12. While Listening To Rock & Roll

Finalizada em: 19/01/2018

Capítulo 1

Califórnia, 1997


— Eu já disse para você ser sincero em relação a “nós”, se somos um fardo para você — ela apontou em direção a si mesma e depois para o quarto da garotinha — seria bem menos covarde da sua parte deixar tudo a limpo — a mulher gritava com o homem a sua frente, que carregava a expressão de pura impaciência em si.
— Não me enche, Jenni — ele passou as mãos nos cabelos, nervoso, e soltou um longo suspiro tomando em seguida mais um gole de sua cerveja.

A garotinha observava toda a cena através da fresta da porta de seu quarto, enquanto a mãe gritava mais e mais palavras, sendo a maioria cujo a pequena nem mesmo entendia, mas ela conhecia as intenções da mãe, sabia que não eram boas, ela costumava observar as formas da mais velha agir, sabia quando a mãe estava brava, sabia quando estava triste, quando estava com raiva e também quando ela dizia algo significativo, sendo bom ou não.

— Eu deveria nunca ter casado com você — ela gritou, por fim, e um silêncio enorme se instalou por todo o apartamento — paixão estúpida de adolescente, hormônios estúpidos.
— Se você não queria ter se casado, não deveria nem mesmo ter aparecido naquele maldito estacionamento — ele gritou de volta, dessa vez seu dedo indicador estava apontado para a mãe da garotinha — não deveria ter me beijado, não deveria ter aceitado meu pedido de casamento, não deveria ter vindo morar comigo, não deveria ter casado comigo e, principalmente, não deveria ter tido àquela criança, você realmente deveria ter considerado quando pensou em abortá-la.
— É, realmente, eu deveria tê-la abortado, eu deveria ter pensado antes de criar mais algum vínculo com você — a mulher respirou fundo e riu irônica — mas eu não posso mais voltar atrás, não é? — ela riu mais uma vez, abafado — Então, o máximo que eu posso fazer é garantir que no futuro dela, ela não encontre alguém como você. A garotinha então andou até sua cama e se deitou, fechou os olhos e tentou ignorar os gritos que continuavam noite adentro. Ela não sabia o significado de sequer de metade das palavras, mas sabia que, dali para frente, as coisas não iriam ser boas apenas pela forma que o pai havia falado. Ela se culpava, achava que a culpa da briga fora porque ela pediu para que os dois a levassem ao parque, os dois juntos. Ela havia contado de todas as vezes que via seus amiguinhos com os dois pais, e ela nunca havia ido com ambos, e não entendia o porquê daquilo. O quão triste seria se ela realmente entendesse o sentido de todas as palavras?


Califórnia, 2017 - Lado Sul

? — o doutor disse entrando em um dos quartos, procurando por sua pupila — finalmente a encontrei, por onde você andava?
— Oh, me desculpe, eu visitei a ala norte hoje e me atrasei para vir para a ala leste — ela sorriu ao mais velho, que coçou sua barba e balançou a cabeça em negação.
— Você não tem jeito! — ele riu — vá, tire o dia de descanso, amanhã iremos à ala sul, será seu dia com as crianças e eu vou estar junto — ele piscou para ela e sorriu — vá fazer uma surpresa a Bruce hoje. — sorriu amarelo para ele.
— Mas eu ainda tenho 4 horas de turno, doutor — retorquiu, seu sentimento era bom quando estava no hospital, sentia que algo dentro dela era preenchido de alguma forma.
— Não discuta comigo — ele disse calmamente — Você precisa de um tempinho, apenas vá.
— Sim, senhor! — ela sorriu e o mais velho fez o mesmo, em seguida colocou as mãos nos ombros da garota amigavelmente, ele a tratava como uma filha, já havia dito isso a ela, ele acreditava que a jovem teria um futuro brilhante. Assim que viu o mais velho dar as costas para sair, o esperou virar o corredor à frente para que fosse relutantemente ao quartinho onde dormia pela manhã nos dias de turno, normalmente ela sempre deixava ali algumas peças de roupas, afinal, aquela mais parecia sua primeira casa.

— Ouvi dizer que você vai se ausentar por um dia inteiro — , a enfermeira chefe, disse entrando no local enquanto tirava seu jaleco — Por Deus, que esse hospital não pegue fogo — ela disse rindo.
— Cuide para que isso não aconteça, já que recebi essa folga, vou terminar alguns assuntos — ela respirou fundo e riu de canto — Vou tirar o dia para terminar com Bruce, eu sei que vai ser algo complicado — ela fez uma pausa e riu de canto mais uma vez — para ele.
— Você é muito fria — a enfermeira comentou — como consegue? E ainda com aquele homem? — a mulher riu e revirou os olhos — Eu faria um estrago com ele.
— Quando eu digo que você precisa se controlar… Não é brincadeira, — ela riu — eu tenho meus motivos para ser assim e tenho mais motivos ainda para terminar com ele.
— Eu não acredito em você — ele bufou para a mais nova — você sempre foge, eu acho que em cinco anos que a conheço, ele foi o relacionamento mais longo que você teve até então.
— Isso não é verdade! — comentou — Eu apenas tenho meus motivos, , não importa o cargo dele na empresa, não importa o quão importante ele seja, apenas tenho meus motivos — A mais nova terminou de se arrumar e fechou seu armário com certa força — Eu gosto dos meus assuntos resolvidos. Isso não passa de hoje.
— A vida é sua mesmo — deu de ombros — Mas se vai fazer, faça com estilo — ela riu e colocou as mãos sobre os dois ombros da mais nova — Não é tão fácil terminar um noivado com um ricasso como aquele e, ainda por cima, tão gosto… Ops — ela sorriu amarelo para a amiga — Pegue aquele vestido azul que você quase nunca usa — enquanto saia do quarto, a seguia enquanto dizia as diversas formas dela acabar com aquele noivado estúpido — Imagina que engraçado, ah — ela fez uma pausa dramática — E se você quiser, sair para beber mais tarde, afogar as mágoas ou seja lá como chamam quando você só quer encher a cara, mesmo. — ambas riram — Já sabe que estaremos no McLouth.
— Eu não vou precisar — ela disse naturalmente — Quem sabe, se minha caminhada terminar mais cedo eu posso até aparecer por lá — ela deu de ombros e piscou para a mais velha.

