deixando dentro da pia. Nem ferrando que ela ia lavar.
— Porque eu gosto do meu emprego! — Claire gritou do banheiro. — E porque eu preciso terminar a escalação de elenco da peça.
— Ah, agora entendi. — null riu, quando a amiga completou. Claire sempre deixava as coisas para o último momento e agora corria atrás de uma última atriz para o elenco principal da peça que produzia.
Claire voltou para a sala com os cabelos secos e uma maquiagem básica. null pegou os saltos da noite anterior, junto à bolsa e o vestido, e acompanhou a amiga para fora do apartamento. As duas desceram as escadas do prédio lado a lado, conversando sobre a peça de Claire, e se despediram quando chegaram à rua. A loira correu para a estação de metrô e null caminhou no sentido contrário, indo para seu próprio apartamento.
Não demorou para chegar em casa, null morava somente a 5 quadras de distância da amiga. A mulher soltou os sapatos no tapete assim que destrancou a porta, depois arrumaria tudo. Ela observou em volta, tudo parecia estar no lugar certo. null franziu o cenho.
— Barnes? — chamou alto e não obteve resposta. — Barnes! — dessa vez gritou e ouviu um barulho vindo do quarto.
null correu em direção ao barulho e encontrou seu vaso de pimenteira caído no chão. Pelo canto do olho, viu um borrão preto se enfiar debaixo da cama.
— Barnes, eu não vou brigar com você — null disse e se ajoelhou no chão. — Vem, filho.
Ela ficou de pé e o gato saiu sorrateiro do esconderijo. null riu e pegou o bichano no colo, enchendo o animal de beijos. Aquele gato se comportava como criança.
null soltou o animal e pegou o notebook de cima da cama, voltando para a sala com o aparelho já ligado. Assim que sentou na mesa e olhou a caixa de e-mail, lembrou que tinha que entregar um relatório do dia anterior, que acabou deixando para depois por causa do encontro. Um arrepio correu a espinha de null quando lembrou do encontro, e consequentemente de null.
null balançou a cabeça, tentando espantar a lembrança, e abriu o documento para continuar a escrever. Antes de se concentrar completamente, preparou um bule de café e trocou as roupas por outras mais confortáveis. Pegou também uma pilha de livros e pastas da escrivaninha e voltou para a sala, deixando tudo ao lado do computador. Seria uma tarde divertida.
Já eram quase oito da noite quando null se deu conta de que passara o dia inteiro trabalhando. Mas valeu a pena, porque tinha terminado o relatório e o artigo que escrevia para uma revista. Ela sorriu satisfeita quando enviou os e-mails e deu o dia como finalizado, agora podia assistir suas séries em paz. Decidiu que depois arrumaria a bagunça sobre a mesa e se jogou no sofá, pronta para passar a noite ali.
Barnes subiu no estofado, miando, e null tentou ignorá-lo, mas o animal não fechava a boca. Ela quis se bater quando lembrou que já era de noite e que o bicho devia estar com fome. Suspirando, null se levantou e pegou o saco de ração para repor a comida de Barnes.
— Seu pote tá cheio. — Ela olhou para o animal, que miou de volta. — Eu não vou trocar a ração. — Mais um miado. null sacudiu o potinho e apontou para que o gato se aproximasse. Barnes miou de novo. — Você é mimado demais, sabia? Tem gatos que adorariam comer essa sua ração, seu soberbo.
Ela desistiu e trocou a ração de Barnes, que agora comia de boa vontade. Já que estava na cozinha, decidiu fazer algo para comer também, a última refeição que teve foi o café da manhã na casa de Claire. Foi a comida mais saudável que teve na vida? Não, mas null comia com gosto a mistura de miojo e batata-frita. Ela sentou de novo no sofá e já tinha assistido três episódios de Grey's Anatomy, quando seu celular alertou uma mensagem nova. Ainda com os olhos grudados na televisão, null alcançou o aparelho e o destravou. Leu rápido a mensagem e não entendeu nada, só tinha reparado que era de Claire. null pausou a série e leu novamente. Provavelmente Claire já estava bêbada, porque não era possível que alguém digitasse tantos erros ortográficos em uma única mensagem. Mas, resumidamente, Claire tinha conseguido escalar o elenco para a peça, comemorava com alguns membros da equipe em uma boate, e a estava convidando.
Pensou em recusar, mas não iria desperdiçar o final de semana em casa quando não sabia o dia de sua próxima folga. null digitou que iria e pediu o endereço, já correndo para se arrumar. Tomou um banho rápido e vestiu a roupa mais simples que encontrou no armário. Seu celular vibrou de novo com o endereço e null sentiu o coração gelar. Era uma brincadeira do destino? Ou só Claire que fazia uma piada de mal gosto? Era a boate de null, o que quase fez com que null desse uma desculpa esfarrapada e não fosse.
null levou um susto quando recebeu outra mensagem de Claire, perguntando se ela iria mesmo. A mulher já estava sentada olhando para o nada há trinta minutos. Resolveu que iria. Talvez null nem estivesse lá, talvez ele nem se lembrasse mais dela, talvez ele nem percebesse que ela estava lá. Mas, por via das dúvidas, null tirou a calça jeans e colocou uma roupa mais apresentável. Não usaria salto alto de novo nem ferrando, mas colocou outro tênis que não seu all star chulezento. Contemplou o look em frente ao espelho do quarto: bota preta de couro, calça branca e um body rendado que mostrava sua barriga. Tava ótimo, as pessoas que encontraria estavam com roupas simples também.
null pediu um uber assim que se despediu de Barnes. O motorista já a esperava quando ela desceu as escadas do prédio, e, mais uma vez, null pensou se deveria ir. Acabou decidindo que iria porque o motorista buzinou impaciente e tudo que pôde fazer foi correr até o carro. A viagem até a boate não foi longa, mas por todo o caminho null pensava em como seria seu encontro com null. Isso porque nem sabia se o homem estaria lá.
A fila do clube ainda era curta, o que deixou null ao mesmo tempo aliviada e apreensiva. Sempre ficava impaciente quando tinha que esperar para alguma coisa, mas sentia seu estômago se revirar a cada passo que dava em direção à entrada. null comprou sua entrada e recebeu um carimbo no dorso da mão. Hoje ela não era VIP.
A boate estava bem cheia, a maioria das pessoas dançando com a batida eletrônica que soava nas caixas de som. A mulher observou ao redor, tentando procurar a amiga sob as luzes piscantes. Era difícil andar entre a multidão, mas null abriu caminho até um dos bares e pediu uma dose de tequila. Os atendentes estavam sobrecarregados e ela já estava desistindo da sua bebida, quando sentiu um abraço na cintura e null se virou pronta para estapear alguém.
