12. Outro: Propose

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Eu não sou bom com palavras, pelo menos não tanto quanto gostaria, ela faz isso muito melhor que eu. Exatamente por esse motivo decidi escrever para mostrar o quanto esse sentimento que me preenche me arrancou da zona de conforto. Não gosto de ler, sinceramente. Poucas são as histórias que prendem tanto minha atenção quanto a nossa e ela não está num livro, por isso, decidi escrevê-la com as melhores habilidades de um autor de primeira viagem. Sou esforçado, isso deve ser reconhecido.
, a madre pediu para lembrar que vai precisar de você e da quando chegar com as compras.
A voz de surgiu ao meu lado, me fazendo soltar a caneta rapidamente. Como ele entrou aqui sem um mínimo ruído? Ah, é… esse é o quarto dele também. parece usar sapatos de lã ou eu sou muito distraído, porque nunca o ouço entrar e sair dos ambientes, e frequentemente tomo sustos desnecessários.
— Ah, tudo bem, . Onde está a ?
, a dona dos olhos brilhantes que sorriam junto com ela.
Ele apontou para a janela e se debruçou sobre meu ombro para ler o que eu tinha escrito.
— Você está escrevendo um texto? Que milagre é esse? Está doente?
— Doente é você.
Levantei-me para seguir na direção que ele indicou, deixando-o à vontade para ler a meia dúzia de palavras que eu tinha rabiscado no caderno. Quando olho pela janela, lá está ela sentada embaixo da árvore com um livro nas mãos, viajando para mundos tão distantes do nosso, onde podemos ser tudo o que quisermos. Ainda eram duas horas da tarde, o sol estava bem quente lá fora para ela estar exposta assim. Todos os dias, por volta do final da tarde, repetia o ritual de se isolar dos demais e se dedicar à leitura enquanto estivesse claro o bastante. Essa visão diária me convenceu a ler mais para ter sobre o que conversar com ela, pelo menos tentar parecer um mínimo interessante perto da profundidade dos seus pensamentos. Por algum motivo, ela começou mais cedo hoje. Normalmente isso era indicativo de inquietude, aquela cabecinha estava agitada demais para ficar em silêncio.
Não temos muito o que fazer por aqui depois de anos olhando na cara uns dos outros, a não ser nos questionarmos sobre o futuro totalmente incerto que nos aguarda do outro lado do portão quando não pudermos mais viver na segurança dos muros do orfanato. sempre diz que precisamos aprender o máximo possível sobre tudo para não sermos pegos de surpresa por uma sociedade com a qual não convivemos e também para nos dissociarmos um pouco da loucura que era não saber como seria o amanhã, por isso ela devora um livro atrás do outro e consome toda informação em que consegue pôr as mãos. Enquanto isso, eu sou apenas o garoto engraçado que ajuda a manter as outras crianças sob controle.
— Você devia ver sua cara agora. Que belo besta apaixonado. - riu. - “Espero o Sol se pôr para ver as últimas fagulhas de luz refletirem no seu cabelo. Se eu chamar seu nome, você vai sorrir para mim?” - leu as primeiras linhas do caderno vermelho em suas mãos com uma voz ligeiramente afetada.
— Me dá isso aqui! – Arranquei o objeto das mãos ágeis daquele intrometido. - Não é para você, .
— Graças a Deus, fiquei diabético já na primeira linha. – Mostrou a língua numa careta engraçada.
Apoiei a mão no vidro morno, desejando que ela erguesse o olhar e me encontrasse admirando-a como venho feito nos últimos anos, desde o dia em que a madre nos chamou até o refeitório de manhã bem cedo para apresentar nossa nova irmã. A menina trazia uma flor presa nos cabelos curtos, o qual enrolava nos dedos de tempos em tempos enquanto nos encarava no mais profundo silêncio. Os mais novos acenavam e ela educadamente balançava os dedos em um cumprimento tímido. “Crianças, essa é . Ela vai morar conosco a partir de hoje e espero que cuidem muito bem dela.”
