10. Se Amasse Ele

Capítulo Único

Acordo com a luz do sol invadindo as janelas de meu quarto, além de um barulho inquieto ao meu lado. Abro meus olhos vagarosamente vendo colocando sua calça jeans, a última peça de roupa que falta em seu corpo.
- Bom dia. – falo, sentando na cama em seguida. – Você já vai?
- Eu tenho um almoço na casa do Kabir. – ela diz, prendendo seus cabelos num rabo de cavalo.
É doentio admitir que, mesmo com o rosto todo amassado e sem um pingo de maquiagem no rosto, ela continua uma das mulheres mais lindas do mundo?
- Isso não pode acontecer nunca mais. – ela diz, colocando um de seus brincos. Suspiro profundamente, concordando com a cabeça. – Não é por nada, mas estou colocando...
- Tudo em risco por algo momentâneo, eu sei. – completo sua frase. Ela se vira para mim, sorrindo de lado. – Eu só não quero ficar longe de você.
- Podemos ser amigos. – ela fala e eu faço uma careta.
- Eu não vou conseguir ser seu amigo depois de te levar para a cama tantas vezes. – falo, ouvindo sua gargalhada.
- Mas eu não quero perder o contato com você. – ela diz, se aproximando e sentando na cama, parando ao meu lado. – Eu realmente gosto de você, .
Aquilo me faz arregalar os olhos, e ela dá um sorriso, beijando minha bochecha em seguida.
- Você vai para a casa da hoje? – ela indaga enquanto pega sua bolsa em cima da cômoda, parando na porta do meu quarto. Concordo, e ela sorri, acenando e saindo do cômodo em seguida.
Minha vida se tornou uma bagunça completa desde que comecei a “sair” com a . Conhecemo-nos quando ela, por um acaso, foi parar na festa de , um de meus melhores amigos. Ela estava viajando por Londres, conheceu e, por algum motivo, elas viraram muito amigas de uma hora para outra e acabaram indo juntas para a festa, onde eu me encantei por ela de imediato.
Quem a vê, de longe, acha que ela é uma garota romântica e tranquila. Não que isso seja mentira, mas ela é um pouco mais diferente do que sua religião permite.
Começamos nossa amizade colorida há pouco mais de seis meses e estamos até aqui, firme e forte. Ela morava em Nova Delhi, na Índia. Seu pai era um comerciante local, e seguia os antigos costumes da sua religião, que consistia em arrumar casamentos para todos os seus filhos. E, o único que faltava, pelas minhas contas, era o de .
Ela tentava negar suas origens. Tentava acabar com aquele pensamento pré-histórico de todos os homens de sua família – no total, são seis! – e viver sua vida livremente, sem se preocupar com casamento ou qualquer outra coisa que envolvesse uma relação, mas parecia impossível. Seus pais desejavam que a única filha deles tivesse o casamento perfeito, mesmo que custe toda a sua felicidade.
Eu sou do sul da Inglaterra. Moro em Londres há mais de dez anos, quando eu me mudei para cursar minha faculdade de Direito e conseguir ser um bom delegado. Conheci no corredor da universidade, e desde então não nos separamos. Ele namora , que é a melhor amiga de , e eu vivo por aí pagando de mulherengo.
Arrumo todo meu quarto antes de ir tomar meu banho. Não sei como conseguimos fazer tanta bagunça, mas aquilo era bom.
Quando termino de me arrumar, começo a fazer o café, que logo se torna um almoço, já que são quase meio dia. Alimento Finn, meu cachorro, e vou assistir ao jogo do Liverpool pela Champions League.
Depois de algum tempo, ouço meu telefone apitar, avisando que havia alguma mensagem.

: Você vai mesmo? Eu vou passar no seu apartamento.
: Não sabia que eu tinha motorista particular.
: Para de ser babaca. Posso te buscar ou não?
: Claro que pode. O que você fez?
: Por que você acha que eu fiz alguma coisa?
: Você não me ofereceria carona nem se eu implorasse.
: Conta logo o que você fez.
: Eu ainda vou fazer. Você acha que a Tifanny ainda está aberta?
: Você acha que eu sei dessas coisas?
: Não sei por que ainda te pergunto essas coisas. Arruma-se, passo aí em quinze minutos.
: Ok.

