Capítulo Único
Eu passei a mão sobre a água e olhei ao meu redor, os mesmos lírios estavam sobre as águas, a noite já havia caído, o que deixava o lago ao meu redor escuro e misterioso, fechei os olhos e respirei fundo, eu amava aquele lugar, assim como eu o amava.
Um mês antes.
– ? – Chamei, olhando ao redor e tentando ver qualquer sinal dele. Nada, eu sabia que não deveria ter saído de casa àquela hora da noite, sozinha, mas eu precisava falar com ele, eu precisava dele – , por favor, sou eu. – Falei, dando mais um passo à frente.
– O que você está fazendo aqui? – Ouvi a voz dele atrás de mim e dei um pulinho de susto, quando olhei pra ele não consegui evitar as lágrimas e logo corri pra abraça-lo – Hey, o que aconteceu? – Perguntou.
– Sua mãe me contou, você desapareceu de novo, ! Primeiro eu pensei que você não respondia minhas mensagens ou atendia minhas ligações porque estava chateado comigo. Eu fui a sua casa esperando encontrar, mas tudo o que eu encontrei foi a sua mãe abatida, com cara de quem não dorme a dias, e aí ela me disse que você não aparecia em casa a uma semana, eu te procurei em todos os lugares ! O único lugar que sobrou foi aqui, graças a Deus você está aqui. – Falei, apertando os braços ao redor dele, ele passou os braços em torno de mim e beijou o tomo da minha cabeça, eu respirei fundo, sentindo o perfume dele, eu cheguei a pensar que ele...
– Você me encontrou, está tudo bem. – Disse baixinho, eu assenti e me afastei dele, olhando ao redor.
– Por que você está aqui? – Perguntei.
– Você sabe que eu frequento esse grupo. – Disse, eu me senti mal, aquela era a "sede" de um grupo de apoio que lidava com pessoas que já tentaram cometer suicídio, eu sabia que ele já tinha tentado, seis meses atrás mais especificamente, mas eu não gosto do fato de ele ainda pensar nisso, de precisar de um grupo de apoio pra ajudá-lo a não tentar de novo.
– Eu sei, mas por que você está aqui agora, que eu saiba as reuniões são só nas quartas à noite. – Falei, ele suspirou e passou a mão nos cabelos.
– Eu estava cansado , eu não aguentava mais aquele lugar, meu pai... – Disse, mas então se deteve, balançando a cabeça de leve como se quisesse espantar um mal pensamento, eu já sabia que mal pensamento era esse, o Sr. Denvers era o pior tipo de homem possível, passou a vida inteira apanhando do pai, ou vendo a mãe dele apanhando, isso, pra começo de conversa, tinha sido um dos fatores que o levaram a tentar... Aquilo seis meses atrás.
– Eu te amo. – Falei, antes que ele precisasse pensar mais naquilo, ele segurou meu rosto entre as mãos e me olhou profundamente nos olhos.
– Eu também te amo, mais que tudo no mundo, eu te amo. – Disse, eu assenti e o abracei outra vez.
– Vem comigo. – Falei, ele apoiou a testa no meu ombro.
– Eu não vou voltar pra lá, . – Disse.
– Sua mãe precisa de você. – Lembrei.
– Ah, ela precisa de mim? Onde ela estava quando eu precisei dela? – Perguntou ele, amargo, eu engoli em seco. A Sra. Denvers também não era exatamente um exemplo de mãe, ela deixava que o marido batesse nela e no , não porque não tinha como se defender, mas porque, de algum modo, achava que ele estava certo, o que pra mim era no mínimo uma tremenda idiotice. Me lembro de quando foi parar em um hospital com o braço quebrado e um olho roxo depois que começamos a namorar, dois anos atrás, eu esperava que isso fosse o suficiente pra que ela deixasse aquele monstro, era o que eu esperava que ela fosse dizer quando entrou no quarto de hospital no qual estava com ar determinado, mas pra minha surpresa e, vale ressaltar, decepção, ela apenas pediu pra que perdoasse o pai e tivesse paciência com ele, que com certeza eles deviam ter feito alguma coisa errada pra tudo aquilo ter acontecido, era a maior baboseira que eu já tinha escutado em toda a minha vida.
– Eu estou aqui. – Falei, eu queria que ele soubesse que não estava sozinho.
