Capítulo Único
Eu nem acredito que já faz dez anos, já faz dez anos que eu não estaciono o carro aqui, nem vou até o refeitório comer e zoar com os amigos, nem passo pelo corredor dos armários, ou suo frio ao ouvir meu nome sendo chamado pela diretoria, no entanto, entrando nesse colégio agora, parece que tudo foi ontem, só então eu percebi o quanto o colégio me fez falta, para alguns o ensino médio é um pesadelo completo, para mim foi a melhor época da minha vida-
- ? Caramba! , cara! Você não mudou nada! - Ouvi uma voz conhecida, me virei e vi um dos meus antigos colegas de time, Jake, ele estava com o celular em uma mão e com outra em volta da cintura de uma mulher bonita-
- Posso dizer o mesmo de você Jake, ainda é o conquistador que eu conheci no colégio? - Perguntei rindo enquanto a gente se abraçava-
- Agora sou um homem comprometido, essa é minha esposa, Kate. - Disse ele apontando para a mulher, ela sorriu e me estendeu a mão-
- Ouvi muito falar de você, dos "anos de ouro" de vocês no colégio. - Disse ela, apertando minha mão-
- Anos de ouro, com certeza. - Concordei rindo-
- Vamos entrar logo, estou louco para ver se os outros conseguiram manter a forma ou se estão com barriga de chopp! - Disse Jake, me puxando pelo corredor junto com a esposa até o ginásio, na onde seria a "festa dos 10 anos", um dos antigos membros do conselho estudantil tinha organizado a reunião e mandado um e-mail pros antigos alunos da Jefferson, pelos carros no estacionamento lotado, uma boa parte dos alunos vieram, eu também estava ansioso pra ver como estavam os meus antigos colegas, acabei perdendo contato com todo mundo, com exceção do meu melhor amigo, Dave, eu realmente não via ninguém ali a dez anos-
- Aliás, cadê o Dave? Vocês dois pareciam duas bichas no colégio, aposto que devem estar grudados até hoje! - Disse Jake, enquanto atravessávamos o corredor até o ginásio-
- Atualmente nós temos um escritório de arquitetura juntos, ele é meu sócio, e já deve estar chegando, foi buscar a namorada antes de vir. - Expliquei-
- Puts, eu jurava que ia chegar aqui hoje e descobrir que vocês dois tinham de casado. - Disse Jake, fingindo estar decepcionado, eu me senti no colégio de novo, aquele tipo de piada idiota, eu tinha sentido falta daquilo, tudo naquele lugar me trazia uma imensa nostalgia, mas nada se comparava ao que eu vi quando Jake abriu as portas do ginásio, ela, , ela estava lá, dançando como uma louca, do jeitinho que eu me lembrava, ao que parece essa garota não tem jeito-
- Meu Deus, aquela é a ? Essa garota não muda mesmo, é maluca, hey! ! - Gritou Jake quando nós entramos, ela se virou para a gente e abriu um enorme sorriso, vindo correndo na nossa direção e se jogando nos braços do Jake-
- Aí meu Deus! JM! Eu não acredito! Você está igualzinho Jake Morris! - Disse ela, quando eles se separaram, e então olhou para mim, aquele olhar, eu tinha sentido falta dele-
- Ora, ora, veja só quem apareceu? Se não é meu ex preferido! Como vai, ? - Perguntou ela, ficando na ponta dos pés e me dando um beijo na bochecha, eu já tinha 28 anos, mas mesmo assim fiquei vermelho como um adolescente quando ela fez isso-
- A propósito, essa é minha esposa, Kate. - Disse Jake, cortando o momento reencontro e apontando pra Kate, desviou o olhar de mim por um minuto-
- Ah, então você é a louca do ensino médio? - Perguntou Kate rindo, deu risada e a cumprimentou com um beijo na bochecha-
- Essa sou eu! - Disse ela, fazendo uma reverência que arrancou uma gargalhada do Jake-
- Amor, quer beber alguma coisa? - Perguntou ele pra Kate-
- Vamos nessa. - Confirmou ela, ele puxou a esposa e se virou para mim, dizendo um "vai nessa" com os lábios sem emitir som, olhou para mim, mudando o peso de um pé por outro-
- Seria estranho se eu dissesse que você não mudou absolutamente nada? A não ser por essa ruguinha aqui, ela não existia dez anos atrás. - Disse ela, passando o indicador por uma linha de expressão na minha testa, eu ri-
- Muito estresse, mas você também não mudou nada, pelo menos não no geral. - Falei, a analisando, ela ainda era a mesma de quando namorávamos, os mesmos cabelos e , o mesmo rosto de boneca, parecia algo saído de alguma revista ou da TV, os mesmos olhos , o mesmo corpo de enlouquecer, mas agora ela estava com as pontas dos cabelos pintadas num degrade com rosa e roxo e uma tatuagem com uma rosa no pescoço-
- Hum, você quis dizer que eu continuo bonita como uma adolescente? Você é um doce ! - Disse, abrindo um sorriso-
- E isso aqui? Quando foi? - Perguntei, apontando para a tatuagem dela, ela ficou confusa por um segundo, então pareceu lembrar de alguma coisa-
- Ah, isso, as vezes eu esqueço que ela está aí, eu fiz faz uns dois meses, eu estava muito bêbada e algum idiota me disse que era sexy, então aqui está! - Disse, dando de ombros, ela continuava maluquinha do jeito que eu me lembrava - Já viu o pessoal do time? Eles estão perto das bebidas. - Disse, se virando e apontando para o grupo reunido, quando namorávamos eu tive o sentimento de que ela tinha roubado todos os meus amigos, mas eu amava aquilo, nunca tinha namorado uma garota que se desse tão bem com os caras, não até conhecer a -
- ! Não acredito! - Disse Jeff, outro dos meus colegas de time, ele sim tinha mudado, e muito, na época do colégio ele tinha um cabelo enorme, costumávamos brincar que ele era a garota da turma, mas agora ele estava careca-
- E aí cara! Para onde foi a cabeleira? - Perguntei quando ele veio me abraçar-
- Perguntei a mesma coisa cinco minutos atrás. - Disse , se apoiando na mesa de bebidas-
- A idade chega colega, a calvície também, faz parte. - Respondeu ele quando nos separamos, dando de ombros-
- E aí , trouxe a esposa para apresentar também? Por que o Morris aqui se deu bem! - Disse Alex, outro dos meus antigos colegas, percebi que olhou diretamente para mim, esperando minha resposta-
- Não foi dessa vez cara, sem esposa. - Falei-
- Curtindo a solteirice? - Perguntou Miles-
- Ainda não encontrei a pessoa certa. - Falei-
- Esse papo está chaaato! Cadê meu maninho hein ? Cadê o Dave? - Perguntou , fazendo biquinho, ela e o Dave se davam tão bem que tinham começado essa brincadeira de "maninho e maninha", eu nem sabia que ela ainda se lembrava disso-
- Falando no diabo. - Disse Jeff, apontando a cerveja para trás de mim, me virei e vi o Dave entrando com a Zoey, namorada dele-
- Dave! Quero meu abraço! - Gritou quando ele se aproximou, ele soltou a mão da Zoey e abriu os braços, se jogou em cima dele-
- Garota, você não muda? Ainda com essa carinha de dezessete? - Perguntou ele, quando colocou ela no chão-
- E o tamanho também. - Ressaltou Miles-
- Vai se ferrar Miles! E sim, eu continuo com carinha de adolescente por que cai na fonte da juventude! - Disse ela, fazendo uma pose e mandando beijinho-
- Zoey, essa é minha irmãzinha, . - Apresentou Jake-
- Ah, então você é a garota que roubou o coração do meu maninho? Cuida bem dele ou eu te jogo da Golden Gate! - Disse , fingindo uma cara de brava-
- Pode deixar. - Disse Zoey, abraçando o Dave de lado, nessa hora começou a tocar Kiss Me do Sixpence None The Richer, era a música que tinha tocado no baile de inverno de segundo ano, quando eu e nos beijamos pela primeira vez, então, no ano seguinte, quando namoramos, nós decidimos que essa era a nossa música, será que ela ainda lembrava?
