Finalizada em 21/10/2021

Capítulo Único

nunca pensou que seria um sucesso geek um dia! Mas lá estava ele, sentado atrás de uma mesa, com uma pilha da última edição do seu manhwa lançado e uma multidão de fãs, esperando para que o evento começasse, do lado de fora.

Antes de se aventurar a produzir histórias em quadrinhos, era um rapaz comum, não que não fosse agora, mas ele cuidava administração, e tinha como meta, conseguir um estágio no maior banco da cidade, sua vida estava toda planejada, até que ele sofreu aquele acidente na estrada, quando voltava da casa que seus pais tinham no interior. Embora estivesse um pouco cansado no dia, não bebeu, nem usou drogas ou sequer estava em alta velocidade. Mas um outro carro o atingiu em cheio e ele soube que ficou mais de um mês em coma, e que graças a uma pessoa que teve que mudar de unidade pouco antes dele recobrar a consciência, ele estava ali naquele dia, com suas roupas despojadas, e um rumo diferente.

Ele já acordou do coma com uma inspiração forte para iniciar aquele projeto, que de início foi uma distração para os dias que ficou no hospital, depois virou um hobbie e agora era seu sustento, fama e fonte de renda.

Sua primeira história e a que ele estava finalizando ali, naquela última noite de autógrafo da saga, era uma pegada de super heróis.

Lee Peach, era nossa heroína central. Com super poderes que lembravam o super homem, não, melhor, a mulher maravilha, mas sem aquele lance de amazona e tudo mais, na real, ela era uma mistura dos melhores, hiper inteligente, saiu de seu planeta SM, onde seu governante era um tirano sem alma e sem escrúpulos, que não só tinha leis e pensamentos retrógrados, como explorava, exigia e praticamente escravizava os habitantes daquele planeta. Veio então para a terra, que era um dos lugares mais distantes de tudo que conhecia, e vivia bem aqui, com sua identidade secreta, porque, quando chegou, descobriu que nem todos os habitantes do universo tinham super poderes ou poderes especiais, como ouviu de algumas pessoas e viu até mesmo em desenhos animados e leituras. E se contasse que veio de outro planeta, com certeza seria chamada de et, como os marcianos, que eram uns amores e definitivamente não eram nem verdes, nem magricelos, muito menos cabeçudos, como ela viu também, passando pela tv ou tatuado no corpo das pessoas. Já tinha pensando em se revelar para o planeta, para tirar mesmo esse estigma de que os extraterrestres eram criaturas estranhas e deformadas, claro que, em alguns casos mais extremos, alguns tinham uma coloração, digamos, diferente, mais avermelhados ou em um tom de roxo brilhante, mas todos com biótipos semelhantes, pelo menos todos os planetas que ela visitou até chegar ali.

Em todos os planetas que esteve, eles também conseguiam, ou ler mentes, ou se teletransportar - o que ela achava o máximo, embora tivesse os melhores "poderes" não havia nascido com aquela habilidade - ou qualquer coisa do tipo. Na terra ela descobriu que o maior super poder que uma pessoa pode ter é o amor, ninguém amava como o povo terrestre, o calor humano, a vontade de ajudar o próximo e como acolhiam e amavam os outros sem esperar nada em troca. Óbvio que, 7,8 bilhões de pessoas, nem todo mundo tinha a habilidade de amar verdadeiramente, mas sua grande maioria era daquela forma e nem no planeta em que nasceu, se sentia tão "em casa" e acolhida, como ali. A terra era seu novo lar e ela a protegeria como a sua própria vida.

— Isso está insano! — disse se aproximando de que estava sentado testando as canetas para não ficar sem na hora de autografar os exemplares.
— Como vamos fazer uma leitura coletiva para tantas pessoas? — Ele estava preocupado, claro que os outros volumes, o público tinha triplicado de um para o outro, mas naquele último, era uma multidão muito maior, ele estava nervoso em receber um público tão grande.
— Pelo menos, os autógrafos são selecionados, então, não vai demorar muito.

Eles fariam um pequeno discurso, a leitura coletiva, onde ele leria uma parte do manhwa e depois começaria a sessão de autógrafos para os sorteados, eles tinham feito uma promoção, onde quem encontrasse o traje dourado dentro do exemplar, ganharia o direito de participar da sessão de autógrafos exclusiva.