– Eu sei, e eu não preciso de mais ninguém. – Disse, então me afastou um pouco e me beijou. O beijo foi ganhando intensidade e quando eu percebi, eu já estava deitada em cima de um saco de dormir no canto da sala na qual estávamos, com ele em cima de mim. Ele interrompeu o beijo e me olhou nos olhos, acariciando meu rosto com uma mão, eu vi tanta dor nos olhos dele que tive que me segurar pra não chorar ali mesmo. Ele se levantou um pouco e colocou as mãos na barra da camiseta que eu estava usando, começando a puxá-la pra cima. Eu levantei os braços e deixei, me deitando de novo e deixando ele fazer o que quisesse comigo, eu faria qualquer coisa pra tirar aquela dor dos olhos dele, qualquer coisa.
...
Acordei no susto depois de ter um sonho estranho, coloquei a mão no peito e senti meu coração acelerado, fechei os olhos e tentei me lembrar do sonho, mas ele tinha simplesmente sumido da minha cabeça.
– ? – Chamei, quando percebi que ele não estava do meu lado, eu estava com uma sensação esquisita, uma espécie de aperto no coração, mas decidi ignorar a sensação, então me levantei e comecei a me vestir – ? – Chamei de novo quando estava terminando de fechar o zíper da calça jeans. Olhei ao redor, tudo ainda estava escuro e não tinha nenhum sinal do . Procurei meu celular e acendi a tela assim que o encontrei, ainda era de madrugada, abri os contatos e procurei o número do , apertando pra iniciar a ligação assim que achei, ouvi o toque do celular dele e fui em direção ao mesmo, o encontrei em cima de uma mesa, junto com um pedaço de papel dobrado. Desliguei meu celular e o coloquei no bolso, pegando o papel e o desdobrando em seguida.
"Você é e sempre foi a coisa mais importante da minha vida, nunca se esqueça disso, eu te amo mais que qualquer coisa. Eu sei que você vai querer me odiar, mas por favor, me entenda, eu não consigo ver outro caminho, mas antes eu precisava te ver uma última vez, não se preocupe comigo, eu estou com os lírios, vai ficar tudo bem."
Senti o chão sumindo sob meus pés, tudo bem, talvez isso não significasse o que eu estava pensando. Coloquei a mão no peito outra vez, a sensação de aperto no coração crescendo, senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, mas logo a limpei, colocando o bilhete no bolso e procurando as chaves do meu carro. Ele disse que estava com os lírios, eu sabia exatamente onde ele estava.
...
– ! ! – Gritei, eu estava no lugar do nosso primeiro encontro, era um lago do lado sul da cidade, era cheio de lírios e tinha água cristalina, mas a noite ela parecia negra, o que me deixou apreensiva de cara. Eu me aproximei do lago, tentando ver ao redor, foi então que eu vi, o barco que usamos no encontro no meio do lago, mas ele não estava nele, as palavras do bilhete dele começaram a voltar pra minha mente, mas eu balancei a cabeça, as afastando, e entrei no lago, nadando o mais rápido que eu podia até o barco. Quando cheguei até ele, vi que as roupas dele estavam lá dentro, senti meus olhos se enchendo de lágrimas – ? – Gritei, não podia ser, não ali, aquele lugar era especial pra mim, ele não pôde ter sido tão cruel...
Flashback On.
– Você vai me dizer onde estamos agora? – Perguntei. estava cobrindo meus olhos com as mãos enquanto me guiava não sei até onde.
– Eu te disse que ia te dar o melhor primeiro encontro surpresa da história, só estou cumprindo minha promessa, é surpresa. – Disse, me puxando pra um lago, eu estava sentindo cheiro de "natureza", então eu sabia que estávamos em algum lugar ao ar livre, mas não consigo pensar em nenhum lugar que tenha privacidade suficiente pra um primeiro encontro.
– ! – Chamei, impaciente, ele riu.
– Calma gafanhoto, estamos quase chegando. – Disse, antes de me fazer parar – Pronta?
– Só quero saber onde estamos logo! – Falei.
– Surpresa. – Disse tirando as mãos dos meus olhos e me abraçando por trás. Eu olhei ao redor e não pude evitar o sorriso, era o lago mais lindo que eu já tinha visto na vida – Vem comigo. – Disse, me soltando e pegando minha mão, me puxando até a margem do lago onde tinha um barco. Ele me ajudou a subir nele e subiu em seguida, remando até o meio do lago – E então? O que achou? – Perguntou com um sorriso no rosto, eu olhei ao redor, pros lírios, eu amava lírios, o lago era cheio deles, passei a mão na água e abri os braços, respirando fundo e começando a rir.
– É o lugar mais incrível que eu vi na vida. – Falei, o sorriso dele se iluminou.
– Eu te amo. – Disse, assim, na lata, nós nos conhecíamos a um mês, estávamos "saindo" desde então, mas aquele era nosso primeiro encontro oficial, era meio cedo pra falar de amor, mas não me pareceu errado quando eu sorri e respondi.
