Capítulo Único
Senti sair de mim, logo deitando ao meu lado na cama. Puxei o lençol para cobrir meu corpo, ainda extasiada demais. Eu não olhava para ele, mas sabia que ele estava encarando o teto. Toda vez era assim.
Fechei meus olhos com força, tentando não pensar nisso. Sua respiração foi normalizando e, em seguida, o senti levantar da cama. Suspirei. Abri meus olhos devagar, apenas para vê-lo pegando suas roupas do chão e se vestindo rapidamente.
- Você sabe que ninguém vai nos encontrar aqui, certo? Não precisa sair correndo assim. – sentou na cama, calçando os sapatos.
- Eu sei. – Eu ri, mas sem humor algum. Eu era patética.
- Certo. – Disse, também me levantando e indo para o banheiro. Assim que bati a porta, ouvi bater a porta do quarto do hotel. Me deixando sozinha. De novo.
- Bom dia, . – Cheguei ao set na manhã seguinte, logo pegando o copo de café que minha assistente estendia para mim.
- Obrigada. – Fui direto para o meu camarim, evitando contato com qualquer pessoa. Tirei os óculos escuros e encarei meu reflexo no espelho. Eu mal havia dormido e já podia ouvir os xingamentos da maquiadora. Peguei o roteiro da gravação do dia, não contendo um sorriso debochado. – Parece que teremos momentos felizes hoje. Pelo menos na ficção.
- Falando sozinha de novo? – Kate entrou no meu camarim sem bater.
- Eu poderia estar pelada agora, sabia? – Bufei, assustada.
- Essa seria uma cena interessante. – Revirei os olhos em sua direção, me jogando na cadeira a sua frente. – Você está péssima.
- Obrigada, você é muito gentil. – Falei com ironia, ainda olhando para o roteiro, revisando as falas.
- Você e o ... – Eu assenti. Minha amiga balançou a cabeça, inconformada. – Isso explica a sua cara e a dele. Até quando você vai aceitar esse tipo de situação, ? – Bufei.
- Não quero falar sobre isso, Kate. Me deixa. – Uma batida suave impediu minha amiga de falar. – Entra.
- , sua vez na maquiagem. – Levantei e acompanhei minha assistente, lançando apenas um último olhar a Kate. Assim que avistei o local separado para a maquiagem, vi que estava na cadeira ao lado da que me esperava. Ótimo.
- Bom dia. – Disse, em um tom neutro e claro de que não queria conversa. Encarei meu reflexo novamente no espelho, evitando o olhar assassino que a maquiadora me lançava.
- Me desculpe por ontem. – Ele sussurrou quando sua maquiadora saiu e a minha pegava seu material em uma bancada ao lado.
- Tanto faz, . – Eu encarava o roteiro, mas sem realmente enxergar qualquer coisa a minha frente. Agradeci aos céus que a maquiadora logo estava de volta, fazendo com que levantasse e fosse conversar com o diretor.
- Noite difícil? – Ela perguntou. Sorri em sua direção e neguei com a cabeça. Era incrível o que a gente conseguia esconder atrás de um sorriso, não é mesmo?
Já maquiada e com o figurino da série, e eu estávamos dentro da nossa casa, um cenário feliz depois de toda a tragédia.
- Sam... – dizia com tanta emoção na voz, tão feliz, que eu conseguia entender perfeitamente todos os prêmios de melhor ator que ele recebia. – Você... Você tem certeza? – Meu rosto também estava cheio de emoções, um brilho no olhar para ninguém colocar defeito.
- Sim, Jake, nós estamos grávidos. – Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e logo veio correndo em minha direção, eliminando a distância entre nós e me pegando no colo. Ele me girava e sorria para mim, me abraçando. E eu apenas me deixava levar pela personagem, me permitindo sentir um amor e carinho que na vida real fazia muito tempo que eu não sentia. Assim que ele me colocou no chão, ele se ajoelhou a minha frente, encarando minha barriga ainda sem sinais da gravidez.
- Oi, bebê. – Eu coloquei minhas mãos em seus cabelos, as lágrimas correndo livremente pelo meu rosto. – Eu mal posso esperar pra te conhecer, sabia? – Um soluço escapou da minha garganta, tudo planejado, cronometrado. Tudo falso, como essa alegria.
se levantou, passando seus braços pela minha cintura. Levou uma de suas mãos até meu rosto, secando minhas lágrimas. Ele tirou uma mecha do meu cabelo da frente dos meus olhos, me encarando com tanto amor que uma nova leva de lágrimas surgiram em meus olhos. Eu respirei fundo, porque eu sabia que as palavras que viriam poderiam me destruir em um piscar de olhos.
- Eu amo tanto você, Jake. – Eu solucei de novo, mas esse não fazia parte da cena. Mas quem estava contando?
encostou sua testa na minha, olhando profundamente em meus olhos.
- Eu amo você, Sam. Você me faz o homem mais feliz do mundo. – Eu pude ouvir meu coração quebrando, figurativamente, óbvio, mas ainda doía. O sorriso continuava estampado nos meus lábios, nossos olhares unidos em uma ligação que parecia que nada nem ninguém poderia destruir.
- CORTA! Meu Deus, isso ficou perfeito! Ótimo, pessoal! 10 minutos e faremos a próxima. – E tudo sumiu. O olhar de escureceu, a dor estava ali de novo, assim como o sorriso havia sumido do meu rosto, deixando apenas os resquícios das lágrimas. suspirou e se afastou de mim, sem dizer uma palavra.
