Postado: 05/10/2017

Capítulo Único

Whisper your nasty little secrets in my ear (Junho de 2014)

As luzes coloridas da Overkill piscavam incessantemente enquanto uma música qualquer do Guetta explodia nas caixas de som bem posicionadas pela boate, deixando toda a pista de dança agitada. No bar ao fundo, era possível encontrar e grande parte dos seus companheiros de time comemorando o título inédito da Liga Europa, que havia sido conquistado horas antes. Ele ria de alguma piada idiota feita por um Jenkinson totalmente bêbado quando a viu pela primeira vez. No instante seguinte, sua atenção foi para uma rodinha de pessoas que faziam algum tipo de passo coreografado, mais precisamente para a mulher de vestido rosa, que rebolava como se não houvesse amanhã.
não sabia dizer com precisão por quanto tempo ficou olhando a pequena festa particular que a garota e seus amigos faziam ali, talvez tempo necessário para fazer a garota perceber e caminhar em sua direção.
— Uma cuba Libre, por favor, e um rebujito para o artilheiro aqui. — ela disse ao barman enquanto observava o jogador arquear as sobrancelhas. — Ah, qual é, não como se ninguém soubesse que você simplesmente fez o gol mais importante da história do Arsenal.
— Temos uma torcedora do Arsenal por aqui, huh?
— ‘Tá mais para tradição de família, mas isso não importa, a não ser que você passou todo esse tempo me olhando para perguntar isso.

[...]

O tom provocativo que a música transmitia, juntamente com o balançar sensual de ambos os corpos, fez com que o ambiente ficasse pequeno e quente demais para os dois. afastou seus lábios dos do jogador, sorrindo sem dizer mais nada e o puxando entre a multidão. Parando em uma das paredes próxima ao banheiro, não foi preciso de muito para entender quais eram as intenções da mulher, e não podia negar que eram as suas também desde que pôs os olhos nela. Com um baque surdo, ele colou seus corpos junto à parede no mesmo instante em que suas bocas voltaram a se encontrar. Enquanto ele beijava a área entre seu pescoço e clavícula, soltava pequenos suspiros em seu ouvido ao entrelaçar suas pernas em volta da cintura do futebolista, sentindo a excitação crescente que pedia para ser libertada. Tal movimento fez o vestido cor de rosa se levantar ainda mais, dando a uma visão mais ampla da pequena calcinha que ela usava. As mãos do atacante não tardaram a encontrar o lugar que mais ansiava tocar, comprovando que ela estava excitada tanto quanto ele.
— Na minha casa ou na sua? — ela perguntou, com um sorriso ladino.
— Na mais próxima.

[...]

As mãos apressadas do atacante tateavam a fechadura da porta, numa tentativa inútil de abri-la mais rápido, enquanto o abraçava por trás e desafivelava seu cinto, adiantando seu serviço por ali. Não que ambos se importassem com o lugar, eles podiam transar ali mesmo no corredor.
Quando a porta foi aberta, o caminho até o quarto foi percorrido em uma velocidade incrível, que mais tarde faria o jogador se questionar se sequer havia fechado a porta.
deu uma rápida olhada pelo local, encontrando em um canto o pequeno aparelho, o que fez surgir um sorriso em seu rosto. Empurrando o moreno na cama, ela correu em direção ao pequeno aparelho de som, fazendo com que uma leve melodia saísse do mesmo.
— Agora você vai ter o seu show particular
O corpo da mulher se mexia sensualmente no ritmo da música enquanto se livrava do vestido. Sentou-se sobre ele, movimentando os quadris de acordo com a música. Segurou-lhe as mãos, que tentavam tocá-la, sorrindo ao ver sua frustração.
— Dois podem jogar esse jogo, linda.
E, dizendo isso, usou de sua força para inverter as posições, colocando-a de costas na cama. Seus dedos não demoraram a encontrar a intimidade molhada dela. Os gemidos saíam descontrolados por entre os lábios grossos.
— Eu vou… Ah, meu Deus, eu quero você.
— Eu acho que não ouvi direito, o que você quer? Me diz, .
— Você.