– Eu também te amo. – Falei, ele se aproximou de mim e me beijou, eu sorri entre o beijo, agora eu amava aquele lugar, assim como amava aquele garoto.
Flashback Off.
– ! – Gritei outra vez, tudo o que eu queria era ouvir a voz dele, eu respirei fundo e mergulhei no lago, tentando encontrá-lo, mas a água estava escura demais, eu não enxergava nem sequer um palmo a frente dos meus olhos, então eu voltei pra superfície, e comecei a chorar, estava na hora de aceitar, ele tinha me deixado, e nunca mais ia voltar.
Hoje.
Abri os olhos outra vez e não consegui evitar as lágrimas ao lembrar que ele nunca mais ia voltar. Ele estava certo, quando aconteceu tudo o que eu realmente queria era odiá-lo, odiá-lo por me deixar, por ter escolhido esse caminho pra ele, mas hoje as coisas mudaram, eu não o odiava, eu me odiava, me odiava por não ter percebido que ele ia fazer aquilo aquela noite. Me odiava por não ter sido o suficiente pra impedi-lo, por não conseguir mais me sentir inteira, fazia um mês, um mês que eu não era mais a mesma, cada vez mais eu tinha a confirmação de que morri com ele, nunca iria conseguir ser a mesma, eu tentei, tentei com todas as forças, mas eu não conseguia continuar, não sem ele. Então eu decidi, tudo ia terminar exatamente na onde tinha começado. Eu me levantei e pulei na água, estava fria, mas eu não me importei, apenas prendi a respiração e mergulhei, indo o mais fundo que eu conseguia, então parei de me mexer, me deixando flutuar, senti quando meus pulmões começaram a implorar por ar, mas ao mesmo tempo eu sentia que nunca iria me afogar, o que era esquisito, porque eu sabia que estava me afogando. Então fechei os olhos, foi quando eu senti uma mão na minha, abri os olhos outra vez e os arregalei ao ver o , bem ali na minha frente, ele sorriu pra mim e puxou minha mão, me puxando mais para o fundo do lago. Eu não sabia se a visão dele era porque eu tinha morrido ou se meu cérebro desoxigenado estava fantasiando aquilo, mas eu não me importava, apenas segurei a mão dele e nós nadamos juntos até o fundo. Eu estou além, por mais irônico que isso pareça, eu não queria estar em nenhum outro lugar, só com o e os lírios dos lagos negros.
Um mês antes.
– ? – Chamei, olhando ao redor e tentando ver qualquer sinal dele. Nada, eu sabia que não deveria ter saído de casa àquela hora da noite, sozinha, mas eu precisava falar com ele, eu precisava dele – , por favor, sou eu. – Falei, dando mais um passo à frente.
– O que você está fazendo aqui? – Ouvi a voz dele atrás de mim e dei um pulinho de susto, quando olhei pra ele não consegui evitar as lágrimas e logo corri pra abraça-lo – Hey, o que aconteceu? – Perguntou.
– Sua mãe me contou, você desapareceu de novo, ! Primeiro eu pensei que você não respondia minhas mensagens ou atendia minhas ligações porque estava chateado comigo. Eu fui a sua casa esperando encontrar, mas tudo o que eu encontrei foi a sua mãe abatida, com cara de quem não dorme a dias, e aí ela me disse que você não aparecia em casa a uma semana, eu te procurei em todos os lugares ! O único lugar que sobrou foi aqui, graças a Deus você está aqui. – Falei, apertando os braços ao redor dele, ele passou os braços em torno de mim e beijou o tomo da minha cabeça, eu respirei fundo, sentindo o perfume dele, eu cheguei a pensar que ele...
– Você me encontrou, está tudo bem. – Disse baixinho, eu assenti e me afastei dele, olhando ao redor.
– Por que você está aqui? – Perguntei.
– Você sabe que eu frequento esse grupo. – Disse, eu me senti mal, aquela era a "sede" de um grupo de apoio que lidava com pessoas que já tentaram cometer suicídio, eu sabia que ele já tinha tentado, seis meses atrás mais especificamente, mas eu não gosto do fato de ele ainda pensar nisso, de precisar de um grupo de apoio pra ajudá-lo a não tentar de novo.
– Eu sei, mas por que você está aqui agora, que eu saiba as reuniões são só nas quartas à noite. – Falei, ele suspirou e passou a mão nos cabelos.