Pelas regras da casa, não podíamos fazer perguntas sobre a vida anterior uns dos outros para evitar que traumas enterrados fossem trazidos de volta à tona, tampouco nos comunicarmos em outra língua fora do idioma-comum do país em que vivíamos. A madre sempre se mostrava decepcionada quando tinha que chamar nossa atenção por termos sido curiosos demais e feito outra criança chorar. Ninguém sabe o inferno ou o paraíso que a pessoa do seu lado viveu antes de vir para o orfanato e isso nos mantinha em paz. Naquele dia, parado ao lado dos irmãos mais velhos, eu quis ignorar a regra e falar com ela no idioma que meus pais tinham me ensinado. Era a primeira vez nos três anos que tinha passado sendo um dos “filhos do Senhor”, como a madre nos chamava, que eu via alguém que poderia ter a mesma raiz que eu. Enfileirados, apertamos um a um a mão gelada de , compartilhando nossos mais sinceros desejos de boa estadia conosco. Quando chegou minha vez, meus lábios formaram um “olá” mudo que ela só compreenderia caso compartilhássemos origem.
Foi a primeira vez que vi os olhos dela brilharem. Ali, aos doze anos de idade, tive a certeza de que queria colocar a luz das estrelas naquelas orbes escuras como a noite muitas outras vezes. Sorrimos um para o outro, cúmplices do segredo que passamos a dividir naquele momento. Após seis anos, segue sendo a dona dos meus pensamentos e a razão pela qual busco ser um bom homem no futuro. Nosso tempo juntos em segurança se aproxima do fim, a maioridade bate à porta e, francamente, não faço ideia de como sobreviveremos quando formos apenas nós dois contra o mundo. Assistimos TV, lemos jornais e mesmo assim, nada parece nos tornar mais preparados. Estaremos juntos, porque, assim, prometemos um ao outro quando nos demos conta que nos completávamos de uma forma diferente do esperado para crianças que foram criadas juntas, e isso bastava.
— Seca a baba, . - bateu no meu ombro, debruçando-se na janela entreaberta. - Ei, ! - pôs a cabeça para fora e pendurou-se no batente, pouco se importando se estávamos no segundo andar. Acenava como uma criança que via o caminhão do sorveteiro passando pela rua. - tem uma coisa para te mostrar!
— Não tenho não! - Ralhei. Sorri sem graça para a menina embaixo da árvore e soprei um beijo, evitando que ela me visse agarrar a manga da camisa azul de e arrastá-lo para longe de qualquer comunicação com o mundo externo antes que ele comprometesse meus planos.
chegou ao orfanato quatro anos depois de , com a cabeça mais fora do lugar que já havíamos visto e, por ironia do destino, foi colocado no meu quarto quando Mark nos deixou ao completar dezoito anos. Como ele é esperto demais para o próprio bem, não demorou para perceber que a forma como mexia comigo era diferente e usou disso para nos aproximar. O cupido é incrivelmente irritante quando quer, mas sou bastante grato a ele. As meninas não podiam vir para a ala dos quartos masculinos e vice-versa, o que limitava minhas conversas com aos cada vez mais raros momentos que tínhamos juntos em meio às tarefas da casa e à pesada rotina de estudos que precisávamos dar conta. Passar da marca dos dezesseis trazia responsabilidades que eram incompatíveis com a rotina que tínhamos criado nos anos anteriores, acostumados a sermos cuidados pelos irmãos mais velhos, nos transformando em provedores do bem-estar dos mais novos tão ativamente quanto a madre. Com o passar dos dias, a saudade de me deixava cada vez mais emburrado, necessitado dos momentos em que nos sentávamos na biblioteca ou na lavanderia e trocávamos sussurros na nossa língua materna sem que ninguém ouvisse, contando sobre os dias que lembramos ter vivido antes de tudo se resumir à solidão e ao título de órfão de guerra. O recém-chegado , tão querido pela madre por ser dócil e bem-educado, tinha permissão para transitar entre as alas levando roupas, recolhendo objetos esquecidos pelos cantos e entregando-os nos respectivos quartos. Mediante pagamento em potes de geleia de laranja, ele se dispusera a transportar bilhetes e livros entre nosso quarto e o de . Em um destes pequenos pedaços de papel, minha caligrafia tremida delineava a pergunta que vinha martelando meu peito há muito tempo: “Quer namorar comigo?”. A resposta dela chegou mais rápido do que eu estava preparado pelas pernas ágeis do nosso Hermes particular.