Por um instante, um muito breve, mas ainda real, eu acreditei que ele estava dizendo tudo aquilo para mim, . Mas o homem que eu amava havia há muito tempo desaparecido.
Um ano atrás
ACIDENTE DE CARRO MATA ATRIZ ELLEN
ATRIZ ELLEN MORRE EM TRÁGICO ACIDENTE DE CARRO NA SAÍDA DE UMA FESTA
Era a milésima vez que eu ligava para e a chamada ia direto para a caixa postal. Minha respiração estava acelerada, ainda perdida demais na tragédia que havia acabado de acontecer. A notícia da morte de Ellen pegou a todos de surpresa, e o sentimento de culpa que vi nos olhos de assim que ele recebeu a ligação e deixou minha cama às pressas vai ser uma imagem que nunca deixará minha mente.
- Como você está? – Kate perguntou, me abraçando de lado.
- Eles iriam se separar, Kate. iria falar com ela hoje. Hoje. O que foi que a gente fez? – Perguntei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.
- Não foi sua culpa, . Foi um acidente, qualquer um está sujeito a isso. – Ela tentava me consolar, mas eu podia sentir meu coração apertado, minha cabeça girando com milhares de perguntas que nunca teriam respostas.
- O olhar que eu vi no rosto do ... Isso vai destruí-lo, Kate, e ele nem me atende. – Eu chorava no ombro da minha amiga, sem saber o que fazer.
- Calma, ele precisa de espaço pra processar tudo que aconteceu. Vai ficar tudo bem.
No fundo, eu sabia que nada ficaria bem.
- , onde sua cabeça está? – O coreógrafo chamou minha atenção novamente. Suspirei.
- Me desculpe. Do início. – O estúdio separado para que eu ensaiasse meus projetos com minha carreira musical ficava próximo ao estúdio de gravação da série, mas ainda a uma distância suficiente para que o barulho da música alta não atrapalhasse as gravações. Era parte do meu contrato que minha carreira de atriz não poderia interferir na minha carreira de cantora, mas ninguém esperava que meu papel secundário se tornaria o principal da série quando começamos.
Balancei minha cabeça e me concentrei apenas na coreografia. Em um dos giros, notei apoiado na porta do estúdio, encarando cada passo meu pelo enorme espelho. Desviei do seu olhar e continuei a dançar, não querendo lidar com o turbilhão de emoções que apenas sua presença e seu olhar constante sobre mim causavam.
- Bem melhor. Você tem treinado? Sua respiração está ótima.
- Correr me ajuda a pensar. – Disse, apenas, aceitando a toalha que o coreógrafo estendeu para mim.
- Ótimo. Já sabe o que vai fazer no American Music Awards? – Respirei fundo, temendo essa pergunta.
- Ainda estou pensando. – Falei, evasiva.
- Melhor pensar rápido, lindinha, porque faltam só três meses.
- Eu sei, vai dar tudo certo, não se preocupe. – Garanti, ainda que tivesse nada certo na minha cabeça.
- Tudo bem. Nos vemos amanhã. – Ele me deu um beijo na bochecha e saiu. Eu não precisei me virar para saber quem era a pessoa que havia tomado seu lugar ali dentro.
- Música nova? – perguntou, atrás de mim. Eu estava sentada no chão, finalizando o alongamento.
- Só treinando alguns passos. – Arrisquei um olhar pelo espelho, e os olhos de queimavam sobre mim.
- É assim que vai me tratar? – Eu ri, balançando a cabeça, incapaz de acreditar na sua pergunta.
- Você é hilário, . – Brinquei, mas a ironia escorria por cada palavra. deu a volta por mim e se sentou no chão, a minha frente.
- Fala, . – Ele pediu. Eu estava tão cansada daquela rotina. Aprumei meu corpo e o encarei, um sorriso nos meus lábios. – Não venha atuar pra cima de mim. – Ele disse, seu tom suave.
- Então trate de esconder esse brilho no seu olhar, não estamos no set, não é mesmo, Jake? – Rebati. revirou os olhos, retomando sua postura. Agora sim.
- Satisfeita? – Seu tom ainda era suave, mas, de certa forma, vazio.
- Não é bem a palavra que eu usaria. – Dei de ombros, me preparando para levantar. pegou meu pulso, me impedindo.
- Nós temos que conversar.
- O que você quer de mim, ? Toda vez é a mesma coisa. Você enche a cara, me liga dizendo que sente minha falta, que quer me ver. Eu largo tudo e vou pro hotel. Você chega, me fode e sai correndo. E aí se desculpa no dia seguinte. Já faz um ano, , um ano. Não sei por mais quanto tempo eu vou aguentar essa situação. – Despejei tudo em cima dele, olhando fundo em seus olhos. passou a mão pelos cabelos, perdido, cansado.
- Você não sabe...
- Eu não sei o que você passou? Eu estava lá, . Eu que te tirei incontáveis vezes do bar, bêbado, e te escondi dos paparazzi. Eu que aturei todas as suas grosserias, todas as vezes que gritou comigo me culpando pelo acidente da Ellen. – Seu corpo ficou tenso com a menção do seu nome. – Não venha me dizer que eu não sei pelo que passou porque eu que estou aturando suas merdas e segurando um fardo além do que eu aguento carregar. – Me levantei. logo veio atrás de mim e ficou na minha frente, me impedindo de sair.
