Capítulo Único
olhou para o copo vazio de uísque em sua mão e se questionou se deveria tomar outra dose. Nessa última semana só conseguia pegar no sono depois de estar tão bêbado a ponto de não lembrar como foi parar em sua própria cama. O pior era saber que em algum momento da noite pegara o telefone com a intenção de ligar para ela e implorar que venha até ele para que pudesse ao menos abraçá-la. Ele só queria tê-la em seus braços.
Ele já havia decidido que tomaria pelo menos mais uma dose quando ouviu a campainha tocar. olhou para o relógio em cima da lareira e viu que já eram quase 23 horas. Quem em sã consciência vai à casa de alguém nesse horário? Resignado a despachar quem quer que fosse, caminhou decidido até a porta e achou que estava tendo algum tipo de alucinação ao se deparar com ao abri-la.
- Oi, – a garota falou quando ele continuava a segurar a porta, sem dizer uma palavra –, posso entrar?
- Claro – ele respondeu quando finalmente percebeu que ela era real e estava realmente a sua porta. correu os olhos por sua sala e teve vontade de se bater ao perceber tamanha confusão e bagunça que estava o lugar.
- Desculpe a bagunça. – falou caminhando até algumas garrafas vazias de cerveja e levando-as até a cozinha. – Não estava esperando ninguém.
- Eu que peço desculpas por vim sem avisar, principalmente nessa hora, né? Não precisa se preocupar com isso.
- Ah... uhmm... Sente-se. – não sabia ao certo o que fazer com ela ali. – Quer beber alguma coisa?
- Não, obrigada – a garota sorriu levemente ao ver o desconforto dele. Era bom saber que ele ficava desconfortável com sua presença, não que ela fosse vingativa, mas era bom o ver ter algum sentimento já que a estava fazendo sofrer tanto.
- Certo. Você.. uhm... você... está bem? Aconteceu algo?
- Você está seriamente me perguntando se eu estou bem? – perguntou com a cabeça um pouco inclinada para o lado, como se não acreditasse no que ele acabou de perguntar. Como ele acharia que ela estaria bem se ele quebrou seu coração em vários pequenos pedaços sem qualquer explicação? – Você, melhor do que ninguém, sabe que estou longe de estar bem.
- … – suspirou. Ele detestava saber que ela estava sofrendo. – Eu já falei que isso era...
- Não – a garota o cortou –, eu vim aqui falar e você vai me ouvir primeiro. O Alex me falou que você estará saindo em turnê amanhã e que ficará algum tempo fora. Então você termina tudo entre nós, sem qualquer explicação, e agora estará indo e nem achou que eu merecia saber? Que tipo de pessoa é você, ? Eu não merecia nem um adeus?
- Você não vê que esse é o problema, ? Eu estou apenas antecipando o inevitável!
- Mas do que você está falando? Sério, às vezes acho que não falamos a mesma língua porque não consigo entender o que você está tentando dizer.
- Do nosso relacionamento. Eu estarei indo, você ficará aqui e isso acabará por esfriar as coisas e não dará certo, entende? Eu já vi isso acontecer antes, já vi onde esse filme termina.
- Então você está terminando porque não me terá para sempre? É isso, ? - perguntou, irritada, qual era o problema dele? Por que evitar tanto ter algo com ela se ela sabia que ele queria?
- Sei que não faz sentido para você... mas quem quer romances temporários? As pessoas acabam se apaixonando, sabia? Eu terei que partir.
- Meu Deus, , você estará indo para uma turnê. Tudo bem, você ficará um tempo e até meses fora, mas você não está indo para outro planeta. Você vai voltar.
- Você não entende. Eu sei como são esses romances a distância. Eu sei como você, aos poucos, vai se acostumar com minha ausência. E que encontrará alguém aqui para colocar no meu lugar, para te abraçar e beijar quando eu não estiver por perto e isso nos fará sofrer. Eu por perder você e você me magoar. Nós iremos sofrer. Isso não dará certo.
gargalhou, ela teve que rir com essa resposta.