- Não acredito! , é a nossa música! Vem, vamos dançar! - Disse ela me puxando, ela lembrava-
- Relembrando os velhos tempos! - Ouvi Alex gritando, mostrou o dedo para ele e continuou me puxando, até que paramos no meio da pista de dança, no meio de um monte de ex colegas que eu nem me lembrava, ela colocou minhas mãos na cintura dela e colocou as mãos nos meus ombros-
- Não sei por que invento de dançar, não sou boa nisso. - Disse ela brincando, enquanto tentava se mover no ritmo da música, ela simplesmente não conseguia se mover de maneira ritmada, o que me fez rir - Não ri de mim! Eu também não sabia dançar quando a gente se conheceu, e mesmo assim namorei o cobiçado o último ano inteiro. - Disse, piscando para mim-
- Você sempre foi autêntica, eu adorava isso. - Falei-
- Não adora mais? - Disse, inclinando um pouquinho a cabeça para o lado e me olhando com um jeitinho inocente-
- Não faz essa cara, sei muito bem que de inocente você não tem nada. - Falei-
- Hey! Que é isso cara? - Perguntou, me dando um tapinha - Meu Deus, só eu estou entediada? Eu quero ar livre, eu odiava ficar presa nessa merda de colégio dez anos atrás, e ainda odeio, vamos dar uma volta? - Perguntou-
- Eu meio que queria pegar o telefone do pessoal antes de sair, sabe? Para não perder contato. - Falei, ela riu e revirou os olhos-
- Você é um fresco mesmo, oh Dave! - Gritou ela, chamando não só a atenção do Dave, mas a da festa inteira - Anota o número de todo mundo para o fresquinho aqui! Nós vamos cair fora! - Gritou, Dave fez um joinha e ela começou a me puxar para fora, eu ri, essa garota não tem jeito, ela soltou minha mão e correu até o estacionamento, abrindo os braços e começando a girar, só então notei o que ela estava vestindo, um vestido preto de manga longa soltinho e coturnos, ela com certeza tinha mais estilo que muita garota por aí, e nem parecia ter se esforçado para isso-
- O que foi? Vai ficar aí me olhando ou vai aproveitar a noite comigo? - Perguntou ela colocando as mãos na cintura-
- Aproveitar a noite? - Perguntei, ela riu e veio até mim, me puxando pela mão-
- Qual desses é o seu carro? - Perguntou, olhando em volta, peguei a chave com a mão livre e apertei o botão, destravando o carro, ouvimos o alarme sonoro do carro destravando e ela arregalou os olhos, olhando para ele - Meu Deus, você ganhou na loteria? Esse carro é lindo! - Disse passando a mão pelo capô do carro, eu ri-
- Eu não ganhei na loteria, só trabalho . - Falei, ainda rindo-
- Eu também trabalho, mas ainda ando com aquela caranga ali. - Disse, apontando para a picape que ela já tinha na época do colégio - Você faz o que? Fábrica dinheiro?
- Sou arquiteto, tenho um escritório junto com o Dave. - Falei, indo até a porta do passageiro e a abrindo para ela-
- Nossa, isso da grana, muita grana. - Disse ela, entrando no carro, eu fechei a porta e dei a volta, entrando do lado do motorista e dando partida no carro logo depois de colocar o cinto-
- E então? Para onde a gente vai? - Perguntei, saindo do estacionamento do colégio, ela tirou um celular de dentro de um coturno, depois outro de dentro do outro, eu olhei assustado - Você tem dois celulares?!
- Eu vivo perdendo essas drogas, ter dois ajuda, se eu esqueço um, sempre tem o outro, mas o problema é que eu nunca sei em qual salvei o contato de alguma pessoa, então tenho que procurar nos dois. - Disse, mexendo nos dois ao mesmo tempo enquanto procurava o contato de sei lá quem-
- Com você tem que ser tudo em dobro né? - Perguntei, dando seta e virando na esquina do colégio-
- O que? - Perguntou, concentrada nos telefones-
- Dois celulares, dois tons de cabelo. - Expliquei, ela olhou para as pontas do próprio cabelo e riu-
- Eu não consegui me decidir sobre qual tom ficava melhor, então fiz com os dois. - Disse rindo-
- Você tem dois tons de tudo. - Falei, ela revirou os olhos e voltou a mexer no celular-
- Achei! Espera aí. - Disse, colocando um dos celulares de volta em um dos coturnos e apertando algo no outro e o colocando no ouvido - Kim? Oi! Ainda está rolando aquela festa? Agora eu estou afim, sim, é, tinha a reunião sim, mas estava entediante, eu estou com um amigo, tudo bem? Ótimo! Já estamos indo! - Falou ela e desligou o celular, o colocando de volta no outro coturno-
- Com quem você estava falando? - Perguntei-
- Com uma colega de trabalho, é aniversário dela, e nós vamos para lá, lembra da onde eu morava? A casa dele é a uma quadra de lá, vai até minha antiga casa que de lá eu te guio.
