Capítulo Único
Para o meu viajante,
Costumava a ser como todas as outras garotas, desta pacata cidade do interior, usava os mesmos tons pastéis para me vestir, andava com as roupas alinhadas. E respeitava a cada uma das normas que foram impostas. Não andava sozinha pelas ruas, pedia permissão para sair e entrar. Adormecia, junto a todos os outros. Era apenas mais uma marionete do sistema, até que conheci você.
Gradativamente você tornou a que era, na que sou hoje. Com as roupas escuras da cidade ao lado. No começo foi difícil me adaptar. Era sempre , a menina estranha do colégio. usa roupas feias. Ser diferente, onde todos são iguais, é uma ameaça muito grande. Todos me olhavam como se eu fosse louca. E de certa fora era...
Lembro quando apareceu na cidade, se apresentou como um aventureiro que tinha se perdido. Se perdido no caminho do bordel do mundo. Por algum motivo eu soube que mentia. E meu pai ainda mais. Algo na forma como seus olhos brilhavam de maneira diferente, não poderia estar certa.
Todos o tratavam com respeito, mas evitavam ao máximo que seus filhos tivessem contato com você. A não ser por meu pai. Ele consentia com seus pedidos, me deixava passar horas com você, era como se te devesse isso. Ou talvez, me devesse isso.
Uma noite, no entanto, meu pai me colocou para dormir, mas lembrei de você. Costumava a me contar das belezas do céu estrelado. Prometia, que um dia eu conseguiria apreciar a cada constelação. Então resisti contra meu sono e sai pelas ruas, com os cabelos ainda bagunçados e as roupas escuras.
Tudo estava apagado. A única luz vinha de poucos postes de iluminação bem dispostos e da lua. Parei para apreciá-la. E foi nesse momento que sua moto esbarrou em mim pela primeira vez.
“?” foi tudo o que consegui dizer, temendo. Sua mão tocou meu ombro, eu ainda sentia medo.
Então você sorriu. Tive certeza que era você. O viajante.
“O que está fazendo acordada a essa hora, ?” indagou, mas não parecia sério. “Queria ver como era o mundo, depois que as luzes se apagam!” “Gosta do que vê?” não foi a pergunta, mas a maneira como as palavras escaparam, lentamente, enfatizando algumas partes, que provocou uma reação entre as minhas pernas.
Eu gostava do que via. Apesar da escuridão. Era como se pela primeira vez, eu escapasse de uma prisão. Eu sentia que você sabia disso. De tudo isso.
“Confia em mim, ?” não soube o que responder. Segui todos seus conselhos, provocou cada instinto meu, mas eu não sabia se isso era confiança. Não podia dizer se seus olhos brilhavam de forma estranha, porque a escuridão cobria o brilho.
Olhei para o seu rosto, mal iluminado. E tive minha resposta. Independente, da minha insegurança, eu faria o que me dissesse pra fazer. Não me faria mal. Eu sabia disso.
Afirmei com a cabeça e você novamente sorriu, com aqueles dentes lindos.
“Tenho que te mostrar o mundo” Ah, se soubesse que movimento vicia. Se conhecesse as notas musicais em melodias. Se soubesse que no mundo existiam tantas luzes em meio a escuridão. Jamais teria ponderado.
Mas ponderei.
Passei bons minutos encostada a sua moto, apenas encarando seus olhos. Eles eram incentivadores. Porém mesmo as roupas diferentes, não me tornavam uma diferente.
“, depois que conhecer essas sensações. Esses lugares. Sei que me pedirá mais.”
Dei um passo para trás. Então aconteceu. Foi um imprinting. Quando suas mãos tocaram as minhas. Soube que aceitaria.
“Imagine só: Você e eu, livres como o vento. Você e eu em direção ao paraíso.” Balancei a cabeça afirmativamente. Depois disso subi em sua garupa.
Quando a moto deu partida. Tive certeza que você cumpriria todas as suas promessas. Senti o vento bater contra o meu rosto, enquanto eu me apertava a seu tórax. Meus cabelos voavam. E finalmente entendi, qual o real sentido de liberdade.
Você, eu e estrelas sob nossas cabeças. Você me disse uma vez que elas nos convidam a sonhar. E eu tive medo de estar vivendo um sonho. Porque não queria jamais abandonar aquela sensação.