- Você pensa tão pouco assim de mim? É isso que você acha que eu poderia fazer com você? E tem mais, todos os relacionamentos podem terminar um dia, . Não existe garantia vitalícia para esse tipo de coisa. Mesmo que nós soubéssemos que você ficaria aqui para sempre, poderia terminar. Só porque você terá que partir em algum momento não significa que não devemos ter algo. Evitar se relacionar com alguém porque tem medo que isso não dê certo é como se recusar provar uma comida nova porque tem medo de não gostar dela.
- Eu adoraria te fazer feliz, , viver esse romance. Mas não estou preparado ainda para viver isso. Eu sei que você estará me acusando de estar desistindo antes de tentar, mas acho certo o que estou fazendo. É pro seu bem.
- Meu bem?
- Ok, para o meu bem. Eu só não estou preparado para sofrer de novo, entende? Eu dei todo meu amor a alguém que não merecia e se isso não der certo – falou apontando para os dois –, não saberei se irei suportar, entende? E eu quero te ver feliz, não importa com quem, nem importa se agora o que eu esteja fazendo é o certo ou o errado.
- ... - começou a falar, mas se calou.
Apenas seu nome, dito como uma súplica, foi o suficiente para que o coração dele voltasse a se quebrar. Ele queria jogar tudo para o alto, dizer um enorme "QUE SE DANE" e ficar com ela. Era isso que vinha impedindo a si mesmo de fazer a semana toda. Ela merecia mais. Mais do que ele poderia lhe dar no momento. Ele não estava pronto para entregar seu coração, seu amor, assim de novo. Não sabia se estaria pronto algum dia.
- , por favor.
- Eu falei que isso poderia acontecer, não falei? Que isso não daria certo. Que você poderia se apaixonar, que poderia sofrer.
- Você acha que eu me arrependo, ? Porque você está enganado - falou tão segura de si, com tanta determinação, que se ele não soubesse dos sentimentos dela, poderia jurar que ela não estava sofrendo naquele momento. - Eu teria feito tudo isso novamente, teria passado cada segundo que tive oportunidade de passar ao seu lado, porque valeu a pena. O que me faz sofrer nesse momento é que senti você. Senti o amor e carinho que você pode fazer uma mulher sentir, e me dói saber que um dia você encontrará alguém, ou seja, que você entregará o teu amor, e que dirá coisas lindas para ela. E não serei essa mulher. O que me dói é essa certeza de que eu daria tudo para ser essa mulher. Eu senti você, , e sei o quanto você é capaz de amar e me dói saber que você não foi capaz de me amar. Não me dói os momentos que passamos juntos, pois eles estarão comigo sempre, lembrando como foi bom estar nos seus braços.
olhou para ela e teve vontade de gritar. Ela não poderia estar mais errada. queria apenas conseguir segurar essa linda mulher nos braços e provar como ela está errada. Que todo amor e carinho que ela achou que sentiu seria todo dela se ele tivesse coragem suficiente de arriscar. Que tudo seria para ela e nunca de outra.
- Eu realmente espero que você seja feliz. - voltou a falar quando achou que sua voz estava forte o suficiente. - E cuide-se.
esperou que ela dissesse algo e como ela apenas o encarava, sem nada a dizer, ele pôde ver nos olhos dela que ela finalmente entendeu que nada que dissesse iria fazê-lo mudar de ideia. Ele virou as costas e caminhou até a lareira, apoiando as mãos e respirando com dificuldade.
- Eu não serei, , impossível ser feliz sem você. - murmurou quando caminhava até a porta e saía da casa e da vida do homem que amava.
