Capítulo Único
As mãos de estavam suando e ele mal conseguia acreditar no que seus olhos viam. Fazia alguns anos desde que ele havia visto ela e agora, no meio de toda essa pequena multidão, ela estava com os olhos fixos nele. Foi como se todas as ondas do mar tivessem o empurrando cada vez para mais longe da praia. Ela continuava tão bela quanto ele se lembrava. Os cabelos castanhos caiam sobre seus ombros como cascatas e os olhos escuros da mulher ainda carregavam a mesma doçura de seis anos atrás. Ela tinha o rosto apoiado nas mãos e um leve sorriso nos lábios. Ele podia ver que o tempo havia deixado o rosto dela um pouco mais arredondado, mas isso só a tornou mais bonita. Ele estava realmente tendo dificuldade em respirar naquele momento.
Foi preciso toda sua força e vontade para que ele conseguisse desviar os olhos da figura da mulher. Ele ainda tinha que terminar essa música e ainda faltariam cinco até o fim de seu tempo. era um músico e desde que entrou no ensino médio ele sabia que seguiria a carreira artística. Sabia que suas chances eram mínimas perto de outras pessoas, mas isso não o fez desistir. Sua maior inspiração sempre foi , a maioria das músicas que escreveu naquela época eram sobre ela. Ele se recordava que na época da escola, ele e eram o “casal” ideal. A maioria das pessoas diziam que eles terminariam casados e com dois filhos, morando em algum subúrbio. Infelizmente as coisas não foram tão fáceis. E junto com o ingresso de na universidade, veio o término deles.
Os acordes haviam se tornado automáticos assim como as palavras da música que cantava. “18” nunca havia soado tão estranha nos lábios dele quanto era agora e ver ela acompanhando a música junto com ele, trouxe um calor para seu peito que ele não soube explicar o que era. Os lábios dela estavam sincronizados com os seus e, mesmo com todo o tempo que passou, ela parecia não ter esquecido uma palavra sequer da letra. Um pouco menos tenso, focou toda a sua atenção em sua performance e se esforçou ao máximo para passar para o pequeno público toda a emoção da música.
tinha um lindo sorriso estampado no rosto. Quando decidiu sair essa noite para espairecer, nunca passou por sua cabeça que acabaria no mesmo local que . Ela conseguia se lembrar perfeitamente dos dois anos e meio que esteve em um relacionamento com ele. Não tinha o que reclamar e sabia que viveu os melhores anos de sua vida ao lado do rapaz. Ela sempre soube que o sonho dele era voltado para a música e se sentia muito orgulhosa por ver que ele não havia desistido disso. Trazia um conforto para seu coração.
Nenhum dos dois estava sabendo como lidar bem com a presença do outro. Porém ambos sabiam como se sentiam: completos, de certa forma. O término deles não foi algo trágico ou triste. queria cursar Artes Cênicas em uma cidade diferente e queria focar em sua música. Foi amigável e, infelizmente, eles perderam contato com o tempo. Nenhum deles guardava algum tipo de mágoa do outro. Tudo o que sempre cuidaram durante seu relacionamento, foi a saúde mental de ambos. Sabiam que não deveriam ultrapassar os limites e deixar se tornar algo tóxico e monótono.
A sensação que acalentava os dois era de uma paz e satisfação enorme, eles nem sabiam explicar porque se sentiam daquela forma. Talvez sentissem falta da forma que era proximos; das conversas até tarde da noite; das noites que saiam escondidos para comer em uma lanchonete 24 horas às duas da manhã; ou talvez da forma em que se entendiam apenas com um olhar.
— A próxima e última música, eu escrevi uns dois anos atrás — anunciou para as pessoas que o observavam. — É sobre você sentir falta de algo, mas não ter como explicar exatamente o que é. Pode ser uma pessoa, uma época da sua vida, uma sensação... Enfim, qualquer coisa.
Seus dedos voltaram a tremer assim que ele dedilhou as primeiras notas de “What I Miss Most” e ele teve que respirar fundo umas duas vezes antes de poder deixar as primeiras estrofes fluírem de seus lábios. , por outro lado, sentia seu peito cheio e não sabia explicar exatamente o que era. Sentia seu coração bater um pouco mais rápido e sua garganta estava um pouco mais fechada, e mesmo com a cerveja gelada que ela bebericou, a sensação permaneceu.
It must have been a year since
I was thrown across na ocean far from home
And I was making oceans
Riding in between the highs and lows
A voz terna e aveludada de banhou todo o ambiente e todas as pessoas apreciavam a forma em que o rapaz começou a expressar a letra de sua canção e o rapaz sentia-se orgulhoso de si mesmo por conseguir prender a atenção daquelas pessoas.