— Vai me bater? — Claire fez uma cara esquisita, sem se ligar que as duas estavam em uma boate e que homens héteros ainda existiam no planeta.
— Pensei que você fosse um tarado — null explicou para a amiga e beijou sua bochecha. — Finalmente terminou esse elenco, hein.
— Nem me diga! Eu juro que ela é a melhor atriz que eu já conheci! — Claire sorriu animada e contagiou null. — Só não melhor que você quando fala com sua mãe ao telefone.
— Vai pra merda. — null revirou os olhos e se voltou pro balcão, esperando que alguém lhe atendesse.
— A gente tá no VIP hoje, gata. — Claire puxou a amiga pela mão em direção a uma das escadas.
— Mas eu não, Claire! Vou ser barrada antes de me apresentar pro segurança.
— Xiu, fica quieta — a loira gritou para a amiga e a arrastou para a entrada do segundo andar. Claire passou direto, mas o segurança estendeu o braço, impedindo que null acompanhasse a amiga.
— Sem pulseira, sem VIP — o homem disse simplesmente.
— Moço, ela tá com a gente, meu amigo...
— Tudo bem — null respondeu ao homem. — Eu fico aqui embaixo, só me jogar um salgadinho da bancada — null brincou.
— Não precisa. — Uma voz veio de trás da mulher, que se retesou no mesmo momento. — Ela pode subir.
O segurança concordou com a cabeça e baixou o braço, deixando a passagem livre. null se virou e encontrou null parado a alguns passos de distância. Ele parecia ainda mais bonito que na noite anterior. Diferente da noite anterior, agora o homem usava um conjunto de roupas completamente preto, somente com uma corrente de ouro se destacando em seu pescoço. null respirou fundo e tentou sorrir para ele, mas teve certeza de que parecia uma careta.
— Não precisa, null. A Claire pode me encontrar aqui embaixo de tempo em tempo.
— Não, null. — Ele matou a distância entre os dois. — Você não vai fugir de mim de novo.
null sentiu um arrepio percorrer seu corpo, mas tentou disfarçar. null sorriu de canto e apontou para a entrada do VIP, onde Claire sorria para os dois, observando a cena de camarote. null deu um beliscão no braço da loira quando passou por ela e a acompanhou até a mesa onde o elenco estava.
null! — Um dos homens levantou e correu em direção à mulher, a abraçando pela cintura. — Só aceitei vir hoje porque a Claire disse que você vinha.
— Oi, John. — null sorriu envergonhada, sabendo que tinha se tornado o centro das atenções por alguns segundos.
null se soltou do abraço e cumprimentou o resto das pessoas na mesa, conhecia a maioria e ainda foi apresentada à última atriz a entrar para o elenco. O sofá em formato meia lua estava cheio e Claire se espremeu em uma das pontas, deixando null e John em pé.
— As bebidas hoje são por minha conta. — null surgiu do outro lado de null. — Ouvi muitos elogios ao martini daqui.
Ele piscou para a mulher e se afastou. John buscou duas cadeiras para que se sentassem, mas null puxou Claire para um canto longe do grupo.
— Por que caralhos você quis vir pra cá? — null sibilou a pergunta.
null nos convidou. — A loira deu de ombros e observou a expressão confusa da amiga. — Ele tá na produção da peça, null.
— E você não falou nada, caralho? — null deu um tapa no braço de Claire. Ela ia surtar.
— Porra, você tá doida? — Claire alisou o braço vermelho. — Para de surtar, null. E agora você tem uma segunda chance de ficar com o null.
Claire praticamente correu de volta para a mesa, deixando uma null frustrada para trás. A mulher ajeitou a postura e caminhou na direção do bar.
— Martini com azeitonas extras — respondeu, quando o bartender lhe perguntou o pedido.
— Desculpa, senhorita, mas não vejo a pulseira do VIP. Vou ter que pedir que se retire…
— Ela tá comigo, Martín. — null sorriu para o homem, que concordou com a cabeça e voltou ao trabalho. — Coloca isso aqui, ninguém mais vai pedir pra sair daqui. — Ele tirou sua corrente e prendeu ao redor do pescoço de null. null se inclinou um pouco mais e deixou um beijo ao pé da orelha dela antes de falar. — Pode me devolver mais tarde.
— E como um cordão vai me dar os privilégios do VIP? — null perguntou, depois de se recompor.
— Tem a logo do clube, null. Só eu tenho esse cordão. — Ele deu a conversa por encerrada e encostou os cotovelos sobre a bancada do bar. — John pareceu bem animado com a sua chegada.
— Ah… sim, verdade. — Ela virou e seguiu o olhar de null, observando a mesa animada. Claire ria escandalosamente de alguma coisa e derramava um pouco de bebida na pessoa ao seu lado. — Ele é um bom amigo.
— Amigo? — null riu com as sobrancelhas arqueadas. — Tenho certeza de que ele não quer ser só amigo.
— Do que te importa isso? — null perguntou curiosa.
— Nada, só constatando um fato. — null sorriu. null desviou do olhar dele quando recebeu seu drink e tomou um gole.
— Tão bom quanto o de ontem. — Ela riu sob o olhar atento do homem.
null não deu resposta, continuou a observar a mesa animada. Ele sabia que Claire era amiga de null, tanto que foi a loira que arrumou o encontro entre os dois na noite anterior, mas não fazia ideia de que a colega de trabalho iria convidar null naquela noite. Com certeza de que Claire já sabia do ocorrido, as duas pareciam bem próximas e Claire passou o dia soltando pequenas provocações para ele enquanto faziam os últimos testes no teatro.
Quando null correu para longe dele na noite anterior, null se sentiu perdido. Repassou tudo na sua mente, procurando nos mínimos detalhes onde pudesse ter feito algo errado, mas não encontrou nada. Seu veredito final foi de que null simplesmente mudou de ideia, o que estava tudo certo, ela tinha total direito a isso. Mas ele não parava de pensar nela. Quando fechou os olhos para dormir, lhe veio à mente a cena da mulher deitada em sua mesa, entregue ao prazer e gemendo com seus toques. Foi uma noite infernal, devia ter batido ao menos duas punhetas só lembrando do gosto de null, pensando na mulher e em como queria fodê-la de todos os jeitos possíveis.
No momento em que viu a figura de null descer do carro em frente ao clube, null se sentiu como um adolescente no ensino médio. Suas mãos começaram a suar, seu estômago se revirou e ele sentiu o coração disparar. Por Deus, um homem adulto não tinha motivos para se sentir assim simplesmente por ver, de longe, uma mulher. Mas não era só uma mulher… era ela. null observou null entrar no clube e terminou seu cigarro antes de entrar também. Acabou ficando preso em uma conversa com seu gerente, e, quando percebeu, null já estava parada em frente à subida para o VIP com Claire, que sorria maliciosa. Aquela demônia loira tinha armado tudo.