A única coisa boa que havia dito naquela conversa foi sobre o vestido, sabia que não podia aparecer de qualquer forma para acabar com um relacionamento de três anos, sendo um noivado há dois, maldita vida acomodada.


Flashback: última Sexta-Feira.

— Seu turno hoje vai até as duas da tarde — informou a — Como você fez o turno da noite e não estamos com tantos pacientes assim, o chefe mandou te liberar mais cedo dessa vez — continuou — Sem contar que você anda trabalhando muito, não a vejo nem mesmo estudando mais — A mais velha comentou em tom penoso — Hoje você vai descansar, vai tirar um dia para compras ou visitar o bonitão do Bruce. Vai viver um pouco, menina, você só tem vinte e três anos, não setenta! — Brincou.
— Tudo bem! — disse revirando os olhos — não precisava de todo esse discurso.
— Anda logo e vê se não demora ou eu chuto a sua bunda para fora desse hospital — disse em tom de autoridade, porém rindo.
— Ok! — sabia que as ordens não eram dela mesma, e sim, vinham de doutor Phill, aquele homem cuidava dela como a própria filha desde que a mesma entrará para residência no hospital. Então depois de se arrumar, ela saiu rumo à empresa do noivo, sabia que ele iria gostar da surpresa e, provavelmente, também tiraria o dia de folga para aproveitar sua amada, mal sabia, naquele momento que ele nem mesmo ligava.


— Olá Diane — acenou e sorriu para a secretaria ao entrar no prédio — Bruce está no escritório?
— Senhorita , há quanto tempo não a vejo! Ele está sim, quer ser anunciada? — ela perguntou simpática.
— Será que está tudo bem para você que eu faça uma surpresinha? — a mais nova sorriu feliz — mas apenas se não for prejudicá-la — acrescentou.
— Não irá! — ela disse prontamente— Ele vai adorar recebê-la.
— Então eu vou subindo, tudo bem? — sorriu agradecida — e mande beijos a sua mãe por mim — a garota disse antes de desaparecer pelo corredor, seus saltos batiam contra o chão de forma suave e graciosa, ela nem mesmo parecia se incomodar com a dor que antes sentia neles, a mesma seguiu em direção às escadas cumprimentando as pessoas em seu caminho, ali todos gostavam muito da moça, ela sempre se mostrou muito simpática e alegre. Algumas pessoas dizem por aí que aqueles que demonstram muito sua felicidade sofrem pelas costas. Elas não têm nada menos do que a pura razão.
— Eu adorei o jantar de ontem, Bruce — ouviu uma voz feminina em tom manhoso sair da sala do noivo — vamos repetir hoje?— Ela se aproximou silenciosamente e aguardou.
— Ótimo que consegui te satisfazer, você foi como uma leoa com fome — ele dizia com pura malícia em sua voz e aquilo fez com que o estômago de revirasse.
— Nós vamos repetir? — ela perguntou mais uma vez e seu tom era o mesmo que o do homem.
— Claro! — ela pode sentir que ele sorria maliciosamente para a mulher com quem falava, ela escutou tudo e teve tanto nojo que nem mesmo sabia o que fazer naquele momento — eu te ligo. — Com essas últimas palavras a mulher depositou um beijo no canto de sua boca e pode ouvir o som do salto se aproximando, escondeu-se em um canto qualquer e logo viu a loira sair rebolando. A mulher tentava processar tudo que havia escutado, mas tudo o que conseguia pensar era nas maiores ofensas para o noivo: "traidor”, “nojento” e “ele é igual a todos”, eram as únicas coisas que se passavam por sua cabeça, sua cabeça também dizia para que ela ou saísse daquele prédio o mais rápido possível ou que ela o enfrentasse ali mesmo, mas seus músculos congelaram, não faziam nenhum e nem o outro, eles simplesmente fixaram-se no lugar e ela não se movia de jeito algum.
— O que isso cara? Você realmente resolveu levar essa loucura para frente? Desistiu da sua escolhida? — Ainda no mesmo lugar, ouviu a voz familiar do melhor amigo de Bruce preencher o ambiente, agora com a porta da sala aberta, podia ver o que acontecia dentro do escritório.
— Eu, simplesmente, entendi que tenho um gosto peculiar — Bruce disse, deixando uma risada no canto da boca — é peculiar, ela sabe ser mulher, mas não sabe ser igual a ela — o homem apontou para o topo das escadas — então, de alguma forma, eu tenho que me aliviar, certo? — Ela apenas sentiu a queimação no estômago e o nojo do cara que ela poderia ter se casado um dia.

