Fanfic Finalizada

Capítulo Único

As dores pelo corpo já haviam começado a dar sinais muitas horas antes, sobretudo a região lombar pelo longo tempo sentada em sua cadeira de escritório, e também sentia desconforto na altura dos ombros — que estavam tensionados pelo tanto de tarefas que precisavam ser finalizadas dentro de um deadline sem coerência, mas ela não estava pronta para bater de frente com relação a isso. Pelo menos não por enquanto, já que recém havia assumido aquele cargo. A cabeça estava prestes a explodir, mas ela seguiu trabalhando no projeto, afinal, era como o velho ditado dizia: manda quem pode, obedece quem tem juízo (que também pode ser traduzido como: tenho um filho para criar e contas para pagar). E, por falar em filho, o coração parecia se espatifar, caquinho por caquinho, quando ela lembrava de Noah em casa junto com . Ela tinha sorte de ter um marido incrível ao seu lado e quando se tratava do papel que ele desempenhava como pai, lhe faltavam elogios. Justificava para si mesma que a ausência das últimas semanas valeria a pena e seria recompensada quando o projeto acabasse — embora ela mesma não acreditasse naquilo, uma vez que não se pode recuperar o tempo que já passou, e sabendo que novos projetos sempre surgiriam. Por hora, ela apenas tentaria não sofrer tanto por antecedência e lidaria com uma situação de cada vez.
Estava tão focada em digitar as últimas linhas naquela noite que não ouviu os passos que se aproximavam da sua sala. Somente quando ouviu as batidas na porta de seu escritório foi que notou que não estava sozinha e por isso acabou dando um gritinho básico após o susto.
— Oh, senhora Ramirez! Me desculpe! Eu não sabia que ainda estava aqui. Achei que todos já tivessem saído, aí vi uma luz acesa e vim apagar… — Ronald, o vigilante noturno, se justificou. — Me desculpe por assustá-la.
— Foi um sustinho básico para me acordar. Está tudo bem, fique tranquilo! — Riu, encarando a situação com seu bom humor característico, embora este estivesse meio sumido nos últimos dias. — A única coisa é que depois de todo esse tempo você ainda continua me chamando de “senhora”. — Fez aspas no ar e olhou-o com uma falsa cara de brava.
— Força do hábito, senhorita.
— Só vou estar satisfeita quando me chamar de ! — Exclamou sorrindo para o senhor. Já havia insistido muito para que ele a chamasse pelo apelido, mas não adiantava. Pelo visto era uma batalha perdida. — Que bom que você apareceu aqui para me lembrar que preciso ir embora. — A voz arrastada denunciava seu cansaço físico e mental.
— Sempre às ordens, querida. Vou voltar para o meu posto, mas caso precise de algo, sabe que é só gritar. — Ele sorriu antes de virar o corpo e afastar-se dali.
e Noah estavam adormecidos no sofá, enquanto a TV repetia algum desenho que o pequeno gostava de assistir. Chegar em casa quando eles já estavam dormindo e às vezes sair antes que eles acordassem estava se tornando uma regra e não uma exceção, e naquele momento, enquanto observava os dois homens de sua vida dormirem tranquilamente abraçadinhos um ao outro, foi que ela percebeu o quanto estava perdendo e o quanto aquilo a estava destruindo emocionalmente.
Como e quando foi que ela passou a colocar as duas pessoas mais importantes de sua vida em segundo plano? Quando ela havia se tornado aquela pessoa que não combinava com quem ela era? Ela não queria ser uma daquelas pessoas. Do que adiantaria ter um pouco mais de dinheiro para lhes dar segurança e conforto se ela não pudesse aproveitar nada daquilo com eles?
Soltou delicadamente seus pertences sobre um assento vago do sofá, tirou os sapatos e caminhou lentamente até os seus meninos. Beijou primeiro a testa do filho e depois passou a acariciar o rosto do marido, pedindo em tom baixo para que ele acordasse.
— Amor, vamos subir…
Ouviu apenas resmungos vindo do homem e insistiu mais um pouco.
— Que horas são?
— Já é tarde. — Respondeu triste. — Vou levar o Noah para o quarto dele e te espero lá em cima.
Tomou o filho nos braços, subiu as escadas e cuidadosamente o colocou em sua caminha. Sorriu ao lembrar da trend “poste foto da coisa mais bonita que você já fez”. Ela estava bem longe de ser uma artista, mas Noah era uma obra de arte viva feita por ela e . Os olhos, quando abertos, eram grandes e expressivos; os lábios vermelhos eram bem preenchidos e lhe davam os beijinhos mais carinhosos do mundo, bem como soltavam frases divertidas do nada. Os bracinhos pequenos eram o lar dos melhores abraços, sem mencionar os traços da personalidade que já se formava. Ela poderia passar o resto da vida falando sobre Noah e ainda assim lhe faltariam palavras para descrever o quão maravilhoso ele é e o quanto ela o ama.
Diante dos pensamentos enquanto via o pequeno ser humano dormir, o sorriso que antes ocupava sua boca deu lugar a algumas lágrimas. Temendo desencadear um choro desenfreado que pudesse acordá-lo, deixou o quarto do pequeno e dirigiu-se para o outro.
Secou o rosto com a blusa, mas assim que fechou a porta de seu quarto e viu sentado na cama com um sorriso meio sonolento, ela não aguentou e deixou que o choro copioso tomasse conta de si. Mesmo sem entender, o marido rapidamente levantou e envolveu o corpo da esposa em um abraço carinhoso. Não falou nada, pois sabia que questionar algo naquele momento somente faria com que ela ficasse ainda mais nervosa por não conseguir se explicar. Com os anos, ele havia aprendido que ela primeiro precisava colocar para fora de si as emoções através do choro e depois seria capaz de dialogar.