- Então você vai simplesmente aparecer na festa do nada com um desconhecido? - Perguntei-
- E o que tem? Com certeza ela não conhece metade das pessoas que estão naquela festa. - Disse, como se fosse normal, essa garota definitivamente não tem jeito, eu fui até a antiga casa dela e depois segui as instruções, parando na frente de uma casa comum, com muitos carros estacionados na frente e música muito alta vinda de dentro - Chegamos! Vamos nessa, baby! - Disse ela, saindo do carro, eu suspirei e fui também, ela me esperou dar a volta no carro e pegou minha mão, me puxando para dentro, assim que pisei na festa me senti um adolescente outra vez, pelo jeito essa é a noite da nostalgia, parecia uma festa adolescente, por que era mesmo, todo mundo ali não parecia ter mais de vinte anos, o que era estranho, onde a trabalhava? Pensei que a colega de trabalho dela, autora da festa, tivesse mais ou menos a idade dela, errei feio-
- ! Você veio! - Gritou uma garota loira saindo do meio do pessoal bêbado e dando um abraço na , ela abraçou de volta com a mão livre, ainda com a outra sem soltar a minha, a garota não parecia ter mais de vinte anos, como todo mundo na festa, era uma adolescente - Quem é esse gato? - Perguntou a garota, me analisando com o olhar, por um momento me perguntei se a roupa que eu estava, jeans e camisa social, eram adequados para uma festa como essa-
- Ah, esse daqui é o . - Disse , apontando para mim, a garota olhou para mim outra vez e então para minha mão entrelaçada na da -
- Qual é garota?! Eu pensei que você tivesse trazido um presente de aniversário para mim, mas pelo jeito o gostoso aí é só para você, então vai fundo, aproveita! Eu vou ver se não tem ninguém vomitando no meu quarto. - Disse a garota, nos deixando sozinhos no meio dos adolescentes bêbados e possivelmente chapados, dava para sentir o cheiro de maconha no ar-
- Gostoso? - Perguntei meio incrédulo pra , ela riu-
- Da um desconto, ela está bêbada e acabou de fazer dezenove anos, e você é gostoso. - Disse, eu ri-
- Sou é? - Perguntei, com um sorriso malicioso-
- Não é sobre o seu corpo, é só que implicações sociais são levadas para festas como está em que estamos, e socialmente falando, você é irremediavelmente gostoso . - Disse ela, devolvendo meu sorriso malicioso, eu ri-
- Eu gostaria de dizer que você mudou, mas você ainda é a mesma, sinto que a maconha está apodrecendo seu cérebro. - Falei, ela riu e me puxou pela mão, me levando até a parte de trás da casa, onde tinha uma piscina cheia de gente rindo e se pegando-
- Quem disse que eu ainda fumo maconha? - Perguntou ela, parando de andar e colocando a mão livre na cintura, eu levantei uma sobrancelha e ela revirou os olhos, ela não tinha mudado nada, e a julgar por essa festa, ela conhecer a dona e continuar maluca, ela com certeza ainda fuma maconha-
- Esquece, vem, vamos beber alguma coisa. - Disse, me puxando outra vez, parece que eu vou passar a noite toda sendo arrastado para lá e para cá, com ela é sempre assim, ela me puxou até um barril de cerveja e encheu dois copos de plástico, entregando um para mim, ela deu um gole e fez uma careta em seguida - Esquece, esse treco está quente, odeio cerveja quente. - Disse, pegando meu copo da minha mão e largando com o dela em uma mesa - Vamos dar o fora, me entediei. - Disse, indo em direção a saída da casa-
- , a gente chegou faz cinco minutos. - Falei, ela me puxou para fora e respirou aliviada quando saímos-
- Até parece que você não me conhece, eu me entedio rápido, só quis marcar presença pra Kim saber que eu vim, só isso já está ótimo! - Disse - Lembra daquele parque? Aquele que a gente usava para namorar no fim de semana? Me leva lá? - Pediu ela, fazendo biquinho, como eu ia negar um pedido para ela assim?
- Vamos. - Falei, ela sorriu e correu pro carro, eu entrei também e dei partida, indo em direção ao parque, não era muito longe dali, eu me lembrava perfeitamente do caminho, por mais estranho que possa parecer, parece que o tempo não passou, não parece que eu a vi pela última vez a dez anos, isso é tão... Estranho, ontem eu estava quebrando a cabeça com um projeto que tenho que entregar no próximo mês, e hoje aqui estou eu, voltando ao passado com a minha ex, assim que eu estacionei o carro ao lado do parque ela desceu e saiu correndo, eu desci e travei o carro-
- Me acha! - Gritou ela, eu ri, era uma brincadeira idiota que a gente fazia, brincar de esconde esconde como duas crianças - Me ache, pois eu nunca vou te encontrar, você é muito bom nisso! - Gritou ela de novo, eu ri e corri, seguindo o som da voz dela-
- Já sei na onde você está! - Gritei, ela sempre se escondia no mesmo lugar, no meio das árvores, quando cheguei perto ouvi o barulho dela tentando abafar a risada, certas coisas nunca mudam - Te achei! - Gritei, a abraçando por trás, ela deu um grito de susto e depois começou a rir-
- Preciso aprender esconderijos novos. - Disse ela, se recuperando da crise de riso-
- Sim, precisa. - Concordei, ela mostrou a língua e se soltou de mim, correndo até o lago do parque, apressei o passo e a segui, a noite era de lua cheia e ela estava refletindo no lago-
- Isso te lembra alguma coisa? - Perguntou ela, olhando para mim, eu olhei para ela de lado-
- Deveria? - Perguntei, ela me olhou indignada - Estou brincando, nossa primeira vez. - Lembrei, começou ali, nós nos beijamos olhando o lago em uma noite como aquela, e depois voltamos correndo a pé para casa dela e fizemos amor no quarto dela, foi a melhor noite da minha vida-
- Olha, eu tinha certeza que ir aquela bendita reunião e encontrar você ia bagunçar minha cabeça, mas foda-se, estou morta de vontade de fazer isso. - Disse ela, eu a olhei confusa-
- Do que você...? - Comecei, mas ela não me deixou terminar a pergunta, me interrompendo com um beijo, ela ficou na ponta dos pés e me puxou para ela, eu a agarrei pela cintura, de novo parecia que o tempo não tinha passado, embora o perfume dela agora fosse diferente, o beijo ainda era o mesmo, nós nos separamos, meio ofegantes, eu encostei a testa na dela-
- Você mora muito longe? - Perguntou ela, eu abri os olhos e me afastei um pouco-
- Não muito, por que? - Perguntei-
- Me leva para sua casa? Sem perguntas, só responde sim ou não. - Disse, me olhando séria, eu me afastei mais dela e lhe estendi a mão, ela sorriu-
- Vamos nessa. - Falei, sorrindo também, ela pegou minha mão e nós corremos pro meu carro, eu dei partida e fui rumo a minha casa, era no centro, mas considerando que já deve ter passado da meia noite com certeza o trânsito está tranquilo, vamos chegar lá em uns trinta minutos sem problemas, ela colocou o cinto e se abaixou pra pegar alguma coisa no coturno, então tirou um maço de cigarros amassado, pegando um e o acendendo com o isqueiro que estava dentro do mesmo, então ela colocou o maço no colo e abriu a janela do carro, dando uma tragada no cigarro e jogando a fumaça pra fora-
- Você guarda tudo no sapato? - Perguntei-
- Odeio bolsas, é mais prático. - Disse, dando de ombros - Quer? - Me ofereceu o cigarro, eu não fumava a uns três anos, mas hoje era a noite da nostalgia, não é?
