FFOBS - 12. Madhouse, por Mari Gomez


12. Madhouse

Finalizada em: 24/05/2019

Capítulo Único

1964.
Wausaukee County, Massachusetts. A cidade em que se encontrava o famoso Hospital Psiquiátrico de Briarcliff. Com a direção da freira, Irmã Jude e sua encarregada mais nova Mary Eunice.

Inicialmente era um hospital que tratava de tuberculose durante 1910-1962 e depois foi comprado pela igreja pra virar um hospital psiquiátrico entre os anos 1962-1971. Em 1965 a Igreja vendeu Briarcliff pro Estado.

Todos os dias novos pacientes davam entrada no local devido a algum problema que a família já não arrumava solução, ou criminosos que foram parar ali depois de o juiz constatar que eles eram doentes mentais e o lugar deles não era em uma prisão.

Apesar de ter uma ótima reputação e as pessoas acreditarem que o lugar era um “paraíso” para quem estava lá dentro. As dependências do local para quem tinha sua vida ali era bem diferente. As freiras eram absurdamente agressivas e abusivas, mas nenhuma se comparava à diretora.

Dizer que a condição dos pacientes que estavam ali era precária, era um elogio. Eles não tinham nenhuma assistência e muitos deles andavam extremamente sujos. Algumas coisas deveriam ser resultado da medicação inadequada e muito pesada que eles eram obrigados a tomar.

O Monsenhor Timothy não ficava muito pelas redondezas do local, ele sempre fazia o que era necessário e partia para algum outro lugar assim que acabasse. Ficava tudo sobre a liderança de Jude.

A mulher não era o tipo de religiosa que prega o que a religião ensina. Ela abusava física e psicologicamente de seus pacientes de formas que ninguém acreditaria se não fosse testemunha. Tratamentos de choque, banhos extremamente gelados no inverno, falta de alimentação adequada, agressão física.

Mas havia algo que ela gostava de fazer em especial: sempre que algum paciente ultrapassasse o limite, o mesmo seria levado até a sala dela onde seria espancado por grandes varas de madeira de vários formatos.

A manhã de 09 de julho de 1964 chegou e com ela a notícia de que uma jovem moça havia torturado até a morte um grupo de amigos viajantes que pararam para pedir informação.

Os seis corpos foram encontrados nus e com algumas partes esquartejadas. Os três homens do grupo foram escapelados e tinham várias partes do corpo em carne viva. O que ela havia feito com as mulheres era três vezes mais cruel. Os seios foram arrancados e onde deveria estar o mesmo, estava costurado com o couro cabeludo dos homens. As genitais femininas haviam sido cortadas desde o clitóris até o umbigo e o que deveria ser a carne delas, estava coberta de areia.

O lugar onde deveria estar o coração dos três, foi aberto e ali se encontrava os dedos e olhos de cada um deles.
O abdômen de cada uma das vítimas havia sido marcado brutalmente com as letras T-A-Y-L-O-R.

O crime havia acontecido duas semanas antes e dos corpos foram encontrados em uma pequena ribanceira próximo a orla da floresta.
Demorou apenas alguns dias para a polícia chegar até e declararem ela como culpada do crime.

Durante o julgamento se manteve em silêncio e não fez nenhuma cena. Ela havia cometido o crime e não se sentia culpada por aquilo, ela só se sentia culpada por ter sido pega. Havia funcionado outras duas vezes e ninguém suspeitou dela.

Ela podia sentir que a maioria das pessoas que estavam sentadas atrás dela, não podiam acreditar que ela havia feito aquela barbárie. Não demorou muito até que ela ouvisse o advogado que os pais contrataram sugerir que alegassem que ela sofre de transtornos mentais, de outra forma, ela iria para o Corredor da Morte sem dúvidas.

Os pais aceitaram e o júri decidiu mandar ela para o sanatório mais próximo. Desta forma, assim que terminou a audiência, foi levada até um carro de polícia que a levou até Briarcliff.

Assim que ela chegou ao local, haviam várias pessoas que estavam na porta do mesmo e logo ela se viu rodeada por microfones e câmeras que queimavam suas retinas. A mãe de não conseguia acreditar que a sua garotinha havia feito algo tão cruel como aquilo e mal podia aceitar que ela passaria o resto da vida em um hospício.