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amaldiçoou sua amiga Tess pela milésima vez aquele dia. Ela não conseguia acreditar que havia concordado em ir a um encontro às cegas. Logo ela que sempre disse que nunca cairia nesse tipo de furada, mas, também, nunca foi forte o suficiente em negar os pedidos de Tess. E agora estava voltando para seu apartamento com uma tremenda dor no pé por estar usando esses malditos saltos que Tess a obrigou usar e uma dor de cabeça ainda maior. Esse havia sido o pior encontro às cegas da história da humanidade, não é possível que Tess não houvesse percebido como ela e Adam eram completamente diferentes. Depois de perceberem que não teriam assuntos que pudessem conversar, passaram as duas horas desse interminável encontro sendo educados um com o outro. E quando finalmente Adam a deixou na porta de seu prédio, nem ao menos o convidou a entrar. Para que prolongar ainda mais o sofrimento? Não havia mais necessidade de educação.
Entrou no elevador e depois de apertar o botão de seu andar, retirou seus sapatos e soltou um gemido de prazer quando seus pés tocaram o chão. virou de costas e ficou encarando seu reflexo no espelho. Sua maquiagem ainda estava em ordem, assim como seu cabelo e se sentiu completamente infeliz por isso. No fundo alimentava uma pequena esperança de que esse encontro fosse perfeito e que quando Adam a beijasse seria tão quente que bagunçaria completamente seu visual. Porque se desse certo com Adam, ela poderia ter esperança de que conseguiria esquecê-lo. Dois meses e ainda sofria uma dor quase física pela ausência dele. ainda estava presente em seus pensamentos e sonhos e se odiou por isso.
Lutando para impedir as teimosas lágrimas de caírem, parou de encarar sua patética imagem no espelho. Havia prometido a si mesma que não mais choraria por ele e estava conseguindo manter a promessa. A porta do elevador se abriu e seu coração falhou uma batida quando seus olhos se depararam com sentado no chão do seu corredor, ao lado da porta do seu apartamento.
não conseguia acreditar que ele estava realmente ali e esqueceu completamente como se caminhava.
levantou assim que percebeu sua presença.
- Oi, eu estava esperando você.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou caminhando em direção ao seu apartamento, assim que recuperou o poder de caminhar.
- Já falei – ele sorriu –, esperando você.
- Não aqui no meu apartamento. Aqui em Londres – parou em frente a ele e cruzou os braços como se estivesse se defendendo, ou defendendo seu coração. - Achei que você ainda estaria em turnê.
- Eu estou, mas... Eu precisei voltar.
- Por quê?
- Queria falar com você. Cheguei em Londres e vim direto para cá, mas você não estava.
- Eu tinha um encontro – falou e viu a expressão dele mudar. Se não soubesse que ele não sentiu nada por ela, poderia apostar que ele estava com ciúmes.
- Com quem?
- Não acho que lhe devo satisfação de minha vida. – falou e abriu sua bolsa em busca de suas chaves. – Você deixou bem claro que não tinha interesse nenhum nela.
- Com quem, ?
Ela levantou o olhar e o encarou.
- Você não o conhece.
- Tudo bem – falou com raiva e se abaixou para pegar sua bolsa de viagem que ainda estava no chão. – Acho que não vim em uma boa hora.
Ele a olhou mais uma vez e passou por ela em direção ao elevador.
- Meu Deus, , qual é o seu problema? – quase gritou, irritada. – Você termina comigo, fica dois meses sem dar qualquer sinal e de repente aparece em minha porta e age como se tivesse direito de ficar irritado.
- Você! - largou a bolsa com raiva no chão e caminhou em direção a , parando perigosamente perto dela. – Você é o meu problema.
- Do que diabos você está falando?
- Que não consigo viver sem você. Deus, eu tentei – passou as mãos nos cabelos e parecia desesperado. - Lutei todos os dias para não te ligar e implorar seu perdão. Tentei me convencer de que o melhor para nós dois era ficarmos separados, de que iríamos conseguir. Mas todos os dias eu fracassava e só conseguia pensar em implorar que você me desse novamente seu amor, que me deixasse voltar para sua vida.
- Eu... –
- E quando eu finalmente desisto de lutar e volto, vejo que você está completamente maravilhosa... e namorando.
só conseguiu balançar a cabeça freneticamente.
