Capítulo 1
acordou cedo, como era de costume, fez sua skin care matinal e passou sua maquiagem natural para mais um dia de aula. Depois pegou sua bolsa e foi tomar seu café da manhã. Ela não morava tão longe da faculdade, mas fazia questão de ir dirigindo sua BMW vermelha que ganhou de seu pai a 4 anos atrás quando completou 18 anos.
Chegando na faculdade ela encontrou suas amigas no estacionamento onde elas esperavam Jin passar para zoar dele.
- Fala sério! Ele veio com a roupa amassada de novo! - Comentou Ara assim que Jin passou pelo portão.
A briga entre eles partia de ... No primeiro dia de aula Jin acabou derrubando tinta azul em fazendo todos rirem dela e a apelidaram de Smurf durante o primeiro ano, porque além de estar azul, ela era baixinha. E ainda saiu sem se desculpar, segundo a garota. Depois, conheceu suas amigas inseparáveis que lhe estimularam a perturbar Jin, por ele sempre vir desarrumado para a faculdade.
- Como o orientador deixa ele entrar? - disse indignada. - E olhem o cabelo dele, parece que não é lavado a um mês de tão oleoso.
Jin, que passava próximo a elas, ouviu tudo, mas não sentia energia o suficiente para brigar e como seu pai sempre falava "palavras só te atingem se você deixar. Do contrário, elas são apenas vento." Ele tinha coisas mais importantes para pensar, como a prova de cálculo, pela qual ele passou a noite estudando.
Por ironia do destino, e suas amigas eram da mesma sala que Jin e ele tinha que escutar a voz daquelas meninas fúteis todos os dias.
Por 4 anos ele aguentou em silêncio, por 4 anos ele sentou longe e quis manter distância delas, por 4 anos ele só se concentrou em si e em seus estudos.
Não tinha sido fácil ganhar a bolsa integral do curso então ele tinha que conseguir manter e era tudo o que importava. E nesses 4 anos ele falava com todos, mas ninguém chegou a ser um amigo, e Jin não tinha tempo pra sair com amigos, então era compreensível ele ser um pouco solitário.
No dia seguinte, e suas amigas provocaram Jin mais uma vez, só que dessa vez ele retrucou.
- , para de falar comigo desse jeito! Minhas roupas estão amassadas, meu cabelo oleoso e eu posso não vir de conversível pra escola, mas eu prefiro mil vezes ser assim do que ser chata, egocêntrica e mimada como você.
Nunca ninguém tinha respondido dessa forma, muito menos seu alvo de chacotas preferido. Ela e suas amigas ficaram espantadas e com muita muita raiva. Sua cara ficou ruborizada.
- Vamos amiga, não liga pra ele. - Disse Sora ao ouvir o sinal.
- O que foi? O gato comeu sua língua? - Jin provocou com um riso vitorioso. Como a garota não se mexia resolveu ir para a sala de aula. , em um ataque de raiva, amassou a latinha de coca cola que segurava e arremessou em Jin, mas com seu reflexo de jogador de ping pong, Jin desviou perfeitamente, o diretor vinha logo atrás dele e só percebeu o que acontecia quando a latinha o acertou.
Sora e Ara correram pra aula, abandonando a amiga.
- Os 2 para a minha sala AGORA!
Sentado em sua cadeira com a camiseta manchada de refrigerante, o diretor segurava uma bolsa de gelo na testa enquanto encarava os 2 jovens com cara feia.
- Diretor, o senhor sabe que eu nunca fiz nada desse tipo antes. Mas conseguiu me tirar do sério…
- Eu tirei você do sério? - tentou se defender.
- Faz quase 4 anos que você pega no meu pé. - Jin virou para o diretor. - Além do mais diretor, colou na prova de geometria.
- Que mentira! COMO VOCÊ PODE DIZER UMA COISA DESSAS? - Ela estava passada! Aquele Jin ela não conhecia.
E um murmurinho começou entre eles.
- QUIETO OS 2! - Disse o diretor. - Os dois vão ficar depois da aula organizando os livros novos que chegaram, na biblioteca.
- Diretor eu não posso, eu tenho que trabalhar depois da aula.
- E eu tenho que ir ao shopping com minhas amigas e...
- Pois então desmarquem seus compromissos. Os dois vão ficar depois da aula ou vou tomar decisões drásticas. Voltem para a sala de vocês.
Depois da aula como foi mandado os 2 foram pra biblioteca. Jin pegou uma caixa e começou a organizar. entrou em um corredor dos livros e fez um bumerangue fazendo um beicinho com a legenda "triste por ter sido uma menina má" e enviou para suas amigas. Seus pais não se importavam se não prejudicasse seu futuro ou o nome da família. Mas Jin, tinha um trabalho para ajudar sua família a quitar a casa.
Quando Jin terminou de guardar todos os livros da caixa que pegara, foi pegar mais em outra caixa que estava próximo das mesas de estudo. E lá estava mexendo no celular.
- Você vai ficar no celular enquanto eu falo o todo trabalho sozinho? - Ele disse se aproximando.
- Ai, tanto faz! - Eu quis esganar aquela garota. Foi ela que jogou a latinha no Diretor.
- Sabia que aqui tem câmera? - Ela olhou pra cima e viu que era verdade, então levantou e pegou 3 livros e se escondeu da câmera em um corredor. Colocou os livros na prateleira e voltou a mexer no celular.
Jin passou pelo corredor e viu o que estava fazendo e dessa vez resolveu tomar uma atitude.
- Pois é Sora ele é o maior chato! Ainda fica atrás de mim falando para eu fazer as coisas
- Amiga, que pena! Mas da próxima vez você vem com a gente aproveitar esse lançamento.
- Amiga, não esquece de comprar aquela bolsa amare… EI!!!! - Ela gritou vendo Jin segurar seu celular. - O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
Ele desligou a ligação.
- Eu que te pergunto, o que você pensa que está fazendo? - Ele disse parecendo calmo, mas as veias saltadas no seu pescoço mostravam o contrário. - Quem acertou a testa do diretor foi você, por que eu devo fazer o serviço todo sozinho?
- Garoto, devolve meu celular agora. - Ela avançou nele tentando pegar o celular.
- Só quando a gente terminar de arrumar tudo. - Ele disse desviando dos pulos dela tentando pegar o objeto de sua mão.
colocou a mão na cintura e bufou com raiva
- Quer morrer?! - Ela falou com raiva, mas viu que ele não ia devolver então resolveu que mesmo na má vontade iria ajudar. - Você é tão insuportável que se eu fosse você me mataria.
- Não pense que eu não faria o mesmo se fosse você. - Ele disse guardando o celular dela enquanto caminhava para fora do corredor.
realmente não queria guardar os livros, mas se terminasse mais rápido, mais rápido poderia ter seu celular de volta e talvez ainda daria tempo dela encontrar as amigas no shopping.
Quando ela estava guardando o último livro o mesmo não queria entrar no espaço que tinha na prateleira, então ela empurrou com mais força e balançou a prateleira sacudiu fazendo cair um livro grosso e pesado em sua cabeça, não machucou mas doeu e ela gritou. Quando Jin foi ver o que era estava sentada no chão ao lado de um livro aberto, segurando uma caixinha.
- O que foi? - Ele apareceu ofegante.
- Esse livro caiu na minha cabeça. Olha que linda essa caixinha. - Ela esticou a mão mostrando uma caixinha feita de tecido verde e contornada por ouro. Não demorou muito e a abriu. Lá continha dois anéis de prata com uma pedrinha verde da mesma cor do tecido da caixinha, porém os anéis pareciam ter um brilho especial. Os dois se encantaram e não podia esperar para ver aquela linda jóia em sua mão. Ela pegou o anel e colocou no dedo anelar e ele se encaixou perfeitamente.
Já Jin colocou o anel no dedo indicador e ficou largo, tentou no dedo do meio e ficou largo, tentou no dedo anelar e o anel encaixou perfeitamente.
- Olha que estranho! Ficou largo no meu dedo indicador e no dedo do meio, mas encaixou direitinho no meu dedo anelar. - Ele disse com um sorriso bobo. E então olhou para a mão que mostrava.
- Encaixou direitinho em mim também.
O celular de começou a tocar. Ela levantou em um pulo com um sorriso grande no olhar
- Nós já acabamos de guardar os livros! - Ela disse animada esticando as mãos para pegar o celular. Jin então cumpriu com o combinado e lhe devolveu. Ela atendeu a ligação e saiu andando deixando o livro e a caixinha no chão para Jin arrumar. E ele tentou tirar o anel para devolver a caixinha, mas não conseguiu, então guardou as coisas e foi para casa, onde seus pais poderiam ajudar a tirar.
Ambos não conseguiram tirar o anel naquela noite...
Chegando na faculdade ela encontrou suas amigas no estacionamento onde elas esperavam Jin passar para zoar dele.
- Fala sério! Ele veio com a roupa amassada de novo! - Comentou Ara assim que Jin passou pelo portão.
A briga entre eles partia de ... No primeiro dia de aula Jin acabou derrubando tinta azul em fazendo todos rirem dela e a apelidaram de Smurf durante o primeiro ano, porque além de estar azul, ela era baixinha. E ainda saiu sem se desculpar, segundo a garota. Depois, conheceu suas amigas inseparáveis que lhe estimularam a perturbar Jin, por ele sempre vir desarrumado para a faculdade.
- Como o orientador deixa ele entrar? - disse indignada. - E olhem o cabelo dele, parece que não é lavado a um mês de tão oleoso.
Jin, que passava próximo a elas, ouviu tudo, mas não sentia energia o suficiente para brigar e como seu pai sempre falava "palavras só te atingem se você deixar. Do contrário, elas são apenas vento." Ele tinha coisas mais importantes para pensar, como a prova de cálculo, pela qual ele passou a noite estudando.
Por ironia do destino, e suas amigas eram da mesma sala que Jin e ele tinha que escutar a voz daquelas meninas fúteis todos os dias.
Por 4 anos ele aguentou em silêncio, por 4 anos ele sentou longe e quis manter distância delas, por 4 anos ele só se concentrou em si e em seus estudos.
Não tinha sido fácil ganhar a bolsa integral do curso então ele tinha que conseguir manter e era tudo o que importava. E nesses 4 anos ele falava com todos, mas ninguém chegou a ser um amigo, e Jin não tinha tempo pra sair com amigos, então era compreensível ele ser um pouco solitário.
No dia seguinte, e suas amigas provocaram Jin mais uma vez, só que dessa vez ele retrucou.
- , para de falar comigo desse jeito! Minhas roupas estão amassadas, meu cabelo oleoso e eu posso não vir de conversível pra escola, mas eu prefiro mil vezes ser assim do que ser chata, egocêntrica e mimada como você.
Nunca ninguém tinha respondido dessa forma, muito menos seu alvo de chacotas preferido. Ela e suas amigas ficaram espantadas e com muita muita raiva. Sua cara ficou ruborizada.
- Vamos amiga, não liga pra ele. - Disse Sora ao ouvir o sinal.
- O que foi? O gato comeu sua língua? - Jin provocou com um riso vitorioso. Como a garota não se mexia resolveu ir para a sala de aula. , em um ataque de raiva, amassou a latinha de coca cola que segurava e arremessou em Jin, mas com seu reflexo de jogador de ping pong, Jin desviou perfeitamente, o diretor vinha logo atrás dele e só percebeu o que acontecia quando a latinha o acertou.
Sora e Ara correram pra aula, abandonando a amiga.
- Os 2 para a minha sala AGORA!
Sentado em sua cadeira com a camiseta manchada de refrigerante, o diretor segurava uma bolsa de gelo na testa enquanto encarava os 2 jovens com cara feia.
- Diretor, o senhor sabe que eu nunca fiz nada desse tipo antes. Mas conseguiu me tirar do sério…
- Eu tirei você do sério? - tentou se defender.
- Faz quase 4 anos que você pega no meu pé. - Jin virou para o diretor. - Além do mais diretor, colou na prova de geometria.
- Que mentira! COMO VOCÊ PODE DIZER UMA COISA DESSAS? - Ela estava passada! Aquele Jin ela não conhecia.
E um murmurinho começou entre eles.
- QUIETO OS 2! - Disse o diretor. - Os dois vão ficar depois da aula organizando os livros novos que chegaram, na biblioteca.
- Diretor eu não posso, eu tenho que trabalhar depois da aula.
- E eu tenho que ir ao shopping com minhas amigas e...
- Pois então desmarquem seus compromissos. Os dois vão ficar depois da aula ou vou tomar decisões drásticas. Voltem para a sala de vocês.
Depois da aula como foi mandado os 2 foram pra biblioteca. Jin pegou uma caixa e começou a organizar. entrou em um corredor dos livros e fez um bumerangue fazendo um beicinho com a legenda "triste por ter sido uma menina má" e enviou para suas amigas. Seus pais não se importavam se não prejudicasse seu futuro ou o nome da família. Mas Jin, tinha um trabalho para ajudar sua família a quitar a casa.
Quando Jin terminou de guardar todos os livros da caixa que pegara, foi pegar mais em outra caixa que estava próximo das mesas de estudo. E lá estava mexendo no celular.
- Você vai ficar no celular enquanto eu falo o todo trabalho sozinho? - Ele disse se aproximando.
- Ai, tanto faz! - Eu quis esganar aquela garota. Foi ela que jogou a latinha no Diretor.
- Sabia que aqui tem câmera? - Ela olhou pra cima e viu que era verdade, então levantou e pegou 3 livros e se escondeu da câmera em um corredor. Colocou os livros na prateleira e voltou a mexer no celular.
Jin passou pelo corredor e viu o que estava fazendo e dessa vez resolveu tomar uma atitude.
- Pois é Sora ele é o maior chato! Ainda fica atrás de mim falando para eu fazer as coisas
- Amiga, que pena! Mas da próxima vez você vem com a gente aproveitar esse lançamento.
- Amiga, não esquece de comprar aquela bolsa amare… EI!!!! - Ela gritou vendo Jin segurar seu celular. - O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
Ele desligou a ligação.
- Eu que te pergunto, o que você pensa que está fazendo? - Ele disse parecendo calmo, mas as veias saltadas no seu pescoço mostravam o contrário. - Quem acertou a testa do diretor foi você, por que eu devo fazer o serviço todo sozinho?
- Garoto, devolve meu celular agora. - Ela avançou nele tentando pegar o celular.
- Só quando a gente terminar de arrumar tudo. - Ele disse desviando dos pulos dela tentando pegar o objeto de sua mão.
colocou a mão na cintura e bufou com raiva
- Quer morrer?! - Ela falou com raiva, mas viu que ele não ia devolver então resolveu que mesmo na má vontade iria ajudar. - Você é tão insuportável que se eu fosse você me mataria.
- Não pense que eu não faria o mesmo se fosse você. - Ele disse guardando o celular dela enquanto caminhava para fora do corredor.
realmente não queria guardar os livros, mas se terminasse mais rápido, mais rápido poderia ter seu celular de volta e talvez ainda daria tempo dela encontrar as amigas no shopping.
Quando ela estava guardando o último livro o mesmo não queria entrar no espaço que tinha na prateleira, então ela empurrou com mais força e balançou a prateleira sacudiu fazendo cair um livro grosso e pesado em sua cabeça, não machucou mas doeu e ela gritou. Quando Jin foi ver o que era estava sentada no chão ao lado de um livro aberto, segurando uma caixinha.
- O que foi? - Ele apareceu ofegante.
