Finalizada

Capítulo Único

Quando null passou pela sala, viu null sentado no chão, com a cabeça encostada na parede, respirando de forma estranha e chorando muito. O ódio que a mulher sentia por ele só aumentou. Não adiantava aquele teatrinho ou o arrependimento que fosse, nada traria a vida de sua amiga de volta e a culpa era dele, antes dela partir, ele já tinha sugado toda a energia vital dela com aquele relacionamento tóxico e abusivo.

SETE DIAS ATRÁS ...

null estava se sentindo linda, vestia um vestido solto de algodão azul, uma rasteirinha e estava com os cabelos presos no topo da cabeça. Conversava animada com null na porta da gravadora, uma conversa leve, animada e estava passando o tempo, enquanto esperava pelo namorado, tinham marcado de se encontrar ali, depois que ele terminasse a gravação em que estava trabalhando.
— Do que estão falando? — null chegou abraçando null por trás.
— De nada em especial, amor! — null respondeu dando um beijo leve no rosto dele.
— Nada, null? — null não conseguia parar de rir. — COMO AQUILO NÃO ERA NADA DE MAIS!
— Cala a boca, null — null deu um tapa no braço dele, rindo junto.
null notou que null fechou a cara, com aquela expressão de quem não estava entendendo nada. Ele não estava gostando daquilo. Nunca gostou dela conversando com outros homens, sempre que ela estava conversando com um, ele fazia aquela cara, claro que no início do namorado as coisas não eram assim, ele começou com aquela possessão de um tempo para cá. Nem que esses homens fossem seus amigos de longa data.
— Eu vou embora então, já que estou sobrando. — null disse num tom áspero, largando null.
— Espera amor, eu vou com você. Tchau null! — null se despediu do amigo e saiu correndo atrás de null.
Conseguindo chegar até ele, ela o segurou pelo braço com uma cara de confusão, meio ofegante pela corrida. Ele não acreditava naquela cara sínica dela. Porque ela veio atrás dele se estava toda cheia de segredinhos com null a dois minutos atrás?
— O que está acontecendo, null? Que coisa gratuita foi aquela? Porque você fez uma cena daquele jeito? Você sabe que isso é a coisa mais infantil que eu já vi? Eu não to acreditando nisso!
— No que você não acredita, null? — ele começou a se exaltar — É sério mesmo essas perguntas? DESCULPA SE EU ACHO ESTRANHO, MULHER MINHA DE CONVERSINHA FIADA COM OUTRO HOMEM, CHEIA DE RISADINHAS E DE SEGREDINHOS! — Ele estava praticamente berrando as palavras no estacionamento da gravadora.
— Primeiro que, EU NÃO SOU MULHER SUA. Sou sua namorada, mas isso não te dá o direito de se sentir dono da minha vida. Segundo ELE É MEU AMIGO, ELE É SEU AMIGO, VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO DE INSINUAR QUE TEM ALGO ACONTECENDO ENTRE A GENTE! — null odiava brigar em público, ele sabia disso, sabia também que para ela estar gritando com ele desse jeito deveria estar muito irritada.
— Eu quero que se foda que ele é meu amigo. Não entendo como você se diz amiga dele. Esse negocinho de amizade entre homem e mulher não existe. ALGUÉM SEMPRE ESTÁ INTERESSADO.
— EU NÃO ACREDITO QUE ESTOU OUVINDO TANTA ASNEIRA, QUE DISCURSO MAIS MACHISTA. NÃO É PORQUE VOCÊ SÓ SE APROXIMA DE MULHERES COM SEGUNDAS INTENÇÕES, QUE TODOS OS HOMENS NA TERRA SÃO ASSIM! — null estava gritando e batendo o dedo indicador no peito dele.
— Para de ser ingênua com tudo, null. Se é que essa gritaria toda é por que você está irritada e não porque eu estraguei o seu papinho. — Ele tinha abaixado o tom de voz, mas a ironia estava ali, presente.
— VAI SE FODER null! — null virou as costas pra ele e saiu do estacionamento.