Pego uma roupa qualquer no armário, colocando rapidamente. Ajeito meu cabelo, e logo ouço a buzina do carro de . Pego minhas coisas, colocando mais comida para Finn e indo para o lado de fora de meu apartamento, trancando o mesmo em seguida.
Desço as escadas rapidamente, e logo vou para o lado de fora do prédio, encontrando do lado de fora do carro, impaciente por estar me esperando.
- Você tinha que estar do lado de fora já. – ele diz enquanto dá a volta para ir para o banco do motorista.
- Calma. – falo, sentando no banco do carona. – O que você vai fazer?
Ele bufa, pegando a caixinha em seu bolso. Uma caixinha azul e com um laço branco em cima, e eu sei exatamente do que aquilo se trata.
- Você vai pedir em casamento? – indago estupefato e com os olhos arregalados. Ele assente, sorrindo em seguida.
é uma das garotas mais incríveis que eu tive o prazer de conhecer. Ela era minha vizinha de quarto na universidade, o que nos fez aprontar algumas, desde fugir pela janela até fugir de algumas antigas namoradas que vinham atrás de mim. Ela é minha cópia, mesmo que não tivéssemos nenhum grau de parentesco.
Quando eu os apresentei, sabia que ia rolar alguma coisa. Pouco tempo depois eles estavam namorando. Isso foi há cinco anos, e hoje quer fazer o pedido de casamento.
Meus dois melhores amigos irão se casar!
- Ela vai pirar, cara! Você sabe disso. – falo, devolvendo a caixinha para ele. – Ainda mais hoje, no aniversário dela! Acho que ela vai desmaiar.
- Ah, espero que não. – ele fala, e logo avistamos a fachada da mansão da família de .
Ele estaciona um pouco distante da entrada da casa, onde estão os carros de amigos e parentes da garota.
Entramos na casa, e logo fomos para a parte de trás, onde estava acontecendo uma festa na piscina, com churrasco e música, além de alguns jogos de mesa, como sinuca, pebolim e vários outros de tabuleiro.
- Vocês chegaram! – exclama, vindo em nossa direção. Eu a abraço primeiro, entregando meu presente. – Ah, . Você sabe que não precisava.
- Você sabe que eu não me importo com isso. – falo, e ela sorri, indo ao encontro de Liam.
Cumprimento algumas pessoas que estavam ali, além de parentes que eu conhecia de , procurando pela melhor amiga da minha melhor amiga.
Quando a avisto, ela está sentada no balanço de ferro do gramado. Dou um sorriso e, antes que eu pudesse me aproximar, Kabir aparece ao seu lado, sorrindo como um perfeito gentleman.
Quando eu ia cumprimentá-los, ele dá um selinho nela, o que me faz arregalar os olhos e ficar parado por longos segundos.
O que ele está fazendo? Por que ele a beijou?
Devo ter ficado por muito tempo encarando, pois logo me fitou, olhando diretamente em meus olhos. Suspiro, desviando nosso olhar e caminhando para o isopor com cerveja, pegando uma ali.
O que estava acontecendo, realmente? O que ele fazia ali, com ela? Por que ele estava agarrado a ela?
- Acho que você já viu. – diz ao parar do meu lado, enquanto eu admiro o enorme carvalho da família.
- Aquilo não me importa. Nós não tínhamos nada. – falo, dando um longo gole na minha Budweiser. – Ela merece ser feliz com alguém, de verdade.
- ... – começa, e eu o fito, e ele suspira, bebendo sua cerveja.
Ficamos em silêncio até que ele se afasta, e eu permaneço ali por um longo tempo, até ouvir me chamar para tirar uma foto com ela.
- Nós quatro. – ela diz, esticando sua mão para mim. está ao seu lado esquerdo, enquanto está no direito, abraçando-a pela cintura. Dou um suspiro, indo para perto da , que suspira e sorri para a primeira foto, fazendo careta para a segunda.
A festa durou por mais algumas horas. Toda hora eu via e Kabir juntos. Toda hora eu sentia a mesma sensação de incômodo.
E por que aquilo me incomodava se não tínhamos nada além de sexo casual?
Logo cantamos parabéns. Eu fiquei mais perto da mesa, para poder ver de primeira fila o pedido de .
- Posso fazer um discurso? – indaga, e todos ao seu redor concordam, gritando palavras de incentivo. – Bom, como a maioria aqui sabe, eu sou o namorado dessa garota aqui. Garota, não. Mulher. Ela se tornou uma mulher linda, e eu me orgulho de participar de grande parte desse crescimento. Quantas noites na faculdade nós ficamos em claro, apenas fazendo trabalhos, enquanto você insistia em levar algumas cervejas, mesmo sendo proibido?
Todos ao redor dão risadas, inclusive o pai de , que não sabia daquilo.
- Desde que o nos apresentou, eu tive duas certezas: uma que você era totalmente diferente de mim e totalmente parecida com meu melhor amigo; a segunda era que você seria a mulher da minha vida. E, bom, eu não errei em pensar aquilo. – ele fala, fazendo sorrir. – Tivemos tantos momentos juntos, que acho que podemos escrever um livro, para podermos contar aos nossos netos sem esquecermos um detalhe.
‘Você me fez perceber o que é o amor, mesmo sem entender o que ele realmente é. A cada momento, a cada beijo, a cada abraço e a cada ombro amigo você me fez entender que eu precisava de você, não sabia qual a intensidade e até hoje é difícil de explicar, mesmo depois de cinco anos. Eu tenho que te pedir algo, na frente de todos que importam para você e, futuramente, para mim.