- Esse livro caiu na minha cabeça. Olha que linda essa caixinha. - Ela esticou a mão mostrando uma caixinha feita de tecido verde e contornada por ouro. Não demorou muito e a abriu. Lá continha dois anéis de prata com uma pedrinha verde da mesma cor do tecido da caixinha, porém os anéis pareciam ter um brilho especial. Os dois se encantaram e não podia esperar para ver aquela linda jóia em sua mão. Ela pegou o anel e colocou no dedo anelar e ele se encaixou perfeitamente.
Já Jin colocou o anel no dedo indicador e ficou largo, tentou no dedo do meio e ficou largo, tentou no dedo anelar e o anel encaixou perfeitamente.
- Olha que estranho! Ficou largo no meu dedo indicador e no dedo do meio, mas encaixou direitinho no meu dedo anelar. - Ele disse com um sorriso bobo. E então olhou para a mão que mostrava.
- Encaixou direitinho em mim também.
O celular de começou a tocar. Ela levantou em um pulo com um sorriso grande no olhar
- Nós já acabamos de guardar os livros! - Ela disse animada esticando as mãos para pegar o celular. Jin então cumpriu com o combinado e lhe devolveu. Ela atendeu a ligação e saiu andando deixando o livro e a caixinha no chão para Jin arrumar. E ele tentou tirar o anel para devolver a caixinha, mas não conseguiu, então guardou as coisas e foi para casa, onde seus pais poderiam ajudar a tirar.
Ambos não conseguiram tirar o anel naquela noite...
Capítulo 2
Jin
Na manhã seguinte, acordei com alguém batendo na porta pedindo para eu levantar. Me sentei na cama sentindo um peso me puxar pra frente. Quando abri os olhos vi que não estava em meu quarto, mas não consegui me lembrar onde eu estava ou como vim parar aqui. Cocei os olhos e quando abri vi que estava no mesmo lugar. Esse quarto é 5 vezes maior que o meu… Me descobri para levantar e então vi que eu tinha peitos, e estava com um pijama de seda cor de rosa. Em um pequeno surto belisquei meu braço e reclamei da dor.
- Droga! O que é isso? - Olhei em cima da cômoda e tinha a foto de com um senhor e uma senhora, que provavelmente eram seus pais. - Não! Não! Não! Não pode ser. - Eu disse voltando a sentar na cama.
- Querida, não vai se arrumar? - A mãe de entrou no quarto. Foi até o closet e pegou a roupa de e colocou na cama ao meu lado. - Seu pai e eu já tomamos café. - Ela deu um beijo no topo da minha cabeça e eu me senti mais estranho do que já estava. - Você parece um pouco pálida, está tudo bem? - Ela me encarou. Eu não ia dizer que era um cara no corpo de sua filha, isso pioraria tudo.
-Sim, está tudo bem! - Desviei o olhar. - É só que acabei de acordar.
-Tá bom. Tenha um bom dia de aula.
Quando ela foi embora peguei o celular de e tentei desbloquear, mas não consegui. Vesti as roupas de cima da cama, peguei a bolsa de e lembrei que ela ia para a escola de carro. Eu não sabia onde era a casa dela, mas o carro tinha GPS. Eu dirigia o Ford velho do meu pai, claro que eu não perderia a oportunidade de dirigir essa BMW. Quando estacionei o carro, Ara e Sora, as amigas de , vieram até mim preocupadas.
-Amiga, o que aconteceu? Você sumiu!
-Não atendeu nossas chamadas a manhã toda. - Foi quando lembrei que deixei o celular no quarto de .
- Que exagero! Ainda são 7:45. - Eu respondi e ignorei seus espantos. Logo o carro do meu pai encostou na entrada da universidade e eu… quis dizer desceu. Meu cabelo estava bagunçado e minha camiseta abotoada errada e a calça era curta e apertada demais. Que desastre! Fui até a mesma o mais rápido possível.
- O que você fez comigo? Por que eu sou você? - disse parecendo que ia me matar. Pelo jeito ela é eu e eu sou ela. - Eu vou te matar quando recuperar meu corpo de volta.
- Eu não fiz nada! - respondi abrindo os braços, então passei a mão no cabelo e meus dedos embaranharam.
- Meu Deus! Você não penteou meu cabelo? - Ela tentou pentear meu cabelo com as mãos. - olha só minha cara sem maquiagem. Parece que acabou de acordar! Você quer acabar comigo? Como meu rosto vai viver sem skin care? - Ela olhou em volta se tinha muitas pessoas por perto, me empurrou para trás de uma árvore e então pegou a mochila de mim.
- Ah, desculpe se eu estava pensando em algo mais importante, tipo, voltar pro meu corpo.
- Fica quieto que vou te arrumar. Ninguém pode me ver assim! Ainda bem que tenho meu kit reserva na bolsa. - Ela disse já passando o pincel no meu rosto. Eu não queria deixar, então fiz careta e bufei. - Fica quieto! - Ela arrumou minhas sobrancelhas, passou uma sombra leve nos meus olhos, quase me deixando cego e passou um batom fraquinho. - Tem alguém olhando?
- Não. - Ele respondeu e saiu de sua frente, encarou um pouco.
- Bem melhor!
- Tá agora é minha vez. O cabelo tá até legal, mas essa camiseta está toda errada e ainda por cima, dentro da calça não tá me valorizando.
- Eu tentei deixar do jeito que você se veste. Mas tá bom. - Ela arrumou os botões e tirou a camiseta de dentro da calça. - Feliz?
- Sim, claro.
O sinal tocou e eles saíram às pressas para sala.
Na sala, antes da professora chegar, as amigas chatas de vieram me perguntar:
- O que está acontecendo? Você anda meio estranha hoje. - Sora disse quando me viu.
- É amiga, você estava falando de um jeito diferente com o Jin, hoje. - Ara concordou e se olharam fazendo careta.
- Não é nada demais... Só estou resolvendo uma coisa, mas logo tudo vai se normalizar. - Eu queria dar uma resposta bem dada, mas não podia estragar a reputação de … ou talvez podia?! Se for para o bem, por que não?
-Se não quiser contar, tudo bem! Mas lembre-se que estamos aqui para te ajudar.
Quando a aula acabou, esperei do lado de fora. E caminhamos até seu carro.
- É o seguinte, eu não posso faltar de novo no trabalho então vou passar o dia com você na lanchonete, te ensinando como trabalhar.
- O que? Você acha que EU vou trabalhar em uma lanchonete? Só pode estar doido! - Ela sacudiu a cabeça de um lado pro outro.
-Não é você, sou eu… - Eu disse já perdendo a paciência. - Você pensa que todo mundo tem a vida ganha? Eu preciso desse trabalho para sobreviver.
- Mas eu não sei nem fritar um ovo.
- Por isso vou te ensinar. - Eu respondi o óbvio. - Fala sério! Com tanta gente no mundo para possuir meu corpo e tinha que ser logo você.
- Olha Jin, eu… - Ela começou brava e eu a interrompi.
- Você me ajuda a não perder meu emprego e eu não estrago sua reputação de dondoca do castelo de diamantes.
- Isso é uma ameaça?
- Não! Isso é um acordo!
- Tá bom, mas eu vou dirigindo meu carro e você diz onde é.
A loja ficava próxima a minha casa dava pra ir andando, e eu conseguia economizar tempo para estudar e dormir, além de conseguir ajudar minha família a quitar a casar.
Eu era o gerente da loja, então o dono confiava em mim para mandar e desmandar no local, enquanto ele cuidava da sua nova filial. Pedi para dizer a meu chefe que eu iria substituir Dom que estava de atestado por alguns dias. E para Dom eu disse que ele estava de folga por alguns dias, aquele preguiçoso aceitou numa boa e ainda agradeceu. O trabalho não era muito difícil e apesar de eu ter ficado com medo de estragar tudo, consegui a ensinar bem.
- Para seu primeiro dia, até que você foi bem! Não queimou muita coisa. Só precisa ser mais rápida com as coisas. - Eu disse quando acabou o expediente. Eu queria levantar a moral dela, mas a verdade é que eu tive que me desdobrar. E essas unhas grandes me atrapalharam o dia todo.
- Que bom que fiz um bom trabalho! Agora podemos tentar resolver porque estamos assim? - Ela disse quando saímos da loja.
- Bom, não fizemos nada de diferente ontem, além de ficarmos presos na biblioteca.
- Tenta pensar em algo que possa ter acontecido, além disso!
viu que eu ainda estava com o anel e perguntou.
- Você também não conseguiu tirar?
- Não! - Eu respondi tentando mais uma vez.
Passou um segundo e então dissemos juntos.
- OS ANÉIS!!!
- E também tinha aquele livro estranho. - Ela disse parecendo tentar lembrar o nome.
- O antigo livro do Imperador Gojong. - Eu disse. - O livro é da mesma cor da caixinha que os anéis estavam, deve ter alguma coisa sobre no livro. Eu sabia que esse anel não era normal!
- Então, vamos pra biblioteca pegar aquele livro e descobrir como destrocar.
A biblioteca estava quase fechada quando chegamos, mas conseguimos pegar o livro.
A lenda do Imperador Gojong
Em 1897, o imperador Gojong era muito poderoso e tinha todas as mulheres aos seus pés, mas a mulher que ele realmente queria não lhe dava bola. Por mais que ele tentasse, nunca conseguia a atenção da moça.
Um dia ele recebeu a visita de uma velha amiga que lhe devia um favor. Ela era feiticeira e por isso a alguns anos atrás ela foi perseguida por um grupo de pessoas que queriam matá-la. O Imperador a ajudou, abrindo um caminho secreto para ela conseguir fugir. Agora que voltou, ela estava grata e lhe ofereceu um desejo. Como o imperador não tinha se casado ainda, a feiticeira pensou que ele a esperava.
O mesmo não pensou muito antes de dizer que queria o coração da moça mais doce que ele conheceu recentemente.
- Por que você a ama tanto? - A feiticeira perguntou disfarçando a surpresa por não ter sido escolhida.
- Porque ela é a flor mais bela que já vi. E seu sorriso é brilhante como…
Enquanto ele respondia, a feiticeira podia ver a paixão em seus olhos. E cheia de ciúmes e inveja pensou "Se você não ficar comigo não vai ficar com mais ninguém."
- Certo! Eu lhe concederei o desejo. - Ela disse e então pegou uma caixinha feita de tecido verde e detalhes dourados, disse algumas palavras indecifráveis e da caixinha saiu uma luz vermelha. O imperador pegou a caixinha muito feliz, imaginando que finalmente conseguiria a amada.
- Você só precisa fazer ela usar um desses anéis e você deve usar o outro, mas a magia só vai funcionar se os dois anéis estiverem no dedo anelar da mão esquerda.
O imperador assim o fez. A pedra do anel era tão brilhante que a humilde moça não pôde recusar.
Ao acordar no dia seguinte, a doce moça estava presa no corpo do imperador e o mesmo no corpo da moça.
Ele a amava tanto que a feiticeira sentiu inveja e fez ele viver no corpo da moça para conhecer os defeitos da moça que ele acreditava ser tão perfeita. O feitiço tinha o intuito de fazer o imperador ver a verdade sobre a moça que aparentava ser gentil.
Alguns dias depois a feiticeira encontrou a tal moça, sua rival no amor, e disse que se ela o matasse em seu corpo, ela seria para sempre o imperador e poderia viver da riqueza dele para o resto da vida. A moça levada pela ganância mandou matá-lo."
Fim!
Eu olhei para .
- É claro que eu não vou te matar idiota. - Ela disse. - O que mais quero é poder ser eu de novo e andar por aí com minhas com minhas coisas...
- Tanto faz! Nesse livro não se diz como desfazer o feitiço.
- Pode ser coisa de um dia, - disse tentando acreditar no que dizia. - e amanhã quando acordarmos tudo volta ao normal.
Eu a levei para casa, e o caminho todo a ouvindo dizer para eu tomar cuidado com o carro, como se eu não estivesse sendo cuidadoso. Depois, quando cheguei na casa de , fui recebido com beijos e abraços de seus pais.
- O que aconteceu com você, filha? Seu rosto está todo oleoso.
- E suas roupas estão sujas… o que é isso, molho? - Disse o homem.
- Eu tive um imprevisto...
- Ok… Vai tomar seu banho, depois iremos comprar roupas novas.
Corri para o quarto e joguei a bolsa em cima da cama.
Eu precisava fazer xixi e tomar banho, mas sentia que isso iria invadir a privacidade de . Mas eu precisava! Precisava muito!!!
Entrei no banheiro da suíte de e acendi a luz. Dei uma boa olhada no banheiro e vi onde ficava tudo. Parei de frente a privada e fechei meus olhos. Desci a roupa e sentei. Ah, que alívio! Depois abri a água do chuveiro e testei a temperatura. Me despi e entrei no boxe do chuveiro, coloquei a cabeça debaixo da água. Passei o shampoo no cabelo… e fiz o melhor que pude antes de saí.
Jantei com meus novos pais, que disseram que eu parecia cansada então a mãe marcaria um dia pra mim no SPA. Eu estava sendo tão mimado naqueles 40 minutos de jantar, que até esqueci como fui criando… deve estar tomando uns tapas a essa hora!
Na manhã seguinte, acordei com alguém batendo na porta pedindo para eu levantar. Me sentei na cama sentindo um peso me puxar pra frente. Quando abri os olhos vi que não estava em meu quarto, mas não consegui me lembrar onde eu estava ou como vim parar aqui. Cocei os olhos e quando abri vi que estava no mesmo lugar. Esse quarto é 5 vezes maior que o meu… Me descobri para levantar e então vi que eu tinha peitos, e estava com um pijama de seda cor de rosa. Em um pequeno surto belisquei meu braço e reclamei da dor.
- Droga! O que é isso? - Olhei em cima da cômoda e tinha a foto de com um senhor e uma senhora, que provavelmente eram seus pais. - Não! Não! Não! Não pode ser. - Eu disse voltando a sentar na cama.
- Querida, não vai se arrumar? - A mãe de entrou no quarto. Foi até o closet e pegou a roupa de e colocou na cama ao meu lado. - Seu pai e eu já tomamos café. - Ela deu um beijo no topo da minha cabeça e eu me senti mais estranho do que já estava. - Você parece um pouco pálida, está tudo bem? - Ela me encarou. Eu não ia dizer que era um cara no corpo de sua filha, isso pioraria tudo.
-Sim, está tudo bem! - Desviei o olhar. - É só que acabei de acordar.
-Tá bom. Tenha um bom dia de aula.
Quando ela foi embora peguei o celular de e tentei desbloquear, mas não consegui. Vesti as roupas de cima da cama, peguei a bolsa de e lembrei que ela ia para a escola de carro. Eu não sabia onde era a casa dela, mas o carro tinha GPS. Eu dirigia o Ford velho do meu pai, claro que eu não perderia a oportunidade de dirigir essa BMW. Quando estacionei o carro, Ara e Sora, as amigas de , vieram até mim preocupadas.
-Amiga, o que aconteceu? Você sumiu!
-Não atendeu nossas chamadas a manhã toda. - Foi quando lembrei que deixei o celular no quarto de .
- Que exagero! Ainda são 7:45. - Eu respondi e ignorei seus espantos. Logo o carro do meu pai encostou na entrada da universidade e eu… quis dizer desceu. Meu cabelo estava bagunçado e minha camiseta abotoada errada e a calça era curta e apertada demais. Que desastre! Fui até a mesma o mais rápido possível.
- O que você fez comigo? Por que eu sou você? - disse parecendo que ia me matar. Pelo jeito ela é eu e eu sou ela. - Eu vou te matar quando recuperar meu corpo de volta.
- Eu não fiz nada! - respondi abrindo os braços, então passei a mão no cabelo e meus dedos embaranharam.
