Postada: 13/07/2017


19s
“We let them knock like crazy
Cause I'd not seen her in months
She knew how to save me
For the craic though carried on”



– Sério, , abre a porra da porta! Caralho! A voz forte e visivelmente irritada de Abby ecoava apesar do barulho e depois do último palavrão foi possível ouvir o chute que ela deu na porta atrás de nós. Vi a mulher à minha frente fechar os olhos e puxar o ar com força logo depois. Temi que ela fosse atender ao pedido da irmã mais velha.
, seu roqueirinho de merda! Abre! Ela tem um set em alguns minutos!
Fiz uma careta ao ouvi-la e riu, abrindo os olhos e mostrando divertimento ao xingamento que a irmã fizera.
Estávamos em uma salinha apertada e com uma luz amarela horrível que me fazia arder os olhos. Aquilo era o que aquela boate barata em Leeds chamava de camarim para os DJs convidados daquela noite. Ao redor estava uma bagunça, com equipamentos, pacotes de salgadinhos, energéticos e roupas, mas a maior confusão estava em minha cabeça, e possivelmente na de .
Há alguns minutos atrás eu havia saltado da cama e dirigido sem pensar muito até o endereço que havia visto em um banner pela cidade. Estacionei o carro assim que avistei o letreiro retrô e ignorei a fila de pessoas bem arrumadas do lado de fora, me aproveitando do fato que eu não era mais um anônimo naquela cidade. Demorei alguns minutos até finalmente encontrá-la, ao lado da cabine de DJs, conversando com alguém enquanto se balançava ao som da música extremamente irritante que tocava. Sem desviar meus olhos dela para não a perder, segui por entre as pessoas e subi pela lateral do palco, ignorando completamente o segurança que timidamente tentou me impedir.
! – chamei sua atenção assim que cheguei perto o suficiente. Ela virou sorrindo, mas a expressão séria tomou conta de seu rosto assim que viu quem era.
– Será que podemos conversar?
Involuntariamente segurei um de seus pulsos com a mão e ela encarou o lugar que eu tocava antes de responder. Se ela parecia levemente surpresa e desarmada quando me viu, disfarçou muito bem antes de abrir a boca.
– Meu set começa em trinta minutos, . – ela puxou o braço, me fazendo parar de tocá-la – O que você está fazendo aqui? Sei que detesta lugares como esse.
Ela riu em deboche, mas sua expressão corporal dizia que ela não estava à vontade. Eu a conhecia o suficiente pra saber que ela estava quase ficando maluca, assim como eu. E vendo que eu não ia voltar atrás, ela rolou os olhos e soltou o ar com força antes de virar em direção ao corredor.
– Vamos entrar de uma vez.
Eu a segui pelo curto caminho até a última porta próxima às escadas. girou a maçaneta e com um movimento de cabeça me mandou entrar. Fiz rapidamente, grato por ela não apenas me ignorar, como havia feito nos últimos meses.
– Você começa em meia hora – uma voz masculina começou a avisá-la, do lado de fora, mas ela não deixou que ele terminasse.
– Isso não vai demorar. Mantenha a Abby entretida. – ela avisou com certa ironia na voz antes de fechar a portinha e virar para mim, cruzando os braços – E então? Saiba que se você se abalou até aqui apenas para voltar a me criticar eu vou apenas te mandar para aquele lugar.
...
– Que droga, ! Você não estava bem em Londres, Estados Unidos ou sei lá onde? Por que diabos voltou pra me infernizar?
Aquilo havia sido o máximo de palavras que eu recebera dela em algum tempo e mesmo que não fossem palavras tão agradáveis, eu me sentia vivo apenas por vê-la descarregar a raiva em mim. Aquilo ao menos significava que ela ainda se importava.
– Eu estou indo tão bem! – ela quase choramingou, soltando os braços com força e falando mais para si mesma que para mim dessa vez, quando eu tentei falar, ela apenas continuou – Você não vai tirar o meu foco da minha carreira! Abby realmente tem razão quando diz que você-
!
Falei um pouco mais forte enquanto segurava em seus braços apenas para ter sua atenção para mim. Ela me olhou confusa e raivosa e tudo que eu quis foi abraçá-la.
– Eu não vim aqui para criticar você ou qualquer coisa que sua irmã coloque na sua cabeça!
Tentei manter a calma e a soltei, passando as mãos pelo meu rosto tentando organizar as palavras. Eu tinha pouco tempo e não queria desperdiçá-lo brigando. Não mais.
– Eu sei que pedi mais do que você podia me dar antes, mas eu nunca tive a intenção de te fazer abandonar a carreira, o seu sonho ou qualquer coisa que seja importante pra você! – eu provavelmente parecia desesperado, mas eu não podia mais fingir que não sentia nada – , por Deus! Eu passei esses seis meses longe jurando que eu ia superar como você parecia ter superado, mas voltar pra Leeds e não voltar pra você é impossível!
Naquele instante eu parecia ter capturado sua atenção e ter tido algum efeito sobre ela, pois agarrou os próprios braços e soltou o ar fortemente.
– Eu estava lá, do outro lado do oceano, e me diziam que você estava melhor do que nunca, lotando as casas de festas e estava pouco se fodendo pra esse otário aqui. Eu tentei deixar o que tivemos para trás, mas eu não consegui fingir por muito tempo. Até as mulheres de lá pareciam saber que eu não havia esquecido você.
Ri um pouco desesperado, lembrando de uma noite específica da pequena turnê pelos EUA, há pouco menos de um mês.
– E o que isso muda, ? – ela finalmente me interrompeu, e avançou em minha direção – A gente nunca vai ceder!
Ela riu desgostosa, balançando a cabeça em negação.
– Você está dizendo que o que me disse há seis meses era exatamente o que você sentia? – ela voltou a ficar séria e desviou do meu olhar – Porque pra mim é diferente. Eu entendo melhor agora, sei que não posso querer ser pra você o que você não precisa. A maioria dos homens não está preparado para não ser o foco da vida das mulheres que eles querem.
– Só eu posso ser o foco da minha vida, ! – ela foi assertiva, apontando o dedo para si – Se você acha que esse seu papinho vai me fazer voltar pra você e viver carregando os seus instrumentos você está muito enganado!
Eu ri descrente. Ela estava fazendo aquilo de novo. Agindo como se não estivesse afetada com nada do que eu havia dito e distorcendo minhas palavras.
– Você não ouviu nada do que eu falei, ? Eu não quero isso! – levantei os braços, começando a ficar irritado por causa de sua teimosia – Eu achei sim que eu podia ser um terreno calmo na sua vida agitada, mas já sei que você não quer isso! E tudo bem! Eu aceito isso! Pare de dificultar as coisas!
– E se eu não quiser mais, de qualquer forma? – ela tentou sua melhor pose intimidadora.
– Diga então! – eu falei mais baixo, aproximando-me mais dela – Diga que não importa o que tivemos antes, eu pisei na bola, você também, diga que não vamos dar certo e me mande pra puta que pariu então!
Certifiquei-me de falar cada palavra olhando em seus olhos e vendo-os vacilarem senti minha garganta secar.
, eu só-
!
Fechei os olhos com força e soltei o ar com força ao ouvir Abby gritar do lado de fora. Ela tentou se afastar, mas eu segurei seus braços novamente, puxando-a para perto com delicadeza.
, você vai querer mesmo insistir em ser teimosa só para me punir mais? – perguntei como um último recurso, internamente implorando para que ela cedesse.
...
, abre logo! Ficou maluca?! – Abby continuou a chamar.
? – chamei-a novamente, segurando seu queixo para que ela olhasse para mim – Por favor?
Ela suspirou, mas antes que pudesse falar qualquer coisa, sua irmã mais velha esmurrou a porta com mais força.
– Sério, , abre a porra da porta! Caralho! , seu roqueirinho de merda! Abre! Ela tem um set em alguns minutos!
riu e abriu os olhos. Ela pegou meu pulso e verificou as horas no relógio que eu levava ali.
– A Abby vai me matar por isso! – ela balançou a cabeça, ainda rindo, mas eu continuava ansioso por sua resposta – Mas eu não vou deixar a gente perder tempo.
Ela sorriu e colocou as mãos eu meu rosto, e foi impossível não respirar aliviado. Ouvi seu riso assim que fechei meus olhos, sentindo seus polegares fazerem carinho em minhas bochechas.
– Eu senti sua falta também, seu otário.
Finalmente pude rir de verdade, colocando meus braços ao redor de sua cintura e a abraçando fortemente. se inclinou para cima e envolveu meu pescoço com seus braços enquanto beijava meu rosto.
! Que porra, abre!
Ainda rindo, ela se soltou de mim.
– Eu preciso ir ou Abby, além de me matar, vai te matar também. Você me espera?
Assenti rapidamente, sorrindo.
– Eu não vou a lugar nenhum.
Então ela se apressou para a porta, abrindo-a quando um dos staffs da casa já estava pronto para usar a chave reserva.
– Você ficou maluca?! – Abby não perdeu tempo em gritar.
– Já estou indo! – sacudiu os braços para cima, rindo, antes de sumir pelo corredor.
– Tinha que ter dedo seu nisso, ! – ela apontou para mim e eu apenas dei de ombros, jogando-me no sofá da salinha enquanto esperava minha garota se divertir.

