Capítulo Único
“, precisamos conversar.”
Que mensagem aleatória. Parecia sério.
“O que foi, ? Você está bem?”
“Estou. Pode vim aqui em casa, por favor?”
“Chego em 10 minutos.”
Fiquei um pouco confusa, porém me apressei e fui dirigindo até a casa da . Com 10 anos de amizade eu já era de casa e tinha liberdade para entrar e sair sem cerimônias. Subi as escadas até seu quarto com um misto de ansiedade, nervosismo e curiosidade.
- Cheguei. O que houve?
- É melhor sentar. – Ela disse pausadamente. Sua expressão estava péssima. – Teremos uma longa conversa.
Eu me sentei em sua cama, estava apreensiva. Será que ela estava doente? Ela se levantou, foi andando calmamente até a sua escrivaninha e pegou um envelope branco. Veio lentamente até a cama onde eu estava sentada e sentou-se também.
- Depois de muito pensar, decidi te mostrar umas coisas que encontrei. Antes que seu cérebro crie milhares de teorias que não fazem sentido algum, vou explicar. Por favor, mantenha a calma.
- Meu Deus . Seja objetiva.
- Lembra que há mais ou menos 3 meses saímos eu, você e o ? – Eu assenti. – E eu fui embora no meio da festa que fomos e inventei uma desculpa qualquer depois.
- Eu lembro. Prossiga.
- O que aconteceu, na verdade, foi que enquanto você foi ao bar buscar bebidas para nós três a pedido do , ele deu em cima de mim. Disse que eu estava muito atraente no vestido que estava usando e me perguntei se eu não estava afim de sair daquela festa e deixar você sozinha ali. Ele disse também que depois inventaria uma desculpa qualquer e você acreditaria facilmente.
- O que? Isso não faz o menor sentido. Ele nunca faria isso.
- Calma, não é só isso.
- Você me chamou aqui pra dizer que eu devo terminar meu relacionamento para que você possa ficar com ele, não é? – Eu comecei a me alterar.
- Como é que é? Você acha que eu quero roubar o ? Ah pelo amor de Deus. Para de ser ingênua por um minuto. – Ela me entregou o envelope.
- O que tem aqui?
- Melhor você ver com seus próprios olhos.
Abri o envelope e vi algumas fotos dentro. Retirei o bolo de fotos e passei uma por uma. Tinham muitas fotos do com outras mulheres. Mulheres com rostos desconhecidos, uma dessas mulheres estava grávida e outra estava de mãos dadas com uma bela garotinha de longos cabelos escuros.
- O que significa isso tudo?
- Seu amado .
- Isso eu entendi. Quem são essas outras mulheres?
- Os outros relacionamentos que ele tem. Se ele deu em cima de mim no dia da festa, poderia ter feito com outras. O segui por dias e o encontrei em todos esses lugares com todas essas mulheres. Entrei em contato com todas as mulheres e nenhuma delas sabia da existência de outras na vida do , assim como você. Essa aqui é a Mariah, ela estava grávida de seis meses de um menino, filho do . Essa é a Angeline, mãe da Sophie, de 4 anos, também filha do . Essa é a Pietra, uma universitária que diz estar com o por diversão.
- E eu, não acredito nisso.
- Desculpa, não queria que fosse assim.
- A culpa não é sua. É só dele. Só do . Ele é uma pessoa tão diferente do que achei que fosse. O que eu faço agora?
- Você tem que acabar com tudo.
Eu nem percebi mas estava chorando. As lágrimas desciam e eu não fazia questão nenhuma de limpá-las ou escondê-las. Peguei as fotos e voltei dirigindo pra casa.
Sentei na sala de estar para esperar por . Tinha uma mesa de centro onde espalhei todas as fotos. Desliguei as luzes e fiquei em silêncio com os braços e pernas cruzados.
Não demorou muito para que chegasse. Ele estranhou a escuridão. Destrancou a porta, e quando acendeu as luzes ali estava eu. Sentada com uma expressão nada agradável.
- Meu amor. O que houve?
- Senta.
Eu sequer piscava os olhos. Ele sentou-se calmamente e tentou em encostar em mim e eu apenas me esquivei do seu toque.
- Você vai me contar o que está havendo?
- O que são essas fotos?
Silêncio total. Ele olhou as fotos uma a uma e virou-se para mim.
- Onde você encontrou isso tudo? – Ele estava gaguejando.
- Não importa. Você tem uma boa explicação para omitir que tem duas esposas, uma curtição, uma filha de quatro anos e um a caminho?