Maybe what I miss most
It wasn’t made of steel and stones
And maybe what I miss most
It wasn’t born of skin and bone
Under the sun, up on the waves
Under three climbs when I’m far away
Maybe what I miss most
And maybe you’ll never know
jurou que havia voltado seis anos no tempo e estava em seu quarto, com sentado no seu tapete felpudo, enquanto tocava mais uma de suas melodias sem letra ainda. Esses eram os momentos que ela mais gostava de estar ao lado dele, quando ele estava compondo ou havia descoberto uma nova melodia que ficaria presa na cabeça dele até que encontrasse uma letra boa o bastante para encaixar. A forma que os olhos dele brilhavam toda vez que ele conseguia achar um novo conjunto de acordes. A paixão que ele colocava nas músicas que ele criava.
sempre inspirou a ir atrás das coisas que ela queria, nos piores momentos e ela sempre seria absurdamente grata a ele. Duvidava que teria batido o pé com os pais em relação ao curso que queria. E quando ela finalmente convenceu eles que não tinha vontade nenhuma de ingressar em Biologia, ela se sentiu leve como uma pena. sempre seria uma memória positiva para ela.
Life beyond the window
I’m jealous of the way the black bird flies
Free among the people
Those quarter million stories pass me by
já havia corrido os olhos por todo o local e inúmeras vezes teve seu olhar preso no de . Ele conseguia ver o que ela queria dizer preso em suas orbes castanhas, e nunca havia se sentido tão satisfeito em relação ao seu trabalho. foi uma das únicas pessoas que nunca duvidou da capacidade dele e sempre o incentivou a lutar pela sua paixão. Ele não diria que era mundialmente famoso, mas a popularidade que havia criado no estado em que moravam, já o deixava imensamente feliz e realizado. Nunca almejou sucesso e fama, ele sempre quis fazer sua música e ter como viver dela.
I remember at the table
All those faces, where did they go?
I imagine how it looks like
When I’m not there
I remember, every summer
But now that years are, just a number
There’s no backwards
Time is faster with everything I’ve left behind, oh
e se lembravam de todas as vezes que as pessoas duvidaram dele e quantas dela já o desmotivaram, então para os dois, estar ali hoje era mais que uma apresentação e algumas músicas cantadas. Não, eles sabiam que havia superado inúmeras coisas para se encontrar ali. Vários rapazes do time de basebol e basquete riam e se juntavam para fazerem piada das composições de , e mesmo assim ele gostaria de saber onde se encontravam. Nunca desejou que os mesmos não alcançassem seus objetivos, muito pelo contrário, ele ficava imensamente feliz quando ouvia que algum conhecido da época da escola havia conseguido o que queria.
e não sabiam o porquê haviam se encontrado justamente naquela noite. Depois de todos esses anos e todas as memórias revividas durante a noite, justamente aquela noite eles cruzaram o caminho um do outro. Não haveria uma explicação para isso. Poderia ser o destino, deuses, astros ou qualquer outra espécie de divindade. Mas o que eles haviam entendido era que aquilo deveria significar alguma coisa maior. Não era acaso. Não poderia ser e com esse pensamento vago e olhos firmemente fechados, finalizou a música e se despediu de seu público.
havia saído alguns minutos antes e se encontrava parada na porta de entrada do clube. Ela estava decidida a falar com mesmo que não tivesse ideia do que diria. Ela tinha que falar com ele e não sairia dali até o fazer. O som da porta rangendo a afastou de seus devaneios e fez ela levantar seu olhar. gostaria de saber com que havia perdido tanto tempo que não viu nenhuma das pessoas saírem e sua atenção só se voltou para o mundo real quando a silhueta de tomou conta do espaço da porta.
Sua voz, por um instante, ficou presa em sua garganta e ela esqueceu como se pronunciava coisas simples. Os cabelos dele ainda continuam cacheados e seu rosto não havia mudado praticamente nada. Eles não haviam mudado nada. Ainda pareciam os mesmos adolescentes de dezessete anos que faziam declarações bestas de amor.
não imaginou que o mundo poderia girar tão depressa quanto havia feito agora. Ou talvez fosse apenas a sensação de estar tão perto dela novamente. Não imaginava que o tempo poderia deixar ela ainda mais bonita do que era. Inúmeras coisas passaram pela cabeça dele e ele não conseguia pensar na coisa certa para fazer. Era como se sua voz tivesse desaparecido e ele tivesse perdido todas as formas de comunicação existentes.
