Somebody to Love
Finalizada em: 29/06/2018

Capítulo Único

, por favor, eu preciso de você aqui na área de raios X. É urgente.”
A voz de ecoava nos altos falantes que eram distribuídos a cada um da equipe hospitalar. Suspirei, jogando o pacote de torradas no lixo comum e olhando para , que mexia no celular, concentrada demais em algum de seus inúmeros joguinhos para passar o tempo.
- Precisamos ir para a área de radiologia. – falo, tirando seus pés de cima da mesa.
- Você que precisa ir. Eles chamaram , não . – ela diz, ajeitando seus óculos de grau no rosto.
- Somos uma dupla imbatível, esqueceu? – indago, colocando minhas mãos em minha cintura.
- Eu sei que somos, mas eles não me chamaram. – ela diz novamente, dando de ombros logo em seguida. Bufei, percebendo que insistir naquilo era totalmente um erro e uma perda de tempo, saindo da enfermaria e caminhando pelos corredores até a área de radiologia, que ficava no terceiro andar.
O hospital estava lotado, até demais para uma madrugada. Todas as pessoas estavam com celulares, espremendo-se entre si por alguma coisa que eu não sabia exatamente o que era. Será que tem alguém famoso aqui?
Quando abro a porta da sala de radiologia, estava ali. Ele estava anotando algumas coisas em uma prancheta, enquanto conversava com Noora, a chefe de enfermagem.
- Vazaram que ele está aqui. Alguém vazou. – Noora diz, suspirando em seguida. – Precisamos fazer algo para que ele possa sair daqui em segurança e sem ser incomodado.
- O que aconteceu? – indago, colocando as minhas luvas.
- Veja com seus próprios olhos. – diz, me fazendo abrir a porta que dava para a área onde fazíamos raios x, quase caindo para trás.
Lá estava . Sim, o jogador de basquete mais requisitado do momento. Ele era o favorito de toda a temporada da NBA, além de, é claro, ser o jogador favorito do Golden State Warriors, meu time do coração.
Eu não sei exatamente quanto tempo eu passei ali, olhando para o jogador, que tinha uma compressa de gelo no joelho. Ele me fitou com a sobrancelha arqueada, e eu senti minhas bochechas queimarem conforme eu caminhava em sua direção.
- Senhor , é um prazer recebê-lo. – falo, pegando suas chapas de exames em cima da mesa, examinando-as. – O que aconteceu?
- Eu acabei caindo no jogo. – ele diz, gemendo de dor em seguida.
- E não havia algum fisioterapeuta para cuidar de você lá, na hora? – indago, colocando os óculos de grau em meu rosto.
- Eles preferiram vir até aqui, já que teriam um equipamento melhor. Só que vazaram a informação de que estou aqui, e estou cercado. – ele diz, bufando em seguida. – Desculpe...
- Tudo bem, isso deve ser estressante. – falo, olhando em seu rosto rapidamente, antes de desviar o olhar para o exame.
- Qual o seu nome? – ele indaga, ajeitando-se na cama.
- . – falo, esticando minha mão. – É um prazer conhecê-lo pessoalmente.
- Você é torcedora do Golden? – ele indaga dando um sorriso de lado.
- Como descobriu? – indago, caminhando até o canto da sala.
- Você sabe o meu nome. Além de que, dá para ver sua camiseta. – ele fala, e eu fecho meu jaleco. – Espero que seja minha. Ficarei desapontado se descobrir que essa camisa é do Curry ou do Bell.
- Infelizmente, senhor , eu vim com a camisa do Looney. – falo e ele suspirou. – E, por favor, não diga que estou com essa blusa. Eu poderei perder meu emprego.
- É um segredo nosso só se você aceitar minha camisa do jogo de hoje. – ele diz, dando um sorriso em seguida. Ele ficava tão bonito sorrindo.
- Eu não sei se posso. – falo, tentando não pirar com aquela possibilidade.
- Eu faço questão. – ele diz, mandando uma piscadela para mim.
Eu deveria estar da cor de um tomate, ou da cor da cruz que ficava ali no letreiro do hospital, já que ele gargalhou, antes de gemer de dor com o ato de mexer a perna.
- Eu preciso que você fique parado, senhor . – falo, tocando seu joelho levemente.
Eu não sei exatamente quanto tempo nós ficamos ali. Enquanto eu preenchia seu formulário, ele falava ao celular com algum segurança ou algo do tipo, já que ele parecia irritado.
