Capítulo 1
Respirei fundo, sentei-me na cama e abri a caixa que já estava bem empoeirada. Ao canto da caixa tinha um envelope dourado, o peguei e nele estava escrito "Abrir somente quando estiver pronta.". Já tinha passado alguns meses não era mesmo? Eu não poderia esconder aquilo para sempre. Abri o envelope e tirei o elástico que prendia as fotografias que ali se encontravam. Peguei a primeira e um sentimento estranho começou a nascer dentro do meu peito. Ali estavam, , , e eu, sorrindo, felizes, como se nada mais importasse.
~*~
10 de Março
Sexta feira, dia do campeonato do . é meu melhor amigo, uma espécie de irmão mais velho. E era o seu campeonato de futebol pelo novo time da cidade que eu ainda não tinha visto jogar. Peguei minha bolsa, saí de casa e fui para o local onde seria a final do jogo. Cheguei lá e os meninos já estavam em quadra se aquecendo, parecia bem nervoso, parecia toda hora buscar alguém na plateia, até que seus olhos azuis encontram com os verdes dos meus, acenei, ele deu um sorriso verdadeiro e voltou sua atenção para o aquecimento, em alguns minutos o jogo iria começar.
A defesa do adversário não era suficiente e o time do meu melhor amigo atacava a toda hora, o jogo já estava três a zero, dois gols do atacante mais chato do mundo e um do camisa 10, graças ao passe perfeito do lateral esquerdo. O juiz apitou o fim do primeiro tempo e me chamou pela grade de proteção.
- Quero meu gol, entendeu? – brinquei.
- Já não foi suficiente?
- Não. – respondi e ele riu.
- A está aí, você ainda não viu ela?
- Ainda não vi minhas mensagens hoje.
- ! – virou para trás e viu que o camisa 10 o chamava – Não é tempo de namorar, cara. – ele só mostrou o dedo do meio para o menino, o que me fez rir.
- Acho melhor você voltar. Vou atrás da e lembra que quero meu gol. – piscou e logo voltou para o seu grupo, andei um pouco pelo ginásio e achei sentada bem no canto mexendo no celular, vício quase zero.
- Aonde você se meteu? Te mandei umas vinte mensagens!
- Eu estava do outro lado, meu celular tá na bolsa. - falei e ela deu de ombros.
- Olha, o jogo começou. - avisou e nossa atenção ficou voltada a quadra (e para quem estava nela)
- Qual é a daquele camisa 10? Ele rouba todas as bolas e quer fazer gol sozinho! Ele não é nenhum Cristiano Ronaldo não. tá livre...
- O nome dele é . me falou por alto que ele é muito bom, combina com você sabia?
- Não combina não! Ele é fominha. Dá raiva só de olhar esse menino jogando. - falei e prestei mais atenção nele e percebi que não era nada feio. Ele tinha os cabelos bem pretos, assim como os meus, e seus cabelos faziam contraste perfeito com sua pele branca, só que bronzeada pelo sol, o que fazia parecer como se fosse de outra nacionalidade. Seu corpo era musculoso, mas não exagerado, deveria ser assim provavelmente pelos treinos diários de futebol. Consegui ver ligeiramente seu rosto, por ser um jogador fominha corria a toda hora, que não dava para perceber os detalhes de sua feição. Só foi eu piscar que gritos foram ouvidos, o camisa 10 havia feito mais um gol, ele virou para a plateia e levantou os braços ao céu, ele tinha um sorriso safado no rosto, como se fosse um canalha e percebi que seus olhos foram de encontro aos meus. Seus lindos olhos castanhos claros. deu um sorriso e logo foi agarrado pelos companheiros. Ele tinha conseguido chamar minha atenção.
O jogo acabou 4 a 0, os meninos gritavam enlouquecidos e logo os torcedores invadiram a quadra para comemorar junto do time, quando a situação acalmou um pouco, e eu fomos até lá. , assim que me viu, puxou-me para um abraço e logo deu outro abraço forte em , pela primeira vez não reclamei dele estar suado.
- ! , vem aqui! - chamou e o camisa 10 veio rápido. - Quero te apresentar minhas garotas. - brincou e nós rimos. - Essa é a .
- Olá, !
- Belo jogo! - elogiou e ele sorriu de canto.
- E essa é a . , eu não fiz seu gol, mas ele fez.
- Obrigada. - agradeci e ele sorriu e estendeu a mão para mim
- Sou o . - apertei sua mão e ele sorriu. - Só o primeiro de muitos.
~*~
10 de Março
Sexta feira, dia do campeonato do . é meu melhor amigo, uma espécie de irmão mais velho. E era o seu campeonato de futebol pelo novo time da cidade que eu ainda não tinha visto jogar. Peguei minha bolsa, saí de casa e fui para o local onde seria a final do jogo. Cheguei lá e os meninos já estavam em quadra se aquecendo, parecia bem nervoso, parecia toda hora buscar alguém na plateia, até que seus olhos azuis encontram com os verdes dos meus, acenei, ele deu um sorriso verdadeiro e voltou sua atenção para o aquecimento, em alguns minutos o jogo iria começar.
A defesa do adversário não era suficiente e o time do meu melhor amigo atacava a toda hora, o jogo já estava três a zero, dois gols do atacante mais chato do mundo e um do camisa 10, graças ao passe perfeito do lateral esquerdo. O juiz apitou o fim do primeiro tempo e me chamou pela grade de proteção.
- Quero meu gol, entendeu? – brinquei.
- Já não foi suficiente?
- Não. – respondi e ele riu.
- A está aí, você ainda não viu ela?
- Ainda não vi minhas mensagens hoje.
- ! – virou para trás e viu que o camisa 10 o chamava – Não é tempo de namorar, cara. – ele só mostrou o dedo do meio para o menino, o que me fez rir.
- Acho melhor você voltar. Vou atrás da e lembra que quero meu gol. – piscou e logo voltou para o seu grupo, andei um pouco pelo ginásio e achei sentada bem no canto mexendo no celular, vício quase zero.
- Aonde você se meteu? Te mandei umas vinte mensagens!
- Eu estava do outro lado, meu celular tá na bolsa. - falei e ela deu de ombros.
- Olha, o jogo começou. - avisou e nossa atenção ficou voltada a quadra (e para quem estava nela)
- Qual é a daquele camisa 10? Ele rouba todas as bolas e quer fazer gol sozinho! Ele não é nenhum Cristiano Ronaldo não. tá livre...
- O nome dele é . me falou por alto que ele é muito bom, combina com você sabia?
- Não combina não! Ele é fominha. Dá raiva só de olhar esse menino jogando. - falei e prestei mais atenção nele e percebi que não era nada feio. Ele tinha os cabelos bem pretos, assim como os meus, e seus cabelos faziam contraste perfeito com sua pele branca, só que bronzeada pelo sol, o que fazia parecer como se fosse de outra nacionalidade. Seu corpo era musculoso, mas não exagerado, deveria ser assim provavelmente pelos treinos diários de futebol. Consegui ver ligeiramente seu rosto, por ser um jogador fominha corria a toda hora, que não dava para perceber os detalhes de sua feição. Só foi eu piscar que gritos foram ouvidos, o camisa 10 havia feito mais um gol, ele virou para a plateia e levantou os braços ao céu, ele tinha um sorriso safado no rosto, como se fosse um canalha e percebi que seus olhos foram de encontro aos meus. Seus lindos olhos castanhos claros. deu um sorriso e logo foi agarrado pelos companheiros. Ele tinha conseguido chamar minha atenção.
O jogo acabou 4 a 0, os meninos gritavam enlouquecidos e logo os torcedores invadiram a quadra para comemorar junto do time, quando a situação acalmou um pouco, e eu fomos até lá. , assim que me viu, puxou-me para um abraço e logo deu outro abraço forte em , pela primeira vez não reclamei dele estar suado.
- ! , vem aqui! - chamou e o camisa 10 veio rápido. - Quero te apresentar minhas garotas. - brincou e nós rimos. - Essa é a .
- Olá, !
- Belo jogo! - elogiou e ele sorriu de canto.
- E essa é a . , eu não fiz seu gol, mas ele fez.
- Obrigada. - agradeci e ele sorriu e estendeu a mão para mim
- Sou o . - apertei sua mão e ele sorriu. - Só o primeiro de muitos.
~*~
Capítulo 2
Foi naquele dez de Março que a minha vida começou a mudar, foi quando aqueles olhos castanhos claros encontraram os meus, quando eu percebi que o sorriso de era a coisa mais linda do mundo, quando percebi que aquele camisa 10, de algum modo, mudaria a minha vida. O engraçado é que ao ver aquela foto nenhuma lágrima saiu, elas que antes me enchiam os olhos só de alguém tocar no nome dele. Passei a foto para trás e a seguinte me fez sorrir instantaneamente, estávamos em uma soverteria, meu nariz estava melecado de sorvete assim como o seu, fazíamos careta na foto. Virei a fotografia e li o que estava ali "Nossa primeira foto de muitas, assim como os meus gols para você."
~*~
10 de Abril
“And i will make it through this night alive, alive. Can you find me, in the midst of a crowd and do you dream of me when the lights go down? And do you breathe me in the smoke from your cigarettes? Do you feel me with every breath?”
The summer set tocava no máximo nos meus fones, era incrível como aquela música me lembrava do , o meu camisa 10. Ele não era meu, mas gostava de pensar (e dizer baixinho) que era. Dizem que quando uma mentira é muito dita, ela se tornava real. Esperava que essa se tornasse logo. conseguiu me encantar rápido, em poucos dias para ser mais exata. Começamos a nos ver nos intervalos, já que a entrada e a saída não batiam. Ele estava sempre cercado de várias pessoas e eu também, então nada mais que cumprimentos e sorrisos eram trocados. E mesmo com esses poucos gestos já estava encantada por . Entrei na sorveteria que tinha passando duas ruas da minha casa, onde combinei de me encontrar com e .
- Uma banana slipt, por favor. - pedi e me sentei para aguardar meu pedido. Voltei minha atenção ao meu celular, aqueles dois estavam muito atrasados.
- O que uma garota como você faz sozinha por aqui? - uma voz que eu já tinha sonhado a algumas noites atrás se fez presente.
- ? - perguntei mesmo sabendo da resposta
- Olá, ! - falou - Posso sentar aqui com você?
- Logico. - respondi e imediatamente ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado. - Que horas você chegou?
- Eu estava aqui antes de você. Te vi entrando, estava aguardando meu pedido.
- Ah, entendi. Estou esperando e a , mas até agora nada deles aparecerem. - e fiz beicinho
- ! Ele é seu ficante? Ou vocês tem algo a mais?
- Céus! Não! - falei e gargalhei - Deus me livre, é meu melhor amigo, consideraria incesto. - riu alto e eu o acompanhei.
- Grande ! Enfim, eu estava com os meninos aqui, só que te vi sozinha e deixei eles lá. - falou e eu olhei para trás. Lá tinham uns quatro meninos que disfarçaram muito mal para não olhar para nós.
- Céus, eles não vão querer me matar por ter te tirado deles?
- Que nada! Eles já estão indo, os viados esqueceram meu pedido e só fui saber agora a pouco.
acabou de falar e a atendente chegou com duas bananas slipt, mais uma batata frita grande, agradecemos e ela saiu.
- Acho que veio errado, não pedi batata. Você pediu?
- Pedi. - falou e sorriu sem graça.
- Ah, certo. - falei, nós começamos a conversar e a comer. De repente, melecou a batata dele no sorvete e passou na ponta do meu nariz. - Ah não! - falei fingindo uma irritação, fiz o mesmo gesto dele só que o passei pela bochecha.
- ! - começamos a rir dos nossos rostos melados, parecíamos duas crianças! puxou o telefone do bolso e apenas disse: - Olha para cá! - fizemos caretas e uma foto foi tirada.
- Ficou fofa. - falei assim que me mostrou, rimos mais um pouco e logo terminamos de comer, nós nos limpamos e se ofereceu para pagar. - Não, ! Vamos dividir!
- Não, por favor. Eu pago.
- ...
- Próxima vez a gente divide ok? - e deu um sorriso de canto, não resisti, pagou a conta.
- Que bom que você apareceu. - falei quando ele voltou para a mesa - Se não, iria passar a tarde sozinha! e me deram um bolo!
- Fico feliz por eles terem te dado um bolo! Assim, a gente passou um tempo juntos. - falou e eu sorri.
- Primeiro tempo juntos de muitos?
- Lógico! - falou e eu ri.
- Já vou ter que ir. - falei assim que olhei no relógio do meu celular.
- Você mora longe?
- Daqui a duas ruas!
- Vou te deixar em casa e nem pense em dizer não.
Saímos da sorveteria lado a lado, caminhamos em silêncio, chegamos na minha rua e apontei para onde era minha casa, me levou até na porta, se despediu de mim com um beijo na bochecha junto de um abraço e antes de virar as costas, disse:
- Qualquer dia te conto coisas sobre hoje.
E se foi. De todo o dia de hoje, só tinha uma única certeza: Eu estava apaixonada por .
~*~
Ri comigo ao me lembrar daquele dia. ganhava meu riso fácil, fácil, praticamente bastava ele sorrir e tcharam, lá estava eu com um sorriso no rosto. Era incrível a facilidade com que nós nos aproximamos e começamos uma relação, mas o que era mais incrível, era como conseguia me ter em suas mãos.
Um estrondo se fez audível, estremeci ao ver o clarão que se fez no céu, aquela chuva chegava a me amedrontar. Respirei fundo e botei a foto para trás das outras e uma nova apareceu. Era noite, na fotografia tinha um palco meio desfocado, luzes, tinha uma lua bonita ao canto e o céu estava recheado de estrelas. Focalizado, estávamos ali, sorrindo, mesmo com a minha cara de choro, naquele dia eu estava muito mais do que feliz. Tirei o papelzinho que estava grudado com um clip na parte de cima da foto, o abri, sorri novamente, foi naquele dia que tudo realmente começou a mudar na minha vida.