Ao atravessarem a entrada do hospital, puderam ver as freiras com falsos sorrisos nos lábios e Jude, no topo da escada, séria. Enquanto o advogado e o pai da jovem foram até a administração com a diretora, e Andrea ficaram esperando os dois.
A mais velha abraçou a filha e chorou no ombro da mesma. Ela sabia que não teria coragem de voltar neste lugar.

não conseguia sentir nada com toda a cena que a mãe causava. Ela nunca foi fã de demonstrar sentimentos e nem de senti-los.

Não demorou muito até ambos voltarem acompanhados de Jude e Mary Eunice logo atrás. foi levada para longe de seus pais, mas ainda podia escutar os soluços da mãe.

Quando se encontraram longe do campo de visão dos pais da garota, mudaram de expressão e naquele momento soube que as coisas estavam erradas.

Ela foi levada para um tipo de “banheiro” onde a mandaram tirar a roupa e esperar. Logo Jude apareceu segurando uma enorme mangueira e assim que o registro foi aberto, um jato bastante forte de água gelada atingiu o frágil corpo dela a fazendo gritar.

Foram necessários alguns segundos a mais até que a água parasse de atingir seu corpo e uma toalha bem fina foi jogada em sua direção e assim que a maioria das freiras saiu, ela notou uma pilha de roupas azuis e um casaco preto.

Depois de vestida, ela foi levada para a área de recreação onde ela viu os outros pacientes e o estado em que eles se encontravam.

Casa um estava em seu próprio mundo e algumas pessoas pareciam sãs demais para estarem ali. Uma música tocava ao fundo e alguns pacientes não pareciam nada confortáveis com o som. Uma mulher batia cabeça na parede enquanto um homem, não muito distante, tinha as mãos na calça e se masturbava.

Jude apareceu logo depois e se juntou a observando eles. Levando um apito que ela tinha preso a uma corrente no pescoço, ela logo o colocou para uso ganhando a atenção dos presentes ali.

— Acostume-se. Essa é a cena que você vai ver até o dia da sua morte — a mulher disse e sentiu um arrepio subir a espinha. — Boa tarde, meus queridos. Essa é e ela se juntará a nós — Jude disse após ver que todas haviam notado a presença da nova paciente.

Conforme os pacientes olharam para a jovem alta de cabelos claros, muitos se aproximaram e começaram a tocar os cachos dela, o que ela logo deu um basta com um tapa na mão de cada um deles. A atenção logo foi desviada porque assim que a música parou, os pacientes voltaram a se descontrolar.

Antes que pudesse se afastar, a diretora do local a segurou pelo braço com bastante força e fez a loira a olhar nos olhos.

— Você acha que sabe sobre tudo de ruim que pode acontecer, mas você não faz ideia de quantas coisas podem acontecer com você aqui se não me obedecer. A sua vida e suas decisões ficaram no túmulo das pessoas que você matou — a mulher disse. — Você não é nada perto do que pode te acontecer aqui. Quando achar que você é a pessoa mais cruel aqui lembre-se de que quando você olhar na face do mal, ele estará olhando de volta para você.

E com isso a mulher se afastou refazendo o caminho que havia feito momentos antes.

Assim que Jude saiu, foi até uma das únicas mesas vazias ali. Bom, parcialmente vazia já que havia uma mulher sentada ali fumando e como ela parecia a mais normal dali, ela decidiu se sentar em uma das cadeiras livres.

ficou alguns minutos observando as pessoas esquecerem completamente que estavam em um hospício e começarem a agir como se aquelas paredes escuras não significassem nada.

Mesmo não prestando atenção, ela sentia o olhar da mulher que estava logo ali queimando sobre seu rosto. Por mais que ela estivesse se segurando para perguntar logo o que a mulher queria, ela se manteve calma e continuou quieta.

— Você vai dizer o que fez para vir parar aqui? — a mulher disse e a olhou.

— Não — respondeu e voltou sua atenção para as coisas ao redor.

— Sabe, em um lugar como esse é bastante difícil conseguir privilégios e tendo amigos, as coisas ficam mais fáceis. E confie em mim quando eu digo que você não quer ficar sozinha aqui.

Ao dizer isso a mulher se levantou e foi até uma outra mesa, onde um homem moreno as observava. decidiu ignorar o que a mulher disse e se manteve em silêncio até a hora de ser colocada no local em que dormiria.