- Benson? - Perguntei, me referindo a marca do cigarro, ela sorriu-
- Claro, sou uma garota de hábitos. - Disse, eu peguei o cigarro e dei uma tragada, devolvendo para ela em seguida, então soltei a fumaça, fumar depois de tanto tempo era estranho, mas pelo menos eu não comecei a tossir - Parece que você não é um cara de hábitos, digo, de aparência você continua o mesmo, mas seu jeito... você está tão sério. - Disse ela, dando outra tragada no cigarro enquanto olhava para fora pela janela-
- Eu não mudei tanto assim. - Falei, ela me olhou e riu-
- A julgar pela cara que você fez quando tragou o cigarro você não fuma mais, não tomou uma gota de álcool a noite inteira, não tomou a iniciativa de me beijar, está vestido como um mauricinho e não falou um palavrão a noite inteira, então você mudou , para caralho. - Disse, eu sorri sem graça-
- Eu ainda sou viciado em batata frita e Coca cola. - Falei, dando de ombros, ela caiu na gargalhada-
- Pelo menos uma coisa continua igual. - Disse ela, sorrindo para mim-
- Não só isso, eu ainda sou louco por você. - Falei, ela ficou séria de repente, então deu outra tragada no cigarro e olhou pela janela-
- Foi você quem foi embora. - Disse ela, eu suspirei, não queria que a conversa chegasse nesse ponto-
- Eu não fui embora, só fui fazer faculdade. - Justifiquei-
- Do outro lado do país! - Rebateu ela, jogando o cigarro pela janela e cruzando os braços-
- Mas eu voltei, eu não ia ficar fora para sempre . - Falei, ela suspirou e encostou a cabeça no banco, fechando os olhos-
- Claro, e enquanto você estava lá eu devia ficar aqui, trabalhando na mesma lanchonete de merda e te esperando? - Perguntou, eu olhei para ela-
- Você ainda trabalha naquela lanchonete? - Perguntei, ela começou a trabalhar como garçonete no verão do nosso último ano de colégio, não achei que ela continuasse trabalhando no mesmo lugar até hoje-
- E eu tinha opção? Você sabe muito bem que eu fui a garota problema do colégio, sempre me meti em brigas, fui pega com maconha, eu não tinha como ir para a faculdade. - Disse, eu suspirei-
- Você sempre foi inteligente. - Falei, ela acendeu outro cigarro e deu uma tragada-
- Média não supera ficha comportamental , quando vi que não ia conseguir bolsa eu quis continuar trabalhando para juntar grana para pagar a faculdade, mas tive que gastar tudo uns anos atrás em um tratamento de câncer para minha mãe, ela está legal, graças a Deus se curou, mas eu tive que começar a juntar tudo de novo, e bom, continuei na lanchonete. - Disse, ainda olhando pela janela enquanto dava outra tragada no cigarro-
- Eu não sabia. - Falei, nós estávamos quase chegando na minha casa-
- Não sinta pena de mim, odeio pena. - Disse, estendendo a mão que não estava com o cigarro para mim-
- Não estou com pena de você, eu só... - Comecei, ela estendeu a mão outra vez, me interrompendo-
- Não vamos falar disso ok? Você foi embora e eu fiquei, tudo bem, agora vamos viver a noite de hoje e esquecer o passado, você consegue ? - Perguntou, olhando para mim, eu sorri para ela-
- Consigo. - Falei, ela sorriu de volta-
- Ótimo. - Disse, se inclinando no banco e dando um beijo no meu pescoço, eu me arrepiei todo, tá aí uma coisa em mim que nunca mudava, as reações do meu corpo a ela, ela continuou fumando quieta o resto do caminho, eu senti a tensão crescendo a cada cigarro que ela jogava pela janela, eu não sabia exatamente o que ia acontecer no meu apartamento, se a gente ia continuar de onde paramos no parque ou se a discussão sobre o nosso término ia começar de novo, quando chegamos ao meu prédio ela olhou pela janela do carro, arregalando os olhos - Você mora nesse prédio?! - Perguntou ela sem acreditar-
- Eu ajudei a projetar, eu fazia estágio com o arquiteto que o projetou na faculdade. - Falei, entrando no estacionamento, ela me olhou boquiaberta, eu estacionei o carro e sai, dando a volta e abrindo a porta para ela, que ainda olhava em volta meio atordoada-
- Nunca vi tanto carro caro no mesmo estacionamento. - Disse, eu ri e travei o carro, estendendo a mão para ela-
- Vamos? - Perguntei, ela sorriu e largou o cigarro que estava na mão, pegando a minha e me seguindo até o elevador, eu apertei o botão do meu andar e nós continuamos quietos enquanto o elevador subia, quando a porta se abriu e a puxei para fora, indo até a porta do meu apartamento e pegando a chave certa no chaveiro, a enfiando na fechadura, quando abri a porta ela entrou na frente, olhando ao redor, eu entrei atrás e fechei a porta-
- Nossa. - Disse ela, simplesmente - Foi mal por estar reagindo assim, mas é que eu trabalho em uma lanchonete caralho, o máximo que eu consegui foi um apartamento duas vezes menor. - Disse rindo, eu ri com ela e larguei as chaves na mesinha perto da porta-
- Acontece, eu fiz a mesma cara quando ganhei o apartamento, o cara que projetou o prédio me deu como presente de formatura, eu era o "garoto prodígio" dele. - Falei, ela se virou para mim e sorriu-
- Então garoto prodígio, nós ainda temos o resto da noite, o que você quer fazer? - Perguntou, eu sorri para ela-
- Bom, eu não sei, talvez...
- Ah, quer saber, cala a boca e me beija! - Disse, me interrompendo e me puxando pra ela, me beijando em seguida, a boca dela ainda estava com o gosto do cigarro, aquilo era tão a cara dela, me lembrava de quando a gente se beijava no intervalo entre as aulas, depois de fugir pra fumar um ou dois cigarros, ela tomou impulso e colocou as pernas em volta da minha cintura, eu a segurei e fui andando em direção a bancada da cozinha, a colocando em sentada em cima dela, ela enlaçou as pernas na minha cintura com mais força, me trazendo pra mais perto dela, apertei uma mão na cintura dela enquanto a outra ia pros cabelos, a ajudando a aprofundar o beijo, depois de alguns segundos a gente se separou um pouquinho, ofegante - Eu sei que minha vida continua a bagunça de sempre, mesmo assim eu adoraria se você ficasse e fizesse parte dela, mas isso é simplesmente insano. - Disse na minha boca, eu sorri-
- Como você mesma disse, minha vida está muito correta, acho que eu preciso de um pouco de insanidade. - Falei, ela sorriu também e me beijou de novo, levando as mãos até os botões da minha camisa, ela desabotoou todos eles e eu tirei as mãos do corpo dela, a deixando tirar a peça de mim, depois ela passou os dedos na minha barriga, mordendo o lábio-
- Você continua gostoso do jeito que eu me lembro. - Disse, sorrindo, eu a puxei de volta para mim, colocando minhas mãos na barra do vestido dela, ela me ajudou a tirá-lo e me puxou de novo para ela - Senti falta da sua pele encostando na minha. - Disse no meu ouvido, naquele momento eu enlouqueci, a peguei no colo e fui para o meu quarto, o resto das nossas roupas ficaram perdidas no caminho, quando entramos no quarto eu empurrei a porta com o pé, ainda sem solta-la, e fui até a cama, a colocando lá com cuidado - Seria estranho dizer que eu fantasiei essa noite acabando exatamente assim? - Perguntou enquanto eu subia em cima dela, eu sorri-
- Cala a boca e me beija. - Falei, repetindo a frase dela, ela sorriu e me beijou, colocando as pernas em volta da minha cintura outra vez, eu apertei a coxa dela, como eu tinha sentido falta disso, de tudo isso...
...
Acordei com o sol batendo na minha cara, esqueci de fechar a cortina de novo... Olhei ao redor e as lembranças da noite anterior começaram a voltar, olhei pra varanda e vi a lá, com a camisa que eu estava ontem a noite e o que parecia ser um baseado na mão, eu sei que isso pode não ser sexy pra muita gente, mas pra mim era, aquela era minha perfeita definição de sexy, eu procurei minha boxer no quarto e a vesti, indo até a varando e abraçando a por trás, ela deu um pulinho de susto, eu ri-
- Maconha? - Perguntei, beijando a tatuagem no pescoço dela, ela soltou a fumaça e se virou para mim-
- Que foi? É medicinal. - Se justificou, colocando os braços ao redor do meu pescoço, eu ri e neguei com a cabeça-
- Você não tem jeito . - Falei, ela riu e me beijou, ela definitivamente é uma bagunça, mas quem sabe eu precise de um pouco de bagunça na minha vida?
