Última atualização: Fanfic Finalizada

Capítulo Único

A música tocava alto na casa dos Resende. Era final do ano letivo e os jovens comemoravam as férias. Eram amigos da faculdade desde o primeiro período, faltava apenas um e estariam formados. Muita coisa aconteceu entre eles, muita coisa mesmo. Inclusive um breve namoro entre e . Haviam discutido e se separados dois períodos atrás, e no ultimo houve uma tentativa de aproximação, porém sem sucesso. Ela não deu brecha para que acontecesse, e conheceu outra pessoa, um vizinho. Encantada, decidiu se dar uma nova chance, mas, apesar de estar bem com esse novo rapaz, no fundo não era ele que ela queria.
Na festa, todos dançavam e se divertiam. reparava e seguia com o olhar todos os movimentos de . Ela sentia saudades, sim, mas não podia se prender a ninguém, prometera que não entregaria seu coração até terminar seu curso e se formar. Não queria distrações e estava se tornando uma, começara a se apegar e percebeu que, ao se entregar, poderia ser a maior burrada de sua vida naquele momento. Com Resende, era diferente. Era diversão, alivio de tensão. Para ambos. chegou com um copo na mão, apontando para , que, ao percebê-lo à sua frente, sorriu. Não ia perder sua noite pensando no passado.
- Ai! Graças a Deus, uma bebida! – comemorou, e lhe deu um selinho em cumprimento.
- Eu to louco pra que essa festa acabe, para que fiquemos a sós. – O rapaz sussurrou no ouvido da moça.
- Sabe que só vai acabar de manhãzinha, né? – Seu companheiro sentou-se ao seu lado, e a jovem jogou suas pernas sobre as dele, sentindo o toque macios de suas mãos em sua coxa. – Mas adorei a ideia – disse e o beijou.
***