Ainda não podia ver tantas luzes, apenas indícios delas, mas o som estava alto o suficiente. Era como um ruído estranho que conforme nos aproximávamos se tornava claro e belo.
Conheci pessoas ruins naquele lugar. Vi coisas estranhas acontecerem, mas não tive medo. Pois você estava lá. Conheci os jogos de cassino, que me lembro, ter lido em algum livro. Experimentei o álcool que nunca sequer tinha ouvido falar. E gostei. Gostei de todas as sensações.
Nós bebemos até o amanhecer. Não me importava se a noite é curta, queria aproveitá-la como você me ensinou a fazer.
E te pedi mais. Eu queria mais.
Você conhecia a todos ali, por um momento pensei que era mais uma em sua coleção, mas não me importei, gostava daquela sensação...
E eu queria mais.
Noites como aquela se repetiram várias e várias vezes. De uma maneira, que não ficava mais fascinada com tudo aquilo, acabei por me habituar. Todas as noites quando todas as luzes se apagavam, as minhas se acendiam. E lá íamos nós a um lugar que nunca dorme.
Um dia ainda, não entramos em nenhuma loja, ou bar. Ficamos sentado em um lugar um pouco mais calmo na cidade. Apenas analisando as estrelas, enquanto você me contava sobre cada uma delas. Estava atenta a suas palavras, mas você não fazia o mesmo. Se perdeu em algum lugar de Antila. E encontrou meus olhos.
Você sorriu. Era como se encontrasse em mim, o que eu via nas constelações. Seus brilhavam de um jeito, que cheguei a me perder em algum lugar por ali, com um sorriso que se formava na minha boca.
Você puxou prendeu seus dedos em meus cabelos, segurou firme o meu queixo. E ao mesmo tempo se aproximou e me puxou. Estávamos tão próximos, meu coração começou a acelerar. Nossas testas se tocaram, eu te via tão de perto. Os nossos narizes, podia sentir sua respiração quente. Continuamos assim por alguns minutos. O seu sorriso fez o meu crescer ainda mais.
Achei que faria como em um dos filmes que me mostrou na cidade das luzes, ou como faziam em lugares que frequentávamos, nossos lábios tocariam, você me puxaria para o seu colo e faria como eles faziam, mas você continuou. Continuou perto de mim, meus olhos se fecharam.
Sua voz começou a sair, nunca me esquecerei destas palavras:
“Você e eu seremos o par ideal” começou suave “, juntos voaremos muito além” fez um gesto, como se falasse daquela cidade, existia mais, agora eu sabia:
Eu queria mais.
Nossos lábios finalmente se tocaram, mas foi tão delicado, que eu não podia comparar a você, sua língua pediu passagem, era uma sensação nova. Nunca havia sentido algo assim. Você era paciente e me guiava em cada movimento. Ao mesmo tempo que queria sorrir e pular de alegria, como há muito não fazia, queria ficar ali, em um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra antes dita.
Quando nos afastamos, já sorria abertamente para você.
Coloquei sua mão do lado esquerdo do meu peito e falei:
“Não posso viver sem estar perto de você. Coloque a mão aqui. Sinta meu coração.” ele podia ver o quão rápido ele batia. “Estão cada vez mais fortes” comentei.
Você me puxou para um abraço. A noite poderia ter terminado no calor de seus braços!
Acariciava meus cabelos quando falou:
“Você e eu somos dois sobreviventes. Você e eu somos diferentes. E é por isso que é com você que eu quero estar mais e mais”
Como saberia que isso foi como uma despedida. Chamou-me para ir com você conhecer o mundo. Eu queria ir, mas no podia deixar meu pai só. Espero que compreenda, viajante. Quero que saiba que eu continuo a querer mais. Mais de seus lábios, mais de suas histórias, mais de você.
Espero sua volta. Termino dizendo, com aquele sotaque engraçado que me ensinou, disse ter trago de uma das terras latinas mais lindas que já conheceu:
“No importa el que dirán
Contigo quiero estar más más más”
Saudosamente,
.