— Ela sentiria orgulho de mim, se visse onde eu cheguei! — Se levantou de onde estava sentado e foi andando com o amigo até o palco onde o discurso e a leitura aconteceriam.
— Ela quem, ? — sabia bem de quem o amigo estava falando, mas queria acreditar que ele tinha caído na real durante aqueles anos em que trabalhou naquele projeto.
— Ela, a Peach! — Ele falava com tanta convicção, que quem não o conhecesse, não saberia que estava falando de uma personagem fictícia, e não uma pessoa de verdade.
— E lá vamos nós... — Respirou fundo. — Então , você sabe que, eu, mais que ninguém nesse mundo te ama e te admira, não sabe? Você é meu irmão mais velho, meu parceiro, o cara que faz com que eu pague as minhas contas sem que eu tenha que levantar de madrugada e fazer um trabalho que realmente odeio e todas essas coisas, mas você sabe que ela não existe, não sabe? Sabe, eu entendo o apego emocional e tudo mais, porém, dependência emocional é outra coisa totalmente diferente, você tem ido naquele especialista que o médico indicou? — disse amistoso, não queria ser grosseiro, mas não aguentava mais o amigo jurando que sua personagem era inspirada em alguém que ele conheceu de verdade e que a qualquer momento eles se encontrariam por ai.
— Não quero discutir com você sobre isso com você , não hoje, pode ser? — Não adiantava discutir mesmo, tinha um pensamento e o resto das pessoas ao seu redor outro, e ele não conseguia não pensar daquela forma, nem com toda ajuda do mundo.

Sabia que tinha perdido parte de sua memória naquele acidente e que algo naquele espaço em branco estava ligado a verdadeira Lee Peach, e que ela existia de verdade e ele ia conseguir encontrar ela, mesmo que fosse só para agradecer, porque depois da vida de manhwaga, ele nunca mais foi triste, odiava o curso que fazia na faculdade, e só fazia por insistência dos pais e para que ele tivesse um futuro promissor, claro que no começo ele sentiu medo de fracassar, mas depois do sucesso da primeira publicação, ele estudou outras vertentes e estava confortável com o que fazia e faria num futuro se nada desse certo depois dali.

Aquele era um momento especial e ele não queria estragar com aquela mesma conversa batida.

Seguiram a programação normal, se apresentaram para os participantes, como o artista principal e como o editor chefe, eles eram uma dupla implacável. Fizeram seus discursos de despedida daquele projeto que estava há tantos anos nas vidas deles e deixaram um Spoiler do que viria por aí, foi como o planejado, o clima entre eles não ficou pesado, eles sabiam separar suas diferenças ideológicas e as outras coisas, como a amizade e principalmente o trabalho, o clima estava muito bom, eles estavam se divertindo.

— Vamos ao momento mais esperado então?

pegou o microfone do pedestal e se sentou na cadeira no meio do palco. tinha o deixado sozinho para que ele começasse aquela leitura coletiva, era com a maior certeza o momento mais aguardado do dia. Todos responderam um sim juntos e o sorriso no rosto dele se abriu, como se aquela resposta fosse a chave para um abraço coletivo na alma dele. Pegou o livreto em suas mãos e respirou fundo, seria a última leitura coletiva daquele universo que ele tanto amou produzir e recebeu tanto carinho em troca. Então começou sua leitura.

“Quando resolveu fazer da terra seu lar, Lee não imaginava que sentiria aquele medo que estava sentindo naquele momento, presa naquela câmara feita inteiramente de Woollim, que era um metal encontrado nos arredores de SM e que era o único elemento que “sumia” com os seus poderes, e antes daquela situação Sooman, que não sabia que existia uma coisa que enfraquecia Lee, já tinha tentado invadir a terra e tomar seus habitantes como escravos. Desde o primeiro pensamento na terra, a idéia do vilão não era acabar com a terra ou a vida nela, um planeta destruído ou dizimado não traria nenhum lucro ou poder. Ele queria ter poder sobre os humanos, queria fazer igual ou pior do que fazia na SM, e com seus habitantes, já que julgava o povo terrestre mais vulnerável e inferior, por não possuírem qualquer poder extraordinário como o resto dos seres no universo. Mas com Peach ao lado dos humanos, ela sendo uma das mais fortes de sua espécie e de qualquer outra na verdade, ele havia falhado nas muitas tentativas de dominação e submissão que tentou contra os terrestres. Quando enfim descobriu um ponto fraco na heroína, usou, tanto seu amor pelos seres daquele planeta, quanto aquele elemento que fazia com que ela sucumbisse se ele quisesse, mas ele tinha um plano mais interessante para ela do que acabar com sua vida, a transformaria em sua marionete mais poderosa e o resto não teria a menor chance contra ele, era daquela forma que ele dominaria o mundo todo, estava mantendo ela presa naquele lugar para poder colocar seu plano de dominação da terra em prática e depois faria a lavagem cerebral que ele julgava que ela merecia”