Conforme as semanas passavam, se adaptou à forma com que as coisas funcionavam por ali. Se você arrumasse problemas, você lidaria com Jude ou seria mandado para uma das solitárias sem comida por alguns dias.

Mesmo sem querer a jovem se aproximou de Lana e Kit. Lana Winters não tinha um motivo evidente para estar ali, pelo que a mulher havia dito, ela foi “sequestrada” e abandonada no lugar. Já Kit Walker era um caso à parte. As pessoas acusavam ele de ter matado várias mulheres e desfigurado o rosto e várias partes do corpo delas, mas o homem negava. Ele não havia cometido os crimes e via aquilo claramente.

Kit afirmava que pequenos homens verdes levaram a sua esposa, Alma e que fizeram alguma coisa com ele. Ele não sabia explicar direito o porquê, mas ele não havia matado nenhuma daquelas mulheres e como a história que ele contava era mirabolante demais, ele foi mandado para Briarcliff.

Como Winters havia dito umas semanas antes: não gostaria de ficar sozinha. E por mais que a loira quisesse negar, não podia. Você era visto como frágil se não tivesse companhia. Ela havia tido alguns sérios problemas com um dos enfermeiros que vivia tentando investidas sexuais com a jovem.

Por mais que tivesse cometido aqueles assassinatos, ela nunca foi o tipo de pessoa de estar sempre procurando briga. Regra número um para nunca ser o primeiro suspeito: não atraia atenção para você.

Ela se mantinha afastada da maioria das pessoas que atraíam problemas para si mesmas, até mesmo Walker de repente. O garoto sempre no meio de uma confusão.

As noites em Briarcliff eram péssimas, mas era o único momento que você conseguia paz de verdade. Os remédios passados por Jude eram extremamente fortes e nem sempre conseguia enganar quem fosse distribuí-los e cuspir o comprimido em seguida. Não quando a própria Jude estava por perto.

Lana havia dito a o que a diretora havia feito com ela logo nos primeiros dias ali. Também havia dito o que Dr. Thredson havia feito com ela. Um tipo de “tratamento hormonal” para que a jornalista parasse de se sentir atraída por mulheres. O que não funcionou, claro. Lana não estava doente.

Kit e Lana planejavam várias formas de fugirem daquele lugar. Mas nada nunca dava certo e da última vez que tentaram uma das pacientes desapareceu. Algo que soava estranho era que Walker e Winters afirmavam terem visto algo quando saíram do local antes da Shelly sumir. Algo vinha atrás deles.

não se mostrou curiosa, mas ela queria arrumar uma forma de sair daquele buraco. Ela não ficaria ali pra sempre. Não, ela arrumaria uma forma de sair.

Algumas meses depois

Fazia quase cinco meses que havia sido internada e conforme o tempo passava, menos visitas de sua mãe ela recebia. Fazia alguns meses que Andrea não veio vê-la e percebeu que ela não viria mais nenhum mês.

Fazia quase cinco dias que Lana havia saído com a ajuda do dr. Thredson. Ele parecia realmente querer ajudar Lana. Eles sabiam que Lana não deveria estar ali e era injusto que ela ficasse presa e fosse taxada de louca.

Kit Walker havia começado a passar bastante tempo com Grace. Uma outra paciente que também foi colocada ali depois de matar a família, ela escondeu de Tate mas não de . sabia que Grace havia feito algo errado demais.

Kit estava cego pelo que a mulher vivia contando a ele. Ele nem questionava muito. Ele estava mais interessado em se satisfazer.

Passando mais alguns dias, o próprio Kit desapareceu. E então ficou literalmente sozinha. Ela continuou evitando a maioria das pessoas e passou a seguir estritamente as ordens superiores.

Jude havia se dispersado bastante desde a noite de filmes onde Kit, Lana e Grace tentaram escapar, mas voltaram molhados e com os sapatos sujos. Jude estava claramente embriagada e estava evidente que ela não ficaria por muito mais tempo como administradora superior do local.

Com isso a única distração de era observar a rotina das freiras e o quão maldosa Mary Eunice era, mesmo não parecendo. A freira tinha sempre uma forma de assustar a todos. A mexicana vivia dizendo que a freira era o diabo e dias depois de ter tido isso, a mulher não foi mais vista.

Para a surpresa de , Lana Winters foi colocada de volta em Briarcliff, mesmo parecendo estar completamente diferente de quando saiu. Algo havia acontecido mas ainda não havia conseguido falar com a jornalista, mesmo planejando fazer isso em breve.