E ele se ajoelha, fazendo gritar e começar a pular descontroladamente.
- Você aceita se casar comigo? – ele indaga, levantando a caixinha para que ela pudesse ver a aliança que estava ali.
Todos comemoravam, mesmo sem saber a resposta definitiva da garota, que não conseguia fazer algo além de chorar. Ela concorda com a cabeça, esticando sua mão para , que coloca a aliança.
Logo eles se beijaram, e todos ao redor comemoraram ainda mais.
- Vou abrir a minha adega especial! – o pai de diz, caminhando junto dos dois irmãos mais velhos da garota para a parte de dentro da casa.
Logo todos se dispersam. mostra a aliança para todos ao seu redor, e eu estou apenas parado, observando o balanço das folhas da árvore.
- Oi ... – ouço falar e eu suspiro, me virando para ela. – Tudo bem?
- Sim, e com você? – indago, colocando a garrafa de cerveja vazia em cima da mesa de piquenique.
- Estou bem. – ela fala, sorrindo em seguida. – Você não foi falar comigo. Aconteceu algo?
- Não. É que eu não queria atrapalhar. – falei, sorrindo em seguida. – Desculpe.
- Eu estou noiva. – ela diz quando eu começo a caminhar para dentro da casa, me fazendo parar bruscamente ao ouvir aquelas três palavrinhas. – Eu fui pedida em casamento hoje.
- Parabéns aos noivos. – falo, fitando-a rapidamente. – Vou pegar uma cerveja.
Caminho depressa para perto do isopor, pegando duas garrafas de uma só vez, entrando na casa em seguida.
Vou para a varanda, onde não há ninguém além de mim e das pessoas que caminham na rua. Não sei como, mas as duas cervejas acabaram mais depressa do que eu cogitava acabar.
- Está com tanta sede assim? – indaga quando senta do meu lado no balanço de madeira que fica na parte da frente da casa. – Você não está feliz.
- Claro que estou. Você e vão se casar! – exclamo, sorrindo forçado.
- Você pensa que eu não te conheço, . – ela diz, colocando sua mão sobre a minha coxa, dando algumas tapinhas ali. – Pode começar a falar.
- Eu não tenho o que falar. – falo, colocando as garrafas na mesinha do lado.
- Para de esconder seus sentimentos, . Eu sou sua amiga. – ela fala.
- Mas também é amiga dela. – falo, suspirando arrependido. – Não é nada, ok?
- É com a ? – ela indaga. – É por causa do casamento?
- Não, nós não temos nada. Você sabe que não. – falo, dando de ombros em seguida. – Que bom que ela encontrou alguém que a ame.
- Ela já havia encontrado, mas ele é muito idiota por não admitir. – diz, dando um sorriso. – Mas eu não o julgo, afinal, ele é meu melhor amigo.
- Eu não a amo. – falo, fazendo uma careta. – Nós só tivemos sexo casual. E dos bons.
- Você quem está dizendo. – ela diz, levantando as mãos em sinal de rendição. – Vou pra perto do pessoal. Vai ficar por aí?
Nego, me levantando e caminhando junto dela para a parte de trás da casa.
O DJ tocava uma música animada, uma que eu não sabia distinguir, mas que fazia todos dançarem na pista improvisada no deck de madeira.
Fico junto de e alguns conhecidos conversando sobre futebol, mesmo que eu não prestasse atenção em uma palavra dita por eles.
Minha mente está focada no casal que dança no fundo da pista, gargalhando e mostrando a sincronia que eles tinham.
- Não é, ? – indaga, me fazendo despertar. – Você não torce pelo Liverpool?
Concordo com a cabeça, olhando para meu melhor amigo, que conta a história de nossa primeira vez assistindo futebol num estádio, juntos.
Ficamos ali por mais duas horas, mais ou menos, e logo está estacionando na calçada do meu prédio.
- O que aconteceu? – ele indaga antes que eu abra a porta de seu carro. – Você e , mal se falaram.
- Ela estava ocupada. – falo, dando de ombros em seguida. – E eu não tenho o que falar. Você não é um psicólogo.
- Não, mas eu sou seu amigo, e eu quero te ouvir. – ele diz, colocando sua mão sobre meu ombro. – , por favor...
- Eu não tenho nada para falar, . – falo, abrindo a porta. – Obrigado pela carona. Nos vemos por aí.
Ele assente, e eu entro no prédio. Cumprimento o porteiro, apertando o botão do elevador, apertando o número do meu andar logo depois.
Quando as portas de metal se abrem, eu caminho para meu apartamento, destrancando a porta e entrando logo em seguida.
Finn corre em minha direção, abrindo a porta com o focinho, esperando que aparecesse logo atrás de mim. Meu cachorro ama aquela garota.
- Ela não veio hoje amigão. Acho que não vem nunca mais. – falo, acariciando seu pelo.
Tiro meus sapatos, deitando no meu sofá e ligando a televisão.
Eu sei que, se fosse a outro momento, estaria aqui, comigo. Ela estaria deitada em meus braços, e pediria para poder assistir a algum filme da Disney, mesmo que fosse repetitivo. Ela cantaria todas as músicas de Rei Leão, que é o filme que ela mais gosta, e choraria pela milésima vez na cena da morte do Mufasa.
Eu a conheço como a palma da mão. É estranho que eu conheço mais as suas manias do que ela mesma se conhece.
- É, acho que estou com saudade.