~*~
10 de Maio
Já iria dar sete horas e eu ainda não tinha decidido se iria de short ou com uma calça jeans. Iria fazer calor, era muita gente junta, suor, gritos. Vesti o short sem nem pensar mais sobre o assunto, peguei uma blusa que combinasse, Vans, prendi meus cabelos num rabo de cavalo e desci as escadas da minha casa cantarolando minha música preferida da nossa banda preferida. Sim, nossa. havia me convidado para ir ao show do One Republic que iria acontecer as oito e ele ficou de vir me buscar as sete. Olhei-me no espelho da sala, estava simples, mas me sentia bem. No rosto apenas o meu inseparável rímel e o batom vermelho. Limpei o borradinho do canto do olho ao mesmo tempo em que escutei uma buzina, ele havia chegado. Gritei dando tchau para meu irmão mais velho com quem morava desde que me mudei para Nova Iorque e mesmo ele passando mais tempo viajando a trabalho conseguia ser mais presente que nossos pais quando eu morava em Manchester.
Sai de casa e me esperava encostado no seu carro, sorriu assim que me viu e o meu sorriso foi instantâneo. Ele me puxou para um abraço e inalei o seu 212 Vip, a mesma fragrância que ainda estava presente no moletom que eu dormia iria fazer uma semana. me emprestou quando estava com frio durante o treino dos meninos numa quadra descoberta.
- Vamos? - perguntou-me e eu concordei, ele abriu a porta do carro para mim e em segundos entrou e o ligou. - Que short é esse hein, moça? - fiz biquinho e rimos - Você fica linda fazendo biquinho sabia? - coroei instantaneamente, , o meu camisa 10, estava me elogiando. - Aliás, você é linda sempre.
- Obrigada. - respondi envergonhada e dei um riso fraco, chegamos à portaria do local de onde o show seria realizado as 20h em ponto. - Vamos ali? Preciso comprar meu ingresso.
- Boba. Já comprei nossos ingressos, faz umas semanas já.
Sorri, ele havia planejado tudo. me guiou para a fila que não demorou muito a andar, conseguimos um local bem ao meio, não estava superlotado, não tinha muito empurra-empurra, era um lugar bom para se ficar. O pessoal que ficava depois da grade de onde era a área perto do palco começou a aumentar e em minutos, One Republic invadiu o palco e Light it up tomou conta do local, logo em seguida veio Secrets, e eu sabíamos de cor todas aquelas letras e cantávamos juntos. Depois de dez músicas, os acordes de Counting Stars começaram e a plateia foi à loucura e Can't stop veio em seguida. A música acabou e todas as luzes apagaram, não era possível que o show tinha acabado sem minha música preferida, eu só tinha vontade de chorar.
- ?
As luzes voltaram a piscar e os acordes da minha música começaram.
"I had a dream the other night 'bout how we only get one life, woke me up right after two stayed awake and stared at you, so I wouldn't lose my mind"
Meu riso foi instantâneo. Comecei a cantarolar a minha música, baixinho, era como só existisse eu ali.
- ? - me chamou novamente. Corrigi-me mentalmente, era como se ali estivesse somente ele e eu.
"And if you only die once I wanna die with"
- Eu preciso te perguntar alguma coisa.
- Pergunte.
"In this world full of people, there's one killing me"
- Eu preciso muito saber.
- Saber o que? - o cortei
- Se você quer ser minha namorada. - falou assim, sem rodeios, não sei qual foi minha expressão naquele momento, mas sorriu, o sorriso mais lindo que já tinha visto em toda minha vida.
- Eu... Eu quero. - falei e me agarrou em seus braços, senti lágrimas caírem e ele logo me soltou e limpou-as com seus dedos.
- Você é minha? - sussurrou ao me abraçar forte.
- Sim, .
- Para sempre?
- Para sempre. - e selamos nossa promessa com um beijo cheio de desejo, paixão, entrega e amor.
"And if we only die once I wanna die with If we only live once I wanna live with you"
Eu estava errada. Aquela não era minha música, era a nossa música. Eu precisava de apenas uma coisa e era dele.
- You got something I need. - sussurrou antes de me puxar para um outro beijo.
~*~
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10 de Abril
“And i will make it through this night alive, alive. Can you find me, in the midst of a crowd and do you dream of me when the lights go down? And do you breathe me in the smoke from your cigarettes? Do you feel me with every breath?”
The summer set tocava no máximo nos meus fones, era incrível como aquela música me lembrava do , o meu camisa 10. Ele não era meu, mas gostava de pensar (e dizer baixinho) que era. Dizem que quando uma mentira é muito dita, ela se tornava real. Esperava que essa se tornasse logo. conseguiu me encantar rápido, em poucos dias para ser mais exata. Começamos a nos ver nos intervalos, já que a entrada e a saída não batiam. Ele estava sempre cercado de várias pessoas e eu também, então nada mais que cumprimentos e sorrisos eram trocados. E mesmo com esses poucos gestos já estava encantada por . Entrei na sorveteria que tinha passando duas ruas da minha casa, onde combinei de me encontrar com e .
- Uma banana slipt, por favor. - pedi e me sentei para aguardar meu pedido. Voltei minha atenção ao meu celular, aqueles dois estavam muito atrasados.
- O que uma garota como você faz sozinha por aqui? - uma voz que eu já tinha sonhado a algumas noites atrás se fez presente.
- ? - perguntei mesmo sabendo da resposta
- Olá, ! - falou - Posso sentar aqui com você?
- Logico. - respondi e imediatamente ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado. - Que horas você chegou?
- Eu estava aqui antes de você. Te vi entrando, estava aguardando meu pedido.
- Ah, entendi. Estou esperando e a , mas até agora nada deles aparecerem. - e fiz beicinho
- ! Ele é seu ficante? Ou vocês tem algo a mais?
- Céus! Não! - falei e gargalhei - Deus me livre, é meu melhor amigo, consideraria incesto. - riu alto e eu o acompanhei.
- Grande ! Enfim, eu estava com os meninos aqui, só que te vi sozinha e deixei eles lá. - falou e eu olhei para trás. Lá tinham uns quatro meninos que disfarçaram muito mal para não olhar para nós.
- Céus, eles não vão querer me matar por ter te tirado deles?
- Que nada! Eles já estão indo, os viados esqueceram meu pedido e só fui saber agora a pouco.
acabou de falar e a atendente chegou com duas bananas slipt, mais uma batata frita grande, agradecemos e ela saiu.
- Acho que veio errado, não pedi batata. Você pediu?
- Pedi. - falou e sorriu sem graça.
- Ah, certo. - falei, nós começamos a conversar e a comer. De repente, melecou a batata dele no sorvete e passou na ponta do meu nariz. - Ah não! - falei fingindo uma irritação, fiz o mesmo gesto dele só que o passei pela bochecha.
- ! - começamos a rir dos nossos rostos melados, parecíamos duas crianças! puxou o telefone do bolso e apenas disse: - Olha para cá! - fizemos caretas e uma foto foi tirada.
- Ficou fofa. - falei assim que me mostrou, rimos mais um pouco e logo terminamos de comer, nós nos limpamos e se ofereceu para pagar. - Não, ! Vamos dividir!
- Não, por favor. Eu pago.
- ...
- Próxima vez a gente divide ok? - e deu um sorriso de canto, não resisti, pagou a conta.
- Que bom que você apareceu. - falei quando ele voltou para a mesa - Se não, iria passar a tarde sozinha! e me deram um bolo!
- Fico feliz por eles terem te dado um bolo! Assim, a gente passou um tempo juntos. - falou e eu sorri.
- Primeiro tempo juntos de muitos?
- Lógico! - falou e eu ri.
- Já vou ter que ir. - falei assim que olhei no relógio do meu celular.
- Você mora longe?
- Daqui a duas ruas!
- Vou te deixar em casa e nem pense em dizer não.
Saímos da sorveteria lado a lado, caminhamos em silêncio, chegamos na minha rua e apontei para onde era minha casa, me levou até na porta, se despediu de mim com um beijo na bochecha junto de um abraço e antes de virar as costas, disse:
- Qualquer dia te conto coisas sobre hoje.
E se foi. De todo o dia de hoje, só tinha uma única certeza: Eu estava apaixonada por .
~*~
Ri comigo ao me lembrar daquele dia. ganhava meu riso fácil, fácil, praticamente bastava ele sorrir e tcharam, lá estava eu com um sorriso no rosto. Era incrível a facilidade com que nós nos aproximamos e começamos uma relação, mas o que era mais incrível, era como conseguia me ter em suas mãos.
Um estrondo se fez audível, estremeci ao ver o clarão que se fez no céu, aquela chuva chegava a me amedrontar. Respirei fundo e botei a foto para trás das outras e uma nova apareceu. Era noite, na fotografia tinha um palco meio desfocado, luzes, tinha uma lua bonita ao canto e o céu estava recheado de estrelas. Focalizado, estávamos ali, sorrindo, mesmo com a minha cara de choro, naquele dia eu estava muito mais do que feliz. Tirei o papelzinho que estava grudado com um clip na parte de cima da foto, o abri, sorri novamente, foi naquele dia que tudo realmente começou a mudar na minha vida.
~*~
10 de Maio
Já iria dar sete horas e eu ainda não tinha decidido se iria de short ou com uma calça jeans. Iria fazer calor, era muita gente junta, suor, gritos. Vesti o short sem nem pensar mais sobre o assunto, peguei uma blusa que combinasse, Vans, prendi meus cabelos num rabo de cavalo e desci as escadas da minha casa cantarolando minha música preferida da nossa banda preferida. Sim, nossa. havia me convidado para ir ao show do One Republic que iria acontecer as oito e ele ficou de vir me buscar as sete. Olhei-me no espelho da sala, estava simples, mas me sentia bem. No rosto apenas o meu inseparável rímel e o batom vermelho. Limpei o borradinho do canto do olho ao mesmo tempo em que escutei uma buzina, ele havia chegado. Gritei dando tchau para meu irmão mais velho com quem morava desde que me mudei para Nova Iorque e mesmo ele passando mais tempo viajando a trabalho conseguia ser mais presente que nossos pais quando eu morava em Manchester.
Sai de casa e me esperava encostado no seu carro, sorriu assim que me viu e o meu sorriso foi instantâneo. Ele me puxou para um abraço e inalei o seu 212 Vip, a mesma fragrância que ainda estava presente no moletom que eu dormia iria fazer uma semana. me emprestou quando estava com frio durante o treino dos meninos numa quadra descoberta.
- Vamos? - perguntou-me e eu concordei, ele abriu a porta do carro para mim e em segundos entrou e o ligou. - Que short é esse hein, moça? - fiz biquinho e rimos - Você fica linda fazendo biquinho sabia? - coroei instantaneamente, , o meu camisa 10, estava me elogiando. - Aliás, você é linda sempre.
- Obrigada. - respondi envergonhada e dei um riso fraco, chegamos à portaria do local de onde o show seria realizado as 20h em ponto. - Vamos ali? Preciso comprar meu ingresso.
- Boba. Já comprei nossos ingressos, faz umas semanas já.
Sorri, ele havia planejado tudo. me guiou para a fila que não demorou muito a andar, conseguimos um local bem ao meio, não estava superlotado, não tinha muito empurra-empurra, era um lugar bom para se ficar. O pessoal que ficava depois da grade de onde era a área perto do palco começou a aumentar e em minutos, One Republic invadiu o palco e Light it up tomou conta do local, logo em seguida veio Secrets, e eu sabíamos de cor todas aquelas letras e cantávamos juntos. Depois de dez músicas, os acordes de Counting Stars começaram e a plateia foi à loucura e Can't stop veio em seguida. A música acabou e todas as luzes apagaram, não era possível que o show tinha acabado sem minha música preferida, eu só tinha vontade de chorar.
- ?
As luzes voltaram a piscar e os acordes da minha música começaram.
"I had a dream the other night 'bout how we only get one life, woke me up right after two stayed awake and stared at you, so I wouldn't lose my mind"
Meu riso foi instantâneo. Comecei a cantarolar a minha música, baixinho, era como só existisse eu ali.
- ? - me chamou novamente. Corrigi-me mentalmente, era como se ali estivesse somente ele e eu.
"And if you only die once I wanna die with"
- Eu preciso te perguntar alguma coisa.
- Pergunte.
"In this world full of people, there's one killing me"
- Eu preciso muito saber.
- Saber o que? - o cortei
- Se você quer ser minha namorada. - falou assim, sem rodeios, não sei qual foi minha expressão naquele momento, mas sorriu, o sorriso mais lindo que já tinha visto em toda minha vida.
- Eu... Eu quero. - falei e me agarrou em seus braços, senti lágrimas caírem e ele logo me soltou e limpou-as com seus dedos.
- Você é minha? - sussurrou ao me abraçar forte.
- Sim, .
- Para sempre?
- Para sempre. - e selamos nossa promessa com um beijo cheio de desejo, paixão, entrega e amor.
"And if we only die once I wanna die with If we only live once I wanna live with you"
Eu estava errada. Aquela não era minha música, era a nossa música. Eu precisava de apenas uma coisa e era dele.
- You got something I need. - sussurrou antes de me puxar para um outro beijo.
~*~
Capítulo 3
Suspirei ao me lembrar de cada mínimo detalhe daquela noite. havia me dado os canhotos dos ingressos para eu guardar de recordação e nunca m esquecer daquele dia. Com ou sem os canhotos, eu nunca iria esquecer. Deixei todas as fotografias do meu lado quando algo na caixa me chamou atenção, era uma rosa seca, suas pétalas já não tinham o mesmo vermelho. Aquela foi a rosa que eu guardei do primeiro buquê que ele me deu no dia da comemoração do nosso primeiro mês junto oficialmente. Posso dizer que aquele mês, o único aliás, foi o mês de mar de rosas, onde tudo eram flores, o céu era repleto de arco-íris. Antes de a chuva desabar.
