Fanfic Finalizada

Capítulo Único

- , pode, por favor, prestar atenção no que eu estou falando? – Desviei minha atenção do discutindo, mais uma vez, com a sua namorada e olhei para meus amigos, que não pareciam muito felizes.
- Oi... – Christian revirou os olhos, estressado com o trabalho, enquanto não saía do celular.
- Meu bem, você é a nerd aqui, precisamos que se concentre e divida logo esse trabalho! – Lauren disse, também perdendo a paciência. , notando que a situação estava saindo um pouquinho do controle, resolveu interferir.
- Ei, ei. Calma aí, gente. A também tem... Coisas pra fazer e nem por isso tá descontando em alguém. – Sorri para ele, em agradecimento.
- Bom, vamos fazer o seguinte. – Comecei, fazendo o possível para limpar minha mente. – Todos aqui estão estressados com o jogo, já entendi. Então , Christian e , vão para o treino de vocês. Lauren, também vá para o seu treino, afinal, a pirâmide, ou sei lá o nome dos movimentos que vocês líderes de torcida fazem, precisa estar completa, certo? – Todos assentiram.
- Você vai fazer o trabalho sozinha? – chegou por trás de mim, me assustando.
- Não, só vou dividir tudo e mandar para o e-mail de vocês. A gente pode se reunir amanhã, não tem problema. – Ele deu um beijo na minha bochecha.
- Você é a melhor. – Suspirei enquanto o observava saindo com Christian.
- Ele é um babaca, um dia ele enxerga. – disse, me abraçando de lado. Suspirei, apoiando minha cabeça em seu ombro.
- Olha bem pra mim, , nunca vou ser tão bonita quanto ela. – logo se afastou, me fazendo olhar para ele.
- Escuta bem aqui, mocinha, não volte a repetir essa besteira. Aquela menina não chega aos seus pés, nem se nascesse de novo! Eu não sei o que o tem na cabeça.
- Então somos dois. – Disse e desviei o olhar, conformada com a situação.
- Eu preciso ir. Você vai ao jogo, certo? – Apenas assenti.
- Ótimo, nos vemos lá! – saiu e fiquei sozinha com meus pensamentos.

No caminho para casa, resolvi ir para o meu lugar de paz e tranquilidade, onde tinha apenas meus pensamentos e uma bela vista da cidade como companhia. Acenei para o vigia do prédio e entrei no elevador, logo indo para o terraço.
e eu éramos amigos desde crianças, acredito ser apaixonada por ele desde então. Bufei, irritada comigo mesma por ser tão idiota. Segundo , nosso melhor amigo em comum, todos podiam enxergar que eu era apaixonada pelo , mas que só o babaca, palavras dele, não percebia.
Larguei meu material sobre o banco e segui para o muro que cercava o terraço, sentindo o vento bagunçar meus cabelos e um bem estar que estava cada vez mais raro. Observei a calmaria da cidade, as luzes começando a surgir nas casas à medida que a noite caía. Os carros passavam pelas ruas, as pessoas saíam do trabalho, as crianças corriam no parque... Apenas mais um dia.
- Eu sabia que viria pra cá. – Fechei meus olhos assim que ouvi sua voz. Suspirei, mas não me virei, eu sabia que ele logo estaria ao meu lado.
- Achei que precisasse ficar em algum tipo de concentração antes do jogo, ou algo assim. – Disse para , que apenas sorriu.
- O treinador diz apenas pra gente não se estressar, e você é a única pessoa que me acalma. – Encarei o horizonte a nossa frente, absorvendo as suas palavras, e tomando cuidado para que elas não chegassem com uma interpretação errada no meu coração.
- Qual o problema? Você anda tão distante, eu... – sinto sua falta, pensei. Respirei fundo, não querendo que ele notasse minha reação. – O pessoal tem sentido sua falta. – Assim ficou melhor.
- A Iris que não para de ciúme idiota e eu acabo passando tempo demais me explicando, e quando percebo, já está tarde pra encontrar com vocês.
- Entendo. Você... – Eu sabia que iria me arrepender. – Você já pensou em tentar aproximá-la do nosso grupo? Assim ela perceberia que tem nada de mais. Apenas um grupo de amigos que gostam de sair juntos. Além do mais, a Lauren é namorada do Christian, não vejo motivo pra tanta briga.
- Ela não tem ciúme da Lauren, mas de você. – O encarei, assustada. – Eu tento dizer que você é só minha amiga, que nos conhecemos desde a infância... Você é quase como, sei lá, minha irmã gêmea, ou algo assim. – Ouch. Ele riu, eu apenas virei meu rosto, contendo as lágrimas que já se formavam em meus olhos. – E não, não pensei em aproximá-la de vocês. Mas não acho uma boa ideia, não quero mais gente estressado por culpa dela. – Suspirei, aliviada. – Você tá chorando?
- Não, não. – Limpei a lágrima que escorreu, rapidamente. – É só o vento. – Menti. Tirei meus óculos para limpar meus olhos e me encarou, como se tivesse descoberto alguma coisa. Olhei para ele, confusa. passou a mão pelo meu rosto, colocando meu cabelo atrás da orelha.
- Você fica diferente sem os óculos. – Tentei desviar meu olhar, mas segurou meu queixo, ainda me encarando. Ele limpou uma lágrima que estava na minha bochecha, como se estivesse hipnotizado. Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, seu celular tocou. pareceu acordar de um transe, logo o retirando do bolso e atendendo.
Coloquei meus óculos novamente, soltando a respiração que eu não sabia que estava prendendo. Apoiei minhas mãos sobre o muro e olhei para baixo, tentando controlar o ritmo acelerado do meu coração.
“Não, , não se permita sonhar! Não se iluda!”
- Era o , eu preciso voltar para a escola. Você vai ao jogo, né? – Ele perguntou, ansioso, de repente, algo que não era normal dele.
- Claro, só preciso ir até em casa pra trocar de roupa. – sorriu para mim e me acompanhou até a saída do prédio.
- Até daqui a pouco. – Ele deu um beijo na minha bochecha e saiu, com as mãos nos bolsos do seu jeans desgastado, caminhando como se dominasse o mundo. Como ele fazia tudo parecer tão fácil?