(...)

Quando abro a porta do apartamento de , vejo e sentadas no sofá, folheando alguma revista, enquanto a outra segurava o Tablet.
- Você chegou! – exclama, indo em direção ao sofá. Na mesa de centro tem um Cooler com bebida, alguns petiscos e, é claro, DVDs de filmes.
me fita e sorri de lado, enquanto vem me abraçar.
- Estava sentindo sua falta. Você realmente sumiu. – ela fala, segurando a minha mão e me puxando para perto do sofá. – O apartamento não é meu, mas fica à vontade.
Concordo, sentando numa poltrona afastada o suficiente de para não cometer alguma loucura na qual eu me arrependa depois.
Já faz uma semana desde o aniversário de , desde seu pedido de casamento e o dia em que e Kabir foram juntos para aquela festa, acabando totalmente com o meu dia.
Desde aquele dia, eu não consigo pensar numa maneira de esquecer a garota, que era presente em minha vida. E, quando eu ficava bem, ela aparecia novamente na minha vida.
- Você disse que ia me ajudar, ! – exclama, fechando a revista em seguida. – Eu preciso de ajuda.
- Você que tem que saber o que vai querer no seu casamento, não eu. – diz, arrancando uma risada de .
ELA ESTÁ ORGANIZANDO SEU CASAMENTO!
Engasgo com a cerveja, cuspindo tudo, chamando a atenção do casal e de , que tenta salvar a revista.
- O que houve? – indaga. – Você está bem?
Concordo, colocando a garrafa em cima da mesa de centro.
Por que ninguém acha absurdo ela estar organizando seu casamento com tanta pressa? E por que aquilo estava martelando meu juízo, o pouco que ainda restava?
- Acabaram de me mandar mensagem da delegacia. Preciso ir pra lá. – falo, ouvindo bufar. – Desculpa.
Despeço-me de todos, saindo do apartamento em seguida. Dirijo depressa pelas ruas até chegar a um bar da época da faculdade.
- Quanto tempo, ! – Henry, o barman, exclama assim que eu sento num dos banquinhos. – O que houve?
- Eu quero beber, somente isso. – falo, e ele assente. – Desculpe. Eu não quis ser grosso.
- Tudo bem, você deve estar passando por uma barra pesada agora. – ele diz, limpando um copo com um pano. – Se você quiser conversar, só me falar.
Assenti, antes de pedir um uísque sem gelo.

(...)

