12. Paris In The Rain

Enviada em Março de 2021

Capítulo Único

Harry adorava França, contudo, Paris era uma cidade inesquecível em vários sentidos, e ele sempre recordava com carinho dos tempos de banda, onde ele e seus quatro melhores amigos dividiam quartos de hotéis bagunçados e pregavam peças nas pessoas da equipe por trás dos shows.

- O que houve? – Jeffrey pergunta enquanto caminha para a área de desembarque, esperando, na realidade, que não tivesse lotada de fãs como de costume. Azoff escolheu uma viagem noturna para despistar multidão e expor a saúde de todos.
- Eu lembrei da época da banda – Harry comenta sorridente. – O tanto que a gente aprontava. Acho que você ficaria com os cabelos em pé!
- Você já me deixa de cabelos em pé muitas vezes – o empresário comenta. – Ainda mais nessa nova turnê.

Harry sabia muito bem do que ele falava. Na primeira turnê solo, Styles estava começando a se entender e se descobrir como pessoa, e seu armário, apesar de chamativo, era discreto e não tinha tantas roupas que provocassem o ódio e preconceito das pessoas. Jeff sabia que ele não tinha culpa, sabia que o problema era da pessoa que visualizava aquilo de maneira errada, mas não conseguia controlar as dores de cabeça e crises de enxaqueca que sofria.
O celular do cantor apitou duas vezes. Uma era mensagem de sua mãe, pedindo para que ele trouxesse algum presente para ela e para a irmã; a outra, era de , sua pseudonamorada, apesar deles não terem especificado um relacionamento sério em nenhum momento.
é uma advogada, bem distante do meio social de Styles, e eles se conectaram de maneira quase que espontânea. Um amigo em comum os apresentou e não levou muito tempo para que as conversas que não tiveram na festa fosse parar em mensagens e convites para viagens secretas, onde eles apenas ficavam juntos em quartos de hotel aproveitando a companhia um do outro.
Ela lhe fazia um bem danado, ele precisava admitir para si mesmo isso. Apesar de ser três anos mais velha, nada os impede, a não ser aquela pequena frase que eles não falaram explicitamente, mas deixam claro em ações do dia a dia ou quando estão juntos. odeia azeitonas, o que faz com que Harry sempre peça pizzas sem azeitonas; Harry não come carne, então, nas pouquíssimas vezes em que saíram para jantar, era em algum restaurante vegano longe o suficiente da mídia, para que tivessem paz e pudessem desfrutar de suas presenças. Eles só não falaram ainda sobre o sentimento, mas, quem via de fora sabia que eles se gostavam e não iriam se afastar mais.
Era uma foto dela. Diferente das outras vezes, ela usava um roupão branco do hotel em que estava hospedada – e que ele também se hospedaria, com uma toalha na cabeça e alguma máscara facial que ela comprou na internet, segurando uma caneca de chá. Harry sabia que só tomava chá.
Depois de meses juntos, não via mais porque mandar fotos sensuais. Mas Harry ainda tinha algumas dela que ela havia lhe enviado. Hoje em dia é tão natural estarem na presença um do outro que eles nem se constrangem.

- A está horrorosa! – Jeff brinca ao olhar, por cima do ombro, a foto da mulher.
- Você não fala assim. Ela só está se cuidando! – Harry a defende, digitando uma mensagem avisando que o avião já havia pousado e que ele logo chegaria.

Sua única resposta foi que eles iriam assistir Brooklyn NINE NINE.
Por sorte, o aeroporto não estava tão movimentado. Um grupo de dez fãs estavam ali, e ele não hesitou em tirar fotos, sabendo que não poderia acontecer nada. Conversou com algumas e saiu de lá vinte minutos atrasado, recebendo um olhar feio do seu agente e amigo.
O motorista contratado levou todos para o hotel. Harry não parou para fazer o check-in, como era de costume, e logo seguiu para o elevador, parando no nono andar, onde seria seu quarto e o de .
Quando ele abriu a porta, a mulher saltou da cama. Ele a observou de perto, tentando suprir a saudade que sentia dela nessas últimas duas semanas.
O britânico havia se acostumado com a ausência física de suas antigas namoradas, por conta da carreira em ascensão. Mas, estar longe de era doloroso. Ele odiava aquilo. Queria poder levá-la para todos os shows e ter sua companhia, mas sabia que ela negaria, afinal, ela também tem sua própria carreira. Uma que Harry se orgulhava, inclusive. Mais do que ele poderia admitir em palavras.
Ela era linda. Os cabelos cacheados que desciam como molas e emolduravam seu rosto, deixando seu sorriso ainda mais bonito; os olhos eram como pedras preciosas e brilhantes, com um brilho inexplicável; e seu corpo parecia ser esculpido por Michelangelo, uma obra divina que ele não cansava de ver e de explorar, com tanta adoração e devoção, quase tal como um homem religioso.

- Você demorou – ela reclama. – Foi atender aos fãs?
- Eram poucos – ele comenta sorridente.