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3min23s
“I used to carry you through town
You used to smother me in lippy”



Passava das cinco horas da manhã quando fomos expulsos daquele pequeno pub no centro. A madrugada fria fez os pêlos dos meus braços se arrepiarem um pouco e no mesmo instante procurei pela carteira de cigarros nos bolsos, mas logo a sacudiu na minha frente, junto com o isqueiro que estava na minha jaqueta que ela vestia.
Logo senti o corpo esquentar um pouco e expeli a fumaça devagar, abraçando minha namorada de volta, enquanto ela se aconchegava em meus braços.
– O que vamos fazer agora? – ela perguntou, um pouco sonolenta.
– Eu tô com uma fome do caralho! – Larry resmungou enquanto se sentava na calçada e colocava um cigarro entre os lábios. Estendi o isqueiro pra ele.
– Eu endosso procurarmos um lugar pra comer – Leslie, namorada de Phil, levantou uma das mãos enquanto falava, também abraçada a ele.
– Por que não vamos simplesmente pra sua casa comer, Phil? – perguntei, sabendo que precisaríamos andar um pouco caso quiséssemos encontrar algo aberto àquela hora.
– E você acha que tem alguma coisa pra comer naquele lugar? – Leslie reclamou – Eu até fiz umas comprinhas, mas vocês dois – ela apontou para mim e Larry –, junto com aqueles outros dois acabaram com tudo em um dia!
– E você queria que aquelas duas sacolinhas durassem por um mês, Leslie? – Larry implicou – Francamente, mulher!
? – chamei fraquinho quando eles começaram a discutir, sem saber se ela estava ou não cochilando em pé, mas continuei ao ouvi-la murmurar em resposta – Você não quer salvar esses mortos de fome? Sua casa sempre tem comida.
Ela riu, mas negou.
– Você sabe que Abby coloca todo mundo pra fora em um segundo.
Rolei os olhos com a menção do nome de sua irmã. A mulher aparentemente me odiava e eu nem sabia exatamente o porquê. Eu até entenderia se o problema fosse ela me encaixar naquele estereótipo de cara de banda problemático, um rebelde atrás de confusão, que estava pronto para levar sua irmãzinha para o mau caminho, mas francamente, não precisava de mim pra isso.
– Por que não vamos logo andando então? – falei de uma vez, tentando parar a discussão inútil que só se prolongava porque estavam bêbados. Leslie sóbria dificilmente dava alguma bola para as nossas implicâncias. Ela era uma lady entre nós, digamos assim. Eu às vezes me perguntava como ela havia ido parar em nosso círculo de amizade. Leslie era a única de nós, contando a banda e , que tinha um emprego estável e era formada em alguma coisa, Arquitetura. Tudo bem que Phillip era realmente um cara bonito, mas eu ainda me espantava por ela não ter corrido antes.
Os quatro ainda continuaram a discutir por algum motivo relacionado à discussão anterior e e eu apenas fomos andando atrás, um pouco mais lentamente. Livrei-me da bituca do cigarro pelo caminho, a abracei de lado e continuamos a andar assim, tropeçando vez ou outra e rindo por isso.
Estávamos juntos por quase cinco meses e pela primeira vez desde meu último relacionamento eu me sentia bem em estar levando aquilo a sério. chegou para mim como uma explosão, desde o primeiro momento foi rápido e impactante. Ela era da noite como eu, então parecia perfeito. Àquela época ela começava a tocar como DJ em algumas festas da cidade e começava a ser notava pelas grandes casas. Apesar de aquela barulheira eletrônica não ser nada do que eu ouvia ou gostava, era realmente incrível vê-la tocar. E como ela não tinha das personalidades mais fáceis de lidar, eu me sentia muito apreciado por ela me querer por perto.
Chegamos ao fast-food depois de quinze minutos de caminhada. Tempo suficiente pra ficar sóbrio de novo e morrendo de fome como meus amigos. parecia ter acordado só com o cheiro da comida gordurosa e em poucos minutos estávamos devorando tudo como se não víssemos comida há dias.
– Olhem! – Leslie chamou nossa atenção para o lado de fora, através da vidraça do lugar – Está amanhecendo!
riu.
– E por que mesmo você parece animada com isso? – ela encostou a cabeça em meu ombro antes de sussurrar para mim – Abby vai me matar por ter passado a noite fora sem avisar.
– Ela sabe que você está comigo, não é?
– E do quê isso adianta? – ela riu, mordiscando uma batata – Ela nem gosta de você.
Foi minha vez de rir e tomar um gole do refrigerante.
– Nunca vou entender essa implicância dela comigo.
– É que ela não te conhece direito, ! – ainda rindo, ela deixou um beijo em minha bochecha.
– Porque você não deixa! Eu já disse pra gente fazer um programa de família legal.
– Prefiro que ela continue achando que você é tipo o Phil que leva a Leslie pro mau caminho. – ela virou para mim antes de continuar, colocando uma das mãos em meu rosto e fazendo carinho – Se ela souber que você é, na realidade, um anjinho, não vai ter tanta graça.
Ri, porque aquilo não fazia o menor sentido, e juntei nossos lábios algumas vezes, fazendo-a sorrir.
– Falando nisso. – ela se afastou um pouco – Vou precisar de apoio moral. Você me deixa em casa?
Alguns minutos depois eu já estava do lado de fora da lanchonete esperando sair do banheiro. Os outros três já haviam ido embora.
– E então? – ela apareceu logo em seguida, com a maquiagem levemente retocada e os cabelos menos bagunçados.
– Ainda parece amanhecida. – impliquei, vendo-a mostrar a língua.
– Para todos os efeitos, dormi na sua casa com a sua mãe nos vigiando.
– Abby precisa começar a te tratar como a adulta que você é. – rolei os olhos.
– Ela sente a responsabilidade de cuidar de mim desde que a mamãe se foi, você sabe. – ela deu de ombros, como se não se importasse – E enquanto eu precisar de Abby, não me importo que seja assim. – sorriu – Vamos? Talvez ela ainda nem esteja acordada.
Ela me estendeu sua mão e eu a segurei, entrelaçando nossos dedos, começando a andar logo em seguida.
– Vai sobrar pra mim de qualquer maneira, né? – ela assentiu, rindo.
– Eu vou te compensar depois!
E ela avançou sobre mim, beijando meus lábios e depois meu rosto todo, deixando um rastro de gloss labial sabor melancia pelo caminho.