Acordo com a campainha tocando e o latido de Finn. A mulher que está deitada do meu lado se mexe, e eu seguro sua mão, impedindo que ela se levante.
Coloco uma blusa e minha cueca, calçando meus chinelos e saindo do quarto, caminhando até a porta.
Quando a abro, quase caio para trás. está parada ali, na minha frente. Ela está totalmente arrumada, como se tivesse ido a algum evento importante, linda demais para ser verdade.
- Oi, Finn! – ela exclama, acariciando o pelo do meu cachorro, que fazia uma festa ao vê-la ali.
- O que você faz aqui? – indago, coçando meus olhos em seguida.
- Eu só queria saber de você. – ela fala, segurando suas próprias mãos e me fitando. – Mas acho que você está bem.
- O que? – indago, e logo olho para trás, encontrando a mulher que estava dormindo parada no batente da porta do quarto. – ...
- Eu sou idiota. – ela fala, sorrindo de lado. – Boa noite para vocês dois.
E ela logo sai, me fazendo bufar de raiva. Fecho a porta com força, pouco me importando com o horário.
- Eu fiz algo errado? – a mulher indaga, e eu tento lembrar seu nome. – Você gosta dela.
- Eu não gosto dela. – falo, fazendo uma careta e coçando minha cabeça. – Ela é só uma amiga.
- Para vir aqui quase quatro da manhã sozinha, é mais que uma amiga sua. – ela diz, e eu suspiro.
- Isso não importa. Não mais. Ela vai se casar. – falo, dando de ombros em seguida.
- Eu vou embora. – ela diz, sorrindo abertamente e indo para o quarto, e eu vou ao seu encalço.
- Eu te levo. – falei, colocando minha calça e meus sapatos.
Levamos cinco minutos até sairmos do prédio, e eu dirijo rapidamente até chegarmos ao prédio que ela mora, que não é tão distante do meu.
- Você vai dizer que gosta daquela garota? – ela indaga assim que eu estaciono.
- Mas eu não gosto dela. – falo, fazendo careta mais uma vez.
- Que seja. Eu vou te dar o meu cartão. Se quiser conversar, pode me chamar. – ela diz me entregando um cartão, onde está escrito Samantha e seu número de contato. Dou um sorriso e assenti, colocando no bolso da jaqueta que eu usava.
Ela logo entra no prédio, e eu retorno para meu prédio. Deixo o carro na garagem e vou diretamente para meu apartamento, tirando a minha roupa e deitando em minha cama, encarando o teto.
Só sei que logo meu relógio despertou, e eu tive que levantar para ir pro trabalho, mesmo a contragosto. Por mais que eu ame minha profissão, não estou com cabeça para nada.
Tomo um banho rápido, colocando a mesma roupa de sempre e pegando minhas coisas, saindo do quarto em seguida. Alimento Finn, preparando um café forte para tirar um pouco do álcool que estava impregnado em meu corpo.
Saio do meu apartamento depois de alguns minutos, pegando o elevador até a garagem, onde meu carro estava estacionado na mesma vaga de sempre, dando a partida e dirigindo pelas ruas até a delegacia.
- Bom dia, . – Nick, um inspetor e meu quase braço direito, diz, sorrindo amigável. – Vejo que a noite foi boa.
- Não foi pra tanto. – falo, sorrindo de lado e caminhando até a minha sala.
- E a ? Como ela está? – ele indaga enquanto se senta na cadeira a minha frente, cruzando os braços.
De tanto que eu falava dela pelos corredores, todos a conhecem, mesmo que fosse somente por minhas histórias. É estranho, eu devo admitir, mas eu gosto de falar dela para todos ali, mesmo que não tivéssemos nada demais.
- Eu não sei, não a vejo há dez dias. – falo, digitando a senha de meu notebook. – Ela deve estar ocupada com os preparativos do casamento.
- O que? Vocês vão se casar? – Nick indaga, e vejo um sorriso largo surgir em seu rosto.
- Claro que não. Ela vai se casar com um homem que os pais dela escolheram. – falo, gesticulando com as mãos e suspirando em seguida.
- E você não sente nada? – ele indaga, arqueando uma das sobrancelhas.
- Orgulho? Felicidade por ela? Somos amigos. – falo.
- Somente isso? – ele indaga, sorrindo maliciosamente. – Você sabe... Amor, talvez.
- Eu não a amo! – exclamo, fazendo uma careta em seguida. – Nós somos amigos. E nada além.
- Não sei não. – ele diz, dando de ombros em seguida. – Você precisa ir para a loja da esquina. Ela foi roubada essa noite, e explodiram o cofre que tinha lá.
- Tinha um cofre lá? – indago, arregalando meus olhos. – Precisamos mesmo averiguar?
Ele assente, e eu bufo de raiva. Planejava passar o dia dentro daquela delegacia, sair somente à noite. Talvez eu passasse num restaurante japonês, o favorito de , e compraria Temaki para o jantar.
Bufo novamente ao lembrar que, a essa hora, ela estaria ocupada com o Kabir, seu noivo, e não teria tempo para mim.
Saímos da delegacia, atravessando a rua para chegarmos à loja da esquina.
Costumava ir ali para comprar algumas guloseimas para os dias em que passava lá, ou comprava as barras do Willy Wonka para , quando ela me implorava por alguma, antes que pudéssemos nos encontrar em meu apartamento ou no dela para passarmos o dia juntos.
O dono, o Sr. Leroy dava uma entrevista para o jornal local, enquanto havia outros policiais ali, procurando por alguma pista do assaltante.
Enquanto eu caminho pelos destroços da loja, vejo alguns produtos que ainda estavam nas prateleiras, parcialmente destruídas. Suspiro, pegando meu celular e tirando algumas fotos.
Estava caminhando quando acho algumas barras de chocolate – os favoritos de – na parte de trás do caixa. Sorri, pegando duas e pegando o dinheiro na carteira em meu bolso, caminhando para o lado de fora do estabelecimento.
- Olá, delegado. – o proprietário diz, sorrindo em seguida. Ele está na faixa dos sessenta anos, seus cabelos são tão brancos como uma neve, e há um bigode gigante em seu rosto. Entrego o dinheiro da barra para ele, que nega com a cabeça. – É um presente para sua namorada?
- Namorada? – indago, coçando minha nuca, colocando as notas de dinheiro no bolso de seu casaco de moletom.
- Sim, a garota que veio com o senhor há pouco tempo atrás. – ele diz, e eu suspiro.
- Ela é minha amiga. – falo, dando um sorriso de lado. – Iremos investigar quem foi o assaltante, senhor. Você pode me dar as fitas da câmera de segurança?
- Claro senhor delegado. Acompanhe-me, por favor. – ele diz, e eu assenti, caminhando com ele para dentro da loja. – Por sorte, o local onde fica o computador com as gravações não foi destruído.
Ele mexe no computador rapidamente, logo me entregando um CD, onde, segundo ele, estão as gravações de toda a semana.
Ficamos ali por algum tempo. A perícia procurava por provas, qualquer digital que fosse utilizada, enquanto alguns inspetores conversavam com possíveis testemunhas.
Dava para esse dia ser ainda mais estressante?

