12. Beautiful People Beautiful Problems

Fanfic finalizada

Capítulo único

Madrid, Espanha, 2015.

encarou a televisão do salão onde estava fazendo suas unhas e não pode deixar de rolar os olhos ao ver um programa de fofocas espanhol mostrar fotos de curtindo as férias em Ibiza ao lado de uma loira que a identidade ainda não havia sido descoberta pelos tabloides.
– Ele está seguindo a vida. - Inês, sua melhor amiga desde a adolescência, disse ao seu lado, tirando sua atenção da televisão.
– Ele é um jogador, é bonitão e solteiro. Ele tem todo o direito de seguir a vida. - deu os ombros, tentando não se mostrar muito afetada com a ideia de que ele já estivesse em um novo relacionamento. – Desde que ele continue sendo um bom pai para Nicolas e Adriene, ele pode fazer o que quiser com a vida amorosa dele.
– E isso não te afeta? - Inês indagou, arqueando uma das sobrancelhas e recebendo uma risada nasalada como resposta em primeiro lugar. Aquilo era o suficiente para a moça, sabia que entrando em um novo relacionamento ainda afetava a amiga, mesmo tendo se passado dois anos desde o divórcio deles.
Há dois anos, quando no momento da assinatura do divórcio, ela contou para ele que estava grávida de novo, esperava que fosse o suficiente para que eles não assinassem o divórcio.
Entretanto, não foi. Precisaram de alguns dias para se reunirem novamente e assinarem os papeis, mas optaram por não continuarem mais juntos. permaneceu em Madrid com Nicolas e teria Adriene na capital espanhola enquanto seguiu para Londres para jogar nos azuis.
Quando a pequena nasceu, o goleiro foi para o país para acompanhar de perto. Ele sempre tentava estar por perto e as crianças viajavam com frequência para Londres na companhia de Gitte e Thierry, pais de , para ficar perto do pai por alguns dias, o que dava um descanso para , mas uma sensação de vazio assim que eles saíam e ela percebia que a casa estava em silêncio.
– Não deveria afetar mais, não é? - Ela riu fraco, dando os ombros e Inês balançou a cabeça.
– Acho que isso é até normal. - Inês fez uma pausa. – Vocês tiveram uma história muito intensa e que rendeu duas crianças, é claro que vocês ainda podem ter sentimentos um pelo outro.
– Ele disse que vem no sábado para buscar as crianças e passar alguns dias com eles. - suspirou. – Não sei se estou preparada para vê-lo em um novo relacionamento.
– Espero que isso sirva de lembrete para você. - A morena encarou a amiga, balançando a cabeça, parecendo confusa. – Também está na hora de você se abrir para uma nova relação, dar uma nova chance ao amor, curtir a vida... Essas coisas. Hora de buscar a sua essência. Aproveite os dias que vai ficar sem as crianças e dê uma chance de ser a de antes.
– Prometo que vou fazer o possível. - Ela sorriu para a amiga, que concordou com a cabeça.
Ela entendia perfeitamente o que Inês queria dizer. Sentia que havia perdido um pouco de si na maternidade e que precisava se reencontrar consigo mesmo. Ela poderia voltar a ser a de antes, pelo menos por alguns dias, e estava tudo bem para ela. Deixar os problemas de lado e curtir um pouco.

x


A campainha tocou quando ela terminava de trocar a camisa de Nicolas. O menino tinha se sujado com o suco de uva e manchado a bela camisa polo branca que ela havia escolhido para ele usar.
Papá! - Nicolas ergueu os braços, mostrando-se animado e arrancando uma risada da mulher que adorava ver como as crianças ficavam contentes quando sabiam que pai estava ali para visitá-los.
– Sim, deve ser o papai. Vamos recebê-lo? - Ela sorriu, ajudando o menino a descer da cama e o observando descer em disparada escada à baixo. – Cuidado, Nic! - Ela gritou, se apressando em descer a escada tão rápido quanto ele, encontrando o menino parado perto da porta de entrada, já que ainda não alcançava a maçaneta para abrir a porta.
– Vamos, mamá, vamos. - Nicolas apressou a mãe, fazendo-a dar risadas.
– Calma, cariño. - Ela fez um carinho nos cabelos escuros do menino e aproveitou para destrancar a porta, abrindo a mesma e revelando do lado de fora.
Nicolas soltou um grito animado e correu na direção do pai. assistiu atentamente a cena do goleiro abraçando o filho e sentiu seu coração bater um pouco mais rápido por alguns minutos quando os olhos dele se encontraram com os seus.
Aproximadamente seis meses que ela não o via pessoalmente. Com a intensa rotina de jogos da Premier League, ela via mais Gitte e Thierry, que buscavam as crianças. Costumava ver apenas quando assistia algum jogo do Chelsea pela televisão, mas não era a mesma coisa.
Vê-lo ali na sua frente, poder sentir o cheiro do perfume que ele usava - que havia se tornado seu cheiro favorito no mundo e tudo isso, sem poder tocá-lo, ainda era muito doloroso. E ela se odiava um pouco por ele ainda ter tanto efeito sobre ela.
Hola, ! - sorriu na direção da mulher, segurando Nicolas em um dos braços e se aproximando para beijá-la na bochecha. prendeu a respiração quando sentiu os lábios dele tocarem a lateral de seu rosto e permitiu se odiar por mais alguns segundos.
, como está? Por favor, entre. - Ela abriu espaço para que ele entrasse na casa que um dia havia sido do casal e que ele havia permitido que ela continuasse morando com as crianças após o divórcio.
– Estou bem e você? Como estão as coisas? - Ele perguntou, deixando o olhar correr pela sala e tentou evitar todas as memórias que vinham a sua mente. Era sempre a mesma coisa quando estava na casa.
– Estou bem também. Por aqui tudo tranquilo. - Ela sorriu. – Adri está se adaptando na nova escolinha e Nicolas está fazendo algumas atividades extras.
– Onde está Adri? - Ele perguntou, percebendo que a menina não estava no cercadinho no canto da sala de estar.
– Está no quarto dela, dormindo. - checou o relógio em seu pulso. – Ainda são três da tarde. Acho que você vai precisar esperar um pouquinho...
– Se eu puder esperar aqui, tudo bem. - Ele deu os ombros.
– Podemos brincar enquanto isso? - Nicolas encarou o pai com os olhinhos brilhando e ele concordou com a cabeça. Colocou o menino no chão e o observou seguir em disparada em direção à escada.
– Devagar, Nic, devagar. - disse, mais uma vez, em vão. – Ele está impossível.
– Minha mãe disse que ele está cada vez mais parecido comigo quando era pequeno. - Ele riu, dando os ombros.
– Ela disse isso da última vez que esteve aqui. - Ela riu, lembrando da conversa com a mãe do goleiro. – Você quer beber alguma coisa? - Perguntou, caminhando em direção à cozinha.
– Uma água seria bom. - O belga respondeu, seguindo o mesmo caminho que ela.