Flashback off


Califórnia, 2017 Lado Norte

— Cara você vai aparecer no Mike hoje? — o homem de cabelos loiros se aproximou do outro se encostando à moto preta que estava estacionada na lateral do bar enquanto fumava seu cigarro.
— Eu não sei, , eu tenho que resolver umas paradas — o de cabelos escuros respondeu sem tirar seus olhos do celular.
— Qual é, ! Já faz um mês que você está fugindo de nós — contestou e o corpo do outro se enrijeceu.
— Eu já disse que estou ocupado, não posso ir, não vou, simples assim! — respondeu continuando com seus olhos vidrados no celular.
— Mentira, todo mundo está sabendo que você está fugindo da Becky e do Bernard — o loiro revirou os olhos e balançou a cabeça em desaprovação — Você tem que parar com isso, tem que saber ignorar aqueles dois.
— Muito fácil para você falar tudo isso — riu de canto, seus olhos ainda estavam voltados para o celular, mas seus dedos não estavam mais em movimento, sua respiração já demonstrava um certo descompasso, mas ele se conteve — Vou indo nessa, cara, nos vemos por aí.
— Você não pode continuar assim, , aprenda a lidar com tudo isso, afinal, ele continua sendo seu amigo, não é? — o loiro riu ironicamente — ou você aprende a revidar e soca a cara dele de uma vez ou volta a ser a mesma pessoa de antes, cara — se afastou indo para dentro do bar mais uma vez, mas antes parou no meio do caminho e voltou para perto do moreno, acrescentando: — Eu sugiro a opção um ou dois — piscou para o amigo, que a essa altura já o olhava e sorria cúmplice.
— Vou aderir isso — respondeu — e quando isso acontecer, você vai ser o primeiro a saber.


Flashback: Último mês

Enquanto falava com sua irmã ao telefone e procurava a chave de casa. Assim que encontrou e a abriu, se despediu da irmã e procurou não fazer nenhum barulho, não queria acordar Becky, pois sabia que há essa hora, ela estaria descansando. Ele queria, de qualquer forma, fazer uma surpresa para a garota, já que chegara mais cedo da viagem.
nunca pensou que seu coração pudesse se quebrar em tantos pedaços, mas assim que pisou os pés na sala e trancou a porta, ouviu aqueles ruídos. Ruídos esses que ele conhecia bem, mais especificamente, os gemidos da mulher que amava. E ele descobriu que era possível sim, seu coração despedaçar. Seu corpo congelou e não conseguia se mover, sequer ouvia mais som algum.
Quando, finalmente, descongelou, soube que tinha que tirar aquilo a limpo, tinha que saber de tudo, e quando se aproximou do seu quarto, ouviu a voz dela.

— Você sabe que temos que resolver isso com , não sabe? — ouviu Becky dizer.
— Eu sei, amor — jamais pensara que a situação poderia piorar, que seu coração pudesse doer ainda mais, mas a voz que respondeu podia ser reconhecida por ele até debaixo d’água. A voz de Bernard, seu melhor amigo desde que se lembrava, lhe era irreconhecível.

O homem encostou-se na parede tentando assimilar a situação e respirou fundo ao ouvir Bernard continuar:

— Ele vai ficar possesso se souber disso, você sabe que eu e ele somos amigos desde sempre, eu não vou conseguir resolver isso do dia para a noite, eu não posso fazer isso com ele.
— Amor, nós já estamos nessa há mais de um ano — a mulher fez uma voz manhosa e enjoativa — Nós precisamos deixar ele a par dessa situação, eu não aguento mais esconder tudo isso. — suspirou e tomou coragem, abriu com lentidão a porta do quarto e pode ter uma visão que nunca gostaria de ter tido. Ali, naquele momento, ele viu seu melhor amigo e sua namorada juntos, na cama em que ele tanto havia cansado de fazer declarações para a mesma.
— ORA, ORA — Falou alto e ironicamente — Vejam só se não é o casal do ano! — Becky o olhou assustada, e instantaneamente cobriu-se com o lençol e levou a mão aos lábios com os olhos cheios de lágrimas. riu irônico e bateu palmas para eles.
, cara, me escuta… — Bernard havia se levantado e andava de cueca em direção ao melhor amigo.
— Cala a boca. — Urrou para ele. Bernard se aproximou e encostou no braço do amigo. — Não encosta em mim! — Bernard se afastou
, calma…
— Calma? — perguntou irônico — Ela era minha namorada, porra!
— o outro se aproximou — me escuta… a gente se ama, cara. Me desculpa.

O homem respirou fundo com a facada que levou no peito. Ele não soube como chegou a essa reação, e como tudo aconteceu, mas num flash tinha ido parar em cima de Bernard, seu punho doía e o nariz dele sangrava. ouvia a voz de Becky gritando ao fundo, bem distante, mas não fazia ideia do que ela dizia. Ele encarou seu melhor amigo ali no chão e não o reconheceu. Olhou para suas próprias mãos e se perguntou quem era a si mesmo. Desnorteado, se levantou, pegou novamente a mala que levara para a viagem e saiu.