Assim que sentei na arquibancada, senti meu celular vibrar no meu bolso. Era me ligando. Fui para um canto menos barulhento e atendi.
- Oi, .
- Onde você está? – Ele perguntou, sem nem me cumprimentar.
- Nossa, quanto mal humor. Tô na arquibancada central, como sempre.
- Ah, te vi! Estou indo praí.
- Mas e o jo... – Ele desligou na minha cara. Encarei o celular, não entendendo o que estava acontecendo.
- Te achei. – se jogou ao meu lado, não muito feliz.
- O que aconteceu? – Perguntei, meio receosa.
- O treinador resolveu me poupar para o próximo jogo. – bufou, inconformado.
- Isso que dá ser o astro do time. – Disse e sorri para ele, que não retribuiu. – Ei. – Dei uma cotovelada nele, para chamar sua atenção. – Não fica assim. Pelo que eu sei, esse time gosta de bater, o treinador está pensando no que é melhor para o time, e até pra você mesmo. Esqueceu que terão olheiros no próximo jogo? – Seu olhar pareceu suavizar um pouco, suas feições menos contorcidas.
- Só você pra sempre dizer as coisas certas.
- Eu sou demais, só aceita. – Disse, fazendo pose de superior.
- Nossa, baixa a bola, querida. – Nós rimos. Assim que olhei para o campo, notei Iris junto com as demais líderes de torcida. Ela era a capitã do time. e ela eram o casal clichê da escola. O capitão do time com a capitã das líderes de torcida. – Ei. – me chamou.
- Tá tudo bem. – Eu disse, tentando me convencer muito mais do que a ele.
- Eu já te disse que você é muito melhor do que ela. – Eu bufei, de repente irritada com aquela frase que todo mundo sabia que não tinha sentido.
- Olha pra ela, ! Enquanto ela usa aquelas saias curtas e salto alto, eu só saio com essas camisas que são muito maiores do que eu e tênis. Ela é líder de torcida, eu sou apenas a nerd. Como você quer que eu acredite que eu sou muito melhor do que ela quando eu estou aqui sonhando em ter o que ela tem? – Soltei tudo de uma vez, não dando tempo para me interromper. – O jogo vai começar. – Disse e me virei para o campo, dando aquela discussão por encerrada.
- Você se diminui demais. Quando você perceber o quão especial você é, talvez o perceba também.

...