- Tem imprensa aí fora? – ele indaga, me fazendo arregalar os olhos. – O TMZ? Entrevista exclusiva? Não mesmo! Kyle, por favor!
- Senhor ... – começo, atraindo seu olhar em minha direção. – Eu preciso fazer seu curativo. Você terá de ficar uma semana, somente. Não interfira em nada nos jogos.
- Me chame somente de , por favor. – ele diz, tampando o microfone do telefone com uma das mãos. – Muito obrigado, .
- Estou apenas fazendo o meu trabalho. – falo, sorrindo de lado em seguida. – Só toma mais cuidado da próxima vez.
- Eu não posso sair agora. – ele sussurra. Parecia desesperado, ou nervoso. Não sabia distinguir o que ele sentia naquele momento. – Tem mais repórteres do que numa final da NBA.
- E tudo isso somente porque você machucou seu joelho. – falo, rindo em seguida. – Acho que não haverá problema em ficar aqui. Não por muito tempo, é claro.
- É só espalharem o boato de que eu fui embora que eles desistem. – ele diz, dando de ombros em seguida.
- Deve ser tão difícil ser famoso. – falo, sentando na poltrona que ficava ali, encostada na parede.
- Eu já me acostumei. E até gosto, às vezes. – ele diz, dando de ombros em seguida. – Você não tem noção do tanto de coisas que eu consegui por ser o favorito da temporada.
- Eu acho que sei. – falo, gargalhando em seguida. – Você quer um café? Algo para comer?
- Kyle irá trazer do Subway. Aceita? – ele indaga, pegando o celular no bolso de seu moletom do time.
- Será que é um pouco demais para uma simples fisioterapeuta? – indago, cruzando minhas pernas em seguida.
- Não, você será minha acompanhante nessa longa noite. Espero que não se incomode. – ele diz, dando uma segunda piscadela naquela noite e, pela milésima vez, me fazendo corar.
- Eu posso perder meu emprego. – falo, ajeitando os óculos em meu rosto.
- Eu não deixarei isso acontecer, prometo. – ele fala, sorrindo de lado em seguida.
estava ali, comigo, sorrindo e conversando. Será que estou em um sonho? Se for, não quero ser acordada.
Kyle chegou após trinta minutos com três sacolas diferentes. agradeceu, lhe dando uma quantia de dinheiro, e logo o segurança sai da sala.
- Não é muito higiênico comer aqui. – falo, ficando ao seu lado, de pé, ajudando-o com os sanduíches.
- Desculpe, prometo que na próxima vez será melhor. – ele diz, me fazendo arquear a sobrancelha.
- Próxima vez? – indago e ele sorri, sustentando seu olhar no meu por um longo tempo.
- É. Ou você acha que não iremos sair para jantar após tudo isso? – ele indaga enquanto abre sua latinha de refrigerante. – Não sabia se você bebia refrigerante, suco ou água, então trouxe todos.
- Você é maluco! – exclamo, rindo em seguida.
Pego o sanduíche na sacola, junto de uma latinha de Del Valle. Ficamos em silêncio por longos minutos, apenas aproveitando os sanduíches. Eu nunca comi algo com tanta vontade quanto hoje, na companhia de um de meus maiores ídolos do esporte, sujando todo meu rosto, jaleco e minha blusa do time.
- Alguém estava com mais fome do que eu. – fala pela primeira vez após terminarmos de comer nosso lanche.
- Estou sem comer algo desde o almoço. Mentira, eu comi duas torradinhas. – falo, dando de ombros em seguida. – Estou vivendo a base de cafeína.
- Isso não é bom para ninguém, . – ele fala. – Eu fazia isso também, antes de começar a minha carreira e antes de ir para uma faculdade. Eu precisava de uma bolsa, ou então já era minha carreira.
Ele suspira, tocando minha mão com a sua.
- O que eu quero dizer, é que você não pode se matar pelos outros. É realmente o que você quer? – ele indaga, olhando dentro de meus olhos, fazendo um arrepio percorrer meu corpo e eu me afastar dele.
Antes que eu pudesse responder, aparece. Ele intercalou seu olhar entre e eu, dando de ombros e caminhando até o meu paciente.
- Senhor , todos os repórteres foram embora. – diz, sorrindo amigável para , que suspirou e concordou. – Agradeço pela ajuda, .