- Meu Deus! Você não penteou meu cabelo? - Ela tentou pentear meu cabelo com as mãos. - olha só minha cara sem maquiagem. Parece que acabou de acordar! Você quer acabar comigo? Como meu rosto vai viver sem skin care? - Ela olhou em volta se tinha muitas pessoas por perto, me empurrou para trás de uma árvore e então pegou a mochila de mim.
- Ah, desculpe se eu estava pensando em algo mais importante, tipo, voltar pro meu corpo.
- Fica quieto que vou te arrumar. Ninguém pode me ver assim! Ainda bem que tenho meu kit reserva na bolsa. - Ela disse já passando o pincel no meu rosto. Eu não queria deixar, então fiz careta e bufei. - Fica quieto! - Ela arrumou minhas sobrancelhas, passou uma sombra leve nos meus olhos, quase me deixando cego e passou um batom fraquinho. - Tem alguém olhando?
- Não. - Ele respondeu e saiu de sua frente, encarou um pouco.
- Bem melhor!
- Tá agora é minha vez. O cabelo tá até legal, mas essa camiseta está toda errada e ainda por cima, dentro da calça não tá me valorizando.
- Eu tentei deixar do jeito que você se veste. Mas tá bom. - Ela arrumou os botões e tirou a camiseta de dentro da calça. - Feliz?
- Sim, claro.
O sinal tocou e eles saíram às pressas para sala.
Na sala, antes da professora chegar, as amigas chatas de vieram me perguntar:
- O que está acontecendo? Você anda meio estranha hoje. - Sora disse quando me viu.
- É amiga, você estava falando de um jeito diferente com o Jin, hoje. - Ara concordou e se olharam fazendo careta.
- Não é nada demais... Só estou resolvendo uma coisa, mas logo tudo vai se normalizar. - Eu queria dar uma resposta bem dada, mas não podia estragar a reputação de … ou talvez podia?! Se for para o bem, por que não?
-Se não quiser contar, tudo bem! Mas lembre-se que estamos aqui para te ajudar.
Quando a aula acabou, esperei do lado de fora. E caminhamos até seu carro.
- É o seguinte, eu não posso faltar de novo no trabalho então vou passar o dia com você na lanchonete, te ensinando como trabalhar.
- O que? Você acha que EU vou trabalhar em uma lanchonete? Só pode estar doido! - Ela sacudiu a cabeça de um lado pro outro.
-Não é você, sou eu… - Eu disse já perdendo a paciência. - Você pensa que todo mundo tem a vida ganha? Eu preciso desse trabalho para sobreviver.
- Mas eu não sei nem fritar um ovo.
- Por isso vou te ensinar. - Eu respondi o óbvio. - Fala sério! Com tanta gente no mundo para possuir meu corpo e tinha que ser logo você.
- Olha Jin, eu… - Ela começou brava e eu a interrompi.
- Você me ajuda a não perder meu emprego e eu não estrago sua reputação de dondoca do castelo de diamantes.
- Isso é uma ameaça?
- Não! Isso é um acordo!
- Tá bom, mas eu vou dirigindo meu carro e você diz onde é.
A loja ficava próxima a minha casa dava pra ir andando, e eu conseguia economizar tempo para estudar e dormir, além de conseguir ajudar minha família a quitar a casar.
Eu era o gerente da loja, então o dono confiava em mim para mandar e desmandar no local, enquanto ele cuidava da sua nova filial. Pedi para dizer a meu chefe que eu iria substituir Dom que estava de atestado por alguns dias. E para Dom eu disse que ele estava de folga por alguns dias, aquele preguiçoso aceitou numa boa e ainda agradeceu. O trabalho não era muito difícil e apesar de eu ter ficado com medo de estragar tudo, consegui a ensinar bem.
- Para seu primeiro dia, até que você foi bem! Não queimou muita coisa. Só precisa ser mais rápida com as coisas. - Eu disse quando acabou o expediente. Eu queria levantar a moral dela, mas a verdade é que eu tive que me desdobrar. E essas unhas grandes me atrapalharam o dia todo.
- Que bom que fiz um bom trabalho! Agora podemos tentar resolver porque estamos assim? - Ela disse quando saímos da loja.
- Bom, não fizemos nada de diferente ontem, além de ficarmos presos na biblioteca.
- Tenta pensar em algo que possa ter acontecido, além disso!
viu que eu ainda estava com o anel e perguntou.
- Você também não conseguiu tirar?
- Não! - Eu respondi tentando mais uma vez.
Passou um segundo e então dissemos juntos.
- OS ANÉIS!!!
- E também tinha aquele livro estranho. - Ela disse parecendo tentar lembrar o nome.
- O antigo livro do Imperador Gojong. - Eu disse. - O livro é da mesma cor da caixinha que os anéis estavam, deve ter alguma coisa sobre no livro. Eu sabia que esse anel não era normal!
- Então, vamos pra biblioteca pegar aquele livro e descobrir como destrocar.
A biblioteca estava quase fechada quando chegamos, mas conseguimos pegar o livro.
A lenda do Imperador Gojong
Em 1897, o imperador Gojong era muito poderoso e tinha todas as mulheres aos seus pés, mas a mulher que ele realmente queria não lhe dava bola. Por mais que ele tentasse, nunca conseguia a atenção da moça.
Um dia ele recebeu a visita de uma velha amiga que lhe devia um favor. Ela era feiticeira e por isso a alguns anos atrás ela foi perseguida por um grupo de pessoas que queriam matá-la. O Imperador a ajudou, abrindo um caminho secreto para ela conseguir fugir. Agora que voltou, ela estava grata e lhe ofereceu um desejo. Como o imperador não tinha se casado ainda, a feiticeira pensou que ele a esperava.
O mesmo não pensou muito antes de dizer que queria o coração da moça mais doce que ele conheceu recentemente.
- Por que você a ama tanto? - A feiticeira perguntou disfarçando a surpresa por não ter sido escolhida.
- Porque ela é a flor mais bela que já vi. E seu sorriso é brilhante como…
Enquanto ele respondia, a feiticeira podia ver a paixão em seus olhos. E cheia de ciúmes e inveja pensou "Se você não ficar comigo não vai ficar com mais ninguém."
- Certo! Eu lhe concederei o desejo. - Ela disse e então pegou uma caixinha feita de tecido verde e detalhes dourados, disse algumas palavras indecifráveis e da caixinha saiu uma luz vermelha. O imperador pegou a caixinha muito feliz, imaginando que finalmente conseguiria a amada.
- Você só precisa fazer ela usar um desses anéis e você deve usar o outro, mas a magia só vai funcionar se os dois anéis estiverem no dedo anelar da mão esquerda.
O imperador assim o fez. A pedra do anel era tão brilhante que a humilde moça não pôde recusar.
Ao acordar no dia seguinte, a doce moça estava presa no corpo do imperador e o mesmo no corpo da moça.
Ele a amava tanto que a feiticeira sentiu inveja e fez ele viver no corpo da moça para conhecer os defeitos da moça que ele acreditava ser tão perfeita. O feitiço tinha o intuito de fazer o imperador ver a verdade sobre a moça que aparentava ser gentil.
Alguns dias depois a feiticeira encontrou a tal moça, sua rival no amor, e disse que se ela o matasse em seu corpo, ela seria para sempre o imperador e poderia viver da riqueza dele para o resto da vida. A moça levada pela ganância mandou matá-lo."
Fim!
Eu olhei para .
- É claro que eu não vou te matar idiota. - Ela disse. - O que mais quero é poder ser eu de novo e andar por aí com minhas com minhas coisas...
- Tanto faz! Nesse livro não se diz como desfazer o feitiço.
- Pode ser coisa de um dia, - disse tentando acreditar no que dizia. - e amanhã quando acordarmos tudo volta ao normal.
Eu a levei para casa, e o caminho todo a ouvindo dizer para eu tomar cuidado com o carro, como se eu não estivesse sendo cuidadoso. Depois, quando cheguei na casa de , fui recebido com beijos e abraços de seus pais.
- O que aconteceu com você, filha? Seu rosto está todo oleoso.
- E suas roupas estão sujas… o que é isso, molho? - Disse o homem.
- Eu tive um imprevisto...
- Ok… Vai tomar seu banho, depois iremos comprar roupas novas.
Corri para o quarto e joguei a bolsa em cima da cama.
Eu precisava fazer xixi e tomar banho, mas sentia que isso iria invadir a privacidade de . Mas eu precisava! Precisava muito!!!
Entrei no banheiro da suíte de e acendi a luz. Dei uma boa olhada no banheiro e vi onde ficava tudo. Parei de frente a privada e fechei meus olhos. Desci a roupa e sentei. Ah, que alívio! Depois abri a água do chuveiro e testei a temperatura. Me despi e entrei no boxe do chuveiro, coloquei a cabeça debaixo da água. Passei o shampoo no cabelo… e fiz o melhor que pude antes de saí.
Jantei com meus novos pais, que disseram que eu parecia cansada então a mãe marcaria um dia pra mim no SPA. Eu estava sendo tão mimado naqueles 40 minutos de jantar, que até esqueci como fui criando… deve estar tomando uns tapas a essa hora!
Capítulo 3
A vida de Jin era um saco! Eu não consegui descansar um minuto e quando cheguei em casa a mãe dele me mandou colocar a mesa, coisa que eu nunca tinha feito antes, e mesmo assim tentei fazer, mas nem todos os utensílios eles tinham. Sem falar que a mesa era na sala e as cadeiras eram almofadas no chão. Eu estava tão cansada que tinha certeza que iria sentar ali e não conseguiria levantar. Todos gritavam durante o jantar e comiam direto da tigela. Como se não fosse o bastante, a cada 5 minutos a mãe dele me dava um tapa no braço e dizia que tinha orgulho do filho mais novo que está terminando, depois de tanto sacrifício, a faculdade e ainda ajudava a família. Eu não me importava se ela tinha orgulho do filho ou não, mas podia demonstrar isso de outra forma.
- Você não vai tomar banho não? - O irmão mais velho de Jin, Seok, disse tirando sarro de mim. Eu apenas o olhei e continuei tirando a mesa. Eu sei que tô fedendo, não precisa me lembrar disso. - O que deu em você hoje? Está quieto. Nem tentou me dar um cascudo ou falou da sua beleza… - Jin faz essas coisas?! Ele sempre pareceu ser um cara tímido e reservado.
- Estou com um mal estar hoje. Acho que vou ficar gripado.
- Ficar gripado? Corta essa Jin! Eu nunca te vi ficar doente. Você sempre esteve de pé, faça sol ou chuva. Eu sei que está cansado, mas agora falta pouco para você conseguir seu diploma e procurar um trabalho melhor.
- Falando nisso… eu estava pensando em sair desse emprego...
- Tá maluco? Você ralou muito até aqui. Não pode desistir agora. - Ele pegou as louças que eu segurava e largou na pia, depois começou a me empurrar pelo corredor. - Cara, vai tomar um banho quente. Eu compro o remédio para você. - Ele me empurrou até dentro do banheiro e fechou a porta. E eu fiquei pensando que realmente estava cansada, precisava de um banho e não queria trabalhar mais. Porém, eu tinha um acordo com Jin.
Quando me olhei no espelho eu fiquei nervosa para me despi. Eu sempre amei tomar banho, mas hoje, por mais que precisasse, eu não queria tomar banho. Eu não tinha meus produtos de pele, meu alto falante com música relaxante para aproveitar o banho depois desse dia de trabalho e eu também não queria ter que ver Jin pelado, nem tocar nele.
- Qual é ? Até parece que nunca viu um idol sem camisa antes. É a mesma coisa. - Eu disse tentando me convencer. Tirei a roupa e fiquei só de cueca. - Os ombros do Jin são tão largos! Será que ele jogava basquete? - Me olhei no espelho antes de criar coragem e entrar no chuveiro. Fiquei olhando pro teto o tempo todo e cantando bem alto Maria da Hwa Sa.
- VAI PASSAR A NOITE TODA NO BANHO? - A senhora Kim gritou me dando um susto. - SAI LOGO DESSE BANHEIRO MULEQUE! - Eu nem tinha tomado banho direito, mas ela foi um pouco assustadora que eu comecei a desligar o choveiro na hora! Quando girei o registro levei um choque e gritei de susto. Era só o que faltava! Peguei a toalha com medo de tomar outro choque, bati no registro até ele quase fechar por completo. Me enrolei e quando sai a senhora Kim esperava com uma toalha no ombro.
- Pensei que ia usar toda a água quente. - Ela disse.
- Desculpe. - Respondi, fiz uma reverência e fui para o quarto.
Acordei no dia seguinte com o corpo todo dolorido, quando abri os olhos vi o quarto de Jin de novo.
- Droga! Eu vou ter que trabalhar de novo! - me contorci na cama a bagunçando, então lembrei que a senhora Kim fez eu arrumar a cama ontem e eu terei que fazer o mesmo hoje. Parei de me mexer e chorando de raiva levantei e arrumei a bendita cama.
Estava caindo o mundo lá fora e eu ainda teria que correr pra pegar o ônibus porque o pai de Jin tinha saído com o carro mais cedo para resolver algumas coisas do trabalho dele.
Esse com certeza não seria um bom dia pra mim!
Pela primeira vez me atrasei para a faculdade, e quando desci do ônibus pisei em uma poça d'água que molhou minha calça até o joelho e tava um vento de congelar os ossos.
Jin
quis me dar esperança de que poderíamos voltar a ser nós mesmo em um dia, mas aqui estou deitado na cama dela, no quarto dela, sendo ela… com certeza não é um bom sinal.
A única coisa boa dessa manhã é que não preciso correr na chuva para pegar um ônibus, posso sair de casa nesse carrão. Quando voltar para meu corpo, talvez eu compre um carro pra mim depois de conseguir quitar a casa.
No meio do caminho parei no semáforo e um ônibus parou do lado, era o mesmo ônibus que eu pegava para ir a faculdade, procurei por e nada. Ela provavelmente estava atrasada!
- Que roupas são essas que você tá usando? Ta parecendo uma ahjumma! - Ara disse quando me viu.
- Vamos ao banheiro, eu te empresto minha roupa reserva. - Sora disse passando o braço no meu e me puxando pro banheiro.
- Não precisa! Eu me sinto bem assim.
- você só pode estar doente…
Qual é ela me perturbou por tanto tempo, uma vingancinha de leve não faria mal. Depois de me trocar, Sora e Ara, que folheavam uma revista, me mostraram uma jaqueta cara e feia, parecida com a que elas usavam, e segundo elas era a que tanto queria.
- Vamos comprar hoje a sua? - Sora perguntou.
- Hoje não dá, mas depois eu compro. - Respondi.
- E hoje, qual é o compromisso? Já faz 2 dias que não vamos ao shopping. Esqueceu que temos que ver as coisas do leilão? E eu preciso comprar uma roupa nova para sair com o Taeyang. - Ara disse e as duas começaram a gritar.
- Mentira! Ele te chamou pra sair? - Sora perguntou e Ara só assentiu com a cabeça e gritava. - Já tava na hora.
Eu só conseguia pensar quão atrasada chegaria.
- Não está feliz por mim, ?
- Estou! Estou! É que to com uma coisa na cabeça. - Passei a mão no cabelo e abri o livro de econometria. Elas cochicharam alguma coisa.
- que anel é esse que você está usando? - Disse Sora e as duas me encaravam. O anel estava no dedo de compromisso, qual desculpa eu usaria dessa vez? E é muito provável que elas ou alguém veja que tem um igual, então eu dei a desculpa que mais aceitável.
- O Jin me deu.
- O que? Vocês estão namorando?