Passaram-se algumas horas e a casa estava realmente cheia, os pais de adoravam fazer festas de confraternização no fim do ano para os amigos da faculdade, foi assim com os irmãos mais velhos de , não seria diferente com ele. Aliás, o que seus pais mais prezavam eram os amigos dos filhos, sempre por perto, como uma família. Por isso não se importavam que as festas de confraternização fossem lá. Aliás, qualquer uma.
estava só mais uma vez. Filho de anfitrião, anfitriãozinho é. esteve a noite quase toda ocupado, dando atenção aos outros e, vez ou outra, deixava sua companhia largada pelos cantos da casa, porém prometeu recompensá-la depois. A jovem aproveitou para observar o lugar e principalmente . Não tinha visto no inicio, mas agora percebeu que o mesmo estava acompanhado e de alguém que ela conhecia muito bem. , sua melhor amiga, se bem que nos últimos meses, com os acontecimentos, elas estavam um pouco afastadas. Mas, se ela fosse escolher alguém pra cuidar daquele de que ela tanto gosta, seria ela, com certeza. Eles conversavam e riam vez ou outra, e isso não lhe agradava em nada. “A melhor coisa que fiz foi deixá-lo antes de me apaixonar” pensou a menina. Na verdade, já se sentia assim quando tomou a decisão e acreditou perceber isso só agora em que o via nos braços de outra.
Sim, ela acabara de assistir a um beijo dos dois. Sentiu-se perdida. Desde que entrou para a faculdade com um objetivo, tornou-se uma pessoa que não gostaria de ser, apenas para não perder o foco. De fato, não o perdeu, porém já não sabia quem era. Apenas a conhecia como era de verdade e sentia falta de ser assim. Talvez tenha sido por conhecê-la tão bem que ele não revogou sua decisão quando terminaram. Por mais que dissesse que após o termino pôde enfim conhecê-la de verdade, já que se transformara num coração de pedra, não se envolveu com mais ninguém, apenas se relacionava na superfície com quem quer que fosse. Havia trancado seu coração outra vez. não acreditava que ele realmente pensasse assim, era o jeito dele de lidar com a dor. A dela foi se transformar no que é agora.
finalmente voltou sua atenção à festa, pois viajou em seus pensamentos por longos minutos, e olhando para reparou que estava sozinho num canto da casa pouco movimentado. Olhava para o nada e acariciava seus lábios, e ela conhecia esse gesto muito bem, “provavelmente pensando em meus beijos”, pensou, presunçosa. Teve vontade de provoca-lo. Sorriu com a hipótese. Realmente ela não sabia em que havia se transformado. Em um rompante, levantou de onde estava e caminhou até o homem distraído a sua frente. No caminho, pegou uma bebida de alguém que acabara de se servir e, antes mesmo de provar seu sabor, teve seu copo roubado por ela. Ela não ligou para o que iam dizer, precisava de um pouco mais de coragem.
- Pensando em mim, ? – soltou as palavras, bem próxima do corpo do homem.
- Não sei de onde tirou essa conclusão, . O que você quer? – bufou, desconfortável com sua presença. Como pode, depois de tudo, ela ainda vir se achando desse jeito? Ela havia mudado.
- Nossa, não seja rude. Eu sei que ainda pensa em mim – olhou em seus olhos com sinceridade. – Eu também penso em você, sabia? Estou aqui sem armas. – A moça assustou-se com as palavras ditas, não era isso que ela queria fazer. Mas ao se aproximar suas mascaras e armaduras simplesmente iam ao chão. Naquela ocasião ela era pura confusão. Ele sorriu com sua declaração.
- Eu também penso em você, . – olhou para os lados, conferindo se alguém prestava atenção neles. Pelo contrário: todos queriam saber apenas de si e de suas bebidas. O jovem acariciou os cabelos da moça, aproximando-se de seu rosto. – Sente falta dos meus beijos, ? – foi a vez dele de ser presunçoso.
- Sim. Eu quero você de volta, . Mas não agora – embaralhou-se. – Quer dizer, eu preciso terminar essa faculdade. Não posso me interter.
- Tá me chamando de distração? O que você faz com o é o quê? – seus lábios quase roçaram os dela, fazendo-lhe fechar os olhos. Dane-se quem pudesse ver.
- Você entendeu. Me deixe ser sua assim que isso tudo terminar, ? Falta tão pouco – suplicou em sussurros. O homem apenas ria de sua rendição. Ele a beijou com calma, degustando seu sabor até a fúria do desejo atingi-los. Ao se tocar de onde estavam, apartou o beijo com um longo selinho.
- Sua vez de ter em sua lembrança nosso beijo. Foi assim que você me deixou, lembra? – sorriu vingativo e saiu de perto da menina.
Quem ficou com as mãos tocando os lábios, sem entender nada, dessa vez foi ela. Lembrou-se de que foi exatamente o que fez quando terminou seu rápido namoro com . Beijou-o e saiu sem dizer mais nada. Mas o que ele não sabia era que ela sofreu ao fazer isso, porém sentiu que era necessário. Já havia explicado seus motivos. Talvez ele não tivesse entendido, principalmente quando, depois de poucos dias, ela já estar com outra pessoa. Realmente ela já não sabia o que fazia de sua vida. Completamente perdida.
***
No dia seguinte, ao acordar ao lado de , escondeu-se debaixo dos lençóis, amaldiçoando-se por ter bebido tudo o que via pela frente, depois de fazer aquilo com ela. A menina apenas tentou esquecê-lo, de uma vez por todas, e achou que a bebida ajudaria. Ledo engano. A primeira coisa em que pensou foi no quão burra foi a maneira como agiu quando terminou com , e principalmente seus motivos. “Não meus motivos eram bons”, ponderou. O foco era os estudos. Ele começou a se apegar e ela com certeza também, por isso, antes mesmo disso se enrolar ainda mais, terminou. Foi por isso, não foi? já não sabia mais.
Remexeu-se na cama, e acordou, manhoso, colocando-se por trás dela em posição de conchinha e beijando o pescoço da moça. Involuntariamente, a mesma lembrou-se que era assim que adormecia com aquele que a fez iniciar a bebedeira da noite anterior. O rapaz atrás de si a segurou em seus braços, e estava confortável com aquela situação. Tinha alguém para dormir agarradinho sempre que quisesse e sem nenhum compromisso, sem aquela obrigação de satisfação para quem o acompanhava à cama. Ela, ao sentir seu toque, teve certeza de que não era mais aquilo que queria. Respirou fundo e acariciou o braço de , apenas para não parecer fria, porém já havia decidido o que faria depois que saísse dali.