Não contou quanto tempo levou até que o corpo dela parasse de tremer e o choro cessasse, mas sabia que havia levado um tempo longuinho.
— Senta aqui. — Ele a direcionou para a ponta da cama. — Eu vou descer para buscar uma água e já volto.
praticamente voou até a cozinha, pois poucos instantes depois estava de volta ao quarto.
— Toma, amor. — Estendeu o copo cheio para a esposa. — Isso vai te ajudar. — Enquanto bebericava o líquido lentamente, ele aproveitava para acariciar seus cabelos, tentando transmitir o máximo de carinho e segurança para ela naquele momento. Assim que finalizou, passou a camiseta pelo rosto — provavelmente todo borrado pela maquiagem, mas que ela simplesmente não se importava —, e suspirou fundo antes de tentar começar a explicar tudo que estava lhe consumindo internamente.
— Eu não sei nem por onde começar…
— Pelo começo?
A mulher riu fraco diante do questionamento divertido. sempre foi calmaria diante as tempestades enfrentadas e ela admirava demais aquele traço de personalidade. Vivia brincando dizendo que aquilo era genético já que, por mais que se esforçasse, ela nunca conseguiria ter metade da calma que ele apresentava.
— Me sinto controlada pelo meu trabalho e ao mesmo tempo sinto que estou perdendo o controle da minha vida. Eu simplesmente não consigo encontrar o equilíbrio na balança entre ser uma esposa, mãe e funcionária exemplar. Sinto que estou canalizando tudo para a minha carreira e sacrificando você e o Noah, que são tudo pra mim. Quer dizer, eu sei que estou fazendo isso. De que adianta um pouco a mais de dinheiro se eu não posso aproveitar com vocês? — falava sem parar e gesticulava muito ao mesmo tempo em que tentava controlar a respiração e os impulsos de uma nova sessão de choro. — E isso está me destruindo emocionalmente e fisicamente também. Estou exausta. Eu lutei muito para chegar onde eu estou hoje, mas se é pra ser assim eu não quero mais. Prefiro recomeçar do zero a perder vocês… — Limpou com as mãos as lágrimas que não conseguiu segurar.
obviamente havia sentido a falta da esposa desde que ela fora promovida, mas pensava que aquela era apenas uma fase de adaptação no novo cargo e que logo passaria. Ele sabia o quanto ela havia batalhado para chegar onde estava e por isso optou por se manter calado nessas longas semanas de distância, mas não imaginava o que estava passando internamente. Eles quase não passavam tempo juntos, mas quando se encontravam ela não demonstrava nada. Ouvir tudo aquilo o deixou com o coração apertado e preocupado. Ele esteve ao lado dela durante todo esse tempo, desde o começo, então ouvi-la dizendo que queria deixar aquilo que ela tanto amava fazer foi um choque e o fez perceber o quão séria era a situação.
, por que você não conversou comigo antes sobre tudo isso? É claro que não me agrada ver você saindo cedo e chegando super tarde, mas eu prometi que estaria ao seu lado pra tudo. Achei que era só uma fase, não fazia ideia de que você se sentia dessa forma… Eu sinto muito por não ter percebido e…
— Não, não, não. Você não me deve nenhuma desculpa, Ramirez! Como você ia perceber algo que eu estava mascarando? Eu estava tentando ser forte pra me manter no lugar em que eu sempre sonhei em chegar, mas não dá mais. — Ela fungou, sentindo uma nova onda de lágrimas escorrer livremente por sua face. Como ela poderia deixar ele se culpar por algo que não tinha a mínima culpa?
Sabendo do que ela precisava, se aproximou e passou os braços pelo corpo da mulher, trazendo-a para mais perto de si em um abraço. passou os braços pela cintura do homem e encostou a cabeça no peito dele, chorando baixinho enquanto ele acariciava seus cabelos e sussurrava que tudo ficaria bem.
— Você acha mesmo? — Ela perguntou baixinho quando o choro se foi. afastou os corpos apenas o suficiente para que pudessem se encarar.
— É claro, . A gente sempre dá um jeito, lembra?
Imitando o marido, ela sorriu. Acreditava fielmente nele, então se ele dizia que tudo ficaria bem, é porque tudo realmente ficaria bem.
— Agora já está tarde e as emoções estão à flor da pele, então acho melhor irmos nos deitar e amanhã conversaremos mais sobre isso, tudo bem? — Ele sugeriu e a mulher concordou, selando os lábios em um beijo calmo, que ele traduziu como um agradecimento.
— Quero pegar no sono agarradinha com você, então me espera tomar banho, por favorzinho? — Juntou as mãos na frente do corpo em súplica.
— Como eu poderia dizer não a você?
— Eu te amo! — Ela falou um pouco mais alto, já entrando no banheiro da suíte.



— Essa é uma miragem ou realmente está acontecendo? — perguntou rindo ao entrar na cozinha e se deparar com fazendo panquecas.
— Sou de carne e osso, querido. Pode apertar para tirar a prova real. — Provocou enquanto virava uma das massas.
— Ah não, . Me provocar a essa hora da manhã quando nosso filho está prestes a aparecer aqui é sacanagem. — Ele comentou em tom de sofrimento, fazendo a mulher rir.