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1min18s
“Cause there's no one in the life I knew
That got through to me
But when you talk about nothing
You tend to lose me”



– Você tem certeza de que não quer ir comigo? – perguntei pelo que poderia ser a terceira ou quarta vez naquela tarde e começou a mostrar sinais de impaciência.
– Já disse que vou ficar, ! – ela se remexeu na cama, sem tirar os olhos na TV que passava um seriado que eu não prestava atenção – Vou trabalhar e aproveitar que Abby me conseguiu um horário no estúdio e começar a produzir algo meu.
Remexi-me pela cama nem um pouco conformado. Iríamos, minha mãe e eu, passar os feriados de final de ano com a família em Reading. Meus padrinhos tinham uma bela propriedade por lá e eu realmente gostava de passar esse tempo com eles. Tia Rose e seu marido Rob eram pessoas adoráveis e eu tinha certeza que gostaria deles. Eu já havia dito que ia convidá-la, então eles contavam que ela não fosse recusar.
– É só uma noite na Butterfly, ! – referi-me à boate onde ela tocaria às vésperas do Natal – Você pode conseguir outro convite para tocar lá ou em lugares melhores. E sabe que posso te ajudar com as suas músicas depois.
– Você não entende nada de eletrônica, .
Ela riu, aumentando o volume da TV, como se quisesse encerrar o assunto.
Engoli a sensação estranha de rejeição. Havia nove meses que estávamos juntos. Eu ainda não tinha uma boa relação com sua irmã, a única família que ela tinha, e na verdade nem sequer poderia chamar aquilo de relação, já que ela pouco me deixava interagir com a mais velha. Minha mãe tentava fazê-la se aproximar, mas ela não estava sendo muito bem sucedida. Achei que as festas de final de ano pudessem aproximar nossas famílias e amadurecer nosso próprio relacionamento, mas eu queria aquilo sozinho.
Eu sentia como se rejeitasse minha proposta de levar aquilo adiante. Eu estava na banda, estava tocando em quase todos os dias do final de semana, finalmente estávamos conseguindo algum reconhecimento, mas eu não queria aquela agitação sem fim em todos os momentos da minha vida. E saber que não queria me acompanhar nisso me deixava um pouco perdido e decepcionado. Queria ela do meu lado em mais do que nossos momentos nas noitadas em Leeds.
– O meu convite vai continuar de pé – apertei-a um pouco em meus braços, tentando fazê-la amolecer – Seria importante pra mim passar o Natal e a virada de ano com você.
Ela assentiu, mas não falou nada.
– Eu não sei por que as pessoas odeiam tanto a Iris em The Flash! Quer dizer, não é como se ela fosse uma personagem ruim, você não acha?
Não respondi também, mas ela continuou a discorrer sobre a personagem, defendendo-a.
Eu estava magoado demais para me entreter com aquilo e justamente procurava assuntos aleatórios para não conversar comigo seriamente. Era como se estivéssemos nos lados errados dos clichês, dos estereótipos. Eu estava ali, pronto para discutir qualquer coisa sobre a nossa relação. Havia algo de errado em como eu a tratava? Eu estava errado em querê-la comigo e ser a calmaria para sua vida sempre tão agitada? Mas não parecia nem um pouco disposta em ter aquele tipo de conversa comigo.
E no final das costas, eu não consegui levá-la comigo para Reading e só conseguia sentir ela se afastar ainda mais.