Ele puxou sua cintura com uma mão, fazendo seus corpos se chocarem. Era como se cada pedaço de pele pedisse por aquilo; aquele aperto; aquele aconchego. A pele de era quente, tão cheirosa quanto lírios e sabonete, um perfume que ele aprendeu a adorar desde que a conheceu.
Para , o cheiro de Harry lembrava baunilha, um cheiro gostoso demais para ser apreciado só por ela, mas que ela aceitava de bom grado.
Eles se beijaram e foi quase como uma festa. Não havia guerra entre suas línguas, era um beijo tranquilo, com uma saudade de semanas e com o alívio de um reencontro.

- Eu estava com tanta saudade – Harry resmunga enquanto beija sua bochecha. – Muita saudade mesmo!
- Eu sei, pois eu também estava – ela lhe respondeu. – E deixou bem explícito por mensagem ontem.

Harry sorriu maliciosamente. Deu um último selinho antes de colocar sua mala no chão do quarto e ir para o banheiro tomar um banho. O convite poderia ser estendido, mas ele estava cansado demais para bancar o romântico. Ele só queria relaxar os músculos um pouco.

- Eu vou pedir serviço de quarto enquanto você toma banho! – avisa.

Harry não demorou no banho e, quando voltou para o quarto, estava separando os pratos.
v- Eu poderia propor de termos uma noite de sexo – Harry sugere em meio a um sorriso. – Mas estamos cansados demais, não é? Outro dia, quem sabe.
- Definitivamente outro dia! – ela responde enquanto ri.

Eles jantaram enquanto assistiam ao seriado. Na verdade, Peralta e Santiago os assistiam, já que eles não conseguiam ficar muito longe um do outro sem trocar olhares intensos e beijos deliciosos. Mas, foi aquilo. Amassos de uma madrugada de domingo.
Eles dormiram maior parte da manhã, despreocupados com o horário do café ou com o olhar atravessado de Jeffrey quando eles apareceram, dez da manhã, no restaurante do hotel.

- A cara de vocês entrega que vocês transaram a noite toda! – Sarah exclama enquanto morde um pedaço do seu croissant. – Isso sim é um bom dia.
- Você está errada, querida Sarah – fala enquanto beija a bochecha da baterista. – Nós assistimos série e dormimos. Fazer sexo a noite inteira é muito início de relacionamento.
- Então temos aqui um relacionamento? – Adam questiona com um sorriso sugestivo.

Ambos ficaram com as bochechas vermelhas, e montaram seus pratos na mesa do buffet.

- O que falta para eles dois admitirem o que sentem? – Charlotte pergunta em resmungo. – É tão nítido que o Harry lamberia o chão por onde ela pisa!
- Sim, mas ele não quer admitir isso – Mitch comenta pela primeira vez. – Ele sabe como é complicado, para ele, colocar em público um relacionamento. Harry tem medo de fazer isso e perder mais uma namorada.
- Não adianta falarmos sobre idade, algumas fãs têm problema de possessividade e não quer que ele se relacione com ninguém... – Jeffrey comenta. – Por que acham que o Niall esconde a namorada? Sabe que as fãs atacam! E eles não suportam.

sentou entre Harry e Sarah. Conversaram sobre o show do dia seguinte e sobre a ansiedade para o fim da turnê europeia e a ida para a América do Norte.

- Eu amei performar na América do Sul, principalmente no Brasil – Sarah comenta com um sorriso, lembrando dos shows que fizeram em 2018. – Lá as fãs são dedicadas, e gritaram mais por mim do que para o narcisista aí.
- Ei! – Harry protesta. – Eu não sou narcisista.
- Ah, é sim! – riu da careta que o cantor fez, e lhe deu um selinho, apertando suas bochechas. – Ok, ok. Não está mais aqui quem falou isso.
- Acho bom! – Harry sorriu, passando um braço por cima de seus ombros.

se sentiu em casa, finalmente.
Eles ficaram conversando por mais algum tempo, até perceber que precisavam se apressar para conhecer alguns pontos de Paris antes da passagem de som. Harry e incluíram uma visita ao Louvre, enquanto Sarah queria conhecer a Catedral de Notre Dame.

- Eu achei que vocês não fossem descer nunca – Adam reclama assim que Mitch e Sarah aparecem no saguão.
- Larga de ser um velho reclamão – Sarah responde. – Você sabe quanto tempo demora para arrumar o cabelo do seu amigo?
- Ah, o meu cabelo é o problema agora? – o guitarrista pergunta ofendido.
- Claro! – Sarah sorri. – Mas não corta não, por favor.
- Vocês são esquisitos – comenta enquanto segura a mão de Harry.
- Muitos anos de relacionamento – Mitch balança os ombros. – Quando chegar na vez de vocês, irão saber do que eu falo.

Harry não respondeu, se limitando apenas a balançar os ombros enquanto caminhava para a parte de trás do hotel, despistando de fãs que cantavam Sunflower do lado de fora em plenos pulmões.