Um sonoro suspiro de suspense e surpresa foi ouvido naquela sala, todos estavam apreensivos com aquilo, era o que todos esperavam mesmo acontecer, mas era surpreendente mesmo assim, parecia o fim de tudo.

“Ela estava extremamente derrotada, não sabia o que fazer, estava fraca e não se importava em virar marionete daquele tirano, mas não conseguia parar de pensar nos amigos e na família que tinha arrumado naquele planeta e que agora corriam risco de viverem infelizes para sempre. Quando estava quase desistindo de resistir pela sua vida e ou lucidez, escutou um barulho muito alto de um ponto em que não foi capaz de identificar qual, e antes que sua visão apagasse de vez, pode ver o corpo esguio de Nono, entrar na sala e a agarrar em seus braços para que não caísse no chão. Ouviu mais algumas vozes e sabia que ele não estava sozinho.

— Você nunca mais vai estar sozinha, meu amor! — Ele a pegou no colo e segurou firme.
— Eu sabia que vocês viriam. — Foram as unicas coisas que ela teve forças de fizer, antes de desmaiar completamente, naqueles braços, onde tinha encontrado a felicidade, o conforto e o amor, do qual ela tanto se orgulhava sentir das pessoas”


Uma explosão de palmas e comemorações foram emitidas pela platéia depois daquela cena e ele sabia que causaria aquele alvoroço, acompanhada os leitores nas redes sociais e assim como ele, todos shippavam os dois juntos, mesmo que ela não quisesse se comprometer, por saber, que um dia poderia chegar alguém e fazer algum mal a ele para a atingir, mas ele estava cansado de adiar aquele amor, ela tinha salvado a vida dele uma vez e agora ele estava retribuindo e mostrando que ele poderia ser o super herói dela se ela quisesse.

— Para saberem se Lee vai conseguir derrotar aquele babaca do Sooman, vocês vão ter que comprar e ler esse volume!

riu, ele sabia que com a ajuda dos amigos, Lee não só derrotaria o vilão, como libertária SM para que eles fossem felizes e governados por alguém com humanidade, respeito e que valorizasse a vida pela forma individual que ela existia, mas precisava vender alguns exemplares e se contasse o final, não teria tanto lucro como sabia que ia ter, tinha experiência com aquele tipo de evento, e deu super certo todos aqueles anos.

Logo em seguida, se despediu e se direcionou ao salão ao lado, onde a sessão de autógrafos aconteceria em poucos minutos, os participantes selecionados estavam a postos já, em uma grande fila única, que provavelmente foi ordenada pela equipe por ordem de chegada, estavam servindo também um cocktail, então, alguns convidados estavam espalhados pelo local. Ele adorava aquilo, conseguia se conectar com os fãs, e saber o que eles verdadeiramente achavam de seu trabalho.

A fila começou a andar, conforme ele distribuía os autógrafos, era sempre uma coisa similar, ele perguntava o nome, o que achou da saga até ali e até tirava algumas fotos se pedissem, era uma pessoa super acessível, e era isso que deixavam os fãs mais fiéis e confortáveis. Ele mesmo se sentia bastante confortável com aquilo.