You know you feel what I'm feeling (Outubro de 2016)

não se sentiu surpreso ao acordar naquela manhã e encontrar o espaço ao seu lado na cama vazio. Uma one-night stand era o que acharam que seria aquela noite, ambos só não esperavam que ela se sucedesse por outras noites durante dois anos. E era sempre assim: após mais uma noite intensa de sexo, a única certeza que ele tinha que havia passado por ali era alguma peça de roupa que ela havia perdido pela casa na pressa que eles tinham na noite anterior, além das marcas que ela fazia questão de deixar nas costas dele.
Ele sempre foi um cara que preferia ficar fora dos holofotes e ser reconhecido unicamente pelo seu desempenho dentro dos campos, mas não era assim que funcionava para . A jovem tinha aproveitado da pequena fama que fizera ao ser vista algumas raras vezes na companhia do jogador para alavancar sua carreira de modelo, e ele sabia muito bem disso, mas não se importava, não mais. Era inegável, havia se apaixonado pela garota atrevida de olhos castanhos, então ele não ligava se ela levasse seu carro ou o seu dinheiro. Ele só queria o seu amor, então apenas esperava pela noite em que ela resolveria ficar e não ir mais embora.

[...]

— Eu sei que você não ficou comigo nesses dois anos só pela fama.
— É, tem razão, não foi pela fama ou pelo dinheiro, foi pelo sexo.
— Sério, ?— ele disse em um riso desacreditado — Depois de tudo isso, você quer me dizer que foi pelo sexo?
— É, , você fode bem. Olha só, quando a gente começou isso, eu te deixei avisado que qualquer sentimento não iria rolar, que eu queria só curtir, mas você insistiu, me disse que você também não tinha qualquer interesse em um relacionamento, então não cobre algo que você já sabia que não teria.

[...]

Ele se apaixonou por ela, e ela havia levado tudo, até sua titularidade na equipe. Não que fosse totalmente culpa da modelo, afinal, quem tinha terminado tudo tinha sido ele, em um ato que julgou ser o melhor para os dois. Agora ele era um fodido, um fodido apaixonado.

Just let your fears come off like clothes (Fevereiro de 2017)

Ela dizia que tinha o espírito livre e que não gostava de se prender em relacionamentos, mas, no fundo, os dois sabiam que isso era uma forma que ela tinha de mascarar o receio que tinha em se apaixonar.
Quanto tempo demora para se apaixonar? Talvez um dia, um ano, não saberia dizer, porém sabia dizer com precisão há quanto tempo tinha se dado conta que estava apaixonada por : 124 dias, quatro meses, para ser mais exata.
Quando encontrou aquele par de olhos castanhos, acompanhado pelo seu fiel traço delineado, que dava um ar felino a ela, parado em sua porta, sua voz sumiu completamente. não esperava encontrar a morena depois da última vez.
Ela deu um sorriso de canto diante da expressão surpresa do rapaz.
— Eu… — Ela sentia muito. Ela o queria. Ela estava apaixonada por ele. Havia se despido de seu medo para estar ali, mas nada saiu de seus lábios.
! Você vai demorar? — A voz de mulher veio de dentro do apartamento, atrapalhando os pensamentos de , que ainda formulavam uma frase.
— Tanto faz. — ela soltou, respirando fundo. ficou sem entender quando a garota se virou e, em uma cena quase infantil, correu para o elevador.
Apertou o botão que fazia as portas fecharem mais rápido e foi capaz de ver um último olhar assustado de um , que parava à frente da cabine de metal uma fração de segundos antes de ela começar a descer.
Vestida novamente com sua armadura, se observou no espelho. O que ela queria, afinal? Que ele ficasse esperando por uma garota que disse com todas as letras que não queria nada?
Quando chegou à calçada, sinalizou para um táxi.
! — ouviu-o gritar pelo vidro do carro. — Não é nada disso, vamos conversar.
A mulher se manteve impassível.
— Vamos, por favor. — disse ao motorista.
— Rapaz, se afaste do carro, por favor.
O taxista dirigiu pelas ruas de Londres, e algumas lágrimas molharam o rosto dela. Pegou todos os medos e inseguranças do chão e vestiu-os.

So, girl, you can’t say no (Agosto de 2017)

A voz remixada de Shawn Mendes cantando sobre como nada podia segurá-lo ecoava pela Overkill e chegou aos ouvidos de , fazendo-a afastar as lembranças que a boate trazia. Seis meses depois, ela ainda pensava naquela droga de homem.
Encontrou algumas amigas e já sentia o álcool ter certo domínio sobre seu corpo enquanto dançava quando seus olhares se cruzaram. Fechou os olhos e balançou a cabeça, torcendo para estar delirando. Quando abriu os olhos novamente, seu delírio caminhava em sua direção.
… — suspirou. O sinal de negação que fez com a cabeça negava algo que ela desconhecia.
A mão grande dele tocou o rosto dela segundos antes de seus lábios se tocarem.
— Sei que você também sente isso, pare de negar. — ele sussurrou, arrepiando-a.
— Eu não posso mais negar. — sorriu. — Vamos para a sua casa?


Fim



Nota da autora: Sem nota.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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