- ? Caramba! , cara! Você não mudou nada! - Ouvi uma voz conhecida, me virei e vi um dos meus antigos colegas de time, Jake, ele estava com o celular em uma mão e com outra em volta da cintura de uma mulher bonita-
- Posso dizer o mesmo de você Jake, ainda é o conquistador que eu conheci no colégio? - Perguntei rindo enquanto a gente se abraçava-
- Agora sou um homem comprometido, essa é minha esposa, Kate. - Disse ele apontando para a mulher, ela sorriu e me estendeu a mão-
- Ouvi muito falar de você, dos "anos de ouro" de vocês no colégio. - Disse ela, apertando minha mão-
- Anos de ouro, com certeza. - Concordei rindo-
- Vamos entrar logo, estou louco para ver se os outros conseguiram manter a forma ou se estão com barriga de chopp! - Disse Jake, me puxando pelo corredor junto com a esposa até o ginásio, na onde seria a "festa dos 10 anos", um dos antigos membros do conselho estudantil tinha organizado a reunião e mandado um e-mail pros antigos alunos da Jefferson, pelos carros no estacionamento lotado, uma boa parte dos alunos vieram, eu também estava ansioso pra ver como estavam os meus antigos colegas, acabei perdendo contato com todo mundo, com exceção do meu melhor amigo, Dave, eu realmente não via ninguém ali a dez anos-
- Aliás, cadê o Dave? Vocês dois pareciam duas bichas no colégio, aposto que devem estar grudados até hoje! - Disse Jake, enquanto atravessávamos o corredor até o ginásio-
- Atualmente nós temos um escritório de arquitetura juntos, ele é meu sócio, e já deve estar chegando, foi buscar a namorada antes de vir. - Expliquei-
- Puts, eu jurava que ia chegar aqui hoje e descobrir que vocês dois tinham de casado. - Disse Jake, fingindo estar decepcionado, eu me senti no colégio de novo, aquele tipo de piada idiota, eu tinha sentido falta daquilo, tudo naquele lugar me trazia uma imensa nostalgia, mas nada se comparava ao que eu vi quando Jake abriu as portas do ginásio, ela, , ela estava lá, dançando como uma louca, do jeitinho que eu me lembrava, ao que parece essa garota não tem jeito-
- Meu Deus, aquela é a ? Essa garota não muda mesmo, é maluca, hey! ! - Gritou Jake quando nós entramos, ela se virou para a gente e abriu um enorme sorriso, vindo correndo na nossa direção e se jogando nos braços do Jake-
- Aí meu Deus! JM! Eu não acredito! Você está igualzinho Jake Morris! - Disse ela, quando eles se separaram, e então olhou para mim, aquele olhar, eu tinha sentido falta dele-
- Ora, ora, veja só quem apareceu? Se não é meu ex preferido! Como vai, ? - Perguntou ela, ficando na ponta dos pés e me dando um beijo na bochecha, eu já tinha 28 anos, mas mesmo assim fiquei vermelho como um adolescente quando ela fez isso-
- A propósito, essa é minha esposa, Kate. - Disse Jake, cortando o momento reencontro e apontando pra Kate, desviou o olhar de mim por um minuto-
- Ah, então você é a louca do ensino médio? - Perguntou Kate rindo, deu risada e a cumprimentou com um beijo na bochecha-
- Essa sou eu! - Disse ela, fazendo uma reverência que arrancou uma gargalhada do Jake-
- Amor, quer beber alguma coisa? - Perguntou ele pra Kate-
- Vamos nessa. - Confirmou ela, ele puxou a esposa e se virou para mim, dizendo um "vai nessa" com os lábios sem emitir som, olhou para mim, mudando o peso de um pé por outro-
- Seria estranho se eu dissesse que você não mudou absolutamente nada? A não ser por essa ruguinha aqui, ela não existia dez anos atrás. - Disse ela, passando o indicador por uma linha de expressão na minha testa, eu ri-
- Muito estresse, mas você também não mudou nada, pelo menos não no geral. - Falei, a analisando, ela ainda era a mesma de quando namorávamos, os mesmos cabelos e , o mesmo rosto de boneca, parecia algo saído de alguma revista ou da TV, os mesmos olhos , o mesmo corpo de enlouquecer, mas agora ela estava com as pontas dos cabelos pintadas num degrade com rosa e roxo e uma tatuagem com uma rosa no pescoço-
- Hum, você quis dizer que eu continuo bonita como uma adolescente? Você é um doce ! - Disse, abrindo um sorriso-
- E isso aqui? Quando foi? - Perguntei, apontando para a tatuagem dela, ela ficou confusa por um segundo, então pareceu lembrar de alguma coisa-
- Ah, isso, as vezes eu esqueço que ela está aí, eu fiz faz uns dois meses, eu estava muito bêbada e algum idiota me disse que era sexy, então aqui está! - Disse, dando de ombros, ela continuava maluquinha do jeito que eu me lembrava - Já viu o pessoal do time? Eles estão perto das bebidas. - Disse, se virando e apontando para o grupo reunido, quando namorávamos eu tive o sentimento de que ela tinha roubado todos os meus amigos, mas eu amava aquilo, nunca tinha namorado uma garota que se desse tão bem com os caras, não até conhecer a -
- ! Não acredito! - Disse Jeff, outro dos meus colegas de time, ele sim tinha mudado, e muito, na época do colégio ele tinha um cabelo enorme, costumávamos brincar que ele era a garota da turma, mas agora ele estava careca-
- E aí cara! Para onde foi a cabeleira? - Perguntei quando ele veio me abraçar-
- Perguntei a mesma coisa cinco minutos atrás. - Disse , se apoiando na mesa de bebidas-
- A idade chega colega, a calvície também, faz parte. - Respondeu ele quando nos separamos, dando de ombros-
- E aí , trouxe a esposa para apresentar também? Por que o Morris aqui se deu bem! - Disse Alex, outro dos meus antigos colegas, percebi que olhou diretamente para mim, esperando minha resposta-
- Não foi dessa vez cara, sem esposa. - Falei-
- Curtindo a solteirice? - Perguntou Miles-
- Ainda não encontrei a pessoa certa. - Falei-
- Esse papo está chaaato! Cadê meu maninho hein ? Cadê o Dave? - Perguntou , fazendo biquinho, ela e o Dave se davam tão bem que tinham começado essa brincadeira de "maninho e maninha", eu nem sabia que ela ainda se lembrava disso-
- Falando no diabo. - Disse Jeff, apontando a cerveja para trás de mim, me virei e vi o Dave entrando com a Zoey, namorada dele-
- Dave! Quero meu abraço! - Gritou quando ele se aproximou, ele soltou a mão da Zoey e abriu os braços, se jogou em cima dele-
- Garota, você não muda? Ainda com essa carinha de dezessete? - Perguntou ele, quando colocou ela no chão-
- E o tamanho também. - Ressaltou Miles-
- Vai se ferrar Miles! E sim, eu continuo com carinha de adolescente por que cai na fonte da juventude! - Disse ela, fazendo uma pose e mandando beijinho-
- Zoey, essa é minha irmãzinha, . - Apresentou Jake-
- Ah, então você é a garota que roubou o coração do meu maninho? Cuida bem dele ou eu te jogo da Golden Gate! - Disse , fingindo uma cara de brava-
- Pode deixar. - Disse Zoey, abraçando o Dave de lado, nessa hora começou a tocar Kiss Me do Sixpence None The Richer, era a música que tinha tocado no baile de inverno de segundo ano, quando eu e nos beijamos pela primeira vez, então, no ano seguinte, quando namoramos, nós decidimos que essa era a nossa música, será que ela ainda lembrava?