— Devo dedicar a quem? — Fez a costumeira pergunta para o próximo da fila e escutou um sussurro em seu ouvido “para a verdadeira Lee Peach” e sentiu o corpo todo arrepiar.
— Doutora . — O sorriso na voz dela era incrivelmente doce. Ele subiu os olhos para ela, que sorria e o ar faltou por alguns segundos em seu pulmão. — Se lembra de mim, ? — Ela ainda sorria, mas ele não conseguia controlar seus pensamentos, era aquele rosto que ele via sempre que sentava para escrever ou desenhar a personagem, eram aqueles olhos, aquele sorriso, aquele cabelo, aquele tom de voz. Era ela, ele tinha certeza.
— É você? — Ele conseguiu dizer algumas palavras, mas ainda estava atônito.
— Depende! — Ela sorriu mais uma vez. — A médica que cuidou de você logo após seu acidente? Sim, qualquer outra coisa que esteja passando em sua mente fora isso? Não! — Sabia que ele podia ter ficado com algumas sequelas do ocorrido, e como não conseguiu acompanhar o tratamento dele até o final, não sabia que grau de perda de memória ele estava.
— Não, você é ela! — Ele apontou para o manhwa em cima da mesa.
— Você não se lembra de mim, não é? — Ela foi delicada, estava tentando não o deixar mais nervoso do que ele aparentava estar. — Tudo bem, eu leio seus quadrinhos desde o primeiro e eu sou uma grande fã.

E como um estalo, tudo voltou à mente dele. O hospital anos atrás, e ela, que foi a primeira que o recebeu quando chegou, quem fez a cirurgia mais difícil e que ele ficou pensando que era sua super heroína, por ter salvo sua, e como ele tinha esquecido daquele episódio e ela claramente saído do hospital, canalizou aquelas informações para transformá-las na sua história e era por aquilo que ele tinha tanta certeza que ela era real.

— Eu, meu Deus! Você está muito ocupada hoje? Queria ter uma conversa sem esse monte de gente olhando. — Ele riu e ela olhou em volta os olhos curiosos sobre eles.
— Eu estou de folga hoje, podemos conversar, eu vou dar uma andada por ai.

Então ela pegou sua revista e saiu da fila para que ele pudesse interagir com o próximo fã. Não demorou de fato para o evento acabar, estavam nos últimos antes dela, então todos foram embora e ela ficou para que pudessem conversar, ele pudesse explicar e entender que a verdadeira Lee Peach estava ali, que ela existia de verdade e que ele não estava errado. Que em momento nenhum esteve.

Quatro anos depois...



— Corta!

O diretor disse, fazendo os atores parar no meio da cena em que Nono carregava Lee Peach nos braços, para fora de sua prisão.

— Vamos dar uma pausa, tá bom? Eu não estou gostando muito, mas não quero sobrecarregar, então voltamos em 15 minutos.

Ele levantou de onde estava e saiu puxando a carteira de cigarros do bolso.

— O que você está achando? — perguntou, olhando para a mulher, que estava com os dedos entrelaçados aos seus.
— Uma boa escolha de atriz, ela é linda. — A mulher respondeu, olhando para os atores que tomavam uma bebida energética no canto.
— Não tanto quanto você, doutora . — Ele sorriu e deu um breve selar em seus lábios.
— Eu ficaria com o papel, se não tivesse carregando nossa pessegozinha aqui na minha barriga, amor, você acha que eu daria uma boa atriz? — Ela se virou para ele e sorriu, aquele mesmo sorriso que ele amava, antes mesmo de se lembrar que ela dava.
— Você seria a melhor protagonista de todas, você sempre foi a minha e vai continuar sendo, para sempre!

Alcançou os lábios dela e eles iniciaram um beijo cheio de amor, paixão, carinho e cumplicidade.

Depois daquela noite no evento, eles saíram mais algumas vezes, ele explicou para ela que era sua musa inspiradora e ela contou para ele os detalhes do atendimento e porque teve que deixar o hospital antes que ele acordasse totalmente. Engataram então um relacionamento depois de tantos encontros, e ali estavam, prestes a formar uma família juntos. Ela sendo a protagonista da vida dele, desde que ele se lembrava, e ele gostaria que continuasse sendo até seus últimos dias.




FIM



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Quero dedicar essa Fanfic a biazinha dona do mundo todo, mulher de Lee Jeno sim e de quem mais ela quiser hahahahaha, eu sou muito feliz pela sua amizade meu amor, obrigada por absolutamente tudo. Espero que tenham gostado!

ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada!

AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.



CARRD


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