— Prometo não… quer saber? Prometo nada. — Ela mostrou a língua e o homem balançou a cabeça negativamente. Aquela mulher o levava à loucura!
ficou de costas para arrumar as panquecas nos três pratos quando foi surpreendida por dois pequenos braços agarrando-lhe as pernas.
— Mamãe! — Noah gritou. sentiu a felicidade invadindo o seu corpo mais uma vez e pôde notar que seu filho estava tão feliz quanto ela. Ela sentia falta do caos e da correria das manhãs em família em que ela e tentavam dar conta de se arrumarem, arrumarem Noah — principalmente quando ele insistia em usar vestimentas peculiares para ir à escolinha, como fantasias —, prepararem o café da manhã e o lanche do pequeno, e tudo mais.
— Bom dia, meu amor! — Ela virou-se e pegou o menino no colo, enchendo-o de beijos. Noah soltava aquela gargalhada gostosa de criança e seus pais não podiam fazer nada além de gargalhar com ele. — Você quer suas panquecas com calda de blueberry ou chocolate? — Sabia muito bem qual seria a resposta, mas queria vê-lo feliz ao responder seu questionamento.
— Chocolateeeeee! — Ele gritou e bateu palmas super empolgado.
— A mamãe sabia, mas você lembra o nosso combinado, não é mesmo?
— Chocolate só nos dias em que mamãe e papai não precisam ir trabalhar.
— Isso, homenzinho! Mas como você tem sido um menino muito querido, nós resolvemos deixar você comer hoje também. — complementou.
ajeitou Noah na cadeira designada para ele e logo em seguida sentou-se ao seu lado, com o esposo à sua frente. Durante aquele momento, não existiam preocupações além de não deixar o pequeno sujar o uniforme. Comeram tranquilamente enquanto se divertiam com as histórias que Noah compartilhava das últimas experiências na escola.
— Ah, a mamãe fez um lanche muito especial para você hoje, e fez um a mais para você dividir com o Max, está bem? — O garoto apontou o polegar para cima em um “joinha” e a mulher apertou as bochechas dele.
— Vem, querido, vamos escovar os dentes enquanto a mamãe termina de se arrumar também. — o ajudou a descer e o guiou até o banheiro, onde ambos fizeram a higiene bucal e, quando os três estavam todos prontos, partiu em seu carro para o trabalho, enquanto partiu no seu rumo à escola de Noah e depois para o escritório.
Ela não sabia como seria o restante de seu dia, mas começá-lo junto de sua família lhe dava ainda mais forças para enfrentar o que quer que tivesse esperando-a mais a frente.


Depois de colocar o filho para dormir, desceu as escadas e sentou-se ao lado do marido no sofá.
— Ficou em casa para o café da manhã, levou Noah para a escola e só fez uma hora extra hoje. Sinto cheiro de mudança?
— Hmmm… acho que sim. — Ela sorriu timidamente. — Eu já decidi que não vou abrir mão da nossa diversão e caos matinal, então chegar mais cedo para trabalhar está fora de cogitação. Estarei com vocês no café da manhã e levarei o pequeno para a escola. A saída é mais complicada, né. — Suspirou pesadamente. — Mas eu vou me esforçar ao máximo para sair no horário, e, quando isso não for possível, então que eu não faça mais que uma hora extra por dia.
— Olha, devo dizer que a mudança de atitude já é algo. Você não é radical, então não vai ser da noite para o dia, mas tudo vai se ajeitar. — Ele fazia um carinho reconfortante na perna dela.
— Mas como foi que eu me perdi tanto e deixei chegar a esse ponto?
Borges. — Ele a chamou sério. — Acho importante você refletir sobre isso já que é algo que está te incomodando muito, mas faça isso sem se culpar.
— Igual você fez aquela vez que o Noah rolou do sofá?
— Ei! — Exclamou indignado. — Aquilo foi diferente porque eu fiquei pensando que o garoto já tem dois pais maluquinhos, ainda bate a cabeça… vai saber no que ia dar, né?
— Que o Universo nos perdoe por estarmos rindo disso! — arregalou os olhos.
— Ele está bem, tudo certo. O que eu realmente quero dizer é que você muitas vezes carrega o peso do mundo nas suas costas e se culpar por essa situação de agora só vai te destruir ainda mais, não vai acrescentar em nada, só vai te causar danos.
— Te odeio por conseguir racionalizar tudo. — Bufou. , ao seu lado, riu. — E sobre isso…— mordeu o lábio inferior em sinal ao nervosismo da ideia que daria a seguir. — Eu pensei em começar a fazer terapia. Isso vai me obrigar a sair pelo menos uma vez por semana no horário, além de ajudar com toda essa questão.
— Amor, isso é muito bom! Eu te dou todo o apoio do mundo e você mais do que ninguém sabe o quanto a terapia já me ajudou no passado.
— Então pronto, mais uma decisão tomada. Amanhã já vou começar a pesquisar e te peço para não comentar com ninguém enquanto isso, tá? — O marido mirou-a com curiosidade. — Todo mundo tem sugestões a fazer, mas isso é muito pessoal.
— Verdade, mas se você quiser eu posso pegar uma indicação com… — acertou-lhe o braço com uma almofada. — Eu estou brincando, amor. — Aproximou as faces e beijou calmamente os lábios da esposa, mas, antes que as coisas pudessem se aprofundar, ela partiu o beijo, avisando que iria tomar banho e dormir, pois estava exausta.