[...]

— Kit não matou aquelas mulheres — escutou Lana dizer.

— Eu sei. Sempre soube — declarou a loira.

— Thredson é o Bloddy Face. Nós fomos para a casa dele e lá tinham vários artefatos feitos com pele e ossos humanos — Lana disse, mais baixo, para que prestava atenção em cada palavra que ela dizia. — Ele matou a Wendy. A minha Wendy — finalizou.

— E o que aconteceu durante esse tempo que você ficou lá? — perguntou.

Por um momento Winters pareceu não querer lembrar do que havia passado durante aqueles dias. Ela não conseguia tinha nenhum tipo de sentimento e estava traumatizada demais para reviver o que aconteceu.

— Apenas saiba que foram os piores dias da minha vida. , eu preciso da sua ajuda. Nós precisamos ajudar o Kit e acabar com o Oliver — Lana disse.

— Eu posso te ajudar a tirar o Kit desse buraco, mas eu não vejo lucro em ajudá-la a acabar com o Thredson — disse , pegando a jornalista de surpresa.

— Você pode sair desse lugar junto com a gente — Lana tornou a dizer.

— Talvez. De qualquer forma, Walker não está aqui — finalizou .

Lana sabia que não deveria confiar em ninguém. Muito menos em , mas ela não poderia fazer o que pretendia sozinha e sabia que Kit não teria coragem de fazer tudo o que teria. Se tudo desse certo, ela arrumaria uma forma de tirar a loira do lugar e fazer com que a mesma sumisse no mundo. Ela não se importava se voltaria a matar pessoas novamente. Para ela pouco importava.

Kit Walker sido levado pela polícia assim que Oliver entregou a fita de uma sessão com Kit onde o mesmo supostamente confessava os crimes e como havia feito. Walker foi levado até a delegacia, onde agrediu seu suposto advogado e em seguida fugiu. O homem retornou ao sanatório em busca de Grace, mas foram pegos por uma das freiras enquanto tentavam escapar. A mesma mulher foi morta por uma das criaturas de Arden, que foi um dia, um paciente. Kit mata o que atacava a freira com um cortador de massa, mas um dos guardas chega antes e dispara em direção a ela, mas Grace se sacrifica por Walker. O mesmo voltou a ser internado nas dependências de Briarcliff.

Algumas semanas atrás, uma mulher foi internada pelo seu marido, já que a mesma afirmava para qualquer pessoa que Dr. Arthur Arden era um médico nazista que estava no campo de concentração e que ela era Anne Frank.

Jude Martin já desconfiava de Arthur, então quando Charlotte apareceu lá dizendo que o homem o que era, ela começou a se questionar e também ao Monsenhor Timothy mas o mesmo sempre dizia que religião e ciência podiam existir sob o mesmo teto.

Logo após ser levada de volta para casa, um detetive de ex-soldados nazistas, entrou em contato com a freira dizendo que a mulher poderia estar certa sobre o que o médico era e talvez, sua própria identidade.

Quando Jude retornou ao sanatório, ela foi levada por Mary Eunice e Dr. Arden até sua antiga sala e lá encontrou um paciente acusado de matar várias pessoas enquanto se vestia de Papai Noel.

O mesmo paciente já tendo sofrido bastante nas mãos da mulher tentou violentar a freira, mas a mesma o acertou no pescoço com um abridor de cartas que havia pegado na mesma momentos antes. O ato levou a internação da mesma, já que ela também foi acusada de assassinar, Frank, um dos guardas.

Mas Dr. Arthur Arden parecia ser o único além de Mary Eunice satisfeito com os resultados da internação de Jude. havia percebido que sempre que algum paciente que ficava bastante só e aparentemente não tinha família, Arden se aproximava deles e depois essa pessoa não aparecia mais.

Ele era estranho demais para que ela deixasse isso passar sem que ela sentisse que algo está acontecendo. Mesmo não havendo nada que ela pudesse fazer.

Logo Jude já havia virado chacota dos outros pacientes que a viram assim que ela entrou na área de recreação e não demorou muito até ela quebrar o disco com a porcaria da música repetitiva. No mesmo dia Jude começou a alertar os pacientes de que os remédios que eles tomavam eram tranquilizantes de cavalo e que fazia com que eles não pudessem fazer nada.