Costumava a ser como todas as outras garotas, desta pacata cidade do interior, usava os mesmos tons pastéis para me vestir, andava com as roupas alinhadas. E respeitava a cada uma das normas que foram impostas. Não andava sozinha pelas ruas, pedia permissão para sair e entrar. Adormecia, junto a todos os outros. Era apenas mais uma marionete do sistema, até que conheci você.
Gradativamente você tornou a que era, na que sou hoje. Com as roupas escuras da cidade ao lado. No começo foi difícil me adaptar. Era sempre , a menina estranha do colégio. usa roupas feias. Ser diferente, onde todos são iguais, é uma ameaça muito grande. Todos me olhavam como se eu fosse louca. E de certa fora era...
Lembro quando apareceu na cidade, se apresentou como um aventureiro que tinha se perdido. Se perdido no caminho do bordel do mundo. Por algum motivo eu soube que mentia. E meu pai ainda mais. Algo na forma como seus olhos brilhavam de maneira diferente, não poderia estar certa.
Todos o tratavam com respeito, mas evitavam ao máximo que seus filhos tivessem contato com você. A não ser por meu pai. Ele consentia com seus pedidos, me deixava passar horas com você, era como se te devesse isso. Ou talvez, me devesse isso.
Uma noite, no entanto, meu pai me colocou para dormir, mas lembrei de você. Costumava a me contar das belezas do céu estrelado. Prometia, que um dia eu conseguiria apreciar a cada constelação. Então resisti contra meu sono e sai pelas ruas, com os cabelos ainda bagunçados e as roupas escuras.
Tudo estava apagado. A única luz vinha de poucos postes de iluminação bem dispostos e da lua. Parei para apreciá-la. E foi nesse momento que sua moto esbarrou em mim pela primeira vez.
“?” foi tudo o que consegui dizer, temendo. Sua mão tocou meu ombro, eu ainda sentia medo.
Então você sorriu. Tive certeza que era você. O viajante.
“O que está fazendo acordada a essa hora, ?” indagou, mas não parecia sério. “Queria ver como era o mundo, depois que as luzes se apagam!” “Gosta do que vê?” não foi a pergunta, mas a maneira como as palavras escaparam, lentamente, enfatizando algumas partes, que provocou uma reação entre as minhas pernas.
Eu gostava do que via. Apesar da escuridão. Era como se pela primeira vez, eu escapasse de uma prisão. Eu sentia que você sabia disso. De tudo isso.
“Confia em mim, ?” não soube o que responder. Segui todos seus conselhos, provocou cada instinto meu, mas eu não sabia se isso era confiança. Não podia dizer se seus olhos brilhavam de forma estranha, porque a escuridão cobria o brilho.
Olhei para o seu rosto, mal iluminado. E tive minha resposta. Independente, da minha insegurança, eu faria o que me dissesse pra fazer. Não me faria mal. Eu sabia disso.
Afirmei com a cabeça e você novamente sorriu, com aqueles dentes lindos.
“Tenho que te mostrar o mundo” Ah, se soubesse que movimento vicia. Se conhecesse as notas musicais em melodias. Se soubesse que no mundo existiam tantas luzes em meio a escuridão. Jamais teria ponderado.
Mas ponderei.
Passei bons minutos encostada a sua moto, apenas encarando seus olhos. Eles eram incentivadores. Porém mesmo as roupas diferentes, não me tornavam uma diferente.
“, depois que conhecer essas sensações. Esses lugares. Sei que me pedirá mais.”
Dei um passo para trás. Então aconteceu. Foi um imprinting. Quando suas mãos tocaram as minhas. Soube que aceitaria.
“Imagine só: Você e eu, livres como o vento. Você e eu em direção ao paraíso.” Balancei a cabeça afirmativamente. Depois disso subi em sua garupa.
Quando a moto deu partida. Tive certeza que você cumpriria todas as suas promessas. Senti o vento bater contra o meu rosto, enquanto eu me apertava a seu tórax. Meus cabelos voavam. E finalmente entendi, qual o real sentido de liberdade.
Você, eu e estrelas sob nossas cabeças. Você me disse uma vez que elas nos convidam a sonhar. E eu tive medo de estar vivendo um sonho. Porque não queria jamais abandonar aquela sensação.
Ainda não podia ver tantas luzes, apenas indícios delas, mas o som estava alto o suficiente. Era como um ruído estranho que conforme nos aproximávamos se tornava claro e belo.