Apenas quando a voz dela quebrou o silêncio eles puderam respirar e deixar os ombros caírem. E pela primeira vez, acreditou que existia uma força maior no universo. E talvez ele nunca iria saber exatamente o que ele havia sentido falta durante todo esse tempo, já que todo o que ele precisava se encontrava exatamente em sua frente.
— Oi, .
And maybe you’ll never know
Foi preciso toda sua força e vontade para que ele conseguisse desviar os olhos da figura da mulher. Ele ainda tinha que terminar essa música e ainda faltariam cinco até o fim de seu tempo. era um músico e desde que entrou no ensino médio ele sabia que seguiria a carreira artística. Sabia que suas chances eram mínimas perto de outras pessoas, mas isso não o fez desistir. Sua maior inspiração sempre foi , a maioria das músicas que escreveu naquela época eram sobre ela. Ele se recordava que na época da escola, ele e eram o “casal” ideal. A maioria das pessoas diziam que eles terminariam casados e com dois filhos, morando em algum subúrbio. Infelizmente as coisas não foram tão fáceis. E junto com o ingresso de na universidade, veio o término deles.
Os acordes haviam se tornado automáticos assim como as palavras da música que cantava. “18” nunca havia soado tão estranha nos lábios dele quanto era agora e ver ela acompanhando a música junto com ele, trouxe um calor para seu peito que ele não soube explicar o que era. Os lábios dela estavam sincronizados com os seus e, mesmo com todo o tempo que passou, ela parecia não ter esquecido uma palavra sequer da letra. Um pouco menos tenso, focou toda a sua atenção em sua performance e se esforçou ao máximo para passar para o pequeno público toda a emoção da música.
tinha um lindo sorriso estampado no rosto. Quando decidiu sair essa noite para espairecer, nunca passou por sua cabeça que acabaria no mesmo local que . Ela conseguia se lembrar perfeitamente dos dois anos e meio que esteve em um relacionamento com ele. Não tinha o que reclamar e sabia que viveu os melhores anos de sua vida ao lado do rapaz. Ela sempre soube que o sonho dele era voltado para a música e se sentia muito orgulhosa por ver que ele não havia desistido disso. Trazia um conforto para seu coração.
Nenhum dos dois estava sabendo como lidar bem com a presença do outro. Porém ambos sabiam como se sentiam: completos, de certa forma. O término deles não foi algo trágico ou triste. queria cursar Artes Cênicas em uma cidade diferente e queria focar em sua música. Foi amigável e, infelizmente, eles perderam contato com o tempo. Nenhum deles guardava algum tipo de mágoa do outro. Tudo o que sempre cuidaram durante seu relacionamento, foi a saúde mental de ambos. Sabiam que não deveriam ultrapassar os limites e deixar se tornar algo tóxico e monótono.
A sensação que acalentava os dois era de uma paz e satisfação enorme, eles nem sabiam explicar porque se sentiam daquela forma. Talvez sentissem falta da forma que era proximos; das conversas até tarde da noite; das noites que saiam escondidos para comer em uma lanchonete 24 horas às duas da manhã; ou talvez da forma em que se entendiam apenas com um olhar.
— A próxima e última música, eu escrevi uns dois anos atrás — anunciou para as pessoas que o observavam. — É sobre você sentir falta de algo, mas não ter como explicar exatamente o que é. Pode ser uma pessoa, uma época da sua vida, uma sensação... Enfim, qualquer coisa.
Seus dedos voltaram a tremer assim que ele dedilhou as primeiras notas de “What I Miss Most” e ele teve que respirar fundo umas duas vezes antes de poder deixar as primeiras estrofes fluírem de seus lábios. , por outro lado, sentia seu peito cheio e não sabia explicar exatamente o que era. Sentia seu coração bater um pouco mais rápido e sua garganta estava um pouco mais fechada, e mesmo com a cerveja gelada que ela bebericou, a sensação permaneceu.
I was thrown across na ocean far from home
And I was making oceans
Riding in between the highs and lows
A voz terna e aveludada de banhou todo o ambiente e todas as pessoas apreciavam a forma em que o rapaz começou a expressar a letra de sua canção e o rapaz sentia-se orgulhoso de si mesmo por conseguir prender a atenção daquelas pessoas.