Assim que o jogo acabou, e eu fomos para o campo. Os meninos tiveram um jogo difícil, mas conseguiram vencer. Avistei no outro lado, mas parou para cumprimentar seus outros companheiros de time. Já estava impaciente quando ele voltou, mas acompanhado de um dos meninos do time. O encarei, confusa. Ele apenas deu de ombros.
- , esse aqui é o Chace. Chace, essa é a , minha amiga. – disse, dando uma certa ênfase na palavra, como em uma ameaça.
- Oi. – Eu disse, meio confusa e um pouco sem graça com a situação.
- Oi, . Tudo bem? – Chace logo veio na minha direção, me abraçando. – Ai, me desculpa. Eu tô todo suado. – Eu sorri para ele.
- Meus dois melhores amigos também fazem parte do time, realmente acha que me importo com isso? – Perguntei, brincalhona. Chace olhou para , que apenas deu de ombros mais uma vez. Chace era engraçado, nem notei quando saiu de perto da gente, de tão envolvida que estava na nossa conversa.
Entretanto, não pude deixar de notar Iris conversando muito próxima de um outro jogador, do time adversário. Estranhei, mas resolvi deixar pra lá. Quando ia responder uma pergunta que Chace tinha me feito, senti uma mão envolver minha cintura e dei um salto para o lado, assustada. Vi que era e o olhei, confusa.
- Já que você não foi me cumprimentar, vim até você. – Ele me deu um longo beijo na bochecha. – Arqueei uma sobrancelha, não entendendo as atitudes dele.
- Uhm... Acabei me envolvendo nessa conversa com o Chace e perdi um pouco a noção do tempo. – Sorri para o menino a nossa frente, que parecia não conseguir desviar o olhar da mão do na minha cintura.
- E aí, cara. – cumprimentou, mas sem realmente olhar para o garoto. Sua mão fazia um carinho na minha cintura e eu não conseguia entender porque ainda não tinha me afastado.
Busquei no meio da multidão ao nosso redor, mas apenas enxerguei Iris beijando o cara que ela conversava mais cedo. Da posição que e eu estávamos, dava para ver claramente. Meu corpo travou, tenso. A situação com ele e Chace já estava estranha o suficiente para que mais isso acontecesse.
- Bom, a gente se fala depois, . Você pode me passar seu número de telefone? – Ele pediu, ignorando ao meu lado.
- Cla...
- Depois ela te dá, cara. – me cortou antes que eu pudesse pegar o celular de Chace, que acabou nos deixando sozinhos.
- Qual é o seu problema? – Me soltei dele, enfim despertando do transe.
- O quê? – Ele perguntou, se fazendo de inocente.
- Que cena toda foi essa, ? – Perguntei, irritada.
- Eu só achei que não estivesse interessada nele e que, na verdade, estava te fazendo um favor. – Eu ri, nervosa.
- Você quer me fazer um favor, ? Então cuida da sua vida amorosa e deixa a minha quieta, porque a sua namorada está aos beijos bem ali – apontei -, e você nem ao menos notou. olhou para a direção que eu indiquei, arregalando os olhos ao ver a cena. Me arrependi da forma como falei assim que notei sua expressão. – Desculpa, , eu não queria dizer assim, eu...
- Deixa, . Não é como se eu não esperasse isso dela... – Ele disse, ainda sem me encarar.
- Eu não quis ser grossa...
- Eu preciso ficar sozinho. – disse e saiu, me deixando sozinha e com um aperto muito forte no peito.

...


sumiu. Ele mandou a sua parte do trabalho por e-mail, mas não apareceu durante todo o final de semana. Fui à casa dele algumas vezes, ao terraço - onde ele também gostava de ir -, liguei para , que também não sabia de nada... tinha evaporado.
Eu comecei a realmente ficar preocupada quando ele não apareceu para a aula nem na segunda nem na terça. Quarta eles tinham outro jogo importante, não podia perder a oportunidade com os olheiros.
, eu e outros meninos do time estávamos sentados em uma mesa, durante o intervalo. Chace estava perto de mim e até que me distraí um pouco, mas ainda estava pensando em . Encarei ao meu lado, que parecia avoado, mas não preocupado. Foi então que eu percebi.
- Por que ele está me evitando, ? Eu já sei que ele está escondido na sua casa. – Disse, despertando dos seus devaneios. Ele me olhou, com os olhos arregalados. – Você nem disfarça. – Eu ri, mas um sorriso triste.
- Como... – Ele estava confuso.
- Eu o conheço melhor que a mim mesma, , achei que vocês dois já soubessem disso. – Meu amigo apenas suspirou.
- Ele está com muita coisa na cabeça agora e pediu pra que eu não contasse.
- Ele tá triste por conta da traição da Iris? – Perguntei, com medo de ouvir a resposta. sorriu.
- Tá brincando né? Acho que nem o sabe o que estava fazendo com uma garota daquela. – Desviei o olhar, contendo o riso.
- Eu não sei... – Comecei a dizer, prendendo a atenção de . – Por que ele simplesmente não percebe que eu sou a única que o entende, que o conhece como ninguém... Eu sempre estive aqui, , e ele nunca notou. Por que ele não percebe que...
- O que, ? – me incentivou a concluir.
- Por que ele não percebe que pertence a mim? – Fechei meus olhos, apoiando minha cabeça nos meus joelhos. passou um braço sobre meus ombros, me consolando. Eu não estava mais aguentando essa situação.
- Ele vem pro jogo, quem sabe vocês não conversam. – Eu ri.
- Não vou nem comentar. – Revirei meus olhos ao ouvir o sinal tocando. – Melhor a gente voltar logo pra aula.

