Capítulo Único
suspirou, mal acreditando que sua aventura estava ao fim. Depois de 20 dias visitando Santorini, Creta e tantos outros lugares tão belos, ali estava, sob uma das centenas das pedras de Naxos, observando o sol se esconder. Em 24 horas, já estaria de volta ao Estados Unidos e, dois dias mais, estaria em sua sala de trabalho, a centímetros de seu ex-marido.
Balançou a cabeça, tentando fazer aqueles pensamentos sumirem. Restavam algumas horas no paraíso e dores de cabeça simplesmente não combinavam com aquele ambiente. Sorrindo, satisfeita com suas conclusões, bebericou seu mojito.
Mal pode sugar o final de sua bebida quando escutou o pigarro atrás de si. Olhou e gostou do que viu. Pela terceira vez, lá estava o mesmo rapaz, vestido de simples blusa e bermuda praiana, com um novo mojito nas mãos e um sorriso nos lábios.
- Você por um acaso está tentando me embebedar? – inquiriu a mulher, franzindo a testa.
- Estou tentando garantir uma boa gorjeta, na verdade. – ele sorriu malandro - O resto, é lucro.
- Fico feliz em ajudar. – riu em resposta. – Você está pensando em me acompanhar ou vai me deixar fazer coisas idiotas, sozinha?
Ele não devia ter mais de 22 anos. Talvez, terminando a faculdade, tendo aquele emprego para ganhar grana extra. Dessas coisas não sabia. Mas sabia, sem sombra de dúvidas, que ele tinha um sorriso lindo e um corpo bem interessante. Também sabia que ela tinha 28 anos, divorciada e uma bagagem... que ela fazia questão de não relembrar. Mas, sobretudo, sabia que queria marcar sua última noite na Grécia e, talvez, ele fosse exatamente o registro que faltava em seu álbum de viagem.
- Trabalho até às 20 horas, mas posso continuar a ser seu servo por toda noite. – comunicou malicioso, nunca deixando o sorriso se esconder.
Sob a luz final do sol, seus dentes brancos se iluminavam, seus olhos claros brilhavam e seu corpo parecia uma escultura.
- Então, por favor, seja meu presente de despedida.
Eles haviam caminhado por toda a praia, já no escuro, correndo e brincando. Então, já afastados dos restaurantes e hotéis badalados, se jogaram na areia e se abasteceram daquela batida maravilhosa. – sim, esse era o nome dele – contara que ele tinha criado uma bebida, dita secreta, e desistiu de descobrir os ingredientes para simplesmente apreciar.
- Você mora em um lugar lindo. – ela afirmou o óbvio, enquanto encarava as ondas baterem na areia. – É tão mágico.
Ele somente sorriu, antes de comentar:
- Sabe, eu acredito que cada lugar tem sua beleza. Seja em suas praias límpidas, em seus arranha-céus, na bondade das pessoas... a história do local, por si só, já tem beleza.
- É... eu entendo seu ponto de vista, mas não sei se posso concordar com você. – deu de ombros – Olho para Massachusetts e... não sinto isso.
- Talvez não se trate da mera paisagem. Há muito mais. Há o dia-a-dia, há o trabalho, o transporte, a família. Tudo isso, inevitavelmente, vai influir em como enxergamos o mundo e, também, onde moramos.
mordeu o lábio, refletindo sobre. Então, encarou o rapaz, meio embasbacada. Será que transparecia toda a sua situação? Os problemas com a empresa, com seu ex-marido e sócio, as turbulências do falecido casamento?
- Você não é muito novo para ser tão sábio?
- Minha vida não foi exatamente fácil. Me ferrei bastante até aprender uma coisa ou outra. – deu um sorriso forçado, o menor que já tinha visto em sua boca – E não sou tão novo quanto pareço. Tenho 25, já.
- Ok, agora me senti bem velha. – brinquei – Tenho 28, então já estou praticamente em um museu.
sorriu, antes de perguntar:
- Idade é algo que te incomoda?