- Eu... – Ele parou. Fiquei parada na sua frente, esperando. levou uma das suas mãos até meu rosto, limpando uma lágrima que eu nem tinha percebido. Esse simples carinho fez com que todo o meu corpo arrepiasse, um simples contato de afeto que há muito tempo eu não sentia. Não do . –Eu deveria te deixar ir, mas eu sou um filha da puta egoísta. – Ele riu sem humor. A dor em seus olhos era angustiante.
- Eu mereço mais, . – Sussurrei. Sua mão ainda em meu rosto.
- Eu sei, só é difícil pra mim... Sentir. Parece errado. – Ele passou os braços pela minha cintura e apoiei meu rosto em seu peito. Era a primeira vez que ele falava.
- Já faz um ano, . Por quanto tempo mais você vai se privar de ser feliz? – Falei bem baixinho, com medo de que ele se assustasse com as minhas palavras e me soltasse de seu abraço. Ele suspirou.
- Ela disse que não estava se sentindo bem... Naquela noite. Disse que iria pra casa, mas que era pra eu continuar na festa e me divertir. Era pra eu ter levado ela pra casa. – Sua voz falhou no final.
- Você não teria como prever que alguém bêbado iria avançar o sinal, , você não teria como impedir. Poderiam estar os dois... – Não consegui finalizar, porque a possibilidade de perde-lo naquele acidente me apavorava. Ele se afastou o suficiente para me encarar.
- Eu não consigo não me culpar por tudo que eu fiz a ela.
- Mas você iria acertar as coisas, você iria pedir o divórcio...
- Pena que foi tarde demais. No fundo, eu acho que ela sempre soube, por melhor que seja minha atuação, eu nunca consegui fingir perto de você.
- Então por que você está me destruindo dessa forma? – Eu me soltei dele, sem saber mais o que fazer. Me afastei, com as mãos no cabelo, sentindo o ar faltar em meus pulmões.
- Porque parece que é só o que sei fazer, destruir todas as pessoas que eu me importo. – Seu sorriso debochado quebrou nossa bolha. O honesto havia partido.
- Quando você parar de sentir pena de si mesmo, me procura. – Falei e saí sem olhar para trás.
Na semana seguinte, manteve distância. Uma parte de mim se sentia aliviada por não ter que lidar com toda a escuridão que emanava dele desde o acidente. A outra parte, a maior delas, não aguentava mais a necessidade do seu toque, do seu olhar. Era quase como se o ar estivesse faltando.
Em alguns momentos, sozinha à noite no meu quarto, era como se eu pudesse ouvir sua voz, como se pudesse sentir seus braços ao meu redor. Eu precisava me concentrar para compor para a premiação que se aproximava, mas minha mente continuava voltando para o , sempre para ele.
Assim que cheguei para gravar, percebi uma comoção geral.
- , graças a Deus você chegou. Cadê o ? – Kate não disse nem oi e minha cara de surpresa diante sua pergunta apenas a fez se desesperar.
- O que tá acontecendo? – Perguntei, sentindo meu coração acelerado.
- não veio gravar as cenas da manhã, você sabe que nem na época do acidente da Ellen ele parou de trabalhar. Tá todo mundo desesperado. – Eu suspirei.
- Me dá um instante. – Me afastei e tirei meu celular da bolsa. Eu tinha três contatos com os nomes “bar 1”, “bar 2” e “bar 3”, todos frequentados pelo depois da morte da Ellen. Foram incontáveis as vezes que os tirei desses três lugares, tanto que os donos já me conheciam e sempre ligavam para mim. Mas não dessa vez, o que era estranho.
Liguei para o primeiro, mas não estava lá. Assim que o segundo bar me atendeu, senti o alívio na voz do outro lado da linha. Respirei fundo e voltei para perto de Kate.
- E então? – Ela estava nervosa.
- Amanhã ele vai estar aqui. – Falei e saí.
- Mas e as suas cenas? – Kate estava nervosa.
- Amanhã, Kate, amanhã. – A deixei preocupada e fui em direção ao carro. Parece que não havia deixado os velhos hábitos.
Assim que estacionei nos fundos do bar, tomando cuidado para não ser seguida, o dono do bar fez sinal para que eu entrasse.
- Obrigada. – Disse assim que ele apontou para . Ele estava largado sobre a mesa, completamente bêbado. Respirei fundo e me aproximei, tocando levemente suas costas.
- Me deixa, , vai embora. – Suspirei.
- Vamos, . – Ele ergueu a cabeça para me encarar.
- Eu não te liguei, liguei? – Eu balancei a cabeça. – E ele? – apontou para o dono do bar.
- Eu liguei, , você perdeu as gravações de hoje, todo mundo tá preocupado. – Disse, tentando o fazer levantar.
- Eu disse pra ninguém ligar, eu acho que quebrei meu celular. – Ele riu, totalmente bêbado.
- Tudo bem, , vamos. – Ele se levantou, mal se aguentando.
- Eu não podia ligar pra você, eu não queria. – Eu apenas balancei a cabeça. Passei seu braço sobre meus ombros e o levei desajeitadamente para o meu carro. estava levemente adormecido quando dei partida, seguindo direto para a sua casa.
Quando estacionei na garagem, peguei a chave no seu bolso, voltando para acordá-lo.
- , acorda. Já chegamos em casa. – Ele só resmungou. – , acorda ou eu vou te jogar no chão. – Ameacei em um tom mais alto. Ele abriu os olhos e estendeu os braços em minha direção. Tudo parecia um dèja vu. Segui com ele até o quarto e o levei direto para o banheiro. O sentei sobre a privada, tirei sua camisa e desabotoei sua calça, chutando, antes, seus tênis para longe. Quando ele estava apenas de cueca, o coloquei dentro do box, ligando o chuveiro com água gelada.