...


Sentada em meu local habitual na arquibancada, meus olhos buscavam, ávidos, por . tinha dito que ele viria para o jogo, então eu estava confiante de que o veria.
Assim que o time entrou em campo, avistei meu melhor amigo se posicionando. Por um instante, ele apenas olhou ao redor, como se procurasse alguém. Meu coração apertou, como se, de alguma forma, soubesse que era eu. Assim que nossos olhares se encontraram, abriu um sorriso, aquele que poderia iluminar toda uma cidade.
Eu não sabia o que tinha mudado, mas eu tinha certeza que alguma coisa tinha acontecido. chegou perto dele, sussurrando algo em seu ouvido. Ele logo me viu e também me cumprimentou. Mandei beijo para os dois, que fizeram graça e logo se concentraram para jogo.

Assim que a partida acabou, com uma bela vitória e um gol do , eu já estava me preparando para descer até o campo. Porém, quando avistei e estava fazendo meu caminho até ele, Iris entrou na minha frente, também indo até ele.
Parei no meio do caminho, apenas observando a cena. Quando os braços dela envolveram o pescoço do , eu logo soube que a batalha estava perdida, se é que alguma luta foi realmente travada.
Respirei fundo e contive as lágrimas. Saí correndo na direção contrária, querendo apenas me trancar em meu quarto e chorar por tê-lo perdido. De novo.

Abri a porta de casa e subi correndo para o meu quarto. Me joguei sobre minha cama, buscando os fones de ouvido sobre a cabeceira. Liguei no aleatório e permiti que as músicas me invadissem e levassem embora qualquer pensamento relacionado ao . Coloquei meu celular em modo avião quando a primeira chamada dele chegou, eu só queria ficar sozinha.