– Eu estava cansado , eu não aguentava mais aquele lugar, meu pai... – Disse, mas então se deteve, balançando a cabeça de leve como se quisesse espantar um mal pensamento, eu já sabia que mal pensamento era esse, o Sr. Denvers era o pior tipo de homem possível, passou a vida inteira apanhando do pai, ou vendo a mãe dele apanhando, isso, pra começo de conversa, tinha sido um dos fatores que o levaram a tentar... Aquilo seis meses atrás.
– Eu te amo. – Falei, antes que ele precisasse pensar mais naquilo, ele segurou meu rosto entre as mãos e me olhou profundamente nos olhos.
– Eu também te amo, mais que tudo no mundo, eu te amo. – Disse, eu assenti e o abracei outra vez.
– Vem comigo. – Falei, ele apoiou a testa no meu ombro.
– Eu não vou voltar pra lá, . – Disse.
– Sua mãe precisa de você. – Lembrei.
– Ah, ela precisa de mim? Onde ela estava quando eu precisei dela? – Perguntou ele, amargo, eu engoli em seco. A Sra. Denvers também não era exatamente um exemplo de mãe, ela deixava que o marido batesse nela e no , não porque não tinha como se defender, mas porque, de algum modo, achava que ele estava certo, o que pra mim era no mínimo uma tremenda idiotice. Me lembro de quando foi parar em um hospital com o braço quebrado e um olho roxo depois que começamos a namorar, dois anos atrás, eu esperava que isso fosse o suficiente pra que ela deixasse aquele monstro, era o que eu esperava que ela fosse dizer quando entrou no quarto de hospital no qual estava com ar determinado, mas pra minha surpresa e, vale ressaltar, decepção, ela apenas pediu pra que perdoasse o pai e tivesse paciência com ele, que com certeza eles deviam ter feito alguma coisa errada pra tudo aquilo ter acontecido, era a maior baboseira que eu já tinha escutado em toda a minha vida.
– Eu estou aqui. – Falei, eu queria que ele soubesse que não estava sozinho.
– Eu sei, e eu não preciso de mais ninguém. – Disse, então me afastou um pouco e me beijou. O beijo foi ganhando intensidade e quando eu percebi, eu já estava deitada em cima de um saco de dormir no canto da sala na qual estávamos, com ele em cima de mim. Ele interrompeu o beijo e me olhou nos olhos, acariciando meu rosto com uma mão, eu vi tanta dor nos olhos dele que tive que me segurar pra não chorar ali mesmo. Ele se levantou um pouco e colocou as mãos na barra da camiseta que eu estava usando, começando a puxá-la pra cima. Eu levantei os braços e deixei, me deitando de novo e deixando ele fazer o que quisesse comigo, eu faria qualquer coisa pra tirar aquela dor dos olhos dele, qualquer coisa.
– ? – Chamei, quando percebi que ele não estava do meu lado, eu estava com uma sensação esquisita, uma espécie de aperto no coração, mas decidi ignorar a sensação, então me levantei e comecei a me vestir – ? – Chamei de novo quando estava terminando de fechar o zíper da calça jeans. Olhei ao redor, tudo ainda estava escuro e não tinha nenhum sinal do . Procurei meu celular e acendi a tela assim que o encontrei, ainda era de madrugada, abri os contatos e procurei o número do , apertando pra iniciar a ligação assim que achei, ouvi o toque do celular dele e fui em direção ao mesmo, o encontrei em cima de uma mesa, junto com um pedaço de papel dobrado. Desliguei meu celular e o coloquei no bolso, pegando o papel e o desdobrando em seguida.
"Você é e sempre foi a coisa mais importante da minha vida, nunca se esqueça disso, eu te amo mais que qualquer coisa. Eu sei que você vai querer me odiar, mas por favor, me entenda, eu não consigo ver outro caminho, mas antes eu precisava te ver uma última vez, não se preocupe comigo, eu estou com os lírios, vai ficar tudo bem."
Senti o chão sumindo sob meus pés, tudo bem, talvez isso não significasse o que eu estava pensando. Coloquei a mão no peito outra vez, a sensação de aperto no coração crescendo, senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto, mas logo a limpei, colocando o bilhete no bolso e procurando as chaves do meu carro. Ele disse que estava com os lírios, eu sabia exatamente onde ele estava.
Flashback On.
– Você vai me dizer onde estamos agora? – Perguntei. estava cobrindo meus olhos com as mãos enquanto me guiava não sei até onde.
– Eu te disse que ia te dar o melhor primeiro encontro surpresa da história, só estou cumprindo minha promessa, é surpresa. – Disse, me puxando pra um lago, eu estava sentindo cheiro de "natureza", então eu sabia que estávamos em algum lugar ao ar livre, mas não consigo pensar em nenhum lugar que tenha privacidade suficiente pra um primeiro encontro.