Ouvi praguejar baixo, mas ele não tentou sair de debaixo do chuveiro. Esperei pacientemente do lado de fora enquanto ele tomava banho, já retomando parte do controle sobre seu corpo. Após alguns minutos, ele desligou o chuveiro e saiu do box. Peguei uma toalha e estendi para ele, que se secou rapidamente, envolvendo, em seguida, a toalha na cintura.
O ajudei a chegar na cama e peguei uma cueca limpa na sua gaveta. a vestiu com certa dificuldade e deitou na cama, puxando as cobertas para cima do seu corpo. O encarei por uns instantes, prestes a deixa-lo.
- Eu fiz de novo não é mesmo? – Ele perguntou, bem baixo.
- É melhor você descansar, . Vou deixar um remédio separado pra quando acordar, porque vai estar com uma ressaca fodida. – Disse, me encaminhando para a porta.
- . – Fechei os olhos ao ouvir meu nome, mas não me virei. – Eu sei que não tenho direito de te pedir isso, mas... – Ele fez uma pausa. – Por favor, fica comigo. – Seu pedido em um sussurro me desarmou por inteiro. – Por favor. – pediu novamente, e antes que eu pudesse dar conta de mim, minhas pernas me levaram em sua direção. Fiquei apenas com a roupa de baixo e me deitei ao seu lado. Ele me puxou para perto de si, seu peito colado às minhas costas. – Me perdoa. – sussurrou novamente antes de cair em um sono profundo.
Levantei no meio da noite e fui para casa. ainda dormia e mal se mexeu quando o deixei. No dia seguinte, as pessoas agiam como se nada tivesse acontecido, como se as duas estrelas principais da série não tivessem sumido e faltado um dia de gravação.
Eu não sabia o que Kate havia dito, mas estava muito grata.
já estava na maquiagem quando cheguei, mas ele logo levantou, me dando apenas um bom dia breve. Durante a gravação, Jake não poderia ser mais atencioso com Sam, o brilho nos olhos quase conseguia me enganar por completo, mas eu sabia que não estava muito longe dali.
Ao final do dia, ainda me ignorava. Eu não conseguia acreditar que ele iria simplesmente agir como se nada tivesse acontecido. Apaguei as luzes do meu camarim e segui para o estacionamento, já praticamente vazio.
- , espera. – Gritei quando o avistei e corri até seu carro. – Você tá melhor? – Perguntei, um tanto quanto sem graça pela sua completa falta de interesse.
- Sim, tá tudo bem. – Ele respondeu, um pouco seco.
- É assim que vai ser então? – bufou, me dando as costas e passando as mãos nervosamente pelo cabelo.
- O que você quer que eu faça, ? Eu tô tentando fazer a coisa certa aqui, eu consigo ver que eu estou te destruindo aos poucos e não posso mais suportar ver isso nos seus olhos todos os dias. – estava no limite.
- O que... O que você tá dizendo? – Pedi, sem ter certeza se queria mesmo saber a resposta. se aproximou de mim, olhando ao redor antes de tocar meu rosto com delicadeza.
- Estou deixando você ir, coisa que eu já deveria ter feito há muito tempo. Você estava certa quando disse que merecia mais, eu só demorei pra perceber que eu não seria capaz de ser mais pra você. – Ele limpou uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.
- Não imaginei que a gente acabaria assim. – Senti um tremor passar pelo meu corpo, uma dor tão forte que minhas pernas falharam por um instante, quase me fazendo cair. se afastou, seu olhar era triste.
- Até amanhã. – Ele disse e entrou em seu carro, quebrando a última parte do que restava de mim.
- Você parece exausta. – Kate disse assim que me joguei na cadeira do camarim.
- Estou ótima. – Eu não estava, mas explicar daria trabalho demais.
- Você dormiu nesses últimos dois meses? – Seu olhar de reprovação era intenso.
- Dormi o suficiente. – Cortei.
- , eu sei que sua apresentação é em uma semana, mas você não parou desde que... – Eu a encarei, a silenciando.
- Eu estou ótima, é só a pressão de apresentar um medley de inéditas pra milhares de pessoas. – Mudei o foco da conversa.
- Eu só posso imaginar. – Kate entendeu a deixa e começou um assunto qualquer. A verdade era que eu estava exausta. As gravações com desde que terminamos estavam um pouco paradas. Por melhor que fosse nossa atuação, no começo foi um caos. Fingir um brilho no olhar sabendo que em algum momento eu estaria realmente com ele amenizava mais do que eu imaginava.
Ele também havia mudado. Chegava no set em silêncio, poucas pessoas ousavam se aproximar dele. gravava suas cenas e ia embora. Parecia uma rotina de alguém que não mais vivia, mas apenas sobrevivia.
Eu havia mergulhado de cabeça na preparação para o American Music Awards. Um frio na barriga parecia constante a cada dia que a premiação se aproximava. Os ensaios super secretos, a mega produção envolvendo cada parte do show estava tomando todo o meu tempo e minha energia. O que era ótimo, já que assim que chegava em casa eu só conseguia jogar uma água no corpo e dormir.
Se parar para analisar certinho, minha vida não estava muito distante de um sobreviver ao invés de viver.
- A vida é uma coisa engraçada. – Kate e eu estávamos nos arrumando para o American Music Awards, já que passaríamos pelo tapete vermelho juntas. Ela encarava a tela do celular enquanto finalizavam seu penteado.