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2min26
“And I know I push boundaries at times
But she's just as bad”



Eu olhava através do espelho enquanto ela usava o dedo indicador para espalhar uniformemente o glitter pelas maçãs de seu rosto. Era para ser uma noite festiva, já que era a sua primeira vez em uma grande boate da cidade, mas as coisas entre nós não estavam nada bem.
Talvez fosse aquela coisa que diziam, azar no amor e sorte em outra porra qualquer. Minha banda tinha uma proposta de contrato e se fechássemos iríamos para Londres gravar. Passamos três dias eufóricos até começarmos a pensar como adultos que deveríamos ser e planejar as coisas. Ainda não era uma mudança definitiva para a capital, mas isso certamente viria com o tempo e não estava nos meus planos ficar longe de . Chamei-a para ficar comigo enquanto gravávamos, mas sua resposta foi um categórico não.
– Eu realmente não queria subir lá brigada com você – ela parou em minha frente quando terminou de se arrumar – A ideia não era festejar essa noite?
E ela estava linda para isso. Literalmente brilhando.
– O que eu vou festejar, ? Você está novamente me rejeitando!
– Você vai começar com isso de novo? – ela rolou os olhos, indo até o frigobar e tirando uma garrafinha de cerveja para si – Que tal festejar a minha noite? Não é motivo suficiente?
– Você sabe que não tem nada a ver com isso!
– E tem a ver com o quê? Ah, claro! Com você, como sempre! Porque tudo sempre tem que girar ao seu redor!
– Você tá falando merda de novo!
– Ah, qual é, ! Eu digo não pra você e você faz uma tempestade em copo d’água!
– Custa muito pra você acompanhar o cara que você supostamente ama em um momento super importante pra ele?
– Ah, agora eu supostamente te amo? Vá à merda, ! – ela tomou um gole da bebida – Você está com o caminho feito pra ir, a minha vida tá aqui em Leeds e eu ainda preciso batalhar pelo meu trabalho!
– Leslie também tem uma vida aqui e nem por isso negou-
– Eu não sou a Leslie, porra! – ela explodiu, me fazendo encolher um pouco no sofá – Ela se sente bem em seguir o Phil pra onde quer que ele vá, mas eu não sou assim e eu achei que você soubesse! Você espera o quê? Que eu vá ser sua staff quando a banda alavancar e deixe minha carreira pra te seguir? Nem fodendo!
– Eu nunca falei essa porra, ! Mas sempre parece que sou eu por você e nunca ao contrário! Esse relacionamento é pra ser real só durante as noites, enquanto estamos bêbados ou transando?
– Sai daqui! – ela disse entredentes, visivelmente irada comigo.
– Que foi? – levantei, olhando para ela tão furioso quanto – Eu tô mentindo? Tô falando algum absurdo?
Eu sabia que aquilo não era exatamente verdade. Estávamos juntos porque éramos pessoas da noite, mas nunca havia sido apenas isso. Nunca foi só sobre ter uma companhia para as bebedeiras pós-shows ou sobre o sexo, mas feri-la ao falar aquilo parecia bom o suficiente para compensar a dor que eu mesmo estava sentindo por parecer menos importante para ela.
– Sai daqui, porra! Vá pra Londres ou para o inferno sozinho! Me esquece então! Eu não quero estar com alguém pra ser cobrada desse jeito! Talvez todo esse relacionamento tenha sido um erro! Um erro!
Aquelas palavras sim me machucaram e eu desejei que fosse apenas a raiva falando, mas ao mesmo tempo, quis estupidamente responder à altura.
– Finalmente concordamos com algo! – disse amargamente, indo em direção à porta do camarim.
– Sai porra! – ela continuou – Sai daqui!
Ainda fui até o bar daquele lugar barulhento pedir uma cerveja para tentar esfriar a cabeça. Ainda a vi subir na cabine e cumprimentar as pessoas como se nada tivesse acontecido. Naquela noite a primeira música que ela tocou foi a raivosa Flesh Without Blood e eu soube que tínhamos acabado.

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48s
“And I've just come along for the ride
And I tried my best to keep away from you”