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A vontade de null era entrar ali e dar um soco bem dado na cara dele, um chute talvez, não sabia, talvez o golpe que doesse mais. Viu como pegou o celular com as mãos trêmulas e ficou passando as fotos que tinha na galeria para o lado, claro que não conseguiu ver a tela do celular, mas pela movimentação que ele fazia com os dedos e como as lágrimas desceram por todo seu rosto e pescoço deixando a gola de sua camisa molhada, sabia que estava fazendo aquilo. Ele era desprezível. null sentia que ele não tinha direito de sofrer pela amiga daquela forma. Ela era linda, nova, tinha uma vida inteira pela frente e por causa de um doente, não poderia mais viver a vida da forma que sempre sonhou. Viu quando seu celular caiu no chão, estava prestes a desmaiar e ela prestes a ir presa.

CINCO DIAS ATRÁS...

Dois dias tinham se passado depois aquela discussão idiota. null o ignorou por todo aquele tempo. Ele vinha ligando pra ela desde o momento que ele chegou em casa aquele dia, ela sabia, porque sabia o tempo exato que levava da casa dele até a gravadora, mas ela não atendeu suas ligações. Ttinha mudado seu turno para os horários que ele estava no estúdio, e soube que ele foi atrás no serviço, mas não a encontrou. Ela não aguentava mais aquela situação, ele não respeitava nem o tempo que ela pediu.
— Alô? — A voz de null parecia fraca.
null? Sou eu o null!
— Eu sei null, o que você quer?
— Eu quero saber como minha namorada está. Faz dois dias que não nos falamos.
— Sério, mesmo? Achei que dando esse tempo pra você pensar, ia me ligar pelo menos com um pedido de desculpas.
— Eu não tenho porque me desculpar, e não preciso de suas desculpas também. Eu já deixei essa história pra lá, não consigo ficar longe de você.
— Me escuta null. Como você não consegue enxergar a forma que vem agindo, que vem me controlando, que vem me diminuindo? Eu não nasci para ser tratada assim. — A voz dela estava extremamente séria. — Eu... Eu preciso de um tempo, por favor, me dê um espaço eu preciso respirar. Eu preciso me encontrar e eu acho que você também precisa.
— Não, null, essa coisa de tempo não funciona comigo. Você quer tempo para o que? Poder ficar com vários homens, aí quando cansar voltar para o trouxa aqui?
— Eu não te reconheço mais, null. — null disse com a voz embargada — Eu me apaixonei por um homem, decidido, fofo, presente, carinhoso, companheiro. Mas hoje tudo que eu vejo é esse poço de escrotice. Você está louco, possessivo, eu nunca te dei motivos pra isso. Estou esgotada de verdade.
— Você sempre foi uma piranha rodeada de amiguinhos. Você acha que eu sou tudo isso, deve ser porque você me tornou assim. — ele respirou fundo — você está é querendo dá pro null que eu sei. Você acha que eu não conheço a vadia que você é?
null ficou muda por uns dois minutos. Ela estava extremamente desnorteada com aquelas palavras do homem. Nunca pensou que a mente dele era cruel com eles daquela maneira.
— Eu estou chocada! — Ela falou em um tom baixo quase inaudível — EU ESTOU CHOCADA! VOCÊ ESTÁ SE ESCUTANDO? SE EU ESTOU TE TORNANDO UMA PESSOA RUIM DESSE JEITO, ESSE TEMPO É A MELHOR ESCOLHA MESMO! — null estava gritando, sabia que ele conseguia notar seus soluços de choro também. — JÁ QUE EU SOU ESSA VADIA TODA, PORQUE AINDA ESTÁ COMIGO? NÃO FODE null, NÃO ME PROCURE MAIS, NÃO ME LIGUE MAIS, EU PRECISO DESSE TEMPO NÃO INSISTA, NÃO ME FAÇA PEGAR ÓDIO DE VOCÊ. — null encerrou a ligação.
A mulher entrou em uma onde de choros compulsivos, null estava com ela quando decidiu que atenderia o homem, afinal, ela o amava, como nunca amou ninguém na vida, precisava que ele colocasse a cabeça no lugar para que o relacionamento fluísse. Sentia que o namorado tinha mudado, mas não conseguia se livrar daquele relacionamento, mas aquelas palavras doeram, como se ela tivesse levado um soco na boca do estômago, foi um sentimento horrendo.