(...)

Toco a campainha, esperando ansioso para que pudessem abrir a porta. Meu coração estaá disparado, quase acelerado. A porta se abre, e vejo Kabir, o noivo de .
O mesmo só usa uma calça de moletom, e segura uma taça de vinho nas mãos.
- ! – ele exclama, sorrindo convidativo. – Não esperávamos por sua visita.
- É eu acabei de sair do trabalho e resolvi passar para ver . – falo, dando um sorriso de lado.
E, antes que eu pudesse me despedir, ela aparece na porta da cozinha. Usa uma camisa de alguma universidade, que bate exatamente em suas coxas, além de seus cabelos estarem presos num coque. Eu não sei, exatamente, mas aquilo fez com que meu coração disparasse.
- Oi, . – ela diz, sorrindo e acenando. – Eu não sabia que viria.
- Eu resolvi passar aqui para te ver. – falo, entrando no apartamento em seguida. – Tive um dia estressante hoje.
- Eu vi o que houve com aquela loja perto da delegacia. Você está cuidando do caso? – ela indaga, caminhando em minha direção.
- Sim. Passei a tarde inteira vendo imagens para poder saber mais dos assaltantes. – falo, bufando em seguida. – Comprei algo para você.
Pego as barras no bolso do meu casaco, entregando a ela, que sorri animada.
- Você lembrou-se das minhas barras do Willy Wonka! – ela exclama, pulando e me abraçando em seguida. – Obrigada!
- Bom, eu preciso ir. – falo, caminhando até a porta.
- Fica conosco. – Kabir diz, fechando a porta em seguida. – Pedimos comida japonesa.
- Acredita que ele nunca comeu? – ela indaga, rolando os olhos em seguida.
- Acho que vou atrapalhar... – começo, e Kabir nega com a cabeça.
- Vai ser um prazer, afinal, você é o melhor amigo da , certo? – ele indaga, batendo de leve em minhas costas.
Aquele grau de proximidade faz meu coração disparar e eu suspiro, assentindo em seguida.
- Pode ficar. Podemos assistir aos jogos da temporada. Qual o seu time? – ele indaga, sentando-se no sofá.
- Ele torce pelo Liverpool. Mesmo que eu ache o Chelsea o melhor. – diz me dando uma taça de vinho.
- Não é o seu time que tem dois jogadores com mais gols na temporada, ok? – indago, gargalhando em seguida. – Além do mais, somos líderes. E se formos pegar seu timinho, vamos acabar com eles em dois tempos.
- Você quer apostar isso? – ela indaga com um sorriso desafiador no seu rosto. – Aposto cinquenta libras que seu time perde quando for competir com o meu.
- Eu aposto cem. – falo, esticando minha mão direita, sorrindo desafiador em seguida.
Ela concorda, apertando minha mão.
O restante da noite foi divertido, mesmo que eu não fosse tão fã de Kabir, ele é amigável e é o cara que eu nunca serei para , mesmo que eu não cogitasse algo sério com ela.
Chego a meu apartamento por volta das onze da noite. Finn dorme no canto, encostado na parede que dá para a cozinha, e somente levanta seu rosto para me ver, logo voltando a sua posição inicial.
- Carinha, você parece cansado. Está ficando velho, né? – indago me agachando e acariciando seu pelo, que era macio pelas altas quantias de dinheiro que eu pagava em Pet Shop.
Eu tenho Finn desde minha adolescência. Ele veio para Londres comigo, e foi minha primeira aquisição depois do apartamento, e ficou comigo durante todos esses anos. Sei que ele está velho e cansado.
Troco de roupa, deitando em minha cama e encarando o teto, um divertimento que comecei a ter há pouco tempo, desde que ficou noiva daquele cara.
De alguma maneira, aquilo me tranquiliza. Sei que ele é o cara ideal para ela, e lhe dará tudo que eu não posso dar, mesmo que eu quisesse. Eu quero que ela fique aqui, comigo, mas sei que é egoísmo de minha parte.
Só sei que fui dormir com o pensamento de que eu sento algo por aquela garota, mas não sei decifrar ainda.

(...)

