11. Traitor

Fanfic Finalizada

Capítulo Único

POV – Point Of View
Eu acelerava o carro, sem me preocupar com radares ou multas. O carro era roubado, de qualquer maneira. Enquanto isso, repassava o plano para . Seus cabelos ao vento a deixavam ainda mais bonita. Olhei para trás, para enamorar o rosto dela. Voltei a olhar para a estrada, pois sabia que olhar para ela era pura tentação. Pelo retrovisor, pude ver que tinha terminado de explicar o plano para ela. E, não muito tempo depois, um corpo perfeito passou para o banco da frente. aumentou o som do carro “Addicted To You”, quanta ironia. Começou a rebolar, fazendo com que os olhos de se fixassem em suas coxas, e que coxas ela tinha. Seus cabelos avoavam devido a velocidade do carro. Como eu queria que ela estivesse de saia naquele momento.
Primeira parada: posto de gasolina. abriu seu sorriso levado, repassava em sua cabeça o plano. Estacionei o carro em uma das vagas e fui com para a loja de conveniência. admirava um Audi A4, por isso imaginei qual seria a “presa” dessa vez. Com maestria, em pouco tempo, o corpo dela havia sumido dentro do carro. Voltei meu olhar para meu amigo. Já que seria suspeito ficar a encarando.
- Quando eu ia imaginar, nós dois e a gata da em uma aventura como essa – falou.
- Ainda não acredito que você esteja de boa, mesmo que eu também queira pegar ela – respondi.
Ele deu de ombros e falou:
- Sempre fomos uma dupla em tudo, acho que aceito que podemos ser uma dupla em relação a ela também.
Concordei com a cabeça, porque era o melhor que eu faria naquele momento. Olhei de relance para ela, que tentava nos falar alguma coisa. Em alguns segundos recebi uma mensagem:
“O homem duas mesas a direita.”
Entendi imediatamente o que ela quis dizer com isso. Jovem, filhinho de papai, não mais que 30 anos, loiro e magro, acompanhado de duas lindas garotas. Sequei uma delas com o olhar e, acreditem, olhar para ela já estava me deixando excitado. Porra, se controle , isso lá é coisa que se diga?! Cutuquei com o cotovelo e mostrei a mensagem para ele, que, ao olhar para trás e ver as tentações, teve a mesma ideia genial de quem nunca usa a cabeça de cima, ou melhor, que eu.
Depois de alguns minutos trocando olhares com elas, decidimos ir ao ataque. Virei uma cadeira ao contrário e sentei para conversar com a morena. O sujeito ajeitou-se na cadeira, incomodado. Dei um beijo na mão da loira e disse que meu amigo havia se interessado por ela. De maneira possessiva, o dono do Audi enlaçou as duas com os braços. Fingi não perceber e voltei a conversar.
- Sensação, .
- Prazer, Alana – respondeu, meio confusa.
- Sensação, prazer é o que eu vou te proporcionar mais tarde – falei com um sorriso de canto.
Neste momento, um soco veio em minha direção, agradeci mentalmente por ter um bom reflexo, e desviei. já veio para ajudar na briga. E as meninas deram um passo para o lado. Estávamos tão focados na briga, lê-se: eu brigava e o aproveitava que ele estava distraído para pegar a chave de seu bolso.
Os seguranças já apartavam a briga quando o alarme disparou, mas, em pouco tempo, apertou o controle que faria com que aquele barulho irritante cessasse. Acho que o cara estava tão fora de si que nem sequer percebeu. As duas garotas que o acompanhavam foram o ajudar nos curativos. E o segurança me acompanhou até a porta. Lê-se expulsou, mesmo.
Abri a porta do motorista, levantei com as mãos e a coloquei no banco ao lado. E logo me joguei no banco do motorista. Coloquei a chave no carro e depois que chegou, em passos de tartaruga, sai cantando pneu em máxima velocidade.