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null viu ele se levantar de onde estava, com dificuldade. E ela saiu da fresta daquela porta como um raio, muito provavelmente ele iria até o banheiro. Viu quando ele foi andando pelo corredor, se escorando nas paredes. E ela ainda sentia raiva, ele não merecia sentir aquela tristeza, ele não merecia mais nada que viesse de null.

TRÊS DIAS ATRÁS...

Ele tentou contato com null por quase dois dias. Ela não respondia suas mensagens, nem atendia suas ligações. Ela estava falando sério naquele lance de tempo. Precisava respirar sem que ele a diminuísse ou fizesse sentir que estava fazendo algo errado, quando claramente não estava. Naquela noite, null foi até sua casa, ele sabia que eles estavam naquele impasse e por mais que não quisesse se meter, queria saber como a amiga estava, null contou para ele que ela estava passando por momentos difíceis e que precisava de alguém com ela, null estaria de plantão aquele dia e não conseguiria ir até lá. Então ele foi, eles conversaram e tiveram um momento de descontração, tudo o que null precisava naquela semana. Algum tempo depois, quando perceberam que já estava tarde, null resolveu ir embora, tinha que estar cedo na gravadora e null precisava descansar, tinha turno no trabalho no outro dia também. Ela então o levou até a porta, eles se abraçaram, um abraço longo e apertado, e ele foi embora.
Ela só não sabia que parado perto da casa dela, null estava de tocaia e pensando mil coisas com a mente doente dele. Os pensamentos explodindo na cabeça o deixaram cego. Não muito depois de se despedir do amigo, null ouviu a porta ser esmurrada, como se a vida de alguém corresse perigo.
— Calma, quem é? — null gritou indo até a fechadura.
null estava todo vermelho, com a mandíbula travada. Ela abriu a porta com uma das trincas ainda fechada, deixando o acesso ao local limitado. Olhou pela fresta da porta, quando viu quem era, destrancou totalmente a porta abrindo ela mais.
— O que está fazendo aqui, null? — ela perguntou olhando para os olhos dele segurado no batente da porta.
— O QUE AQUELE FILHO DA PUTA ESTAVA FAZENDO AQUI?! — Ele gritou com ela, null arregalou os olhos.
— Eu não acredito que você está me espionando! — null fez menção que ia fechar a porta — Você só pode estar louco mesmo!
null segurou a porta com a mão abrindo ela de novo, pegou null pelo braço apertando, ela fez uma cara contorcida de dor.
— ME RESPONDE, SUA VAGABUNDA, O QUE ELE ESTAVA FAZENDO SAINDO DA SUA CASA UMA HORA DESSAS?
— ME SOLTA null, VOCÊ ESTÁ ME MACHUCANDO, EU NÃO DEVO SATISFAÇÃO DA MINHA VIDA PRA VOCÊ — null gritava a plenos pulmões, tentando se soltar dele. — ME SOLTA SEU DESGRAÇADO, QUEM VOCÊ PENSA QUE É?
O vizinho do lado saiu correndo em direção ao Casal. Parou um pouco atrás de null olhando diretamente para null.
— Está tudo bem ai, null? — O rapaz que morava ao lado perguntou com a voz num tom seguro.
— Quem é esse babaca? Outro cara com quem você anda dormindo pelas minhas costas? – null estava com um risinho na voz que era detestável.
null não pensou duas vezes, juntou todas as forças que tinha e tacou um tapa na cara dele. Não esperando aquilo ele a soltou e deu um passo para trás, em um impulso ele levantou a mão para acertá-la e sentiu alguém segurar seu braço.
— Acho melhor você ir embora, antes que eu chame a polícia — O vizinho disse com o outro punho já fechado para acertar ele se fosse preciso. null tinha corrido para longe em prantos.
— Me solta, eu vou embora — Ele disse, soltando seu braço da mão do rapaz, se virou e sumiu na escuridão.
null tremia o corpo todo, não conseguia para de chorar, estava chocada com aquilo, nunca tinha visto null tão transtornado.
null, você está bem?
— Eu vou ficar bem, Max, obrigada! — Ela disse recuperando o fôlego — Muito obrigada mesmo, e desculpe o incomodo.
— Não quer passar essa noite lá em casa, a Jinie estava preocupada com você, ela me mandou vir aqui ver como as coisas estavam.
— Me desculpem mesmo pelo transtorno, Max, eu vou ficar bem em casa, qualquer coisa eu ligo para vocês, ok? Melhor entrarmos. — Ela tentou sorrir, acenou para a vizinha que estava observando da porta e se despediu do rapaz.

