12. Imperfect For You

Finalizada

Capítulo Único

null nunca entendeu por que estava com null. Ele era tudo o que ela detestava: desorganizado, desligado, incapaz de fazer planos para o futuro. Ela fazia listas para tudo — desde compras no mercado até metas de vida — enquanto ele mal lembrava de pagar a conta de luz.
Mas, de alguma forma, ele a fazia rir. Ele a desafiava. E, no fundo, null sabia exatamente como fazê-la esquecer do mundo, das preocupações e de qualquer coisa que não fosse o jeito dele de bagunçar tudo e, de alguma maneira, fazê-la gostar disso.
Só que amar alguém assim era exaustivo. Porque, toda vez que ela tentava planejar um futuro, ele se recusava a pensar além do presente.
Então, um dia, depois de mais uma discussão sobre o nada e o tudo ao mesmo tempo, null fez o que achou ser certo: foi embora.
O problema? Ela nunca soube como seguir em frente de verdade.
Dois meses depois da separação, null ainda se pegava checando o Instagram de null. E odiava o que via.
Ele parecia... bem. Como se não estivesse destruído. Como se não sentisse falta dela.
Ele sorria em fotos com os amigos. Estava em festas, como se nada tivesse mudado. Até postava stories idiotas fazendo piadas sobre a vida — as mesmas piadas que antes eram só delas.
null bufou, jogando o celular na mesa de centro e cruzando os braços.
— Cínico — murmurou para si mesma, irritada.
Pegou um travesseiro e abraçou contra o peito. Tinha que seguir em frente. Por isso, aceitou o convite de Gustavo, um colega do trabalho.
Ele a levou para jantar em um restaurante italiano. Era educado, atencioso e falava sobre vinhos com um entusiasmo quase acadêmico.
— O segredo de um bom vinho está na temperatura. Muitas pessoas cometem o erro de colocar gelo, o que dilui o sabor — explicou, girando a taça entre os dedos.
null parou de mastigar. Seus olhos se fixaram na taça dele. O vinho estava puro. Sem gelo.
E então, sem aviso, uma lembrança invadiu sua mente.
— Isso é crime, sabia? — A voz de null ecoou em sua memória. Ele segurava o copo dela, olhando com total indignação. — Vinho com gelo? Eu deveria te denunciar.
Ela riu na época. Agora, no entanto, tudo que sentia era um aperto no peito.
Sem pensar, pegou o celular e digitou:
"Me diz que você sente falta de mim."
O arrependimento veio no segundo seguinte.
Mas antes que pudesse apagar, três pontinhos apareceram na tela.
"null, não faz isso."
E ela soube. null ainda sentia sua falta.
Depois daquela mensagem, parecia que null estava em todos os lugares.
Na cafeteria perto do trabalho dela. No bar onde os amigos em comum costumam se reunir. Até na maldita fila do mercado.
Na terceira vez que se encontraram "por acaso", ela perdeu a paciência.
— Você tá me perseguindo? — questionou, cruzando os braços.
null, segurando um pacote de salgadinhos, ergueu as sobrancelhas, fingindo surpresa.
— Não é minha culpa que São Paulo é pequena.
null estreitou os olhos.
— São Paulo tem mais de 12 milhões de habitantes, null.
Ele deu de ombros, abrindo o pacote com tranquilidade.
— E, ainda assim, a gente sempre se encontra. Destino, talvez?
Ela bufou. O pior era que, quando ele sorria daquele jeito preguiçoso e provocativo, seu coração ainda disparava.
— Não é destino. É azar.
null levou uma mão ao peito, fingindo estar ofendido.
— Nossa. Agora doeu.
Virando-se, null ignorou a forma como tudo nela ainda queria ficar perto dele.
A tensão entre eles crescia a cada encontro inesperado.
Na festa de um amigo em comum, null tentava conversar com um cara novo. Estava determinada a seguir em frente. Mas então, sentiu um calor familiar ao seu lado.
— Engraçado, né? — A voz de null soou casual. — Ela odeia quando colocam gelo no vinho dela.
O pretendente olhou para null, confuso.
— É mesmo?
Ela quis socar null. Mas apenas sorriu, tentando manter a compostura.
— Eu mudei de gosto.
null arqueou uma sobrancelha, avaliando-a com atenção.
— Claro que mudou.
O cara percebeu a tensão e sumiu. null deu de ombros.
— Que foi? Só tô ajudando.
null fechou os olhos por um instante, respirando fundo.
— Se isso é ajudar, imagina atrapalhar.
Ele sorriu.
— Eu sou um mestre nisso.
E, para seu próprio desgosto, null ainda queria rir.
Depois daquela noite, null decidiu que precisava de respostas.
Ela foi até o apartamento dele sem avisar.
null abriu a porta, surpreso.
— Aconteceu alguma coisa?
Ela o encarou, sentindo o coração bater forte.
— Por que você não me deixa seguir em frente?
Ele franziu o cenho.
— Eu não tô te impedindo de nada.
null cruzou os braços, irritada.
— Tá sim! Você tá sempre por perto, estragando meus encontros, me lembrando de você toda vez que eu tento te esquecer!
Silêncio.
null desviou o olhar. Respirou fundo.
— Porque eu não consigo.
O coração dela apertou.
— Então por que não me pediu pra ficar?
Ele engoliu em seco. Demorou a responder.
— Porque eu achei que você ficaria melhor sem mim.
Uma última briga.
Um último beijo.
Uma última chance.
null a olhou, vulnerável de um jeito que nunca esteve antes.
— Eu te amo. Só não sei se sou bom nisso.
null respirou fundo.
— Ninguém sabe, null.
Ele sorriu, de leve.
— A gente pode tentar de novo?
Ela não respondeu de imediato. Mas então, pegou o celular dele, abriu o aplicativo de notas e escreveu:
"Lista de Coisas Que Precisamos Melhorar."
null riu.
— Você e essas suas listas.
— E você e essa sua mania de bagunçar tudo.
Talvez o amor deles nunca fosse perfeito.
Mas talvez não precisasse ser.



Fim



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Sim, eu acho o Danilo Mesquita bonito, me julguem kkkkkkk eu absolutamente amo como esse pp atazana a vida da nossa pp, mas ela é muito certinha, da vontade de dar um soco as vezes kkkkkkkk. Espero que goste e não esquece de comentar, ok?

ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.