POV – Point Of View
, de um lado, era mulherengo, galante, reunia força e inteligência. Já , era calmo, brincalhão, ótimo com estratégias e tinha as mãos mais leves que já vi. Estar com os dois nunca foi um objetivo, mas aconteceu. Eu não era o tipo de garota fútil. Em algum momento, nossas vidas ficaram mais divertidas quando nos juntamos. Assaltos a caixa, roubos de joias, casas, carros. Eu nunca tive nada disso, e viver com eles era passar 99% dos dias em pura adrenalina. Essa história de roubos começou quando minha mãe perdeu o emprego, ela queria que eu fosse para as ruas e vendesse o meu corpo. Então eu procurei o garoto problema da escola para me ajudar. Venderia drogas, faria o que ele quisesse. E foi assim que o entrou na minha vida. Erámos uma dupla inseparável, ele me ajudou enquanto pôde; ensinou-me a abrir cofres e a mentir com maestria, mas não tinha pinta de má pessoa, só tirava notas boas, vivia cercado de amigos. Então ele se meteu em um pequeno problema depois de atrasar em duas semanas o pagamento de algumas drogas que comprou, e foi desafiado por em uma luta. E o era o lutador, nunca perdeu nenhuma luta, era lindo em cada detalhe de sua existência, vivia em festas, um dos garotos mais populares da escola. Quando nocauteou , pensei que, depois daquilo, estaria acabado o nosso mundo de pequenas infrações e, de certa forma, estava certa.
Ele nos chamou para conversar em uma sala escura. Usava um roupão, daqueles de lutador, aberto, deixando à mostra o seu belíssimo abdômen definido. Sorriu ao nos ver, a iluminação fraca nos assustava. Então ele nos convidou para trabalhar com ele nas lutas ilegais. Eu aceitei de imediato, precisava de algo fixo. Me aproximei drasticamente daquele lutador voraz e tentador. Até que... Bem, a vida não facilitou muito, o círculo de fogo, local onde se fazem as lutas, foi descoberto. E, dessa vez, o não podia me ajudar, e então nos juntamos para formar um trio. A partir daí, nos envolvemos com crimes maiores. Tiroteios. Assaltos. Mas eu não desistiria, porque, pela primeira vez, existia algo maior do que a minha vontade em jogo. Eles confiaram em mim, eu lhes dei a minha palavra que estaria ali servindo de comparsa para sempre. Éramos um só. E conseguimos grana, muita grana. Mas talvez seja bom avisar que nós não nos tornamos grandes sem conquistar inimigos.
Deitei a cabeça sobre o banco, já estava exausta. Mas confesso que a adrenalina dos segundos em que estávamos roubando o carro foi uma das melhores sensações da minha vida. Acendia um fogo em mim, incontrolável. tirou uma de suas mãos do volante e apertou minha coxa, como se lesse meus pensamentos.
- Acho melhor pararmos por hoje – comentou.
Ele parou o carro próximo ao acostamento, o lugar era escuro e perfeito para o que pretendíamos. foi ao mercadinho próximo comprar qualquer coisa. me puxou para o porta-malas e me jogou sem dó nenhuma contra o mesmo. Enlaçou minha coxa em sua cintura e passou a distribuir pequenos beijos por meu pescoço. Aproveitei para tirar sua camisa branca, passei minha mão pelas covinhas que ele tinha nas costas e subi o dedo pela linha. Então ele passou a chupar meu pescoço com voracidade. Com uma mão emaranhava meus cabelos e com a outra apertava sem dó nenhuma a minha bunda. Mordeu meu pescoço de uma maneira tão deliciosa, que eu me permiti grunhir em protesto. Então seus olhos me olharam com uma chama, até então, sem-igual. Mordi o lábio inferior e ele sorriu de canto, esse seria seu próximo alvo. Sem hesitar, invadiu minha boca intensamente, como tudo nele. Apertei minhas unhas contra suas costas. E então o porta-malas abriu, gelei por um momento, mas, ao ver que era , soltei um suspiro, aliviada.
- Er...Eu trouxe comida – falou, um pouco sem jeito. Nos separamos e voltamos a comer no carro. Anoiteceu, e eu me xinguei de todas as maneiras possíveis por não ter comprado uma blusa de frio. Meu rosto estava mais branco que o normal, com pequenas manchas vermelhas em meu nariz e bochecha. O que eu estava pensando? Aqui neva, por que não faria frio em pleno outono? Estava tremendo, percebeu e tirou sua blusa de frio para colocar envolta de meu corpo.
- , aqueça ela! Eu vou dormir aqui – falou um pouco a contra gosto.
me envolveu em seus braços, quentes e confortáveis. E assim peguei no sono sem sequer perceber.