- é… - pisquei algumas vezes. - sim. - eu sentia que era o certo a se fazer mas mesmo assim estava me sentindo estranho por dentro.
- Como isso aconteceu? Você odiava ele, e ele não gostava muito de você.
- Por que não nos contou nada?
- Só aconteceu. - parecia que eu tinha cometido um crime e estava sendo interrogada. Agora, vai me matar!
- Eu pensei que você odiava o Jin desde o primeiro dia de aula, quando ele derrubou comida em você e não pediu desculpa. Mas agora acho que aquela raiva toda sempre foi amor escondido. - Sora sorriu ao dizer.
O que? É por isso que ela me odeia tanto? E eu pedi desculpa, sim!
- Ou ele está chantageando você? - Ara perguntou. - Porque se ele estiver é só falar que eu dou um jeito nele. - Foi a primeira vez que Ara conseguiu me assustar de verdade. Seu olhar estava fora do normal.
- Não é nada disso. Bom, isso agora são águas passadas. Estamos juntos e é isso! - Elas se olharam. - E ele pediu desculpa...
- Ok… Agora mudando de assunto, você não tirou a foto matinal das redes sociais hoje. Você só está estudando e fazendo anotações. - Elas apontaram o celular e fizeram biquinho para a selfie, eu fiquei desconcertado, mas elas gostaram da foto. Eu não queria mudar a imagem de , mas ao mesmo tempo lutava contra a minha rotina. - Amiga, você deveria colar como eu e Ara fizemos na prova de geometria. - O que não colou também? Fiquei pasmo.
- Meus pais vão cancelar meus cartões se descobrirem que eu não estudei e colei nas próximas provas. - Tentei sorrir simpático. Por que tem amizade com essas garotas?
- Sempre querendo ser diferente de nós né … Não tá mais aqui quem falou!
Me senti culpado por acreditar que tinha colado na prova.
Bom, de qualquer forma eu tenho que estudar para fazer o meu TCC. Ou o dela, se a gente não conseguir destrocar a tempo. Elas continuaram conversando e eu retornei aos estudos.
Depois da aula levei para o trabalho e continuei a ensinar as coisas sobre a cozinha. Ela é inteligente, por mais má vontade que tenha em fazer as coisas, ela não errou um pedido. Se não fosse pelo fato da demora, estaria perfeito!
No tempo livre aproveitei para estudar e explicar a ela sobre a minha tese do TCC. E ela me contou sobre a dela.
- Não acredito que você cortou minhas unhas. Elas demoraram muito pra crescer.
- Eu não conseguia trabalhar direito com elas e elas sempre ficavam sujas.
- Pode pelo menos, passa uma base, por favor. - Ela disse fazendo careta. - E sobre o TCC, eu já vou adiantando que minha apresentação precisa ser perfeita. Quero que meus pais fiquem orgulhosos da filha que tem.
- E você acha que a minha não? Eu dependo disso pra dar mais conforto a minha família.
- Ah. Ok. - estava desanimada hoje, até pra nossas briguinhas rotineiras.
- Talvez, acabe no terceiro dia. - Eu soltei sem pensar muito.
- Eu não acredito mais nisso de que vai durar alguns dias. Acho que precisamos de uma solução.
- Bom, eu andei procurando e encontrei um lugar com vários livros da história do imperador Gojong. Fica na Casa das Bruxas, a alguns quarteirões daqui. A gente pode ir depois do trabalho.
E nós fomos.
A Casa das Bruxas era uma loja com tudo sobre bruxaria e livros com histórias mágicas. se encolheu ao ver a decoração do lugar.
A atendente da loja se chamava Rose, tinha um estilo gótico e falava como se nós estivéssemos a incomodando.
- Bem vindos a casa das Bruxas em que posso ajudar. - Ela disse sem desviar os olhos de algum joguinho no celular.
- Estamos procurando tudo relacionado ao imperador Gojong que você tiver. - Eu disse e no mesmo instante a moça colocou os olhos em nós.
- Venham comigo. - Ela chamou, parecendo mais interessada. Subimos uma escada no final do corredor. E a atendente pareceu animada. - Tudo do imperador Gojong está nessa sala. - Ela passou a mão por alguns livros. - Eu já li todos os livros aqui. - Olhei para que com certeza teve o mesmo pensamento que eu.
- Você pode nos contar o final dos livros? Tem algum final, digamos, agradável? Eles conseguem destrocar os corpos?
- Se querem mesmo saber como destrocar terão que se matar. - Ela mostrou uma miniatura do livro que caiu na cabeça de na biblioteca. - talvez terão que entregar seu coração um ao outro. - Ela mostrou outro livro com uma capa erótica. - Ou com o beijo de amor verdadeiro. - ela mostrou mais um livro com capa de livro juvenil, parecendo historia da disney, o que não nos convenceu muito. - A história do Imperador Gojong tem vários finais diferentes, mas esse aqui é o meu favorito, porque é o unico que tem um final feliz.
Rose era gótica, mas tinha um coração.
Fizemos uma lista do que poderíamos fazer para acabar com o feitiço.
Primeiro, dar um beijo em quem amamos de verdade. Então, combinamos por beijar nossos entes queridos.
Quando cheguei na casa de Jin, parecia com o dia anterior. A senhora Kim estava terminando a janta e me pediu para colocar a mesa. Depois que o fiz, fui até ela, sem saber como beijá-la.
- Mãe, pode me ensinar a fazer kimbap?
- Do que você está falando? Você cozinha quase melhor que eu! - Ela disse e apertou minhas bochechas fazendo bico.
- Eu quis dizer se a senhora pode fazer alguns pro jantar? Por favor. - Ela me encarou antes de responder.
- Claro! Deixa comigo. Vai tomar banho antes que seu pai e seu irmão chegue.
A abracei e beijei seu rosto.
- Oxe, que isso agora?
- Nada. Só um agradecimento por sempre cuidar de mim. - Caracas! Eu estava melhorando minhas habilidades de atuação. Pelo menos ela ficou feliz com essa atitude. Agora só faltava beijar o irmão e o pai de Jin. Beijar um homem que não é meu pai… Isso sim será estranho.
Passei o jantar quieta pensando em como beijaria os dois, sem parecer estranho, então antes de limparmos a mesa o Pai apareceu com 2 garrafas de vinho de arroz. Todos bebemos e eu que nunca tinha provado, gostei e acabei bebendo um pouco demais. Bebi até me sentir alegre e rimos juntos sobre coisas aleatórias que passavam na TV. Quando limpamos tudo, eu lembrei o que tinha que fazer, segurei as mãos deles e as beijei. Depois de rir tanto juntos, não foi tão estranho. Naquela noite eu realmente me diverti com eles. Foi uma ótima despedida.
Me deitei feliz naquela noite. Eu sentia que tudo ia dar certo.
Capítulo 4
Jin
Beijar os pais de não foi problema algum, eles adoram beijos. Então, depois do jantar, quando estava indo para o quarto, beijei o rosto da mãe e o topo da cabeça do pai. Deitei na cama torcendo pra que dê certo, mas no dia seguinte eu ainda era . Teríamos que tentar a segunda opção.
Mandei mensagem para e ela não respondeu. Liguei e caiu na caixa postal, tentei de novo e ela atendeu com a voz rouca.
- Você beijou eles?
- Sim. Beijei todos eles. - Ela respondeu e deu pra ouvi-la bocejar.
- Então teremos que fazer segunda opção.
- Tá bom. - Ela disse seguida de outro bocejo. - Te encontro na frente do shopping. Leva minha mochila roxa que tá dentro do closet.
- Ok.
Quando cheguei no shopping fiquei esperando no estacionamento. Ara e Sora apareceram e vieram até mim.
- Ahh. Pensei que você não viria hoje. Estamos te ligando a meia hora e nada. - que está com o celular dela. Ela não atendeu por causa de sua nova voz.
- É, agora só vive com seu namorado. - Eu não estava entendendo nada. O que essas patricinhas estavam fazendo no shopping a uma hora dessas? As lojas nem abriram ainda!
- Mas é claro que minha NAmorada não iria faltar no leilão. Foi ela mesma quem organizou! - apareceu passando o braço no meu ombro e falando entre os dentes com um sorriso forçado e os olhos arregalados. Eu sorri pastel.
- Ah, você veio também. - Ara disse surpresa olhando pra mim como se eu tivesse feito algo errado. Meu nome tá sujo mesmo na praça!
- Que bom que você também veio! Assim a gente pode se conhecer melhor. - Sora pareceu animada.
- Então, vamos? Precisamos preparar tudo.
Enquanto as meninas iam na frente, me fuzilava.
- Que papo é esse de namorada? - Ela cochichou depois que as meninas se afastaram um pouco mais.
- É que elas estavam me perturbando porque me viram com você e temos anéis iguais no dedo de compromisso. Essa é a melhor desculpa que podemos ter pra explicar porque do nada ficamos tão próximos.
- Tá tá tá tá tá. - Ela sabia que eu tinha razão. - mas você devia ter me contado.
- Desculpe.
Continuamos andando e na entrada do shopping tinha duas lindas mulheres, bem vestidas, nós esperando.
- Aquela, mais alta é a Kate e a outra é a Joanna, elas são da Inglaterra e dona de tudo que vai ser leiloado hoje...
tinha organizado um leilão no pátio do shopping e suas amigas a ajudaram com os convidados. O leilão era para arrecadar dinheiro para uma instituição que cuida de pessoas com câncer. Ela também tinha doado uma grande quantia em dinheiro e eu estava recebendo os agradecimentos em seu lugar. Cada vez que alguém me agradecia em seu nome, eu podia ver seus olhos brilhando do outro lado do salão. Saber disso me fez ver com outros olhos. Parecia que a garota mimada que eu sempre julguei ser fútil, agora era desconhecida pra mim. E eu senti que precisava desvendar o que realmente era.
Enquanto ela usava sua jaqueta acolchoada, seu relógio super caro e me esperava passar pelo portão da faculdade pra falar lorotas, eu enxergava uma mulher que sempre teve o que queria e era muito arrogante para entender o que as pessoas mais humildes vivem de verdade… e ela não entendia muito bem, mas entendia. Hoje quando estávamos organizando o salão ela foi o carro chefe de tudo. Animou a equipe e pegou muitas caixas pesadas. O que era normal para qualquer um que a olhava por fora, mas pra mim era simplesmente admirável. Era como se eu estivesse descobrindo algo novo e, de certa forma, excitante.
No final do evento, quando todos foram embora. Todas as meninas se abraçaram e gritaram comemorando o sucesso do leilão. estava no outro canto da sala parecendo cansada. Me aproximei e ela reclamou.
- Podemos ir embora? Tô cansada de ficar arrastando cadeira como se fosse um pião de obra. - Sua careta vinha com um bico. - Eu odeio ser homem! - Ela fez birra como um bebê. - Todo lugar que vou acabo toda suada e fedida.
Eu dei risada e fomos embora. Dei carona pra ela e quando estávamos no carro lembrei que tínhamos que fazer a segunda tentativa da lista. Mas não podíamos fazer em qualquer lugar, então a levei até um playground vazio que eu costumava ir desde pequeno. Era fim de tarde e por ali não tinha muitas casas. O céu tinha um grande espaço aberto que dava pra ver o pôr-do-sol perfeitamente. A melhor vista que já vi.
Sentamos no balanço, um do lado do outro.
- Eu não gosto de sentir dor. - Ela disse depois de observarmos o sol.
- Eu também não, mas é necessário.
- Não podemos deixar essa ser a última opção de todas da lista.
- , a lista não é tão grande uma hora você terá que furar o dedo. - Eu disse e comecei a esterilizar a agulha.
- Mas…
- Já estamos aqui. A lua logo vai aparecer. - Mesmo dizendo isso ela continuou relutante, mas assim que a lua apareceu eu furei nossos dedos e os juntamos, fazendo as gotas de sangue se misturarem, enquanto, de olhos fechados, pronunciamos 3x.
- Meu sangue se mistura, minha alma se liberta. Sobre a luz da Lua, meu corpo encontra a alma certa.
Apesar de que fizemos aquilo tão seriamente, eu não acreditava que essa seria a solução. Talvez ficássemos assim por um longo tempo. Ou até mesmo pra sempre.
Cruzes! Nem gosto de pensar nisso.
Beijar os pais de não foi problema algum, eles adoram beijos. Então, depois do jantar, quando estava indo para o quarto, beijei o rosto da mãe e o topo da cabeça do pai. Deitei na cama torcendo pra que dê certo, mas no dia seguinte eu ainda era . Teríamos que tentar a segunda opção.
Mandei mensagem para e ela não respondeu. Liguei e caiu na caixa postal, tentei de novo e ela atendeu com a voz rouca.
- Você beijou eles?
- Sim. Beijei todos eles. - Ela respondeu e deu pra ouvi-la bocejar.
- Então teremos que fazer segunda opção.
- Tá bom. - Ela disse seguida de outro bocejo. - Te encontro na frente do shopping. Leva minha mochila roxa que tá dentro do closet.
- Ok.
Quando cheguei no shopping fiquei esperando no estacionamento. Ara e Sora apareceram e vieram até mim.
- Ahh. Pensei que você não viria hoje. Estamos te ligando a meia hora e nada. - que está com o celular dela. Ela não atendeu por causa de sua nova voz.
- É, agora só vive com seu namorado. - Eu não estava entendendo nada. O que essas patricinhas estavam fazendo no shopping a uma hora dessas? As lojas nem abriram ainda!
- Mas é claro que minha NAmorada não iria faltar no leilão. Foi ela mesma quem organizou! - apareceu passando o braço no meu ombro e falando entre os dentes com um sorriso forçado e os olhos arregalados. Eu sorri pastel.
- Ah, você veio também. - Ara disse surpresa olhando pra mim como se eu tivesse feito algo errado. Meu nome tá sujo mesmo na praça!
- Que bom que você também veio! Assim a gente pode se conhecer melhor. - Sora pareceu animada.
- Então, vamos? Precisamos preparar tudo.
Enquanto as meninas iam na frente, me fuzilava.
- Que papo é esse de namorada? - Ela cochichou depois que as meninas se afastaram um pouco mais.
- É que elas estavam me perturbando porque me viram com você e temos anéis iguais no dedo de compromisso. Essa é a melhor desculpa que podemos ter pra explicar porque do nada ficamos tão próximos.
- Tá tá tá tá tá. - Ela sabia que eu tinha razão. - mas você devia ter me contado.
- Desculpe.
Continuamos andando e na entrada do shopping tinha duas lindas mulheres, bem vestidas, nós esperando.
- Aquela, mais alta é a Kate e a outra é a Joanna, elas são da Inglaterra e dona de tudo que vai ser leiloado hoje...
tinha organizado um leilão no pátio do shopping e suas amigas a ajudaram com os convidados. O leilão era para arrecadar dinheiro para uma instituição que cuida de pessoas com câncer. Ela também tinha doado uma grande quantia em dinheiro e eu estava recebendo os agradecimentos em seu lugar. Cada vez que alguém me agradecia em seu nome, eu podia ver seus olhos brilhando do outro lado do salão. Saber disso me fez ver com outros olhos. Parecia que a garota mimada que eu sempre julguei ser fútil, agora era desconhecida pra mim. E eu senti que precisava desvendar o que realmente era.
Enquanto ela usava sua jaqueta acolchoada, seu relógio super caro e me esperava passar pelo portão da faculdade pra falar lorotas, eu enxergava uma mulher que sempre teve o que queria e era muito arrogante para entender o que as pessoas mais humildes vivem de verdade… e ela não entendia muito bem, mas entendia. Hoje quando estávamos organizando o salão ela foi o carro chefe de tudo. Animou a equipe e pegou muitas caixas pesadas. O que era normal para qualquer um que a olhava por fora, mas pra mim era simplesmente admirável. Era como se eu estivesse descobrindo algo novo e, de certa forma, excitante.