“Achei que nunca fosse pedir <3”.
Dois anos voaram desde então e os dezoito anos se aproximavam. Precisaríamos deixar o orfanato muito em breve.
— Qual é, cara! Você tem que falar logo, vai acabar ficando doido. O mais difícil você já fez, graças a mim, claro. – Cruzou os braços sobre o peito orgulhoso dos feitos passados.
— Vou falar no momento certo. Ainda temos duas semanas até meu aniversário e outros dez dias a mais antes do aniversário da . Até lá eu arrumo coragem.
— Com esse texto bobo que não vai ser, né? Por favor, , uma vez nessa vida me dê orgulho! – Bateu os pés no chão, numa birra tremendamente ridícula para um adolescente de quinze anos cujos primeiros fios de barba já despontavam no rosto.
— Orgulho de quê, seu maluco? – Acertei o caderno vermelho em sua cabeça, fazendo-o levar as mãos ao local para se proteger da ameaça de novos golpes. – A madre vai comer meu fígado se sonhar que quero sair e levar comigo.
— Vocês serão maiores de idade! Olha, vou ficar sozinho aqui por mais três anos sem uma viva alma para roncar a noite toda, sem saber quem vai vir ocupar sua cama, pode ser uma criança catarrenta, pode ser um novato, ninguém sabe. Preciso de uma última alegria nessa casa.
A forma como argumentava fazia tudo parecer simples como pedir para repetir o prato no almoço de Natal.
, vou fazer do jeito certo. A madre está desconfiada de nós, sabe o quanto isso é arriscado? Ela pode mandar a para outro lugar e eu nunca mais vou vê-la. Relacionamentos são proibidos nessa casa, você sabe.
— Vou sentir muita falta de vocês e de como vocês são ridiculamente apaixonados um pelo outro. Sério, é tão ridículo que é fofo. – Pôs a mão no peito, fechando os olhos numa expressão tranquila. – Mas você é muito cagão, !
— A madre...
— A madre já sabe! Todo mundo sabe, está estampado na cara de vocês desde a primeira vez que eu os vi: T-R-O-U-X-A-S. Letra por letra, em garrafais.
— Não é possível. – Fui firme. – Ela já teria feito alguma coisa a respeito, nesse caso.
— E fez! Deixou vocês serem felizes de namorico pelos cantos da casa, dando uns beijinhos no armário de material de limpeza sem contar para o governo da séria possibilidade de dois órfãos de guerra se reproduzirem como coelhinhos a qualquer momento.
Meu queixo caiu, seguia incrédulo.
— Nós não fizemos nada demais, você sabe.
— Não sei de nada, meu amigo. Quem é quase adulto aqui é você, faça o que achar melhor com sua namorada. O que importa é que a madre sempre deu guarita para vocês, porque alguém merece ser feliz nesse lugar. Aproveita!
Apertei o caderno em minhas mãos até os nós dos dedos ficarem esbranquiçados. Realmente, o tempo era pouco e precisava fazer alguma coisa a respeito. Achei que escrever e entregar um texto bonito para seria a melhor forma de expressar meus sentimentos, mas, pela velocidade com que estava produzindo, era óbvio que não estava dando certo como gostaria.
Uma melodia seguia presa à minha mente desde o dia que tomei a decisão de tornar eterna a conexão que tínhamos estabelecido naquele “olá” tantos anos atrás. A música era meu escape e aquela sequência de notas martelava meu peito no mesmo ritmo que meu coração há semanas. Tinha feito de tudo para ignorá-la, buscando formas mais elegantes de contar à o que me sufocava em tamanha urgência.