Nova York era linda pra caralho. As luzes piscavam do lado de fora e eu apenas as olhava através da vidraça do estúdio. Dedilhava o violão sem realmente me concentrar no que fazia, movendo meus pés descalços para girar na cadeira de vez em quando, como uma criancinha.
Pela primeira vez em semanas eu não estava tropeçando de bêbado ou atormentando meus ouvidos em algumas dessas festas bizarras que NYC podia me oferecer. Pela primeira vez em semanas eu havia tido uma conversa franca sobre o que vinha me atormentando – com uma completa estranha, vale acrescentar –, e isso me fez perceber que eu era um otário.
Veja bem, não era nenhuma santinha. Ela havia sim me magoado pelas inúmeras vezes em que parecia não dar a mínima para o que tínhamos. Mas o que é que eu poderia querer? Eu sabia, desde o momento em que dei para ela um gole da minha cerveja, naquele pub do centro onde nos conhecemos, que ela não era uma garotinha esperando por um amor que mudaria sua vida. era uma mulher que sabia que era a única responsável por mudar a sua própria vida. Se eu quisesse estar com ela, bem, eu deveria saber que ela não estaria ali para fazer o que eu gostaria que ela fizesse.
Talvez fossem todas aquelas coisas que Leslie não cansava de dizer para Phil. Que nós éramos metidos a modernos, mas no final das contas, todos queríamos o mesmo das mulheres. Eu quis que fosse aquela namorada que estivesse ao meu lado para onde quer que eu fosse, que me acompanhasse incondicionalmente. Eu não pensei na possibilidade dela ter um caminho diferente, ou simplesmente não querer me seguir na peregrinação dos shows porque ela tinha algo melhor pra fazer. Ela tinha o próprio público para entreter.
não tinha o menor tato, na maioria das vezes, com os meus sentimentos. Mas eu não tinha a menor empatia pelas suas escolhas.
Ri ao dar mais uma volta na cadeira giratória, pensando em como éramos dois completos otários.
– Tá rindo de quê? – virei-me e encontrei Larry arrumando a camisa no corpo e me olhando com ar de riso – Você está muito estranho desde ontem. A tal da Emily te deu um fora?
Eu ri novamente, me limitando a estender o dedo do meio pra ele.
– Por que ainda está assim? Você não vai?
Neguei com a cabeça e voltei a dedilhar uma música qualquer no violão.
– Por quê? Qual é, , é nossa última semana aqui! – ele tocou um dos meus ombros e me olhou com a expressão séria – Aquela Emily disse que seu pau é pequeno?
Explodi em risadas. Larry não tinha noção de nada mesmo. Ainda deveria ter uns quinze anos mentais.
– Meu amigo, se ela disse isso, não fica assim! Eu sei que não é verdade!
– Cala a boca, Larry! – eu continuei rindo – Emily foi incrível ontem, deixa de ser retardado!
– E então? – ele também riu, sentando-se no sofá a minha frente.
– Estou sem vontade. A gente bebeu todos os dias desde que chegamos aqui, preciso de um freio.
– Você definitivamente ficou maluco.
Ele levantou e deu alguns tapinhas no meu ombro antes de seguir para a porta.
– Mas falando sério – ele falou, já do lado de fora, apenas segurando a maçaneta antes de fechar –, sei que esse comportamento tem nome e sobrenome. – sorri e tenho certeza que foi algo um tanto melancólico – Leslie contou para Phil que às vezes ela age como se sentisse sua falta. Vocês vão resolver isso quando voltarmos. Relaxa.
Larry bateu a porta e eu virei a cadeira de volta para a vidraça, voltando a olhar NYC de cima.
– Eu espero que você esteja certo, cara.
Respondi depois de alguns minutos.


1min8s
“And now you beg for my company
Cause you know I'll give it to you
Tell your sister to wait”