- Não é propriamente a idade. – suspirou e ergueu a mão – Vamos, me dê mais dessa bebida maravilhosa, preciso de combustível. – soltou uma rápida risada e continuou: - Eu me formei aos 21, casei aos 23, abri uma empresa em ascendente sucesso aos 24 e eu me sentia tão completa, sabe. Menos de 30 e eu tinha absolutamente tudo que sonhei. Pessoalmente, profissionalmente. Mas então, tudo começou a desandar. E, você sabe, quanto maior o topo, também maior a queda. – ela o encarou, vendo-o prestar tanta atenção ao seu desabafo, e sorriu forçadamente – E ela doeu. Ainda doe.
- E você veio à Grécia pra esquecer, suponho.
Ela o olhou assustada com sua capacidade sensitiva.
- Sim e estou absolutamente quebrando minha promessa ao reviver e contar os fatos.
- Então, não falemos disso. – entrelaçou seus dedos, puxando-a levemente para si – Aliás, deixemos a conversa para outra hora.
E isso, ah, fez bem.
Parecia mentira, diante de todo o pacote, mas o menino também sabia beijar. Claro, ele evidentemente teria defeitos – e vários, por sinal – mas, com alguma sorte e poucas horas, a mulher não iria encontrá-los.
finalizou o beijo, puxando o lábio inferior de . Então, desceu suas mãos por seus braços e sorriu, fazendo a simples pergunta:
- Quem é você, ?
- Hm... não podíamos começar com qual a sua banda preferida ou algo assim? – brincou ele, encostando rapidamente seus lábios nos dela.
- Eu gosto de saber as ambições, os traumas, os problemas e as soluções. Odeio conversas sobre amenidades.
- Sim, você parece esse tipo de pessoa. Afinal, construiu uma empresa aos 24. Era de se esperar que não enrolasse.
- Exatamente. Sabe, , eu gosto de você. Você parece me conhecer há anos e não há horas. – sorriu – Mas, ao mesmo tempo, me sinto nua como nunca me senti. Você consegue ler minha mente e sempre fui tão boa em esconder... – suspirou – Você precisa me contar sobre você ou você acaba por ser uma concorrência desleal.
- Eu conto, . Mas você não precisa se sentir assim. Eu quero descobrir você. – passou delicadamente seus dedos sobre o rosto da mulher, enquanto a olhava com carinho - De todas as formas e todos os jeitos. Porque cada vez que eu olho para você... vejo uma pessoa tão centrada, tão certinha, mas ao mesmo tempo tão jovem, tão incerta... perdida. E eu quero te ajudar a achar um caminho.
A menina nada pode fazer a não ser sorrir. Então, como a mão de ainda caminhava por seu rosto, ela a procurou para morder um de seus dedos. Quando ele soltou um ‘ei’, meio surpreso, meio indignado, ela puxou-o para um novo beijo. Dessa vez, um mais tranquilo, aproveitando as sensações que afloraram em todo o seu corpo.
- Vamos, moço, comece. – exigiu, empurrando-o e afastando-o de si.
Ele fez uma careta triste, antes de pedir:
- Só mais um beijo desses, vai. Para me inspirar.
- Nem pensar. – negou veementemente com a cabeça – Eu sou difícil, rapaz. – brincou.
- Ok, ok. – ele jogou seu corpo na areia, deitando-se sobre aquele tapete e observando o céu escuro. Ela manteve-se sentada, olhando para – Eu fazia medicina até ano passado, estava no quarto ano. Sempre odiei. Antes eu fazia sociologia, que eu simplesmente amava. Mas minha mãe foi diagnosticada com câncer e eu... eu tinha que tentar salvá-la. E na minha cabeça, bastavam 10 anos de medicina e minha mãe ficaria sarada... Eu sei que parece totalmente idiota, mas, para mim, durante muito tempo, fez sentido.
deitou-se ao lado dele, encostando as laterais de seus corpos. Ainda, buscou às cegas a mão dele e, ao encontrá-la, entrelaçou seus dedos, apertando em sinal de compreensão e apoio.
- Não foi nada idiota, . A situação, essa doença... é tudo tão complicado e confuso. Você só queria ajudar. – ela o encarou, falando baixinho, acalentando o rapaz. ainda olhava para o céu, em seus profundos pensamentos.