POV – Point Of View
Seria muita ousadia a minha dizer que concordava em dividir com , mas aceitei que essa era a melhor forma de vivermos em paz. Mas a forçaria a tomar uma decisão um dia. Sabia que lidar com o que eu sinto por ela é mais difícil se repleto de ciúmes. Porém, sempre que eu olhava para ela, tão inocente, apesar de todos os seus atos. Tão ingenuamente provocante, eu tinha medo. Medo de perdê-la. E, ao mesmo tempo, não queria trair , era meu melhor amigo, mas a aproximação dos dois, o quão perto ficavam, me incomodava, e como incomodava. Pensei em um milhão de formas para resolver isso. Mas assim, totalmente desarmados e envolvidos pelo sono, me faziam sorrir por sua pura e simples existência.
Amanheceu, abri os olhos e ainda dormia em meus braços, sorri enquanto fazia um cafuné em seus cabelos. Não reconhecia o lugar em que estávamos, nem mesmo via por perto.
Ele apareceu, com um sorriso em lábios, aparentava estar congelando, mas eu sabia que ele não se importava, era por um bem maior.
- Achei uma estalagem e, a alguns metros daqui há um bar, que só grã-finos frequentam – ele comentou, acelerando o carro. Quando chegamos, acordou. Ela comprou algumas roupas na lojinha da estalagem. E passei o plano para ela:
- Você vai vestida com roupas farpadas para a estalagem e vai pedir abrigo, algo para comer. Fala que foi enganada por um namorado, que não é deste país. Convença-os que não tem nada. Você vai ficar lá por três semanas. Não muito mais do que isso. E então nós aparecemos para te tirar dali, babe.
Ela assentiu.
- Ah, e não se esqueça que, quando voltar, precisa dar uma resposta – falei.
negou com a cabeça, não queria que ela escolhesse, ele estava bem com nós dois dividindo , mas eu não. Queria ela só para mim. E por isso a pedi que escolhesse. Mesmo aceitando dividi-la, a ideia de tê-la só para mim era mais tentadora.

POV – Point Of View
Três semanas depois…

Já estava ambientada, todos ali me conheciam, dos papos jogados fora nas noites de jogatina. Dos desabafos. Das cervejas. Das danças sensuais. Eu estava realmente acostumada com todos os velhos babando em mim. Deixando moedas caírem para que eu abaixasse para pegar. Mas, principalmente, estava com medo. E se eles me deixassem aqui para sempre? Confio neles mais do que em mim mesma, mas já haviam se passado três semanas e meia e nada dos dois.
Me apoiei sobre o balcão com uma cara chateada. Um dos homens, Teodoro, viúvo que perdeu a esposa e a amante, um infeliz, se aproximou de mim.
- Saudades da família? – perguntou.
- Sinto muita falta deles – respondi.
- Sei como é... Sabe, quando eu era casado e fazia longas viagens, morria de saudades deles. Mas pense que, em breve, você terá dinheiro o suficiente para voltar para... Como se chama mesmo? Brasil?
- Isso, mesmo, Brasil – sequer me lembrava que tinha dito ser de lá.
Meu chefe apareceu e colocou algumas gorjetas no meio de meus seios, ousadia a qual eu já havia me acostumado. Avisou que em 10 minutos eu teria que dançar, assenti com a cabeça.
Entreguei mais alguns pedidos, ignorando completamente os comentários sobre meu corpo e as olhadas nada discretas dos homens ali presentes.
Na noite em que cheguei, toda estropeada, com roupas rasgadas e cabelos embaraçados, todos se comoveram a ajudar, por isso, teria muito que agradecê-los por sua boa índole. Não que eu me importasse com isso. Não via a hora em que e chegariam ali. Só de gorjetas desses homens, eu já tinha juntado mais de 300 euros.
Eu dançava ao som de Partition, deixava meu corpo se mover da maneira que preferisse. Gostava de me sentir desejada. Sempre gostei. Fazia com que todos os olhares se voltassem para mim. E, em algum momento, a porta de madeira do bar se abriu. E os olhos dos qual eu senti tanta saudade voltaram a brilhar. Logo atrás apareceu.
- Chegamos em bom momento – comentou.
Os meus movimentos ficaram mais sexys, mais sedutores, eu brincava com aquele poste, como sempre deveria ter feito. A peruca incomodava, de certa forma, mas eu não me importava com nada mais. Estava em êxtase, eles voltaram por mim.
Quando acabei, todos aplaudiam, e então os olhares se voltaram para eles. Com duas armas em mãos. Eu sorri, pressentindo que a adrenalina percorreria meu corpo novamente. Peguei o dinheiro do caixa do bar e coloquei na bolsa. Antes de sair, notei a cara de decepção de todos ali presentes.
Então saímos rindo dali, em alta velocidade.
- Já tem sua resposta? – perguntou.
Preferia que não houvesse perguntado. Porque eu sabia que, por mais que ele fosse atraente, divertido e maravilhoso, eu escolheria , pelo simples fato que ele jamais me pressionou a escolher.
- Sim, tenho. Eu vou ficar com os dois, como sempre fizemos.
respondi e , que dessa vez estava ao volante, bateu com toda força sobre o painel do carro, fazendo uma curva brusca. Sabia que ele esperava outra resposta, mas não podia dar nada mais que isso a ele.
- Eu quero uma resposta! Fique com os dois, mas me diga, qual dos dois você ama?
- Eu amo ele – respondi – amo o , porque ele não me obriga a fazer escolhas como essa.
Não estava pensando direito.