No final do evento, quando todos foram embora. Todas as meninas se abraçaram e gritaram comemorando o sucesso do leilão. estava no outro canto da sala parecendo cansada. Me aproximei e ela reclamou.
- Podemos ir embora? Tô cansada de ficar arrastando cadeira como se fosse um pião de obra. - Sua careta vinha com um bico. - Eu odeio ser homem! - Ela fez birra como um bebê. - Todo lugar que vou acabo toda suada e fedida.
Eu dei risada e fomos embora. Dei carona pra ela e quando estávamos no carro lembrei que tínhamos que fazer a segunda tentativa da lista. Mas não podíamos fazer em qualquer lugar, então a levei até um playground vazio que eu costumava ir desde pequeno. Era fim de tarde e por ali não tinha muitas casas. O céu tinha um grande espaço aberto que dava pra ver o pôr-do-sol perfeitamente. A melhor vista que já vi.
Sentamos no balanço, um do lado do outro.
- Eu não gosto de sentir dor. - Ela disse depois de observarmos o sol.
- Eu também não, mas é necessário.
- Não podemos deixar essa ser a última opção de todas da lista.
- , a lista não é tão grande uma hora você terá que furar o dedo. - Eu disse e comecei a esterilizar a agulha.
- Mas…
- Já estamos aqui. A lua logo vai aparecer. - Mesmo dizendo isso ela continuou relutante, mas assim que a lua apareceu eu furei nossos dedos e os juntamos, fazendo as gotas de sangue se misturarem, enquanto, de olhos fechados, pronunciamos 3x.
- Meu sangue se mistura, minha alma se liberta. Sobre a luz da Lua, meu corpo encontra a alma certa.
Apesar de que fizemos aquilo tão seriamente, eu não acreditava que essa seria a solução. Talvez ficássemos assim por um longo tempo. Ou até mesmo pra sempre.
Cruzes! Nem gosto de pensar nisso.
Capítulo 5
Nenhum dos finais dos livros contavam sobre os anéis que estavam presos em nossos dedos e o livro que falava não tinha um modo agradável de acabar com o feitiço. Com certeza morrer estava fora de cogitação.
Liguei para Jin assim que abrir os olhos, ainda em seu quarto, e contei para ele a ideia que tive.
Me arrumei e antes de sair a senhora Kim me chamou para tomar seu delicioso café-da-manhã, em família. E eu estava tão animada com a possibilidade de conseguirmos quebrar os anéis, que comi duas vasilha de arroz com Kimchi, ovo frito e Namuru de Komatsuna… estava muito bom! Eu nunca tinha comido tanto no café-da-manhã antes! Parecia que estava me despedindo daquela comida bem temperada. Quando eu voltar pra casa vou sentir falta desse tempero.
Quando eu saí de casa, Jin estava me esperando no carro, do outro lado da rua.
Fomos ao joalheiro mais experiente da cidade, e até tentamos em outras joalherias, mas não conseguimos. Tentaram até quebrar o anel, mas tudo não passou de uma perda de tempo.
- É claro que o anel não vai quebrar, ele está enfeitiçado! - Jin disse quando estacionou na frente de sua casa, e foi a primeira vez que achei minha voz irritante. Talvez se eu estivesse no meu corpo nunca pensaria isso. Olhei pra ele com as minhas roupas, sentado no banco de motorista do meu carro, no meu corpo… foi demais pra mim. O desespero bateu e comecei a chorar. - Olha, não precisa chorar. - Ele tentou me acalmar. - A gente vai encontrar um jeito.
- Sim, mas quando? - Eu funguei o nariz. - Eu quero ser eu, agora! Quero acordar no meu quarto, receber o bom dia dos meus pais, dirigir meu carro, não precisar trabalhar naquele restaurante…
- Tá bom. Eu entendi. - Ele me abraçou e passou a mão em meu cabelo acompanhado de algumas batidinhas nas costas, para me consolar.
Por algum motivo eu senti meu coração bater mais forte, não sei se pela proximidade de nossos corpos ou por causa do desespero de ter que ser um garoto pra sempre.
Ele se afastou e secou meu rosto.
- Seu rosto está um pouco áspero. Você precisa fazer a barba.
- Eu não sei como fazer isso. - disse com a voz embargada.
- Amanhã o movimento da lanchonete é fraco, seus pais não estão em casa a tarde, depois da faculdade podemos ir pra sua casa e eu te ajudo a se barbear.
- Combinado! Agora tenho que ir. Dá pra perceber que eu chorei? - Ele me observou um pouco.
- Não. Não dá pra perceber.
Quando entrei em casa, todos estavam em silêncio. Eu achei estranho porque eles sempre falam pelos cotovelos.
- Cheguei. - eu sussurrei cuidadosamente.
- Quem é aquela moça bonita? - Seok disse e todos pararam o que faziam e me olharam esperando por uma resposta.
- O quê? - Eu disse sem entender.
- A Gente viu você saindo do carro de uma garota e vocês pareciam super íntimos. - Seok respondeu me provocando, fazendo sinal de beijo. Ele só tinha tamanho, porque de cabeça era uma criança. Engoli a seco e respondi o que todos queriam.
- Ela é minha namorada.
- Mentira que aquela gata gosta de um cara como você?! - Seok disse… fala sério! Como é chato não ser filha única.
- Não fala assim do meu Worldwide Handsome. - A mãe apertou minhas bochechas ao dizer. O pai se aproximou sério.
- Parabéns meu filho. - Ele me abraçou e eu fiquei paralisada. - Depois, traz ela para conhecer a família.
Se fosse meu pai iria me encher de perguntas para aprovar ou não, mas com o senhor Kim a conversar mais tarde foi diferente. Ele só queria saber se eu estava feliz. Por mais que eu não estivesse respondi que estava. Depois ele disse uma frase que me lembrou meu pai: "Não importa quem seja, se te faz bem" e com um sorrisinho torto bateu algumas vezes no meu ombro e foi para o quarto.
No dia seguinte Dom, o outro funcionário da lanchonete, concordou em me cobrir por algumas horas.
Em casa meu pai tinha viajado a trabalho e minha mãe tinha ido administrar seu spa, então foi tranquilo pra eu entrar… o que era chato, já que a casa era minha.
Sem enrolação fomos fazer a barba que agora eu tinha. Jin me ensinou o passo a passo do que fazer e o que não fazer.
Jin me barbeava e eu olhava tudo no reflexo do espelho. De repente, fechei meus olhos, senti um arrepio e o que eu via, a pouco no espelho, era real. Eu barbeava Jin enquanto rimos de algo… pareciamos um casal e por incrível que pareça eu gostei da ideia. Mas ao abrir os olhos a realidade era outra.
Depois que meu rosto estava renovado, foi minha vez de ensinar a Jin aos cuidados com a pele. Parecia que fazia anos que minha pele não era hidratada. Mais tarde voltei para a Lanchonete e Jin recebeu um convite da minha mãe para passar a tarde no SPA e como eu nunca recusava e Jin não tinha nada para fazer além de estudar.
- Você tem que ir! - Eu disse. - Eu nunca recuso um dia no SPA.
Então, eu trabalhei e Jin passou a tarde no SPA. Feitiço filho da...
Depois do trabalho eu só queria dormir, mas Jin apareceu todo renovado, depois de uma tarde inteirinha de tratamentos estéticos no SPA, com minha mãe.
- Vamos! - Ele disse de dentro do meu carro, assim que eu passei pela porta. - Temos muito o que fazer.
- Tipo o que?
- Precisamos estudar…
- Ah, não! - Eu bati o pé caminhando em sua direção. Mas que saco! - Eu tô cansada, com o corpo todo dolorido e a metade da culpa é da sua mãe que no jantar ontem me bateu e eu nem sei o por que. E eu ainda tive que ir pra faculdade, depois trabalhar e agora você quer estudar?! - Ele riu e eu fingi que ia bater nele, depois abaixei rápido a mão porque lembrei que era um homem agora. - Por que você estuda tanto?
- Simples! O mundo é dividido entre quem tem e quem não tem. Enquanto eu estou com minhas roupas sujas por ralar o dia todo, eu sou aquele que se esforça pra ter, pra que no futuro próximo, eu seja quem tem. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. E eu entrei no carro. Não sei por que mas parecia que eu estava ligada nele e tudo que ele fazia eu tinha que saber e participar. Sei que parece que é porque estamos com os corpos trocados, mas não é, é algo diferente… é como se eu não me importasse em passar tempo com ele.
Estudei até cair no sono sobre a mesa da sala e ser acordada por Jin, que me levou pra casa.
E nos dias seguintes não foi muito diferente. Depois da aula Jin me levava para o trabalho e ele ficava sentado na mesma mesa de canto da lanchonete, às vezes pesquisando sobre os anéis da lenda do imperador Gojong, às vezes lendo minhas anotações da tese do TCC. Do trabalho nós íamos para a biblioteca e ele me ajudava a estudar a sua tese. Não me parecia coisas legais de se fazer todo dia, mas eu acabava me divertindo com as piadas de tiozão que Jin fazia. Ele nem precisava dizer nada e eu ria lembrando de alguma piada.
Um dia estava trabalhando quando Ara e Sora apareceram.
- Jin? - Disse Ara fingindo surpresa. - Você trabalha aqui?
- Sim. Posso ajudar? - Eu estava com zero paciência para a falsidade delas. E Jin iria chegar a qualquer momento.
- Sim. Eu vou querer 2 milkshakes de morango. - E encostou no balcão seguida por sua sombra, Sora. Enquanto Dom registrava no caixa e fazia o pagamento, eu fui fazer o pedido dela.
- Como a foi ficar com ele? Ele trabalha em uma lanchonete. E nem é tão movimentada. - Sora disse para a amiga, enquanto eu estava de costas.
- Se ele gosta mesmo dela vai ter que trabalhar a vida toda pra sustentar os gostos daquela fresca.
- Não é fácil aturar ela. Acho que ele vai cair fora logo logo.
- Ou ela, porque quem quer ficar com um cara que fede o dia todo?!
Ouvir tudo isso só me fez ver como era estar do outro lado da moeda. E foi horrível! Mesmo que não fosse diretamente pra mim, aquela era a minha vida agora. E eu tinha feito parte do time de pessoas que zoam as outras por serem menos desafortunados financeiramente. Arrecadar dinheiro em um dia de leilão, não poderia me tirar essa culpa. Não agora que eu tinha sentido tudo aquilo nessa pele. Jin não merecia ouvir isso!
- Aqui está o pedido de vocês. - Eu coloquei os copos sobre o balcão, já que Dom tinha ido limpar uma mesa.
- Jin. - Ela me chamou com a voz doce. - Você já viu o vídeo da verdadeira ? - Não! Elas não fariam isso! - A que só nós 2 conhecemos. - Ela virou o celular e me mostrou o tal vídeo que elas fizeram no primeiro ano, na época que as conheci. Naquele dia, saímos para beber e acabamos no karaokê. Eu nunca fui muito de beber, mas elas estavam sendo legais e queriam ser minhas amigas, e eu não tinha amigas, porque tinha acabado de me mudar depois da morte da minha avó. Estávamos nós 3 cantando e bebendo quando chegou alguns amigos de Ara e Sora, e se sentaram com a gente. No vídeo o que aparecia era eu sentada com as pernas esticadas em um cara e o resto do corpo no colo do outro cara, que estava sem camisa e eu passava a mão em seu abdome definido. Depois de tanto tempo, vendo esse vídeo agora parece que eu tive uma noite muito louca com os dois, mas depois disso o peladão me beijou e eu vomitei em cima dele encerrando a festa.
- Você não está surpreso pelo vídeo? - Eu estava com muita raiva, mas não surpresa.
Peguei o celular da mão de Ara e me afastei do balcão. Exclui o vídeo do aparelho.
- Que isso! Devolve meu celular. - Ara viu que o plano não tinha funcionado e ficou surpresa.
- Você tá doido? Vou contar pra … - Sora começou a dizer.
- Ela não vai acreditar em vocês. - Eu bufei segurando a raiva. - Aliás, ela nunca gostou de vocês. Só estava com vocês por causa da chantagem.
- Você não sabe de nada. - Ara disse com a voz trêmula.
- Eu sei sim! - Guardei o celular no bolso e virei os copos de milkshake na cabeça delas, o líquido escorreu por todo seus rostos e molhou suas roupas. Elas gritaram como se estivessem se afogando. E se afastaram um pouco do balcão. - E se voltarem a chantagear ou mexer comigo, vou tomar decisões drásticas.
- Devolve meu celular. - Ara pediu mais uma vez. Eu estava com tanta raiva de ter sido chantageada por anos por aquele aparelho celular, que simplesmente o joguei no chão e pisei em cima.
- Finalmente vocês tiveram o que mereciam. - Jin disse da porta da lanchonete. - Eu não aguentava mais vocês. - Ele sorriu parecendo aliviado e eu me perguntava desde quando ele estava ali.
- O que? Você vai ficar do lado dele? - Disse Sora.
- É claro! Ao contrário de vocês, Jin me faz bem. - Ele se aproximou.
- Esses dois se merecem! A riquinha chata sem amigos e o Zé ninguém que se acha! - Ara gritou olhando para nós dois. - Vamos embora.
- O show acabou pessoal. - Jin anunciou depois que elas saíram. - Você está bem? - Ele me perguntou.
- Sim. Só um pouco nervosa. O que você ouviu? - Eu não conseguia olhar para ele, me sentindo envergonhada.
- Desde a parte que você despejou o milkshake nelas. O que elas fizeram pra te tirar do sério desse jeito?
- Digamos que foi minha alegria em revê-las. - Rimos juntos.
Quando Jin me levava pra casa naquela noite, eu sentia que precisava lhe dizer algo.
- Jin, eu nunca te pedi desculpas. - Comecei. - Eu quero que tenhamos uma relação boa e que o passado não nos atrapalhe. - Ele juntou as sobrancelhas parecendo achar estranho. Desculpa por ter feito aquelas coisas no passado e ter feito seus anos de faculdade menos suportáveis.
- Isso já são águas passadas. Fica tranquila. - Ele disse, então sorriu. - Eu nem ligava muito pro que você dizia.
- Ok. Mas quero que você saiba que eu…
- Eu sei que você não fazia aquilo porque queria. - Ele me interrompeu. Um silêncio se instalou no carro, então eu liguei o rádio. Começou a tocar um rap estilo hip-hop. Com certeza não era minha rádio favorita.
- Roupas sujas pra você, roupas sujas pra mim. - Jin começou a cantar. Eu não lembrava de onde, mas conhecia aquela música. - Todo mundo já experimentou antes, Vestindo roupas caras e andando na rua, se sentindo bem consigo mesmo
Todo mundo parece menor que eu, como se eu fosse Guliver
Tanto faz o que você usar, eu entendo, mas é demais
Você vai se arrepender - Cantamos juntos. Quando Jin ouviu minha voz, parou para me escutar cantar.
Você pode manter seu estilo, mas e quanto aos seus pais?
Beleza, eu não vou te parar, mas tome uma decisão agora
Uau, deve ser bom vestir essas suas roupas sujas
Você é mesmo diferente, agitando, seguindo, estiloso, arrogante, errado!
O que há errado com você? Você é louco, baby
Isso é o que vai sufocar o seu coração, a roupa suja
(La la la la la la la la la)
Você é um quebrador de coluna vertebral
…
Quando a música acabou eu já tinha esquecido todo constrangimento que tinha passado. Agora eu estava aliviada por ter dado um basta naquela relação doentia. Eu me sentia mais leve.