Aquela ação deixou frustrado, ele realmente pensou que pelo rumo da conversa a noite terminaria de uma forma diferente, de maneira que há semanas não acontecia. Jamais iria forçar a mulher de sua vida a fazer algo contra sua vontade, mas, assim como ela, ele era feito de carne e osso, de necessidades e desejos. Inspirou e expirou algumas vezes, esperando que o sentimento ruim se dissipasse de seu corpo através do ar. E realmente esperava que aquela mudança de hábitos trouxesse benefícios para sua amada e para a união de mais de dez anos deles.



Assim que terminou de abastecer sua xícara com café, voltou à sua sala. A psicóloga havia sugerido que ela começasse a fazer pausas durante o expediente, o que não vinha acontecendo antes de começar as sessões. Até uma semana atrás, ela somente se levantava para ir ao banheiro quando a bexiga começava a doer, e às vezes até mesmo pulava o almoço e os lanches ao longo do dia, o que era altamente prejudicial ao seu corpo e sua mente. Ela também sugeriu que pelo menos entre essas pausas ela tirasse um tempo para inspirar e expirar de maneira profunda e lenta, a fim de acalmar-se. Não podia prometer que conseguiria aplicar aquelas técnicas sempre, mas pelo menos agora no começo ela estava realmente se esforçando. Somando isso ao fato dela fazer a primeira refeição do dia em família, levar Noah para a escola e estar conseguindo diminuir as horas extras, ela garantia que já estava se sentindo bem melhor, embora o seu papel como esposa ainda estivesse a perturbando por não estar nem perto de como ela gostaria.
Depois de completar seu “ritual”, a mulher aproveitou para dar uma espiada em seu celular e viu que havia uma mensagem de Haddie chamando ela, e Noah para jantarem com eles naquela noite. Os encontros entre os cinco costumavam ser semanais, mas, com a promoção de , eles passaram a ser quase mensais e era inegável que aquele momento em família estava fazendo falta para todos.
“Desculpe, cunhadinha. Já tenho um compromisso agendado para hoje à noite. Vamos ver outro dia? xXx”.
Enviou e voltou a atenção aos seus afazeres.

O telefone fixo piscava e fazendo barulho, anunciando uma ligação da recepção do escritório.
— Alô?
— Olá, senhorita Ramirez. A senhorita Haddie está aqui para vê-la.
A mulher raramente aparecia em seu trabalho, então ela estava realmente surpresa.
— Ah, claro. Pode deixar ela entrar.
Em poucos segundos, ela avistou a cunhada chegar em sua sala acompanhada de duas sacolas de papelão. Haddie deixou os itens sobre as cadeiras e se aproximou da cunhada, que já a esperava em pé, para um abraço apertado.
— Ai, que saudade! — declarou.
— Nem parece, já que está há semanas sem aparecer lá em casa e recusando meus convites… — Haddie cruzou os braços na frente do peito e fez bico, igual a uma criança birrenta, mas não durou muito na pose, pois ambas começaram a rir em seguida.
— Não seja uma drama queen, você sabe que te amo. Mas a que devo a honra em meu humilde escritório?
— Humilde é o cubículo onde eu trabalho, isso aqui é um luxo! — Ela riu da forma exagerada da outra. — Como você recusou meu jantar, eu resolvi aparecer aqui com o almoço. — Apontou para as sacolas. — Quem sabe assim consigamos conversar.
Ao ouvir aquelas palavras, sentiu um aperto no peito. Sabia que teria o apoio incondicional da cunhada, que havia se tornado sua melhor amiga com o passar dos anos, mas sempre teve a característica de querer resolver tudo sozinha e acabou não pedindo ajuda e nem sequer contando tudo o que estava passando, mas aquilo acabaria naquele momento. Era algo que ela vinha trabalhando com a terapeuta e tinha a chance de colocar em prática ali.
— Nada de ficar nessa sua cadeira de chefona, vem ser uma mera mortal e sentar aqui comigo, assim não corremos o risco de você querer mexer nesse notebook.
Em menos de cinco minutos, ela já havia sorrido mais vezes do que vinha sorrindo nas últimas semanas.
Comfort food? — Perguntou ao se deparar com um cheeseburguer e fritas dentro da embalagem.
— Mas é claro! De vez em quando nós merecemos. — Haddie piscou. — Morde ai e vai me contando o porquê do afastamento…
Antes de seguir as palavras da cunhada, ela inspirou e expirou profundamente mais uma vez. Mesmo que inconscientemente, ela havia fugido daquela situação por tantas vezes e sentia-se até um pouco envergonhada, no entanto, a oportunidade literalmente bateu à sua porta e ela não iria desperdiçá-la.
Durante a hora que passaram juntas, contou à cunhada tudo que vinha acontecendo desde que ela havia conseguido a tão sonhada promoção, como tudo acabou virando de cabeça para baixo e como ela estava tentando consertar tudo através da conversa com , da terapia e da mudança de hábitos — que incluía contar ainda mais com aqueles que a cercavam e a amavam. Houve lágrimas, puxões de orelha, mas também houve muita demonstração de amor, preocupação e vontade de ajudar.
— Então está combinado! Até sábado, cunhadinha.
— Sim! Até, cunhadinha. — Abraçaram-se na porta e Haddie deixou o local.
Imaginando que a maquiagem estivesse toda borrada, decidiu dar uma passada rápida no banheiro, sem esperar que fosse encontrar a diretora da empresa no local. Fez o que tinha de fazer e rapidamente voltou ao seu escritório, torcendo para ter conseguido disfarçar bem. No entanto, sua torcida foi por água abaixo assim que Camille apareceu em sua porta.