POV – Point Of View
Senti meu corpo estremecer de raiva. Os dois abraçados no banco traseiro. Naquele momento, tive a certeza que me faltava, ela o preferia. Parei o carro bruscamente no acostamento. Com raiva. E ele veio atrás de mim. Durante essas três semanas, só me provou o quanto era leal. Por isso me senti mal pelo passo que tomaria a seguir. Mas ele um dia teria de entender que ela precisava ser minha. Só minha.
Me joguei na cama vazia da pousada em que nos instalamos. Fiquei batendo a cabeça para pensar em como separá-los e então me veio um plano em mente. Ela iria o odiar com todas as suas forças. Ele seria o filho da puta e ela seria minha. Por um minuto, me arrependi dos meus pensamentos. Ele esteve comigo em todos os momentos difíceis, quando fui baleado, ele poderia ter fugido com ela e me deixado agonizando ali, mas não, arriscou a própria vida para me salvar. O que só provava que ele era superior. Ele sempre era superior em tudo. O melhor lutador. O mais forte. O mais bonito. Ele podia vencer em tudo. Mas nunca iria vencer seu amigo. Ele jamais teria coragem. Era fraco para isso, um completo idiota.
Então esse era o plano. Mais um assalto, metade da grana seria dele, a outra metade eu dividiria com ela, e nós dois sumiríamos juntos.
Mandei uma mensagem de texto para :
“Eu preciso falar com você”
Em pouco tempo minha resposta chegou:
“Também quero falar com você, estou no seu quarto em 10”
Ela bateu na porta e eu respirei fundo antes de abrir.
- Ei, me desculpa, eu não queria... Eu te amo, mas você estava me pressionando – ela falou.
Depois me deu um beijo, sem resposta alguma. Fechei a porta e ela se sentou sobre o baú aos pés da cama.
- O que eu tenho que fazer para você acreditar em mim? Me perdoa?
Sentei ao seu lado. Entrelacei nossas mãos, tomando coragem para proferir cada uma das palavras que viriam a seguir.
- ... O problema não é com você. Digo, sempre a deixamos livre para pertencer a nós dois, depois eu venho com este papo. Mas tem um motivo para isso. Eu só quero o seu bem...
- Do que você está falando, ?
- Ah... – fiz uma pausa dramática. – Não queria te contar isso, mas... Er... O . Ele não quer mais um assalto ou outro, ele quer mais. Quer conquistar o mundo, a ambição dele já nos colocou em risco uma vez, não quero que isso aconteça de novo.
- Ele sempre vai nos proteger, , você sabe disso. Ele jamais nos deixaria em risco por vontade própria.
- Sempre pensei assim, , mas durante essas três semanas em que você esteve fora, ele fez coisas que eu jamais esperaria.
O semblante da menina era de desconfiança e, ao mesmo tempo, preocupação. Não podia acreditar no que eu dizia, teria de ser ainda mais convincente.
- Eu ouvi uma ligação. Ele estava conversando com alguém de LA, alguém muito influente e perigoso, e deixou bem claro: Depois que assaltarmos o banco, irei com eles para a emboscada. Então nós pegamos a grana, eles não vão abrir o bico para a polícia, estão tão envolvidos quanto eu.
- Você acha que ele estava falando de nós? – ela perguntou, engolindo o choro.
- Tenho certeza, . Ele está nos usando.
- E o que nós fazemos agora? – perguntou.
- Temos que trair ele antes que ele nos traía. Vai ser melhor assim. Sem novos problemas devido ao ego dele. Sem mais polícia. Nós vamos viver uma vida confortável, milionária e sem mais problemas. Não é o que você sempre quis?
Ela concordou com a cabeça.