Jin
Quando se desculpou e se sentiu envergonhada, eu soube que fiz o certo em fingir que não sabia de nada. As vezes ela era muito dura consigo mesma. E ela não merecia se sentir culpada. Não mais!
Depois ela super me surpreendeu cantando a minha música favorita. Cara, qual era a possibilidade dela conhecer essa música?!
Capítulo 6
Jin
Eu confesso, ultimamente tenho me sentido mais poderoso vestindo essas roupas de marca. Eu não preciso fazer muito esforço e tenho o que quiser. E hoje, depois da faculdade, eu pensei em estudar, como sempre fiz no meu tempo livre, mas deixei na lanchonete e dirigi até o restaurante Italiano que eu sempre a vi ir. Assim que passei pela porta uma hostess me recepcionou.
- Olá, senhorita . Já faz alguns dias desde sua última visita. - Ela sorria com elegância e falava com serenidade enquanto escrevia no computador. Ela podia transmitir felicidade às pessoas com aquela gentileza toda. - Sua mesa já está sendo preparada, me acompanhe por favor.
A mesa era no lugar mais tranquilo do restaurante, tinha acesso para uma parte do terraço onde tinham poucas mesas. Ali as luzes da cidade se misturavam com o brilho das estrelas. Mesmo sendo o começo do pôr-do-sol, já era uma vista linda. Eu nunca tinha visto algo assim antes.
sempre vinha aqui sozinha e sentava longe de todos, talvez esse seja o lugar de refúgio dela, onde ela pode sentar e refletir sobre qualquer coisa.
- Boa noite! - Disse o garçom me entregando o cardápio.
- Boa noite! - Minha voz saiu mais angelical do que eu imaginei que pudesse ser um dia. - Posso pedir o de sempre?
- Claro! O prato do dia hoje é Ratatouille... acompanhado com o vinho Shiraz, importado diretamente da França. - Ele apresentou a refeição com gentileza e um sorriso na voz. Então, pedia o especial do chefe. Isso é novo pra mim! - para a sobremesa, o chef recomenda o mousse de limão com calda de abacaxi caramelizada.
- Vou querer tudo, por favor.
Ele pediu licença e saiu delicadamente.
Era muito bom ir em um lugar tranquilo onde tinha uma vista iluminada pelas luzes da cidade e das estrelas e o melhor de tudo ser bem tratado e comer uma comida gostosa, porém o prato de comida era muito pequeno. Eu nem tinha enchido o buraco do dente. Uma vez eu vi isso na TV, mas não tinha levado muito a sério.
Eu comecei a rir sem acreditar que tinha caído nessa.
- Você pode me trazer o cardápio, por favor? - Ele me olhou um pouco estranho, mas logo voltou segurando o mesmo. O garçom me explicou com calma, todos os pratos da noite e eu pedi vários pratos que me pareceram apetitosos. Quando os pratos chegaram, a mesa ficou pequena e eu me senti feliz por um momento. Eu esqueci por um momento que tinha um problema pra resolver. Cada garfada de macarrão, cada pedaço de nhoque me levavam até as estrelas. Quando acabei de comer o chefe veio me cumprimentar pessoalmente e disse que seria uma honra me receber em seu restaurante de novo.
Comi tanto que as roupas ficaram justas e senti dificuldade ao andar. Caminhei um pouco e vi na vitrini de uma loja a jaqueta que tanto queria...
Mais uma vez, assim que saí da Lanchonete, Jin estava me esperando.
Quando ele me viu, desceu do carro e caminhou até mim sorridente.
- Tenho uma surpresa pra você. - Ele disse quase saltitante.
- O quê?
- Isso! - Ele tirou de suas costas e esticou uma sacola pra mim. Meus olhos saltaram quando tirei a jaqueta da sacola.
- Eu não acredito! - sorri enquanto abracei a jaqueta.
- Eu vi na vitrine da loja e você queria tanto que comprei antes de esgotarem.
- Mas não fica bom em mim. Não mais.
- Mas, quando você voltar a ser você, vai ficar perfeito. Olha! - Jin pegou a jaqueta e a vestiu. - Viu só.
- Realmente ficou muito boa. - Eu me vi fazendo bico e sacudi a perna, mas não consegui reproduzir a ideia. - Eu quero muito usar... Você tem que usar por mim.
Senti meu coração apertar, mas era uma peça de roupa muito linda.
Jin
No dia seguinte, eu fiquei tão feliz com a experiência do jantar do dia anterior, que resolvi ir lá de novo. Depois que saí da loja enquanto caminhava até o carro, meus olhos brilharam ao avistar o Café que eu sempre ouvi o pessoal da faculdade falarem. Lá tinha o bolo de banana com nozes e amêndoas carameladas que eu sempre quis provar, mas que antes não cabia no meu orçamento. Sorri pra mim mesmo e entrei na loja.
Já sentado na mesa eu me derreti experimentando o primeiro pedaço de bolo. Quando estava na metade da fatia comecei a sentir falta de ar e minha garganta inchada. Alguém perguntou se eu estava bem, mas não consegui responder...
Eu confesso, ultimamente tenho me sentido mais poderoso vestindo essas roupas de marca. Eu não preciso fazer muito esforço e tenho o que quiser. E hoje, depois da faculdade, eu pensei em estudar, como sempre fiz no meu tempo livre, mas deixei na lanchonete e dirigi até o restaurante Italiano que eu sempre a vi ir. Assim que passei pela porta uma hostess me recepcionou.
- Olá, senhorita . Já faz alguns dias desde sua última visita. - Ela sorria com elegância e falava com serenidade enquanto escrevia no computador. Ela podia transmitir felicidade às pessoas com aquela gentileza toda. - Sua mesa já está sendo preparada, me acompanhe por favor.
A mesa era no lugar mais tranquilo do restaurante, tinha acesso para uma parte do terraço onde tinham poucas mesas. Ali as luzes da cidade se misturavam com o brilho das estrelas. Mesmo sendo o começo do pôr-do-sol, já era uma vista linda. Eu nunca tinha visto algo assim antes.
sempre vinha aqui sozinha e sentava longe de todos, talvez esse seja o lugar de refúgio dela, onde ela pode sentar e refletir sobre qualquer coisa.
- Boa noite! - Disse o garçom me entregando o cardápio.
- Boa noite! - Minha voz saiu mais angelical do que eu imaginei que pudesse ser um dia. - Posso pedir o de sempre?
- Claro! O prato do dia hoje é Ratatouille... acompanhado com o vinho Shiraz, importado diretamente da França. - Ele apresentou a refeição com gentileza e um sorriso na voz. Então, pedia o especial do chefe. Isso é novo pra mim! - para a sobremesa, o chef recomenda o mousse de limão com calda de abacaxi caramelizada.
- Vou querer tudo, por favor.
Ele pediu licença e saiu delicadamente.
Era muito bom ir em um lugar tranquilo onde tinha uma vista iluminada pelas luzes da cidade e das estrelas e o melhor de tudo ser bem tratado e comer uma comida gostosa, porém o prato de comida era muito pequeno. Eu nem tinha enchido o buraco do dente. Uma vez eu vi isso na TV, mas não tinha levado muito a sério.
Eu comecei a rir sem acreditar que tinha caído nessa.
- Você pode me trazer o cardápio, por favor? - Ele me olhou um pouco estranho, mas logo voltou segurando o mesmo. O garçom me explicou com calma, todos os pratos da noite e eu pedi vários pratos que me pareceram apetitosos. Quando os pratos chegaram, a mesa ficou pequena e eu me senti feliz por um momento. Eu esqueci por um momento que tinha um problema pra resolver. Cada garfada de macarrão, cada pedaço de nhoque me levavam até as estrelas. Quando acabei de comer o chefe veio me cumprimentar pessoalmente e disse que seria uma honra me receber em seu restaurante de novo.
Comi tanto que as roupas ficaram justas e senti dificuldade ao andar. Caminhei um pouco e vi na vitrini de uma loja a jaqueta que tanto queria...
Mais uma vez, assim que saí da Lanchonete, Jin estava me esperando.
Quando ele me viu, desceu do carro e caminhou até mim sorridente.
- Tenho uma surpresa pra você. - Ele disse quase saltitante.
- O quê?
- Isso! - Ele tirou de suas costas e esticou uma sacola pra mim. Meus olhos saltaram quando tirei a jaqueta da sacola.
- Eu não acredito! - sorri enquanto abracei a jaqueta.
- Eu vi na vitrine da loja e você queria tanto que comprei antes de esgotarem.
- Mas não fica bom em mim. Não mais.
- Mas, quando você voltar a ser você, vai ficar perfeito. Olha! - Jin pegou a jaqueta e a vestiu. - Viu só.
- Realmente ficou muito boa. - Eu me vi fazendo bico e sacudi a perna, mas não consegui reproduzir a ideia. - Eu quero muito usar... Você tem que usar por mim.
Senti meu coração apertar, mas era uma peça de roupa muito linda.
Jin
No dia seguinte, eu fiquei tão feliz com a experiência do jantar do dia anterior, que resolvi ir lá de novo. Depois que saí da loja enquanto caminhava até o carro, meus olhos brilharam ao avistar o Café que eu sempre ouvi o pessoal da faculdade falarem. Lá tinha o bolo de banana com nozes e amêndoas carameladas que eu sempre quis provar, mas que antes não cabia no meu orçamento. Sorri pra mim mesmo e entrei na loja.
Já sentado na mesa eu me derreti experimentando o primeiro pedaço de bolo. Quando estava na metade da fatia comecei a sentir falta de ar e minha garganta inchada. Alguém perguntou se eu estava bem, mas não consegui responder...
Capítulo 7
Jin
Acordei no hospital no dia seguinte com os pais de ao lado na cama. estava sentada no sofá ali no canto. Parece que alguém no restaurante ligou para a emergência, que avisaram os pais de , que me ligou várias vezes preocupada até que seu pai atendeu e disse onde eu estava. Ela deve ter levado um susto e tanto!
- Querida, você acordou! - A mãe disse com uma voz calma enquanto segurava minha mão. O pai passou a mão na minha testa e a beijou.
- Você nos deu um susto.
se aproximou. E ficou em silêncio com uma expressão de alívio.
- Nós passamos a noite aqui do seu lado. Você esqueceu que é alérgica a Nozes, meu amor? - A mãe disse e eu fiquei apenas olhando pra em meu corpo, ali do lado.
- Bom, vamos avisar ao médico que você já acordou. - A senhora levantou e saiu seguida de seu marido.
- Você quis me matar, é?! - Disse sentando no lugar que sua mãe estava.
- Eu não sabia que você era alérgica a nozes...
- Não to falando disso. Você comeu muito carboidrato esses dias. Quer me engordar? - Ela sorriu e eu pensei "quão peculiar pode ser seu humor?" Apesar de ela estar em meu corpo, com meu rosto, seu sorriso emanava . E me vendo daqui, eu era realmente lindo. Mesmo estando com aquele cabelo estranho e aquela camiseta passada.
- Me desculpe.
- Não foi culpa sua. Você não tinha como saber. - Ela me olhou por um momento. - Eu tive que falar para meus pais que estamos namorando, se não eles não iam me deixar ficar aqui. Só pra você saber. - Ela soltou na mesma velocidade que suas bochechas ficaram vermelhas. Eu ri um pouco me sentindo fraco. - Eu pesquisei na internet algumas perguntas para a gente responder e se conhecer melhor.
- Ah claro! Vai ser bom para me distrair um pouco. - Ela abriu o caderno e tirou a tampa da caneta com a boca. - A primeira pergunta de todas, você é alérgico a alguma coisa?
Eu tive alta naquele dia e faltou no trabalho para ficar comigo em casa. Aproveitando para apresentar o TCC um ao outro. Seus pais toda hora entravam no quarto pra ver o que estávamos fazendo e oferecer alguma coisa.
Nossa apresentação estava ficando de acordo com o que queríamos, o que era um alívio porque a apresentação era em 3 dias.
- Ta ficando tarde. Já vou indo. - Ela disse fechando o caderno de suas anotações.
- Eu te acompanho. - eu disse descobrindo as pernas para levantar da cama.
- Não precisa! Fica aí e descansa. Amanhã eu venho ver como você está.
Quando desci as escadas meus pais estavam na sala. Pararam o que faziam para me acompanhar até a porta.
Antes de ir embora meu coração se encheu de saudade e meus olhos se encheram de lágrimas.
- Obrigada por tudo! - Eu disse e os abracei antes de sair sem olhar para trás.
No dia seguinte quando cheguei em minha casa, para ver Jin, meus pais já tinham saído para trabalhar. Hoje não tinha aula e era minha tão merecida folga, então resolvi passar a tarde com Jin. Mas ele não estava com a cara muito boa.
- Por que está com essa cara? - Perguntei quando lhe encontrei.
- Eu só queria não ter conhecido você, assim eu não seria você hoje. - Jin respondeu com uma voz rouca parecendo estar doente. Ontem ele estava bem porque agora está assim? Isso me assustou. Será alguma inflamação da alergia a nozes?
- Que? - Eu disse simplesmente, na expectativa que ele se explicasse.
- Ser você é um saco! Eu tenho que acordar cedo, fazer skin care, passar maquiagem, aturar suas amigas chatas e seus pais me beijam toda hora.
- E você acha que é fácil ser você? Eu estou morando a 1 hora da faculdade, eu nunca trabalhei antes e agora tenho que bater o ponto na hora certinha e ainda arrumar tempo pra estudar pro SEU TCC que EU vou ter que apresentar! - Ele começou a chorar e eu achei estranho.
- E depois de ter sido hospitalizado, ainda acordei com uma dor de barriga horrível. - Ele disse com a mão no pé da barriga e gemeu baixo. - Parece que eu vou morrer!
Foi quando eu liguei os pontos e estourei na gargalhada.
- Você tá de TPM, Jin. - Lhe dei a notícia e ele ficou parado, com as costas um pouco curvadas, me olhando com cara de que comeu e não gostou. - Vou pegar um remédio para você. Se você ainda está andando, é porque as dores de verdade não começaram ainda. Quando voltei do meu quarto, ele estava sentado no sofá abraçado com uma almofada. E o melhor, ainda de pijama. Ele estava mesmo parecendo comigo, achei isso cômico. - Toma esses 2 comprimidos assim você não vai sentir mais dores. - Peguei um cobertor e cobri ele. É a primeira TPM dele, coitado! - Vou preparar um chocolate quente e uma bolsa térmica de água quente. A gente pode fazer skin care pra passar o tempo ou enquanto revisa alguma matéria.
Assistimos filmes enquanto comíamos besteira, fizemos skin care juntos, eu me barbeei sozinha e tive a desastrosa oportunidade de ensinar Jin a usar absorvente. Nem vi a hora passar, meus pais chegaram e a sala estava uma bagunça, então corremos pra arrumar. Eu nunca tinha me divertido tanto.
Jin
Quando foi embora seus pais ficaram olhando para mim e cochichavam como se eu não pudesse ouvir, "nossa bebê cresceu" "E você viu que bonitinho os dois?!" "Com certeza eles vão casar!"
- Eu posso ouvir vocês. - Disse para que parassem.
- A gente gosta dele, filha. - Disse o Pai.
- É tão lindo o jeito que ele cuida de você. - A mãe disse animada.
- Não foi nada de mais. - Tentei desanimar eles um pouco.
- Você nunca trouxe um namorado em casa antes. E você e o Jin, quando se olham parece que o mundo para entre vocês dois... - Ela sorriu.
