Capítulo Único
(Eu sentaria sozinho e observaria a sua luz)
You made us feel like we could fly
(Você nos fez sentir como se pudéssemos voar)
Março de 2018
Estavam todos entre amigos naquela noite quente e animada na praia, fazendo um luau que era costumeiro quase todos os meses entre o grupo de 8 pessoas.
Will, que estava sentado na areia da praia, observava ao longe Andrew brincar com Esther, uma das amigas de ambos, na água do mar. Andrew era o típico palhaço do grupo de amigos, aquele que faz qualquer merda que venha em mente somente para ver o sorriso estampado nos lábios dos amigos. As noites sem Andrew não eram as mesmas. Ele as tornava 100% melhores, e algumas vezes eles eram até expulsos de lugares por badernarem muito.
Considerando o que aconteceu dias atrás, Andrew até que estava leve e risonho, nada contrário do usual, claro.
FLASHBACK ON
Fevereiro de 2018
(Então não se torne apenas um barulho de fundo)
A backdrop for the girls and boys
(Um apoio para as garotas e garotos)
Who just don't know or just don't care
(Que não sabem ou simplesmente não se importam)
You've yet to have your finest hour
(Você ainda terá sua melhor hora)
A assessoria de Andrew havia divulgado uma nota extensa por meio de fotos no Twitter, onde explicavam a polêmica do cantor muito requisitado pelo público feminino supostamente estar beijando um rapaz desconhecido, que parecia muito íntimo dele, em uma balada de Los Angeles, mas que por conta da má iluminação do local não dava muito para ver realmente de quem se tratava, mas era indiscutível que era sim um homem. O motivo era simples: Andrew Thompson havia se assumido gay.
Os meios de comunicações estavam uma loucura nesse momento.
A indústria sempre desconfiou, mas agora o tendo se exposto de tal maneira temiam o fim da carreira dele, pela maioria do público dele ser justamente feminina.
Will ao ler os inúmeros comentários maldosos no Twitter e Facebook resolveu sair, enojado demais com tudo que viu.
Tentava ligar loucamente para Andrew, mas só dava na caixa postal.
Will resolveu deitar um pouco no sofá e esperar até que o melhor amigo entrasse em contato explicando como estava.
O rapaz acordou no meio da noite com batidas ensurdecedoras na porta. Se levantou esfregando os olhos, enfim abrindo a porta e se deparando com um Andrew carregando uma pequena mala atrás de si.
— Posso ficar aqui por um tempo? — perguntou ao amigo.
— Claro. Entra — Will deu passagem para que ele passasse. — Como você está?
— Nada bem — largou a mala ali e se sentou no sofá onde antes Will dormia, colocando as mãos sobre os olhos. Estava exausto de todo aquele dia — Tive uma discussão feia com meus pais agora de noite. Nunca pensei que ouviria aquele tipo de coisa das únicas pessoas que eu esperava ter apoio depois dessa merda de anúncio. — ele fungou, seguido de um choro — Teria sido melhor ter ficado calado e ter deixado rolar.
Will franziu os lábios. Não sabia o que dizer, mas tentou mesmo assim.
— Não diz isso. Você não estaria sendo honesto consigo mesmo, e ainda por cima estaria infeliz, como todos viam que você estava.
Andrew esfregou o rosto e tirou o boné que escondia seu rosto.
— Você tem razão. Só estou cansado e muito estressado.
— Toma um banho quente pra relaxar enquanto te preparo um chá. — Will foi em direção à cozinha, mas foi impedido pela mão de Andrew, que segurou seu antebraço.
— Obrigado. Por tudo. Você vem me ajudando muito desde então. Depois de tudo, até.
— Amigos são pra isso, não? — sorriu em resposta e Andrew balançou a cabeça.
Radio, someone still loves you
(Rádio, alguém ainda te ama)
Fazia três dias desde o anúncio e nada mudou desde então. Mas naquele dia em especial o grupo de amigos decidiu que iriam sair. Não só para se divertirem, mas também para esquecer um pouco seus problemas.
Haviam combinado de se encontrarem às 20h em frente ao pub The Extreme, aquele que sempre costumavam ir aos sábados.
Nesse momento estavam todos bebendo e se divertindo, outros até beijando algumas pessoas por aqui e ali, essas mesmas pessoas que não se lembrariam nem sequer de seus nomes no dia seguinte, mas quem é que se importava, não é mesmo? O importante ali era viver o agora e deixar o depois para depois.
Andrew e Will estavam em um canto mais afastado do pub, bebendo e se divertindo entre si, rindo de uma piada que um dos dois contou e que gerou uma série de risos de ambos. Mas os risos não duraram por muito tempo, pois ali, próximo a eles, havia um grupo de rapazes que já os encaravam torto há certo tempo. Mas Andrew e Will resolveram não dar importância a isso. Finalmente, depois de um bom tempo, e várias rodadas de bebidas para frente, eles resolveram que seria a hora certa para parar antes que um dos dois ficassem ainda pior do que já estavam. Quando estavam prestes a saírem do pub, foram surpreendidos pelo grupo que os encaravam anteriormente.