- Não acredito! , é a nossa música! Vem, vamos dançar! - Disse ela me puxando, ela lembrava-
- Relembrando os velhos tempos! - Ouvi Alex gritando, mostrou o dedo para ele e continuou me puxando, até que paramos no meio da pista de dança, no meio de um monte de ex colegas que eu nem me lembrava, ela colocou minhas mãos na cintura dela e colocou as mãos nos meus ombros-
- Não sei por que invento de dançar, não sou boa nisso. - Disse ela brincando, enquanto tentava se mover no ritmo da música, ela simplesmente não conseguia se mover de maneira ritmada, o que me fez rir - Não ri de mim! Eu também não sabia dançar quando a gente se conheceu, e mesmo assim namorei o cobiçado o último ano inteiro. - Disse, piscando para mim-
- Você sempre foi autêntica, eu adorava isso. - Falei-
- Não adora mais? - Disse, inclinando um pouquinho a cabeça para o lado e me olhando com um jeitinho inocente-
- Não faz essa cara, sei muito bem que de inocente você não tem nada. - Falei-
- Hey! Que é isso cara? - Perguntou, me dando um tapinha - Meu Deus, só eu estou entediada? Eu quero ar livre, eu odiava ficar presa nessa merda de colégio dez anos atrás, e ainda odeio, vamos dar uma volta? - Perguntou-
- Eu meio que queria pegar o telefone do pessoal antes de sair, sabe? Para não perder contato. - Falei, ela riu e revirou os olhos-
- Você é um fresco mesmo, oh Dave! - Gritou ela, chamando não só a atenção do Dave, mas a da festa inteira - Anota o número de todo mundo para o fresquinho aqui! Nós vamos cair fora! - Gritou, Dave fez um joinha e ela começou a me puxar para fora, eu ri, essa garota não tem jeito, ela soltou minha mão e correu até o estacionamento, abrindo os braços e começando a girar, só então notei o que ela estava vestindo, um vestido preto de manga longa soltinho e coturnos, ela com certeza tinha mais estilo que muita garota por aí, e nem parecia ter se esforçado para isso-
- O que foi? Vai ficar aí me olhando ou vai aproveitar a noite comigo? - Perguntou ela colocando as mãos na cintura-
- Aproveitar a noite? - Perguntei, ela riu e veio até mim, me puxando pela mão-
- Qual desses é o seu carro? - Perguntou, olhando em volta, peguei a chave com a mão livre e apertei o botão, destravando o carro, ouvimos o alarme sonoro do carro destravando e ela arregalou os olhos, olhando para ele - Meu Deus, você ganhou na loteria? Esse carro é lindo! - Disse passando a mão pelo capô do carro, eu ri-
- Eu não ganhei na loteria, só trabalho . - Falei, ainda rindo-
- Eu também trabalho, mas ainda ando com aquela caranga ali. - Disse, apontando para a picape que ela já tinha na época do colégio - Você faz o que? Fábrica dinheiro?
- Sou arquiteto, tenho um escritório junto com o Dave. - Falei, indo até a porta do passageiro e a abrindo para ela-
- Nossa, isso da grana, muita grana. - Disse ela, entrando no carro, eu fechei a porta e dei a volta, entrando do lado do motorista e dando partida no carro logo depois de colocar o cinto-
- E então? Para onde a gente vai? - Perguntei, saindo do estacionamento do colégio, ela tirou um celular de dentro de um coturno, depois outro de dentro do outro, eu olhei assustado - Você tem dois celulares?!
- Eu vivo perdendo essas drogas, ter dois ajuda, se eu esqueço um, sempre tem o outro, mas o problema é que eu nunca sei em qual salvei o contato de alguma pessoa, então tenho que procurar nos dois. - Disse, mexendo nos dois ao mesmo tempo enquanto procurava o contato de sei lá quem-
- Com você tem que ser tudo em dobro né? - Perguntei, dando seta e virando na esquina do colégio-
- O que? - Perguntou, concentrada nos telefones-
- Dois celulares, dois tons de cabelo. - Expliquei, ela olhou para as pontas do próprio cabelo e riu-
- Eu não consegui me decidir sobre qual tom ficava melhor, então fiz com os dois. - Disse rindo-
- Você tem dois tons de tudo. - Falei, ela revirou os olhos e voltou a mexer no celular-
- Achei! Espera aí. - Disse, colocando um dos celulares de volta em um dos coturnos e apertando algo no outro e o colocando no ouvido - Kim? Oi! Ainda está rolando aquela festa? Agora eu estou afim, sim, é, tinha a reunião sim, mas estava entediante, eu estou com um amigo, tudo bem? Ótimo! Já estamos indo! - Falou ela e desligou o celular, o colocando de volta no outro coturno-
- Com quem você estava falando? - Perguntei-
- Com uma colega de trabalho, é aniversário dela, e nós vamos para lá, lembra da onde eu morava? A casa dele é a uma quadra de lá, vai até minha antiga casa que de lá eu te guio.
- Então você vai simplesmente aparecer na festa do nada com um desconhecido? - Perguntei-
- E o que tem? Com certeza ela não conhece metade das pessoas que estão naquela festa. - Disse, como se fosse normal, essa garota definitivamente não tem jeito, eu fui até a antiga casa dela e depois segui as instruções, parando na frente de uma casa comum, com muitos carros estacionados na frente e música muito alta vinda de dentro - Chegamos! Vamos nessa, baby! - Disse ela, saindo do carro, eu suspirei e fui também, ela me esperou dar a volta no carro e pegou minha mão, me puxando para dentro, assim que pisei na festa me senti um adolescente outra vez, pelo jeito essa é a noite da nostalgia, parecia uma festa adolescente, por que era mesmo, todo mundo ali não parecia ter mais de vinte anos, o que era estranho, onde a trabalhava? Pensei que a colega de trabalho dela, autora da festa, tivesse mais ou menos a idade dela, errei feio-
- ! Você veio! - Gritou uma garota loira saindo do meio do pessoal bêbado e dando um abraço na , ela abraçou de volta com a mão livre, ainda com a outra sem soltar a minha, a garota não parecia ter mais de vinte anos, como todo mundo na festa, era uma adolescente - Quem é esse gato? - Perguntou a garota, me analisando com o olhar, por um momento me perguntei se a roupa que eu estava, jeans e camisa social, eram adequados para uma festa como essa-
- Ah, esse daqui é o . - Disse , apontando para mim, a garota olhou para mim outra vez e então para minha mão entrelaçada na da -
- Qual é garota?! Eu pensei que você tivesse trazido um presente de aniversário para mim, mas pelo jeito o gostoso aí é só para você, então vai fundo, aproveita! Eu vou ver se não tem ninguém vomitando no meu quarto. - Disse a garota, nos deixando sozinhos no meio dos adolescentes bêbados e possivelmente chapados, dava para sentir o cheiro de maconha no ar-
- Gostoso? - Perguntei meio incrédulo pra , ela riu-
- Da um desconto, ela está bêbada e acabou de fazer dezenove anos, e você é gostoso. - Disse, eu ri-
- Sou é? - Perguntei, com um sorriso malicioso-
- Não é sobre o seu corpo, é só que implicações sociais são levadas para festas como está em que estamos, e socialmente falando, você é irremediavelmente gostoso . - Disse ela, devolvendo meu sorriso malicioso, eu ri-
- Eu gostaria de dizer que você mudou, mas você ainda é a mesma, sinto que a maconha está apodrecendo seu cérebro. - Falei, ela riu e me puxou pela mão, me levando até a parte de trás da casa, onde tinha uma piscina cheia de gente rindo e se pegando-
- Quem disse que eu ainda fumo maconha? - Perguntou ela, parando de andar e colocando a mão livre na cintura, eu levantei uma sobrancelha e ela revirou os olhos, ela não tinha mudado nada, e a julgar por essa festa, ela conhecer a dona e continuar maluca, ela com certeza ainda fuma maconha-
- Esquece, vem, vamos beber alguma coisa. - Disse, me puxando outra vez, parece que eu vou passar a noite toda sendo arrastado para lá e para cá, com ela é sempre assim, ela me puxou até um barril de cerveja e encheu dois copos de plástico, entregando um para mim, ela deu um gole e fez uma careta em seguida - Esquece, esse treco está quente, odeio cerveja quente. - Disse, pegando meu copo da minha mão e largando com o dela em uma mesa - Vamos dar o fora, me entediei. - Disse, indo em direção a saída da casa-
- , a gente chegou faz cinco minutos. - Falei, ela me puxou para fora e respirou aliviada quando saímos-
- Até parece que você não me conhece, eu me entedio rápido, só quis marcar presença pra Kim saber que eu vim, só isso já está ótimo! - Disse - Lembra daquele parque? Aquele que a gente usava para namorar no fim de semana? Me leva lá? - Pediu ela, fazendo biquinho, como eu ia negar um pedido para ela assim?
