Capítulo Único
’s POV
Confesso que nunca fui uma pessoa muito religiosa. Nunca fui de ir à igrejas, pois achava aquilo uma grande besteira. Naquela época eu acreditava em Deus? Não sei, pra falar a verdade. Mas hoje, aqui sentada na cadeira dessa igreja, aprendi a acreditar nele. Daqui tiro minhas forças para poder lutar em qualquer circunstância, para que em nenhum momento fraqueje e mostre o meu real sentimento perto da pessoa que eu amo: Medo. Sim, medo. Pela segunda vez passamos pelo mesmo problema na família. Têm sido anos de pura luta, tentando não pensar no pior e tentando também me assemelhar a ele em tudo que eu faço, pois ele sim agarra com forças qualquer chance que tem de se curar dessa maldita doença. Talvez por mim, talvez por nossos filhos, pela paixão de viver ou um pouco de tudo porque era assim. Desde jovem sempre foi apaixonado pela vida, sempre via o melhor em tudo e em todos. Possa ser que tenha sido isso que tenha feito com que eu amasse ele tanto, mesmo depois de anos de casados. Nem mesmo na doença ele perdeu seu brilho. Nunca reclamou de nada e isso fazia com que eu tentasse ser uma pessoa melhor para ele a cada dia e ser forte, lutando junto com ele nessa batalha.
Há um ano voltamos do hospital com outro baque para nossa família: estava com câncer e seria o segundo da família a obter isso. Primeiramente havia sido sua mãe, que infelizmente já não estava entre nós, agora era ele. E lá íamos novamente para fazermos todo o processo de cura novamente, nunca perdendo as esperanças. Houve dias que o vi fraquejar se olhando no espelho, sem esperanças de que um dia aquilo ia realmente acabar e lá íamos nós, a família, demonstrar todo o nosso amor e força para que ele pudesse lutar novamente. Enfim, foram longos meses…
Hoje sairiam os resultados de como estava o estágio do câncer e por esse motivo estava na igreja, para pedir que as notícias fossem boas e que pudesse viver com a gente por mais anos, ver seus netos crescerem com saúde… Apenas viver.
XXX
Assim que adentramos o hospital, logo foi cumprimentar aqueles que cuidaram dele por um longo tempo. Os funcionários o adoravam, porque apesar de tudo ele não perdia seu bom humor e alegrava a todos que tivessem a oportunidade de conhecê-lo melhor. Nossos filhos, Liz, Gustaf, Trent e Willow também nos acompanhavam. insistiu para que ficassem em casa e aguardassem lá, mas uma coisa eles herdaram dele e essa coisa era a teimosia, então não havia nada que ele pudesse fazer para segurá-los.
Eles quatro aguardaram do lado de fora enquanto eu e entrávamos no consultório do doutor Stewart. Ele nos aguardava na porta, como sempre fazia.
— Olá, . — apertou a mão dele. — Senhora — ele fez o mesmo comigo. — Queiram se sentar, por favor. Imagino que estejam ansiosos pelo resultado.
— Uh, você nem imagina. — fez piada da situação. — Ansiosíssimo.
O doutor riu.
— Peço que independentemente do resultado, ainda há esperanças. Sempre há e quero que vocês não desanimem nunca. Vocês foram rápidos, então tivemos tempo de tentarmos algo.
— Certo, doutor. Vamos logo que eu quero ver logo os resultados. — disse, ansiosa e com medo do que poderia acontecer.
— Assim será, senhora.
O Dr. Stewart pegou um abridor de cartas da sua mesa e abriu o envelope com todo o cuidado, analisando as páginas dos exames. Fez um grande e demorado silêncio. apertou minha mão e eu o olhei. Ele sorria para mim, tentando demonstrar conforto.