- O que foi? – Eu já estava praticamente pronta, assim como todos os figurinos da noitepreparados para a minha troca de roupas.
- Sabe quem vai te apresentar? – Ela estava um pouco apreensiva.
- Quem? – A encarei, não entendendo sua expressão.
- O .
- Eu nem sabia que ele viria. – Falei, tentando esconder minha surpresa.
- Pois é. – Ela disse, apenas. não falava comigo fazia praticamente três meses, o que ele poderia dizer na frente de milhares de pessoas?
Eu estava nervosa como há muito não ficava.
Dizer que todo mundo estava esperando pela minha apresentação poderia soar pretensioso demais, mas não estava distante de ser verdade. A divulgação das novas músicas e da turnê mundial estava pesada, os canais de entretenimento estavam ávidos por qualquer novidade.
- E então, , o que pode adiantar sobre a apresentação? – Faltava cerca de uma hora para eu subir ao palco e as últimas entrevistas estavam acontecendo nos bastidores. Eu sorri na direção da entrevistadora.
- Serão três músicas bastante pessoais pra mim e que mostram um pouquinho de como estará o próximo álbum. – Fui evasiva.
- É sobre alguém especial? – Ela insistiu. Precisei de muito esforço para não desviar o olhar.
- Eu tenho que ser especial pra mim mesma, certo? – Brinquei, logo finalizando para começar a me concentrar para a apresentação.
Eu estava tensa. Uma coisa seria cantar sobre com ele bem longe dali, outra era ter ele me assistindo o tempo todo. estava bem próximo, já que entraria no palco um pouco antes de mim. Pude ver algumas pessoas nos encarando, mas o fato de eu estar fazendo minha preparação vocal deve ter diminuído as suspeitas dele não ter nem me cumprimentado.
Suspirei. Uma assistente o chamou, indicando que era a hora. Também recebi o sinal para seguir minha equipe até o canto do palco, esperando apenas que ele finalizasse para que o show começasse.
- Boa noite. – começou, com um sorriso nos lábios. Mesmo que pela pequena tv, eu podia ver claramente que ele estava atuando. – Alguns podem estar se perguntando o que um ator está fazendo no palco de uma premiação da música. Não, não vou lançar nenhuma carreira como cantor. – Ele brincou, uma velha piada que arrancou sorrisos de várias pessoas. – Eu estou aqui por um motivo muito melhor, maior e especial. Tenho a honra de chamar ao palco uma das maiores cantoras da atualidade. Com um medley de músicas inéditas, minha parceira, ! – Ignorei o arrepio que suas palavras causaram em mim e entrei no palco ao som de muitos gritos.
Os primeiros acordes silenciaram a plateia formada por fãs e artistas.
Meu corpo já estava no automático, me levando de acordo com a coreografia ensaiada tantas vezes.
Coloque Until You’re Mine – Demi Lovato para tocar.
I need you next to me
I'll try to find a way that I can get to you
Just wanna get to you
The world I see is perfect now, you're all around
With you I can breathe
Tirei o microfone do pedestal e me aproximei da frente do palco, encarando as câmeras e cantando com todo meu corpo e coração.
Voltei para o centro do palco, notando saindo. Balancei a cabeça e voltei a me concentrar na apresentação. Bom, parece que ele já tinha cumprido o papel dele e não planejava me assistir.
Ringingthroughthenoise
Can'tfightmymind, keepsoncomingbacktoyou
Always backtoyou
Wantedsomething out ofreach
It'skilling me, you'reall I see
Minhas mãos percorriam meus cabelos nervosamente, toda a dor de querer algo fora do meu alcance tomando conta de mim. Caminhei pelo palco, recebendo gritos receptivos da platéia.
If we were meant to be
Forget about fate and just hold me
I'm ready to begin
The waiting has to end
Right now, today
I've got to find a way
Essa era a primeira música e a primeira fase do meu processo de aceitação.
havia me deixado e eu não mais poderia viver em função de algo que apenas eu sentia. Ele ser meu não estava mais nos planos. Infelizmente, foi um pedido que chegou tarde demais.
A way to fill this hole inside
I can't survive without you here by my side
Until you're mine, not gonna be
Even close to complete
I won't rest until you're mine
Coloque Cry Baby – Demi Lovato para tocar.
Assim que finalizei a primeira música, a segunda começou. Corri para o outro lado do palco, uma pessoa responsável já havia me entregado o novo microfone, com o novo tema da apresentação.
You love me so good
Everybody knows I'm capable of breaking hearts like I've done
I've scared more than one
I, I, I
You and I
Get along like thunder and the rain
You, you, you
Make me feel everything, even when it's pain
Notei que agora estava no meio da plateia, não tinha ido embora como eu havia imaginado. Seus olhos seguiam cada movimento meu, assim como prestava atenção em cada palavra que eu cantava.
Fechei os olhos com força, já me encaminhado para finalizar a segunda música. Fui para a frente do palco, que, infelizmente, era bem de frente para o lugar do . O vi respirar fundo, esperando o próximo passo.
'Cause my heart is the hardest to break
Esperei o barulho da chuva de papeis picados e continuei.
'Cause my heart is the hardest to break
Break up to makeup
Just to wake up with mascara all over my face
And I'm no cry baby, but you make me cry lately
I'm no cry baby, but you make me cry, baby
I'm no cry baby, but you make me cry lately
I'm no cry baby, but you make me cry, baby
Cry, baby
Coloque https://youtu.be/aSJpnjmqGkY>New Rules (Alison Wonderland Remix) – Dua Lipa para tocar.
estava sério.