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null observava tudo de longe, viu ele voltar para a sala. Estava de volta no chão no canto, dessa vez ele estava escutando o som da chuva, fazia dois dias que chovia grosseiramente sem parar. Ele juntou os joelhos e descansou a testa sobre eles. null quase entrou para jogar umas verdades na cara dele, mas sentiu uma mão em seu ombro e se virou para ver quem era.

DOIS DIAS ATRÁS...

— HEY SEU COVARDE — null chegou gritando com null, que estava na porta da gravadora, com cara de poucos amigos e uma energia pesadíssima, desferindo um soco em sua boca. Surpreso com o ato null cambaleou para trás. — O QUE ACHA DE BATER EM ALGUÉM DO SEU TAMANHO? — Ainda gritando, null deu mais um soco dessa vez mais próximo do olho. — Você acha que o fato dela estar sozinha, te dá o direito de fazer esse tipo de coisa? Ela tem quem a defenda seu filho da puta. Outro soco foi acertado em alguma parte do rosto.
Alguns seguranças acompanhados de null chegaram para segurar null que estava prestes a dar outro soco. Eles foram levados para dentro da gravadora, estavam começando a chamar a atenção das pessoas e isso era tudo o que eles menos queriam, tanto para o grupo quanto para a garota que seria exposta demais. Todos foram para uma sala que estava vazia. Alguns seguranças ainda seguravam null que estava com os punhos fechados.
— Não é da sua conta o que acontece entre mim e minha namorada! — null começou a falar olhando para o outro lado da sala.
— É da minha conta, quando uma das minhas amigas é agredida, física e verbalmente por um filho da puta. — null retrucou se segurando para não voltar a socar ele.
— O que aconteceu? — null perguntou, arregalando os olhos, não estava acreditando no que acabara de escutar.
— Pergunta pro seu amiguinho, o que ele anda fazendo com null, todas as risadinhas e visitas íntimas que anda dando para minha mulher! — null deu uma risada sarcástica se levantando de onde estava encostado.
— Caralho null, null e eu somos amigos. Como você pode pensar uma coisa dessas da mulher que você diz amar? — Toda a raiva percorria o corpo de null, como uma corrente elétrica. — Como você pode ir até a casa dela ofendê-la? Como pode machucar ela daquela forma? — Ele fechou os olhos cerrando os dentes. — Achou que ninguém ia ficar sabendo sobre isso?
— Espera um pouco, você bateu na null? — null perguntou direcionando um olhar duro para null.
— Eu não bati nela, eu só a segurei pelo braço... — Foi interrompido por null que tinha se aproximado dele e o pegou pelo colarinho da camisa.
— Você deixou um hematoma no braço dela! — null apertou mais os punhos no colarinho — Você fez um escândalo na frente da casa dela! Você levantou a mão pra ela! — Ele tinha encostado null na parede com tanta força que sentiu o baque no próprio corpo.
null afastou null, que estava com os olhos que pareciam brasas e o retirou do local antes que ele voltasse a socar null, que mesmo merecendo mais uns socos ainda estava sangrando muito, ambos deviam esfriar a cabeça.

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— Não vale a pena, null! — null disse, assim que a mulher se virou e olhou para ver quem a tocava. — Ele não merece mais nada da null, ele não merece nem chorar por ela, se não fosse por esse ser desprezível, ela ainda estaria aqui conosco. — null começou a chorar e foi amparada pelo homem que a abraçou firme. — Eu sei, null, mas agora, não vale a pena brigar, null não ia querer isso.