- Ela morreu ano passado. – continuou ele. Se não fosse a reação do homem em apertar a mão da mulher, podia pensar que ele até mesmo esquecera que havia outra pessoa ali - E então eu fiquei totalmente perdido. 24 anos, um curso que eu odiava, sem pais... foi horrível.
- Eu sinto muito. – sussurrou ela, fazendo carinho com o dedão nas costas da mão dele.
a encarou, com um sorriso de canto.
- Está tudo bem. Eu, aos poucos, fui descobrindo a vida. Voltei à faculdade de sociologia, comecei a trabalhar, bem, ali no bar, e ter contato com tantas pessoas e vidas diferentes... Tive que correr atrás de dinheiro, resolver questões burocráticas, morar sozinho. Tudo isso foi um baque, uma grande mudança... não ter a minha mãe é simplesmente... – suspirou, sem palavras pra expressar – Mas eu aprendi. Ou isso, ou eu caia. Eu não podia me dar ao luxo de viajar para Grécia, sem ofensas – brincou, levando um empurrão da garota – Eu sofri muito, mas passou. E é aquilo que a Clarkson diz, o que não te mata, te deixa mais forte. Aliás, essa é minha música preferida, só para você saber.
- Quem diria, você é um fã de Kelly Clarkson.
Ele riu, dando de ombros.
Aí está o primeiro defeito do rapaz. Ou não. Depende do seu gosto musical.
Eles, agora, encaravam o céu, silenciosos, escutando a água do mar subir a areia. Ainda deitados, lado a lado, suas mãos entrelaçadas, seus corpos se tocando.
- E eu achando que você se fazia de coitado para conseguir garotas. – jogou.
- Ah, , achei que você já tinha percebido que eu não preciso disso. – rebateu, levando a mulher a risadas.
- Hm... ? – o chamou, depois de alguns minutos de silêncio. Ele a encarou, com seu sorriso lindo de volta, então ela continuou, confidenciando: - Quero fazer uma loucura.
Ele a olhou, erguendo as sobrancelhas.
- Que tipo de loucura? – inquiriu, puxando-a pela cintura para mais perto de si.
- A do tipo sexual. Na praia. No mar e na areia. – ela riu, envergonhada – Não necessariamente nessa ordem e por mais que a areia possa, você sabe, incomodar.
Ele riu. Da proposta. Da moça ruborizada que a fazia.
- É como eu lhe disse mais cedo, menina bonita - depositou um pequeno beijo em sua clavícula e outro no pescoço, antes de sussurrar roucamente em seu ouvido – hoje eu estou aqui para lhe servir.
começou um beijo afoito, deslizando suas mãos por todo o abdômen do rapaz, até encontrar a barra da blusa. Então, tocou a pele desnuda de , o vendo estremecer pelo choque do gelado. Ele, por sua vez, trouxe o corpo dela para ainda mais perto, apertando sua bunda.
- Vamos para um lugar mais reservado. – murmurou, levantando num rompante e puxando junto.
Eles correram pela areia da praia, mal sentindo a dificuldade da ação, beijando-se e desvendando-os seus corpos de tempos e tempos. Parecia que cada minuto lhe incendiavam ainda mais e o alívio foi tremendo quando, finalmente, chegaram a uma espécie de meia caverna, que, embora ainda estivessem sobre a areia, de frente para o mar, ocultava-lhes do mundo lá fora.
Não que eles estivessem, de fato, preocupados com o mundo além deles. Ali, agora, o desejo lhes fazia esquecer de todo o resto. Só importava seus corpos gritando, um pelo outro.
Em algum momento, o qual não podia precisar, eles haviam cortado o beijo e havia começado a passar os lábios por todo o corpo dela. Queixo, pescoço, colo. E, então, seios, que pularam para fora, exibidos e pontudos, quando o rapaz os procurou sob a blusa e o sutiã.
A mulher gemeu, revirando os olhos. Então, tateou o corpo de , até encontrar o que procurava. Apertou levemente, fazendo o rapaz suspirar.
- Eu quero tanto você, . – exclamou, em um sussurro rouco e desesperado.