Um trovão tomou conta dos céus e eu tremi. Peguei novamente as fotografias e aquela maldita sensação de choro me tomou conta. Eu estava com um vestido vermelho, ele estava de smoking, era dia de festa de gala do colégio. Naquele dia ocorreu a nossa primeira briga. E em consequência, a nossa primeira reconciliação.
~*~
10 de Julho
O baile iria começar as 20h, em meu relógio já eram 20:20h, tinha dito que viria me buscar as oito em ponto. Olhei-me novamente no espelho do meu quarto e bufei, tanta arrumação para nada. O pior de tudo era que nem em casa meu irmão estava, assim eu iria ficar a noite toda sozinha. Quando já ia tirar meus sapatos, a campainha da minha casa tocou, desci quase correndo, antes tarde do que nunca.
- Final... ? - o que o meu melhor amigo estava fazendo na minha porta ao invés do meu namorado?
- Nem faça essa cara, vim buscar você.
- Eu estou esperando o . Você não tinha que ir com a ? Ela é sua namorada. - sim, meus melhores amigos eram namorados.
- Já deixei ela lá, mandou eu vir buscar você. E cadê esse puto do ?
- Estou me fazendo essa pergunta vai fazer meia hora. - falei e riu fraco.
- Você está linda hoje. - falou me olhando e eu revirei os olhos.
- Só hoje?
- Só hoje. Os outros dias você está com cara de monga. - falou e nós rimos alto.
- Vagabundo.
- Vamos logo, tenho que te levar. - falou, concordei fechando a porta da minha casa e uma buzina nos fez virar. Era o carro do .
Em segundos, já estava ao nosso lado com uma cara de poucos amigos, nem cumprimentou .
- . O que você está fazendo aqui?
- Boa noite para você também. - falei antes de o responder qualquer coisa.
- Vim buscar . Já que você não fez. - falou e revirou os olhos.
- Eu estou aqui não estou?
- Meia hora atrasado? - falei quando olhei o relógio de pulso do . - Muito obrigada.
- Primeira vez que atraso em algo, . Eu estava treinando.
- Treinando? - perguntou e riu ironicamente. - Outra desculpa, meu caro, os treinos terminaram faz duas horas.
- Não seria porque alguém roubou minha vaga no time principal e me jogou para o reserva?
- Não coloque culpa em mim se você não teve capacidade de se manter.
- Cala a boca, filho da...
- Calem a boca, os dois.
- Vou te esperar no carro, não demora. - falou simplesmente e saiu, olhei para , esse que me olhava parecendo triste.
- Longa história.
- A gente vai conversar depois. - falei e ele concordou. - Obrigada por ter vindo, não sei o que seria de mim sem você.
- Você sabe que sou demais, não sabe?
- Palhaço.
- Agora vai lá, seu namoradinho está te esperando. Nem faça essa cara, achei muito bom ele ter vindo. Cara babaca.
- Vocês não eram amigos?
- Colegas de time, . - deu de ombros e eu concordei, me abraçou, me deu um beijo na bochecha e eu segui para o carro do .
- Que palhaçada foi essa? - perguntou assim que acelerou o carro.
- Que palhaçada?
- na porta da sua casa. O seu namorado sou eu.
- Ele veio me buscar porque eu ainda não havia chegado à festa.
- Eu disse que iria vir buscar você.
- Você se atrasou muito, .
- Isso não dá motivos para vir aqui e levar você ao baile. Você é minha, não dele.
- é meu melhor amigo. - falei, riu mais alto que o necessário e virou na rua com uma velocidade desnecessária.
- Melhor amigo de cu é rola, meu amor.
Eu não estava acreditando no que estava ouvindo. Minha única vontade era quebrar a cara de em pedaços.
- Para esse carro que eu vou descer.
- Se ofendeu? A carapuça serviu?
- Você está sendo um babaca comigo essa noite. Para essa porra de carro que eu vou descer, pegar um táxi e voltar para casa. - senti meus olhos lacrimejarem, esse não era o meu . Ao invés dele parar, acelerou e quando dei por mim, estávamos na porta do salão do colégio. abriu o meu lado para eu poder sair, respirei fundo, tirei o cinto de segurança e saí, aquela noite estava sendo uma merda. Andei sem nem olhar para trás e só parei quando meu braço foi puxado para trás.
- Me solta, . - falei firme
- Não vou soltar. Que merda, . Hoje era para nós nos divertimos e você fica ai de coisa comigo por causa do . Ele me estressa, você não percebe? Você não percebe o quanto me senti incapaz ao ver ele na sua porta e eu não? Céus, .
- , eu não tenho culpa de nada. Não tenho culpa das suas brigas com ele, eu sou só uma. Eu amo o , amo muito. - falei e ele revirou os olhos - Mas como amigo, . Amigo. Sem desejos ou atrações. Quem eu amo é você. E você tá estragando tudo isso hoje. - terminei de falar e nada disse, apenas me puxou e me abraçou forte. Saí dos seus braços sem falar nada, pegou minha mão e entramos no salão, sorrimos para a foto que todos tinham que tirar na entrada e logo já estávamos na pista de dança, levantei a cabeça para procurar meus melhores amigos e os achei sentados numa mesa distante, sai de perto de e fui até eles.
- Algum de vocês podem me matar, agora?
- ! Você está linda!
- Queria estar feliz, também.
- me contou. - falou e sua expressão ficou triste. - foi babaca.
- Ele não foi babaca, meu amor, ele é babaca. Todo putinho só porque peguei a vaga dele, não tenho culpa nenhuma. - falou - Senta aí. - falou e puxei uma cadeira para sentar junto deles, começamos a conversar sobre diversos assuntos quando aquele aroma de 212 VIP tomou conta do local.
- Vamos, ?
- Depois, . - e nada falaram, apenas olhavam a cena, era a primeira vez que brigávamos.
- Não, . Agora.
- Eu não quero, .
- .
- Caralho, você é surdo? Ela falou que não quer. - se meteu e se estressou. Botou suas mãos na mesa derrubando a bebida que estava ali, a taça que só tinha dois dedos de vinho veio parar no meu vestido. Apenas olhei para e levantei da mesa com lagrimas nos olhos. A noite para mim havia acabado.
- ! - gritou e eu não virei para trás, passei correndo no meio da multidão e entrei no corredor escuro que ficavam os banheiros. Tentei entrar na porta do feminino, mas meu braço foi puxado para trás. - Me desculpa.
- Engula suas desculpas. Eu não tenho culpa dos seus problemas com o . - falei já sendo tomada pelas lagrimas que caiam sem parar - Eu não tenho culpa de nada, .
- Me desculpa, .
- Sabe o que me deixa mais triste? Em nenhum momento você me chamou de amor hoje, você não agiu como meu namorado, não agiu como o homem que eu desejei para mim desde a merda daquele jogo. Você chegou na porta da minha casa já brigando com o , fomos para a porcaria daquele carro e você continuou falando suas merdas para mim, chegamos aqui e você manchou meu vestido que comprei justamente pensando em como você diria que eu estaria linda nele. Todo mundo falou sabia? Menos o meu namorado. Hoje você só fez merda atrás de merda.
"I'm bleeding out. So if the last thing that I do is to bring you down, I'll bleed out for you"
Bela música para uma porcaria de momento. Meus pensamentos foram interrompidos quando me puxou pela cintura e me beijou, naquele momento percebi como estava sentindo falta daquilo. Minhas mãos estavam em sua nuca e as deles estavam na minha cintura as apertando com força. Em segundos, me pressionou contra a parede e me beijou novamente, dessa vez parando para beijar meu pescoço.
- Me desculpa. - sussurrou - Pelo atraso, por , por tudo. Eu só fico muito, muito estressado mesmo quando eu vejo ele com você. Tocando em você, - e apertou a minha cintura me fazendo gemer baixinho, malditos hormônios - beijando seu rosto. - mordeu o lóbulo da minha orelha - E ainda mais hoje, ele estava aonde eu deveria estar. Você não sabe o quanto aquilo me deixou com raiva. Eu só queria bater nele. E você, . Você não percebe o que faz comigo? - sussurrou e suas mãos ficaram em minha face me puxando para mais um beijo - Você me deixa louco. Louco de tudo quanto é jeito que você possa imaginar. Você é minha.
- Sua. - sussurrei e ele me pressionou mais ainda na parede me fazendo suspirar enquanto distribuía beijos por todo meu pescoço.
- Você tem tudo do que eu preciso. Eu amo você. Amo até demais.
- Vamos embora daqui. - foi a única coisa que consegui falar. me puxou pela mão e em segundo estávamos fora do ginásio.
- Para onde você quer ir?
- Para qualquer lugar. Só me faça esquecer o motivo de eu querer matar você. - falei e riu fraco, entramos no seu carro e em minutos estávamos na porta da minha casa.
- Onde eu queria estar mais cedo. Onde eu queria ter feito tudo diferente. - falou e eu sorri fraco, saiu e abriu a porta para mim, destranquei a porta de casa com dificuldade, mas logo já estávamos dentro. Fechei a porta e me encostou à ela na mesma hora, colocou minhas pernas em volta da sua cintura enquanto minhas mãos estavam em sua nuca. nos guiou pela escada sem nenhuma dificuldade aparente e em segundos estávamos no corredor, desci do colo dele e entrei em meu quarto. Tirei meus sapatos e fez a mesma coisa com os dele. Suspirei pesadamente e tirou meus cabelos das costas colocando eles para o lado.
- Você está linda. - sussurrou e beijou meu pescoço, logo abrindo o zíper que ficava nas costas, o vestido já estava ao chão. - E agora também, você sempre é linda. - me virou e beijou-me suavemente, me guiou para minha cama e ficou por cima de mim, seus olhos castanhos claros olhavam os meus como se pedissem permissão, apenas sorri de canto e desabotoei sua blusa branca, tirou sua calça e beijou-me novamente, em segundos nossas roupas íntimas estavam ao chão, fechei meus olhos e em segundos eu era inteiramente dele pela primeira vez.
~*~
Aquelas lembranças vieram como um furacão, era engraçado que mesmo depois daqueles meses, eu ainda sentia como se fosse a primeira vez, o toque, o olhar, os sussurros de . Passei a foto para trás e a que apareceu me fez sorrir, mas logo depois, o meu riso se tornou triste. Era engraçado como e eu oscilávamos, uma hora estava tudo bem, segundos depois tudo desabava, mas em instantes nós fazíamos tudo ficar bem novamente. E esse era o nosso ciclo, não parava.
~*~
10 de Agosto
e passaram na minha casa para me buscar, estávamos indo rumo à festa que ia ter na casa de uma das líderes de torcida da minha sala. Fiquei de encontrar com lá, já que ele era conhecido por todos daquele bairro e do colégio, assim como eu. Não éramos aquele casal clichê, da nerd e do popular, ambos eram conhecidos por todos. por ser jogador de futebol, eu por ter uma fácil comunicação com todos. Tudo bem, éramos o clichê popular + popular, o casal queridinho de todos e invejado por muitos também.
Saí dos meus pensamentos quando paramos em frente à casa de Beatrice, descemos do carro e logo já estávamos no meio de toda aquela gente, mandei uma mensagem para avisando que havia chegado, mas não tinha obtido resposta. Bufei de raiva. , percebendo isso, puxou-me para a pista de dança que ficava próximo a mesa de bar, fechei meus olhos e deixei a música me levar.
"I feel so close to you right now, it's a force field. I wear my heart upon my sleeve"
Foi só abrir meus olhos, que eles foram certeiros naqueles castanhos claros que estavam no bar. Era por isso que ele não respondeu minha mensagem. Conversar com uma loira falsa era mais importante que ver se sua namorada havia chegado bem. seguiu meu olhar e segurou meu braço.
- Fica calma.
- Me solta, .
- , ele nem tá beijando ela.
- ! Ela tá flertando na cara de pau! Daqui a pouco ela senta no colo dele! Que bela bosta! - falei e na mesma hora a menina que eu não sabia quem era, passou a mão pelo rosto dele e piscou, deu aquele sorriso que deixaria qualquer uma de quatro. - Eu preciso de uma bebida.
- , você não bebe. Você só bebeu uma vez e ficou muito ruim.
- FODA-SE, . - gritei e soltei meu braço das mãos dela, pude a ouvir gritar chamando o . Naquele momento eu não precisava de ninguém.
Caminhei até o bar e fiquei ao lado de , em nenhum momento olhei para ele e nem para o projeto de puta que estava ao seu lado, bati com minhas unhas na mesa e o barman veio me atender.
- Olá, belezinha.
- Olá! - respondi com um sorriso
- Qual você vai querer?
- Qual você me recomenda? - respondi em forma de pergunta e ele sorriu de canto, dei uma leve piscada para ele. O barmen mordeu os lábios e começou a preparar uma bebida para mim, um minuto depois um líquido verde foi colocado no copo e me entregado.
- Kriptonita. Beba devagar. - falou e eu ri, não lhe dei ouvidos e em segundos todo o drink já tinha saído do copo. O barman me olhava impressionado, ri fraco. - Que rápida!
- Você ainda não viu nada, querido. - respondi já sentindo minha cabeça rodar um pouco. Olhei para o lado e vi que olhava a cena com uma expressão de raiva, se era guerra que ele queria, ele iria ter.
- Black and Blue para você. - falou e virei o copo novamente e em seguida, mais dois.
- Valeu campeão, mas não serve mais nada para ela. - era , ele se levantou e passou as mãos na minha cintura me fazendo levantar.
- Que isso? Me larga, cara. - falei meio zonza.
- Cala a boca, vamos embora.
- Você não escutou ela, não?
- Cale sua boca se não essa mão que tá livre aqui, vai parar no meio da sua cara. , vamos embora.