- Nada disso é real. Eu não sei quem te mostrou tudo isso.
- Você acha que eu sou palhaça? – Pausei. - Deve achar. É melhor você pensar onde você vai dormir hoje porque aqui é que não é.
- Você está me colocando para fora da nossa casa?
- MINHA casa, você quer dizer. Eu me acabei trabalhando por anos para conseguir tudo o que tem aqui. Você não contribuiu com nada.
- Então é isso? Você vai acreditar nessas fotos, vai me expulsar de casa e fim?
- É. Você não é nada do que pensei que fosse. Inclusive, me contou que você deu em cima dela. Nem a minha melhor amiga você deixou passar e eu não percebi nada. – Dei uma respirada e levantei. – Na verdade, já poupei seu trabalho.
Fui até o quarto e voltei arrastando duas malas para a sala. Entreguei a ele.
- A porta é serventia da casa. Não quero ver o seu rosto nunca mais. Some da minha frente. – Fui, ironicamente, abrir a porta.
Ele saiu, incrédulo. Assim que bati a porta, meu corpo foi de encontro ao chão e comecei a chorar sem o menor controle. Fui me arrastando em busca do meu celular para telefonar para .
- Alô? ?
- Vem pra cá. Por favor.
- Meu Deus, você matou o ?
- Claro que não, ta louca? Expulsei ele de casa.
- Tô indo.
Ainda chorando, me levantei e decidi tomar um banho. Ainda bem que tive a brilhante ideia de colocar uma banheira no grande banheiro da suíte. Liguei a água e deixei a banheira enchendo enquanto pegava uma roupa em meu armário.
Sentei na borda da banheira e fiquei observando encher. Tirei as roupas e entrei. A água estava morna, uma temperatura que me agradava bastante. E ali, naquele lugar eu me permiti chorar como nunca havia chorado na vida. Soluçava, gritava, chorava cada vez mais. Comecei a pensar em todo o tempo que estive com . Quando nos conhecemos, quando decidimos morar juntos e até o dia que ele me pediu em casamento. As lembranças estavam brincando de vai e vem na minha cabeça. Eu estava triste por ver que tudo o que vivemos se tornou uma mentira. Uma mentira que eu nunca fui capaz de desvendar.
Que mensagem aleatória. Parecia sério.
“O que foi, ? Você está bem?”
“Estou. Pode vim aqui em casa, por favor?”
“Chego em 10 minutos.”
Fiquei um pouco confusa, porém me apressei e fui dirigindo até a casa da . Com 10 anos de amizade eu já era de casa e tinha liberdade para entrar e sair sem cerimônias. Subi as escadas até seu quarto com um misto de ansiedade, nervosismo e curiosidade.
- Cheguei. O que houve?
- É melhor sentar. – Ela disse pausadamente. Sua expressão estava péssima. – Teremos uma longa conversa.
Eu me sentei em sua cama, estava apreensiva. Será que ela estava doente? Ela se levantou, foi andando calmamente até a sua escrivaninha e pegou um envelope branco. Veio lentamente até a cama onde eu estava sentada e sentou-se também.
- Depois de muito pensar, decidi te mostrar umas coisas que encontrei. Antes que seu cérebro crie milhares de teorias que não fazem sentido algum, vou explicar. Por favor, mantenha a calma.
- Meu Deus . Seja objetiva.
- Lembra que há mais ou menos 3 meses saímos eu, você e o ? – Eu assenti. – E eu fui embora no meio da festa que fomos e inventei uma desculpa qualquer depois.
- Eu lembro. Prossiga.
- O que aconteceu, na verdade, foi que enquanto você foi ao bar buscar bebidas para nós três a pedido do , ele deu em cima de mim. Disse que eu estava muito atraente no vestido que estava usando e me perguntei se eu não estava afim de sair daquela festa e deixar você sozinha ali. Ele disse também que depois inventaria uma desculpa qualquer e você acreditaria facilmente.
- O que? Isso não faz o menor sentido. Ele nunca faria isso.
- Calma, não é só isso.
- Você me chamou aqui pra dizer que eu devo terminar meu relacionamento para que você possa ficar com ele, não é? – Eu comecei a me alterar.
- Como é que é? Você acha que eu quero roubar o ? Ah pelo amor de Deus. Para de ser ingênua por um minuto. – Ela me entregou o envelope.
- O que tem aqui?
- Melhor você ver com seus próprios olhos.