Flashback off


Califórnia 2017, Lado Sul

— Eu quero saber o por quê?! — Bruce bateu as mãos na mesa furioso e mexeu em seus cabelos demonstrando seu nervosismo.
— Porque eu quero — ela respondeu simplesmente — eu já disse a você, quando eu me canso, não tem outra forma a não ser aceitar — ela disse sem humor, olhando para ele.
— Você não decide as coisas sozinha nesse relacionamento — ele disse nervoso.
— Como se isso fosse realmente um relacionamento — ela riu irônica e direcionou seu olhar a ele — Eu não quero mais falar disso, então estou saindo primeiro e, pelo amor que você tem por vadias, não venha atrás de mim — ela implorou e deixou sua descoberta no ar, isso o chocou e ele definitivamente não a seguiu, dessa vez, ela sabia que em um próximo encontro, mesmo que casualmente, as coisas não seriam fáceis.


Depois de dois dias, havia desencanado de tudo, por mais que gostasse de Bruce, ela tinha algo dentro dela que não era comum, mas de qualquer forma a protegia. No momento em que se sentisse “ameaçada” ou que alguém estaria tentando passar a barreira que ela havia em seu coração e fazia com que ela escondesse quem era de verdade, ela o cortava, ela cortava todo e qualquer tipo de sentimento que poderia ter. Ela cortava esse sentimento que poderia levá-la a mudar por alguém, ela era meio descrente que poderia encontrar uma pessoa que realmente pudesse fazer com que ela mudasse? Sim! Mas ela gostava de imaginar que poderia ter alguém assim no mundo, só seria difícil de achar. Isso vinha de dentro dela desde que a mesma era muito pequena, de quando veio o mais puro entendimento de que a mãe e o pai não eram feitos para estar juntos, mas isso acabou acontecendo e a gerando.

— Escute, eu vou buscar as coisas no bar hoje — falava pelo telefone enquanto terminava de se arrumar para partir ao hospital — Eu vou fazer minha corrida e vou passar pelo bar, logo em seguida, então não esqueça de levar as coisas — lembrou para a pessoa do outro lado da linha — Aproveita e deixa meu jantar pronto também — ela disse novamente — você vai me deixar passar fome? Que amiga você, huh? — ela riu abafado e fechou o último botão restava ser abotoado — preciso ir, mais tarde nos falamos, mande um beijo aos seus avós, diz que espero vê-los hoje.

A garota então saiu pela porta do apartamento e sorriu ao olhar para a plantinha ali em sua porta, que antes estava seca e com apenas os cuidados vindos dela, resistiu e sobreviveu. nunca fora muito atenta com as coisas que deveria cuidar, por isso não tinha mais animais de estimação com ela, apesar de sentir falta.


Flashback: Continuamos em 1997

— Você vai deixar essa bola de pelos aqui, ela é minha, de qualquer forma — o homem mal humorado disse assim que viu a mulher se abaixar parar colocar a coleira no cachorro da família.
— Você vai fazer até isso? — a mulher respondeu irritada — Você realmente vai descer a esse nível?
— Se você continuar — ele coçou a cabeça e olhou para ela diretamente — sim, eu vou!
— Eu vou sair com ela daqui e você nunca — ela respirou fundo, mas seus olhos se encontravam cheio de lágrimas, então ela tentava controlar um soluço de choro que viria em breve — Nunca mais vai ver nenhuma de nós duas.

A mulher juntou suas coisas e saiu andando com a garotinha em seus braços, que estava sem entender nada, deixando muitas coisas para trás como brinquedos, algumas roupas e o seu cachorro. Ela ajeitou a menininha no carro com as poucas coisas que juntou, fechou a porta e passou depressa para o lado do motorista logo se sentando, parou, respirou fundo e disse a ela:

— Não se preocupe — a mãe olhou para a garotinha — nada disso vai se passar com você, eu não vou deixar. — a pequena sem entender nada do que a mãe dizia, aliás, sem entender aquela situação toda olhou para o vidro de trás. Assim que a mãe ligou o motor do carro e a pequena se inteirou da falta do cachorrinho, chorava e pedia por ele, olhando pelo vidro de trás, mas agora em busca de vê-lo. E nunca mais o viu, nem ele e, muito menos, o pai.

Flashback off


Califórnia 2017, Lado Norte

“Eu diria, se o destino fosse algo fácil de entender, eu, até mesmo, tentaria explicá-lo, mas você já viu alguma vez alguém explicando como o destino funciona? Se até hoje não explicam como o amor acontece, quem dirá explicar que o destino traz o amor. Minhas sinceras desculpas à ciência, mas algumas coisas não podem ser explicadas e nem mesmo entendidas, apenas acontecem.”
De um lado vinha ele.

Seu rosto demonstrava nervosismo, raiva, o que fosse, pelo menos ele estava se expressando, havia guardado tudo para ele por tanto tempo que precisava de toda essa adrenalina. Ele ajeitou sua jaqueta e percorreu a mão pela extensão de seu pescoço, pegou o celular do bolso e discou o número de , seu amigo, aliás, a única pessoa importante que até então não havia o traído ou decepcionado.