Assim que anunciou o ultimo bloco de músicas eu respirei um pouco mais aliviado e segui pelo corredor por onde havia entrado há algumas horas. A sensação de vê-la tocar novamente era boa. A forma como seus dedos se moviam agilmente por todos aqueles complexos equipamentos ou como ela dançava e tentava animar os presentes era a melhor parte daquilo. Era divertido ver como algumas pessoas mais próximas do palco pareciam amá-la e vibravam a cada hit que ela colocava para tocar. Mas eu estava um tanto impaciente e aguentar aquilo sem álcool não era lá uma das coisas mais inteligentes a se fazer.
Achei que não houvesse problema em esperar por ela na salinha que estávamos antes, então apenas abri a porta e espiei para ver se alguém mais estava lá. Assim que dei de cara com Abby, recolhi a mão que ainda estava na maçaneta, pronto para esperar do lado de fora mesmo.
– Pode ficar, – ela falou me olhando rapidamente e voltou a arrumar o local.
Entrei cauteloso e me sentei no sofá, vendo-a catar o lixo e colocar em um saco enorme que tinha nas mãos. Achei que a qualquer momento ela iria virar para mim e tirar satisfações pelo que havia acontecido antes, mas ela continuou a juntar as coisas de enquanto mexia no celular vez ou outra.
Pensei em iniciar uma conversa qualquer, mas não sabia como. Achava que Abby e eu não tínhamos muito assunto, mas a verdade é que eu nunca pude analisar isso. Nunca havíamos tido uma conversa longa, e tudo o que eu ouvia dela, em grande parte das vezes que ela se dirigiu a mim, eram as recomendações para quando saía comigo.
– Você quer ajuda? – perguntei de repente, vendo-a colocar as garrafas vazias num cantinho.
– Agora que já terminei? – ela riu, colocando as mãos na cintura ao olhar para mim.
Seu sorriso era idêntico ao de , mas sua imagem era muito mais acolhedora. intimidava qualquer um.
Olhei ao redor, rindo sem jeito, e percebi que ela realmente havia dado um jeito em toda a bagunça.
– Desculpe.
Ela deu de ombros e sentou no sofá em minha frente, respirando fundo como se estivesse exausta. Sua pele brilhava pelo suor e ela prendeu seus cabelos enrolados e cheios, agora pintados de ruivo, com um elástico que retirou da bolsa.
– Você voltou para ficar ou vai se mudar em definitivo? – me surpreendi ao ouvi-la perguntar.
– Não vou me mudar ainda, mas volto pra Londres em algumas semanas.
Ela assentiu, mexendo no celular, e só depois olhou para mim.
– A mudança vai ser inevitável. Logo esse vai e volta vai ser inútil pra você, ou você simplesmente não vai ter tempo.
Revirei-me um pouco desconfortável no sofá. Sabia que ela estava certa sobre o que falava, mas eu ainda não estava pensando nisso.
– Se você está falando isso por causa de e eu, eu-
– Eu não falo como irmã da o tempo todo, – ela riu – Ouvi dizer que a banda vai muito bem. Parabéns e boa sorte com isso.
Demorei um pouco para responder, nada acostumado com ela sendo simpática comigo.
– Obrigado – sorri sem jeito e procurei pelo celular para olhar as horas, achando que estava demorando demais.
Para o meu alívio, logo um burburinho de vozes foi ouvido e abriu a porta, sorrindo.
– Arrasei de novo, maninha! – ela levantou os dois polegares para Abby, que sorriu e levantou para abraçá-la – Josh quer falar com você.
avisou e eu me levantei, vendo a mais velha assentir e pegar a bolsa.
– Te espero no carro. – Abby disse, saindo logo em seguida.
olhou para mim sorrindo, daquele jeitinho esperto que eu tanto senti falta.
– Você estava ótima. – disse assim que ela parou em minha frente.
Seus cabelos estavam bagunçados, mas a maquiagem permanecia intacta, mesmo que ela tivesse transpirado bastante.
– Oh – ela fingiu espanto enquanto colocava os braços ao redor do meu pescoço, imediatamente coloquei minhas mãos em sua cintura –, você estava vendo? Comprou tampões de ouvido ou está mesmo tentando me agradar?
Eu ri, vendo-a fazer o mesmo. Estava sentindo falta de sua implicância também.
– Eu vi até uma parte, que pareceram horas – entrei na brincadeira, apertando-a mais em meu abraço –, depois vim pra cá fazer companhia pra Abby.
imediatamente arqueou uma sobrancelha.
– Achei que ela fosse me dar um esporro – ri, ainda achando engraçada aquela Abby que eu realmente não conhecia.
suspirou antes de falar. Uma de suas mãos foi para o meu rosto, afastando meu cabelo e passando o polegar pela minha bochecha delicadamente.
– Ela não ia mesmo implicar com você. Abby é a única pessoa que sabe como eu senti sua falta.
Um calor gostoso nasceu no meu peito depois de ouvi-la falar. Imediatamente seus lábios tocaram os meus e ambos suspiramos. Apertei-a ainda mais antes de começar a beijá-la, sentindo suas mãos se emaranharem eu meus cabelos com urgência. O beijo, no entanto, era calmo. Era como se estivéssemos avisando aos nossos corpos que eles podiam respirar aliviados, que estávamos juntos novamente.
– Vem comigo.
sussurrou assim que nos afastou minimamente, e juntou nossos lábios em um beijo rápido antes de pegar a sua bolsa na mesa e me puxar pela mão porta afora.
Descemos rapidamente as escadas e passamos por outro corredor até pararmos no estacionamento.