- Não estou.
- O quê?
- Namorando – estava com dificuldades de manter uma frase coerente e lutou para encontrar as palavras. – Eu tive apenas um encontro porque prometi a Tess que teria, mas ele foi totalmente horrível.
se permitiu sentir um pouco de esperança.
- ... - segurou o rosto da garota e sorriu ao ver que ela não se afastava. – Eu sei que não mereço perdão, que não mereço seu amor, mas se você me permitir tê-los eu prometo que te farei feliz.
- , eu não sei.
- Eu amo você, - as palavras saíram repentinamente dos seus lábios e atingiram-na em cheio no peito, fazendo uma pequena lágrima rolar. Ela não queria acreditar nessas palavras, mas estava perdendo a batalha para seu coração.
— O quê? — sussurrou.
- Eu - repetiu num sussurro — amo — encostou seus lábios na bochecha dela — você… - e seus lábios deslizaram de encontro aos seus lábios.
não lutou contra o beijo. Por que lutaria contra algo que havia sonhado tantas vezes esses dias? Soltando um suspiro de prazer, largou os sapatos e bolsa e deixou seus braços subirem pelo peito dele e o abraçou fortemente. deslizou a mão do rosto para seus cabelos, intensificando ainda mais o beijo. suspirou quando os lábios dele foram de encontro com seu pescoço, deixando pequenos rastros de fogo por onde passaram.
Lutando para recuperar a consciência, o afastou quando percebeu que ainda estavam no corredor.
- Desculpa, eu não queria me precipitar – falou quando ela o afastou. – Eu só... não sei. Não consegui resistir. Desculpa.
- – foi a vez de segurar o rosto dele e sorrir. – Ainda estamos do lado de fora. Só... Acho que devemos entrar.
encostou a testa na dela quando percebeu que não estava sendo rejeitado.
- Você me dá o seu amor?
- Você não precisa pedir algo que sempre foi seu, . Basta apenas pegá-lo.
E ele pegou. E prometeu aos dois nunca mais deixá-lo ir.
Ele já havia decidido que tomaria pelo menos mais uma dose quando ouviu a campainha tocar. olhou para o relógio em cima da lareira e viu que já eram quase 23 horas. Quem em sã consciência vai à casa de alguém nesse horário? Resignado a despachar quem quer que fosse, caminhou decidido até a porta e achou que estava tendo algum tipo de alucinação ao se deparar com ao abri-la.
- Oi, – a garota falou quando ele continuava a segurar a porta, sem dizer uma palavra –, posso entrar?
- Claro – ele respondeu quando finalmente percebeu que ela era real e estava realmente a sua porta. correu os olhos por sua sala e teve vontade de se bater ao perceber tamanha confusão e bagunça que estava o lugar.
- Desculpe a bagunça. – falou caminhando até algumas garrafas vazias de cerveja e levando-as até a cozinha. – Não estava esperando ninguém.
- Eu que peço desculpas por vim sem avisar, principalmente nessa hora, né? Não precisa se preocupar com isso.
- Ah... uhmm... Sente-se. – não sabia ao certo o que fazer com ela ali. – Quer beber alguma coisa?
- Não, obrigada – a garota sorriu levemente ao ver o desconforto dele. Era bom saber que ele ficava desconfortável com sua presença, não que ela fosse vingativa, mas era bom o ver ter algum sentimento já que a estava fazendo sofrer tanto.
- Certo. Você.. uhm... você... está bem? Aconteceu algo?
- Você está seriamente me perguntando se eu estou bem? – perguntou com a cabeça um pouco inclinada para o lado, como se não acreditasse no que ele acabou de perguntar. Como ele acharia que ela estaria bem se ele quebrou seu coração em vários pequenos pedaços sem qualquer explicação? – Você, melhor do que ninguém, sabe que estou longe de estar bem.
- … – suspirou. Ele detestava saber que ela estava sofrendo. – Eu já falei que isso era...