Os dias se passam. Eu e mantemos pouco contato desde a noite em sua casa, quando eu conheci o verdadeiro noivo dela. É estranho saber que ela teem outro alguém.
- Terra chamando ! – Nick fala, estalando seus dedos na minha frente. – Chegaram novos depoimentos do assalto da loja da esquina.
- Você pode dar uma olhada, já que meu plantão acabou. – falo, pegando meu blazer na cadeira e colocando o mesmo, saindo de minha sala em seguida.
Despeço-me de todos que estão na delegacia, pegando meu carro e dirigindo para o prédio de , que me esperava para jogarmos videogame e bebermos durante uma noite inteira.
Quando abro a porta de seu apartamento, o vejo sentado no sofá maior, mexendo no controle do console.
- Pronto pra perder? – indago, fechando a porta e sentando ao seu lado.
- Você pode parar com isso. – ele diz me entregando o segundo controle.
Ficamos por algum tempo jogando e conversando sobre coisas do nosso dia a dia.
- Você vai ao casório da ? – indaga, iniciando outra partida.
Há alguns dias, no máximo três, eu recebi o convite do casamento de e Kabir, e eles se casariam na próxima semana. Será uma cerimônia aqui mesmo, em Londres, baseado na religião dos dois e ela queria que eu fosse.
E, desde então, eu venho misturando todas as bebidas que encontro no meu armário da cozinha ou na geladeira, e acabo a noite reclamando de tudo que eu sinto com Finn, que parece entender.
Na verdade, eu não sei o que estou sentindo. Eu acho que é alguma química, mas eu prefiro esconder. Eu prefiro abrir mão daquilo, pois sei que ela seráfeliz com ele. É pro meu próprio bem.
- Me responde uma pergunta, . – diz, pausando a partida e se virando para mim, suspirando em seguida. – Você a ama?
Eu suspiro, tentando encontrar uma maneira de admitir que, sim, eu a amo. Mesmo contra minha própria vontade.
- ... – começo, desviando o olhar dele.
- Só sim ou não, . Não é tão difícil. – ele diz, sorrindo de lado em seguida. – E estamos entre amigos. Ela não irá saber, a menos que você conte.
Antes que eu possa responder, a porta se abre, e aparece com dezenas de sacolas, bufando e tropeçando nelas.
- Eu odeio ir a supermercados. – ela diz, colocando no chão e caminhando em minha direção. – O que faz aqui?
- Uma tarde dos homens. – responde e eu assenti.
- O jogo está pausado. Vocês estavam conversando sobre o que? – indaga, pegando uma garrafa de cerveja que estava em minha mão.
- Não estávamos conversando... – fala e eu assenti, olhando para .
- Você não me engana, ; muito menos você, . Pode falar. – ela diz, beijando a bochecha de meu melhor amigo e sentando-se corretamente.
- Eu... – começo, suspirando profundamente em seguida. – Eu a amo, .
- O que? – ela indaga e vejo um sorriso em seu rosto. – A ? Você ama a ?
Aquela frase foi, de longe, a mais difícil de falar em toda minha vida. Eu nunca soube o que era o amor, minha personificação é e , já que meus pais sãoeram divorciados desde que eu me entendo por gente.
- E o que você está esperando para ir atrás dela? – ela indaga, sacudindo meus ombros.
- É complicado... – falo, e ela bufa. – Eu não sou digno disso. Não sou digno de ter seu amor, . Você sabe disso.
- O que você está dizendo? – indaga.
- Eu sei que ela será feliz com o Kabir, e isso me deixa feliz, mesmo que eu tenha que perdê-la. – falo, suspirando em seguida.
- Não, ! Ela não o ama. Ela não quer esse casamento. – fala, quase grita.
- Eu não seria o melhor pra ela, . E você sabe muito bem disso. – falo, pegando minhas coisas.
- Pra que se privar de um sentimento tão bonito, ? – indaga enquanto eu caminho até a porta do apartamento.
- Eu preciso ir. – falo, saindo de lá em seguida.
Dirijo pelas ruas rapidamente, logo chegando ao meu prédio. Cumprimento o porteiro, indo direto para o elevador. Entro em meu apartamento em seguida.
Finn está deitado em meu sofá, e ali permanece enquanto eu tomo um banho e coloco alguma roupa, indo para a sala e colocando algum filme na TV.
Parece que tudo conspira contra mim nesse dia. Enquanto eu rodo todos os canais em busca de algum filme do meu interesse, eu encontro diversos filmes de romance. Não sei se é dia dos namorados ou alguma outra coisa, mas isso está me estressando.
Eu preciso me distrair, ou então, eu perderei minha cabeça e acabaria cometendo alguma loucura.

(...)