- Me larga, PORRA. - só sei que fui jogada pro lado e um vulto loiro pulou a bancada e acertou a boca do , não ficou para trás e acertou dois socos seguidos na barriga do barman, o que o fez cair no chão em posição fetal e deu mais um chute nele. Lembrei vagamente que não podia beber e muito menos se meter em confusão por causa do time. Em segundos chegou junto de .
- Vamos embora. - falou e eu neguei com a cabeça.
- Cuida dele. - e apontei para o menino que estava no chão. Minha cabeça rodava muito, mas meti no meu cérebro que eu tinha que andar em linha reta e sair daquele lugar, me meter embaixo do chuveiro e ficar lá até o dia seguinte. Consegui dar alguns passos sem cair, até que uma mão segurou minha cintura e me puxou para fora da casa. Eu conhecia aquele aroma, mesmo bêbada, eu conhecia aquele toque firme como ninguém.
- Vou te levar para sua casa.
- Já disse para você me soltar. Vai lá com sua loira.
- Você está falando e fazendo muita merda.
- Como sempre né? Sou eu que faço merda. Você nunca faz nada, .
- Só cala a boca. - falou parecendo estar impaciente.
- Não me manda calar a boca, caralho. Vai te foder. Já mandei você me soltar não já mandei? Que porra, ! Volte para as suas putas, vai lá beijar elas, aproveita e come todas elas também. Uhu! Eu não quero mais te ver.
- Você não pode estar falando sério.
- Eu estou falando tão sério que vou embora sozinha. - falei e consegui me soltar, levantou as mãos para o alto em forma de rendição.
- Eu vou embora. Desisto. Vai com cuidado, . - falou e continuou me encarando, me agachei e ri extremamente alto.
- VAI EMBORA MESMO, É ISSO O QUE VOCÊ SEMPRE FAZ. - me levantei com dificuldade, ficou vermelho e se aproximou de mim pegando meu rosto com suas duas mãos.
- CALA A BOCA, VOCÊ NÃO SABE O QUE DIZ, OLHE PARA VOCÊ.
- Se você fosse um namorado descente, eu não estaria assim e me SOLTA, PORRA! - gritei e arranhei a mão dele para ele poder me soltar, tirou as mãos de mim e eu comecei a andar, mas minhas pernas não queriam responder ao meu comando, elas pararam e algo estranho começou a querer sair de mim, me agachei e vomitei ali mesmo.
- Céus, . - falou e segurou meus cabelos com uma mão e com a outra fazia carinho nas minhas costas. - Quantas vezes eu já disse para você não beber?
- Cala... - não consegui falar, mais vômito saiu.
- Vomita mesmo, é melhor. - falou e eu passei mais uns minutos agachada. - Já pode levantar? - apenas concordei e ele me ajudou. - Vou levar você para casa.
- Eu não quero. Já disse que ia embora sozinha.
- Por que você tem que ser assim?
- Por que você tem quer ser assim? - devolvi sua pergunta e ele nada respondeu, apenas me carregou e colocou no carro que estava um pouco mais afastado, dirigiu em alta velocidade e rapidamente estávamos na porta da minha casa. desceu do carro, me tirou e logo já tinha entrado.
- Você consegue subir sozinha?
- Desde quando você se importa? Porque você não volta para a porcaria daquela festa e come sua loira?
- Você tá falando da Julie? Ela é bem bonita mesm...
- Vai tomar no cu. - gritei e joguei meus saltos nele, corri mesmo tropeçando pela escada e entrei no meu quarto. Eu chorava compulsivamente, era um babaca. Saí do meu quarto e entrei no do meu irmão, abri o guarda roupa e achei uma garrafa de Jack Daniel's, abri e bebi um pouco, minha cabeça voltou a rodar mais ainda, cambaleei para o meu quarto e entrei no banheiro, sentei no chão e a única coisa que conseguia fazer era chorar. Bebi mais um pouco do whisky e senti minha garganta arder.
- Já disse para você parar de beber. - falou se abaixando e ficando na minha frente, eu estava com ódio dele, peguei a garrafa e mirei na cabeça dele, se eu estivesse sóbria, acertaria, mas eu estava muito bêbada e a garrafa acabou indo para a outra parede. - Você está muito louca.
- Sai daqui, vai lá comer sua amiga bonita.
- Você não me deixou terminar de falar...
- Falar o que? Que além dela ser bonita, você bate punheta pensando nela? - riu como uma hiena, babaca desgraçado.
- Você bêbada é engraçada, sabia?
- Eu já mandei você ir embora, sabia?
- Já, mas eu não vou. Você vai tomar um banho, esse cheiro de bebida está muito ruim.
- Foda-se, eu odeio você. Quero que você morra e queime no quinto dos infernos.
- Quer mesmo?
- Quero que você suma. - falei e joguei minha cabeça para trás, engatinhei para o vaso e vomitei novamente
- Você não quer nada. Você me ama. - falou e riu, me ajudou e me carregou para debaixo do chuveiro.- Você vai acabar se ferindo nesses cacos de vidro, sua idiota.
- Vai se foder. - falei e ligou o chuveiro. - PARA, TÁ GELADO, DESLIGA ISSO.
- Ninguém mandou beber. Anda, tira essa roupa.
- Você vai me ver nua, tarado.
- Nada do que eu já não tenha visto, alcoólatra.
- Eu odeio você.
- Para de falar que me odeia. - falou e se agachou, na minha frente, tirei minha saia e minha blusa ficando apenas de roupas íntimas. - Você é linda até bêbada.
- E eu quero que você cale a boca. - falei e joguei água nele.
- Você me molhou, alcoólatra.
- Ha ha ha. - e em segundos já estava todo ensopado, tirou sua calça e blusa e sentou atrás de mim, nenhum dos dois falou nada, apenas a água batia no nosso corpo.
- Não faz mais isso comigo. - sussurrou.
- Eu que te peço. - falei baixinho - Odiei te ver com aquela menina. Eu quis socar sua cara. - e logo lágrimas começaram a cair.
- Ela é afim de mim desde o primeiro ano. Nunca dei moral para ela, a gente só tava conversando, estava ali te esperando, amor.
- Eu te mandei mensagem, .
- Eu esqueci meu celular. Pode me revistar. - falou e eu ri baixo - Me desculpa.
- Ok. - falei simplesmente e ele beijou meu pescoço. - Não faz isso. Eu to bêbada, isso é considerado abuso.
- Você é uma pateta. - falou e se levantou para desligar o chuveiro, ele me ajudou a levantar, e a sair de lá sem pisar nos cacos de vidro.
- Você sabe onde fica o quarto do meu irmão né? Pode pegar alguma roupa lá. - falei enquanto tirava minha calcinha e sutiã.
- . Eu sou homem. Não quero ser considerado um abusador. Colabora. - falou e eu ri me enrolando na toalha, saiu do quarto e eu vesti minha roupa íntima e um short de moletom. voltou usando uma calça cinza de moletom.
- Quero dormir. - falei e me sentei na cama.
- Deite. - falou e eu deitei, deitou de conchinha comigo e fez carinho em meus braços.
- Canta para eu poder dormir?
- Ah, ...
- Por favor. - falei e fiz biquinho.
- Idiota. Você só faz besteira e ainda me manda cantar?
- ... - sussurrei e ele riu baixo tocando na minha face.
" You are loved, you are loved, oh now, don’t feel bad, well I never have. Now that I’ve got you, my Emmylou, no, don’t feel bad, well, I never have, now that I’ve got you, my Emmylou..."
- Eu amo você. - sussurrei antes de fechar meus olhos.
- Eu também te amo, meu amor. - falou e aquilo me fez adormecer tranquilamente.
~*~
Um trovão tomou conta dos céus e eu tremi. Peguei novamente as fotografias e aquela maldita sensação de choro me tomou conta. Eu estava com um vestido vermelho, ele estava de smoking, era dia de festa de gala do colégio. Naquele dia ocorreu a nossa primeira briga. E em consequência, a nossa primeira reconciliação.
10 de Julho
O baile iria começar as 20h, em meu relógio já eram 20:20h, tinha dito que viria me buscar as oito em ponto. Olhei-me novamente no espelho do meu quarto e bufei, tanta arrumação para nada. O pior de tudo era que nem em casa meu irmão estava, assim eu iria ficar a noite toda sozinha. Quando já ia tirar meus sapatos, a campainha da minha casa tocou, desci quase correndo, antes tarde do que nunca.
- Final... ? - o que o meu melhor amigo estava fazendo na minha porta ao invés do meu namorado?
- Nem faça essa cara, vim buscar você.
- Eu estou esperando o . Você não tinha que ir com a ? Ela é sua namorada. - sim, meus melhores amigos eram namorados.
- Já deixei ela lá, mandou eu vir buscar você. E cadê esse puto do ?
- Estou me fazendo essa pergunta vai fazer meia hora. - falei e riu fraco.
- Você está linda hoje. - falou me olhando e eu revirei os olhos.
- Só hoje?
- Só hoje. Os outros dias você está com cara de monga. - falou e nós rimos alto.
- Vagabundo.
- Vamos logo, tenho que te levar. - falou, concordei fechando a porta da minha casa e uma buzina nos fez virar. Era o carro do .
Em segundos, já estava ao nosso lado com uma cara de poucos amigos, nem cumprimentou .
- . O que você está fazendo aqui?
- Boa noite para você também. - falei antes de o responder qualquer coisa.
- Vim buscar . Já que você não fez. - falou e revirou os olhos.
- Eu estou aqui não estou?
- Meia hora atrasado? - falei quando olhei o relógio de pulso do . - Muito obrigada.
- Primeira vez que atraso em algo, . Eu estava treinando.
- Treinando? - perguntou e riu ironicamente. - Outra desculpa, meu caro, os treinos terminaram faz duas horas.
- Não seria porque alguém roubou minha vaga no time principal e me jogou para o reserva?
- Não coloque culpa em mim se você não teve capacidade de se manter.
- Cala a boca, filho da...
- Calem a boca, os dois.
- Vou te esperar no carro, não demora. - falou simplesmente e saiu, olhei para , esse que me olhava parecendo triste.
- Longa história.
- A gente vai conversar depois. - falei e ele concordou. - Obrigada por ter vindo, não sei o que seria de mim sem você.
- Você sabe que sou demais, não sabe?
- Palhaço.
- Agora vai lá, seu namoradinho está te esperando. Nem faça essa cara, achei muito bom ele ter vindo. Cara babaca.
- Vocês não eram amigos?
- Colegas de time, . - deu de ombros e eu concordei, me abraçou, me deu um beijo na bochecha e eu segui para o carro do .
- Que palhaçada foi essa? - perguntou assim que acelerou o carro.
- Que palhaçada?
- na porta da sua casa. O seu namorado sou eu.
- Ele veio me buscar porque eu ainda não havia chegado à festa.
- Eu disse que iria vir buscar você.
- Você se atrasou muito, .
- Isso não dá motivos para vir aqui e levar você ao baile. Você é minha, não dele.
- é meu melhor amigo. - falei, riu mais alto que o necessário e virou na rua com uma velocidade desnecessária.
- Melhor amigo de cu é rola, meu amor.
Eu não estava acreditando no que estava ouvindo. Minha única vontade era quebrar a cara de em pedaços.
- Para esse carro que eu vou descer.
- Se ofendeu? A carapuça serviu?
- Você está sendo um babaca comigo essa noite. Para essa porra de carro que eu vou descer, pegar um táxi e voltar para casa. - senti meus olhos lacrimejarem, esse não era o meu . Ao invés dele parar, acelerou e quando dei por mim, estávamos na porta do salão do colégio. abriu o meu lado para eu poder sair, respirei fundo, tirei o cinto de segurança e saí, aquela noite estava sendo uma merda. Andei sem nem olhar para trás e só parei quando meu braço foi puxado para trás.
- Me solta, . - falei firme
- Não vou soltar. Que merda, . Hoje era para nós nos divertimos e você fica ai de coisa comigo por causa do . Ele me estressa, você não percebe? Você não percebe o quanto me senti incapaz ao ver ele na sua porta e eu não? Céus, .
- , eu não tenho culpa de nada. Não tenho culpa das suas brigas com ele, eu sou só uma. Eu amo o , amo muito. - falei e ele revirou os olhos - Mas como amigo, . Amigo. Sem desejos ou atrações. Quem eu amo é você. E você tá estragando tudo isso hoje. - terminei de falar e nada disse, apenas me puxou e me abraçou forte. Saí dos seus braços sem falar nada, pegou minha mão e entramos no salão, sorrimos para a foto que todos tinham que tirar na entrada e logo já estávamos na pista de dança, levantei a cabeça para procurar meus melhores amigos e os achei sentados numa mesa distante, sai de perto de e fui até eles.
- Algum de vocês podem me matar, agora?
- ! Você está linda!
- Queria estar feliz, também.
- me contou. - falou e sua expressão ficou triste. - foi babaca.
- Ele não foi babaca, meu amor, ele é babaca. Todo putinho só porque peguei a vaga dele, não tenho culpa nenhuma. - falou - Senta aí. - falou e puxei uma cadeira para sentar junto deles, começamos a conversar sobre diversos assuntos quando aquele aroma de 212 VIP tomou conta do local.
- Vamos, ?
- Depois, . - e nada falaram, apenas olhavam a cena, era a primeira vez que brigávamos.
- Não, . Agora.
- Eu não quero, .
- .
- Caralho, você é surdo? Ela falou que não quer. - se meteu e se estressou. Botou suas mãos na mesa derrubando a bebida que estava ali, a taça que só tinha dois dedos de vinho veio parar no meu vestido. Apenas olhei para e levantei da mesa com lagrimas nos olhos. A noite para mim havia acabado.
- ! - gritou e eu não virei para trás, passei correndo no meio da multidão e entrei no corredor escuro que ficavam os banheiros. Tentei entrar na porta do feminino, mas meu braço foi puxado para trás. - Me desculpa.