— Sabe — null disse baixo, chamando a atenção do homem, — quando criança, eu sempre quis voltar no tempo e consertar alguns erros. — null virou o corpo na direção dela, que brincava com o palito que segurava as azeitonas do drink. — E hoje a gente pode reinventar a noite de ontem.
— O que quer dizer? — null perguntou interessado. null sorriu de lado, olhando nos olhos dele.
— Que hoje pode ser uma versão 2.0 de ontem. — Ela se aproximou mais de null, sem quebrar o contato visual. — Só basta você dizer sim.
null trabalhava a proposta de null na cabeça. Era tudo o que queria desde que pôs os olhos nela naquele bar. Será que hoje ia conseguir acertar suas contas com a mulher?
null se virou para null, que esperava uma resposta, os olhos transbordando ansiedade.
— Até o fim da noite, você vai gemer meu nome — null disse alto o suficiente para que null ouvisse, mas não o suficiente para que o bartender escutasse.
— Ou você o meu. — null sorriu e chupou a azeitona do palito, olhando desejosa para null, que sentiu um repuxado na virilha com a cena.
— O jogo começou. — null roçou a boca na dela e sugou seu lábio inferior. O homem sorriu satisfeito com o efeito que causou sobre null e se afastou dela, andando em direção à mesa do grupo.
null respirou fundo e tentou se recompor.
Desde que tinha visto null, pensava na boca dele na dela, nos dedos dele dentro dela, e decidiu que precisava tentar de novo. Não ia pedir desculpas por ontem à noite, não tinha feito nada de errado, simplesmente tinha mudado de ideia. Queria explicar para ele por que tinha ido embora, mas não queria falar sobre o ex, preferia muito mais beijá-lo.
Em um ímpeto de coragem, null fez a proposta. E quase pulou de alegria quando null topou, ele parecia que queria o prêmio principal tanto quanto ela: uma noite de sexo fenomenal. Eles não tinham estabelecido nenhuma regra para o joguinho, mas estava claro a intenção: provocar o ouro até que um perdesse a paciência para o tesão e tomasse uma atitude.
null virou o resto do drink e deixou a taça vazia sobre o balcão. Ela viu uma garrafa de José Cuervo em um canto e gritou para o barman que pusesse na conta do chefe. null chegou à mesa com a garrafa aberta na mão e um sorriso malicioso nos lábios.
— Quem quer fazer bodyshot? — perguntou ao grupo e olhou de soslaio para null. A mesa gritou animada em resposta. — Por que você não começa, John? — Ela se virou para o homem. — Tira a camisa e deita na mesa.
null ordenou e o homem obedeceu quase que imediatamente. O grupo já discutia para ver quem iria em seguida, mas null não prestou atenção. Ela olhou para null, que mordia o interior da boca, o tesão escondido nos castanhos dos olhos. null derramou um pouco de tequila sobre o peitoral de John e se posicionou de forma que conseguisse olhar para o homem e observar de canto a reação de null. A mulher lambeu o líquido que escorreu para o abdômen de John, subiu com a boca pelo corpo dele e deixou um beijo molhado em seu pescoço. John a puxou para um beijo, que foi correspondido com intensidade por null. Os dois se separaram e ela encarou null com a mandíbula travada.
— Sai daí, John. — Claire empurrou o homem para fora da mesa e deitou onde ele estava, levantando a blusa.
null passou a garrafa para alguém, que derramou a bebida no corpo de Claire e a brincadeira seguiu. Ela se sentou no canto oposto a null e sustentou o olhar intenso dele. John sentou ao seu lado, já com a camisa no corpo, e sorriu para ela.
— Faz tempo que queria te beijar. — null sorriu envergonhada e olhou para ele.
— Foi só um beijo, John — ela esclareceu e o homem deu de ombros.
— Talvez por hoje. Nunca se sabe o dia de amanhã. — John sorriu e se afastou de null, voltando para a galera do body shot.
null encarou null, que agora tomava um shot perto do bar. Ele sorriu provocativo para null e virou a cabeça para falar com uma mulher ao seu lado, que só agora null tinha reparado que estava ali. Os dois conversavam baixo, com os rostos próximos demais, soltando risadinhas ocasionais. Algo se aqueceu dentro de null, ela sabia que não era ciúmes, não conhecia null o suficiente para ter esse sentimento, era adrenalina. O medo de perder a aposta fez null se levantar. Nem fudendo que ela iria deixar null ganhar.
— Quem quer dançar? — null perguntou, assim que chegou perto do grupo. A galera gritou animada e todos desceram juntos para a pista de dança no térreo.
O corpo dela se movimentava rápido com as batidas aceleradas do DJ. null dançava com Claire, tão perto das caixas de som que conseguia sentir as batidas do seu coração estalarem nos ouvidos. A sensação de poder estar ali era incrível, fazia tempo que null não saía para dançar com os colegas e se divertir genuinamente. Ela quase esqueceu da aposta com null. Quase.
null olhou para cima e o encontrou debruçado, com um copo de bebida na mão (null chutou que era whiskey), a observando.
O DJ acertou o momento e trocou para uma música mais lenta e sexy. null balançou os quadris devagar e prendeu o lábio inferior entre os dentes, fechando os olhos e se deixando levar pela música. A mulher passava os dedos pelo pescoço com firmeza, imaginando as mãos de null ali. Ela abriu os olhos quando sentiu alguém encostar o corpo no dela e seguir seus movimentos sensuais no meio da pista. Mãos grossas seguraram o corpo de null e ela jogou o pescoço para trás, deixando que o estranho beijasse sua pele.
null sorriu maliciosa quando encontrou null a encarando completamente hipnotizado. O homem nem parecia perceber a mulher ao seu lado dando beijos em seu pescoço. O homem atrás de null deu sinais de estar mais animado do que ela com o contato e a mulher se desvencilhou, o empurrando para longe. O cara até tentou argumentar, mas Claire pisou com força no pé dele e o empurrou de novo para longe. Ele não gostou muito, mas foi embora. Claire perguntou se a amiga estava bem e null respondeu que sim. null buscou null, mas não o encontrou no lugar de antes.
null estava preparado para descer e expulsar o cara, mas sentiu um alívio quando viu Claire cuidar do homem. Ainda assim, andou até o canto e chamou um dos seguranças, apontando para o homem no meio da pista e ordenando para que o retirasse. Ele observou o homem sair contra sua vontade e se sentiu um pouco mais relaxado. Era foda, toda noite tinha algum cara imbecil que não sabia aceitar um ‘não’ como resposta. null desceu as escadas para a pista de dança e alcançou o grupo, agora em frente à mesa de som, que era preparada para receber o segundo DJ da noite.
— Cadê null? — null perguntou a Claire.
— Disse que ia ao banheiro. Daqui a pouco ela volta — a loira explicou e null concordou com a cabeça.