Ele sabia que tudo o que eu estava cantando era sobre ele e para ele. Ao fim da segunda música, a terceira e última já havia começado. Era essa a que eu mais temia.
Um grupo de dançarinas se posicionou atrás de mim, os passos sincronizados com a batida da música.
Encarei a câmera a minha frente.
Makin' myself crazy
(Out of my mind, out of my mind)
Wrote it down and read it out
Hopin' it would save me
(Too many times, too many times)
Todos estavam de pé, animados e envolvidos com a batida e a coreografia.
Fiquei de frente para o , mas sem realmente encará-lo.
Um enorme sorriso em meus lábios.
Nobody else
Que logo se transformou em tristeza.
I tell myself
Corri em direção a uma câmera da lateral e mudei de câmera a cada “nova regra”.
You know he's only calling 'cause he's drunk and alone
Two don't let him in
You have to kick him out again
Three don't be his friend
You know you're gonna wake up in his bed in the morning
if you're under him, you ain't getting over him
I got new rules, I count 'em
Me juntei às dançarinas, cumprindo a rotina de coreografias. Eu podia sentir os olhos de sobre mim, mas não me permiti perder o foco.
(Nowhere to turn) No way
(Nowhere to turn) No
Now I'm standing back from it, I finally see the pattern
(I never learn, I never learn)
But my love, he doesn't love me, so I tell myself, I tell myself
I do, I do, I do
Assim que cantei o refrão pela segunda vez, corri para um palco ao lado. Um dançarino estava em pé, mas seu rosto não estava sendo mostrado. Ele estava sobre uma plataforma acima da que eu estava.
Eu colocava em um pedestal, como se ele fosse muito melhor do que eu.
As dançarinas me cercavam enquanto eu tentava fugir para alcançá-lo. Eu tentava de todas as formas, mas elas me impediam. Até que consegui fugir e caí de joelhos, de frente para ele.
Ergui minha cabeça. Eu sabia que ali era um dançarino, mas eu só enxergava o .
À medida em que eu me levantava, a plataforma em que eu estava se emparelhava com a outra, ambas, agora, da mesma altura.
Eu encarava a sombra a minha frente, como em tom de despedida, e dei as costas, seguindo para o grupo de dançarinas, sem olhar para trás.
Estava na hora de seguir em frente.
6 meses depois...
Eu estava de volta aos Estados Unidos havia dois dias.
As gravações haviam parado por seis meses para que eu pudesse fazer minha turnê mundial e a divulgação do novo álbum, que lancei um mês depois da premiação.
não me procurou, mesmo depois de todas as declarações e especulações da mídia. Com o tempo, as teorias foram passando e apenas as músicas ficaram.
Hoje seria o primeiro dia de gravação. O primeiro dia que eu veria e falaria com , ainda que como Jake e Sam.
Assim que botei meus pés no estúdio, ouvi as palmas e assovios de toda a equipe. Tímida, sorri e cumprimentei todo mundo, um pouco sem graça pela recepção calorosa. estava no meio, um sorriso leve estava em seu rosto, assim como um brilho verdadeiro nos olhos.
O que eu havia perdido?
Segui para o meu camarim para dar uma última olhada nas cenas que seriam gravadas daqui a pouco. Estava de olhos fechados quando ouvi uma batida na porta. Pedi para que entrassem, mas continuei de costas, encarando o texto. Alguém pigarreou, chamando minha atenção. Assim que virei, notei me encarando, ele parecia nervoso, ansioso.
- Oi. – Ele disse, tímido. Isso estava muito errado.
- Oi. – Respondi, ainda sem entender muito bem o que estava acontecendo.
- Eu... Eu queria conversar com você. – disse após uns instantes. Eu apenas assenti. – Eu achei que você não fosse voltar. – Eu arqueei uma sobrancelha em sua direção.
- Por quê? – Meu tom surpreso o fez sorrir.
- Achei que eu tivesse estragado tudo de vez. – Ele deu de ombros. se aproximou, sentando na poltrona de frente para mim.
- Eu não iria abandonar a série. – Falei, não entendendo seu receio de eu não voltar, muito pelo contrário, poderia jurar que ele se sentiria aliviado.
- Eu só estava com medo. – Ele suspirou. – Depois da sua apresentação, eu fui até a sua casa, mas você tinha saído direto pro aeroporto. – Arregalei os olhos, surpresa.
- O que você foi fazer lá em casa? – Eu podia sentir meu coração acelerado.
- Suas músicas... Acho que foram as únicas músicas que eu ouvi nesses seis meses. – desviou o olhar por um momento, mas logo voltou a me encarar. – Eu conseguia perceber claramente o que cada uma significava pra mim... Pra gente. A primeira era quando eu tinha você, e eu não soube lidar com... tudo. A segunda foi quando eu estraguei tudo. E a última... Bom, essa foi quando você seguiu em frente e eu... – Ele parou.
- E você o quê? – Incentivei.
- E eu nunca tinha sentido tanto medo na vida. – Eu recostei na cadeira, sentindo o peso das suas palavras caindo sobre mim. – Eu sei que eu não tenho o direito de vir aqui e jogar tudo isso em cima de você depois desse tempo todo.
- Não tem mesmo, , eu demorei tempo demais pra conseguir me recuperar de tudo que você me fez, de tudo o que eu permiti que você fizesse. Eu não sou mais aquela mulher. – Falei, séria.