Sentindo o mesmo, ela expressou em um beijo raivoso. Inundados de desejo, retiraram suas peças de roupa, as grandes vilões da noite. E, então, permitiram-se tudo.
sorriu diante das palavras da mulher, mas como ela estava encaixada em seus braços, enquanto ele a abraçava pela cintura, ele expressou sua felicidade também lhe dando um beijo no pescoço.
Eles já haviam se lambuzado de areia e então tinham ido ao mar para se ajeitar, minimamente. Ainda que fosse verão, era madrugada e a água estava gelada, o que foi uma ótima desculpa para se abraçarem e esquentarem seus corpos. E como estava bem, bem, bem gelada, bom, vocês sabem, eles tiveram que se dedicar bastante, algumas vezes, para o feito.
Então, voltaram à areia algum tempo atrás e se encostaram confortavelmente nas pedras daquela caverna, trocando beijos e carícias e aproveitando um ao outro. Primeiro tremeram de frio, depois, de calor.
Mas, o que é bom, definitivamente, não dura pra sempre. E uma noite, sobretudo, tem um tempo exato para acabar. Enquanto o dia clareava e os tons de laranja bronzeavam o céu, ia retomando, aos poucos, consciência da sua realidade. E, infelizmente, Grécia e não faziam parte dela.
- Podíamos sair hoje mais tarde. – murmurou, cortando os pensamentos de , que já estavam voando para Massachusetts. – Posso te levar em uma trilha maravilhosa, lá há...
- Hm... eu adoraria, , mas não vai dar. Eu volto para os Estados Unidos hoje.
Ele fez uma careta:
- Quanto tempo, temos?
- Meu voo é às 10 horas. Minhas malas estão feitas – esclareceu ela. – Então, eu diria, umas 2 horas.
- Bem, . – ele puxou o queixo dela, forçando-a a olhar em seus olhos. Ainda, deu-lhe um rápido selinho, antes de continuar: - Vamos fazer valer a pena.
E aquela vista, que Meu Deus... Ela tinha certeza que não era pela nostalgia e melancolia que já a atingia. Ainda que tivesse que passar 50 anos na Grécia, sempre iria admirar aquela paisagem.
Mas, talvez, estar no topo de uma daquelas típicas casas, com uma visão maravilhosa, sentindo o sol bater em sua pele, com saborosos quitutes de café da manhã, abraçada a , ajudasse a formar sua opinião.
Só podia repetir mil vezes que aquela viagem e cada minuto dela valeram a pena.
- Como eu faço o tempo parar aqui, agora? – a mulher exclamou, encostando sua bochecha na bochecha de .
- Infelizmente, minha pesquisa sobre o assunto ainda está na fase de testes. – ele depositou um beijo cálido na boca dela – Mas, sabe do que eu sei? Que esse tempo pode ser eternizado – tocou levemente na testa da mulher – aqui.
- Tão menino, tão sábio.
Puxou-lhe para um rápido beijo. Bom, era suposto ser rápido, mas então a apertou pela cintura e aproximou ainda mais seus corpos. Suas bocas suspiravam por entre as breves respirações, enquanto não se cansavam em explorar um ao outro.
Um pigarreio sem graça interrompeu o casal. Envergonhada, pulou para a cadeira e, enquanto conversava em grego com o garçom, ela resolveu dar uma olhada no celular. Até riu quando pensou em quantas horas ficou longe dele. Em pleno século XXI e o vício por esses aparelhos, provavelmente foi o tempo mais longo que já passou sem ver uma rede social ou seu e-mail.
Mas sua risada paralisou-se quando viu a hora. 8:55. Ela tinha um pouco mais de uma hora para ir para o hotel, tomar banho, pegar suas malas, fazer o check-in e entrar no avião.
Ao chegar ao solo firme, por dois segundos, suspirou, pensando em chamar um táxi ou uber. Mas desistiu e recomeçou a correr, dessa vez pelas ruas da Ilha, desviando de carros e pessoas que, bem, nunca haviam sido mais lerdos. Logo estavam no hall do hotel e, dessa vez, ela nem pensou antes de subir as escadas até o 7º andar.
Depois de uma briga por alguns segundos com a chave em seu bolso, ela finalmente passou o cartão na porta e abriu.