— Eu vou resolver toda essa situação hoje! — disse para o amigo que estava do outro lado da linha — Ele me traiu, , ela me traiu, eles foram uns filhos de uma… Ah, maldição! Pensar nisso só me faz querer socar a cara dele ainda mais — ele disse nervoso, seus passos eram rápidos e ele queria chegar até onde os amigos e inimigos se encontravam, ele já não aguentava mais saber o quanto aquilo o deixava louco, por mais que ele a odiasse agora, pensar que ela estaria sorrindo para aquele que era seu melhor amigo da forma que fazia para ele, que estaria o abraçando e beijando e sendo de Bernard, até mesmo quando ela ainda estava com ele… não era tão fácil assim de ser esquecido. Fora uma traição vinda de duas partes importantes, ou melhor, que ele achava ser importante na vida dele.

De outro lado vinha ela.

Carregava consigo o capuz pela cabeça e suas roupas preferidas de caminhada, todas as vezes que saia para sua caminhada, fazia questão de colocar suas calças confortáveis, seu tênis de corrida e nada tirava dela o blusão com um capuz enorme, sem contar que sua corrida só era bem sucedida se ela estivesse com seus preciosos fones de ouvido.

— Eu já sei, Lena — ela disse prontamente assim que atendeu a ligação — Eu estou indo, não esquece meu jantar! — A garota disse para a amiga, Helena era sua amiga desde que ela decidira fazer faculdade de medicina na Califórnia, ela foi a primeira pessoa que ela conheceu assim que chegou, o que causou uma aproximação inesperada. apertou os passos em direção ao bar, ela não morava perto do mesmo, mas já havia feito aquele trajeto tantas vezes sem um carro que nem mesmo se importava mais com a longa caminhada.

Ele saiu do carro e entrou no local decidido a fazer com que aquela história toda acabasse, o deixando por cima, afinal, a vítima havia sido ele. Mas inesperadamente, assim que avistou Bernard e Becky sorrindo um para o outro, de mãos dadas e provavelmente rindo de alguma besteira dita por um dos amigos presentes, ele desistiu, ele sabia que aquilo não o levaria em absolutamente nada, então apenas se virou e saiu pela porta do local que havia passado há alguns segundos. Sua respiração estava tão descompassada que ele nem mesmo conseguia tomar o controle dos próprios pulmões. Foi aí que ele a viu passar, capturando mais um pouco de seu fôlego. Enquanto ele saia, ela entrava, seu rosto era visto com dificuldade, mas o desenho de sua boca e o contorno de seu rosto eram tão bonitos e chamativos, que ele duvidou serem reais. Ele a seguiu com o olhar, mas a perdeu de vista assim que ela definitivamente entrou no local, sua visão foi logo direcionada ao casal sentado na mesa em sua direita e seus olhos foram pegos de surpresa assim que encontraram mais dois pares de olhos curiosos em cima de si.

— Droga! — resmungou e se virou rapidamente para que pudesse fingir não ter os visto. Logo que se virou, pôde escutar outro resmungo vindo da garota que havia visto alguns segundos atrás entrando pela porta do bar e por algum motivo havia retornado.
— Merda! — foi o que ela disse olhando para o outro lado da rua, onde avistava Bruce, que a reconheceu assim que bateu os olhos naquele blusão preto saindo do restaurante e subitamente se guiando em direção a ela.

Ela se virou tentando fingir também que não o havia visto, mas sem sucesso, atravessando a rua ele já a chamava audivelmente.
Ela olhou o rapaz que se encontrava na calçada a olhando e de súbito teve uma ideia:

— Escuta — disse olhando para o rosto de — você está de carro? — o olhou com certo desespero, afinal, seu ex se aproximava e ela não estava a fim de lidar com ele neste momento.

Assim que ele ia responder, os dois puderam ouvir o nome do homem ser chamado pelo grupo de amigos dentro do bar e, principalmente, o casal que o encarava com certa pena nos olhos e ele odiava isso, odiava ver que as pessoas sentiam pena dele. E como se já não fosse o suficiente vê-los assim, eles o chamaram, ele olhou e viu que um dos amigos juntamente com Becky se aproximava, olhou para também com certo desespero e logo em seguida a respondeu.

— Preto, três carros para frente — ele apontou para a direta com a cabeça em direção onde o carro se encontrava.

Ambos foram em direção ao carro juntos, Bruce tentou alcançá-la, mas foi impossível, pois assim que se aproximou, fechou a porta do carro com força, apenas o ignorando, já da parte de , ele apenas ignorou as vozes que o chamavam e ligou o carro calmamente enquanto Bruce batia no vidro chamando por .