— Você tem alguns minutos, Ramirez?
— É claro! — Fez sinal para que ela se acomodasse em uma das poltronas e a mulher assim o fez.
— Eu obviamente não quero cruzar nenhum limite aqui, mas não pude deixar de notar que você parecia estar chorando no banheiro. Está tudo bem? — Questionou com o tom de voz tranquilo que tinha, mas naquele momento ela deixou transparecer uma certa preocupação.
A atitude pegou a funcionária de surpresa. Se abrisse o coração, poderia correr o risco de ser demitida. Se não abrisse, corria o risco de prejudicar ainda mais sua saúde mental. Como ela havia dito ao marido que estaria disposta a começar do zero se fosse o caso, optou pela primeira opção, já que a oportunidade de ser verdadeira havia batido em sua porta pela segunda vez naquela quinta-feira.
— Camille, eu espero que você não me leve a mal, mas eu vou lhe contar toda a verdade. Estou aqui há tanto tempo quanto estou casada, esses são os meus dois relacionamentos mais duradouros — sorriu —, porém ambos estão fragilizados. Desde que assumi essa posição, eu tenho vestido mais que a camisa da empresa e fazendo mais do que eu sempre fiz. Eu realmente sou apaixonada pelo que faço, se você questionar qualquer pessoa do meu círculo familiar ou de amigos eles podem confirmar essa informação. A promoção era o que eu almejava e o dinheiro extra realmente ajuda, sabe… mas eu sinto que estou perdendo a minha parte humana. O meu marido, o meu filho. E até a mim mesma… — Sussurrou essa parte, já sentindo o rosto encharcado pelas lágrimas.
Não sabia o que viria a seguir, não podia imaginar qual seria a reação de sua superior, mas estava leve. Parecia que havia tirado duas toneladas de suas costas apenas naquelas duas conversas que tivera naquele dia.
— Posso te chamar de ? — A mais velha questionou e ela respondeu sem hesitar:
— Claro.
, quem lhe cobra tudo isso? De se entregar totalmente e somente ao trabalho?
— Os prazos dos clientes, eu mesma…
— Mas nós empresa não te cobramos, você entende isso? — Balançou a cabeça em afirmação. — Eu realmente não fazia ideia de que você estava dessa maneira, pois se soubesse com certeza já teria feito algo antes. Não quero que ninguém adoeça por causa do trabalho, então a partir de agora, nós vamos trabalhar juntas nos prazos dos novos projetos até que você se sinta confortável em falar para um cliente que o prazo que ele quer é absurdo e não tem como fazer.
— Mas… e se perdermos clientes?
Camille soltou uma risadinha baixa e depois explicou:
— Meu pai sempre disse que você era assim, colocava os clientes em primeiro lugar e deve ser por isso que todos te querem, mas a gente precisa aprender a trabalhar dentro do possível, ou a qualquer hora dessas eu posso te perder para um burnout. Você conquistou dia após dia a sua promoção, mas não deve sacrificar o resto por causa disso. E nós não vamos perder clientes, pois somos os melhores. — Deu uma piscadinha e sorriu.
Aquelas palavras fizeram novas lágrimas saltarem de seus olhos. Sabia que a gestão de Camille era diferente da gestão do pai dela, o agora aposentado Hank, mas não imaginava esse lado humano tão forte.
— Eu sinceramente não sei nem como reagir a tudo isso, pensei que até pudesse ser demitida. — Ela riu nervosa enquanto secava as lágrimas. — Mas foi bem ao contrário e eu agradeço demais por isso.
— Deixa eu compartilhar um segredinho com você. Eu passei a vida toda sendo preparada para assumir o lugar do meu pai quando ele se aposentasse, e eu sempre prometi a mim mesma que faria diferente. Eu sei o que um pai workaholic fez com a minha cabeça e eu não quero que nenhum filho dos meus colaboradores tenha que passar por isso também.
Naquele instante teve vontade de se levantar e abraçar a mulher, mas se conteve e apenas lhe direcionou um sorriso reconfortante.
— Vou pedir para que alguém do RH venha conversar com você, acredito que você possa ter ótimas ideias para o novo modelo de gestão que queremos implantar. — sorriu. — E… temos um acordo sobre os novos projetos? — Estendeu a mão e prontamente a apertou, selando um novo acordo entre elas que serviria para melhorar não somente a vida dela, mas de sua equipe e suas famílias também.



Embora nem tudo estivesse da forma como a mulher idealizava, ela tinha de admitir que nas últimas semanas a vida havia melhorado muito. Quando caiu na real e viu que precisava de ajuda, encontrou o primeiro apoio no seu melhor amigo, o seu amor e parceiro de todas as horas. A conversa com havia sido o começo de sua libertação, que ainda corre em processo junto às sessões de terapia. A conversa franca e emocional com Camille havia sido um alívio e uma surpresa, e se abrir e poder contar com sua melhor amiga estava ajudando a colocar as coisas de volta aos eixos. Com tudo isso rondando sua mente, ela abriu um enorme sorriso enquanto dirigia de volta para casa. A família havia almoçado na casa dos cunhados e Haddie aproveitou para convidar Max, o vizinho da mesma idade de Noah, para se juntar a eles. Foram horas maravilhosas de comida deliciosa, muitas brincadeiras com os pequenos e gargalhadas. precisava daquilo mais do que podia imaginar. Tinha certeza de que aquela era uma das formas de recarregar as energias sobre as quais sua psicóloga tanto falava.