— Hmmm… — viramos para o doutor e o mesmo cobria a boca com a mão, de forma pensativa. Ele nos encarou, para pôr fim à nossa angústia — Não há nada para se preocuparem, fiquem tranquilos. O resultados mostram que o câncer regrediu. — um suspiro foi ouvido. Acho que era ou meu, não sei dizer. — Mas quero que continuemos com o acompanhamento, já que o senhor tem históricos de câncer em sua família. O acompanhamento é necessário, então peço que venham, mesmo que o senhor cabeça dura aqui não queira. — ele olhou sério para . — Não descuide da sua saúde, entendeu?
— Sim, doutor. Eu entendi, só estou incrédulo que tudo isso aconteceu.
— Você tem sorte, . Possui uma família unida que não mede esforços e que te ama. Não era sua hora ainda de deixar tudo isso aqui pra trás.
XXX
Saíram do consultório sérios, e os filhos esperavam por alguma resposta. Nem eu e nem os encaramos.
— Mãe? E aí? Qual o resultado? — Liz perguntou, se aproximando.
E logo em seguida veio uma enxurrada de perguntas deles. Como não falamos nada, eles enfim se calaram.
— Esse bode velho aqui vai viver muito com a gente ainda.
— Graças a Deus, meu velho. Não ia aguentar ficar sem você. — Trent, com suas brincadeiras, abraçou o pai e o ergueu do chão, feliz.
Então quando os ânimos se acalmaram um pouco, andamos todos até a saída, planejando várias coisas para fazermos naquele final de semana. Talvez reunir a família toda e fazer uma festa, como sempre fazíamos.
Eu tinha algo que sempre repetia pra mim mesma, uma forma para não perder as esperanças e seguir firme, de cabeça erguida, uma frase do poeta Augusto Branco “Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.” .
E essa foi a nossa história. Nunca se feche para a família e nem para os amigos, pois é deles que você tirará suas forças quando achar que não irá conseguir, quando achar que não tem mais forças para continuar.
Confesso que nunca fui uma pessoa muito religiosa. Nunca fui de ir à igrejas, pois achava aquilo uma grande besteira. Naquela época eu acreditava em Deus? Não sei, pra falar a verdade. Mas hoje, aqui sentada na cadeira dessa igreja, aprendi a acreditar nele. Daqui tiro minhas forças para poder lutar em qualquer circunstância, para que em nenhum momento fraqueje e mostre o meu real sentimento perto da pessoa que eu amo: Medo. Sim, medo. Pela segunda vez passamos pelo mesmo problema na família. Têm sido anos de pura luta, tentando não pensar no pior e tentando também me assemelhar a ele em tudo que eu faço, pois ele sim agarra com forças qualquer chance que tem de se curar dessa maldita doença. Talvez por mim, talvez por nossos filhos, pela paixão de viver ou um pouco de tudo porque era assim. Desde jovem sempre foi apaixonado pela vida, sempre via o melhor em tudo e em todos. Possa ser que tenha sido isso que tenha feito com que eu amasse ele tanto, mesmo depois de anos de casados. Nem mesmo na doença ele perdeu seu brilho. Nunca reclamou de nada e isso fazia com que eu tentasse ser uma pessoa melhor para ele a cada dia e ser forte, lutando junto com ele nessa batalha.
Há um ano voltamos do hospital com outro baque para nossa família: estava com câncer e seria o segundo da família a obter isso. Primeiramente havia sido sua mãe, que infelizmente já não estava entre nós, agora era ele. E lá íamos novamente para fazermos todo o processo de cura novamente, nunca perdendo as esperanças. Houve dias que o vi fraquejar se olhando no espelho, sem esperanças de que um dia aquilo ia realmente acabar e lá íamos nós, a família, demonstrar todo o nosso amor e força para que ele pudesse lutar novamente. Enfim, foram longos meses…
Hoje sairiam os resultados de como estava o estágio do câncer e por esse motivo estava na igreja, para pedir que as notícias fossem boas e que pudesse viver com a gente por mais anos, ver seus netos crescerem com saúde… Apenas viver.