As atitudes de Jude levaram a mesma até uma sessão privada com irmã Mary Eunice, Arden e mais uns dois médicos. A freira mais nova disse para os médicos colocarem a potência máxima durante o tratamento de choque de Jude Martin e com isso, ela entrou em um estado catatonico.

Após ver Walker novamente na área de recreação, soube que ele e Lana fariam algo contra Oliver e ela os ajudaria como pudesse. As coisas em Briarcliff chegaram a um nível muito baixo e ela não passaria mais tempo que o necessário ali.

Indo até onde os dois conversavam ela logo atraiu a atenção de Kit que dirigiu um pequeno sorriso a ela, retribuindo se sentou.

— Eu vou ajudar vocês, mas no momento em que eu ver que não vai dar certo vocês estarão por conta própria — disse.

Ambos concordaram e decidiram planejar como pegariam o doutor. Lana tinha o esboço de um plano em mente, mas assim que ela contou a Kit e o que se tratava ambos disseram que não daria certo. Se Thredson morresse antes de confessar, Kit nunca sairia dali.

Como esperado Thredson assim que retornou fez ameaças a Winters e disse que qualquer tentativa de se livrar dele era inútil. Mas ele não sabia que Lana já havia planejado algo para ele.

Winters descobriu que estava grávida e na mesma noite, tentou abortar a criança com um cabide, o que aparentemente havia funcionado. Sabendo que Oliver tinha um grande problema com amor materno e tudo mais, ela usaria isso a seu favor.

Aparentemente Winters estaria fugindo novamente, mas como os três sabiam que ele iria atrás dela. Kit e se esconderam perto de uma das portas que Winters e Thredson passariam. No momento em que Oliver atravessou a porta, acertou a cabeça dele com um martelo de cozinha e o corpo do homem foi de encontro imediato até o chão.

Walker o carregou até um pequeno depósito provavelmente esquecido e o colocou lá. O local estava barricado com estrado de camas e colchões. O corpo do assassino ainda estava desacordado e amordaçou o mesmo, também amarrando uma corda em lugares estratégicos do seu corpo.

Agora, eles precisariam fazer Oliver confessar.

Os três decidiram deixar Thredson uns dias sem nenhuma assistência no depósito. Eles sabiam que o homem estaria desesperado para sair dali e conseguir concertar o que quer que Lana tivesse dito. Ele havia se livrado de qualquer prova física de sua casa desde que a jornalista conseguiu fugir.

Quando decidiram ver o doutor, Kit tinha consigo o mesmo gravador que Oliver usou quando o coagiu a assumir os crimes. A fita foi entregue à polícia, o que fez com que Walker fosse levado e tivesse que fugir de lá.

Ao encontrarem Thredson, ele estava pálido e suava. Lana foi a única a entrar na sala, ela ainda tinha um exame provando que estava grávida e com isso enganar Oliver foi mais fácil.
Lana entrou com uma caneca com água e se abaixou na frente dele.

— Se você fizer um som, eu vou esmagar o seu rosto — ela disse, sedento o homem apenas abriu a boca. — Você deve estar querendo me matar, mas isso pode te fazer mudar de ideia.

— O que é isso? — perguntou o homem ao ver o exame nas mãos dela.

— É a maior piada cômica que poderia existir... Você me engravidou.

— Eu vou ser pai? — o homem amarrado perguntou.

— Não, Oliver, você não vai ser pai — Winters declarou. — Não dessa vez.

— Lana, não. Por favor não o doe. Eu sei o quão ruim é ser criado no sistema... — ele começou a tagarelar.

— Oliver, pare! Esse monstro que você colocou em mim, eu vou me livrar dele e já que eu estou presa aqui, eu vou ter que ser criativa — irritada, a jornalista o interrompeu. Lana tirou do bolso o mesmo cabide que fez de pinça na noite anterior.

Se esforçando para chamar a atenção da mulher, Oliver começou a dizer qualquer coisa enquanto assistia Lana tirar a calcinha e se preparar para repetir o que já havia feito.

— Criança nenhuma merece crescer sabendo que seu pai é o Bloody Face — ameaçou.

— Kit Walker vai levar a culpa por aqueles crimes, não vai adiantar nada
— Oliver disse.

— É assim que você vê as coisas? — Lana perguntou ao tocar o queixo dele com uma das pontas do arame.