- Eu estava preocupado com você. – Me assustei com retirando os fones do meu ouvido.
- O que... Como... – Perguntei, me recompondo.
- Sua mãe me deixou subir. Esqueceu que aqui é praticamente a extensão da minha casa? – Ele sorria, como se a estranha da história fosse eu. Revirei meus olhos.
- Eu só quero dormir, . Você deve estar cansado do jogo, também. – Disse, já voltando a fechar meus olhos.
- Ei, não me ignora! – O sorriso ainda não tinha deixado seu rosto e seus olhos brilhavam, como se aquela situação fosse engraçada demais para ele.
- Volta pra sua namorada e me deixa, ! – Disse, puxando minhas mãos, que ele tinha pego.
- Que namorada, ? – Ele perguntou.
- Eu vi a Iris pendurada no seu pescoço, enfim, não ligo. Você sabe o que faz da sua vida. – Disse tudo de uma vez, torcendo para soar convincente. – E para de sorrir que não estou vendo graça em nada!
- Eu consigo enxergar uma coisa ou duas. – Ele disse, voltando a pegar minhas mãos. – Vamos, preciso te mostrar uma coisa lá em casa. – Contra a minha vontade, o segui. Entretanto, antes de chegarmos até a porta dos fundos da sua casa, ouvimos alguém o chamando. Assim que nos viramos, Iris desceu do carro e veio em nossa direção. – Espera aqui. – disse e foi encontrar com ela, logo a levando para a frente da casa.
Sentei no ressalto da porta dos fundos, esperando. Não acreditava que estava caindo nessa de novo. Respirei fundo, já me preparando para levantar e voltar para o meu quarto, e trancar a porta, dessa vez.
- Aonde você pensa que vai? – parou na minha frente, logo quando dei meu primeiro passo.
- Pra casa. Você parece que tem coisas pra resolver, não quero atrapalhar. – Ele revirou os olhos, começando a perder a paciência.
- Você está atrapalhando mesmo, porque estou tentando resolver algo com você, mas a única coisa que você faz é fugir.
- Claro, porque eu que sumi desde sexta!
- Eu precisava pensar, ok? Eu percebi algumas coisas e precisava de um tempo... sozinho.
- Longe de mim, você quer dizer. Porque, até onde eu sei, você estava na casa do . – Ele riu.
- Às vezes eu esqueço que você me conhece bem demais. – Mordi meu lábio, contendo o riso. Dei de ombros, voltando a encará-lo.
- O que ela queria? – Perguntei, não conseguindo me segurar.
- Pedir desculpas, voltar... Sei lá, não prestei muita atenção. – Ele fez um gesto com a mão, como se isso não fosse relevante. – Nós precisamos... resolver essa situação. – Arregalei meus olhos, não gostando muito do rumo da conversa.
- Que situação? – Perguntei, me fazendo de inocente.
- Você sabe exatamente do que eu tô falando. – Virei as costas, calculando se conseguiria chegar até minha casa antes que me alcançasse.
- Nem tente fugir! – Ele disse, segurando um dos meus braços. Em um movimento brusco, me soltei dele, me virando para olhá-lo.
- O que você quer de mim, ? Porque eu estou cansada disso já. – Disse, derrotada.
- Eu quero a verdade. – Ergui meu rosto para o céu, esperando que um buraco se abrisse e me tirasse dali.
- Como você pode não saber? – Pedi, em uma súplica. - Eu só sei que me lembro de você dirigindo que nem um louco até a minha casa, no meio da noite, só porque eu sou a única pessoa capaz de te fazer rir quando você está prestes a chorar. Eu só sei que eu conheço todas as suas músicas preferidas, que você me conta todos os seus sonhos... E eu acho... – As lágrimas já escorriam pelo meu rosto, um peso do segredo que guardei por tantos anos sendo lançado sobre .
- Você acha... – Sem que eu percebesse, se aproximou de mim, uma de suas mãos tocando meu rosto.
- Eu acho... – Respirei fundo antes de continuar. – Eu acho que sei onde você pertence, e acho que você também já sabe. – Soltei, desistindo de conter minhas lágrimas e a angústia que estava clara nos meus olhos.
- E onde seria, ? – falou bem baixinho, seus lábios quase encontrando os meus. Minha respiração estava falha, meu coração batia tão rápido e tão alto, que eu estava com medo de ouvir, graças a nossa proximidade.
- Acho que é comigo. – Disse, ainda mais baixo que ele. Meus olhos estavam fechados, bem forte, mas eu podia imaginar seu sorriso. colocou suas mãos no meu rosto, uma de cada lado.
- Eu também acho. – Foi o que ele disse antes de me beijar. Um choque percorreu todo o meu corpo assim que seus lábios encostaram nos meus. Meu corpo logo reagiu, correspondendo o beijo e buscando o máximo de contato possível. Meus braços passaram por seus ombros, fazendo com que os seus descessem pelas minhas costas, parando no fim delas.
Passei uma das minhas mãos por seus cabelos, puxando os fios e mordendo seu lábio inferior, arrepiando ao ouvir como isso o afetou. Nossas mãos não conseguiram permanecer apenas em um lugar, começando um passeio pelos corpos, querendo sentir cada parte, um desejo há muito tempo reprimido.
A necessidade por ar fez com que parássemos o beijo, mas não com que nos afastássemos. Ainda abraçados, distribuiu beijos por todo o meu rosto, intensificando o aperto dos seus braços ao redor da minha cintura.