— Olha, olha, se não é o bichinha que se assumiu. — um deles zombou, arrancando risos dos outros companheiros. — E esse ao seu lado quem seria? Seu namorado? — ele dirigiu seu olhar a Will.
— Olha, não queremos problemas. — Will resolveu arriscar falar.
— Não queremos problemas também, mas sabe, esse aqui é nosso território e maricas como vocês — frisou a palavra com desprezo na voz — não são bem-vindos aqui. Nunca. E espero o que estamos prestes a fazer aqui, sirva de lição pra vocês.
Não houve tempo para nada.
O primeiro golpe foi feito e Andrew tombou no chão com tamanha força, que bateu a cabeça. Will, ao tentar ir ao socorro do amigo, foi ao chão também.
Uma série de golpes foram feitas tanto em Will quanto em Andrew.
E ali Will achou que o pior fosse acontecer. Já viu diversos casos assim serem noticiados nos jornais.
Ele morreria ali?
Andrew morreria ali?
Que jeito horrível de se morrer, pensou Will.
Andrew resolveu fechar os olhos e tentar não sentir dor, embora fosse quase impossível. Ele, ao soltar um suspiro de dor, logo ouviu, ao longe, pessoas saírem do pub e avançarem.
Era a cavalaria. Aqueles que eles chamavam de amigos. Vieram ajudar Will e Andrew.
Joanna e Esther vieram acudir os dois, ligando rapidamente para pedirem ajuda.
John, Kalel, Alexander e Luke foram em direção ao grupo de agressores, dando golpes também, mas como eram mais fortes que os agressores acabaram os deixando derrubados no chão e desacordados em questão de poucos minutos.
A polícia chegou e todos foram para a delegacia prestarem explicações, com exceção de Will e Andrew, que foram para o hospital tratarem dos ferimentos.
(Vamos torcer para que você nunca nos deixe velho amigo)
Like all good things on you we depend
(Como todas as coisas boas dependemos de você)
So stick around 'cause we might miss you
(Então, fique por perto, porque nós podemos sentir sua falta)
E naquele quarto de hospital, com Will ao lado de Andrew o tempo todo já que os ferimentos dele foram mais sérios que os seus, ele orava para que ele ficasse bem logo e eles voltassem ao mesmo ponto de antes.
Precisou que uma desgraça dessa acontecesse para que finalmente os pais de Andrew aparecessem e pedissem perdão ao filho no breve momento que ele ficou acordado. Andrew aceitou, claro.
Os meios de comunicação novamente estavam uma loucura, mas agora todos em favor a Andrew. Todos estavam chocados com o que havia acontecido com ele. Famosos prestavam apoio e fãs subiam tags contra a homofobia.
FLASHBACK OFF
Março de 2018
(Alguém ainda te ama)
E Will estava lá, na praia, relembrando toda a trajetória deles até ali. Até mesmo as más. Mas logo foi surpreendido por um Andrew animado, correndo em sua direção. Andrew o derrubou na areia e distribuiu beijos por todo o rosto de Will até chegar nos lábios, onde deu um mais demorado e molhado.
— Por que está aqui? Está perdendo toda a diversão na água. — riu Andrew, se sentando ao lado do namorado.
— Tava aqui relembrando nossa história. — Andrew olhou de soslaio para Will e sorriu aquele sorriso travesso que só ele sabia dar.
— Will Müller está ficando mole agora? — riu — Vem, vamos! — ele logo se levantou e pegou na mão dele, o fazendo se levantar da areia e correr até Joanna, que jogava vôlei com Alexander. — Dá pra mais dois?
— Mas é claro! — Joanna sorriu para eles.
Epílogo
Em algum momento de 2030
E essa, meus amigos, é a história de como Andrew, motivado pela coragem do amigo Will, que já era assumido, tomou enfim as rédeas da vida e se assumiu também, para juntos viverem uma intensa e linda história de amor, que dura até os dias atuais, onde continuam firmes e fortes, mais apaixonados do que nunca.
E essa, meus amigos, é a história de como Andrew, motivado pela coragem do amigo Will, que já era assumido, tomou enfim as rédeas da vida e se assumiu também, para juntos viverem uma intensa e linda história de amor, que dura até os dias atuais, onde continuam firmes e fortes, mais apaixonados do que nunca.
Fim.
Nota da autora: Olá! Obrigada por ter acompanhado até aqui. Fiquei bem receosa de postar essa fic, mas está aí! Espero que tenha gostado.
Mais uma vez obrigada e não se esqueça de deixar um comentário após.
Beijos,
Baby.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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Beijos,
Baby.