- Disponha. – falo, caminhando até a porta.
- ! – ouço a voz de e viro meu rosto, olhando em sua direção. – Qual o seu telefone?
- Pra quê? – indago, sentindo meu coração disparado.
Por que ele fazia isso comigo? O que estava acontecendo?
- Para informar o horário que iremos jantar amanhã. – ele diz, me fazendo corar violenta e instantaneamente, sentindo o olhar surpreso de em minha direção.
- , dá o meu número para ele, por favor? – indago e meu colega de trabalho assente, e logo eu saio da sala, caminhando pelos corredores até o andar de baixo, encontrando conversando com alguém da enfermagem.
Eu estava me sentindo nas nuvens. Eu fui chamada para sair com , o astro da NBA e futuramente eleito o melhor jogador da temporada.
- Você está bem? – minha amiga indaga quando eu me aproximo.
- Por que eu não estaria? – indago e ela deu um sorriso de lado.
- Você estava com ! E eu sei que você é louca por ele. – ela fala, quase grita, chamando a atenção de algumas pessoas no corredor.
- Fala baixo. Aliás, eu não sou “louca” por ele. Ele é um bom jogador, somente isso. – falo, dando de ombros em seguida.
Eu estava mentindo ao dizer “somente isso”. E sabia disso melhor do que eu.
- E ele disse que vamos jantar. – sussurrei em seu ouvido, ouvindo um grito estridente de minha melhor amiga, que com toda certeza chamou a atenção de todos no corredor. – Mas isso é um segredo.
- Nós precisamos arrumar a melhor roupa para você! – ela fala, chacoalhando meus braços. – , você tem um encontro! E não é com qualquer pessoa.
- Eu já vou ter que aguentar da mídia isso tudo, pode me poupar? – indago e ela bufou, rolando os olhos em seguida. – E nós precisamos trabalhar certo? A noite ainda não acabou.
Não sabia exatamente como, mas eu não prestava atenção em mais nada, ansiosa demais por uma mensagem do jogador. Eu sabia que ele deveria estar dormindo, ou cuidando de seu próprio joelho para se preocupar comigo. Eu nem sabia que era tão ansiosa depois desse dia, dessa madrugada, para ser mais exata.
Cheguei a meu apartamento, jogando meus Crocs em qualquer canto da sala. Joguei minha bolsa no sofá menor, deitando no maior e ali permanecendo por longos minutos, até ouvir meu celular apitar no bolso, mostrando uma mensagem nova.

: Espero que não desista de me encontrar hoje. E espero que não tenha se esquecido de mim, pois eu não me esqueci de você.
Aquela mensagem me fez sorrir, além de sentir o coração acelerado. Eu poderia pirar, afinal, eu estava sendo cortejada por um jogador de basquete super famoso. Aquilo era o máximo que eu chegaria na minha vida.
: Você acha que eu me esqueceria de me chamando para sair? Esse é o ponto máximo da minha vida!
: Você é tão engraçada, . Posso admitir que talvez eu esteja com saudades de ficar com você e ver você corada quando te elogio?
: Pode. Eu deixo.
: Mesmo se você não deixasse. Posso te buscar às oito?
: Você tem certeza? Absoluta?
: Nunca tive tanta certeza em toda minha vida, .
: Então está combinado. Passo meu endereço daqui a pouco. Kyle irá conosco? Ou só eu e você?
: Não teria graça ter algo com você com meu segurança do meu lado, certo?
Aquela mensagem fez minhas bochechas corarem. E, mesmo o conhecendo há quase seis horas, sabia que ele estava rindo nesse exato momento.
: Preciso ir. Vê se não desiste de mais tarde.

E logo ele parou de me mandar mensagens, me deixando desfrutar de alguns minutos de glória, além de, é claro, enviar uma foto com as mensagens para , pirando com a minha melhor amiga por esse acontecimento histórico.

(...)

Meu vestido vermelho rodado estava perfeitamente passado, nada amassado ou sujo. O batom rosa claro em meus lábios contrastava com a minha maquiagem leve, além de meus cabelos arrumados em cachos.
Caminhei para fora do quarto, encontrando na minha sala de estar. estava de pé, e sorriu quando me viu caminhar em sua direção.
Quando me aproximo, olha para mim. Ele tinha um sorriso lindo em seu rosto. Estava bem vestido, mas estava bem mais simples do que eu, o que me fez parecer uma idiota.