Ele apoiou seu rosto no vão do meu ombro e pescoço, depositando um leve beijo ali, que fez com que todos os pelos da região arrepiassem. Ainda abraçados, eu me senti completa pela primeira vez. É claro que já nos abraçamos antes, mas dessa vez foi diferente. Ele me segurava como se eu fosse o que há de mais importante no mundo, com tanto carinho e cuidado que precisei me controlar para não chorar.
- Vamos, ainda preciso te mostrar uma coisa. – disse após algum tempo, se afastando e pegando a minha mão. Os pais de estavam na sala, mas estavam tão acostumados comigo indo e vindo, que apenas disseram um “oi”, sem nem ao menos virar. – Acho que isso vai mudar quando eles descobrirem. – riu. Eu apenas sorri, ainda não acreditando que tudo isso estava realmente acontecendo.
- O que você quer tanto me mostrar? – Eu perguntei, não aguentando mais esperar.
- A gente já tá chegando, larga de ser ansiosa. – me deu um beijo rápido e seguiu para o seu quarto. O choque inicial me fez parar no meio da escada, mas ele me puxou e continuamos andando. – Preparada? – Ele disse, assim que chegamos até a porta.
- Abre logo essa porta, ! – Eu disse, quase o empurrando para o lado e entrando antes dele.
- Sempre ansiosa. – Ele me abraçou pela cintura, olhando bem fundo nos meus olhos. – Me desculpa se eu demorei demais pra acordar e perceber que o que eu estava procurando estava aqui o tempo todo. – Passei meus braços pelos seus ombros, nos aproximando.
- Eu meio que já estou acostumada, mas ser lerdinho assim até que te dá um certo charme. – Eu disse, fazendo graça da situação. Ele abriu a boca, surpreso.
- Lerdinho? Eu vou te mostrar... – E então ele me colocou contra a parede, me beijando antes mesmo que eu pudesse respirar. Uma das suas mãos apertavam minha cintura, enquanto a outra puxava levemente meus cabelos, me fazendo suspirar. finalizou o beijo, ambos ofegantes demais.
- Acho... – Eu comecei, recuperando o fôlego. – Que a convivência comigo está melhorando um pouco a sua lerdeza. – Ele caiu na gargalhada, abrindo a porta do seu quarto e me puxando para dentro. Assim que notei o enorme mural na parede, não consegui mais desviar o olhar.
- Como... Onde... Nossa! – Eu estava tão perplexa, que nem frases completas eu conseguia formular. tinha montado nossa história por meio de fotos. Desde quando éramos crianças até os dias atuais. Me aproximei do painel, levando minhas mãos até as fotos, mas sem tocá-las. Fui preenchida por memórias em cada foto que eu olhava, um sorriso bobo estava fixo em meus lábios, não acreditando no que ele tinha feito.
- Você gostou? – Ele perguntou, colocando-se atrás de mim, cruzando seus braços ao meu redor e apoiando seu queixo no meu ombro.
- É maravilhoso, ! Você deve ter passado dias juntando todas essas fotos! Olha você, e eu! Lembra? esbarrou em mim sem querer, derrubando todos os livros que eu carregava, e você quase partiu pra cima dele! No final do dia, já estávamos todos rindo da situação!
- Ele me ajudou com algumas fotos a partir dali. – Virei meu rosto para olhá-lo. – Ele estava me ajudando a entender algumas coisas, não o culpe por me esconder na casa dele e não te contar.
- Com você pedindo assim, com jeitinho, fica bem difícil mesmo. – Ele riu, me dando um beijo na bochecha. – E esse espaço aqui, no final?
- Achei que não fosse perguntar. – pegou uma câmera polaroid na cômoda e voltou para perto de mim. – Esse é só nosso, mas não apenas como amigos. – Eu sorri.
- Como o que, então? – Perguntei, curiosa para saber o que ele estava pensando sobre “nós”.
- Primeiramente, como mais que amigos. Mais pra frente, como namorados... E assim vamos seguindo.
- Então nós iremos namorar? – Perguntei, arqueando a sobrancelha.
- Claro que sim, mas isso tem que ser surpresa, então vou esperar um pouquinho.
- Você sabe que se eu já sei, não será mais surpresa, certo?
- Ah, quando souber o que eu estou planejando, acredite, será muita surpresa! Agora vem cá. – me abraçou por trás, colocando a câmera a nossa frente. – Essa é nossa primeira foto juntos, juntos. – Eu queria apertar as bochechas dele.
- Ok. – Eu disse e encarei a câmera, sorrindo. me deu um beijo na bochecha e tirou a foto, que logo foi impressa. Ele foi em direção ao painel, colocando a foto no espaço reservado.
- Agora está perfeito. – Fui até ele, parando ao seu lado e admirando nossa primeira foto como “algo mais”.
- E agora? – Eu perguntei, ansiosa. se virou para mim, com um lindo sorriso no rosto.
- Agora eu pertenço a você, e você pertence a mim. Demorou, mas eu percebi que estava apenas evitando enxergar que o que eu sentia por você nunca foi apenas amizade. Mas eu preciso ouvir você dizer, porque eu meio que saí te beijando e nós nem chegamos a uma conclusão juntos. – Ele parecia envergonhado. Apoiei minhas mãos em seu rosto, o fazendo me encarar.
- Eu sempre soube que você pertencia a mim, . A diferença é que agora você sabe disso também.




Fim.



Nota da autora: Oi, gente! Espero que tenham gostado.
Muito obrigada a todos que leram!
Larys
xx



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