- Engula suas desculpas. Eu não tenho culpa dos seus problemas com o . - falei já sendo tomada pelas lagrimas que caiam sem parar - Eu não tenho culpa de nada, .
- Me desculpa, .
- Sabe o que me deixa mais triste? Em nenhum momento você me chamou de amor hoje, você não agiu como meu namorado, não agiu como o homem que eu desejei para mim desde a merda daquele jogo. Você chegou na porta da minha casa já brigando com o , fomos para a porcaria daquele carro e você continuou falando suas merdas para mim, chegamos aqui e você manchou meu vestido que comprei justamente pensando em como você diria que eu estaria linda nele. Todo mundo falou sabia? Menos o meu namorado. Hoje você só fez merda atrás de merda.
"I'm bleeding out. So if the last thing that I do is to bring you down, I'll bleed out for you"
Bela música para uma porcaria de momento. Meus pensamentos foram interrompidos quando me puxou pela cintura e me beijou, naquele momento percebi como estava sentindo falta daquilo. Minhas mãos estavam em sua nuca e as deles estavam na minha cintura as apertando com força. Em segundos, me pressionou contra a parede e me beijou novamente, dessa vez parando para beijar meu pescoço.
- Me desculpa. - sussurrou - Pelo atraso, por , por tudo. Eu só fico muito, muito estressado mesmo quando eu vejo ele com você. Tocando em você, - e apertou a minha cintura me fazendo gemer baixinho, malditos hormônios - beijando seu rosto. - mordeu o lóbulo da minha orelha - E ainda mais hoje, ele estava aonde eu deveria estar. Você não sabe o quanto aquilo me deixou com raiva. Eu só queria bater nele. E você, . Você não percebe o que faz comigo? - sussurrou e suas mãos ficaram em minha face me puxando para mais um beijo - Você me deixa louco. Louco de tudo quanto é jeito que você possa imaginar. Você é minha.
- Sua. - sussurrei e ele me pressionou mais ainda na parede me fazendo suspirar enquanto distribuía beijos por todo meu pescoço.
- Você tem tudo do que eu preciso. Eu amo você. Amo até demais.
- Vamos embora daqui. - foi a única coisa que consegui falar. me puxou pela mão e em segundo estávamos fora do ginásio.
- Para onde você quer ir?
- Para qualquer lugar. Só me faça esquecer o motivo de eu querer matar você. - falei e riu fraco, entramos no seu carro e em minutos estávamos na porta da minha casa.
- Onde eu queria estar mais cedo. Onde eu queria ter feito tudo diferente. - falou e eu sorri fraco, saiu e abriu a porta para mim, destranquei a porta de casa com dificuldade, mas logo já estávamos dentro. Fechei a porta e me encostou à ela na mesma hora, colocou minhas pernas em volta da sua cintura enquanto minhas mãos estavam em sua nuca. nos guiou pela escada sem nenhuma dificuldade aparente e em segundos estávamos no corredor, desci do colo dele e entrei em meu quarto. Tirei meus sapatos e fez a mesma coisa com os dele. Suspirei pesadamente e tirou meus cabelos das costas colocando eles para o lado.
- Você está linda. - sussurrou e beijou meu pescoço, logo abrindo o zíper que ficava nas costas, o vestido já estava ao chão. - E agora também, você sempre é linda. - me virou e beijou-me suavemente, me guiou para minha cama e ficou por cima de mim, seus olhos castanhos claros olhavam os meus como se pedissem permissão, apenas sorri de canto e desabotoei sua blusa branca, tirou sua calça e beijou-me novamente, em segundos nossas roupas íntimas estavam ao chão, fechei meus olhos e em segundos eu era inteiramente dele pela primeira vez.
~*~
Aquelas lembranças vieram como um furacão, era engraçado que mesmo depois daqueles meses, eu ainda sentia como se fosse a primeira vez, o toque, o olhar, os sussurros de . Passei a foto para trás e a que apareceu me fez sorrir, mas logo depois, o meu riso se tornou triste. Era engraçado como e eu oscilávamos, uma hora estava tudo bem, segundos depois tudo desabava, mas em instantes nós fazíamos tudo ficar bem novamente. E esse era o nosso ciclo, não parava.
10 de Agosto
e passaram na minha casa para me buscar, estávamos indo rumo à festa que ia ter na casa de uma das líderes de torcida da minha sala. Fiquei de encontrar com lá, já que ele era conhecido por todos daquele bairro e do colégio, assim como eu. Não éramos aquele casal clichê, da nerd e do popular, ambos eram conhecidos por todos. por ser jogador de futebol, eu por ter uma fácil comunicação com todos. Tudo bem, éramos o clichê popular + popular, o casal queridinho de todos e invejado por muitos também.
Saí dos meus pensamentos quando paramos em frente à casa de Beatrice, descemos do carro e logo já estávamos no meio de toda aquela gente, mandei uma mensagem para avisando que havia chegado, mas não tinha obtido resposta. Bufei de raiva. , percebendo isso, puxou-me para a pista de dança que ficava próximo a mesa de bar, fechei meus olhos e deixei a música me levar.
"I feel so close to you right now, it's a force field. I wear my heart upon my sleeve"
Foi só abrir meus olhos, que eles foram certeiros naqueles castanhos claros que estavam no bar. Era por isso que ele não respondeu minha mensagem. Conversar com uma loira falsa era mais importante que ver se sua namorada havia chegado bem. seguiu meu olhar e segurou meu braço.
- Fica calma.
- Me solta, .
- , ele nem tá beijando ela.
- ! Ela tá flertando na cara de pau! Daqui a pouco ela senta no colo dele! Que bela bosta! - falei e na mesma hora a menina que eu não sabia quem era, passou a mão pelo rosto dele e piscou, deu aquele sorriso que deixaria qualquer uma de quatro. - Eu preciso de uma bebida.
- , você não bebe. Você só bebeu uma vez e ficou muito ruim.
- FODA-SE, . - gritei e soltei meu braço das mãos dela, pude a ouvir gritar chamando o . Naquele momento eu não precisava de ninguém.
Caminhei até o bar e fiquei ao lado de , em nenhum momento olhei para ele e nem para o projeto de puta que estava ao seu lado, bati com minhas unhas na mesa e o barman veio me atender.
- Olá, belezinha.
- Olá! - respondi com um sorriso
- Qual você vai querer?
- Qual você me recomenda? - respondi em forma de pergunta e ele sorriu de canto, dei uma leve piscada para ele. O barmen mordeu os lábios e começou a preparar uma bebida para mim, um minuto depois um líquido verde foi colocado no copo e me entregado.
- Kriptonita. Beba devagar. - falou e eu ri, não lhe dei ouvidos e em segundos todo o drink já tinha saído do copo. O barman me olhava impressionado, ri fraco. - Que rápida!
- Você ainda não viu nada, querido. - respondi já sentindo minha cabeça rodar um pouco. Olhei para o lado e vi que olhava a cena com uma expressão de raiva, se era guerra que ele queria, ele iria ter.
- Black and Blue para você. - falou e virei o copo novamente e em seguida, mais dois.
- Valeu campeão, mas não serve mais nada para ela. - era , ele se levantou e passou as mãos na minha cintura me fazendo levantar.
- Que isso? Me larga, cara. - falei meio zonza.
- Cala a boca, vamos embora.
- Você não escutou ela, não?
- Cale sua boca se não essa mão que tá livre aqui, vai parar no meio da sua cara. , vamos embora.
- Me larga, PORRA. - só sei que fui jogada pro lado e um vulto loiro pulou a bancada e acertou a boca do , não ficou para trás e acertou dois socos seguidos na barriga do barman, o que o fez cair no chão em posição fetal e deu mais um chute nele. Lembrei vagamente que não podia beber e muito menos se meter em confusão por causa do time. Em segundos chegou junto de .
- Vamos embora. - falou e eu neguei com a cabeça.
- Cuida dele. - e apontei para o menino que estava no chão. Minha cabeça rodava muito, mas meti no meu cérebro que eu tinha que andar em linha reta e sair daquele lugar, me meter embaixo do chuveiro e ficar lá até o dia seguinte. Consegui dar alguns passos sem cair, até que uma mão segurou minha cintura e me puxou para fora da casa. Eu conhecia aquele aroma, mesmo bêbada, eu conhecia aquele toque firme como ninguém.
- Vou te levar para sua casa.
- Já disse para você me soltar. Vai lá com sua loira.
- Você está falando e fazendo muita merda.
- Como sempre né? Sou eu que faço merda. Você nunca faz nada, .
- Só cala a boca. - falou parecendo estar impaciente.
- Não me manda calar a boca, caralho. Vai te foder. Já mandei você me soltar não já mandei? Que porra, ! Volte para as suas putas, vai lá beijar elas, aproveita e come todas elas também. Uhu! Eu não quero mais te ver.
- Você não pode estar falando sério.
- Eu estou falando tão sério que vou embora sozinha. - falei e consegui me soltar, levantou as mãos para o alto em forma de rendição.
- Eu vou embora. Desisto. Vai com cuidado, . - falou e continuou me encarando, me agachei e ri extremamente alto.
- VAI EMBORA MESMO, É ISSO O QUE VOCÊ SEMPRE FAZ. - me levantei com dificuldade, ficou vermelho e se aproximou de mim pegando meu rosto com suas duas mãos.
- CALA A BOCA, VOCÊ NÃO SABE O QUE DIZ, OLHE PARA VOCÊ.
- Se você fosse um namorado descente, eu não estaria assim e me SOLTA, PORRA! - gritei e arranhei a mão dele para ele poder me soltar, tirou as mãos de mim e eu comecei a andar, mas minhas pernas não queriam responder ao meu comando, elas pararam e algo estranho começou a querer sair de mim, me agachei e vomitei ali mesmo.
- Céus, . - falou e segurou meus cabelos com uma mão e com a outra fazia carinho nas minhas costas. - Quantas vezes eu já disse para você não beber?
- Cala... - não consegui falar, mais vômito saiu.
- Vomita mesmo, é melhor. - falou e eu passei mais uns minutos agachada. - Já pode levantar? - apenas concordei e ele me ajudou. - Vou levar você para casa.
- Eu não quero. Já disse que ia embora sozinha.
- Por que você tem que ser assim?
- Por que você tem quer ser assim? - devolvi sua pergunta e ele nada respondeu, apenas me carregou e colocou no carro que estava um pouco mais afastado, dirigiu em alta velocidade e rapidamente estávamos na porta da minha casa. desceu do carro, me tirou e logo já tinha entrado.
- Você consegue subir sozinha?
- Desde quando você se importa? Porque você não volta para a porcaria daquela festa e come sua loira?
- Você tá falando da Julie? Ela é bem bonita mesm...
- Vai tomar no cu. - gritei e joguei meus saltos nele, corri mesmo tropeçando pela escada e entrei no meu quarto. Eu chorava compulsivamente, era um babaca. Saí do meu quarto e entrei no do meu irmão, abri o guarda roupa e achei uma garrafa de Jack Daniel's, abri e bebi um pouco, minha cabeça voltou a rodar mais ainda, cambaleei para o meu quarto e entrei no banheiro, sentei no chão e a única coisa que conseguia fazer era chorar. Bebi mais um pouco do whisky e senti minha garganta arder.
- Já disse para você parar de beber. - falou se abaixando e ficando na minha frente, eu estava com ódio dele, peguei a garrafa e mirei na cabeça dele, se eu estivesse sóbria, acertaria, mas eu estava muito bêbada e a garrafa acabou indo para a outra parede. - Você está muito louca.
- Sai daqui, vai lá comer sua amiga bonita.
- Você não me deixou terminar de falar...
- Falar o que? Que além dela ser bonita, você bate punheta pensando nela? - riu como uma hiena, babaca desgraçado.
- Você bêbada é engraçada, sabia?
- Eu já mandei você ir embora, sabia?
- Já, mas eu não vou. Você vai tomar um banho, esse cheiro de bebida está muito ruim.
- Foda-se, eu odeio você. Quero que você morra e queime no quinto dos infernos.
- Quer mesmo?
- Quero que você suma. - falei e joguei minha cabeça para trás, engatinhei para o vaso e vomitei novamente
- Você não quer nada. Você me ama. - falou e riu, me ajudou e me carregou para debaixo do chuveiro.- Você vai acabar se ferindo nesses cacos de vidro, sua idiota.
- Vai se foder. - falei e ligou o chuveiro. - PARA, TÁ GELADO, DESLIGA ISSO.
- Ninguém mandou beber. Anda, tira essa roupa.
- Você vai me ver nua, tarado.
- Nada do que eu já não tenha visto, alcoólatra.
- Eu odeio você.
- Para de falar que me odeia. - falou e se agachou, na minha frente, tirei minha saia e minha blusa ficando apenas de roupas íntimas. - Você é linda até bêbada.
- E eu quero que você cale a boca. - falei e joguei água nele.
- Você me molhou, alcoólatra.
- Ha ha ha. - e em segundos já estava todo ensopado, tirou sua calça e blusa e sentou atrás de mim, nenhum dos dois falou nada, apenas a água batia no nosso corpo.
- Não faz mais isso comigo. - sussurrou.
- Eu que te peço. - falei baixinho - Odiei te ver com aquela menina. Eu quis socar sua cara. - e logo lágrimas começaram a cair.
- Ela é afim de mim desde o primeiro ano. Nunca dei moral para ela, a gente só tava conversando, estava ali te esperando, amor.
- Eu te mandei mensagem, .
- Eu esqueci meu celular. Pode me revistar. - falou e eu ri baixo - Me desculpa.
- Ok. - falei simplesmente e ele beijou meu pescoço. - Não faz isso. Eu to bêbada, isso é considerado abuso.
- Você é uma pateta. - falou e se levantou para desligar o chuveiro, ele me ajudou a levantar, e a sair de lá sem pisar nos cacos de vidro.
- Você sabe onde fica o quarto do meu irmão né? Pode pegar alguma roupa lá. - falei enquanto tirava minha calcinha e sutiã.