- Você está linda! Uau! – ele exclama, me fazendo corar. – Podemos ir?
Concordei, mandando um beijo para e pegando minha bolsa no encosto do sofá.
- Devo admitir que você está mais bonita do que eu realmente esperava, . – ele fala, me fazendo sorrir, escondendo o rosto com uma das mãos.
- Você me viu no meu pior jeito, é óbvio que iria me achar bonita desse jeito. – falo ao apertar o botão do elevador.
- Na verdade, eu te achei bonita quando entrou naquela sala. Agora você está linda. – ele fala, dando de ombros em seguida, me fazendo corar violentamente. – Está preparada para o melhor jantar de nossas vidas?
- Você teve jantares melhores, pode falar. – falo quando entramos no elevador, e eu aperto o botão do térreo.
- Não. Você não estava neles. – diz, segurando minha mão em seguida.
Ficamos em silêncio até chegarmos ao térreo, onde cumprimentamos o porteiro, que implorou por um autógrafo de , que prontamente lhe deu atenção, indo comigo para seu carro em seguida.
- Você pegou seu melhor carro. – falo quando ele abre a porta para mim.
- Tudo para a melhor garota. – ele fala quando senta no banco ao meu lado, colocando seu cinto de segurança e logo dando a partida no automóvel.
O nosso caminho até o restaurante só não foi silencioso pela música do Ed Sheeran que tocava no rádio. Ele segurou minha mão durante todo o caminho, me fazendo entrar em desespero. Ok, eu estava ficando em pânico! Aquilo tudo estava realmente acontecendo!
Chegamos ao restaurante. Ele era situado na área nobre de Los Angeles, e tinha uma pequena fila ao lado de fora, cheia de pessoas endinheiradas, um grupo que eu jamais farei parte.
Ele logo deu nossos nomes, e entramos com uma das recepcionistas, que mostrou a nossa mesa, que tinha uma vista privilegiada da cidade além de, é claro, ser longe de todos ali.
- Você está gastando muito dinheiro comigo, . – falo quando coloco o guardanapo em meu colo. – Ficarei muito mal acostumada.
- Se isso significa que poderemos sair mais vezes... – ele fala, tocando minha mão por cima da mesa.
Gargalhei, negando com a cabeça, antes que um garçom pudesse se aproximar. Ele fingia estar indiferente, mas eu sabia que ele queria pedir um autógrafo ou foto a .
- Aquele rapaz estava quase implorando para você perguntar se ele queria tirar uma foto com você. – falo quando o garçom se afasta. – É extremamente proibido tirar foto com clientes ou pacientes. É contra as normas.
- Como você sabe disso? – ele indaga, bebendo um pouco da água que estava em sua taça.
- Você acha que eu não tirei foto com você por quê? – indago, rindo em seguida.
- Agora você sabe que poderá tirar diversas fotos comigo. – ele diz, mandando uma piscadela, antes de abrir o guardanapo para olhar o catálogo de vinhos.
O garçom se aproximou com as entradas, perguntando o que iríamos beber. pediu o vinho que, minutos depois, descobri que era o segundo mais caro daquele cardápio.
- Você precisa parar de gastar tanto seu dinheiro. – falo a ele, que rola os olhos rapidamente.
- Você precisa parar de se importar com isso. – ele fala, acariciando minha mão com o seu polegar.
conversou comigo durante horas. Contava dos treinos e de todos os jogos, além de histórias engraçadas sobre a sua vida; e eu contava as minhas histórias da faculdade e de minha infância.
- Você não me disse que sua motivação para ser ortopedista era o Golden. – ele disse enquanto eu olhava para o cardápio atrás de uma sobremesa. – É bom saber que o meu local de trabalho interfere diretamente na sua profissão.
- Eu cresci com o Golden. Meu pai era um grande torcedor, e sempre que podia me levava nos jogos. – falo, sorrindo em seguida. – E eu comecei a acompanhar o basquete depois que ele se foi.
- Eu sinto muito. – ele diz, entrelaçando nossos dedos. Sorri em resposta, fazendo os nossos pedidos. – Eu gostei dessa noite.
- Você fala como se estivéssemos indo embora. Ainda temos a sobremesa. – falo, gargalhando em seguida.
- Eu sei, mas eu queria dizer isso de surpresa. No fim da noite fica clichê. – ele fala, dando de ombros em seguida.