Assim que adentramos o hospital, logo foi cumprimentar aqueles que cuidaram dele por um longo tempo. Os funcionários o adoravam, porque apesar de tudo ele não perdia seu bom humor e alegrava a todos que tivessem a oportunidade de conhecê-lo melhor. Nossos filhos, Liz, Gustaf, Trent e Willow também nos acompanhavam. insistiu para que ficassem em casa e aguardassem lá, mas uma coisa eles herdaram dele e essa coisa era a teimosia, então não havia nada que ele pudesse fazer para segurá-los.
Eles quatro aguardaram do lado de fora enquanto eu e entrávamos no consultório do doutor Stewart. Ele nos aguardava na porta, como sempre fazia.
— Olá, . — apertou a mão dele. — Senhora — ele fez o mesmo comigo. — Queiram se sentar, por favor. Imagino que estejam ansiosos pelo resultado.
— Uh, você nem imagina. — fez piada da situação. — Ansiosíssimo.
O doutor riu.
— Peço que independentemente do resultado, ainda há esperanças. Sempre há e quero que vocês não desanimem nunca. Vocês foram rápidos, então tivemos tempo de tentarmos algo.
— Certo, doutor. Vamos logo que eu quero ver logo os resultados. — disse, ansiosa e com medo do que poderia acontecer.
— Assim será, senhora.
O Dr. Stewart pegou um abridor de cartas da sua mesa e abriu o envelope com todo o cuidado, analisando as páginas dos exames. Fez um grande e demorado silêncio. apertou minha mão e eu o olhei. Ele sorria para mim, tentando demonstrar conforto.
— Hmmm… — viramos para o doutor e o mesmo cobria a boca com a mão, de forma pensativa. Ele nos encarou, para pôr fim à nossa angústia — Não há nada para se preocuparem, fiquem tranquilos. O resultados mostram que o câncer regrediu. — um suspiro foi ouvido. Acho que era ou meu, não sei dizer. — Mas quero que continuemos com o acompanhamento, já que o senhor tem históricos de câncer em sua família. O acompanhamento é necessário, então peço que venham, mesmo que o senhor cabeça dura aqui não queira. — ele olhou sério para . — Não descuide da sua saúde, entendeu?
— Sim, doutor. Eu entendi, só estou incrédulo que tudo isso aconteceu.
— Você tem sorte, . Possui uma família unida que não mede esforços e que te ama. Não era sua hora ainda de deixar tudo isso aqui pra trás.
Saíram do consultório sérios, e os filhos esperavam por alguma resposta. Nem eu e nem os encaramos.
— Mãe? E aí? Qual o resultado? — Liz perguntou, se aproximando.
E logo em seguida veio uma enxurrada de perguntas deles. Como não falamos nada, eles enfim se calaram.
— Esse bode velho aqui vai viver muito com a gente ainda.
— Graças a Deus, meu velho. Não ia aguentar ficar sem você. — Trent, com suas brincadeiras, abraçou o pai e o ergueu do chão, feliz.
Então quando os ânimos se acalmaram um pouco, andamos todos até a saída, planejando várias coisas para fazermos naquele final de semana. Talvez reunir a família toda e fazer uma festa, como sempre fazíamos.
Eu tinha algo que sempre repetia pra mim mesma, uma forma para não perder as esperanças e seguir firme, de cabeça erguida, uma frase do poeta Augusto Branco “Lute com determinação, abrace a vida com paixão, perca com classe e vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.” .
E essa foi a nossa história. Nunca se feche para a família e nem para os amigos, pois é deles que você tirará suas forças quando achar que não irá conseguir, quando achar que não tem mais forças para continuar.
Fim.
Nota da autora: Oi, foi bem curtinha, mas queria representar um casal mais maduro e que, como a própria música retrata, tivessem passando por um problema difícil. Espero que tenha gostado.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.