– Onde está seu carro?
Apontei para o veículo mais a frente e andamos até ele, apenas para ela se sentar no capô, apoiando as mãos nele e jogando a cabeça para trás, aproveitando a brisa fria que passava. Sentei-me ao lado dela, não deixando de observá-la e ver como parecia mais linda do que antes. Seus cabelos desgrenhados balançavam com o vento e seu rosto tinha uma expressão serena. Sem dúvida, a minha preferida dentre todas que ela podia demonstrar.
Ainda em silêncio, abriu a bolsa e retirou a carteira de cigarros, pegando um para si e acendendo em seguida. Depois de tragar, ela ofereceu para mim.
– Achei que você não fosse mais voltar. – ela confessou enquanto eu tragava, e colocou a cabeça em meu ombro.
– Claro que eu ia voltar. Essa ida nunca foi definitiva. – expliquei, sugando a fumaça novamente antes de devolver para ela.
– Não tô falando de voltar pra Leeds. – ela riu fraco, erguendo a cabeça para me olhar – Tô falando de voltar pra mim.
Ela ainda me olhou por alguns segundos antes de abaixar a cabeça novamente, voltando a falar.
– Você foi embora completamente puto comigo.
– Você também não estava lá muito feliz – ri, abraçando-a de lado e começando a mover meus dedos por seu braço descoberto.
– Eu sei que eu não ajudei em nada, – ela ergueu a cabeça e se sentou melhor para me olhar – Sei o quanto você ficava puto em me ver desconversar todas as vezes que queria falar sério sobre nós. Sei que você queria fazer isso dar certo e eu não ajudei em nada, mas é só que...
Ela deixou a voz morrer e tragou novamente, nervosa. Uma parte de mim ficou extremamente satisfeita em ouvi-la admitir.
– Eu sou muito boa em fugir das responsabilidades – ela riu, balançando a cabeça e olhando para frente, onde algumas pessoas conversavam ao redor de um carro – É por isso que Abby é tão importante na minha vida. Eu só... Eu sempre fui meio espírito livre, eu fui uma adolescente rebelde sem causa insuportável e talvez essas coisas ainda estejam comigo.
Ela voltou a me olhar, carinhosa e cautelosa.
– Você nunca escondeu isso de mim, – me adiantei em responder – Por mais que algumas coisas me magoassem, eu não tinha o direito de te cobrar uma postura que você nunca teve. A minha urgência em te ter comigo me fez agir como um idiota algumas vezes.
Ela balançou a cabeça e se livrou do cigarro antes de se arrastar para mais perto de mim.
– Eu piorei tudo! Eu fui insensível e imatura! – ela riu descrente antes de concluir – Todas as vezes que nós saímos do sério foi porque ambos não souberam ceder. A gente é uma bela dupla de idiotas.
– Eu cheguei a essa mesma conclusão quando estava longe.
– E vai adiantar estarmos aqui agora? – ela perguntou, a cautela novamente presente em seu tom de voz.
Era bonitinho ver como ela parecia se esforçar para que pudéssemos arrumar uma solução para o problema que era nós dois juntos. E apesar de saber que eu queria essa solução tanto quanto ela, eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, as nossas vidas e personalidades tão diferentes iam forçar um novo embate.
– Eu não me importo de tentar. – aproximei meu rosto do seu e afastei os fios rebeldes de seu cabelo antes de segurar seu rosto com uma das mãos – Não quando eu estive todo esse tempo sentindo a sua falta.
E então me adiantei para beijá-la novamente e dessa vez a senti muito mais desesperada do que antes. Ela logo passou suas pernas por cima das minhas e me abraçou com força, e eu apenas retribuí.
Assim que afastou nossos lábios, eu passei a distribuir beijos por seu rosto e pescoço, sentindo-a se contrair e puxar meus cabelos levemente.
– Foi um inferno viver sem isso! – ela exclamou, rindo – Por favor, me diga que podemos ir pra sua casa.
Eu me afastei minimamente, também rindo.
– E Abby? – arqueei uma das sobrancelhas – Ela disse que ia ter esperar.
– Esqueça Abby! – se aproximou novamente, ela agora deixando beijos em meu pescoço – Ela pode esperar! Eu não!
Dito isso, juntou nossos lábios rapidamente antes de pular do carro, jogando os cabelos para o lado e indo até a porta do carona.
– O que você está esperando, ?
Eu gargalhei, ansioso, e pulei também, apressando-me em destravar o carro. Liguei-o e saí pelo estacionamento, logo avistando Abby conversando com algumas pessoas na saída.
– Buzina! – pediu, rindo, e atendi seu pedido, emitindo o som do carro duas vezes.
– Não me espere acordada, maninha!
gritou depois de abrir a janela e eu apenas avancei com o carro. Não fomos sequer capazes de ouvir a resposta da mais velha.
– Que saudades de fazer isso! – gargalhei, lembrando de todas as vezes que saíamos correndo de Abby ou dávamos um perdido nela.
– Sabe do que eu estou com saudades? – usou seu tom sugestivo e eu a olhei brevemente, rindo – Está permitido você pular alguns sinais hoje.
Gargalhei novamente, sentindo-a pousar uma das mãos em minha coxa.
Eu não sabia se aquela sensação boa duraria muito mais, ou se conseguiríamos seguir nossos caminhos diferentes juntos, mas saber que por hora eu poderia tê-la me fazia satisfeito. Eu podia me dar ao luxo de deixar todo o resto para lá, desde que eu pudesse amá-la com eu vinha querendo há meses.