UM DIA ATRÁS…

null soube o que tinha acontecido na gravadora e precisava colocar um ponto final em toda aquela situação. Então mais cedo conversou com null, null e os amigos e resolveu mandar uma mensagem para null.

Para null:

Precisamos conversar como adultos, Toda essa situação comigo e com seus amigos está me incomodando. Encontre-me no café de sempre às 20:00.

Foi para o local combinado, mesmo com a chuva torrencial que caia, precisava resolver aquilo, naquela noite, aproveitou e levou null, já que a amizade deles que estava causando aquele mal estar, os dois iriam resolver aquilo juntos com null. null pensou que talvez ele não aparecesse, ele não respondeu a mensagem, só tinha visualizado, e estava uma chuva, que quase não dava para ver as pessoas e as coisas, pela janela enorme de vidro, que compunha a decoração do lugar. Tão logo ela recebeu uma mensagem, que a assustou.

De null:

null, eu estou te esperando do outro lado da rua, se não quiser ver seu rosto estampado em todos os veículos de informação na internet amanhã, com o escândalo que eu vou fazer se eu entrar nesse café, é melhor você vir até aqui!

Ainda não acreditava no que estava vendo, olhou duas vezes a mensagem e se assustou. Se levantou apressada se curvando levemente em sinal de desculpas e saindo da área visível. Foi correndo para fora do estabelecimento e o viu, parado do outro lado da rua, olhando para os pés.
— Qual é o seu problema? — null correu para onde ele estava protegido debaixo de um alambrado. — Eu falo que quero ter uma conversa de adultos e você me manda uma mensagem daquelas?
— Eu te vi com ele! O que vocês vão me dizer? — null disse começando a se exaltar já estava com os punhos fechados. — Que estão juntos a muito tempo e que não podem mais esconder essa relação?
— Como você pode ser desse jeito null? Como pode criar essas coisas dentro da sua cabeça?
— Não sou cego, eu vi vocês dois juntos mais de uma vez, sorrisos, encontros, o que quer que eu pense?
— Eu te chamei aqui para explicarmos o que está acontecendo, tirando o fato de sermos amigos e esse tipo de relação ser normal entre amigos, nós estávamos ... — Ela interrompeu seu raciocínio quando sentiu a mão dele apertando seu pulso.
— AMIGOS QUE DORMEM JUNTOS? AMIGOS QUE RIEM DA CARA DO OTÁRIO AQUI, PELAS COSTAS? VOCÊ NÃO PASSA DE UMA VADIA CHEIA DE AMIGUINHOS — Ele estava gritando com o rosto bem próximo do dela. Os olhos de null estavam arregalados, cheio de medo.
null, me solta, por favor! Você está me machucando! — null disse com a voz meio trêmula, porém a mais calma que ela pode. — Não é nada disso que você fantasiou na sua cabeça. — Ela puxava seu braço tentando se soltar. Ele parecia ter ignorado as palavras dela.
— VOCÊ É UMA VADIA, VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO? — Ele gritava mais alto colando seu nariz no dela.
— ME SOLTA, SEU... SEU DESGRAÇADO, ME ESCUTA VOCÊ! — Ela arrumou forças de onde não tinha, conseguiu soltar seu pulso e gritava também. — EU NÃO SOU NENHUMA VADIA, NÓS ESTÁVAMOS ESSES DIAS JUNTOS PORQUE ELE VAI SER PAI, E ANTES QUE VOCÊ VENHA COM ESSAS SUAS NOIAS, EU NÃO SOU A MÃE, ELE ESTAVA COM MEDO, ESTAVA PRECISANDO DE UMA VISÃO FEMININA — Respirou pela primeira vez desde começou a gritar. — ELE NÃO FALOU NADA PARA VOCÊS, PORQUE ELE QUERIA CONFIRMAR TUDO, PROCESSAR TODA AQUELA NOVIDADE, E VOCÊ VINHA SENDO UM ESCROTO ESSES DIAS.
Ele parecia confuso e paralisado. Ao vê-la gritando com ele no meio da rua, daquela maneira, se deu conta que ele nunca tinha dado espaço pra ela se explicar. À tempos não sentavam e conversavam, se aproximou dela que já estava longe dele se protegendo de qualquer ação que ele pudesse ter.
null eu... — Ele estava quase abraçando ela.
— VOCÊ O QUE null? NÃO ME TOQUE! — Ela ainda gritava, desta vez as lagrimas acompanhavam a voz — EU ESTOU POUCO IMPORTANDO SE VOCÊ ACREDITA OU NÃO, EU NÃO QUERO MAIS ESSE TIPO DE RELAÇÃO ABUSIVA, ACABOU VOCÊ ME OUVIU?
null finalizou a conversa ali e saiu correndo para atravessar a rua queria ficar o mais longe possível dele. Chovia muito, ela ouviu uma buzina alta, barulho de rodas tentando frear, e não conseguiu escapar, o impacto de uma coisa batendo nala, uma claridade. Não conseguia se mover. Escutou ao longe a voz de null gritando por seu nome.
— Alguém chama uma ambulância! — null estava desesperado, ajoelhado no chão com o corpo da garota nos braços.
Sentiu seu corpo, quase sem vida, ser passado de um braço para o outro, mas estava quase inconscientemente.
— Não me deixe, null, não faça isso comigo, aguenta firme o socorro já está chegando. — Foi a última coisa que a mulher ouviu da boca de null.
Ele passou uma das mãos na cabeça dela que sangrava muito, havia muito sangue pelo chão, ficou ali no meio da chuva, no meio da rua com null em seus braços,ouvindo ao longe o som das sirenes.