***
Ela deixou seu ultimo período acabar para então tomar a atitude que decidira ter depois daquele episódio. Durante os estudos, realmente se viu focada como queria desde o inicio e não se envolveu com mais ninguém, muito mal com . Usou seus últimos trabalhos como desculpa, mas realmente estava enlouquecendo com eles. Via passeando pelo campus e tentava reunir toda a coragem necessária, mas o que conseguia não era o bastante para ir até ele.
Deitada na cama, olhava para o telefone e pensava no que realmente diria a ele. Precisou colocar seus pensamentos em ordem ou então com certeza falaria besteira. Era típico fazer isso quando não pensava antes de falar. Discou os números que há tempos não discava, por pouco não os esqueceu. Tocou duas, três vezes e seu coração acelerava a cada toque. No quinto, quando ela quase desistia da ligação, ouviu enfim a voz dele. Era a hora de colocar sua vida amorosa em ordem.
- ? – perguntou, nervosa.
- Sou eu, quem é? – Não é possível que tenha esquecido do som de sua voz...
- – engoliu seco. Não seria fácil, mas ela continuaria. – Você pode falar comigo? Tá ocupado? – ouviu a respiração pesada do outro lado da linha. Isso não é um bom sinal.
- Seja rápida, eu tenho compromisso. – “Com , só pode! Andam tão grudados ultimamente”. Pensou e riu por estar com ciúmes. Pobre .
- Só quero que saiba que eu estou pronta!
- Não entendi. – “Não se faça de desentendido , colabora comigo”. A cada segundo a menina se sentia tensa e o tom de voz de não a ajudava em nada.
- , eu gosto de você. É difícil entender isso? - a frase saiu em tom de grosseria, fazendo a menina respirar e acalmar sua voz. – Eu quero ficar com você. Eu te disse aquele dia. É amor, . Tem que ser amor. Eu não consigo te esquecer. Tentei focar nos meus estudos, mas ficar sem você é muito ruim.
- Percebi sua dificuldade, toda vez que você ficava com alguém que não eu. E principalmente quando me deixou. Você me deixou . Você. - ouvia atenta e sentia a fúria do outro que a respondia.
- , você me conhece, sabe que quando coloco algo na cabeça tendo ir até o fim, me perdi um pouco confesso, mas estou aqui de volta. Pra você.
- Eu não estou mais pronto. – O coração da moça parou por milésimos de segundos. – Você me fez sair de sua vida, . Foi você quem permitiu isso. Eu estou muito bem agora. Eu superei você. Não me faça cometer atos impensados. Para de me ligar. – A menina tentou intervir, se explicar, porém foi em vão. Quando finalmente voltou a ouvir o que ele dizia, preferiu não o ter escutado.
- Para de me ligar, me esqueça.
E foi assim, sem despedidas e com essas palavras que ele havia dito que ela enfim pode entender a burrada que tinha feito. Seu coração estava partido, mas era apenas o reflexo do que ela tinha feito. Partir o coração de alguém.




Fim



Nota da autora: Mas genteeee! Estou aqui enlouquecida com essa história, confusa eu sei, mas quem é que não vive assim? Cadê o final feliz que estava aqui? O gato comeu? Coisas da vida né galera... Bem, foi feito com carinho, espero que gostem. Foi delicioso escrever pra vocês. Foi rapidinho. Mas foi o que a musica me transmitiu. Aproveitem cada sentimento que vocês possam ter por alguém, mesmo que não termine tudo tão bem, ao menos se deu a chance de ser feliz, de amar. Feliz Natal e um ótimo ano pra vocês! Ah, comentem aqui embaixo. Hihihihi
Beijos, Milk.



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