- Vamos. - Falei, ela sorriu e correu pro carro, eu entrei também e dei partida, indo em direção ao parque, não era muito longe dali, eu me lembrava perfeitamente do caminho, por mais estranho que possa parecer, parece que o tempo não passou, não parece que eu a vi pela última vez a dez anos, isso é tão... Estranho, ontem eu estava quebrando a cabeça com um projeto que tenho que entregar no próximo mês, e hoje aqui estou eu, voltando ao passado com a minha ex, assim que eu estacionei o carro ao lado do parque ela desceu e saiu correndo, eu desci e travei o carro-
- Me acha! - Gritou ela, eu ri, era uma brincadeira idiota que a gente fazia, brincar de esconde esconde como duas crianças - Me ache, pois eu nunca vou te encontrar, você é muito bom nisso! - Gritou ela de novo, eu ri e corri, seguindo o som da voz dela-
- Já sei na onde você está! - Gritei, ela sempre se escondia no mesmo lugar, no meio das árvores, quando cheguei perto ouvi o barulho dela tentando abafar a risada, certas coisas nunca mudam - Te achei! - Gritei, a abraçando por trás, ela deu um grito de susto e depois começou a rir-
- Preciso aprender esconderijos novos. - Disse ela, se recuperando da crise de riso-
- Sim, precisa. - Concordei, ela mostrou a língua e se soltou de mim, correndo até o lago do parque, apressei o passo e a segui, a noite era de lua cheia e ela estava refletindo no lago-
- Isso te lembra alguma coisa? - Perguntou ela, olhando para mim, eu olhei para ela de lado-
- Deveria? - Perguntei, ela me olhou indignada - Estou brincando, nossa primeira vez. - Lembrei, começou ali, nós nos beijamos olhando o lago em uma noite como aquela, e depois voltamos correndo a pé para casa dela e fizemos amor no quarto dela, foi a melhor noite da minha vida-
- Olha, eu tinha certeza que ir aquela bendita reunião e encontrar você ia bagunçar minha cabeça, mas foda-se, estou morta de vontade de fazer isso. - Disse ela, eu a olhei confusa-
- Do que você...? - Comecei, mas ela não me deixou terminar a pergunta, me interrompendo com um beijo, ela ficou na ponta dos pés e me puxou para ela, eu a agarrei pela cintura, de novo parecia que o tempo não tinha passado, embora o perfume dela agora fosse diferente, o beijo ainda era o mesmo, nós nos separamos, meio ofegantes, eu encostei a testa na dela-
- Você mora muito longe? - Perguntou ela, eu abri os olhos e me afastei um pouco-
- Não muito, por que? - Perguntei-
- Me leva para sua casa? Sem perguntas, só responde sim ou não. - Disse, me olhando séria, eu me afastei mais dela e lhe estendi a mão, ela sorriu-
- Vamos nessa. - Falei, sorrindo também, ela pegou minha mão e nós corremos pro meu carro, eu dei partida e fui rumo a minha casa, era no centro, mas considerando que já deve ter passado da meia noite com certeza o trânsito está tranquilo, vamos chegar lá em uns trinta minutos sem problemas, ela colocou o cinto e se abaixou pra pegar alguma coisa no coturno, então tirou um maço de cigarros amassado, pegando um e o acendendo com o isqueiro que estava dentro do mesmo, então ela colocou o maço no colo e abriu a janela do carro, dando uma tragada no cigarro e jogando a fumaça pra fora-
- Você guarda tudo no sapato? - Perguntei-
- Odeio bolsas, é mais prático. - Disse, dando de ombros - Quer? - Me ofereceu o cigarro, eu não fumava a uns três anos, mas hoje era a noite da nostalgia, não é?