Blue is the color of the shirt of the man I love
He's hard at work, hard to the touch
But warm is the body of the girl from the land he loves
My heart is soft, my past is rough...



– E o coração como está? - Ela estava de costas, mas podia ter certeza que estava encostado na pia, esperando seu copo de água e observando todos os movimentos dela. Talvez, se ele tivesse prestando atenção minuciosamente, ele teria percebido o arrepio dela à pergunta.
– Do mesmo jeito da última vez que você me perguntou. - Ela deu os ombros, o lembrando que ele já tinha feito aquela pergunta antes. – O seu parece estar bem. - Entregou o copo d'água e o goleiro riu, arqueando uma sobrancelha.
– Por que acha isso?
– Eu vi algumas fotos suas em Ibiza com uma mulher... - ela falou, um pouco desajeitada. Era estranho estar tendo aquele tipo de conversa com o cara que ela ainda amava. – Não que eu estivesse procurando... Eu estava no salão e, você sabe, programas de fofocas... Várias fotos suas na televisão e eu acabei sendo informada por isso. - Ela suspirou, enchendo um copo de água para ela. Droga, por que estava tão nervosa?
– Eu não tive nada com ela, se você quer saber. - Ele disse dando os ombros.
, você... Você não precisa me dar explicações. - Ela riu fraco, balançando a cabeça.
– Mas eu quero. - Ele sorriu, deixando o copo sobre a pia e encarando a mulher. – Eu não vou ser hipócrita e dizer que eu não estive com nenhuma outra mulher nos últimos anos, mas eu vou ser verdadeiro ao dizer que nenhuma delas se comparou a você. Eu sei que em algum momento nós ficamos tão cansados e nos queixamos sobre como é difícil viver, nos perdemos. Mas tudo me faz pensar em você e querer voltar para você.
...
– Nós somos pessoas lindas com lindos problemas. Deus sabe que nós temos problemas! - Ele riu fraco. – Mas a gente pode tentar, todas os dias e noites.
Ele deu um passo na direção da mulher, se aproximando aos poucos e podia sentir seu coração acelerado. Estava a um passo de sair correndo da cozinha para não ter que dar uma resposta, mas não podia fazer isso. Era tudo o que ela queria ouvir.

But when I love him, I get a feeling
Something close to like a sugar rush
It runs through me, but is it wasted love?
(Let's not waste it, love)...



Quando as mãos grandes do goleiro tomaram sua cintura, puxando-a para mais perto dele, toda sua sanidade foi para o espaço. Os lábios dos dois se uniram rapidamente em um misto de saudade e de paixão que ainda existia entre os dois.
A voz de Nicolas fez terminar o beijo e se separar de sem dar nenhuma resposta. Ela observou o menino adentrar a cozinha com uma bola e mais outros brinquedos que conseguia carregar.
– Vamos, papá! - Chamou animado, seguindo em direção à cozinha e ela riu, vendo o belga seguir o menino, mas com o rosto virado para trás, aguardando uma resposta da parte dela.
Sua mente dizia que não e seu coração dizia que sim. Ela teve vontade de deixar as coisas como estavam, mas optou por responder. Com os olhos vidrados nos dele, sussurrou para que apenas ele ouvisse:
– Sim, temos que tentar.

So beautiful, yeah...





Fim.



Nota da autora: : Mais uma fic para conta! Espero que tenham gostado... Quem sabe não vem a parte três desse casal? Não se esqueça de comentar! E para saber mais do que eu escrevo, é só checar meu grupo no Facebook (https://www.facebook.com/groups/211870649367754/)




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