— Você não me conhece, eu posso mudar. Eu tenho determinação e agora eu tenho um motivo — Thredson sugeriu.

— Sério? Você vai ser um cara todo direto agora? — Lana perguntou com sarcasmo.

— Sim, você me deve isso. É meu filho também, por favor — desesperado, Oliver voltou a perguntar.

— Você é um sociopata — Winters constatou. — Você não pode ser honesto com ninguém.

— Eu posso. Eu posso ser, por favor me ajude — tentando se levantar ele disse.

Estando amarrado ele não conseguiria se erguer, mas se arrastava de forma que seu corpo ficasse esticado em horizontal na frente da mulher. Antes que pudesse terminar, Winters o colocou na posição que estava antes.

— Tudo bem — disse Lana ao encarar seu violador. — Dona Burton. Por que você a matou?

— Eu a vi... Na biblioteca algumas noites — disse e Kit que já havia começado a gravar, suspirou aliviado.

— O que você gostava nela? — Lana perguntou.

— A pele dela. Era macia como um pêssego, eu queria sentir — continuou a confessar.

— Então você tirou a pele dela enquanto ela ainda estava viva?

— Sim — Thredson confirmou.

— E Allison Ridale? — o fazendo falar, a jornalista continuou a dizer o nome das vítimas.

— Ela era uma secretária no meu escritório — suspirando, ele voltou a falar. — Eu sempre gostei dela. Eu a coloquei para dormir primeiro, mas ela continuou conversando comigo. Eu estava tão confuso.

— E quanto a Wendy? — Lana perguntou.

O olhar de Oliver se tornou mais escuro e ele viu que poderia afetar Lana de alguma forma.

— Ela nunca amou você. Ela te internou — disse com prepotência.

O silêncio que veio de Lana foi ideal para que Walker pudesse tocar a fita que havia acabado de gravar. Ao levantar e entrar na vista de Thredson, ele viu a cor dos olhos do homem se esvair. , ao lado dele, sorriu de forma maléfica para o estuprador e soube que ele não teria saída. Ou ele iria preso, ou morreria. E Lana não arriscaria deixar ele ir para a cadeia e ser solto algum tempo depois.

— Esconda a fita — Lana disse para Kit, mas nunca tirou os olhos de Oliver.

— Sua vadia. Foi tudo uma invenção. Nunca houve uma criança — o homem disse.

— Não, essa parte era verdade. Era — disse Lana ao colocar a calcinha novamente. — Infelizmente seu querido bebê morreu ontem à noite. Começou com um pequeno fio de sangue, mas dentro de uma hora era uma bagunça bem sangrenta.

— Não — Oliver sussurrou. — Você é um monstro. Você é pior que eu por matar uma criança inocente.

Depois disso não conseguiu entender o que a colega disse ao homem e logo Lana saia com ela do local deixando Oliver ali.

[...]


Algumas noites depois, Lana havia contado a e Kit que Mary Eunice havia libertado Oliver e que de alguma forma a freira sabia que o bebê ainda estava vivo. Eles ainda tinham a fita, mas agora as coisas seriam mais complicadas.

Grace havia se sacrificado por Kit, mas quando os três chegaram na ala recreativa e a viram com um nenê no colo eles não sabiam o que fazer. Não fazia esse tempo todo que estavam presos e Grace havia desaparecido, não tinha como ela aparecer grávida do nada.

Afirmando que o bebê era de Kit e que os homens verdes haviam levado ela com eles, ela conseguiu fazer Kit acreditar e quando disse que Alma estava lá, Walker não sabia mais o que fazer.

Algumas horas depois Monsenhor Timothy e algumas freiras vieram até os dois e disseram que eles não estavam aptos para cuidar de uma criança e levaram o bebê a força para longe de Briarcliff.
Com isso, Thredson disse a Kit que poderia rastrear a criança no sistema, se Walker entregasse a fita. O que aparentemente não aconteceu.

Lana soube que Oliver tentaria manipular Kit e escondeu a fita em outro lugar, um lugar que ninguém suspeitaria.

Jude observava tudo afastada, mesmo não conseguindo se lembrar de quase nada. Ela se esforçava e sabia que tinha que arrumar uma forma de tirar Winters dali. Foi em uma das visitas da Mãe Superior Claudia, que ela pediu para que a mulher tirasse Lana dali porque a jornalista não pertencia aquele lugar.