No meio da tarde, ela se despediu deles e foi para a sessão de massagem relaxante que Haddie havia lhe dado sob o pretexto de ser um presente atrasado pela promoção no trabalho. A cunhada ficou encarregada de cuidar de Noah e Max, enquanto Reggie e foram ao estádio em uma tarde dos brothers. Não seria apenas um vale de meio turno, já que o pequeno dormiria na casa dos tios, então depois eles poderiam aproveitar um vale night como um casal.
tentou argumentar quando a cunhada surgiu com a ideia em seu escritório, mas Haddie não aceitava não como resposta, então não lhe restou muito a fazer além de aceitar esse presente também.
— Lar, doce lar. — Falou para si mesma assim que chegou ao seu destino final.
Olhou o horário em seu celular e concluiu que ainda levaria algum tempo até o marido voltar para casa, então programou o aparelho para despertar dentro de uma hora e esparramou o corpo pela cama macia, rapidamente adormecendo. Aquela era um dos hábitos da vida jovem que ela mais sentia falta, mas se tivesse que se privar de tudo novamente pelo filho, ela faria sem pestanejar.
Por mais que a preguiça pós-soneca estivesse presente em seu corpo, ela não se deixou demorar muito para levantar. Fez o pedido de jantar surpresa no restaurante havaiano Aloha Eats e foi para o banho. Depois de banhada, ela hidratou a pele e se vestiu, não queria ser pega de surpresa pelo entregador. Aproveitou também para pedir notícias do filho para a cunhada, que garantiu que estava tudo indo maravilhosamente bem, como sempre acontecia quando ele estava na casa dos tios.
— Uau, o que é isso tudo? — se surpreendeu ao entrar na sala de jantar e ver a mesa posta e bem decorada com velas de LED e algumas pétalas de rosas espalhadas ao longo da toalha.
— Uma surpresinha para o amor da minha vida. — A mulher respondeu sorrindo e grudou os lábios ao se aproximar do marido. a abraçou pela cintura e aprofundou o beijo, explorando a boca dela com a língua. — Amor… — quebrou o contato. — Vai tomar banho que daqui a pouco nosso jantar já deve estar aí. — Ela riu quando o homem protestou e subiu contrariado.
Em menos de quinze minutos estava tudo conforme o planejado. estava renovado, o jantar havia chegado e já estava espalhado sobre a mesa.
— Comida havaiana? — Ele abriu um enorme sorriso.
— Achei que seria uma ótima pedida para a nossa noite… e para tentarmos reviver um pouquinho daquele casal que éramos quando fomos ao Havaí.
esticou o braço para segurar uma das mãos da esposa, fazendo um carinho reconfortante com os dedos enquanto falava.
— Nós ainda temos a mesma essência, . A questão é que a vida foi acontecendo e a gente acabou se perdendo um pouquinho. — Ela fez menção de retrucar, mas ele gentilmente fez sinal para que ela não falasse. — Eu sei que você vai dizer que a culpa é sua, mas eu não vou aceitar que você faça isso consigo mesma. Eu também deveria ter percebido alguns sinais e prometo ficar mais atento, caso você não peça ajuda de primeira.
Os olhos da mulher estavam marejados, mas ela conseguiu se controlar.
— Obrigada por tudo, meu amor. Eu prometo tentar não me fechar mais e… prometo que estou fazendo de tudo para que a gente volte aos trilhos. — Ela sorriu e se inclinou para beijar-lhe o dorso da mão.
— Pronta para atacar? — Esfregou uma mão na outra, ansioso pela refeição que fariam a seguir.
— Óbvio! — Respondeu animada e não perdeu tempo para começar a servir seu prato.

O casal sabia exatamente qual seria o gran finale daquela noite, mas não apressaram nada. O jantar foi saboreado de maneira calma enquanto eles aproveitavam para conversar sobre os mais variados assuntos e aproveitavam a companhia um do outro como há tempos não faziam.
Depois de finalizarem a refeição, jogaram fora as embalagens vazias, lavaram os utensílios utilizados e, dando uma desculpa esfarrapada, a mulher pediu que fosse para o quarto no andar de cima antes que ela.
Enquanto se livrava das roupas que estava usando, ela já imaginava a cena do marido jogado na cama com os braços cruzados atrás da cabeça, aguardando-a. Sorriu sozinha assim que olhou-se no espelho do corredor, amava aquele robe de cetim e realmente deveria usá-lo mais vezes, bem como a lingerie nova que havia comprado naquela tarde especialmente para a ocasião.
Subiu as escadas e respirou fundo para criar coragem de fazer o que estava prestes a fazer. Eles eram um casal há mais de uma década, mas aquilo não era tão comum. No entanto, era a hora de fazer as coisas diferentes, então ela resolveu arriscar apesar de toda sua vergonha e insegurança. Abriu lentamente a porta do quarto e parecia ter adivinhado seus pensamentos, pois o ambiente estava em meia luz e aquilo ajudava muito a construir a atmosfera ideal para o que iria acontecer em seguida.
Adentrou o cômodo e sorriu para o marido, tentando ganhar confiança. Ao vê-la com a peça que cobria apenas metade das coxas, ele abriu um largo sorriso sacana.
— Aperta o play no meu celular, por favor. — Ela já havia deixado tudo engatilhado, mas queria envolvê-lo no momento e ele não perdeu tempo, seguindo a instrução rapidamente.