Quando percebeu que null tinha sumido de seu campo de visão, null o procurou em outros lugares e acabou encontrando uma surpresa perto do palco. Ela avisou a Claire que ia ao banheiro e se esgueirou para o mini corredor com acesso restrito. null conseguiu passar sem maiores problemas pelo segurança assim que mostrou a corrente que usava no pescoço.
null? — Ela se virou rapidamente quando escutou seu nome e deu de cara com Kate.
— Kate? — null sorriu e se aproximou da morena, lhe dando um abraço que foi retribuído imediatamente. — Vai se apresentar hoje?
— Uhum, sequência de dez músicas. — A mulher sorriu, mas logo franziu as sobrancelhas. — Vai dançar também?
— Só se você me ajudar. — null sorriu, mordendo o lábio com ansiedade.

null continuava a procurar null pela pista de dança, quando o DJ começou a tocar uma faixa de apresentação. Ele já começava a se preocupar com o sumiço da mulher, nem os seguranças conseguiram encontrá-la. Será que ela tinha desistido e ido embora? Pela segunda vez?
null voltou para perto do palco quando escutou um alvoroço vindo daquela região e entendeu o motivo. Próximo à mesa do DJ, tinha um poste de pole dance bem iluminado, e segurando no metal, uma figura feminina mascarada. Ele se lembrou que tinha demorado para conseguir agendar um evento com esse DJ, e que o cara sempre se apresentava com uma dançarina.
A mulher girou lentamente ao redor do poste, se preparando para a primeira música. null observou a mulher, sentindo que a conhecia de algum lugar, mas sem saber muito bem de onde.