- Benson? - Perguntei, me referindo a marca do cigarro, ela sorriu-
- Claro, sou uma garota de hábitos. - Disse, eu peguei o cigarro e dei uma tragada, devolvendo para ela em seguida, então soltei a fumaça, fumar depois de tanto tempo era estranho, mas pelo menos eu não comecei a tossir - Parece que você não é um cara de hábitos, digo, de aparência você continua o mesmo, mas seu jeito... você está tão sério. - Disse ela, dando outra tragada no cigarro enquanto olhava para fora pela janela-
- Eu não mudei tanto assim. - Falei, ela me olhou e riu-
- A julgar pela cara que você fez quando tragou o cigarro você não fuma mais, não tomou uma gota de álcool a noite inteira, não tomou a iniciativa de me beijar, está vestido como um mauricinho e não falou um palavrão a noite inteira, então você mudou , para caralho. - Disse, eu sorri sem graça-
- Eu ainda sou viciado em batata frita e Coca cola. - Falei, dando de ombros, ela caiu na gargalhada-
- Pelo menos uma coisa continua igual. - Disse ela, sorrindo para mim-
- Não só isso, eu ainda sou louco por você. - Falei, ela ficou séria de repente, então deu outra tragada no cigarro e olhou pela janela-
- Foi você quem foi embora. - Disse ela, eu suspirei, não queria que a conversa chegasse nesse ponto-
- Eu não fui embora, só fui fazer faculdade. - Justifiquei-
- Do outro lado do país! - Rebateu ela, jogando o cigarro pela janela e cruzando os braços-
- Mas eu voltei, eu não ia ficar fora para sempre . - Falei, ela suspirou e encostou a cabeça no banco, fechando os olhos-
- Claro, e enquanto você estava lá eu devia ficar aqui, trabalhando na mesma lanchonete de merda e te esperando? - Perguntou, eu olhei para ela-
- Você ainda trabalha naquela lanchonete? - Perguntei, ela começou a trabalhar como garçonete no verão do nosso último ano de colégio, não achei que ela continuasse trabalhando no mesmo lugar até hoje-
- E eu tinha opção? Você sabe muito bem que eu fui a garota problema do colégio, sempre me meti em brigas, fui pega com maconha, eu não tinha como ir para a faculdade. - Disse, eu suspirei-
- Você sempre foi inteligente. - Falei, ela acendeu outro cigarro e deu uma tragada-
- Média não supera ficha comportamental , quando vi que não ia conseguir bolsa eu quis continuar trabalhando para juntar grana para pagar a faculdade, mas tive que gastar tudo uns anos atrás em um tratamento de câncer para minha mãe, ela está legal, graças a Deus se curou, mas eu tive que começar a juntar tudo de novo, e bom, continuei na lanchonete. - Disse, ainda olhando pela janela enquanto dava outra tragada no cigarro-
- Eu não sabia. - Falei, nós estávamos quase chegando na minha casa-
- Não sinta pena de mim, odeio pena. - Disse, estendendo a mão que não estava com o cigarro para mim-
- Não estou com pena de você, eu só... - Comecei, ela estendeu a mão outra vez, me interrompendo-
- Não vamos falar disso ok? Você foi embora e eu fiquei, tudo bem, agora vamos viver a noite de hoje e esquecer o passado, você consegue ? - Perguntou, olhando para mim, eu sorri para ela-
- Consigo. - Falei, ela sorriu de volta-
- Ótimo. - Disse, se inclinando no banco e dando um beijo no meu pescoço, eu me arrepiei todo, tá aí uma coisa em mim que nunca mudava, as reações do meu corpo a ela, ela continuou fumando quieta o resto do caminho, eu senti a tensão crescendo a cada cigarro que ela jogava pela janela, eu não sabia exatamente o que ia acontecer no meu apartamento, se a gente ia continuar de onde paramos no parque ou se a discussão sobre o nosso término ia começar de novo, quando chegamos ao meu prédio ela olhou pela janela do carro, arregalando os olhos - Você mora nesse prédio?! - Perguntou ela sem acreditar-
- Eu ajudei a projetar, eu fazia estágio com o arquiteto que o projetou na faculdade. - Falei, entrando no estacionamento, ela me olhou boquiaberta, eu estacionei o carro e sai, dando a volta e abrindo a porta para ela, que ainda olhava em volta meio atordoada-
- Nunca vi tanto carro caro no mesmo estacionamento. - Disse, eu ri e travei o carro, estendendo a mão para ela-
- Vamos? - Perguntei, ela sorriu e largou o cigarro que estava na mão, pegando a minha e me seguindo até o elevador, eu apertei o botão do meu andar e nós continuamos quietos enquanto o elevador subia, quando a porta se abriu e a puxei para fora, indo até a porta do meu apartamento e pegando a chave certa no chaveiro, a enfiando na fechadura, quando abri a porta ela entrou na frente, olhando ao redor, eu entrei atrás e fechei a porta-
- Nossa. - Disse ela, simplesmente - Foi mal por estar reagindo assim, mas é que eu trabalho em uma lanchonete caralho, o máximo que eu consegui foi um apartamento duas vezes menor. - Disse rindo, eu ri com ela e larguei as chaves na mesinha perto da porta-
- Acontece, eu fiz a mesma cara quando ganhei o apartamento, o cara que projetou o prédio me deu como presente de formatura, eu era o "garoto prodígio" dele. - Falei, ela se virou para mim e sorriu-
- Então garoto prodígio, nós ainda temos o resto da noite, o que você quer fazer? - Perguntou, eu sorri para ela-
- Bom, eu não sei, talvez...
- Ah, quer saber, cala a boca e me beija! - Disse, me interrompendo e me puxando pra ela, me beijando em seguida, a boca dela ainda estava com o gosto do cigarro, aquilo era tão a cara dela, me lembrava de quando a gente se beijava no intervalo entre as aulas, depois de fugir pra fumar um ou dois cigarros, ela tomou impulso e colocou as pernas em volta da minha cintura, eu a segurei e fui andando em direção a bancada da cozinha, a colocando em sentada em cima dela, ela enlaçou as pernas na minha cintura com mais força, me trazendo pra mais perto dela, apertei uma mão na cintura dela enquanto a outra ia pros cabelos, a ajudando a aprofundar o beijo, depois de alguns segundos a gente se separou um pouquinho, ofegante - Eu sei que minha vida continua a bagunça de sempre, mesmo assim eu adoraria se você ficasse e fizesse parte dela, mas isso é simplesmente insano. - Disse na minha boca, eu sorri-
- Como você mesma disse, minha vida está muito correta, acho que eu preciso de um pouco de insanidade. - Falei, ela sorriu também e me beijou de novo, levando as mãos até os botões da minha camisa, ela desabotoou todos eles e eu tirei as mãos do corpo dela, a deixando tirar a peça de mim, depois ela passou os dedos na minha barriga, mordendo o lábio-
- Você continua gostoso do jeito que eu me lembro. - Disse, sorrindo, eu a puxei de volta para mim, colocando minhas mãos na barra do vestido dela, ela me ajudou a tirá-lo e me puxou de novo para ela - Senti falta da sua pele encostando na minha. - Disse no meu ouvido, naquele momento eu enlouqueci, a peguei no colo e fui para o meu quarto, o resto das nossas roupas ficaram perdidas no caminho, quando entramos no quarto eu empurrei a porta com o pé, ainda sem solta-la, e fui até a cama, a colocando lá com cuidado - Seria estranho dizer que eu fantasiei essa noite acabando exatamente assim? - Perguntou enquanto eu subia em cima dela, eu sorri-
- Cala a boca e me beija. - Falei, repetindo a frase dela, ela sorriu e me beijou, colocando as pernas em volta da minha cintura outra vez, eu apertei a coxa dela, como eu tinha sentido falta disso, de tudo isso...
...
Acordei com o sol batendo na minha cara, esqueci de fechar a cortina de novo... Olhei ao redor e as lembranças da noite anterior começaram a voltar, olhei pra varanda e vi a lá, com a camisa que eu estava ontem a noite e o que parecia ser um baseado na mão, eu sei que isso pode não ser sexy pra muita gente, mas pra mim era, aquela era minha perfeita definição de sexy, eu procurei minha boxer no quarto e a vesti, indo até a varando e abraçando a por trás, ela deu um pulinho de susto, eu ri-
- Maconha? - Perguntei, beijando a tatuagem no pescoço dela, ela soltou a fumaça e se virou para mim-
- Que foi? É medicinal. - Se justificou, colocando os braços ao redor do meu pescoço, eu ri e neguei com a cabeça-
- Você não tem jeito . - Falei, ela riu e me beijou, ela definitivamente é uma bagunça, mas quem sabe eu precise de um pouco de bagunça na minha vida?
Fim
Nota da autora: Oi amores! E aí? Gostaram da história? Quando eu vi essa música eu soube que tinha que fazer uma fanfic com ela, logo as ideias vieram e tudo deu no que vocês acabaram de ler, espero que tenham curtido hahah! Até a próxima!
Outras Fanfics:
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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