It wasn’t made of steel and stones
And maybe what I miss most
It wasn’t born of skin and bone
Under the sun, up on the waves
Under three climbs when I’m far away
Maybe what I miss most
And maybe you’ll never know
jurou que havia voltado seis anos no tempo e estava em seu quarto, com sentado no seu tapete felpudo, enquanto tocava mais uma de suas melodias sem letra ainda. Esses eram os momentos que ela mais gostava de estar ao lado dele, quando ele estava compondo ou havia descoberto uma nova melodia que ficaria presa na cabeça dele até que encontrasse uma letra boa o bastante para encaixar. A forma que os olhos dele brilhavam toda vez que ele conseguia achar um novo conjunto de acordes. A paixão que ele colocava nas músicas que ele criava.
sempre inspirou a ir atrás das coisas que ela queria, nos piores momentos e ela sempre seria absurdamente grata a ele. Duvidava que teria batido o pé com os pais em relação ao curso que queria. E quando ela finalmente convenceu eles que não tinha vontade nenhuma de ingressar em Biologia, ela se sentiu leve como uma pena. sempre seria uma memória positiva para ela.
I’m jealous of the way the black bird flies
Free among the people
Those quarter million stories pass me by
já havia corrido os olhos por todo o local e inúmeras vezes teve seu olhar preso no de . Ele conseguia ver o que ela queria dizer preso em suas orbes castanhas, e nunca havia se sentido tão satisfeito em relação ao seu trabalho. foi uma das únicas pessoas que nunca duvidou da capacidade dele e sempre o incentivou a lutar pela sua paixão. Ele não diria que era mundialmente famoso, mas a popularidade que havia criado no estado em que moravam, já o deixava imensamente feliz e realizado. Nunca almejou sucesso e fama, ele sempre quis fazer sua música e ter como viver dela.
All those faces, where did they go?
I imagine how it looks like
When I’m not there
I remember, every summer
But now that years are, just a number
There’s no backwards
Time is faster with everything I’ve left behind, oh
e se lembravam de todas as vezes que as pessoas duvidaram dele e quantas dela já o desmotivaram, então para os dois, estar ali hoje era mais que uma apresentação e algumas músicas cantadas. Não, eles sabiam que havia superado inúmeras coisas para se encontrar ali. Vários rapazes do time de basebol e basquete riam e se juntavam para fazerem piada das composições de , e mesmo assim ele gostaria de saber onde se encontravam. Nunca desejou que os mesmos não alcançassem seus objetivos, muito pelo contrário, ele ficava imensamente feliz quando ouvia que algum conhecido da época da escola havia conseguido o que queria.
e não sabiam o porquê haviam se encontrado justamente naquela noite. Depois de todos esses anos e todas as memórias revividas durante a noite, justamente aquela noite eles cruzaram o caminho um do outro. Não haveria uma explicação para isso. Poderia ser o destino, deuses, astros ou qualquer outra espécie de divindade. Mas o que eles haviam entendido era que aquilo deveria significar alguma coisa maior. Não era acaso. Não poderia ser e com esse pensamento vago e olhos firmemente fechados, finalizou a música e se despediu de seu público.
havia saído alguns minutos antes e se encontrava parada na porta de entrada do clube. Ela estava decidida a falar com mesmo que não tivesse ideia do que diria. Ela tinha que falar com ele e não sairia dali até o fazer. O som da porta rangendo a afastou de seus devaneios e fez ela levantar seu olhar. gostaria de saber com que havia perdido tanto tempo que não viu nenhuma das pessoas saírem e sua atenção só se voltou para o mundo real quando a silhueta de tomou conta do espaço da porta.
Sua voz, por um instante, ficou presa em sua garganta e ela esqueceu como se pronunciava coisas simples. Os cabelos dele ainda continuam cacheados e seu rosto não havia mudado praticamente nada. Eles não haviam mudado nada. Ainda pareciam os mesmos adolescentes de dezessete anos que faziam declarações bestas de amor.
não imaginou que o mundo poderia girar tão depressa quanto havia feito agora. Ou talvez fosse apenas a sensação de estar tão perto dela novamente. Não imaginava que o tempo poderia deixar ela ainda mais bonita do que era. Inúmeras coisas passaram pela cabeça dele e ele não conseguia pensar na coisa certa para fazer. Era como se sua voz tivesse desaparecido e ele tivesse perdido todas as formas de comunicação existentes.
Apenas quando a voz dela quebrou o silêncio eles puderam respirar e deixar os ombros caírem. E pela primeira vez, acreditou que existia uma força maior no universo. E talvez ele nunca iria saber exatamente o que ele havia sentido falta durante todo esse tempo, já que todo o que ele precisava se encontrava exatamente em sua frente.
— Oi, .