(n/a: coloca a música para tocar agora)

null sentia o coração bater acelerado, fazia tempo que não dançava. Por quatro anos seguidos, havia trabalhado como stripper em clubes para se sustentar e pagar a faculdade, foi assim que conheceu Kate, que prontamente a ajudou no pequeno plano para a aposta.
Ela ajeitou a máscara no rosto e observou a multidão. Não podia negar, se sentia animada por ser vista por dezenas de pessoas de novo, mesmo que tivesse a identidade escondida. null localizou o grupo de amigos bem perto do palco e prendeu o olhar em null. Será que ele a reconheceria?
Quando ouviu as primeiras estrofes da música, null tomou um impulso e girou mais rápido no poste, esticando a perna enquanto ouvia gritos de incentivo na pista de dança. Ela deixou seu corpo cair de leve no chão e arqueou as costas, voltando a olhar para null entre seus amigos. null encostou as costas contra a barra fria de metal e abriu as pernas em um movimento lento junto à estrofe.

She know her pussy got a fan base
(Ela sabe que sua boceta tem um fã-clube)


null sorriu com os gritos extasiados do público e ficou de pé sobre os saltos, arrastando a ponta dos sapatos enquanto circundava o poste, antes de segurar forte a barra e girar o corpo no ar por alguns segundos. Ainda girando, null começou a escalar o poste até quase o topo e jogou o corpo para trás, abrindo as pernas em um espacate e ficando de ponta cabeça. O corpo de null parecia pegar fogo, a sensação de saudade de dançar era enorme e os olhares desejosos de null sobre si não ajudavam a diminuir sua temperatura. Ela diminuiu a velocidade com que girava e soltou as mãos da barra, agora usando as pernas como apoio e abriu os braços ao redor do corpo.
null conseguia ver que null estava bem próximo da grade que separava a pista e o palco, mesmo que ele fosse um borrão enquanto girava. null segurou a perna direita, com a esquerda ainda esticada, e usou a mão livre como apoio para não cair, deixando o movimento mais lento, assim como a música. Ela sentiu a mão escorregar um pouco e interrompeu o movimento, disfarçando o erro com movimentos lentos e sensuais com o quadril enquanto voltava a ficar em pé.
Quando chegou ao refrão, null escalou a barra mais uma vez e apoiou o peso de seu corpo nos braços, fazendo movimentos no ar com as pernas.

Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
You know how she get down, pop her for a check now
(Você sabe como deixá-la mansa, dê a ela um cheque agora)


null enroscou as pernas na barra de metal e girou mais rápido, sendo incentivada com os gritos do clube todo.

Six feet under, six
(Seis palmos abaixo da terra, sete)
Six feet under
(Seis palmos abaixo da terra)
Six feet under, six
(Seis palmos abaixo da terra, sete)
Six feet under
(Seis palmos abaixo da terra)
Six feet under she gon' kill me for that paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai me matar pela porra do dinheiro)
Not the type to fuck around, gonna turn that ass around
(Não é de foder qualquer um, ela vai dar a volta com essa bunda)


