11. Love On The Brain

Finalizada em: 12/04/2017

Capítulo Único

Fazia semanas que eu estava nessa. Eu juro que nem consigo lembrar o nome do cara na minha frente que está falando sobre o quão bem sucedido ele é. Ele é o quinto ou sexto com quem eu saio para um restaurante como esse. Yasmim aconselhou que eu usasse um aplicativo de relacionamentos. Só que nem o físico perfeitamente esculpido era capaz de me livrar do pensamento de .
- Você é bem mais bonita do que nas fotos do Tinder. – Sorriu galante, fazendo reluzir seu sorriso perfeitinho.
Tentei não revirar os olhos com a cantada furada. Só agradeci com um sorriso terno e ele me olhou como se esperasse retribuição do elogio.
– Eles deveriam ganhar um prêmio de melhor massa da cidade. – Elogiei o restaurante, mudando de assunto e tirando um riso sem humor do homem na minha frente.

***


Me joguei no colchão fofo, soltando o ar e me esticando para pegar o telefone no criado-mudo.
Nada
Nada de mensagens ou ligações perdidas.

Comecei a digitar uma mensagem, mas logo desisti me sentindo idiota. Se ele não ligaria, eu também não ligaria.
Quem eu quero enganar? Estou praticamente suplicando para que algum sinal divino ou telepático o faça me ligar! Podia até ser sinal de fumaça!

Flashback On

- Eu te odeio! – Gritei com os olhos inundados de lágrimas.
- Dá pra me dizer que eu fiz?! Porque tudo que tem feito até agora é chorar e dizer que me odeia sem motivo aparente. – Perguntou, aumentando a voz visivelmente irritado.
O que eu iria dizer? ''Pare de passar tanto tempo com essa garota que eu de repente odeio?'' Nem
eu sabia por que isso me afetava tanto.
Tentei empurrá-lo, mas sendo 10 vezes mais forte do que eu, permaneceu.
- Me diz o que eu fiz. – disse agora num tom baixo, aproximando o rosto
perigosamente do meu. – Você fica linda quando tá bravinha assim, sabia? - sorriu carinhoso, levando o polegar à minha bochecha e a acariciando.
Virei o rosto, deixando-o confuso e dizendo pela primeira vez no dia, firme:
- Vou pegar um táxi. – disse e saí rapidamente do campus da faculdade, antes de qualquer protesto da parte dele.
Morávamos no mesmo apartamento há dois meses, resultando em três beijos e uma transa. Eu nunca fui o tipo de garota apegada se é o que está pensando, mas
ele é diferente, arrisco dizer que me sinto atraída até pelo modo que o filho da puta respira. Infelizmente para mim, desde a primeira vez que nos beijamos, eu sabia que nunca mais seria a mesma.


Dois meses antes

- Ei, , já usou o Tinder? Me cadastrei, mas não faço ideia de como usar. – Tentei tirar alguma reação negativa dele ao saber que eu estava usando um aplicativo de relacionamentos.
Olhou pra mim com as sobrancelhas unidas, em sinal de confusão, parecendo pensar por uns momentos até soltar um:
– Nunca usei, não, , foi mal. – Disse, dando de ombros e saindo da cozinha em rumo ao seu quarto.
Arremessei uma almofada no lugar que ele estava momentos atrás, com raiva.
Qual era a dele? Idiota! O que ele queria de mim?!