- . Eu sou homem. Não quero ser considerado um abusador. Colabora. - falou e eu ri me enrolando na toalha, saiu do quarto e eu vesti minha roupa íntima e um short de moletom. voltou usando uma calça cinza de moletom.
- Quero dormir. - falei e me sentei na cama.
- Deite. - falou e eu deitei, deitou de conchinha comigo e fez carinho em meus braços.
- Canta para eu poder dormir?
- Ah, ...
- Por favor. - falei e fiz biquinho.
- Idiota. Você só faz besteira e ainda me manda cantar?
- ... - sussurrei e ele riu baixo tocando na minha face.
" You are loved, you are loved, oh now, don’t feel bad, well I never have. Now that I’ve got you, my Emmylou, no, don’t feel bad, well, I never have, now that I’ve got you, my Emmylou..."
- Eu amo você. - sussurrei antes de fechar meus olhos.
- Eu também te amo, meu amor. - falou e aquilo me fez adormecer tranquilamente.
Capítulo 4
Tirei meus pensamentos de quando outro relâmpago tomou conta do céu de Nova Iorque, lembro-me de quando chovia assim, estava comigo e eu não sentia medo. Agora eu estava parecendo uma criança. Dois trovões seguidos me fizeram arrepiar, andei pelo meu quarto tentando afastar aquela sensação de medo, em vão, lógico. Sentei novamente na minha cama e remexi na caixa, ali tinha a nota B de um trabalho, eu deveria ter tirado A naquilo se na semana da entrega não começasse com frescura de dizer que eu não dava mais atenção para ele, fazendo assim, eu passar todos os dias depois da aula na casa dele, fazendo me desligar dos meus estudos. Bufei, daquela vez de raiva mesmo, até nos meus estudos me atrapalhou. Peguei as fotos de novo e essa era uma que recebi dos produtores da festa, era uma minha e dele na balada, encostados no bar. Depois daquele dia, tudo começou a desandar de vez.
~*~
10 de Outubro
Aquele dia completava cinco meses com . Era incrível o quanto a gente havia se entregado um ao outro rápido e de uma forma verdadeira. Eu o amava mais que tudo, mesmo com todos os defeitos que o cercavam. tinha ciúmes do meu melhor amigo, mas agora parecia estar mais controlado, mas ainda sim, ficava bravo quando usava roupas curtas e justas. Eu ignorava aquilo, não iria me estressar por conta daquilo.
Hoje era um dia especial, , e eu iríamos a um pub novo que tinha próximo a nossa casa, não ia, pois estava com virose. Terminei de vestir minha saia rodada de cintura alta, coloquei meu cropped, calcei meus saltos altos, retoquei o batom vermelho e desci assim que escutei a famosa buzina do carro do , me mandou uma mensagem dizendo que já estava nos esperando e eu respondi com um "Ok" e deixei meu celular na bancada. Tranquei a porta e deixei a chave embaixo do tapete, como meu irmão havia me dito. Entrei no carro de e ele me olhou da cabeça aos pés e sorriu.
- Boa noite! - falou e me deu um beijo calmo. - Parabéns pelos cinco meses.
- Parabéns, muita missão aguentar você sabia?
- Sabia. - falou rindo e ligou o carro - Sua saia está curta demais e essa blusa também. - falou e eu apenas revirei os olhos, liguei o rádio e comecei a cantarolar a música que tocava.
"I'm bleeding out so if the last thing that I do, is to bring you down I'll bleed out for you"
dirigia rápido e em pouco tempo chegamos ao tal pub, ele saiu do carro e logo abriu a porta para eu poder sair também. passou as mãos pelos meus ombros, como se nesse gesto falasse a todos ali que eu era dele. Passamos por um grupo de homens que estavam no corredor, assobiaram para mim e percebi as mãos de se fecharem.
- ... - sussurrei, ele tirou as mãos dos meus ombros e me abraçou forte por trás, continuamos a andar, até que chegamos ao bar onde já estava sentada. - Meu amor! - falei e me soltei de para poder a abraçar.
- Vamos dançar! - falou e eu concordei.
- Você não vai? - perguntei para e esse só fez que não com a cabeça, dei de ombros e segui com para a pista de dança.
- Aconteceu algo?
- Ele ficou chato do nada. Não entendo o , sinceramente.
- Sabe do que você precisa? De uma bebida.
- Da última vez...
- Da última vez você virou uma Kriptonita em menos de cinco segundos. - ri fraco e me puxou para o bar novamente - Boa noite! Um lagoa azul para ela e um Sex on the beach para mim. - pediu sem nem olhar o cardápio e em minutos o barman colocou as bebidas na nossa frente. Qualquer bebida alcoólica era meu ponto fraco. Eu era muito fraca para aquilo. Mesmo assim, bebi, dessa vez, devagar. - ! - gritou e eu virei para ela.
- O que foi?
- É a nossa música! - gritou e eu prestei atenção no que tocava, era a nossa música. me puxou para o meio da pista e começamos a dançar.
"When the daylight comes you feel so cold, you know I'm too afraid of my heart to let you go"
Parecia que ali só estava minha melhor amiga e eu, nós não nos importávamos com os assobios e gritos daqueles homens que faziam rodinha para nos olhar, continuamos a dançar como se não houvesse amanhã.
"'Cause freedom is a lonely road, we're under control, we're under control"
A música acabou e saímos da pista rindo, voltamos ao bar e pedimos outra bebida e senti alguém atrás de mim, alguém que eu conhecia muito bem.
- O que foi aquilo?
- , hoje não, pelo amor de Deus.
- ...
- Porque você não aproveita a noite? - falei na mesma hora que o barman colocou meu drink no copo. Bebi um gole e dei o copo para .
- Você sabe que eu não bebo.
- Uma vez não tem problema, amor. - falei e ele riu sem vontade.
- Você já está bêbada?
- Não, meu amor. Não mesmo. - eu estava sóbria não estava? Super sóbria. não pegou o copo da minha mão, deixei-o na bancada e segurei na barra do seu jeans, comecei a dançar no ritmo de algum remix sexy de uma música que enchia as caixas de som no local.
"Say my name, and every color illuminates. We are shining. And we will never be afraid again."
- ...
- Você é um chato. - falei e virei puxando novamente para a pista de dança, a cada passo que dávamos, eu olhava diretamente para , para ele entender que eu não precisava dele para me divertir e eu não ia me privar de nada por ele. Fechei meus olhos e deixei a música me levar, quando abri novamente, estava com o meu copo de bebida na mão e em segundos o liquido não estava mais lá. Pela primeira vez, vi beber. Sussurrei para que iria voltar ao bar, ela apenas assentiu e disse que iria ao banheiro, concordei e fui até . Ele nada falou, apenas ficou me encarando como se eu fosse sua presa.
- Nunca viu não? - perguntei e ele riu, se aproximou de mim, enrolou meus cabelos com uma mão só e deixou meu pescoço a mostra dando um chupão ali e logo depois me dando um longo beijo.
- Você consegue despertar o pior de mim. - sussurrou e eu mordi seu lábio, deixava meus hormônios à flor da pele. Fiquei de frente para ele e coloquei suas mãos na minha cintura, rebolei até o chão e roçava meu corpo no seu de propósito. Senti seus olhos transbordarem luxúria. me puxou para perto e beijou-me novamente. - Vamos embora daqui. - falou e eu deixei ele me conduzir. Ele estava certo, eu era dele. Saímos do pub e fomos para a rua onde ele tinha estacionado o carro, ela estava deserta e era escura. segurou minha cintura fortemente e me pressionou contra a porta do seu carro. Ali, parecia um animal quando conseguia sua presa, parecia insaciável. Correspondia a tudo que ele fazia porque ele tinha certo poder sobre mim, eu ficava fora de mim quando estava naquele jeito com .
Ele abriu a porta traseira do carro e desajeitadamente me colocou no banco.
- Eu odeio essa saia. - falou e tirou ela num puxão - Essa blusa também. Você só pode se vestir assim para mim. - falou e em segundos eu estava inteiramente nua. me beijou forte e logo suas roupas também estavam no chão do carro, quando dei por mim, já estava dentro de mim. Gritei pelo susto e pela dor misturada com o prazer. Só que cada vez aquilo ficava mais forte e mesmo com a dor, havia rastros de prazer. Eu adorava escutar os gemidos roucos de e parecia que ele gostava dos meus arranhões. Arranhava as costas dele em uma forma de aliviar a dor e ele entendia como se fosse para continuar. levantou sua cabeça e me beijou, minutos depois, no meio de tanto prazer e dor, cheguei ao meu limite, segundos depois, numa última vez, num ultimo gemido, chegou ao seu limite. Ele jogou seu corpo em cima do meu e lágrimas quentes começaram a sair dos meus olhos. Eu era uma estúpida por não tê-lo mandado parar. Pela primeira vez havia me machucado. - Merda. Droga, . - sussurrou e botou as mãos na cabeça, vestiu rapidamente sua cueca e dirigiu em alta velocidade, eu não conseguia falar nada, eu apenas chorava. - Seu irmão está em casa? - perguntou assim que parou na porta da minha casa e eu neguei com a cabeça. - Tudo bem. Vai ficar tudo bem. - parecia que ele falava mais para ele do que para mim. pulou para a parte de trás do carro e vestiu apenas minhas roupas intimas, saiu do carro e abriu a porta para eu poder sair.
- Não consigo andar. - sussurrei e mais lágrimas saíram.
- Vou te levar em um hospital.
- Não. Por favor, não. - fez que sim com a cabeça, e eu vi ele se abaixando na frente da minha casa e abriu a porta, ele sabia onde ficava. Voltou rapidamente, me tirou do carro e me colocou para dentro de casa. Trancou a porta e levou-me para meu quarto, me deitou na cama e voltou com uma cadeira, entrou no banheiro e logo me carregou e sentou-me na cadeira.
- Você precisa de água gelada. - e ligou o chuveiro, com uma paciência que eu não sabia da onde tinha vindo, começou a me lavar, urrava de dor a cada toque da minha cintura para baixo, me olhou e eu vi a culpa estampada em seus lindos olhos castanhos. Desligou o chuveiro, e me carregou de volta para o quarto, vestiu em mim apenas um short de moletom, uma blusa de manga longa e me deitou na cama. - Aonde está a caixa de remédios?
- Em cima do guarda-roupa. - sussurrei e ele pegou, tirou de lá uma caixa de dipirona e saiu do quarto, quando voltou foi com uma jarra e mais um copo d'água.
- Tome. - falou e me ajudou a sentar, tomei o remédio e logo deitei. - I'm sorry, I'm not what you wanted, I'm sorry, I'm sorry I let you down. - cantarolou baixinho e fez carinho nos meus cabelos.
- , não foi sua...
- Não fala nada, por favor. - falou, sentou no chão ao lado da minha cama, e fechou os olhos ainda fazendo carinho na minha cabeça.
- Deite aqui, tem espaço.
- Não. Durma, meu anjo, amanhã tudo vai estar melhor.
- Você promete? - e eu não obtive resposta.
- I could use some poor excuse cause, the hardest thing to say It's the hardest thing to say in the world... I'm sorry. - cantou baixinho e eu senti meus olhos se fecharem. - Eu prometo. Eu amo você. - falou e antes que eu pudesse responder, o sono tomou conta de mim.
~*~
Quando dei por mim, lágrimas estavam caindo sem parar. havia quebrado sua promessa, no outro dia nada melhorou, tudo piorou de vez, nós começamos a brigar regularmente, eu não conseguia mais me sentir em paz perto dele. parecia trancado em um casulo, nada mais tinha o mesmo calor, ele não tocava em mim da mesma maneira, parecia que tinha nojo de mim ou algo parecido, mas perdi a conta de quantas vezes vi alguma menina flertando e ele correspondendo. As crises de ciúmes ficaram cada vez mais frequentes, percebeu isso e se ofereceu milhões de vezes para ter uma "conversa" com , neguei a todas elas, não queria piorar ainda mais aquela merda de relacionamento. Meus melhores amigos me perguntavam diariamente o porquê de eu continuar levando um relacionamento sozinha. Era porque eu olhava nos olhos dele e bem no fundo eu ainda via o meu , o meu camisa dez. O seu riso fraco ainda era sincero, o seu cafuné ainda conseguia me fazer sonhar nas madrugadas frias e seu moletom preto ainda me trazia paz. Mas eles não entenderiam, então eu só respondia "não sei" e ficava a mercê daquela situação. Foram os últimos cinco meses mais longos de todos, os que eu mais chorei, os que eu mais sofri, no qual em todas as noites eu me perguntava baixinho o por que de Deus ter colocado na minha vida.
Limpei as lágrimas e peguei novamente as fotografias. As fotos seguintes nós não estávamos sozinhos, era sempre uma dele sozinho, ou uma minha sozinha, amarrei as fotos todas no elástico e olhei melhor a caixa, lá no fundo, tinha uma medalha de uma competição, a peguei, era da competição de futebol. Aquela medalha era a do . O engraçado era que ela não me trazia boas lembranças, só me trazia dor.
~*~
10 de Dezembro
Mais um dia 10. Hoje completaria duas semanas que não me mandava mensagens, nem ligava, nem nada. Simplesmente fingiu que eu não existo.
Eu sabia onde ele estava graças ao meu melhor amigo, . Mesmo não se gostando, eles jogavam futebol no mesmo time e por ironia do destino, eram a principal dupla de ataque do campeonato, eles tinham o maior entrosamento. Dentro de campo. Fora era uma desgraça, só não brigavam na concentração porque isso os prejudicaria, mas sempre trocavam farpas. Meu celular vibrou e era uma mensagem de .
"Daqui a uma hora os meninos chegam, te encontro lá?"