POV – Point Of View
nunca tinha agido de maneira tão estranha comigo. Seus belos cabelos me deixavam por inteiro enamorado. E quem diria que o lutador sem coração, um dia se veria tão preso a uma garota que deixaria seu orgulho de lado e a dividiria com seu melhor amigo. Quando ele iria imaginar que teria um melhor amigo. Minha vida sempre foi puramente interesse. Todos queriam algo de mim. Até que eu conheci eles. Os dois estavam comigo nos momentos bons e nos ruins. Já não sabia como viver sem eles. Eles me ensinaram algo que meu pai jamais iria ensinar, a colocar as pessoas que você ama em primeiro lugar. Mas ambos se afastaram de mim. Talvez eu tenha feito algo errado. Hoje tudo irá se esclarecer.
entrou em meu quarto, belíssima como sempre. Depositou um beijo em meus lábios. E passou a me beijar intensamente. Como em um pedido de socorro, era puro desespero. Prendia meu corpo no dela como se aquele pudesse ser a última vez que nos beijávamos.
- Eu te amo tanto – ela sussurrou, e pude perceber que engolia o choro.
- Acredite se quiser, , eu também te amo – falei, a puxando para um abraço.
Então as lágrimas passaram a escorrer livremente pelo fino rosto de . Ela afundou o rosto em meu peitoral. Sabia que ela estava mais estranha que o normal, e, quando a vi naquele estado, apertei-a com mais força ainda.
- Ei, fica calma, tudo vai dar certo amanhã. Nós já fizemos isso mais de uma vez. Tudo vai ficar bem, .
- Eu não quero te perder. Nunca! – ela falou entre soluços.
- , eu sempre vou ser seu. E se acontecer qualquer coisa comigo amanhã, eu quero que você saiba que eu continuarei sendo seu.
- Eu só quero que você saiba que eu te amo – falou.
- Tenho certeza disso.
- Posso te pedir uma coisa?
- O que quiser – respondi.
- Vamos fazer dessa noite, a melhor noite de nossas vidas? – ela perguntou como quem não quer nada.
E me fez lembrar da nossa primeira vez. Na lona do círculo de fogo. Ela era tão ingênua, tão linda. E eu conheci cada detalhe do corpo daquela menina. Ensinei a ela tudo o que eu poderia ensinar. E o simples fato de ter sido o primeiro em sua vida, mexeu comigo, lá, tanto tempo atrás. Hoje, sei que ela já foi inúmeras vezes para cama com o , mas eu fui o primeiro. O engraçado é que eu acho possível amar duas pessoas ao mesmo tempo. Ainda mais passando tanto tempo com elas, como ela faz. Por isso não cobro dela respostas ou escolhas.