Um mês antes


Era sexta à noite. Eu sempre saía com Yasmim ou ia para a casa dela assistir alguma comédia romântica que já assistimos, pela 30ª vez. Eram raras as vezes que fazíamos algo do tipo aqui. Eu sempre queria contar para ela coisas que eu estava sentindo ou coisas de interessante que me aconteceram durante a semana e quase sempre isso envolvia ele. Mesmo que ele saísse, já pensou se ele decide voltar para pegar alguma coisa ou volta mais cedo e ouve algo que não deve? Nem pensar!
Mas hoje era diferente, Yasmim tinha saído com um cara que ela conheceu no
Tinder e eu não iria reclamar... ela merecia ser feliz, certo? Decidi que iria comer pizza. Fui até o armário da cozinha pegar os folhetos de pizzaria.
- Não vai sair hoje? – Tomei um susto, derrubando todos os folhetos no chão.
- Quer me matar do coração? – Perguntei, agachando para pegar os folhetos que derrubei, arrancando uma risada gostosa dele
- Desculpa. Também vou ficar em casa hoje. – Declarou, olhando para mim esperando algum tipo de resposta.
- Ah – Estranhei. Ele nunca me dava satisfações. Voltei para a sala, agora fingindo prestar atenção aos folhetos na minha mão.
- Quer assistir alguma coisa? – Se sentou do meu lado e começou a mudar os canais da televisão.
Droga! Por que meu coração tinha que acelerar tanto perto dele? Eu pareço uma adolescente da oitava série!
Bufei irritada, chamando sua atenção.
- Tá tudo bem? Eu mudo de canal, esqueci que não gostava desse filme. – Perguntou, me olhando confuso e rindo em seguida.
Não. Não é isso – Eu disse, o fazendo me olhar como se dissesse ''O que é, então?''.
Em um impulso eu simplesmente o beijei. Beijar-lo simplesmente soava certo, como se fosse pra ser, como se eu estivesse no lugar certo e na hora certa, como um quebra-cabeça perfeito. Não demorou para ele corresponder, nossos corpos se encaixavam pouco à pouco e logo parou o beijo somente para pegar com firmeza atrás de minhas coxas e me levantar.
– Você é maravilhosa. – disse, firmando o enlace das minhas pernas em sua cintura, me fazendo arfar com o volume em suas calças roçando na minha intimidade. Mesmo que quiséssemos parar,
era tarde demais para parar.
Beijava e sugava a pele do meu pescoço enquanto nos levava para seu quarto. Me jogou em sua cama, se livrando de sua camiseta e ficando por cima de mim, não contendo a vontade de me beijar novamente. Pegou no meu seio esquerdo por cima da roupa e não consegui conter o gemido baixo. Ele finalmente se livrou da minha camiseta e logo, ela e meu sutiã estavam em um canto do cômodo, jogadas de qualquer jeito
sugava meu seio e se apressou para que ele estivesse inteiro em sua boca. Aquilo estava maravilhoso, mas minha intimidade gritava por contato logo. Como se pudesse ler meus pensamentos, levou o polegar ao meu ponto sensível e o massageou por cima do tecido de laicra do meu short e eu coloquei a mão por baixo de sua calça, fazendo movimentos de vai e vem com o máximo que minha posição permitia. Sua respiração mais alta em meu ouvido era algo quase
divina.
Logo ele se livrou do meu short junto à calcinha, com sede, e se posicionou entre minhas pernas. Olhou para a minha intimidade como se tivesse encontrado o
paraíso e logo tratou de abocanhá-la com vontade. Eu, nessa altura, já não conseguia segurar sequer um gemido. Olhava pra mim com desejo enquanto me levava aos céus, aquilo era maravilhoso.
Me senti envolvida numa atmosfera quase espiritual enquanto o assistia,
ele era tão bom nisso.
Quando sentiu meu corpo inteiro tremer em seu favor, voltou a sua posição inicial e voltou a me beijar, posicionou seu pau na minha entrada e afundou o rosto em meu pescoço, aspirando meu aroma enquanto investia ferozmente. Eu só conseguia soltar palavras desconexas e gemer descontroladamente, o que parecia agradar muito . Tentei a abrir os olhos para poder ver o rosto de inundado de prazer, mas minhas pálpebras pesavam e o prazer no meu interior só crescia. Ele me beijava com vontade enquanto se movimentava, dessa vez mais rápido, até que senti o prazer tomar conta de cada um dos meus poros e minhas pernas tremerem de forma mais intensa que da primeira vez. depositou um beijo demorado no meu rosto e disse algo que me mudou para sempre:
- Eu sempre sonhei com isso. – sussurrou enquanto tentava normalizar a respiração, parecendo não saber o impacto que aquelas palavras fariam em mim.


Atualmente


Percebi que estava apaixonada quando pensava demais no que ele disse depois da, de longe, melhor transa da minha vida do que de fato nela.
- Pelo menos agora você admite que está apaixonada, aceitação é o primeiro passo. – disse Yasmim com a boca cheia de pipoca.
Alguém na sala de cinema soltou um ''SHHHH' e ela murmurou reclamando.
- Culpa sua. – Disse, dessa vez mais baixo. Dei de ombros, a fazendo rir .

***


- De novo, eu acho que se você tem algo a dizer, você deveria ligar pra ele. – Disse enquanto andávamos para fora do cinema.
- Eu não preciso dizer, é meio óbvio, não? – eu disse sarcástica. – O ataque de ciúmes que eu tive, tudo. – eu disse, gesticulando com as mãos, exasperada.
- . – parou na minha frente, segurando meus ombros. – Homens são burros, quando você vai aprender isso? Aposto que ele nem se tocou que você gosta dele. – soltou meus ombros e voltou a andar, balançando a cabeça negativamente.
Suspirei derrotada.
- Você tem razão. – Eu disse e ela sorriu compreensiva.