Me entrego para você
Apesar de ser um pouco estranho, agora te entregarei tudo
Me entrego para você
Para mim, que às vezes choro e rio, só existe você.

— Não sei, . – Segui apreensivo. – Eu sou alucinado por essa mulher. Todos os meus pensamentos são sobre ela, ela sempre está lá de alguma forma. Ela é tão inteligente, tão engraçada, tão incrível. Como vou viver sem ela ao meu lado? Nem saberia o que fazer. Amo-a tanto que dói. E se ela disser que não?
— Sobre o que?
A voz clara de tomou o quarto. Como em câmera lenta, virei-me em direção à porta, dando de cara com a garota de uniforme azul apoiada no portal. O livro que a distraía até momentos antes estava preso contra o peito: “Vinte mil léguas submarinas”.
Tremi.
! Oi! É que… Não é nada importante, o que está fazendo tempestade em copo d’água como sempre. – Tentei, inutilmente, estabilizar a respiração descompassada. – É sobre uma festa de aniversário, para os pequenos. Há quanto tempo está aí?
— Tempo suficiente para atestar que você é um péssimo mentiroso, . – Riu de uma forma gostosa.

Eu não sei por que meu coração está assim
Eu sempre penso em você
Vou me tornar um ritmo e uma canção
E cantarei para você

Certo, esqueci que nos conhecemos há tempo suficiente para captarmos as mentiras numa fração de segundo, principalmente as esdrúxulas, como a que eu estava tentando contar.
— Vou dar privacidade para os pombinhos se resolverem. – foi se esquivando até a saída, parando apenas para pegar o casaco amarelo sobre a cama.
, volta aqui! Você é meu padrinho. – Atentei-o. Já que estava na chuva e molhado até o último fio de cabelo, que isso fosse logo resolvido.
— Padrinho, eu? – Abriu um sorriso de orelha a orelha, dando meia-volta instantaneamente. - Epa, com sua licença, bela dama, preciso dar apoio para o homem mais corajoso de todo o país. – Posicionou-se atrás de mim, massageando meus ombros como se eu fosse entrar num ringue de boxe a qualquer instante.
Mesmo sem poder estar ali, se sentou na minha cama bagunçada, sustentando o olhar curioso fixo em mim enquanto aguardava que eu finalmente desse as explicações que ela queria.
, é o seguinte… Eu escrevi uma coisa para você, não sei se está bom, não sei se vale a pena ser lido, sequer está terminado. – Estendi o caderno para que ela pegasse. – Como você sabe, meu aniversário está chegando e o seu também, isso quer dizer que vamos ter que ir embora. Toda vez que penso sobre isso, tudo vira um enorme nó. – Gesticulei, ansioso. – Sei que você também está inquieta sobre nosso futuro, por isso que eu… - Estava perdido no fluxo desordenado dos meus pensamentos desesperados, cego pelo pavor da rejeição, mudo pela náusea que me subia à garganta, surdo pelas incertezas que me consumiam.
Como um anjo em toda sua perspicaz graciosidade, ela segurou minha mão e me puxou para sentar-me ao seu lado, acariciando minha bochecha avermelhada pela vergonha.
— Meu amor, por que você não canta para mim? – Pediu em tom calmo.
Normalmente, estaria rindo do rubor que tomava conta do meu rosto, brincando sobre qualquer semelhança que pudesse vir a ter com um morango bem maduro.
— Cantar o quê? – Perguntei com a respiração encurtada.
— Essa música aqui.
Os dedos finos abriram o caderno que havia sido entregue a ela instantes antes, folheando-o rapidamente até a página onde estavam escritos os versos que acompanhavam a melodia do pulsar do meu coração. Como ela sabia?
— Canta para mim, .