- E ver que ele passou o dia cuidando de você hoje, foi como ver uma cena de filme romântico. - A mãe disse ainda animada. - Se vocês quiserem se casar, eu aprovo!
- Eu também… espera. Ainda está um pouco cedo para eles casarem.
E eles entraram em um diálogo sobre quando é a hora certa para casar.
Eu fiquei sem palavras, apenas me imaginando casar com … não parece ser tão ruim! NÃO! O que tô dizendo? A ! É a , cara! Não! Cruzes!
Por que eles foram falar de e eu juntos? Agora não consigo parar de imaginar como seria.
Acordei no hospital no dia seguinte com os pais de ao lado na cama. estava sentada no sofá ali no canto. Parece que alguém no restaurante ligou para a emergência, que avisaram os pais de , que me ligou várias vezes preocupada até que seu pai atendeu e disse onde eu estava. Ela deve ter levado um susto e tanto!
- Querida, você acordou! - A mãe disse com uma voz calma enquanto segurava minha mão. O pai passou a mão na minha testa e a beijou.
- Você nos deu um susto.
se aproximou. E ficou em silêncio com uma expressão de alívio.
- Nós passamos a noite aqui do seu lado. Você esqueceu que é alérgica a Nozes, meu amor? - A mãe disse e eu fiquei apenas olhando pra em meu corpo, ali do lado.
- Bom, vamos avisar ao médico que você já acordou. - A senhora levantou e saiu seguida de seu marido.
- Você quis me matar, é?! - Disse sentando no lugar que sua mãe estava.
- Eu não sabia que você era alérgica a nozes...
- Não to falando disso. Você comeu muito carboidrato esses dias. Quer me engordar? - Ela sorriu e eu pensei "quão peculiar pode ser seu humor?" Apesar de ela estar em meu corpo, com meu rosto, seu sorriso emanava . E me vendo daqui, eu era realmente lindo. Mesmo estando com aquele cabelo estranho e aquela camiseta passada.
- Me desculpe.
- Não foi culpa sua. Você não tinha como saber. - Ela me olhou por um momento. - Eu tive que falar para meus pais que estamos namorando, se não eles não iam me deixar ficar aqui. Só pra você saber. - Ela soltou na mesma velocidade que suas bochechas ficaram vermelhas. Eu ri um pouco me sentindo fraco. - Eu pesquisei na internet algumas perguntas para a gente responder e se conhecer melhor.
- Ah claro! Vai ser bom para me distrair um pouco. - Ela abriu o caderno e tirou a tampa da caneta com a boca. - A primeira pergunta de todas, você é alérgico a alguma coisa?
Eu tive alta naquele dia e faltou no trabalho para ficar comigo em casa. Aproveitando para apresentar o TCC um ao outro. Seus pais toda hora entravam no quarto pra ver o que estávamos fazendo e oferecer alguma coisa.
Nossa apresentação estava ficando de acordo com o que queríamos, o que era um alívio porque a apresentação era em 3 dias.
- Ta ficando tarde. Já vou indo. - Ela disse fechando o caderno de suas anotações.
- Eu te acompanho. - eu disse descobrindo as pernas para levantar da cama.
- Não precisa! Fica aí e descansa. Amanhã eu venho ver como você está.
Quando desci as escadas meus pais estavam na sala. Pararam o que faziam para me acompanhar até a porta.
Antes de ir embora meu coração se encheu de saudade e meus olhos se encheram de lágrimas.
- Obrigada por tudo! - Eu disse e os abracei antes de sair sem olhar para trás.
No dia seguinte quando cheguei em minha casa, para ver Jin, meus pais já tinham saído para trabalhar. Hoje não tinha aula e era minha tão merecida folga, então resolvi passar a tarde com Jin. Mas ele não estava com a cara muito boa.
- Por que está com essa cara? - Perguntei quando lhe encontrei.
- Eu só queria não ter conhecido você, assim eu não seria você hoje. - Jin respondeu com uma voz rouca parecendo estar doente. Ontem ele estava bem porque agora está assim? Isso me assustou. Será alguma inflamação da alergia a nozes?
- Que? - Eu disse simplesmente, na expectativa que ele se explicasse.
- Ser você é um saco! Eu tenho que acordar cedo, fazer skin care, passar maquiagem, aturar suas amigas chatas e seus pais me beijam toda hora.
- E você acha que é fácil ser você? Eu estou morando a 1 hora da faculdade, eu nunca trabalhei antes e agora tenho que bater o ponto na hora certinha e ainda arrumar tempo pra estudar pro SEU TCC que EU vou ter que apresentar! - Ele começou a chorar e eu achei estranho.
- E depois de ter sido hospitalizado, ainda acordei com uma dor de barriga horrível. - Ele disse com a mão no pé da barriga e gemeu baixo. - Parece que eu vou morrer!
Foi quando eu liguei os pontos e estourei na gargalhada.
- Você tá de TPM, Jin. - Lhe dei a notícia e ele ficou parado, com as costas um pouco curvadas, me olhando com cara de que comeu e não gostou. - Vou pegar um remédio para você. Se você ainda está andando, é porque as dores de verdade não começaram ainda. Quando voltei do meu quarto, ele estava sentado no sofá abraçado com uma almofada. E o melhor, ainda de pijama. Ele estava mesmo parecendo comigo, achei isso cômico. - Toma esses 2 comprimidos assim você não vai sentir mais dores. - Peguei um cobertor e cobri ele. É a primeira TPM dele, coitado! - Vou preparar um chocolate quente e uma bolsa térmica de água quente. A gente pode fazer skin care pra passar o tempo ou enquanto revisa alguma matéria.
Assistimos filmes enquanto comíamos besteira, fizemos skin care juntos, eu me barbeei sozinha e tive a desastrosa oportunidade de ensinar Jin a usar absorvente. Nem vi a hora passar, meus pais chegaram e a sala estava uma bagunça, então corremos pra arrumar. Eu nunca tinha me divertido tanto.
Jin
Quando foi embora seus pais ficaram olhando para mim e cochichavam como se eu não pudesse ouvir, "nossa bebê cresceu" "E você viu que bonitinho os dois?!" "Com certeza eles vão casar!"
- Eu posso ouvir vocês. - Disse para que parassem.
- A gente gosta dele, filha. - Disse o Pai.
- É tão lindo o jeito que ele cuida de você. - A mãe disse animada.
- Não foi nada de mais. - Tentei desanimar eles um pouco.
- Você nunca trouxe um namorado em casa antes. E você e o Jin, quando se olham parece que o mundo para entre vocês dois... - Ela sorriu.
- E ver que ele passou o dia cuidando de você hoje, foi como ver uma cena de filme romântico. - A mãe disse ainda animada. - Se vocês quiserem se casar, eu aprovo!
- Eu também… espera. Ainda está um pouco cedo para eles casarem.
E eles entraram em um diálogo sobre quando é a hora certa para casar.
Eu fiquei sem palavras, apenas me imaginando casar com … não parece ser tão ruim! NÃO! O que tô dizendo? A ! É a , cara! Não! Cruzes!
Por que eles foram falar de e eu juntos? Agora não consigo parar de imaginar como seria.
Capítulo 8
A minha apresentação do TCC foi um sucesso. Nem parecia que eu tinha mudado o tema de última hora. Jin parecia mais nervoso que eu, mas também se deu bem.
Ficamos muito felizes que deu tudo certo.
- Meu pai guardou um licor caseiro, que ele mesmo fez, desde quando eu completei 100 dias e quando ele souber que seu filho passou no TCC, com certeza vai abrir… - Jin respirou fundo e soltou o ar pela boca. - Eu queria estar lá na hora. Todos vão estar tão felizes!
- Ué, e por que não vem? - Eu perguntei como quem não quer nada. - Meus pais estão viajando não tem porque você comemorar sozinho.
- Sério? Você não vai achar estranho eles te conhecerem?
- Claro que não!
Os olhos de Jin brilhavam quando ele chegou em sua casa e viu todos. No caminho pra casa, ele fez questão de comprar Bungeo-ppang que eu nunca tinha comido, mas a família Kim adorava.
Seok a qualquer momento suspirava pra mim o quanto minha namorada é linda, mal ele sabia que estava me elogiando pra mim mesma. A senhora Kim chamava o filho de linda, em voz alta, e enchia Jin de comida. Jin com certeza sentiu falta da comida de sua mãe, porque não parava de comer nem para causar uma boa impressão. O senhor Kim fazia perguntas sérias.
- Você já sabe o que vai fazer agora que concluiu a faculdade? - Ele perguntou para Jin que pelo jeito ainda não sabia do plano do meu pai, e ficou sem saber o que responder.
- Ela vai trabalhar no exterior. - O plano sempre foi esse. Mas não era meu plano e sim do meu pai que nem estava comigo hoje pra comemorar. "... Você vai adquirir mais experiência e voltar forte para o mercado de trabalho coreano." É o que ele diz. Eu não tinha muita ambição para fazer outra coisa, então acabei adorando o plano dele.
- Sério? - Sra Kim perguntou. Jin concordou com a cabeça. Os 3 me olharam por um instante em silêncio como se esperassem que eu dissesse algo, mas eu abaixei a cabeça e continuei comendo como se não tivesse percebido.
- Bom! Chegou a hora que todos estavam esperando. - Disse o senhor Kim quebrando o momento constrangedor.
Todos bebemos o licor. Mas era muito forte pra mim. Passei grande parte da noite evitando que o senhor Kim enchesse meu copo.
Quando todos foram dormir, Jin preparou um lamen e sentamos na mesa do quintal para comer. Mais tarde abrimos uma garrafa de vinho da pequena adega de seu pai. Jin ficou bêbado mais rápido e eu fiquei apenas mais alegre.
Jin
parecia ser tão chata, irritante e insuportável, no passado, e agora ela é a pessoa com quem eu mais gosto de estar. E eu podia ver ela todo dia no espelho com seus olhos grandes arredondados, o nariz tem um formato chatinho, mas chega a ser fofo, quando ela sorri em suas bochechas surgem covinhas e sua boca… sua boca é tão macia e vermelha… Eu esta bêbado, não deveria, mas estava. Em um piscar de olhos o meu rosto, que sorria a minha frente, virou o rosto angelical de . Eu me aproximei e coloquei a mão direita em seu pescoço, para finalmente beijá-la. Ela ficou paralisada mantendo o contato com meus olhos enquanto eu sentia sua respiração pesada sair por sua boca entreaberta. Comecei a me aproximar, então ouvi um barulho quebradiço atrás de mim. Um gato havia derrubado um dos vasos de planta da minha mãe. se levantou de supetão e pegou sua bolsa.
- Tá ficando tarde! Acho melhor eu ir pra casa. - Suas bochechas estavam ruborizadas e sua cabeça nas nuvens.
- ! - Eu a chamei sorrindo.
- Oi?! - Ela respondeu parecendo um pouco desnorteada.
- É eu que tenho que ir embora, esqueceu?! - Achei engraçado me ver segurando uma bolsa de mulher no ombro. Me aproximei dela e peguei a bolsa de seu ombro. Ela sorriu visivelmente envergonhada. - Então, já vou indo! - Eu disse caminhando até o portão. Fiquei algum tempo esperando o uber.
Droga de gato! Eu estava quase a beijando.
De dentro do Uber eu me perguntava, quando tinha passado a gostar tanto de ?
Em casa eu me perguntava, quando passei a gostar tanto de Jin. Eu nunca tinha me apaixonado antes e agora percebi que tinha passado a gostar de tudo em Jin. O tom grave de sua voz ao acordar, a largura de seus ombros, o cheiro de seu travesseiro, o jeito que seus olhos quase somem quando sorri e até mesmo o seu cabelo em corte mullet.
Ele não é nada mesquinho, nem descuidado como eu pensava. Ele era totalmente o contrário.
Jin
- Hoje faz um mês que pensamos que ficaríamos assim por no máximo 3 dias.
- É. E eu nunca imaginei que trabalharia em uma lanchonete ou que moraria no subúrbio.
- Eu nunca imaginei que você pudesse se dar tão bem vivendo minha vida. Agora olha pra você.
- Que papo é esse? - Ela disse e rimos.
- Na verdade eu pensei que te conhecia, mas você é totalmente diferente. - Seus olhos brilharam por um longo momento e suas bochechas ficaram vermelhas.
- Isso é bom ou ruim?
- Bom! É bom.
Nossos olhos não desviaram por uma eternidade, quando dei por mim nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir sua respiração. Ela fechou os olhos e eu me aproximei mais e mais... Antes que nossos lábios tocassem, o celular dela tocou. Nos afastamos relutantes e ela olhou quem era, depois me pediu para atender no viva voz. Era um banco internacional com o nome muito reconhecido mundialmente dizendo que eles receberam o currículo de e conheciam a família , por isso ela era mais do que bem vinda em sua empresa.
Quando disse a alguns dias que iria para o exterior, eu não levei muito a sério, até porque ela está fora de seu próprio corpo.
- Quer dizer que mesmo não estando em seu corpo e a gente não sabendo quando podemos voltar a ser nós mesmos, você enviou o currículo para essa empresa? - Eu disse sem acreditar.
- Mas é claro! Essa oportunidade era tudo o que eu e minha família queríamos, mas se a vaga não pode ser minha, que seja sua. Você se esforçou tanto na faculdade… você merece! - Ela disse.
Eu pensei que me sentiria horrível, mas eu fiquei muito feliz por Jin. Eu sentia que tinha feito o certo!
- Eu não posso aceitar… - Ele começou a dizer.
- Você vai sim! Não pode perder essa oportunidade Jin. - Eu disse com firmeza e seu rosto começou a ficar vermelho e uma veia faltou na sua testa. - Você também, quero dizer, eu também consegui um trabalho novo. Semana que vem vou começar a trabalhar para a Performance. Não é nada comparado com um banco internacional, mas já é alguma coisa.
É, depois de tanto tempo tentando desfazer o feitiço, finalmente aceitando seguir a vida. Estávamos em um momento de decisão de vida então não podíamos nos prender a isso.
- Obrigado. - Jin me abraçou.
- Vou sentir sua falta.
- Eu também.
- E como meus pais ainda estão viajando, nada mais justo do que nós irmos pra minha casa comemorar essa nova fase de nossas vidas. AGORA SOMOS EMPREGADOOOOS!!!
Antes de chegarmos em casa, passamos em uma barraquinha na rua e tomamos algumas garrafas de Soju acompanhada de sopa picante de Yukgaejang. Durante a refeição conversamos sobre como seria a nossas vidas de agora em diante. Agora que tínhamos aceitado esse destino, estávamos em momento de aceitação… ou só queríamos nos enganar.
Jin não sabia, mas sua viagem já estava programada para amanhã. E eu só queria aproveitar cada minuto, dessa despedida, com ele.
- Que tal tomarmos um dos vinhos da antiga adega do meu pai? - Eu disse indo até a mesma e pegando a garrafa. Era o vinho mais antigo da adega. Meu pai dizia que era para uma ocasião especial e essa é uma ocasião especial. Talvez ele mate o Jin depois, mas eu sei que vai ter valido a pena!
Jin
Já era madrugada e estávamos super agitados com o som, no último volume, bebendo e dando risada de qualquer coisa.
- Ai. Cansei! - disse se jogando no sofá. Me sentei ao seu lado. E ela abaixou o som. - Eu vou sentir muita falta disso. Você é a primeira pessoa com quem eu posso ser eu mesma, mesmo não estando em meu corpo verdadeiro.
Talvez fosse o jeito que sua voz soava... Ou o jeito que ela me olhava… Não sei direito o porquê, mas meu peito começou a bater fora do ritmo normal quando eu a vi dizer aquelas palavras.