null desenroscou as pernas do metal e continuou a girar devagar até chegar ao chão. Ela deslizou com as costas na barra fria e mordeu o lábio inferior quando olhou para null. Não sabia como, mas ele já descobrira que era ela quem dançava e se sentia mais incentivada sabendo que ele a desejava. null deitou de lado no chão e levantou uma perna sensualmente enquanto passeava com as mãos pelo corpo, sem quebrar o contato com null. A mulher voltou a descer a perna, a pousou na frente do corpo, girando no chão, empinando a bunda para cima e riu de lado com a expressão de puro tesão no rosto de null.
O público gritou mais alto quando outra figura, usando as mesmas roupas que null: top trabalhado com cristais, hot pant preto e saltos altos, surgiu mais atrás. null ficou de pé e olhou para Kate sorrindo. As duas circundaram a barra de pole dance e null abriu um espacate no chão no mesmo momento que Kate pegou impulso e girou o corpo no ar, segurando no poste. As duas já haviam se apresentado juntas antes e tinham alguns movimentos ensaiados, e, mesmo depois de anos, ainda se lembravam. null jogou o tronco para trás e sorriu sob a máscara para null, que estava completamente vidrado em seus movimentos. null ficou satisfeita ao vê-lo ajeitar a calça e voltou a subir o tronco quando Kate parou sobre ela. A morena lhe estendeu a mão e puxou a amiga para cima.
null escalou a barra até o topo e girou com as pernas esticadas, com Kate fazendo o mesmo movimento mais abaixo. As duas tinham os movimentos sincronizados e null se sentia invencível naquele momento, talvez devesse voltar a dançar. A dupla fez os mesmos movimentos que null tinha feito no refrão anterior, sendo ovacionadas pelo público. null conseguiu inclusive ouvir os gritos de Claire, que também já devia ter descoberto que era sua amiga no palco.

Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
Six feet under she gon' get that fucking paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai conseguir a porra do dinheiro)
You know how she get down, pop her for a check now
(Você sabe como deixá-la mansa, dê a ela um cheque agora)
Six feet under, six
(Seis palmos abaixo da terra, sete)
Six feet under
(Seis palmos abaixo da terra)
Six feet under, six
(Seis palmos abaixo da terra, sete)
Six feet under
(Seis palmos abaixo da terra)
Six feet under she gon' kill me for that paper
(Seis palmos abaixo da terra, ela vai me matar pela porra do dinheiro)
Not the type to fuck around, gonna turn that ass around
(Não é de foder qualquer um, ela vai dar a volta com essa bunda)


Kate deitou no chão e null escorregou pela barra até sentar no colo da morena. null rolou para o lado e ficou de quatro, sabendo que Kate fazia o mesmo movimento na outra direção, e engatinhou pelo palco. No meio do movimento, null resolveu improvisar um pouco, engatinhou até a beirada do palco e chamou null com o indicador, que passou sem dificuldade alguma pelo segurança. O homem não desgrudava os olhos de null e controlava a vontade de puxá-la do palco e terminar tudo o que não tinha feito na noite passada. null arranhou de leve a bochecha de null e passou o dedo pelos lábios dele enquanto cantava junto à música.

Real love's hard to find
(Amor verdadeiro é difícil de encontrar)
So she don't waste her time
(Então ela nem perde seu tempo com isso)
So she don't waste her time, oooh
(Então ela nem perde seu tempo com isso, oooh)
You ain't gon' catch her crying
(Você não vai a encontrar chorando)
She ain't gon' lose her mind
(Ela não vai perder a cabeça)
She ain't gon' lose her mind
(Ela não vai perder a cabeça)