- E você foge dos clichês?! – falo e ele assente, olhando em meus olhos até o garçom aparecer, colocando nossos pedidos na mesa, retirando-se em seguida.
Enquanto devorávamos nossa sobremesa, via o salão ficar vazio, conforme os garçons limpavam as mesas e guardavam as cadeiras.
- Acho que já está ficando tarde. – ele sussurra antes de dar uma última garfada em sua torta, me fazendo rir baixo. – Parece que estamos aqui há cinco minutos.
- E estamos aqui há horas. – falo e ele assente.
Terminamos nossa sobremesa, e pagou a conta, mesmo com a minha insistência em tentar dividir, mesmo que isso acabe com o meu salário de um mês inteiro.
- Da próxima vez eu te ajudo a pagar. – falo e ele me fita com a sobrancelha arqueada. – Claro, se você quiser uma próxima vez.
- É tudo que eu mais quero . – ele fala, segurando minha mão em seguida.
Eu estava tão concentrada em nossas mãos juntas, que mal percebi quando paramos em frente ao meu prédio.
- Você foi uma ótima companhia essa noite, . – falo, pegando as chaves na minha bolsa.
Sua mão toca meu rosto, aproximando nossos rostos, o bastante para sentir sua respiração contra todo o meu rosto, fazendo minhas bochechas queimarem. Ele sorriu ao notar quão envergonhada eu estava e me beijou logo em seguida.
Suas mãos, que antes estavam em minha bochecha, desceram para minha nuca, indo, logo depois, para minha cintura, puxando-me para perto de seu corpo.
- Infelizmente, tenho uma regra de nunca transar no primeiro encontro. – sussurro contra seus lábios, segurando minha vontade de agarrá-lo e quebrar aquela regra idiota.
- Teremos outros. – ele sussurra, me beijando mais uma vez, aumentando ainda mais o fogo em meu corpo, além de, é claro, as sensações que se instalavam em meu interior.
Saio de seu carro tropeçando em meus próprios pés, entrando no prédio e cumprimentando o porteiro da madrugada, que me olhava curioso enquanto eu me equilibrava nos meus saltos. O efeito para aquilo? Estava em seu carro, dirigindo para sua cobertura na área nobre e deixando uma pulga atrás de minha orelha: Será que teremos mesmo outro encontro?

(...)

Abro a porta do meu apartamento, colocando algumas sacolas no balcão da cozinha, ajudando a se equilibrar com as diversas bolsas.
- Você consegue fazer um monte de cestas de dois, mas não consegue equilibrar algumas sacolas de supermercado? – indago quando pego duas que estavam em suas mãos, indo para a cozinha em seguida.
Três semanas se passaram desde o nosso primeiro encontro. Conversávamos quase que diariamente, e esse seria nosso segundo encontro, graças a minha folga no hospital e o dia de folga dele.
E, desde então, eu não consigo esquecer aquele beijo.
- Você vai cozinhar para nós dois? – indago quando ele coloca meu avental rosa com bolinhas coloridas.
- Eu sou ótimo na cozinha, para sua informação. – ele diz, pegando o pacote de Ravioli na bolsa, colocando na pia. – É um dos meus vários talentos. Eu também sou um ótimo cantor.
- Só acredito vendo. – falo, parando ao seu lado para lavar alguns legumes.
Aquela noite foi agradável, conforme dançávamos as músicas que tocavam no meu rádio, bebíamos o champanhe que ele comprou e, vez ou outra, nós trocávamos alguns beijinhos. Aquilo era o paraíso para qualquer mulher.
- Espero que você goste. – ele diz quando coloca a travessa na mesa. – É minha especialidade.
Ele nos serviu, colocando uma música mais lenta no rádio e acendendo algumas velas que ele fez questão de comprar para aquela ocasião.
- Nós temos que ter um jantar à luz de velas. – ele fala enquanto acende a terceira e última vela. – O primeiro não teve, mas o segundo tem que ter.
- Você está tentando ser romântico? – indago, dando uma garfada na comida, que estava incrivelmente deliciosa.
- Está funcionando? – ele indaga, mexendo as sobrancelhas para cima e para baixo, me fazendo gargalhar. – Espero isso como um sim.
O restante do nosso jantar foi em meio a conversas e flertes de ambas as partes. Estávamos tão à vontade que não estávamos nos importando com a nossa situação.