Abri o envelope e vi algumas fotos dentro. Retirei o bolo de fotos e passei uma por uma. Tinham muitas fotos do com outras mulheres. Mulheres com rostos desconhecidos, uma dessas mulheres estava grávida e outra estava de mãos dadas com uma bela garotinha de longos cabelos escuros.
- O que significa isso tudo?
- Seu amado .
- Isso eu entendi. Quem são essas outras mulheres?
- Os outros relacionamentos que ele tem. Se ele deu em cima de mim no dia da festa, poderia ter feito com outras. O segui por dias e o encontrei em todos esses lugares com todas essas mulheres. Entrei em contato com todas as mulheres e nenhuma delas sabia da existência de outras na vida do , assim como você. Essa aqui é a Mariah, ela estava grávida de seis meses de um menino, filho do . Essa é a Angeline, mãe da Sophie, de 4 anos, também filha do . Essa é a Pietra, uma universitária que diz estar com o por diversão.
- E eu, não acredito nisso.
- Desculpa, não queria que fosse assim.
- A culpa não é sua. É só dele. Só do . Ele é uma pessoa tão diferente do que achei que fosse. O que eu faço agora?
- Você tem que acabar com tudo.
Eu nem percebi mas estava chorando. As lágrimas desciam e eu não fazia questão nenhuma de limpá-las ou escondê-las. Peguei as fotos e voltei dirigindo pra casa.
Sentei na sala de estar para esperar por . Tinha uma mesa de centro onde espalhei todas as fotos. Desliguei as luzes e fiquei em silêncio com os braços e pernas cruzados.
Não demorou muito para que chegasse. Ele estranhou a escuridão. Destrancou a porta, e quando acendeu as luzes ali estava eu. Sentada com uma expressão nada agradável.
- Meu amor. O que houve?
- Senta.
Eu sequer piscava os olhos. Ele sentou-se calmamente e tentou em encostar em mim e eu apenas me esquivei do seu toque.
- Você vai me contar o que está havendo?
- O que são essas fotos?
Silêncio total. Ele olhou as fotos uma a uma e virou-se para mim.
- Onde você encontrou isso tudo? – Ele estava gaguejando.
- Não importa. Você tem uma boa explicação para omitir que tem duas esposas, uma curtição, uma filha de quatro anos e um a caminho?
- Nada disso é real. Eu não sei quem te mostrou tudo isso.
- Você acha que eu sou palhaça? – Pausei. - Deve achar. É melhor você pensar onde você vai dormir hoje porque aqui é que não é.
- Você está me colocando para fora da nossa casa?
- MINHA casa, você quer dizer. Eu me acabei trabalhando por anos para conseguir tudo o que tem aqui. Você não contribuiu com nada.
- Então é isso? Você vai acreditar nessas fotos, vai me expulsar de casa e fim?
- É. Você não é nada do que pensei que fosse. Inclusive, me contou que você deu em cima dela. Nem a minha melhor amiga você deixou passar e eu não percebi nada. – Dei uma respirada e levantei. – Na verdade, já poupei seu trabalho.
Fui até o quarto e voltei arrastando duas malas para a sala. Entreguei a ele.
- A porta é serventia da casa. Não quero ver o seu rosto nunca mais. Some da minha frente. – Fui, ironicamente, abrir a porta.
Ele saiu, incrédulo. Assim que bati a porta, meu corpo foi de encontro ao chão e comecei a chorar sem o menor controle. Fui me arrastando em busca do meu celular para telefonar para .
- Alô? ?
- Vem pra cá. Por favor.
- Meu Deus, você matou o ?
- Claro que não, ta louca? Expulsei ele de casa.
- Tô indo.
Ainda chorando, me levantei e decidi tomar um banho. Ainda bem que tive a brilhante ideia de colocar uma banheira no grande banheiro da suíte. Liguei a água e deixei a banheira enchendo enquanto pegava uma roupa em meu armário.
Sentei na borda da banheira e fiquei observando encher. Tirei as roupas e entrei. A água estava morna, uma temperatura que me agradava bastante. E ali, naquele lugar eu me permiti chorar como nunca havia chorado na vida. Soluçava, gritava, chorava cada vez mais. Comecei a pensar em todo o tempo que estive com . Quando nos conhecemos, quando decidimos morar juntos e até o dia que ele me pediu em casamento. As lembranças estavam brincando de vai e vem na minha cabeça. Eu estava triste por ver que tudo o que vivemos se tornou uma mentira. Uma mentira que eu nunca fui capaz de desvendar.