Em poucos segundos a voz de Michael Bublé preencheu a suíte e o ambiente rapidamente passou a ter uma tensão sexual gigantesca.
se posicionou no centro do quarto, em frente à cama. Ergueu o queixo e tombou a cabeça um pouco para o lado, passando os dedos por entre os cabelos e erguendo os braços enquanto os fios iam junto fazendo o robe subir com seu movimento. Como se estivesse se alongando, ela ficou alguns segundos naquela posição. Os olhos estavam fechados, ela estava tentando desfrutar o momento e esperava do fundo do coração que o esposo estivesse gostando do início. Sorriu ao deixar os braços voltarem para a lateral do corpo e os fios cairam sobre seus ombros e costas. Sustentou o olhar do homem enquanto balançava o corpo lentamente, conforme ditava o ritmo da canção. Ameaçou abrir a peça e sorriu ao vê-lo bufar quando ela pareceu ter mudado de ideia quanto aquele movimento. Quando o cantor chegou no refrão e I am feeling good (Eu estou me sentindo bem) ecoou, ela desfez o laço da peça, revelando a lingerie branca recém comprada — aquela era a cor de peças íntimas favorita de . Agradeceu mentalmente a luz do abajur por permitir que ela visse o olhar do marido ir de encantamento a puro desejo.
A música continuava lenta, mas havia ganhado uma batida mais animada, e foi acompanhando. Mexia o corpo de um lado para o outro, aproveitando para acariciar a si mesma. A mão direita foi até o lado esquerdo do pescoço e desceu lentamente pelo ombro e pelo braço até chegar na mão esquerda, onde ela passou a fazer movimentos circulares. Segundos depois, ela passou a fazer o caminho inverso, lentamente deslizando a mão esquerda de volta até a clavícula do mesmo lado. Dali, a mão desceu para o vão dos seios e ela ficou alguns segundos ameaçando pela região, sem quebrar o contato visual. Sorriu safada antes de levar as duas mãos até os seios cobertos pelo sutiã, apertando-os por cima do tecido. Viu apertar o lençol com força ao vê-la se movimentando daquela maneira.
A reação do homem à sua frente fez com que ela mordesse o lábio inferior num primeiro instante, mas ela logo sorriu safada. Ele estava gostando do que estava vendo, e do seu lado ela sabia bem o que estava acontecendo: o nervosismo, a insegurança e a vergonha estavam dando vez para a excitação.
And I’m feeling good… — Ela cantarolou antes de virar-se de costas. Entrelaçou as mãos nos cabelos da nuca e continuou balançando o corpo, caprichando um pouco mais no rebolado. Quando as mãos soltaram os longos fios, ela aproveitou para discretamente puxar o robe para cima, revelando que estava usando uma calcinha fio dental, deixando as nádegas descobertas à mostra para deleite do marido. Movia-se de um lado para o outro e escutou ele gemer baixinho e logo em seguida fazer uma declaração.
Me tienes loco, . — Aquilo foi o que faltava para que ela lentamente fosse deixando o robe deslizar por seu corpo até chegar ao chão. Ainda de costas, ela foi descendo as mãos pela lateral da cintura, desenhando a bunda com os dedos e apertando o local com força quando completou a curvatura da mesma. Desceu sem pressa para as coxas até a parte de trás dos joelhos, para em seguida subir arranhando com força.
Ao girar o corpo para ficar de frente, foi surpreendida.
encontrava-se em pé ao lado da cama e mirava a mulher como se ela fosse a oitava maravilha do mundo. Em momentos como aquele — e que não eram exclusivos apenas durante o sexo — ela se esquecia de todos os seus defeitos e inseguranças e concentrava-se apenas no amor incondicional que eles nutriam um pelo outro. Ele não precisou dizer nada e ela entendeu, acenando fracamente com a cabeça. O homem sorriu diante do gesto positivo e rapidamente aproximou-se da esposa, ainda meio indeciso sobre o que fazer primeiro. Como a música ainda estava rolando, ele optou por colocar-se atrás dela, posicionando firmemente as mãos pela cintura dela e grudando os corpos. então voltou a mexer o corpo e o esposo a acompanhava nos movimentos, causando uma fricção gostosa entre eles, já que estava em ponto de bala.
La forma que mueves todo tu cuerpo, baby. — Ele arfou quando ela forçou ainda mais a bunda contra o membro enrijecido dele. — No perdamos tiempo, amor…. — Ao dizer isso, uma das mãos que estava na cintura subiu, adentrando o sutiã rendado e passando a acariciar um dos mamilos enrijecidos. A mulher gemeu em aprovação e ele distribuiu alguns beijos pelo pescoço dela antes de levar a mão livre até a parte interna da calcinha de renda que ela usava. A música continuava, mas os movimentos calculados haviam sido cessados. usou as mãos para afastar os grandes lábios, logo passando dois dedos pela entrada já bastante lubrificada da mulher.
— Deliciosa. — Sussurrou e ela gemeu baixo.
Ele aproveitou que os dedos estavam umedecidos pelo líquido dela e os direcionou ao clitóris, onde passou a fazer movimentos circulares do jeitinho que ela gostava e que ele executava com maestria após tantos anos juntos.
Sendo estimulada tanto nos seios quanto em seu maior ponto de prazer, passou a arfar e gemer mais alto, incentivando-o a continuar.
Estava há tempo demais sem fazer aquilo e o tesão acumulado mais os estímulos certeiros a fizeram gozar em poucos minutos. Enquanto buscava controlar a respiração, sentiu o marido depositar beijos e mordidas leves por seu pescoço e nuca.
— Acho que preciso sentar. — Ela riu baixinho já que os espasmos não cessavam.