FIM



Nota da autora: Eu amo tanto essa música, esse álbum e essa banda, que escrever me inspirando em Outside foi simplesmente incrível! As letras do Van deixam o nosso trabalho muito fácil! E dessa música só podia sair esse casal que a gente nunca sabe se vai dar certo, mas que ama mesmo assim. Espero que vocês tenham gostado!
Obrigada Lary por ser a primeira a ler e me fazer feliz com os comentários! Obrigada Tham por ter reservado essa pra gente! Obrigada Isy por essa capa que é um HINO! E obrigada minha beta querida! <3
Às pessoas que não conhecem a banda, por favor, ouçam! Vocês não vão se arrepender! The Ride foi uma das melhores coisas do meu 2016. Podem ouvir qualquer uma, são todas boas mesmo...
Obrigada por lerem! Aproveitem as outras fics! <3
P.S. Se a curiosidade bateu sobre a Emily, leia 08. Emily ;)
xx
Thainá M.

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Ficstape CATB


Nota da Beta: Ah, que delícia essa fic! Thai nunca decepiciona né, gente? Fez jus à essa música sensacional. Meus parabéns. <3
Não se esqueçam de comentar aqui embaixo pra nossa autora linda e simbora ler Emily e as outras fics desse ficstape maravilhoso! xx




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