- Nem eu sou mais aquele cara. Eu tenho feito terapia, discutido algumas coisas, tem sido muito bom pra mim. – Ele confessou.
- Fico feliz por você, a morte da Ellen teve um impacto muito grande sobre você. – Ele nem se retraiu ao ouvir o nome dela.
- Sim, mas agora eu vejo as coisas de forma mais clara. – Eu apenas balancei a cabeça, mas sem conseguir dizer uma palavra. – Você me disse há um tempo que era pra voltar a te procurar quando eu parasse de sentir pena de mim mesmo, e, bom, eu vim. – Eu levantei, virando de costas para .
- Não é assim tão simples, não depois de tudo. – Suspirei, sentindo um aperto no peito.
- Eu sei, , eu nunca quis te fazer sofrer, eu só me sentia muito culpado por tudo o que aconteceu, eu me sentia culpado por... – se levantou também, se colocando na minha frente. – Eu me sentia culpado demais por amar você. Era como se não fosse justo com a memória da Ellen, mas agora eu entendo que são duas coisas diferentes, e que eu não tenho como mandar no meu coração. – Senti minha respiração falhar. Eu tinha esperado tanto por essas palavras.
- , para. – Consegui dizer.
- Olha, eu sei que não vai ser fácil acreditar em mim, mas eu nunca consegui fingir perto de você. – se aproximou, pegando uma das minhas mãos. – Você sabe que eu não estou mentindo.
- Eu sei, mas isso não muda o fato de que você foi um idiota. – Falei, puxando minha mão da sua. Eu não conseguia pensar claramente com ele me tocando.
- Só preciso de uma chance, , pra te provar que eu mudei, que a gente pode dar certo. – Ele parecia tão sincero, tão confiante em tudo que ele falava. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Não sei se consigo acreditar nisso. – Disse, por fim. suspirou, mas não parecia ter se dado por vencido.
- Eu sabia que não seria uma conversa que te faria me perdoar por toda a dor que eu te causei, mas eu vou te provar que mudei. – sorriu para mim e saiu, me deixando sozinha com meus pensamentos.
- Não acredito que ele disse isso tudo! Ele chegou a te procurar de novo durante a semana? – Kate e eu estávamos no carro indo para a festa de confraternização da equipe em comemoração a volta das gravações.
- Pois é, ele disse. Não, apenas o básico. – Eu encarava as ruas passando como um borrão pela janela.
- Uau. Eu estive com ele algumas vezes, e eu cheguei a notar que ele estava mais leve, sabe, mas não sabia que estava nesse nível aí. Você pensa em voltar com ele? – Kate fez a pergunta de um milhão de dólares.
- Eu não faço ideia. – Respondi, cansada de tanto repassar a conversa com na minha mente.
- Chegamos! – Kate logo desceu do carro em um restaurante que havia sido reservado pela produção. Poucos fotógrafos estavam presentes, então nossa entrada foi rápida.
Assim que entrei, notei no canto do bar. Ele estava conversando com alguns produtores, uma garrafa de cerveja nas mãos. Alguém deve ter contado uma piada muito boa, porque o vi jogar a cabeça para trás e dar uma gargalhada que fazia muito tempo que eu não via. Senti meu coração aquecer com a cena, mas logo desviei o olhar quando ele notou a minha chegada.
- Não sabia que vinha tanta gente assim. – Comentei com Kate, que já estava animada com uma taça de vinho na mão.
- Pois é. não para de olhar pra cá. – Ela falou, me deixando tensa. – Ele não tá fazendo nem questão de esconder, daqui a pouco as pessoas vão notar. – Respirei fundo.
- Bom, não há nada que eu possa fazer com relação a isso. – Disse e peguei uma bebida da bandeja de um garçom.
Algumas pessoas nos cercaram, fazendo perguntas sobre a turnê e elogiando o novo álbum. Era estranho estar de volta ao convívio dessas pessoas que passavam mais tempo comigo do que minha própria família.
Mesmo caminhando pelo salão e conversando com mais pessoas do que eu era capaz de lembrar, eu não deixava de sentir um olhar sobre mim. seguia cada movimento meu, mas mantinha distância. A tensão entre nós podia ser cortada no ar de tão densa. Eu conseguia ver algumas pessoas apontando para nós dois, curiosas pelos dois atores principais da série ainda não terem trocado uma palavra.
- O que é isso? – Perguntei à Kate quando vi uma comoção e ouvi alguns gritos de euforia.
- Teremos um karaokê, mas já vou avisando que você está de fora dessa, não é justo ser a única a cantar no tom certo. – Ela riu descontroladamente, já um pouco alterada pela bebida. Eu apenas sorri para ela, retirando o copo da sua mão e substituindo por uma taça com água, ainda que sob reclamações intensas.
Kate ia falar alguma coisa, mas parou, encarando alguma coisa atrás de mim. Quando me virei, vi com um microfone na mão, esperando a multidão, a maioria bêbada, parar de gritar e aplaudir.
- Eu queria a atenção de vocês. – parecia muito nervoso, mas estava claro que tinha um objetivo em mente. – Como todos sabem, há mais de um ano minha esposa faleceu. – As pessoas se calaram imediatamente. – Eu não falo muito sobre isso, mas eu queria pedir desculpas a todos por ter me fechado tanto depois que tudo aconteceu. Sei que não foi a melhor forma de lidar com tudo, mas foi a maneira que encontrei pra amenizar um pouco da dor. – Eu estava em choque com suas palavras, ao mesmo tempo que não conseguia tirar meus olhos dele. O que ele estava fazendo? – O que eu queria mesmo dizer é que chega um momento em que precisamos seguir em frente, e que tudo bem recomeçar. Confesso que tô bastante nervoso. – Ele disse, arrancando risadas de todos. – Eu posso receber um enorme não no final disso tudo, mas passou da hora de eu tomar o controle da minha vida e assumir o que eu realmente sinto. – me encarou, fazendo um sinal para a pessoa que estava responsável pelo karaokê.