— Tenho o lugar perfeito para isso. — girou o corpo dela, fazendo-a ficar de frente para si.
Pensando em ganhar tempo para o próximo round, envolveu o pescoço do marido com seus braços e iniciou um beijo lento, mas cheio de provocações. Quando o movimento das línguas ganhou intensidade, ela desceu uma das mãos pelo tronco dele até chegar na barra da calça de moletom que ele usava. O homem arfou contra sua boca e ela sorriu, apertando o pênis dele sobre o tecido. Naquele momento, ele gemeu e as mãos espalmaram a bunda dela, apertando a região com um pouco mais de força.
Quando todo o ar tinha desaparecido, eles desgrudaram os lábios e aproveitaram aquela pausa para despir as poucas peças restantes. emitiu um som em aprovação ao ver o homem nu a sua frente, ele realmente era como vinho, melhor com o passar dos anos. Sem falar nada, ela voltou a se aproximar dele, depositando um beijo em seus lábios, mas logo descendo os beijos pelo peitoral, abdômen e pelas entradinhas até chegar onde queria. No que a língua dela tocou a glande, ele soltou um suspiro de prazer. lambeu de cima a baixo por diversas vezes antes de passar a chupá-lo num movimento de vai e vem. , por sua vez, segurava os cabelos dela em um rabo de cavalo improvisado e lutava contra o desejo de fechar os olhos e apenas aproveitar o momento. Por várias vezes era aquilo mesmo que ele fazia, mas naquela situação ele queria apreciar toda a visão maravilhosa que somente sua esposa era capaz de oferecer, juntamente com todas as sensações deliciosas que se alastravam por seu corpo.
. — Ele chamou baixinho, vendo-a olhar enquanto ainda o chupava. — Vem sentar… — Sorriu ladino e ela também entendeu o recado.
deitou-se bem no meio da cama e passou uma perna de cada lado do corpo dele, elevando um pouco o quadril enquanto ele segurava a base de seu membro para que ela pudesse se posicionar com maior facilidade. Ela foi sentando lentamente até senti-lo completamente dentro de si e os dois gemeram juntos. levou as mãos até a cintura dela e ela apoiou as mãos nos ombros dele antes de começar a cavalgar sem pressa ao mesmo tempo em que o beijava. À medida em que a excitação foi crescendo dos dois lados, ficou praticamente impossível continuar com os lábios próximos, já que as reboladas dela eram muito rápidas. Os dois gemiam em alto e bom tom, aproveitando que a casa era só deles naquela noite. As mãos dele percorriam todo o corpo dela, por vezes demorando em lugares específicos, como os mamilos.
Conhecendo a si mesma e sabendo que não conseguiria chegar ao segundo orgasmo sem estimular o ponto inchado no meio de suas pernas, ela levou dois dedos à boca de , que os chupou com devoção. Depois de ter os dedos bem molhados, ela os direcionou ao seu clitóris, fazendo movimentos circulares ali enquanto continuava cavalgando.
Após bons momentos daquele jeito, os dois sentiram o corpo tremer quando a sensação de êxtase os atingiu em cheio. jogou a cabeça no travesseiro, encaixando-a na curva do pescoço do esposo, enquanto ambos respiravam pesadamente.
— Caralho, isso foi muito bom. — Ele quebrou o silêncio enquanto fazia carinho nas costas desnudas da esposa. Ela riu e depositou um beijo carinhoso no pescoço dele.
— Foi mesmo, acho que voltamos ao normal. — Brincou. — Acho que eu estava mais necessitada do que sequer imaginei… — confessou baixinho e concordou.
— Você estava fora de si hoje! — Mesmo não podendo vê-lo, ela sabia que ele estava sorrindo e resolveu implicar.
— Que isso? Julgamento?
— Jamais, cariño! Foi um elogio… por mim podemos continuar sempre assim.
— Hmmm… que tal um banho então? — Propôs já tirando o corpo de cima do dele e dirigindo-se ao banheiro, ouvindo-o protestar por tê-lo deixado para trás.
Ela sorriu ao sentir a água do chuveiro caindo sobre si. Naquele exato momento, ela se deu conta de que havia finalmente recuperado o equilíbrio que tanto procurou ter de volta durante esse tempo. Sentia que era si mesma novamente — a mulher, esposa, mãe e uma profissional foda para caramba —, todas essas facetas que se misturavam e se completavam em uma única Ramirez.

FIM



Nota da autora: Idealizei nessa fanfic coisas que eu desejo muito - algumas agora e outras para o futuro: uma empresa que se preocupa verdadeiramente com a saúde mental de seus funcionários e que pague bem; um companheiro leal e incondicionalmente apaixonado; e, nesse momento, sobretudo, que eu aprenda a dialogar melhor, já que ninguém pode adivinhar exatamente o que se passa conosco (e assistir Parenthood enquanto escrevia ajudou MUITO a reforçar essa parte).
Depois da reflexão ali em cima, quero aproveitar esse espaço para dizer que eu estou apaixonada pelo casal Ramirez! <3 (Se você também se apaixonou por eles, não deixe de conferir a fanfic inicial deles: 10. Harleys in Hawaii, no ficstape Smile da Katy Perry). Agradeço demais a Flávia Coelho por ter me ajudado com o plot para esse ficstape tão especial da bandinha que roubou meu coração durante essa pandemia. Também agradeço a Vivian Darkbloom pela sinopse incrível e agradeço a Jor por ter solicitado esse álbum hahaha
Espero do fundo do coração que vocês gostem! Até a próxima
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