Conheci pessoas ruins naquele lugar. Vi coisas estranhas acontecerem, mas não tive medo. Pois você estava lá. Conheci os jogos de cassino, que me lembro, ter lido em algum livro. Experimentei o álcool que nunca sequer tinha ouvido falar. E gostei. Gostei de todas as sensações.
Nós bebemos até o amanhecer. Não me importava se a noite é curta, queria aproveitá-la como você me ensinou a fazer.
E te pedi mais. Eu queria mais.
Você conhecia a todos ali, por um momento pensei que era mais uma em sua coleção, mas não me importei, gostava daquela sensação...
E eu queria mais.
Noites como aquela se repetiram várias e várias vezes. De uma maneira, que não ficava mais fascinada com tudo aquilo, acabei por me habituar. Todas as noites quando todas as luzes se apagavam, as minhas se acendiam. E lá íamos nós a um lugar que nunca dorme.
Um dia ainda, não entramos em nenhuma loja, ou bar. Ficamos sentado em um lugar um pouco mais calmo na cidade. Apenas analisando as estrelas, enquanto você me contava sobre cada uma delas. Estava atenta a suas palavras, mas você não fazia o mesmo. Se perdeu em algum lugar de Antila. E encontrou meus olhos.
Você sorriu. Era como se encontrasse em mim, o que eu via nas constelações. Seus brilhavam de um jeito, que cheguei a me perder em algum lugar por ali, com um sorriso que se formava na minha boca.
Você puxou prendeu seus dedos em meus cabelos, segurou firme o meu queixo. E ao mesmo tempo se aproximou e me puxou. Estávamos tão próximos, meu coração começou a acelerar. Nossas testas se tocaram, eu te via tão de perto. Os nossos narizes, podia sentir sua respiração quente. Continuamos assim por alguns minutos. O seu sorriso fez o meu crescer ainda mais.
Achei que faria como em um dos filmes que me mostrou na cidade das luzes, ou como faziam em lugares que frequentávamos, nossos lábios tocariam, você me puxaria para o seu colo e faria como eles faziam, mas você continuou. Continuou perto de mim, meus olhos se fecharam.
Sua voz começou a sair, nunca me esquecerei destas palavras:
“Você e eu seremos o par ideal” começou suave “, juntos voaremos muito além” fez um gesto, como se falasse daquela cidade, existia mais, agora eu sabia:
Eu queria mais.
Nossos lábios finalmente se tocaram, mas foi tão delicado, que eu não podia comparar a você, sua língua pediu passagem, era uma sensação nova. Nunca havia sentido algo assim. Você era paciente e me guiava em cada movimento. Ao mesmo tempo que queria sorrir e pular de alegria, como há muito não fazia, queria ficar ali, em um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra antes dita.
Quando nos afastamos, já sorria abertamente para você.
Coloquei sua mão do lado esquerdo do meu peito e falei:
“Não posso viver sem estar perto de você. Coloque a mão aqui. Sinta meu coração.” ele podia ver o quão rápido ele batia. “Estão cada vez mais fortes” comentei.
Você me puxou para um abraço. A noite poderia ter terminado no calor de seus braços!
Acariciava meus cabelos quando falou:
“Você e eu somos dois sobreviventes. Você e eu somos diferentes. E é por isso que é com você que eu quero estar mais e mais”
Como saberia que isso foi como uma despedida. Chamou-me para ir com você conhecer o mundo. Eu queria ir, mas no podia deixar meu pai só. Espero que compreenda, viajante. Quero que saiba que eu continuo a querer mais. Mais de seus lábios, mais de suas histórias, mais de você.
Espero sua volta. Termino dizendo, com aquele sotaque engraçado que me ensinou, disse ter trago de uma das terras latinas mais lindas que já conheceu:
“No importa el que dirán
Contigo quiero estar más más más”
Saudosamente,
.
Fim.
Nota da autora: Espero que tenham gostado, gatas! A Lavi me chamou super de última hora e eu não podia deixar ela na mão. Espero que tenham gostado da minha história sobre uma daquelas paixões que te deixam com gostinho de quero mais.
Beijinhos!
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Beijinhos!
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.