- Não – a garota o cortou –, eu vim aqui falar e você vai me ouvir primeiro. O Alex me falou que você estará saindo em turnê amanhã e que ficará algum tempo fora. Então você termina tudo entre nós, sem qualquer explicação, e agora estará indo e nem achou que eu merecia saber? Que tipo de pessoa é você, ? Eu não merecia nem um adeus?
- Você não vê que esse é o problema, ? Eu estou apenas antecipando o inevitável!
- Mas do que você está falando? Sério, às vezes acho que não falamos a mesma língua porque não consigo entender o que você está tentando dizer.
- Do nosso relacionamento. Eu estarei indo, você ficará aqui e isso acabará por esfriar as coisas e não dará certo, entende? Eu já vi isso acontecer antes, já vi onde esse filme termina.
- Então você está terminando porque não me terá para sempre? É isso, ? - perguntou, irritada, qual era o problema dele? Por que evitar tanto ter algo com ela se ela sabia que ele queria?
- Sei que não faz sentido para você... mas quem quer romances temporários? As pessoas acabam se apaixonando, sabia? Eu terei que partir.
- Meu Deus, , você estará indo para uma turnê. Tudo bem, você ficará um tempo e até meses fora, mas você não está indo para outro planeta. Você vai voltar.
- Você não entende. Eu sei como são esses romances a distância. Eu sei como você, aos poucos, vai se acostumar com minha ausência. E que encontrará alguém aqui para colocar no meu lugar, para te abraçar e beijar quando eu não estiver por perto e isso nos fará sofrer. Eu por perder você e você me magoar. Nós iremos sofrer. Isso não dará certo.
gargalhou, ela teve que rir com essa resposta.
- Você pensa tão pouco assim de mim? É isso que você acha que eu poderia fazer com você? E tem mais, todos os relacionamentos podem terminar um dia, . Não existe garantia vitalícia para esse tipo de coisa. Mesmo que nós soubéssemos que você ficaria aqui para sempre, poderia terminar. Só porque você terá que partir em algum momento não significa que não devemos ter algo. Evitar se relacionar com alguém porque tem medo que isso não dê certo é como se recusar provar uma comida nova porque tem medo de não gostar dela.
- Eu adoraria te fazer feliz, , viver esse romance. Mas não estou preparado ainda para viver isso. Eu sei que você estará me acusando de estar desistindo antes de tentar, mas acho certo o que estou fazendo. É pro seu bem.
- Meu bem?
- Ok, para o meu bem. Eu só não estou preparado para sofrer de novo, entende? Eu dei todo meu amor a alguém que não merecia e se isso não der certo – falou apontando para os dois –, não saberei se irei suportar, entende? E eu quero te ver feliz, não importa com quem, nem importa se agora o que eu esteja fazendo é o certo ou o errado.
- ... - começou a falar, mas se calou.
Apenas seu nome, dito como uma súplica, foi o suficiente para que o coração dele voltasse a se quebrar. Ele queria jogar tudo para o alto, dizer um enorme "QUE SE DANE" e ficar com ela. Era isso que vinha impedindo a si mesmo de fazer a semana toda. Ela merecia mais. Mais do que ele poderia lhe dar no momento. Ele não estava pronto para entregar seu coração, seu amor, assim de novo. Não sabia se estaria pronto algum dia.
- , por favor.
- Eu falei que isso poderia acontecer, não falei? Que isso não daria certo. Que você poderia se apaixonar, que poderia sofrer.