- Jeff não vai nos acompanhar hoje? – Charlotte questiona assim que vê o carro que os levaria estacionado na calçada.
- Não, ele tá resolvendo algum problema – Harry balançou os ombros. – Ele não me explicou direito, mas pediu para termos juízo.
- O que nós poderíamos fazer de forma não ajuizada com você? – pergunta, ajeitando os cachos que estavam em sua testa.
- Você quer que eu te responda mesmo essa pergunta? – Styles mordeu o lábio inferior. – Pra você eu tenho muitas ideias.
- Meu Deus, vocês são nojentos! – Adam faz cara de nojo. – Eu estou ouvindo tudo.

estirou a língua para o baixista, que retribuiu. O primeiro lugar que visitaram foi a Catedral, onde Harry tirou diversas fotos de em todas as poses possíveis. Em algumas, ela dava um sorriso largo; em outras, ela olhava para as artes em seu teto, tão concentrada que nem percebia que era fotografada pelo astro. Ele nem mesmo conseguiu esconder a felicidade e colocou uma foto como seu papel de parede.

- Que foto é essa? – ela pergunta enquanto eles caminham para fora da basílica.
- Eu tirei – ele responde. – E virou meu papel de parede.
- Eu queria ter tirado uma foto sua para colocar como papel de parede também – lamenta.
- Eu sempre sou o cara que tem todas as câmeras viradas para mim – Styles comenta. – Deixe, uma vez, eu ser o cara que vira a câmera para outras pessoas. Ou só pra você.

sorriu, contendo a vontade de beijar o astro ali mesmo, na calçada, onde muitas pessoas poderiam ver. Ela não conseguia entender como havia tirado a sorte tão grande de ter Harry com ela.
O segundo lugar foi o museu do Louvre, onde eles tiveram muito menos liberdade. Harry havia sido reconhecido por uma adolescente que visitava o local, mas, diferente das outras vezes, ele não teve seu passeio interrompido. Ela apenas o cumprimentou a distância, contente por poder ver o cantor, mesmo sem pedir uma foto ou um autógrafo.

- Essa obra vale milhões e é menor que todas expostas aqui – Sarah comenta enquanto olha para a pintura de Monalisa. – Acho isso um absurdo! Ele deveria ter feito maior, não acha?
- Vai no túmulo do Da Vinci reclamar então – Adam brinca. – Ele vai anotar sua reclamação com toda certeza.
- Nossa, você é mesmo um engraçadinho! – a mulher responde enquanto rola os olhos.
- Se o Harry fizesse essa piada, todos iriam rir – o baixista reclama.
- O Harry é nosso patrão. Você paga nossos salários? – Charlotte pergunta. – Não. Então, cala a boca.
- Mas vocês não tiram meu nome da boca de vocês – Styles comenta. – Mentalidade de crianças de dez anos.
- Falou o que usa cueca do ursinhos carinhosos – Mitch comenta, rindo da careta do amigo. – já viu?
- Sim, foi naquele momento em que pensei “Harry Styles não é isso tudo que falam nas revistas” – a negra comenta entre risos.

Harry não retrucou, apenas cruzou o braço e observou a advogada. Ela sorriu e, olhando ao redor antes de fazer isso, deu um selinho no cantor.

- Eu detesto ter que pensar muito antes de te beijar – Harry resmunga. – Todo mundo já desconfia do tanto que a gente aparece junto, mas mesmo assim ainda temos tanta coisa pra nos esconder.
- Eu não quero ser escondida, Harry – responde. – Eu faço terapia se for necessário, mas eu quero assumir o que quer que isso que temos seja.

O rosto de Harry parecia ter se iluminado. Ele riu e segurou a mão da mulher, tentando não gritar para todos que estavam ali que ele gostava dela.
Não, que ele estava apaixonado por ela. Gostar era pouco, perto da dimensão de seus sentimentos e das sensações que ela causa. Ele queria ser tudo que ela almejava em um relacionamento sério. E, se ela estava tão pronta quanto ele, não havia motivo para postergar.

- Eu quero namorar com você – Harry falou repentinamente. – Eu estou te pedindo em namoro em frente à Monalisa, uma das obras mais famosas do mundo, para todos os nossos amigos. Você aceita namorar comigo, ?

A negra sorriu e concordou com a cabeça. Logo eles se beijaram, ouvindo aplausos de todos os amigos e mais pessoas ao redor, que pararam para assistir aquela cena, deixando encabulada.

- Eu vou ser a madrinha do casório! – Sarah exclama quando eles se largam, minutos depois.
- Sarah, eles só têm cinco minutos de namoro oficial – Adam comenta. – Você pode se controlar um pouco?
- Sim, eu sei. Mas eu quero garantir meu lugar no grande dia – a baterista sorriu. – Eu não falo nada, mas você acha que vai demorar até esses dois se casarem?

E tanto Harry quanto se encararam, sabendo a resposta. Não, não demoraria até que eles fossem para o altar.




Fim.



Nota da autora: Sem nota.



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