- Eu gosto de estar com você sabia? – indaga quando eu me sento ao seu lado no sofá, após lavar a louça que foi utilizada.
- Eu também gosto de estar com você. – falo e ele sorri, beijando meu pescoço em seguida, deixando um arrepio gostoso percorrer todo o meu corpo.
Logo ele se levanta, puxando minha mão e colocando seus braços ao redor de minha cintura, aproximando nossos corpos e colocando sua testa contra a minha. Reconheci a música, e se tratava de One, do Ed Sheeran.
- Just promise me, you'll always be a friend, 'Cause you are the only one. canta com a voz baixa, me fazendo sorrir e acariciar sua nuca, antes de beijá-lo de uma vez.
E lá estávamos nós, caminhando em direção ao meu quarto. Eu sentia meu coração prestes a explodir e aquilo, sem dúvidas, era uma sensação louca e jamais explorada por mim. E esperava que, de tudo o que eu sentia, ele também estivesse sentindo.

(...)

Mais uma cesta do Golden State Warriors! McGee arrasou nessa cesta de três pontos com a assistência de . Com toda a certeza essa dupla arrasa.
- Não acredito que você me arrastou a um jogo de basquete cheio de homens suados correndo atrás de uma bola. – diz, reclamando pela décima vez em menos de cinco minutos. – Tudo para ver seu namoradinho.
Passou-se um mês desde a minha noite com e não poderíamos estar melhor. Por mais que não tenha nada assumido publicamente e nem mesmo entre nós dois, eu gostava da situação em que nos encontrávamos, e gostava de ser vista com ele, mesmo com a enxurrada de paparazzi e repórteres na porta de meu apartamento depois de nosso encontro. Aquilo era o de menos, comparado ao que eu convivia com ele.
- Ele não é meu namoradinho. – falo, dando uma tapa em seu braço. – E estamos perto do fim do jogo!
estava no meio da quadra, gritando algumas coisas para Curry, que prontamente entendeu e passou a bola para ele, que desviou de um dos jogadores do Cavaliers, fazendo a cesta da vitória do time.
Abracei de imediato, que começou a pular em comemoração junto comigo. De longe, via , que estava sendo levantado por seus colegas de equipe e pela equipe técnica. Papéis das cores do time caíam do teto, junto de bolas em tons de azul, amarelo, preto e branco.
Acenei freneticamente para ele, que logo sorriu ao me ver, correndo em minha direção, atraindo as câmeras de todos os jornais de esporte do mundo.
- Parabéns, . – falo quando ele me abraça, beijando minha testa em seguida.
- Eu amo você. – ele diz, em alto e bom som, beijando meus lábios em seguida, fazendo com que todos capturassem aquele momento romântico nosso.
Ele disse que me amava. Ele disse que me ama!
Meu subconsciente berrava conforme o via se afastar, e eu segurava sua camisa suada do jogo de hoje. Era uma tradição nossa: cada jogo, uma camisa de para minha coleção.
- acabou de se declarar para sua namorada, , após uma final emocionante! Isso você só acompanha aqui, no Fox Sports. – o jornalista diz para a câmera, sorrindo forçadamente para a mesma. – Você tirou a sorte grande!
- Obrigada! – exclamo, correndo entre a multidão até , que estava de costas para mim, dando entrevista para ESPN.
Pulei em suas costas, o dando um susto, mas fazendo com que ele gargalhasse.
- Você conseguiu! – exclamo, beijando sua bochecha em seguida.
- Então, e , vocês estão realmente juntos? – a jornalista indaga, sorrindo esperançosa com a confirmação de algo.
- Bom, só falta ela me dizer que sim. – diz, dando de ombros em seguida.
- O que você quer dizer com isso? – indago, descendo de suas costas, e ele se ajoelha.
- Você aceita namorar comigo, ? – ele indaga, me fazendo gargalhar.
- Claro que eu aceito! – exclamo, o abraçando em seguida.
- Bom, com certeza consegui o maior recorde de visualização de toda a temporada. Obrigada, e felicidades! – ela diz, acenando e sumindo do meu campo de visão, me deixando sozinha com meu namorado.
- Você é louco. – falo quando ele me pega no colo, colocando minhas pernas ao redor de sua cintura.
- Só se for por você. – ele fala me dando um selinho em seguida.
- Eu também amo você, . – falo antes de beijá-lo, mostrando que tudo que eu sentia por ele era real.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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