Respondi com um simples "Ok" e entrei no banheiro, tomei um demorado banho e vesti uma calça jeans justa, uma blusa de manga comprida, prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto, meu batom vermelho e rímel, desci as escadas, peguei dinheiro e quando olhei, meu irmão estava na sala. Charlie era meu irmão mais velho, trabalhava viajando e ficava pelo menos uma semana de cada mês em casa, ele havia chegado já tinha quatro dias e já sabia de tudo o que estava acontecendo, menos do dia 10 de Outubro. Isso ninguém sabia. Só ele e eu. Era o nosso segredo. Despedi-me dele e ele ainda me deu dinheiro, peguei um táxi e quando cheguei lá, o ônibus do time já estava estacionado.
Os meninos desciam gritando e felizes, forcei minha visão e vi correndo para abraçar , ele tirou ela do chão e a beijou. Aquele era meu casal, mais amigos do que namorados e eu admirava tanto aquela relação. Os outros meninos desciam e alguns que me conheciam por eu ir ao treino, falavam comigo e eu desejava parabéns. E o último que desceu, era o camisa dez.
desceu e seu olhar bateu no meu, meus braços estavam cruzados e eu não esbocei nenhuma reação, ele sorriu imediatamente. correu e me abraçou, o abracei fraco.
- Meu amor! Nós ganhamos! Eu to tão feliz.
- Parabéns. - fui seca.
- Você não está feliz por mim? Fui artilheiro! - falou e percebi seus olhos brilhando.
- Parabéns, novamente.
- O que tá acontecendo?
- Você ainda me pergunta? Eu ainda sou sua namorada? Parece que eu sou um lixo para você, como se eu fosse insignificante. Você nem ao menos avisou que ia viajar, eu poderia ter ido e te dado boa viagem. Durante a sua viagem você não me mandou nenhuma mensagem, . Nem um oi, se já não mandou mensagem, nem ligou, nem para me dar um boa noite e perguntar como eu estava. Mas quer saber? Parabéns pelo seu campeonato, parabéns por tudo. Você é ótimo. - despejei tudo aqui, pareceu afetado, passou a mão pela garganta e perguntou.
- Como você pode ser tão egoísta?
- Eu? Egoísta? Egoísta por me preocupar com você? Por querer ter atenção do meu namorado?
- Você é sim! Caralho, você sabe como futebol é importante para mim. Sabe que eu não sou inteligente como você, que eu só vou entrar na universidade por causa de bolsa de esporte porque se fosse pelas notas, ia entrar na pior de todas. E você também sabe o efeito que você tem sobre mim, sabe que se você não tivesse bem eu não ia poder te ajudar, ia me sentir incapaz, eu ia ficar preocupado e não ia me concentrar. Preferi me afastar e focar em uma só coisa, pensei que minha vitória, a minha felicidade fosse um pouco mais importante para você. Sabia que eu fiz todos os meus gols para você? ia te falar, tenho certeza.
- ... - era como se ele tivesse me dado um tapa na cara.
- Foi para te dar orgulho. Toma, nada mais justo do que te entregar, foi para você. - falou e jogou a medalha que ele tinha no pescoço em minhas mãos e virou as costas para mim.
- ! volta aqui. - o chamei e percebi lágrimas caindo, nem olhou para trás e muito menos foi comemorar com seus amigos, foi embora. - ! - gritei e não obtive nenhuma resposta, havia me deixado.
~*~
10 de Outubro
Aquele dia completava cinco meses com . Era incrível o quanto a gente havia se entregado um ao outro rápido e de uma forma verdadeira. Eu o amava mais que tudo, mesmo com todos os defeitos que o cercavam. tinha ciúmes do meu melhor amigo, mas agora parecia estar mais controlado, mas ainda sim, ficava bravo quando usava roupas curtas e justas. Eu ignorava aquilo, não iria me estressar por conta daquilo.
Hoje era um dia especial, , e eu iríamos a um pub novo que tinha próximo a nossa casa, não ia, pois estava com virose. Terminei de vestir minha saia rodada de cintura alta, coloquei meu cropped, calcei meus saltos altos, retoquei o batom vermelho e desci assim que escutei a famosa buzina do carro do , me mandou uma mensagem dizendo que já estava nos esperando e eu respondi com um "Ok" e deixei meu celular na bancada. Tranquei a porta e deixei a chave embaixo do tapete, como meu irmão havia me dito. Entrei no carro de e ele me olhou da cabeça aos pés e sorriu.
- Boa noite! - falou e me deu um beijo calmo. - Parabéns pelos cinco meses.
- Parabéns, muita missão aguentar você sabia?
- Sabia. - falou rindo e ligou o carro - Sua saia está curta demais e essa blusa também. - falou e eu apenas revirei os olhos, liguei o rádio e comecei a cantarolar a música que tocava.
"I'm bleeding out so if the last thing that I do, is to bring you down I'll bleed out for you"
dirigia rápido e em pouco tempo chegamos ao tal pub, ele saiu do carro e logo abriu a porta para eu poder sair também. passou as mãos pelos meus ombros, como se nesse gesto falasse a todos ali que eu era dele. Passamos por um grupo de homens que estavam no corredor, assobiaram para mim e percebi as mãos de se fecharem.
- ... - sussurrei, ele tirou as mãos dos meus ombros e me abraçou forte por trás, continuamos a andar, até que chegamos ao bar onde já estava sentada. - Meu amor! - falei e me soltei de para poder a abraçar.
- Vamos dançar! - falou e eu concordei.
- Você não vai? - perguntei para e esse só fez que não com a cabeça, dei de ombros e segui com para a pista de dança.
- Aconteceu algo?
- Ele ficou chato do nada. Não entendo o , sinceramente.
- Sabe do que você precisa? De uma bebida.
- Da última vez...
- Da última vez você virou uma Kriptonita em menos de cinco segundos. - ri fraco e me puxou para o bar novamente - Boa noite! Um lagoa azul para ela e um Sex on the beach para mim. - pediu sem nem olhar o cardápio e em minutos o barman colocou as bebidas na nossa frente. Qualquer bebida alcoólica era meu ponto fraco. Eu era muito fraca para aquilo. Mesmo assim, bebi, dessa vez, devagar. - ! - gritou e eu virei para ela.
- O que foi?
- É a nossa música! - gritou e eu prestei atenção no que tocava, era a nossa música. me puxou para o meio da pista e começamos a dançar.
"When the daylight comes you feel so cold, you know I'm too afraid of my heart to let you go"
Parecia que ali só estava minha melhor amiga e eu, nós não nos importávamos com os assobios e gritos daqueles homens que faziam rodinha para nos olhar, continuamos a dançar como se não houvesse amanhã.
"'Cause freedom is a lonely road, we're under control, we're under control"
A música acabou e saímos da pista rindo, voltamos ao bar e pedimos outra bebida e senti alguém atrás de mim, alguém que eu conhecia muito bem.
- O que foi aquilo?
- , hoje não, pelo amor de Deus.
- ...
- Porque você não aproveita a noite? - falei na mesma hora que o barman colocou meu drink no copo. Bebi um gole e dei o copo para .
- Você sabe que eu não bebo.
- Uma vez não tem problema, amor. - falei e ele riu sem vontade.
- Você já está bêbada?
- Não, meu amor. Não mesmo. - eu estava sóbria não estava? Super sóbria. não pegou o copo da minha mão, deixei-o na bancada e segurei na barra do seu jeans, comecei a dançar no ritmo de algum remix sexy de uma música que enchia as caixas de som no local.
"Say my name, and every color illuminates. We are shining. And we will never be afraid again."
- ...
- Você é um chato. - falei e virei puxando novamente para a pista de dança, a cada passo que dávamos, eu olhava diretamente para , para ele entender que eu não precisava dele para me divertir e eu não ia me privar de nada por ele. Fechei meus olhos e deixei a música me levar, quando abri novamente, estava com o meu copo de bebida na mão e em segundos o liquido não estava mais lá. Pela primeira vez, vi beber. Sussurrei para que iria voltar ao bar, ela apenas assentiu e disse que iria ao banheiro, concordei e fui até . Ele nada falou, apenas ficou me encarando como se eu fosse sua presa.
- Nunca viu não? - perguntei e ele riu, se aproximou de mim, enrolou meus cabelos com uma mão só e deixou meu pescoço a mostra dando um chupão ali e logo depois me dando um longo beijo.
- Você consegue despertar o pior de mim. - sussurrou e eu mordi seu lábio, deixava meus hormônios à flor da pele. Fiquei de frente para ele e coloquei suas mãos na minha cintura, rebolei até o chão e roçava meu corpo no seu de propósito. Senti seus olhos transbordarem luxúria. me puxou para perto e beijou-me novamente. - Vamos embora daqui. - falou e eu deixei ele me conduzir. Ele estava certo, eu era dele. Saímos do pub e fomos para a rua onde ele tinha estacionado o carro, ela estava deserta e era escura. segurou minha cintura fortemente e me pressionou contra a porta do seu carro. Ali, parecia um animal quando conseguia sua presa, parecia insaciável. Correspondia a tudo que ele fazia porque ele tinha certo poder sobre mim, eu ficava fora de mim quando estava naquele jeito com .
Ele abriu a porta traseira do carro e desajeitadamente me colocou no banco.
- Eu odeio essa saia. - falou e tirou ela num puxão - Essa blusa também. Você só pode se vestir assim para mim. - falou e em segundos eu estava inteiramente nua. me beijou forte e logo suas roupas também estavam no chão do carro, quando dei por mim, já estava dentro de mim. Gritei pelo susto e pela dor misturada com o prazer. Só que cada vez aquilo ficava mais forte e mesmo com a dor, havia rastros de prazer. Eu adorava escutar os gemidos roucos de e parecia que ele gostava dos meus arranhões. Arranhava as costas dele em uma forma de aliviar a dor e ele entendia como se fosse para continuar. levantou sua cabeça e me beijou, minutos depois, no meio de tanto prazer e dor, cheguei ao meu limite, segundos depois, numa última vez, num ultimo gemido, chegou ao seu limite. Ele jogou seu corpo em cima do meu e lágrimas quentes começaram a sair dos meus olhos. Eu era uma estúpida por não tê-lo mandado parar. Pela primeira vez havia me machucado. - Merda. Droga, . - sussurrou e botou as mãos na cabeça, vestiu rapidamente sua cueca e dirigiu em alta velocidade, eu não conseguia falar nada, eu apenas chorava. - Seu irmão está em casa? - perguntou assim que parou na porta da minha casa e eu neguei com a cabeça. - Tudo bem. Vai ficar tudo bem. - parecia que ele falava mais para ele do que para mim. pulou para a parte de trás do carro e vestiu apenas minhas roupas intimas, saiu do carro e abriu a porta para eu poder sair.
- Não consigo andar. - sussurrei e mais lágrimas saíram.
- Vou te levar em um hospital.
- Não. Por favor, não. - fez que sim com a cabeça, e eu vi ele se abaixando na frente da minha casa e abriu a porta, ele sabia onde ficava. Voltou rapidamente, me tirou do carro e me colocou para dentro de casa. Trancou a porta e levou-me para meu quarto, me deitou na cama e voltou com uma cadeira, entrou no banheiro e logo me carregou e sentou-me na cadeira.
- Você precisa de água gelada. - e ligou o chuveiro, com uma paciência que eu não sabia da onde tinha vindo, começou a me lavar, urrava de dor a cada toque da minha cintura para baixo, me olhou e eu vi a culpa estampada em seus lindos olhos castanhos. Desligou o chuveiro, e me carregou de volta para o quarto, vestiu em mim apenas um short de moletom, uma blusa de manga longa e me deitou na cama. - Aonde está a caixa de remédios?
- Em cima do guarda-roupa. - sussurrei e ele pegou, tirou de lá uma caixa de dipirona e saiu do quarto, quando voltou foi com uma jarra e mais um copo d'água.
- Tome. - falou e me ajudou a sentar, tomei o remédio e logo deitei. - I'm sorry, I'm not what you wanted, I'm sorry, I'm sorry I let you down. - cantarolou baixinho e fez carinho nos meus cabelos.
- , não foi sua...
- Não fala nada, por favor. - falou, sentou no chão ao lado da minha cama, e fechou os olhos ainda fazendo carinho na minha cabeça.
- Deite aqui, tem espaço.
- Não. Durma, meu anjo, amanhã tudo vai estar melhor.
- Você promete? - e eu não obtive resposta.
- I could use some poor excuse cause, the hardest thing to say It's the hardest thing to say in the world... I'm sorry. - cantou baixinho e eu senti meus olhos se fecharem. - Eu prometo. Eu amo você. - falou e antes que eu pudesse responder, o sono tomou conta de mim.
Quando dei por mim, lágrimas estavam caindo sem parar. havia quebrado sua promessa, no outro dia nada melhorou, tudo piorou de vez, nós começamos a brigar regularmente, eu não conseguia mais me sentir em paz perto dele. parecia trancado em um casulo, nada mais tinha o mesmo calor, ele não tocava em mim da mesma maneira, parecia que tinha nojo de mim ou algo parecido, mas perdi a conta de quantas vezes vi alguma menina flertando e ele correspondendo. As crises de ciúmes ficaram cada vez mais frequentes, percebeu isso e se ofereceu milhões de vezes para ter uma "conversa" com , neguei a todas elas, não queria piorar ainda mais aquela merda de relacionamento. Meus melhores amigos me perguntavam diariamente o porquê de eu continuar levando um relacionamento sozinha. Era porque eu olhava nos olhos dele e bem no fundo eu ainda via o meu , o meu camisa dez. O seu riso fraco ainda era sincero, o seu cafuné ainda conseguia me fazer sonhar nas madrugadas frias e seu moletom preto ainda me trazia paz. Mas eles não entenderiam, então eu só respondia "não sei" e ficava a mercê daquela situação. Foram os últimos cinco meses mais longos de todos, os que eu mais chorei, os que eu mais sofri, no qual em todas as noites eu me perguntava baixinho o por que de Deus ter colocado na minha vida.