Ela prendeu uma chave de coxa em mim. Ri pensando nisso. Talvez eu não seja tão mal quanto sempre pensei. Ela ficou por cima, dei um tapa em sua nádega direita descoberta pela saia. Os beijos cada vez mais intensos. Distribui algumas marcas por seu corpo, assim era cada vez mais minha. Rasguei a blusa que ela utilizava, deixando seus seios fartos cobertos apenas pelo sutiã de renda vermelho. Enquanto ela rebolava sobre a minha intimidade, abocanhei a alça do dito cujo e desci até que deixasse o bico totalmente a mostra. Suguei sem dó alguma seus seios. Iluminada pela luz da lua ficava ainda mais perfeita, e eu só conseguia pensar em quando eu me tornei tão idiota, ao ponto de pensar coisas como essa. Mas o corpo a minha frente tinha a resposta. A olhava com a melhor cara de tesão que eu conseguia fazer. Sabia que ela adorava isso. Apertei seu corpo contra o meu, roçando nossas intimidades. Minha camisa se perdeu em algum lugar do quarto assim como todas as partes da roupa dela. Ela se sentou sobre meu pau e começou a fazer movimentos circulares que me enlouqueciam. Os gemidos de dor que proferia eram ainda mais excitantes. Passei a comandar os movimentos, acelerando o mais rápido que podia. Percebi que ela ia gemer alto, então a calei com a boca, em um beijo feroz. Ela chegou em seu êxtase e se levantou. Me deixando incompreendido. Mordeu o lábio inferior e abocanhou meu membro em seguida, pedindo que eu fodesse suas bochechas, e assim fiz. Qualquer pedido daquela mulher seria, no mínimo, uma ordem.
Amanheceu. Eu delirava com os detalhes diversos que deixei escapar da noite anterior. Ela era alucinante. Mas não tinha tempo para ficar sonhando com , precisávamos por nosso plano em prática. Acordei-a e coloquei meus trajes.
- Preparados? – perguntei.
Pulamos banco a dentro juntos. Sorrindo. Cada um se direcionou a um lado do banco e tirou sua arma. Muitas mulheres gritavam.
- Calem-se! Quem soltar um pio agora morre! – gritei sem paciência.
depositou a cabeça na porta do cofre e ficou mexendo em busca do código. Girou várias e várias vezes, até que o grande cofre se abriu. Entrei para pegar o dinheiro. Colocava barras e mais barras de ouro, cédulas e mais cédulas, quando pude ver a porta do cofre se fechar.
- Me desculpe por isso – falou.
O xinguei mentalmente. O que estava acontecendo?
- ABRAM A PORTA! , ABRE A PORRA DA PORTA!
E foi naquele momento que eu entendi o porquê. Entendi por que ambos estavam estranhos. Entendi que tudo aquilo fora uma emboscada. E que agora eu estava sozinho no mundo. Peguei a arma que estava em minhas mãos e apontei para minha cabeça. Destravei a arma, estava preparado para fazer o que eles queriam. Colocar a frente a vontade daqueles que ama. Meus olhos se encheram de lágrimas e, pela primeira vez na vida, eu chorei. Chorei incessantemente. Ouvi a sirene da polícia e procurei qualquer local pelo qual sair, mas não tinha uma saída.