No mesmo dia a mulher foi até Winters e disse para ela que Jude havia pedido para que Lana fosse tirada dali. Lana só conseguiu acreditar depois de ter seu arquivo médico em mãos e a freira a sua frente afirmar que queria Briarcliff no chão.

Lana havia vestido roupas normais e tinha um lenço na cabeça. Ao descer as escadas, ela viu Kit e Oliver vindo em sua direção mas quando Walker percebeu o que estava acontecendo ele atraiu toda atenção de Thredson para si e com isso, Winters escapou.

Oliver pareceu perceber o erro tarde demais, e quando foi atrás de Lana ela já estava dentro do táxi. Colocando a fita junto ao vidro e mostrando o dedo médio a ele, Winters escapou de Briarcliff e estava prestes a expor para o mundo o que acontece lá.
Lana foi para a casa de Oliver e lá depois de deixar claro que a polícia tinha a fita, ela o matou com um tiro na cabeça.
Assim que a fita da confissão foi entregue a polícia, Kit Walker foi liberado e na sala do Monsenhor Timothy ele fez suas exigências. Ele sabia demais sobre Briarcliff para ter seus pedidos negados pelo aspirante a Papa.

— Eu preciso de favores seus — Kit começou.

— Sr. Walker — o homem advertiu.

— Eu quero que libere dos corpos para mim. E quero a guarda do meu filho.

— Dois corpos? O que o senhor? O seu filho nós podemos fazer o possível.

e Grace Bertrand.

O religioso pareceu ficar sem palavras, mas ele sabia que nunca chegaria ao Vaticano se Kit falasse algo. Então ele apenas assentiu e pediu para que o homem aguardasse um momento.

Ao sair do local com Grace e Kit, mal pode acreditar quando viu o sol novamente. O casal se despediu de assim que a deixaram em uma das lojas de conveniência mais próxima a pedido da mesma.

havia tido seu rosto exposto, então precisaria mudar. Ao parar nessa pequena loja, ela foi até a ala da farmácia e aproveitou que o caixa estava ocupado, pegou uma tinta escura de cabelo e deixou o lugar.

Ela deixaria Massachusetts e iria para algum lugar distante. Era só arrumar a quantidade certa de dinheiro que ela poderia arrumar uma identidade nova.

Briarcliff havia ficado para trás e não demoraria muito para ser fechado. O lugar era demasiadamente corrupto e sujo para continuar aberto. Lana faria uma grande matéria sobre o hospital e todos os que já estiveram envolvidos, seriam derrubados junto com ele.

O tempo que ela passou em Briarcliff não fez com que ela tivesse menos tendências psicopatas. Não ela ainda sentia prazer em ver as pessoas morrerem e causar a morte das pessoas, mas ela sabia que não queria se aproximar de um hospital psiquiátrico nunca mais.

Ela ainda podia lembrar de como os enfermeiros a tratavam e como as coisas que faziam com ela eram terríveis. A primeira semana dela em Briarcliff foi a pior e ela se lembrava como se fosse ontem que Carl fez a primeira insinuação.

Ela nunca esqueceria as coisas que viu no lugar e as que sofreu. Ela viu o que fizeram com Jude e soube que eles faziam aquilo com a maioria deles. As pessoas que haviam ficado lá acabariam mortas ou jogadas em outro buraco, mas nada que se compare ao que vivenciaram. Não é uma escolha sábia deixar a igreja controlar pessoas com transtornos mentais. Eles acham que é permitido fazer qualquer coisa com aquela pessoa que estava tudo bem.

ainda via homens de roupas brancas vindo em sua direção sempre que fechava os olhos. Ela sabia que isso era algo que a acompanharia sempre. Uma memória da consciência dela de que ela esteve lá e que foi real.

Men in white coats, coats, getting so close, close
Saying my prayers, don’t take me back there
Men in white coats, coats, getting so close, close
Saying my prayers don’t take me back,
Take me back, take me back there






FIM



Nota da autora: A história foi baseada na segunda temporada de American Horror Story: Asylum. Os personagens e enredo, a não ser a principal, pertencem à série.



Outras Fanfics:
Borderline — Tom Hiddleston — Em andamento.
Nicotine — Bill Skarsgard — Em andamento
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Back Tattoo — Outros — Shortific
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14.Call It What You Want — Ficstape reputation


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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