Em um lapso da realidade, deixei o desejo falar mais alto. Me aproximei e, finalmente, a beijei docemente. Depois me afastei. Ela abriu seus olhos lentamente. Os encarei como se pedisse permissão para continuar a beijando. Mas dessa vez não esperou nenhum gato aparecer para quebrar o clima. Ela segurou minha nuca e me beijou de volta.
Naquele momento o receio que eu tinha em beijar um cara, desapareceu. Na verdade eu não sentia que estava beijando um, e sim, a garota que eu amava. E agora, eu sabia que ela também gostava de mim. Se ela está presa em um corpo de homem, isso é só um detalhe, afinal, eu estou em um corpo de mulher.
Quando fui embora naquela noite, meu sorriso estava de uma orelha a outra.
Capítulo 9
Eu nunca tinha me apaixonado antes e tudo em Jin me irritava, mas agora eu tinha passado a gostar de tudo nele. Mas depois daquele beijo eu entrei em conflito comigo mesma. Eu realmente gostava dele a ponto de continuar com a ideia de meu pai, mesmo sem Jin saber, ou talvez poderia ser meu ego falando mais alto, e mesmo não sendo eu agora, eu ainda queria que todos tivessem uma imagem brilhante sobre mim.
Talvez eu tenha bebido demais ...
No dia seguinte quando acordei, estava em meu quarto de volta. Levei alguns segundos para perceber que estava MESMO no meu quarto. Corri para o banheiro e me vi no espelho, coloquei a mão no rosto e vi que era real. Isso, isso isso!!! Eu comemorei e então reparei que o anel não estava mais na minha mão. O encontrei na minha cama entre as cobertas. Eu não sabia direito o que tinha acontecido, mas o importante é que eu tinha voltado e Jin provavelmente também tinha.
Jin
Poder acordar ao som do velho radinho da minha mãe me fez pular da cama. Caramba! Eu era eu de novo.
Depois de tomar um típico e barulhento café da manhã com minha família fui até a casa de . Desde que acordei ela não tinha me ligado e nem estava atendendo o telefone. Nossos celulares estavam trocados agora que tínhamos voltado, então fui até sua casa.
Em sua casa não tinha ninguém e sua BMW estava na garagem, procurei ela no shopping, no restaurante italiano e até mesmo na lanchonete e nada de eu encontrá-la. Acho que agora que a gente voltou para nossos verdadeiros corpos, ela voltou a ser a garota que me odiava…
Já se passaram alguns meses e desde o dia que voltei a ser eu mesmo, não tive mais notícias de , além de que ela foi para o exterior e seus pais a acompanharam, ela provavelmente tinha mudado de número e não respondeu nenhuma mensagem minha e tinha deixado de atualizar suas redes sociais.
Eu sinceramente esperei por um retorno durante um ano inteiro, mas não tive. Nossa separação foi mais repentina do que eu esperava. Depois daquele beijo eu pensei que tudo ficaria normal, mesmo com a viagem e nossos corpos trocados. Não sei por que pensei isso...
Talvez ela tenha se assustado ou se arrependido. Ou eu possa ter feito algo de errado que ela não gostou… Eu não sei, mas de qualquer forma estou me odiando agora.
2 anos depois...
Eu estava de volta depois de passar um longo período nos Estados Unidos. Voltar às minhas raízes me traz ótimas lembranças. O clima úmido de manhã, o ar fresco, as pessoas… talvez reencontrar uma pessoa. Meu coração estava quase saindo pela boca de tanta felicidade.
Agora eu estou trabalhando na empresa do meu pai, depois de tanto lhe pedir. E hoje eu tive uma reunião na cidade vizinha, da qual eu consegui fechar um acordo importante para a empresa. Na volta, enquanto eu estava na estrada, o pneu furou. Já era fim de tarde e o guincho só chegaria na manhã seguinte, eu não tinha um estepe pra colocar e nunca tinha trocado o pneu antes. Caminhei em direção a cidade que eu estava e encontrei ali perto uma feira de variedades com várias barraquinhas coloridas, que me conquistou pelo cheiro de comida quentinha. Hummmm
Todos ali riam, alguns dançavam e tinham vários casais andando de mãos dadas ou abraçados. Um desses casais usavam alianças e eu não podia deixar de pensar na pessoa que perseguia meus sonhos nesse tempo que estive longe.
Me sentei na mesa de uma barraquinha e me senti confortável e acolhida com o vapor das panelas fervilhantes. As pessoas nas barraquinhas com roupas de frio simples, sorriam e conversavam enquanto se esquentavam tomando seus caldos quentes. Sorri sentindo um momento de serenidade invadir meu corpo.
A moça que tinha me atendido, me trouxe uma garrafa de soju.
- Essa é por conta da casa. - Ela disse e saiu simpática. Eu devia estar parecendo perdida encarando todas aquelas pessoas. E eu estava! Comecei a beber, para disfarçar, e a moça voltou com uma tigela fumegante com um caldo delicioso. Quando ela ia embora reparei seu cabelo aparentando oleoso e seu avental sujo de molho e lembrei do trecho da música que cantei com Jin. Roupas sujas pra você, roupas sujas pra mim. Eu comecei a tomar o caldo e algumas lágrimas caíram. E senti uma angústia invadir meu peito. E se ele tiver alguém? As pessoas das outras mesas me olhavam e cochichavam entre si, então fui embora.
Eu não conseguia parar de pensar na experiência que tive a alguns anos e em como ela terminou. Era estranho como eu sentia frio, mesmo estando com a jaqueta mais quente do meu armário. Como eu sentia um vazio, mesmo que comece todas aquelas comidas. Eu sentia a falta de ir trabalhar e ter Jin pra me levar pra casa, todo dia. Ele que me fazia rir de sua risada engraçada, enquanto ele ria de sua piada ultrapassada. Ele, que me ajudou a entender que eu só mexia com ele porque na verdade gostava dele. E ele que agora poderia ter outro alguém...
Passei a noite no hotel ali perto.
No dia seguinte, quando cheguei na cidade, de guincho, a primeira coisa que eu fiz foi pegar um táxi para casa. Mas quando desci do carro eu estava na frente da casa de Jin.
Antes que eu tocasse a campainha ele apareceu de terno e gravata segurando uma pasta nas mãos. Meu coração deu um pulo no peito que quase perdi o controle de minhas pernas.
- Oi. - eu disse. Ele me olhou como se não acreditasse que eu estivesse ali.
- Oi. - ele me encarou. - Você não estava na América?
- Na verdade, é uma história engraçada. Eu voltei ontem. E hoje, meu carro quebrou e eu peguei um táxi e acabei aqui. - Senti meu rosto ruborizar. Aquela história era tudo, menos engraçada!
- Entendi… - Seu celular tocou. - Desculpe, mas tenho que ir. Foi bom te ver! Depois a gente se encontra. - Ele disse caminhando enquanto atendia o celular, com um sorriso nos lábios. - Alô Milly, como estão os preparativos do casamento? Estou indo ver a casa agora.
Era isso! O que eu mais temia que tivesse acontecido, tinha acontecido. Ele tinha me esquecido, e estava, visivelmente, seguindo sua vida. Aquele sorriso… eu queria tanto que fosse pra mim.
Eu sabia que devia ter seguido minha intuição e não ter ido embora sem antes falar com ele, mas meu pai tinha ido me buscar e eu não soube dizer não pra ele.
Como sou burra de ter sumido por tanto tempo e ainda achar que ele estaria me esperando. Não que ele tivesse a obrigação de me esperar, mas eu tinha essa esperança.
Sai andando pelo caminho contrário que Jin tomara. Caminhar por aquelas ruas me traziam lembranças boas que eu não queria esquecer. E foi por isso que não consegui segurar o choro. Agachei no meio da rua e senti meu peito queimar enquanto eu chorava desesperadamente. Eu não sabia o que estava sentindo, mas não era nada parecido com alguma coisa boa. Não sei quanto tempo fiquei ali sentindo que tudo estava perdido. Mas quando começou a chover eu permaneci no mesmo lugar.
De repente alguém parou ao meu lado segurando o guarda-chuva para que eu não me molhasse.
- O que você está fazendo na chuva, querida? - a sra. kim disse se agachando na minha frente. Ela segurava uma sacola da conveniência. Eu só a abracei, a fazendo desequilibrar um pouco, enquanto chorava. Eu tinha sentido saudades dela gritando todos os dias.
Ela me levou pra sua casa. Eu tomei banho quente e a sra Kim me deu roupas secas. Ela fez uma sopa de algas e me serviu. O tempero da senhora Kim era o melhor. Podia quase curar meu coração partido pelo filho dela.
- Quer falar sobre o que aconteceu? - Ela perguntou me vendo tomar sopa. Eu me sentia muito próxima dela, mas não queria dizer que fui egoísta em querer que Jin estivesse me esperando até hoje. - Balance a cabeça. - Tudo bem! Come mais, querida. - A escutando me chamar de querida, lembrei que quando eu era seu filho ela me chamava de "o mais lindo do mundo todo''. Mas nunca imaginei que ser chamada assim pudesse me trazer conforto e ao mesmo tempo angústia. Será que ela chamava a noiva de seu filho assim também? Eu não pude deixar de pensar. - E como foi seu intercâmbio? - Ela tinha sido a primeira pessoa a perguntar, de repente me senti animada para contar tudo a ela. E foi assim que passamos as horas seguintes, conversando como velhas amigas.
- MÃE, CHEGUEI! - Jin gritou pensando que a mãe estivesse em outro cômodo. Ele tirou os sapatos e quando deu um passo dentro de casa viu que estávamos sentadas sobre a mesa. - ? O que está fazendo aqui? - Ele perguntou caminhando na direção da mãe, que lhe deu um tapa forte no braço por ter feito a tal pergunta. Ah… aquele tapa eu conhecia muito bem!
- Ai! - Disse Jin passando a mão no braço. - O que eu fiz?
Jin
Minha mãe sempre gostou de . Mas nunca imaginei que um dia chegaria em casa e encontraria as duas juntas, parecendo tão próximas como mãe e filha.. Não depois que ela foi embora e desapareceu me deixando sem explicação alguma. Eu havia alucinado e sonhado com em muitos lugares nos últimos anos, quando a encontrei de verdade, hoje mais cedo, não me pareceu real, parecia mais uma de minhas alucinações. E foi por isso que a ignorei. Mas agora ela estava na minha frente parecendo tímida e com os cabelos molhados, conversando com minha mãe, sentada na sala tomando sopa. Ela estava mesmo ali.
- Fala direito com a moça! - minha mãe brigou comigo e depois perguntou sobre a casa que fui ver. - Fala, como era a casa?
- Ela é perfeita! Seok aprovou e com certeza Milly vai adorar também, afinal ela gosta de tudo que o noivo aprova.
- Vou ligar para seu pai. Faça companhia pra enquanto ela come. - E foi para seu quarto. Me sentei no lugar dela e percebi que meu coração estava no mesmo ritmo de quando entrei e vi , descontrolado. Eu estava completamente desconcertado. Não sabia nada sobre ela, se tinha casado, se estava de visita, o que estava fazendo aqui… nada!
- Bom, meus parabéns pelo noivado! - Ela disse com uma voz meiga, quebrando o silêncio. Foi quando reparei que em seus dedos não continham nenhum anel.
- Obrigado, mas o casamento não é meu. Quem vai casar é o Seok. - Sorri simpático e ela me encarou e sorriu sem mostrar os dentes.
- Ah, desculpe. Eu, eu pensei que fosse você. - Ela gaguejou e suas bochechas ficaram rosadas.
- E como vão as coisas com você? - Eu perguntei tentando não deixar o silêncio aparecer de novo. Mas por dentro eu queria saber tudo sobre ela, principalmente por que tinha sumido. - Seu trabalho…?
- Ah, está tudo bem. Eu passei o primeiro ano como estagiária e no segundo ano consegui a oportunidade de ser funcionária fixa do banco… era pra eu estar lá, mas, pela primeira vez desde a faculdade, resolvi fazer algo que eu quero. E voltei pra Coréia. - Eu não podia decifrar os sentimentos que ela sentia naquele instante, mas ela tinha um ar de tranquilidade.
- Me parece que deu tudo certo no final. - A olhei esperando que falasse sobre alguém, um namorado ou noivo; mas ela deixou a colher ao lado do prato, me olhou e hesitou em dizer alguma coisa.
- Eu já vou indo. - ela levantou e então percebi que vestia as roupas da minha mãe. Ri sem acreditar. - O que foi? As minhas roupas estão molhadas, então a sua mãe fez a gentileza de me emprestar as dela.
- Nada, nada, nada. - Eu disse me levantando. - Eu te acompanho.
Conforme fui chegando no portão, a sensação de perda que me acompanhou nos últimos 2 anos, voltou. Olhei pra trás e estava olhando para o muro onde minha mãe pendurava seus vasos de planta. Era impossível não saber o que estava passando na cabeça dela. Talvez eu devesse aproveitar que ela está aqui e perguntar se ela ainda pensa em mim…
Ela acabou de chegar na cidade, acho melhor esperar alguns dias para me preparar para a decepção, caso ela diga que tem alguém.
- Então, solteiro, Jin? - Ela disse ainda olhando as plantas, me pegou desprevenido.
- É! - sorri sem mostrar os dentes. - Acho que não tenho muita sorte no amor. - Foi a vez dela sorrir seguido por uma gargalhada tímida.
- Você acha mesmo que nós 2 ficamos solteiros por 2 anos, por falta de sorte? - Ela caminhou em minha direção e eu andei alguns passos pra trás. Suas mãos tocaram meu peito, passando pelo meu pescoço e se entrelaçaram na minha nuca. De repente ela estava tão perto que eu pude sentir o calor de seu corpo no meu. E eu pude tocar ela como tanto sonhei. - Vem cá meu worldwide handsome.
Ela não precisou me chamar duas vezes. Coloquei minhas mãos em sua cintura, a puxando para mais perto e tomei sua boca por um beijo cheio de desejo, acompanhado por carícias que nos tiraram o fôlego.
Chegamos a conclusão que o feitiço do anel foi quebrado por nosso primeiro beijo, que, como Rose disse, era o melhor final daquela história.
Alguns meses depois, abriu sua própria loja de roupas, acessórios e cosméticos importados. E ela finalmente começou a se sentir mais independente para tomar suas decisões. Seu pai não gostou muito a princípio, mas acabou aceitando. Ele ama demais a filha que tem! Muitas pessoas pensaram que ela não conseguiria viver sem a ajuda financeira de seus pais, mas ela era uma ótima economista e eu me orgulho dela. Eu continuei no trabalho que conseguiu pra mim antes de destruirmos os corpos. Era um ótimo trabalho e eu adorava, mas depois me juntei a ela e fizemos uma parte masculina para sua loja.
Um ano depois, nossa paixão ainda estava intacta e eu a pedi em casamento. A cerimônia foi simples, somente nossas famílias, e o local… Foi no quintal da casa dos meus pais. Onde quase aconteceu o nosso primeiro beijo, se não fosse por um gato intrometido. E foi lá onde percebemos que gostávamos um do outro. Não tinha um lugar mais perfeito para darmos o beijo que nos uniria para sempre.
Ah, e os anéis? e eu fomos para a ilha de Jeju, durante a nossa lua de mel e enquanto a balsa fazia a travessia, jogamos os anéis na água, para que não fossem encontrados de novo.
E essa foi a nossa inconvencional história de amor. Não perfeita, mas também não poderia ser melhor.
FIM
Nota da autora: Sem nota.
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