(Me entrego para você)
Eu só tenho você
(Me entrego para você)
Mesmo se eu estiver longe
Fique sempre ao meu lado
(Me entrego para você)
Você é meu tudo
Mesmo que as dificuldades do amanhã venham
Segure a minha mão

Fechei os olhos na certeza de que aquela era a oportunidade que eu precisava e, se a desperdiçasse, Deus em pessoa viria me dar um soco. , em toda sua capacidade de mover-se como uma pluma, acenou para mim do lado externo do batente da porta, já adentrando o corredor onde permaneceria como um mero expectador do sucesso ou do fracasso que viria a seguir.
As notas tremiam minhas cordas vocais da forma mais estável que eu conseguia no frenesi em que me metera. Meus lábios secos pelo nervosismo davam forma às palavras que escolhera com tanto cuidado quando tomei a decisão de pedir que fosse minha companhia pelo resto das nossas vidas, por mais difíceis que fossem os dias do lado de fora, o quão assustadoras fossem as dificuldades que viéssemos a enfrentar, que pudéssemos entrelaçar os ramos de duas árvores há muito perdidas de seu lugar de origem e formar uma família sobre as raízes que compartilhávamos. Não aceitava deixar o orfanato de outra forma que não fosse como marido da garota mais bonita em que já pus meus olhos. Que o sorriso mais fácil e brilhante do mundo fosse direcionado a mim no momento que ela dissesse...
— Sim.
O sussurro seguido pelo toque dos lábios mornos contra os meus calaram não só minha voz, mas toda dúvida que me atormentava.
— Sim? – Confirmei. Uma lágrima teimosa insistia em marejar minha visão.
— Sim, óbvio, claro, sem dúvidas, evidentemente, com certeza, decerto... Preciso de mais? – Perguntou.
— É disso que estamos falando, meus caros! - comemorou esmurrando a porta, atraindo a atenção dos outros irmãos que passavam pelo corredor. — Temos pouco mais de duas semanas para aprontar tudo. Vou falar com a madre!
! – Chamei.
— Deixa ele, amor. Esse é o papel dos padrinhos. – Riu. – Você é muito lerdo, sabia?
— Por quê?
O indicador dela rapidamente correu até o fim da letra rabiscada no caderno, mostrando no rodapé da página uma anotação em verde numa caligrafia bastante diferente da minha apressada.
“Achei que nunca fosse pedir <3”.
cobriu o rosto com as mãos para abafar as gargalhadas.
— Como você sabia? – Perguntei, embasbacado.
— Esse caderninho foi parar no meio das minhas roupas lavadas na semana passada, um passarinho verde deve ter deixado cair.
… Ele é terrível!
— Deixa ele, . Vamos sentir falta dessas maluquices.
— De nada, viu? – A voz estridente de alcançou nossos ouvidos.
— Vai me custar dois potes de geleia. – Resmunguei.
— Quatro! – me corrigiu, aconchegando-se num abraço logo em seguida.
— Amo você, princesa. – Depositei um beijo em seu cabelo, no mesmo lugar em que a flor de seis anos antes enfeitara os fios pretos. – Para sempre.





FIM



Nota da autora: Olá, obrigada por chegar até aqui! Amei contar a história desse casal fofinho demais, com essa música linda que tem meu coração desde os primórdios dessa vida de ARMY. Será que os encontraremos mais vezes? Quem pegou as referências a The Promised Neverland vai ganhar um pirulito ;)
Nos vemos em breve.
Do meu coração pro seu,
Nimuë <3



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Nota da beta: Disse tudo o que eu gostaria na sessão de comentários, e acho que você, leitor, deve fazer o mesmo! Muito linda essa história, Nimuë, obrigada por compartilhar com a gente! beijos :*

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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