— Eu realmente espero que você não seja uma assassina e esteja fugindo daquele cara e ele seja da polícia — brincou quando chegava ao fim da rua.
— Tá mais pra um ex namorado maluco mesmo! — respondeu a brincadeira — Mas se ele continuar assim, essa possibilidade pode se tornar real em breve. — Ambos riram — Será que tem como você me levar para algum outro bar onde eu possa encher a cara e terminar o dia sem dignidade nenhuma? — ela completou enquanto eles viravam a próxima esquina.
— Eu acho que nós dois precisamos disso — ele concordou — Sou — ele se apresentou ainda com seus olhos presos no trânsito a sua frente.
— ela devolveu o comprimento, então ambos ficaram em silêncio, ela encostou a cabeça no vidro do carro, observando a rua, afinal, toda aquela situação era estranha, estava no carro de um completo estranho e já havia conversado e até trocado piadinhas com o mesmo. Situação essa que não durou por muito tempo, pois alguns minutos depois já estavam conversando animadamente sobre coisas aleatórias.
— O que aconteceu com essa droga de cidade em que todos os bares que passamos ou estão com super lotação e insuportáveis, até mesmo no cheiro, ou estão fechados? — batia as mãos nervosamente no volante — que droga!
— É o poder do azar! — ela soltou — por que não compramos umas garrafas da bebida mais forte que existe e vamos para o CarPark?
— Fechado! — ele respondeu procurando um local onde poderiam comprar as bebidas encontrando logo em seguida um pouco mais à frente de onde estavam. Nesse tempo, o celular da garota tocou estridente e insuportável fazendo com que ela tirasse a atenção do homem e focasse no chamador.
— Eu vou lá comprar! Me espera aqui! — Ele disse saindo do carro, ela assentiu e se voltou para o celular.
— Oi! — ela atendeu ao telefone nervosa, afinal, não era uma das ligações mais desejadas naquele momento.
— Por que você não atende as minhas ligações? Já faz uma semana que estou tentando falar com você! — a outra voz a repreendeu firmemente.
— Porque eu simplesmente não queria falar com você! — respondeu petulante.
— Bruce está me ligando desesperado por você de dez em dez minutos, — ela foi rude ao dizer tais informações — você estragou tudo mais uma vez?
— Mãe, por favor! — suplicou já não aguentando mais — eu não sou você!
— Você sempre estraga tudo, você sabe, não é? — a mãe da garota disse sendo mais rude ainda — você estragou até mesmo o meu casamento — a mais velha completou dizendo baixo, mas audível.
— Me desculpe, mas eu, definitivamente, nunca pedi para você lidar com a minha vida, muito menos pedi pra nascer! — a garota já estava cansada de sempre ouvir as mesma acusações da mãe, ela dizia que não poderia ser igual a ela e que teria que se casar com Bruce porque ele era o cara certo. Mas sabia o quanto a mãe era ambiciosa, ou melhor, o quão ambiciosa havia se tornado. No mesmo momento desligou a chamada sem nem mesmo dizer mais nada, apenas evitando mais dor de cabeça.

Observou enquanto saia da loja de conveniência e seguia para o carro, ela não se sentia desconfortável com ele, por mais que fosse um completo desconhecido.
- Está tudo bem? – perguntou, pois a cara de não era uma das melhores no momento – era ele te ligando?
- Não! – ela afirmou de primeira – talvez alguém pior que ele.
- Outro ex possessivo? – ele perguntou com um tom zombeteiro e rindo, o que fez com que a mesma também desse risada, então deu partida com o carro para o CarPark.
- Uma mãe ambiciosa e louca? – ela o respondeu com outra pergunta, mas que ele entendeu muito bem como uma afirmação, pode ser dito que o clima no carro não havia ficado pesado nem nada do tipo, mas ele via a necessidade de uma musica naquele momento.
- Você se importa? – ele apontou para o rádio tirando os olhos da rua por um momento para observá-la.
- Não! – ela respondeu simpática – fique à vontade.

então plugou o celular no rádio e colocou uma playlist qualquer, mas como em todas que ele tinha, a primeira era sempre sua preferida. O que lhe surpreendeu foi ver a garota cantarolar a música baixinha e animadamente, porém não querendo demonstrar.

- Fortunate Son? – ele disse sugestivo levantando de leve suas sobrancelhas – não combina muito com você!
- Isso porque você não me conhece! – ela o respondeu rindo – Por mais que não tenha muitas lembranças boas sobre meu pai, lembro que ele gostava muito dessa música, ele e meu avô, aquele sim tinha bom gosto para música! – ela riu se lembrando – mas eu não podia escutar ela em casa ou a minha mãe pirava – então a olhou aumentou o som do carro, sorriu para a garota e a mesma retribuiu o sorriso.
- Creedence é claramente minha banda favorita! – ela disse soltando um suspiro.
- Problemas familiares também não combinava muito com você há alguns minutos atrás – ele disse rindo e a observou vagamente pelo canto dos olhos sorrir fraco.
- É como dizem por aí, nem sempre o que parece, realmente é! – ela disse sem animo.
- Então quer dizer que você pode ser uma assassina? – ele perguntou zombando mais uma vez, pois sabia que a mesma sorriria e havia gostado de vê-la sorrindo. parou o carro e respirou fundo – chegamos!
- Quem sabe! – ela riu – mas não seria eu quem deveria estar duvidando de você, ? – ela perguntou com um tom sério e sugestivo, mas ainda brincalhão, sem receber uma resposta desceu do carro e se sentou em um banco com a vista para a cidade. Gostava tanto de vim no CarPark por conta disso, lá havia paz, coisa que normalmente estava difícil ser encontrada.
- Quem sabe! – ele finalmente respondeu o mesmo que ela anteriormente lê entregando uma garrafa da bebida que haviam comprado antes.
- Sabe, dúvida é algo muito estranho! – ela simplesmente disse – mas às vezes ajuda muito a não passar por maus bocados.
- Qual a sua história com aquele cara? – ele perguntou e deu um gole em sua bebida – além de ser um ex possessivo, que você já me contou.
- Ele me traiu! – ela disse simplesmente, quando dizia aquilo não tinha sentimento nenhum, a única coisa que surgiu nela por essa situação foi apenas àquela raiva que teve no início, mas já havia passado, agora ela apenas queria fazer seu trabalho em paz e se formar com notas melhores. – com uma vadia qualquer, mas, vida que segue!
- Quantas coisas em comum – ele riu fraco e a olhou – eu fui traído também, porém eu acho que foi duas vezes pior no meu caso.
- Hey! – ela apontou para ele – você vai querer competir quem ganha mais na fase da pior? Você não tem uma pessoa possessiva nos pés – a garota zombou e riu para ele.
- Você pegou sua melhor amiga com seu namorado na sua cama? Porque eu peguei minha namorada gemendo para o meu melhor amigo e na cama em que nós dormíamos juntos – ele riu e ergueu a garrafa de bebida para ela.
- Touché! – ela o olhou, curiosa – você ganhou dessa vez!