Sentei na minha cama com o celular na mão, relutante em ligar pra ele. Relutante se eu deveria engolir meu orgulho dessa forma, relutante se ele valia a pena. Mas eu gostava dele, certo? E eu precisava fazer algo a respeito.
Comecei a discar e em seguida desisti. Droga! Eu não podia fazer isso por telefone. Eu tinha que olhar nos olhos dele enquanto dizia o que eu tinha pra dizer.

Enquanto eu dirigia o carro, pensei, que merda eu estava fazendo? Eu jamais faria uma coisa dessas por homem algum! O que havia de errado comigo?

***


Dei três batidas na porta de madeira. Meu coração estava à mil. Vi a porta se abrir e arregalei os olhos involuntariamente. Sim, eu sou a única pessoa da terra que bate numa porta sem esperar que ela seja aberta. Fiquei um pouco mais aliviada quando vi que era sua mãe.
- Oi, . O está por aí? – Disse no tom mais amigável possível.
- Sim. – Ela disse, saindo e indo chamá-lo, antes me olhando confusa.
Eu entendo, nem eu sei o que eu estou fazendo aqui.
Os momentos depois deram lugar ao me olhando surpreso.
– Minha mãe disse que você veio e eu tive que ver com os meus próprios olhos para poder acreditar. – disse, com a expressão indecifrável.
– Por que não me ligou? – Eu disse, fazendo ele rir sarcástico.
– Por que você não me ligou? – Ele disse, umedecendo os lábios antes de começar a falar. – Você tem que parar de achar que as pessoas vão simplesmente adivinhar o que você sente, eu ia te ligar e falar o que? – Ele disse e abaixei o rosto.
Que também está apaixonado por mim, imbecil!
– Eu sei lá! Você sumiu, podia ter dado sinal de vida! Moramos juntos, eu automaticamente me preocupo. – Gesticulei com as mãos, arrancando um olhar decepcionado.
– Então é o que veio me dizer? – Ele disse, rindo em descrença.
– O que mais eu diria? – Eu disse, me acovardando.
– Nada. – Ele passou a mão pelos cabelos em um ato nervoso. – Olha... eu preciso entrar. – Apontou para o interior da casa.
– Tudo bem, avisa quando for voltar. – eu disse e ele balançou a cabeça negativamente, rindo sem humor.


Eu sei que você que está lendo deve estar me odiando agora, mas eu não podia fazer isso! Bati a cabeça no volante enquanto meu carro ainda estava estacionado em frente a casa da mãe dele. Abri a porta e marchei até lá batendo na porta da casa com convicção.
, o que você q... – começou a falar, mas eu o interrompi.
– Eu te amo, . Eu estou completamente apaixonada por você, e eu te odeio por não ter percebido isso antes. – Eu disse, com os olhos marejados.
Ele me olhou com carinho e sorriu compreensivo.
– Por que demorou tanto para me dizer? – Disse e de repente eu estava envolvida em seus braços longos e o calor do seu abraço. Ele me beijou, mas dessa vez sem desejo, só urgência e... paixão? Quando nosso fôlego acabou, ele parou de me beijar aos poucos e sorriu
– Como eu ia saber, ? Eu tive medo de não ser correspondido, fiquei com medo de ser só uma transa pra você. – Riu de sí mesmo.
– E meus ataques de ciúmes? Eu deixei na cara. – Eu disse incerta.
– Me perdoa por não ter percebido antes. – Ele disse, com a testa ainda colada na minha.
Mas ainda faltava algo. Olhei nos olhos dele, que agora exalavam confusão até exalarem compreensão.
– Eu te amo, , eu estou completamente apaixonado por você, eu precisava te ouvir dizer, eu precisava ter certeza. – Olhava nos meu olhos enquanto dizia.
Aquela sensação no peito e o fato de eu não conseguir parar de sorrir naquele momento, aquele alívio que se instalou em mim... Só podia ser amor no cérebro.


Fim.



Nota da autora: E aí? Gostaram? Eu amo essa músicaaaaaaaaaaaaaaa, fiquei muito feliz quando consegui ela para poder escrever, se você gostou, nem que seja um pouquinho, deixa um comentário pra mim, por favor <3



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.



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