- É a sua... – Kate começou a dizer, tão concentrada em quanto eu.
- Sim, é a minha música. – Todas as cabeças se viraram na minha direção. cantava cada verso me encarando. Quando a música já estava na metade, ele começou a descer do palco improvisado e vir em minha direção.
If we were meant to be
Forget about fate and just hold me
I'm ready to begin
The waiting has to end
Right now, today
I've gotta find a way
Meu coração batia muito rápido, minhas mãos suavam. O que estava fazendo?
finalizou a música já de frente para mim. O salão estava em um silêncio total, todos esperando o próximo passo dele.
- Eu amo você, , e não importa quanto tempo demore, quantas vezes eu tenha que te provar isso, eu não vou desistir até você ser minha. – Ela sorriu, usando parte da letra da música contra mim. – Eu não posso te prometer que tudo vai dar certo, muito menos que será fácil... Eu só quero estar com você. – Levei uma das minhas mãos até minha boca, ainda sem acreditar em tudo o que ele estava falando na frente de todo mundo.
- , você tá louco. – Eu ri, nervosa, desviando o olhar para a equipe que nos encarava. Ele apenas deu de ombros.
- Eu disse que iria provar pra você que eu estava sendo sincero. Eu mudei, , e agora sei que posso te fazer feliz e me entregar completamente. – se aproximou mais de mim, entregando o microfone para uma Kate boquiaberta e pegando minhas duas mãos. – Eu amo você, . Por favor, fica comigo. – Um soluço escapou da minha garganta e quando percebi, já havia me jogado em seus braços, ouvindo todo mundo gritar e nos aplaudir.
me pegou no colo e me girou, me beijando na frente de todo mundo.
Eu não sabia dizer em que momento eu havia tomado a decisão de dar uma nova chance para nós, mas pela primeira vez eu via um futuro juntos pela frente. Pela primeira vez em muito tempo, eu não desejava algo fora do meu alcance. Pela primeira vez, ele era totalmente meu.
e , protagonistas da série Casos e Acasos, se casaram hoje no Central Park, em Nova Iorque. O casal está junto faz dois e hoje oficializaram a união.
Com uma festa repleta de famosos, o casal mais querido da América era só sorrisos, uma fonte presente na cerimônia informou.
Mesmo em seu segundo casamento, o noivo parecia extremamente nervoso. Outra fonte relata que foi preciso apressar a noiva sob ameaças do noivo ir atrás dela se demorasse mais dois minutos.
É, minha gente, parece que alguém não via a hora de casar.
Há três anos, Ellen faleceu em um trágico acidente de carro, desde então, não tinha sido visto com nenhuma companhia feminina, surpreendendo a todos quando assumiu um romance com sua co-estrela.
Rumores de um relacionamento surgiram após a apresentação história da no American Music Awards, na qual muitos afirmavam que as músicas eram sobre o, agora, marido.
Rumores esses que nunca foram confirmados, mas que ganharam força quando o casal assumiu o namoro.
Mas vamos ser sinceros, o importante é que eles estão juntos e felizes, não é mesmo?
Viva os noivos!
Fim.
Nota da autora: Oi, pessoasl! Como estão?
Ainda não acredito que não tinha ficstape desse hinário que é o Don't Forget. Eu sou fã da Demi antes mesmo desse álbum sair, e ainda hoje Until You're Mine é uma das minhas músicas favoritas dela! Nem acredito que tive a chance de conseguir escrever sobre ela e espero que não tenha estragado tudo.
Bom, é isso. Espero que gostem e, se puderem, não deixem de comentar! Muito obrigada por tudo!
Larys
Outras Fanfics:
- 07. I Wish You Would - Ficstape #004
- 11. Kiss Me - Ficstape #008
- 08. The Heart Never Lies - Ficstape #011
- The Heart Never Lies - Ano Novo - Especial All Stars 2015
- É só você sorrir - Especial Música Brasileira
- 05. Lightweight - Ficstape #017
- 11. Never Been Hurt - Ficstape #018
- 15. Moments - Ficstape #024
- 12. You Belong With Me - Ficstape #025
- 09. Enchanted - Ficstape #026
- 05. All Too Well - Ficstape #027
- 10. Shape Of My Heart - Ficstape #029
- 07. Can't Have You - Ficstape #034
- 03. Dear Future Husband - Ficstape #036
- 05. Stone Cold - Ficstape #040
- 11. Love Me Or Leave Me - Ficstape #053
- Mixtape: Um Anjo Veio Me Falar - Mixtape: Brasil 00's
- Mixtape: Não Resisto a Nós Dois - Mixtape: Brasil 00's
- 10. Good Enough
- 04. Same To You
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Ainda não acredito que não tinha ficstape desse hinário que é o Don't Forget. Eu sou fã da Demi antes mesmo desse álbum sair, e ainda hoje Until You're Mine é uma das minhas músicas favoritas dela! Nem acredito que tive a chance de conseguir escrever sobre ela e espero que não tenha estragado tudo.
Bom, é isso. Espero que gostem e, se puderem, não deixem de comentar! Muito obrigada por tudo!
Larys
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