bebeu apenas uma das garrafas que haviam comprado, afinal, ele iria dirigir, mas da mesma forma já se sentia animado em conversar com , ela de qualquer forma sabia muito bem como ser uma pessoa diferente e atrair atenção. Ela também não havia bebido muito já que trabalharia no dia seguinte.

- Me diz que pelo menos você deu uma bela surra nele – ela fechou os olhos esperando uma resposta negativa.
- Eu dei, mas não foi quase nada! Eu ia terminar tudo aquilo hoje – ele disse e respirou fundo.
- Mas você os viu não foi? – ela disse e suspirou junto se encolhendo um pouco por conta do frio que o vento trazia.
- Sim! – ele completou a olhando sério agora – você está com frio? Quer entrar no carro?

A garota balançou a cabeça positivamente e sorriu se levantando, mas ao se levantar tropeçou em um fio que havia ali quase levando um tombo enorme se não fosse por a segurando.

- Obrigado! – ela disse sem desviar o olhar dele que estava em sua frente e ainda não havia largado seus braços.
- Você está gelada demais! – ele disse de repente deixando-a confusa – vamos ou você parece que irá congelar.

Os dois entraram no carro, mas não iriam sair dali naquele momento, estavam apenas se escondendo do frio. , não conseguia tirar os olhos dela de forma nenhuma, o toque da pele dela foram os pontos para ele se prender a isso. E ela, bom, apenas tentava não pensar que ele a observava.

- Por que a gente não esquece tudo isso junto? – ele perguntou sugestivo, o clima havia ficado estranho demais.
- Esquecer o que? – ela perguntou sem entender.
- Hm… nada, deixa pra lá – ele desistiu da proposta no meio do caminho, afinal o quão estranho aquilo seria.

Por mais estranho que fosse, nem ele e nem ela aguentaram.

- Ainda não entendi o por que dele ter te traído! – ele disse de repente fazendo com que ela desse uma golada na bebida que restava – sabe, ele é um completo babaca.
- Eu não precisava dele! – ela riu sem humor – mas eu até que gostava dele - sorriu pra ele e respirou fundo.
- Obrigada pela companhia, . – ele agradeceu sorrindo – você da pior parte do dia, é a melhor, você quer que eu a deixe em casa?
- Eu que deveria estar agradecendo, , afinal, você me salvou de um ex obsessivo e ainda me comprou bebidas – a garota riu de forma engraçada e sorriu em seguida – tem como eu pedir um último favor? Será que você pode me deixar no restaurante? Preciso pegar algumas coisas por lá ainda, Bruce não me deixou fazer isso mandando mensagem a todo o momento, e meu carro está um pouco mais distante de lá, mas preciso buscá-lo – ela riu sem graça.
- Sem problema nenhum, vamos então? – ele pediu a autorização com o olhar e ela assentiu, tentou colocar o sinto, mas o mesmo não vinha em direção a ela quando a mesma se esforçava para soltar do gancho e foi numa luta perdida, tinha emperrado e de forma alguma queria deixar com que ela o colocasse. se inclinou em sua direção e fez força pra soltar o cinto, seu pescoço ficou na altura dos olhos dela e seu cheiro a entorpeceu por alguns segundos. E enquanto ele olhou direitamente por um momento nos olhos dela e quando soltou o cinto sorriu pra ela, que por sua vez encarou seus lábios fazendo com que fosse parando de sorrir aos poucos.
- Você é linda - ele sussurrou e levou uma de suas mãos ao meu rosto acariciando o mesmo.
- Obrigada – ela riu baixinho - você também não é de se jogar fora - foi a deixa para que ele gargalhasse e o corpo dela se arrepiar ao som de sua risada.
- O que você faria se eu te beijasse agora? - levou sua boca a orelha direita da garota perguntou baixo e suave fazendo com que ela sorrisse.
- Eu provavelmente retribuiria - sussurrou de volta para o mesmo no mesmo tom, foi então que a beijou vorazmente. Seu beijo era macio e sua boca quente e receptiva, seus dedos se enrolaram nos cabelos da nuca dela, o que a fez respirar fortemente. a puxou em direção ao seu corpo e ela prontamente se agarrou em seus ombros enquanto ele aprofundava o beijo explorando toda boca dela com sua língua.
- Você deveria ser proibido de distribuir beijos como esses por aí, acho que meu coração está batendo de uma forma anormal - Ela comentou entre um dos beijos e deu um longo beijo em sua testa.
- Que tal mais alguns desses, então?- ele foi direto ao ponto, necessitava mais daquilo também, assim como ela, então voltou a beijá-la com mais paixão e mais fogo. a puxou para seu colo e ela prontamente se ajeitou desconfortavelmente em suas pernas, seus beijos eram doces e fortes ao mesmo tempo, suas mãos alisavam o corpo dela e apertavam partes essenciais. Já as mãos dela percorriam seus ombros e nuca.
- Acho que estamos indo rápido demais - ela sussurrou a ele, mas sem largar o que fez com que ele murmurasse alguma coisa voltando a beijar o pescoço mais uma vez, logo depois seus lábios desceram em direção ao colo da garota o que fez com que ela arfasse baixo se apertando mais contra o corpo dele.
- É realmente melhor a gente parar por aqui - ela puxou seus cabelos o fazendo olhar em seus olhos e ele riu.
- Você tem razão – ele suspirou e passou a mão nos cabelos dela e ela sorriu, iniciando mais um beijo – Se você continuar assim, eu realmente vou te fazer desistir de parar – ele sussurrou enquanto passava a mão pelas pernas dela, apertando-a e acariciando nos locais certos, riu contra o peito dele.
- A gente precisa parar – choramingou sem sair do colo dele, ainda relutando em fazê-lo, ele estava lhe tirando todo controle e racionalidade e se ele continuasse a convencê-la daquela forma, seria fácil perder o controle.
- Você precisa sair do meu colo e me deixar respirar ou eu vou te fazer esquecer essa ideia - ele disse brincalhão, apertando a cintura de , que riu, saindo de seu colo e voltando ao banco do passageiro.