Limpei as lágrimas e peguei novamente as fotografias. As fotos seguintes nós não estávamos sozinhos, era sempre uma dele sozinho, ou uma minha sozinha, amarrei as fotos todas no elástico e olhei melhor a caixa, lá no fundo, tinha uma medalha de uma competição, a peguei, era da competição de futebol. Aquela medalha era a do . O engraçado era que ela não me trazia boas lembranças, só me trazia dor.
10 de Dezembro
Mais um dia 10. Hoje completaria duas semanas que não me mandava mensagens, nem ligava, nem nada. Simplesmente fingiu que eu não existo.
Eu sabia onde ele estava graças ao meu melhor amigo, . Mesmo não se gostando, eles jogavam futebol no mesmo time e por ironia do destino, eram a principal dupla de ataque do campeonato, eles tinham o maior entrosamento. Dentro de campo. Fora era uma desgraça, só não brigavam na concentração porque isso os prejudicaria, mas sempre trocavam farpas. Meu celular vibrou e era uma mensagem de .
"Daqui a uma hora os meninos chegam, te encontro lá?"
Respondi com um simples "Ok" e entrei no banheiro, tomei um demorado banho e vesti uma calça jeans justa, uma blusa de manga comprida, prendi meus cabelos num rabo de cavalo alto, meu batom vermelho e rímel, desci as escadas, peguei dinheiro e quando olhei, meu irmão estava na sala. Charlie era meu irmão mais velho, trabalhava viajando e ficava pelo menos uma semana de cada mês em casa, ele havia chegado já tinha quatro dias e já sabia de tudo o que estava acontecendo, menos do dia 10 de Outubro. Isso ninguém sabia. Só ele e eu. Era o nosso segredo. Despedi-me dele e ele ainda me deu dinheiro, peguei um táxi e quando cheguei lá, o ônibus do time já estava estacionado.
Os meninos desciam gritando e felizes, forcei minha visão e vi correndo para abraçar , ele tirou ela do chão e a beijou. Aquele era meu casal, mais amigos do que namorados e eu admirava tanto aquela relação. Os outros meninos desciam e alguns que me conheciam por eu ir ao treino, falavam comigo e eu desejava parabéns. E o último que desceu, era o camisa dez.
desceu e seu olhar bateu no meu, meus braços estavam cruzados e eu não esbocei nenhuma reação, ele sorriu imediatamente. correu e me abraçou, o abracei fraco.
- Meu amor! Nós ganhamos! Eu to tão feliz.
- Parabéns. - fui seca.
- Você não está feliz por mim? Fui artilheiro! - falou e percebi seus olhos brilhando.
- Parabéns, novamente.
- O que tá acontecendo?
- Você ainda me pergunta? Eu ainda sou sua namorada? Parece que eu sou um lixo para você, como se eu fosse insignificante. Você nem ao menos avisou que ia viajar, eu poderia ter ido e te dado boa viagem. Durante a sua viagem você não me mandou nenhuma mensagem, . Nem um oi, se já não mandou mensagem, nem ligou, nem para me dar um boa noite e perguntar como eu estava. Mas quer saber? Parabéns pelo seu campeonato, parabéns por tudo. Você é ótimo. - despejei tudo aqui, pareceu afetado, passou a mão pela garganta e perguntou.
- Como você pode ser tão egoísta?
- Eu? Egoísta? Egoísta por me preocupar com você? Por querer ter atenção do meu namorado?
- Você é sim! Caralho, você sabe como futebol é importante para mim. Sabe que eu não sou inteligente como você, que eu só vou entrar na universidade por causa de bolsa de esporte porque se fosse pelas notas, ia entrar na pior de todas. E você também sabe o efeito que você tem sobre mim, sabe que se você não tivesse bem eu não ia poder te ajudar, ia me sentir incapaz, eu ia ficar preocupado e não ia me concentrar. Preferi me afastar e focar em uma só coisa, pensei que minha vitória, a minha felicidade fosse um pouco mais importante para você. Sabia que eu fiz todos os meus gols para você? ia te falar, tenho certeza.
- ... - era como se ele tivesse me dado um tapa na cara.
- Foi para te dar orgulho. Toma, nada mais justo do que te entregar, foi para você. - falou e jogou a medalha que ele tinha no pescoço em minhas mãos e virou as costas para mim.
- ! volta aqui. - o chamei e percebi lágrimas caindo, nem olhou para trás e muito menos foi comemorar com seus amigos, foi embora. - ! - gritei e não obtive nenhuma resposta, havia me deixado.
Capítulo 5
Eu não poderia mais derramar lágrimas pelo meu relacionamento antigo. Já estávamos em Maio. e eu terminamos no dia 11 de Janeiro. Um dia depois de completarmos 8 meses de namoro. Eu estava decidida. Já havia feito quatro meses desde que e eu terminamos de vez, quatro meses que o vi pela última vez. Desde que terminamos, decidiu viajar. Pelo que eu sabia das bocas de outras pessoas, , artilheiro, o camisa dez do time que havia ganhado o campeonato interescolar havia decido ir buscar uma vaga no time de Liverpool. Eu não poderia ficar mais feliz por ele, era o sonho dele, jogar em um time grande da Europa. Ele ocupou a cabeça dele com uma coisa e eu ocupei a minha com outra, foquei nos estudos. Aquele ano minhas notas seriam meu passaporte para qualquer faculdade na Inglaterra. Ri comigo mesma, a algum tempo atrás, logo quando comecei a me envolver com , jurava que não ia conseguir viver sem ele, mas novidade: eu conseguia.
Tirei a caixa do meu colo e olhei para fora. A tempestade havia passado, o sol começava a querer aparecer. Corri até a janela de vidro e a abri. Fui para a minha sacada e senti uma leveza. Eu sentia falta do meu amigo, do meu companheiro , não do que ele havia se tornado. Agora sem ele, eu estava em paz. Peguei a caixa que estava na cama e coloquei as fotografias lá dentro, desci as escadas cantarolando a música que tocava há poucos dias no rádio e que agora me fazia um sentido enorme.
"Rain came pouring down, when I was drowning, that's when I could finally breathe by morning, gone was any trace of you I think I am finally clean"
Passei direto para a cozinha e deixei a caixa em cima da mesa, mas meu olho foi certeiro em um vaso de cristal com flores mortas. Uma avalanche de lembranças veio sobre mim daquele dia.
~*~
11 de Janeiro
Era hoje. Eu estava decidida, eu não iria aguenta mais um mês carregando praticamente um relacionamento nas costas. Eu sempre dei tudo de mim para , eu precisava viver, da minha liberdade. Eu o amava, mas aquilo não era justo. Já não dava mais pra viver um sentimento sem sentido, eu precisava redescobrir a emoção de estar com , nem que para isso fosse necessário o nosso relacionamento ter um fim.
Olhei as flores que estavam no vaso que havia me dado no dia anterior e só tive mais certeza da minha decisão. Relacionamentos eram como plantas, deveriam ser cultivados, regados, com carinho e amor, se faltassem um desses ingredientes, as plantas morreriam. Assim como iria acontecer. Amor não faltou, carinho muito menos. O que havia acontecido, meu Deus? Saí de casa e fui até a de andando mesmo, cheguei lá em dez minutos, toquei a campainha e ele veio atender.
- ? Entra. - falou calmamente.
- Desculpa não ligar antes, mas precisamos conversar. - falei e só fez que sim com a cabeça, não sentamos, ele ficou de frente para mim e eu tentava reunir forças. - Eu quero que você saiba que eu te amo muito. Mas para eu poder te amar inteiramente, eu preciso me amar. E a cada dia que passa, eu só tenho me desgastado. Você não sabe o quanto esses últimos meses foram ruins para mim, acordar e não saber qual era o que me esperava na porta do colégio, saber se você ia me tratar como uma qualquer ou como sua namorada. Isso veio me acabando e eu não tenho mais como levar isso adiante, . - falei e ele suspirou alto.
- Isso quer dizer que acabamos? - perguntou e uma lágrima quente rolou dos meus olhos. - Eu quero que você saiba de duas coisas: Que em nenhum momento eu deixei de te amar, se você tinha dúvidas disso, não tenha mais. A outra é que: vou levar sempre comigo as melhores lembranças de tudo o que nós passamos.
- ...
- Eu espero de todo o meu coração, que você seja feliz. - falou e limpou as lágrimas que caiam. Abraçou-me forte e me deu um beijo na testa.
- Eu desejo o mesmo a você. - falei, segundos depois virei para ir embora, mas antes sussurrei mais para mim do que para ele: - Eu sempre vou amar você.
- Eu também. - ele sussurrou, abri a porta e sai.
~*~
Pela primeira vez, eu me lembrava daquele dia e não chorava. Pela primeira vez aquele dia era apenas lembrança. Peguei o vaso junto das flores e joguei dentro da caixa, carreguei a caixa até o quintal e joguei num balde que tinha ali, entrei novamente na cozinha, peguei álcool e um fósforo. Joguei um pouco de álcool no balde e segundos depois, depois de um longo suspiro, acendi o fósforo e joguei lá dentro. Assisti aquilo tudo virar cinzas.
E eu me sentia leve, limpa, como se tivesse tirado todas as impurezas que habitavam dentro de mim. O engraçado era que eu ainda sentia ele por perto, mas não doía mais. Era uma sensação de proteção. Como era nos primeiros meses. Sai do quintal e voltei para o meu quarto, a tempestade realmente havia ido embora, as nuvens também e o grande sol adentrava o meu quarto. Renascimento. Depois da tempestade sempre vem o arco-íris. Livrei-me dos meus pensamentos quando o toque da campainha se fez audível, desci as escadas de dois em dois e abri a porta. Meu primeiro pensamento foi: O que ele está fazendo aqui?”
Tirei a caixa do meu colo e olhei para fora. A tempestade havia passado, o sol começava a querer aparecer. Corri até a janela de vidro e a abri. Fui para a minha sacada e senti uma leveza. Eu sentia falta do meu amigo, do meu companheiro , não do que ele havia se tornado. Agora sem ele, eu estava em paz. Peguei a caixa que estava na cama e coloquei as fotografias lá dentro, desci as escadas cantarolando a música que tocava há poucos dias no rádio e que agora me fazia um sentido enorme.
"Rain came pouring down, when I was drowning, that's when I could finally breathe by morning, gone was any trace of you I think I am finally clean"
Passei direto para a cozinha e deixei a caixa em cima da mesa, mas meu olho foi certeiro em um vaso de cristal com flores mortas. Uma avalanche de lembranças veio sobre mim daquele dia.
~*~
11 de Janeiro
Era hoje. Eu estava decidida, eu não iria aguenta mais um mês carregando praticamente um relacionamento nas costas. Eu sempre dei tudo de mim para , eu precisava viver, da minha liberdade. Eu o amava, mas aquilo não era justo. Já não dava mais pra viver um sentimento sem sentido, eu precisava redescobrir a emoção de estar com , nem que para isso fosse necessário o nosso relacionamento ter um fim.
Olhei as flores que estavam no vaso que havia me dado no dia anterior e só tive mais certeza da minha decisão. Relacionamentos eram como plantas, deveriam ser cultivados, regados, com carinho e amor, se faltassem um desses ingredientes, as plantas morreriam. Assim como iria acontecer. Amor não faltou, carinho muito menos. O que havia acontecido, meu Deus? Saí de casa e fui até a de andando mesmo, cheguei lá em dez minutos, toquei a campainha e ele veio atender.
- ? Entra. - falou calmamente.
- Desculpa não ligar antes, mas precisamos conversar. - falei e só fez que sim com a cabeça, não sentamos, ele ficou de frente para mim e eu tentava reunir forças. - Eu quero que você saiba que eu te amo muito. Mas para eu poder te amar inteiramente, eu preciso me amar. E a cada dia que passa, eu só tenho me desgastado. Você não sabe o quanto esses últimos meses foram ruins para mim, acordar e não saber qual era o que me esperava na porta do colégio, saber se você ia me tratar como uma qualquer ou como sua namorada. Isso veio me acabando e eu não tenho mais como levar isso adiante, . - falei e ele suspirou alto.
- Isso quer dizer que acabamos? - perguntou e uma lágrima quente rolou dos meus olhos. - Eu quero que você saiba de duas coisas: Que em nenhum momento eu deixei de te amar, se você tinha dúvidas disso, não tenha mais. A outra é que: vou levar sempre comigo as melhores lembranças de tudo o que nós passamos.
- ...
- Eu espero de todo o meu coração, que você seja feliz. - falou e limpou as lágrimas que caiam. Abraçou-me forte e me deu um beijo na testa.
- Eu desejo o mesmo a você. - falei, segundos depois virei para ir embora, mas antes sussurrei mais para mim do que para ele: - Eu sempre vou amar você.
- Eu também. - ele sussurrou, abri a porta e sai.
Pela primeira vez, eu me lembrava daquele dia e não chorava. Pela primeira vez aquele dia era apenas lembrança. Peguei o vaso junto das flores e joguei dentro da caixa, carreguei a caixa até o quintal e joguei num balde que tinha ali, entrei novamente na cozinha, peguei álcool e um fósforo. Joguei um pouco de álcool no balde e segundos depois, depois de um longo suspiro, acendi o fósforo e joguei lá dentro. Assisti aquilo tudo virar cinzas.
E eu me sentia leve, limpa, como se tivesse tirado todas as impurezas que habitavam dentro de mim. O engraçado era que eu ainda sentia ele por perto, mas não doía mais. Era uma sensação de proteção. Como era nos primeiros meses. Sai do quintal e voltei para o meu quarto, a tempestade realmente havia ido embora, as nuvens também e o grande sol adentrava o meu quarto. Renascimento. Depois da tempestade sempre vem o arco-íris. Livrei-me dos meus pensamentos quando o toque da campainha se fez audível, desci as escadas de dois em dois e abri a porta. Meu primeiro pensamento foi: O que ele está fazendo aqui?”
FIM
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