null cansou de manter o autocontrole e puxou null para perto, deixando seu rosto a milímetros do dela e roçou os lábios contra os da mulher. null riu fraco e impulsionou o corpo para frente, descendo do palco e tendo seu corpo preso pelo abraço de null.
— Chega, você ganhou — ele disse baixo, no ouvido de null.
— Eu sempre ganho. — Ela sorriu e sentiu um arrepio correr o corpo quando a mão de null apertou mais forte sua cintura.
null passou a língua pelos lábios e tocou de leve a boca de null, que fechou os olhos com o contato. A mulher tomou as rédeas da situação e o puxou em direção à entrada do camarim, sabendo exatamente para onde levá-lo. Assim que entraram no corredor, null prendeu null contra a parede. Seu coração batia em um ritmo acelerado, mas null nunca esteve tão certa de que queria fazer algo. Ela colou a boca na dele de forma urgente, sedenta por contato. null correspondeu ao beijo com a mesma intensidade, segurando forte na cintura dela. Os dois já tinham se cansado do joguinho e queriam repetir (ou terminar) a dose da noite anterior.
null enroscou os dedos nos fios de null e separou o beijo. A boca dela tinha o batom vermelho completamente borrado, o olhar dela era o puro significado de tesão e o som que escapou de seus lábios foi a melodia mais deliciosa que ele escutou. null o segurou pela mão e o arrastou com pressa para o camarim vazio ao lado do de Kate.
Ela trancou a porta assim que entraram e empurrou null para trás até que caísse sentado no pequeno sofá. null passou uma perna de cada lado do corpo dele e sentou em seu colo. null voltou a beijá-la com fervura, chocando seus lábios com força contra o dela. null segurou nos ombros dele, se movimentando devagar sobre seu colo e sorrindo quando sentiu um tapa ardido ser desferido em sua bunda.
null quebrou o beijo e deslizou com a língua pela bochecha de null até chegar ao seu pescoço e deixar uma trilha de beijos molhados. null ainda se movia sobre seu colo e null sentia sua calça ficar menor a cada investida que ela fazia contra seu quadril. Ele mordiscou o lóbulo da orelha dela e sussurrou baixo em seu ouvido.
— Hoje eu te fodo do jeito que ia fazer ontem.
null soltou o ar de leve pela boca e mordeu o lábio inferior para conter a surpresa quando null girou os dois e a pôs deitada no sofá. Ele encaixou uma das pernas entre as coxas de null e continuou a beijar seu pescoço, descendo os beijos para o decote, lambendo sua pele acima do top. Com uma rapidez surpreendente, null conseguiu tirar a peça superior de null e contemplou a beleza da mulher por breves segundos antes de lamber com vontade um dos mamilos dela, enquanto massageava o outro com a mão. null arfou com o toque e correu os dedos pelos cabelos curtos do homem, não conseguindo evitar o gemido que escapou de seus lábios quando ele mordiscou seu mamilo. null trocou as posições e deu atenção com a boca ao outro seio da mulher, que a essa altura já tinha a calcinha hot pant encharcada. null começou a se movimentar embaixo do corpo de null, se esfregando contra a coxa do homem.
— Não. — null segurou a cintura dela com força, cessando os movimentos. — Você vai gozar na minha boca.
null ofegou e prendeu o lábio inferior entre os dentes, mantendo o contato visual com null enquanto ele descia a mão pelo seu corpo e tocava sua intimidade por cima do tecido fino. O indicador de null começou a se movimentar em movimentos lentos e circulares sobre o ponto mais sensível de null, que se continha para não movimentar seu quadril contra os dedos de null.
null já tinha os dedos melados pelo líquido que transpassava a calcinha de null e os levou até os lábios, mas mudou o movimento e tocou a boca da mulher. Ele não precisou dizer nada, por conta própria, null abriu a boca e chupou os dedos do homem com prazer, sentindo seu gosto tomar conta de sua boca. null respirou pesado ao observar a cena, sentindo o tesão começar a se tornar insuportável dentro de si.
Com a mão livre, null desceu a barra da segunda peça de roupa de null. Ela puxou o corpo de null para perto com a perna e o beijou calmamente. Sua língua deslizou sobre a dele, fria como o gelo e macia como se lembrava. null voltou a descer a mão para o meio das pernas de null e a masturbá-la lentamente. A mulher se controlava para não gemer contra a boca de null, mas não conseguiu se calar quando ele penetrou dois dedos de uma vez. null movimentou os dedos devagar, com uma lentidão torturante, que ensandecia null cada vez mais.
null trilhou um caminho de beijos e lambidas pelo corpo de null e não a torturou mais, ele queria aquilo tanto quanto ela. null arqueou as costas e agarrou nas almofadas quando sentiu a língua de null em sua boceta. O gosto de null era ainda melhor quando estava diretamente em contato com a boca de null, e ele não se contentaria até que aproveitasse até a última gota. null revirou os olhos quando o sentiu atingir o ponto mais sensível e gemeu alto, pouco se importando se a escutariam. null continuava a chupá-la enquanto a fodia com os dedos, e observou debaixo, se contorcendo com seus toques.
— Olha pra mim — ele pediu, quando a viu fechar os olhos com força. null abriu os olhos de novo e encontrou o olhar penetrante dele sobre si. — Boa garota.
null elogiou a mulher e colocou o terceiro dedo em sua entrada. null abriu a boca, ofegando alto e fechou os olhos por alguns segundos até se lembrar do pedido de null. null apreciava a vista privilegiada de null deitado no pequeno sofá, com o rosto entre as suas pernas, lhe dando o melhor oral que tinha recebido em sua vida. Foda-se. null começou a movimentar o quadril em direção a null, que aumentou a intensidade de seus movimentos. null sentia seu ápice se aproximar, e hoje nada a interromperia de ter um orgasmo.