Seis meses depois...
Seis meses se passaram desde o dia que ambos me traíram. Eu não fui preso, muito pelo contrário, agora faço parte da polícia. Contei uma história de superação e de como cheguei até ali. Enfrentando o bandido mais perigoso da Califórnia. Agora, no FBI, eu poderia, e iria, acabar com a vida de e . Dizem que a vingança é um prato que se come frio. E a minha já estava extremamente planejada. Esperei que ele desse o próximo, passo e lá estava ele, comandando o tráfico de drogas na Califórnia. Agenciando alguns garotos dos guetos. Sendo, pela primeira vez, o líder que sempre quis ser.
Eu os observava com a minha tropa de cima de um prédio. E lá estava , a vadia que me traiu. Traiu minha confiança, desprezou minha lealdade. Pela primeira vez na vida, tive a certeza que eu nunca fui o garoto mal. Eu fui o mocinho da história. O lutador filho da puta, que acaba na merda por tentar a sorte no amor.
Seu rosto não possuía o mesmo brilho, não estava mais tão provocante. Algo nela me trazia infelicidade. Seu semblante sério e não tão danado. Mas o que importa? Ela iria para trás das grades. E não por nenhum dos crimes que cometeu para a justiça, mas pelo pior deles, a traição. Eu a amei com todas as minhas forças e ela me deixou, me deixou para fugir com ele. Me deixou na merda.
Desci a escadaria correndo. Chutei com toda a minha força a porta da pequena casa, totalmente fora de suspeitas.
- FBI! Ninguém se mexe! – falei. – Estava com saudades, “”?
A cara de desespero que ele fez me deu um prazer incomparável.
- Você está preso por formação de quadrilha, tráfico de drogas e desacato a autoridade. Você continua sendo um MERDA!
, por sua vez, parecia surpresa. E maldita fora a hora em que eu fui olhar para ela. Um dos bandidinhos de sacou uma arma e apontou para a minha cabeça.
- Achei que você fosse mais esperto, – seu olhar era diabólico. Tão diferente do que eu conheci.
Um de meus homens atirou no homem que estava atrás de mim, mas já tinha tido tempo o suficiente para pegar uma arma e colocar de refém.
- De mais um passo e eu atiro no grande amor da sua vida. Aquela que você pensou que era diferente, mas era só mais uma das suas vadias – riu cínico.
- Você não a mataria. A ama tanto quanto eu – falei.
- Vai pagar pra ver, ? – os olhos de lacrimejavam, como um pedido de salvação. Seu braço se apertava contra o pescoço dela.
Mirei nele, em uma parte de seu corpo que pudesse o distrair. Destravei a arma, mas não conseguia atirar. Simplesmente era mais forte que eu. Jamais me perdoaria por ter matado o meu melhor amigo. E se algo acontecesse com ela. Ah, eu morreria junto. Ela era uma vadia, uma filha da puta, que não merecia o meu amor. Mas eu a amava assim mesmo.
- Solta ela e eu te deixo ir, . Nunca mais a procure. E esse negócio vai quebrar, mas os seus milhões estarão guardados.
- Sabe... Você cometeu um erro na sua vida. Você tem UM ponto fraco. E os fortes não tem pontos fracos. Se você não a amasse, seria perfeito, mas é um infeliz. Eu aceito sua proposta, tenente – falou em deboche. – Soltarei a garota, armas no chão!
As armas foram todas colocadas no chão e então ele soltou , que veio correndo em minha direção, com os braços abertos. Eu a ignorei completamente, apenas a empurrei para o lado e continuei a andar.
Em segundos ouvi um barulho de tiro. O filho da puta atirou em mim. Mas nada estava doendo, involuntariamente olhei para o lado. E a vi cair no chão. O mundo passou a girar, eu me sentia tonto. gritou um não abafado a vendo cair no chão. Se jogou contra a parede.
- ! – gritei em um som abafado. Naquele momento, senti que poderia morrer. Uma dor tão intensa que eu não podia suportar, tão forte que era praticamente impossível de aceitar.
Seu corpo tão frágil, cheio de sangue.
- Eu sempre devia ter confiado em você – falou entre gemidas de dor. – Eu te amo. Me desculpa por tudo.
- Não, não! – falei, já chorando. – Eu te amo, , fica bem, nós podemos fingir que nada disso aconteceu. Eu vou ser sempre seu. Eu nunca deixei de ser...
Ela sorriu, mas nada respondeu, seus olhos pesaram. E a inconsciência tomou conta de seu ser. Gritei seu nome inúmeras vezes, desesperado. Podia sentir a dor tão intensa quanto a dela. Mandei que os homens o prendessem, por mais que tivesse com vontade de matá-lo, preferia que ele sofresse na cadeia. Liguei para a ambulância enquanto checava os batimentos e pulso dela.
O barulho da ambulância nunca me foi tão preocupante. Os homens a tomaram nos braços e eu pulei no carro para acompanhar tudo de perto. Seu coração já não batia mais, por isso fizeram um intenso processo de reanimação.

Ele estava sentado na cadeira, sendo julgado, e só dependia de mim provar que ele era culpado ou inocentá-lo. Apertei forte a mão de , e depositei um beijo em sua testa. Não saberia como viver sem ela. Eu a perdoei, porque o que eu sentia por ela era mais forte que qualquer erro, e quando eu a vi, tão distante de mim tão frágil, prometi a Deus que eu iria me recuperar de todo ou qualquer sentimento de raiva dela.
- Eu o condeno a prisão perpétua por formação de quadrilha, roubo a obra pública, tentativa de homicídio, furto, tráfico de drogas, entre outros.
- Todos de acordo?
Proferi um sim, com todo o meu ser.
Afinal, pior que um inimigo, só um traidor. E eu queria vê-lo pagar por cada um de seus erros.




Fim



Nota da autora: Sem nota.



Nota da Beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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