- Você acha que eu me arrependo, ? Porque você está enganado - falou tão segura de si, com tanta determinação, que se ele não soubesse dos sentimentos dela, poderia jurar que ela não estava sofrendo naquele momento. - Eu teria feito tudo isso novamente, teria passado cada segundo que tive oportunidade de passar ao seu lado, porque valeu a pena. O que me faz sofrer nesse momento é que senti você. Senti o amor e carinho que você pode fazer uma mulher sentir, e me dói saber que um dia você encontrará alguém, ou seja, que você entregará o teu amor, e que dirá coisas lindas para ela. E não serei essa mulher. O que me dói é essa certeza de que eu daria tudo para ser essa mulher. Eu senti você, , e sei o quanto você é capaz de amar e me dói saber que você não foi capaz de me amar. Não me dói os momentos que passamos juntos, pois eles estarão comigo sempre, lembrando como foi bom estar nos seus braços.
olhou para ela e teve vontade de gritar. Ela não poderia estar mais errada. queria apenas conseguir segurar essa linda mulher nos braços e provar como ela está errada. Que todo amor e carinho que ela achou que sentiu seria todo dela se ele tivesse coragem suficiente de arriscar. Que tudo seria para ela e nunca de outra.
- Eu realmente espero que você seja feliz. - voltou a falar quando achou que sua voz estava forte o suficiente. - E cuide-se.
esperou que ela dissesse algo e como ela apenas o encarava, sem nada a dizer, ele pôde ver nos olhos dela que ela finalmente entendeu que nada que dissesse iria fazê-lo mudar de ideia. Ele virou as costas e caminhou até a lareira, apoiando as mãos e respirando com dificuldade.
- Eu não serei, , impossível ser feliz sem você. - murmurou quando caminhava até a porta e saía da casa e da vida do homem que amava.
amaldiçoou sua amiga Tess pela milésima vez aquele dia. Ela não conseguia acreditar que havia concordado em ir a um encontro às cegas. Logo ela que sempre disse que nunca cairia nesse tipo de furada, mas, também, nunca foi forte o suficiente em negar os pedidos de Tess. E agora estava voltando para seu apartamento com uma tremenda dor no pé por estar usando esses malditos saltos que Tess a obrigou usar e uma dor de cabeça ainda maior. Esse havia sido o pior encontro às cegas da história da humanidade, não é possível que Tess não houvesse percebido como ela e Adam eram completamente diferentes. Depois de perceberem que não teriam assuntos que pudessem conversar, passaram as duas horas desse interminável encontro sendo educados um com o outro. E quando finalmente Adam a deixou na porta de seu prédio, nem ao menos o convidou a entrar. Para que prolongar ainda mais o sofrimento? Não havia mais necessidade de educação.
Entrou no elevador e depois de apertar o botão de seu andar, retirou seus sapatos e soltou um gemido de prazer quando seus pés tocaram o chão. virou de costas e ficou encarando seu reflexo no espelho. Sua maquiagem ainda estava em ordem, assim como seu cabelo e se sentiu completamente infeliz por isso. No fundo alimentava uma pequena esperança de que esse encontro fosse perfeito e que quando Adam a beijasse seria tão quente que bagunçaria completamente seu visual. Porque se desse certo com Adam, ela poderia ter esperança de que conseguiria esquecê-lo. Dois meses e ainda sofria uma dor quase física pela ausência dele. ainda estava presente em seus pensamentos e sonhos e se odiou por isso.
Lutando para impedir as teimosas lágrimas de caírem, parou de encarar sua patética imagem no espelho. Havia prometido a si mesma que não mais choraria por ele e estava conseguindo manter a promessa. A porta do elevador se abriu e seu coração falhou uma batida quando seus olhos se depararam com sentado no chão do seu corredor, ao lado da porta do seu apartamento.
não conseguia acreditar que ele estava realmente ali e esqueceu completamente como se caminhava.
levantou assim que percebeu sua presença.
- Oi, eu estava esperando você.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou caminhando em direção ao seu apartamento, assim que recuperou o poder de caminhar.
- Já falei – ele sorriu –, esperando você.
- Não aqui no meu apartamento. Aqui em Londres – parou em frente a ele e cruzou os braços como se estivesse se defendendo, ou defendendo seu coração. - Achei que você ainda estaria em turnê.
- Eu estou, mas... Eu precisei voltar.
- Por quê?