null segurava com força a coxa de null, sem se importar se a deixaria marcada, enquanto a fodia com os dedos e a boca. Ela era simplesmente deliciosa. Seu pau latejava dentro da calça, e null não via a hora de finalmente foder null do jeito que queria. null gemeu alto, tremendo-se inteira com o orgasmo sensacional e null continuou a chupá-la, lambendo sua intimidade até que não restasse vestígio de que ela havia gozado sem ser sua respiração falha e coração acelerado.
null respirava fundo quando null voltou a beijá-la, deixando o gosto dela ainda mais forte no contato entre suas bocas. null segurou na barra da calça de null, começando a desafivelar o cinto e a desabotoar a peça. null queria a boca dela em seu pau, mas o beijo de null era hipnotizante demais para que conseguisse deixar sua boca longe da dela. null arrastou a mão para cima e deslizou os dedos finos por baixo da camiseta dele, arranhando de leve o peitoral dele. null ofegou e null aproveitou a distância de suas bocas para tirar a camisa dele e jogar para um canto qualquer.
null retomou o controle da situação e saiu debaixo do corpo de null, o fazendo ficar sentado e se ajoelhou diante dele. O contato visual dos dois era energizante e repleto de luxúria. null desceu devagar a calça, com a ajuda dele, e massageou o pau dele por cima da cueca preta. Ele se inclinou uma última vez e deu um beijo demorado em null, antes de se encostar no encosto e observá-la. null sorriu de canto e deixou um beijo molhado em seu membro antes de abaixar a cueca de null. O homem ofegou quando a mão fria de null o tocou de leve e começou a masturbá-lo devagar. null se divertia com a mini tortura que fazia com null, era delicioso ter um homem como ele sem controle sobre qual seria o próximo passo dela. null manteve o contato visual com null, enquanto se inclinava para tocá-lo com os lábios. null mordeu o interior da boca com força quando os lábios de null envolveram a cabeça de seu pau. Por um breve momento, null achou ter visto estrelas quando a língua de null circundou seu membro e colocou na boca. null o chupava devagar, da mesma forma que ele havia feito com ela, mas null queria mais contato, ele precisava de mais contato. null aumentou o movimento com a boca quando sentiu as mãos de null em seus cabelos, começando a ditar a intensidade que ele queria. null começou a mover o quadril em direção a null, fodendo a boca dela do jeito que ele queria foder sua boceta.
null — ele chamou e a mulher levantou o olhar, o encontrando completamente entregue ao prazer.
Ela diminuiu o movimento e deu uma última lambida por toda a extensão dele antes de ficar de pé. null chutou os sapatos para longe e terminou de descer a calça e cueca que haviam ficado presas em seus tornozelos. Ele se abaixou e procurou nos bolsos da calça a carteira, tirando de um dos bolsos uma camisinha. null já havia posto a camisinha quando se virou para o sofá e encontrou null deitada se tocando. Ela tinha uma mão apertando um dos mamilos e a outra mão entre as pernas. O olhar de null era completamente direcionado a ele.
— Gostosa — null disse baixo, quando ficou entre as pernas dela.
— Me fode — null pediu com um gemido.
null encaixou seu membro na entrada de null e os dois fecharam os olhos no mesmo momento em que ele a penetrou. null abriu os olhos para encontrar null a observando, temendo que ela mudasse de ideia novamente. Ela mexeu a cintura e soltou um gemido ao senti-lo dentro de si. null começou a se movimentar devagar dentro de null, aproveitando todas as sensações que inundavam seu corpo naquele momento. Ele aumentou a intensidade das estocadas, vendo null segurar forte nos seios. null cobriu as mãos da mulher e as apertou. null deixou que null segurasse em seus peitos, apertando seus mamilos e a deixando ainda mais excitada. Ele se movia com destreza e força, e null se segurava para não gritar alto o nome dele. A mulher o puxou para um beijo, agarrando em seus ombros e fincando as unhas na pele macia dele. As bocas dos dois se movimentavam de um jeito desastroso e se interrompiam a todo momento para gemerem baixo.
null começou a diminuir a intensidade dos movimentos, começando a cansar-se, e null empurrou o peito dele para que ele se sentasse de novo. Ela ia sentar no colo dele, mas null a puxou para cima e levantou uma das pernas dela. null ficou em pé, com a boceta na cara de null, que não tardou a chupá-la pela segunda vez na noite. null espalmou a mão na parede e gemeu alto quando sentiu a língua de null em sua entrada. Ela movimentou o quadril por cima de null, sentindo-se cada vez mais próxima do orgasmo.
null batia uma punheta enquanto chupava null, mas cessou os movimentos quando a mulher se distanciou dele. null sentou sobre o colo dele, encaixando o pau de null e sentando com força. O homem ofegou alto quando null começou a se movimentar com agilidade, cavalgando do jeito mais gostoso possível. null segurou no pescoço de null e jogou a cabeça para trás, sem cessar os movimentos quando o sentiu chupar seus peitos e a tocar seu clítoris em movimentos circulares. Ainda mais rápido do que antes, null sentiu o orgasmo tomar conta de si e gemeu alto o nome de null enquanto gozava. Ele segurou a bunda da mulher com as duas mãos e se movimentou o mais rápido que pôde, chegando pouco tempo depois ao mesmo estado de êxtase que null.
null respirava ruidosamente, ainda com null em seu colo. A mulher tinha a cabeça encostada na curva do pescoço dele, também tentando controlar a respiração descompassada.
Nenhum dos dois sabia o que dizer, mas null foi a primeira a quebrar o silêncio.
— Quer apostar amanhã também? — perguntou bem humorada, com a boca próxima a de null.
— Tenho certeza de que eu ganho. — Ele riu de canto e tirou uma mecha de cabelo do rosto dela.
— Os dois sempre ganham. — Ela riu maliciosa e o puxou para um beijo.


Fim!



Nota da autora: Hey! Gente, que surto foi esse? ahahaha. Espero que tenham gosto dessa fic gostozinha para ler na calada da noite. Confesso que escrever cena hot é sempre um desafio pessoal, mas uma hora a gente chega na perfeição.
Não esqueçam deixar comentários aqui embaixo! Bjs! <3




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