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null, está na hora. — null disse entrando na sala. E null que o acompanhava naquele momento olhou com um modo feroz para ele.
null levou o olhar ao encontro do rosto do amigo, respirou fundo.
— Eu sei que é difícil irmão, mas precisamos fazer isso agora. — null foi até o amigo o ajudou a levantar. — Estão nos esperando para levar o caixão.
— Você é um imundo! — null não conseguia mais segurar aquelas palavras dentro de si. — Não merece sentir nem tristeza por causa de null. — Foi sincera e estava pouco se importando com o que ele estava sentindo naquele momento. — Espero que isso te perturbe para sempre e que nunca mais volte a se repetir. Essa é a coisa que eu mais quero, pela null e por qualquer outra mulher que entre na sua vida.
Ela disse tudo o que queria e mesmo assim, nada traria a amiga dela de volta e aquilo doía muito.
— Vem null, não vale a pena. — null disse abraçando a mulher que chorava muito, chorava de soluçar.
Quantas vezes tinha conversado com a amiga e tentado abrir os olhos dela, mas ele tinha destruído o psicológico dela e ela não conseguia se desprender. Aquilo não fazia bem a ela e dei no que deu. Era difícil demais estar ali, no mesmo lugar que ele, era difícil olhar para a cara dele e não sentir nojo.



FIM.



Nota da autora: Olá Jiniers, como estamos? Preciso dizer que: AAAAAAAAAA EU AINDA ODEIO ESSE PP, QUE SACO! Pra quem ainda não percebeu, ou não sabe mesmo, essa fanfic é o ponto de vista da pp da minha segunda fanfic escrita na vida Eyes, Nose, Lips ao qual o pp é mega abusivo só que lá é a versão pela mente e pelos olhos dele, aqui a gente tem uma amiga que fala tudo o que eu sempre quis falar para ele e menos, porque eu teria acabado com a vida dele, sei lá, tacado um pedaço de pau no meio dos córnios, mas tudo bem kkkk espero que minhas leitoras que querem me matar ainda hoje por conta de ENL, gostem dessa versão!
ps: Se quiser conhecer mais fanfics minhas vou deixar aqui embaixo minha página de autora no site e as minhas redes sociais, estou sempre interagindo por lá e você também consegue acesso a toda a minha lista de histórias atualizada clicando AQUI.
AH NÃO DEIXEM DE COMENTAR, ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.




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