- Bem-vindo! – ela exclamou para - Infelizmente, eu já terei que te expulsar. – brincou.
- Bem, eu merecia uma água depois de toda essa corrida, pelo menos. – reclamou ele – Sabe, você deveria correr nas maratonas.
Ela guardou bem lá no fundo a vontade de simplesmente cair na cama e dormir pelas próximas doze horas. Sua adrenalina havia abaixado um pouco depois de toda a corrida e após uma noite sem dormir, o cansaço batia.
Então, pegou seu tênis e sentou na beira da cama, para calçá-los. Em seguida, como um trovão, já tinha aberto sua mala e jogado o que ainda estava espalhado por lá, de qualquer maneira. Por sorte, era pouca coisa.
- Na verdade, eu o faço.
Ela corria nas maratonas de sua cidade e até nas mais famosas, como na de Nova York. Mas era hoje que ela parecia estar batendo recordes de tempo.
- Sério? – ele murmurou genuinamente surpreso e animado – Que incrível! – alguns segundos depois: - Você é incrível.
- Sim, bem... – ela virou o rosto para encará-lo e, então, trocou um sorriso tímido com ele. – Não tenho tempo para palavras fofas agora, então guarde para o aeroporto, ok? Aliás, será bem mais clichê. – brincou, fazendo-o rir.
- OK, OK. Você vai assim? – olhou para mulher, com um vestido simples, tênis e coberta de areia.
- Bem, eu tenho 30 minutos até meu avião decolar. – fez uma careta – A menos que você já tenha finalizado a fase de testes da sua pesquisa de como parar o tempo... – esperou alguns segundos – Não? Então, nos resta correr – sorriu para o homem.
Por sorte, a fila para o voo ainda estava sendo formada. E, enquanto a moça respirava fundo, feliz por tudo ter dado certo, as portas do avião se abriram.
Bem, não literalmente as portas do avião, mas vocês entenderam. A felicidade, então, começou a dividir espaço com outros sentimentos: tristeza, nostalgia, ansiedade.
virou para e sorriu:
- C’est fini.
- Meu francês se limita a oui, merci, então não tenho ideia do que você acabou de falar - ele deu de ombros - Ah, também sei: Voulez vous coucher avec moi ce soir.
- É uma proposta? - a moça inquiriu, rindo em seguida - Quer dizer que você gosta de Lady Marmalade? Genuinamente um cara do Pop.
- Eu mesmo. - sorriu - E sim, é uma proposta. - respondeu depois de alguns segundos pensando - Eu e você. Dormindo juntos. Na França.
- É um encontro.
- Ótimo, porque, sob o risco de parecer um louco, eu vou sentir sua falta. - a puxou para um abraço, dando-lhe um singelo beijo no pescoço - Boa viagem, menina.
- Também vou, velho. – brincou.
Eles se abraçaram durante alguns instantes, sentindo a presença um do outro. A pele, o cheiro, o toque.
- Até mais. - exclamou sob a orelha de .
- Vem aqui, vem.
puxou o pescoço da mulher, trazendo a boca dela para perto da sua. Então, dedicaram minutos provando o gosto um do outro.
De repente, eles pareciam de volta à praia. Não havia barulho, pessoas, aviões. Somente eles e seus sentimentos pulando. O desejo, a simples alegria, a adrenalina do momento.
Relutante, quebrou o beijo. Com seus braços enrolados no pescoço dele, encostou sua testa nos ombros dele e sussurrou, em uma voz doída:
- Tenho que ir - Então, para amenizar todo o drama da situação, brincou: - Não posso ter feito você correr quilômetros só para perder o voo tão perto!
Ele sorriu, fazendo carinho nas costas da mulher.
- Ok, . Obrigada por ontem e por hoje. Você é sensacional e… estou ansioso para conhecer todos os seus defeitos.
Ela também sorriu se desvencilhando dos braços dele com pesar. Pegou sua mala de rodinhas, ajeitou a bolsa nos ombros e suspirou. Pronta para avançar para a entrada, ela parou seu passo e olhou uma última vez para . Forçou um sorriso para murmurar:
- Obrigada por dividir tudo comigo, . Você é a melhor parte da Grécia.
Então, um oceano os separou.
Fim.
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