- Queria falar com você. Cheguei em Londres e vim direto para cá, mas você não estava.
- Eu tinha um encontro – falou e viu a expressão dele mudar. Se não soubesse que ele não sentiu nada por ela, poderia apostar que ele estava com ciúmes.
- Com quem?
- Não acho que lhe devo satisfação de minha vida. – falou e abriu sua bolsa em busca de suas chaves. – Você deixou bem claro que não tinha interesse nenhum nela.
- Com quem, ?
Ela levantou o olhar e o encarou.
- Você não o conhece.
- Tudo bem – falou com raiva e se abaixou para pegar sua bolsa de viagem que ainda estava no chão. – Acho que não vim em uma boa hora.
Ele a olhou mais uma vez e passou por ela em direção ao elevador.
- Meu Deus, , qual é o seu problema? – quase gritou, irritada. – Você termina comigo, fica dois meses sem dar qualquer sinal e de repente aparece em minha porta e age como se tivesse direito de ficar irritado.
- Você! - largou a bolsa com raiva no chão e caminhou em direção a , parando perigosamente perto dela. – Você é o meu problema.
- Do que diabos você está falando?
- Que não consigo viver sem você. Deus, eu tentei – passou as mãos nos cabelos e parecia desesperado. - Lutei todos os dias para não te ligar e implorar seu perdão. Tentei me convencer de que o melhor para nós dois era ficarmos separados, de que iríamos conseguir. Mas todos os dias eu fracassava e só conseguia pensar em implorar que você me desse novamente seu amor, que me deixasse voltar para sua vida.
- Eu... –
- E quando eu finalmente desisto de lutar e volto, vejo que você está completamente maravilhosa... e namorando.
só conseguiu balançar a cabeça freneticamente.
- Não estou.
- O quê?
- Namorando – estava com dificuldades de manter uma frase coerente e lutou para encontrar as palavras. – Eu tive apenas um encontro porque prometi a Tess que teria, mas ele foi totalmente horrível.
se permitiu sentir um pouco de esperança.
- ... - segurou o rosto da garota e sorriu ao ver que ela não se afastava. – Eu sei que não mereço perdão, que não mereço seu amor, mas se você me permitir tê-los eu prometo que te farei feliz.
- , eu não sei.
- Eu amo você, - as palavras saíram repentinamente dos seus lábios e atingiram-na em cheio no peito, fazendo uma pequena lágrima rolar. Ela não queria acreditar nessas palavras, mas estava perdendo a batalha para seu coração.
— O quê? — sussurrou.
- Eu - repetiu num sussurro — amo — encostou seus lábios na bochecha dela — você… - e seus lábios deslizaram de encontro aos seus lábios.
não lutou contra o beijo. Por que lutaria contra algo que havia sonhado tantas vezes esses dias? Soltando um suspiro de prazer, largou os sapatos e bolsa e deixou seus braços subirem pelo peito dele e o abraçou fortemente. deslizou a mão do rosto para seus cabelos, intensificando ainda mais o beijo. suspirou quando os lábios dele foram de encontro com seu pescoço, deixando pequenos rastros de fogo por onde passaram.
Lutando para recuperar a consciência, o afastou quando percebeu que ainda estavam no corredor.
- Desculpa, eu não queria me precipitar – falou quando ela o afastou. – Eu só... não sei. Não consegui resistir. Desculpa.
- – foi a vez de segurar o rosto dele e sorrir. – Ainda estamos do lado de fora. Só... Acho que devemos entrar.
encostou a testa na dela quando percebeu que não estava sendo rejeitado.
- Você me dá o seu amor?
- Você não precisa pedir algo que sempre foi seu, . Basta apenas pegá-lo.
E ele pegou. E prometeu aos dois nunca mais deixá-lo ir.
Fim.
Nota da autora: Olá, moranguinhos, eu amo essa música e acho que a fanfic não ficou a altura do que a música merecia, mas espero que vocês tenham gostado. Beijocas!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.