Os dois se recomporão da melhor forma possível, ela arfava enquanto arrumava a roupa esportiva e os cabelos, enquanto ele arrumar a calça de melhor forma que conseguia ao corpo.
saiu do colo dele e respirou fundo contra o banco.

- Agora sei o por que seu ex te persegue - brincou e os dois gargalharam juntos enquanto ela se acomodava contra o banco.

dirigiu até o bar onde horas antes haviam se conhecido, o caminho de volta foi regado a brincadeiras e piadinhas da parte de ambos, que adoraram o fato do clima não ter ficado constrangedor nem algo do tipo, o que era algo feliz para ambos. Talvez não fosse algo tão incomum de se encontrar, alguém com os mesmos gostos e desejos, a mesma personalidade e até mesmo problemas parecidos.

- Obrigado por hoje! – disse sorrindo a ele de forma sincera e brincalhona assim que ele estacionou – bom, a gente se vê por aí!

A garota caminhou de volta ao bar e a observou atentamente, ela se virou por mais uma última vez e sorriu acenando para ele que retribuiu o gesto logo em seguida a garota entrou no local e saiu com o carro. colocou uma playlist qualquer para tocar e dois quarteirões de distância do bar a música que ambos tinham como gosto em comum começou a tocar fazendo com que ele se lembrasse de cada expressão e detalhe da garota.
Lembrando-se desses momentos, percebeu que além do fato dela chamar-se , ele não sabia nada sobre ela, e que sem telefone ou endereço a possibilidade de vê-la novamente estava completa e inteiramente nas mãos do destino.
Deixando-se tomar por esse sentimento e com medo de que o destino não colaborasse com ele, rapidamente e na maior velocidade que era permitida naquela região, deu a volta aos quarteirões e voltou ao bar, entrou no ambiente rapidamente, e naquela madrugada o bar já com apenas com algumas pessoas e ela não se encontrava mais ali.
Saiu novamente correndo pela porta, entrando no seu carro e iniciou uma busca pela região, mas, aparentemente, já estava longe do seu alcance. E agora reencontrá-la estava completamente nas mãos do destino.


Califórnia, meses depois, Lado Norte

estava no mesmo bar de sempre, tomando uma cerveja ao lado de e seus amigos, seu ex-melhor amigo e sua ex-namorada se encontravam ao fim da mesa, no ponto mais distante dele, não, ele não havia perdoado-os, mas não deixaria mais de viver por causa daqueles dois.
As coisas tinham mudado desde a última vez que estivera naquele bar, talvez ele mesmo tenha mudado um pouco, e não saia de sua cabeça desde então, por mais loucura que isso parecesse.
Como se saísse das suas lembranças, a Jukebox do bar começou a tocar sua música preferida, aquela que fora trilha sonora de sua aventura e dos deliciosos beijos dela. Ele, instantaneamente olhou para a máquina para saber quem era o dono de tamanho bom gosto e a viu.
Dona de um rabo de cavalo alto e uma roupa básica completamente branca, ela a viu, a maquiagem levemente borrada de quem havia trabalhado horas e ainda assim estava ali se divertindo. sorriu e agradeceu ao senhor Destino por ajudá-lo daquela vez.

- Aonde você vai, bro?- perguntou o vendo levantar da cadeira.
- Eu encontrei, - Sorriu para o amigo que o olhou confuso. - A garota que o destino separou pra mim. Tenho certeza que eu encontrei, . - O amigo gargalhou e o deixou ir.

sabia que era loucura, mas ele sentia dentro de suas entranhas que era ela, e que o destino não mandaria uma garota daquelas para ele se não fosse a garota certa, se aproximou e observou os colegas dela o olhar com curiosidade, quando estava perto o suficiente de suas costas, apoiou a mão em sua cintura e sussurrou: - Ao som de Fortunate Son? – ela riu baixinho – por que não?





FIM



Nota da autora: Sem nota.

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