– ! – Chamei, impaciente, ele riu.
– Calma gafanhoto, estamos quase chegando. – Disse, antes de me fazer parar – Pronta?
– Só quero saber onde estamos logo! – Falei.
– Surpresa. – Disse tirando as mãos dos meus olhos e me abraçando por trás. Eu olhei ao redor e não pude evitar o sorriso, era o lago mais lindo que eu já tinha visto na vida – Vem comigo. – Disse, me soltando e pegando minha mão, me puxando até a margem do lago onde tinha um barco. Ele me ajudou a subir nele e subiu em seguida, remando até o meio do lago – E então? O que achou? – Perguntou com um sorriso no rosto, eu olhei ao redor, pros lírios, eu amava lírios, o lago era cheio deles, passei a mão na água e abri os braços, respirando fundo e começando a rir.
– É o lugar mais incrível que eu vi na vida. – Falei, o sorriso dele se iluminou.
– Eu te amo. – Disse, assim, na lata, nós nos conhecíamos a um mês, estávamos "saindo" desde então, mas aquele era nosso primeiro encontro oficial, era meio cedo pra falar de amor, mas não me pareceu errado quando eu sorri e respondi.
– Eu também te amo. – Falei, ele se aproximou de mim e me beijou, eu sorri entre o beijo, agora eu amava aquele lugar, assim como amava aquele garoto.
Flashback Off.
– ! – Gritei outra vez, tudo o que eu queria era ouvir a voz dele, eu respirei fundo e mergulhei no lago, tentando encontrá-lo, mas a água estava escura demais, eu não enxergava nem sequer um palmo a frente dos meus olhos, então eu voltei pra superfície, e comecei a chorar, estava na hora de aceitar, ele tinha me deixado, e nunca mais ia voltar.
Hoje.
Abri os olhos outra vez e não consegui evitar as lágrimas ao lembrar que ele nunca mais ia voltar. Ele estava certo, quando aconteceu tudo o que eu realmente queria era odiá-lo, odiá-lo por me deixar, por ter escolhido esse caminho pra ele, mas hoje as coisas mudaram, eu não o odiava, eu me odiava, me odiava por não ter percebido que ele ia fazer aquilo aquela noite. Me odiava por não ter sido o suficiente pra impedi-lo, por não conseguir mais me sentir inteira, fazia um mês, um mês que eu não era mais a mesma, cada vez mais eu tinha a confirmação de que morri com ele, nunca iria conseguir ser a mesma, eu tentei, tentei com todas as forças, mas eu não conseguia continuar, não sem ele. Então eu decidi, tudo ia terminar exatamente na onde tinha começado. Eu me levantei e pulei na água, estava fria, mas eu não me importei, apenas prendi a respiração e mergulhei, indo o mais fundo que eu conseguia, então parei de me mexer, me deixando flutuar, senti quando meus pulmões começaram a implorar por ar, mas ao mesmo tempo eu sentia que nunca iria me afogar, o que era esquisito, porque eu sabia que estava me afogando. Então fechei os olhos, foi quando eu senti uma mão na minha, abri os olhos outra vez e os arregalei ao ver o , bem ali na minha frente, ele sorriu pra mim e puxou minha mão, me puxando mais para o fundo do lago. Eu não sabia se a visão dele era porque eu tinha morrido ou se meu cérebro desoxigenado estava fantasiando aquilo, mas eu não me importava, apenas segurei a mão dele e nós nadamos juntos até o fundo. Eu estou além, por mais irônico que isso pareça, eu não queria estar em nenhum outro lugar, só com o e os lírios dos lagos negros.
Fim.
Nota da autora: Pessoas, em primeiro lugar, me sinto obrigada a dizer que eu não acho que suicídio seja a solução para absolutamente nada, acho que isso só causa sofrimento tanto pra pessoa que comete tanto pros outros a volta dela, cada vida tem seu valor, e de verdade eu acho que todos deviam saber disso, justamente por saber disso eu nunca, volto a dizer, nunca apoiaria uma coisa assim, eu sei que uma pessoa que chega a esse extremo passou por muita coisa, não vê outra solução, mas acreditem, existe outra saída, o único motivo pra eu ter abordado esse tema nessa história é que eu não consegui pensar em mais nada que se encaixasse nessa música, portanto pra quem esperava um final diferente pra personagem, me perdoem! Deixa seu comentário por aqui pra mim saber o que você achou, beijinhos e até a próxima!!!
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