Há cinco dias desde que eu fui para a casa do , que eu descobri meus verdadeiros sentimentos pela e que eu me privei de tudo, desde meus amigos até aquela garota.
É uma quinta à noite. Sábado será o casamento e eu tenho plena convicção de que eu não aparecerei, mesmo que insistisse.
Estou saindo do banheiro, quando ouço a campainha. Pego o dinheiro da comida tailandesa em cima da mesa de centro, pegando as chaves para destrancar a porta.
Quando eu abro a mesma, quase caio para trás com o susto. E lá está ela, na minha frente, e meu coração quase pula do meu corpo.
- ? – indago. – Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
- Eu preciso falar com você. – ela diz, entrando em meu apartamento em seguida.
- Vou somente colocar uma roupa. – falo e ela assente, sentando-se ao lado de Finn no chão, brincando com meu cachorro.
Vou para o meu quarto, colocando um pijama e arrumando meu cabelo, voltando para a sala.
- Já deixaram sua comida. – ela diz, apontando para a mesa de jantar. Concordo, pegando minha comida. – Você me ama?
Aquela pergunta me faz arregalar os olhos. Eu poderia matar ou se foram eles que contaram isso para ela.
- Me responde. – ela diz, parando ao meu lado em seguida. – Por favor, , me diz alguma coisa.
- Por que a pergunta, ? – indago, desviando dela e indo para o sofá.
- Eu preciso saber disso. Eu não posso passar mais um dia com o Kabir. Não sabendo que você me ama. – ela diz, sentando-se ao meu lado e olhando em meus olhos. – Me responde.
- Kabir é o homem certo para você. – falo, colocando minha comida em cima da mesa de centro. – Seus pais sabem disso. Todos sabem.
- Mas eu não, . Eu sei que ele é incrível, mas não é ele que eu amo. – ela diz, segurando minha mão.
- E se eu disser que eu a amo, o que acontece? – indago, desviando nossos olhares.
- Eu fujo com você. Eu vou para qualquer lugar do mundo! – ela exclama, apoiando sua cabeça em meu peito.
- Eu não vou fugir. . Eu tenho uma vida aqui. – falo, soltando-me dela.
- Você não precisa fugir. Eu só quero saber se você me ama. – ela diz, beijando minha bochecha.
O que ela quer fazer comigo, afinal? Enlouquecer-me? Se for, está acontecendo.
Agarro sua cintura, ficando por cima dela. Tem um sorriso em seu rosto, e eu sorrio.
Isso é errado. Eu sei que é errado, mas eu não consigo. Eu quero isso. Eu quero essa mulher pra mim.
Ela me beija, acabando com qualquer distância que há entre nós, e deixando meu coração ainda mais acelerado.
- E a sua comida? – ela indaga enquanto eu caminho com ela para meu quarto.
- Deixa para lá. – falo, ouvindo sua gargalhada, antes de beijá-la mais uma vez.
E lá fomos nós, fazer o que sabíamos fazer, da nossa maneira, com um misto de saudade e um sentimento ainda não descoberto.
- Como eu sentia sua falta. – falo, agarrando sua cintura e puxando-a para mais perto de meu corpo, apoiando sua cabeça em meu peito.
- Eu também sentia. – ela diz, beijando meu queixo. – Como você anda?
- Péssimo. Aquela delegacia está acabando comigo! – falo, suspirando em seguida. – E você?
- Eu estou vendo as coisas para a mudança. – ela diz, sorrindo de lado. – Iremos morar aqui, em Londres. Kabir conseguiu ficar para cuidar da empresa da família dele.
Bufo de raiva, ouvindo sua risada.
- Você quer mesmo falar dele? – indago, beijando seu pescoço.
Ela nega, me beijando mais uma vez, antes de se levantar e ir para o banheiro.
Enquanto ela toma seu banho, eu penso em como chegamos esse ponto. Ela havia traído o noivo dela! Aquilo, mesmo em qualquer circunstância, é proibido. E não poderá se repetir.
- Será que fica feio cancelar de última hora? – ela indaga saindo do banheiro com a toalha enrolada em seu corpo.
- O que? – indago e ela bufou.
- O casamento, né? – ela indaga. – Eu preciso falar o quanto antes.
- , você não pode fazer isso. – falo, e ela me fita com a sobrancelha arqueada. – Eu sei que ele gosta de você.
- Mas e você? Você me ama, não? – ela indaga, sentando-se na ponta da minha cama.
Fico pensativo por, no mínimo, dez segundos, antes de negar com a cabeça.
- Por que achou isso? – indago, sorrindo de lado.
- Você não fez isso. – ela diz, e eu dei de ombros.
Isso doí. E como doí.
- Você achou que eu iria namorar você? – indago. – Ele que a ama. Ele realmente te ama.
- E você me ama. E eu amo você. , eu não posso seguir com isso. – ela diz, vindo até a mim, beijando todo meu rosto. – Eu não quero Kabir. Nunca quis.
- Eu não posso, . Eu realmente não posso. – falo, levantando e caminhando para longe. – Ele é o cara certo para você. Eu não sou digno de nada.
- Você não está mesmo dizendo isso, . – ela diz, e vejo lágrimas escorrerem por suas bochechas.
- Eu estou, . Eu realmente estou dizendo isso. – falo, pegando minhas roupas no chão. – Agora, se me der licença, eu preciso tomar um banho.
E, antes que eu pudesse desistir de toda aquela ideia maluca que eu tentava seguir, entro no banheiro. Posso ouvir pegar suas coisas e sair dali, e em seguida a porta de entrada se fecha, e eu suspiro profundamente.
E foi assim que eu percebi que eu a amo verdadeiramente: deixando-a ser feliz com outro homem.




Fim?



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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