13. Summer Love, por Nathy Abreu

Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Por ela

- Pronta?

Ouvi a voz de minha assistente soar pelo carro, que acabara de estacionar, e ergui meu olhar até encontrar os olhos atentos de Amber. Eu assenti, ao mesmo tempo em que deixava meu Iphone no silencioso e guardava dentro da minha bolsa preta de mão. Amber ajeitou os cachos caídos sobre meu ombro e virou meu rosto delicadamente aplicando mais uma camada de batom nude sobre meus lábios, e então, eu estava definitivamente pronta. A porta do carro negro abriu-se e passei minhas pernas para o lado de fora, arrumei a saia do meu vestido longo e a fenda média possibilitou que todos já pudessem ver uma parte da minha perna. Aceitei a mão do meu segurança particular que estava estendida para mim, e então saí de dentro do carro.
Automaticamente ouvi os gritos e a explosão de flashes sobre mim. Meus olhos reclamaram por um minuto, mas somente olhei para meu vestido, ajeitando o tecido fino e da cor bordô, antes de erguer a cabeça e sorrir.
Abri meu maior e mais bonito sorriso enquanto me afastava do meu segurança pessoal e me direcionava para o tapete vermelho em frente ao majestoso prédio onde aconteceria o 68° Festival de Cannes 2015. As garotas gritavam meu nome, os garotos assobiavam, os fotógrafos disparavam flashes sobre mim, registrando cada passo e olhar que eu dirigia ao meu redor, e os entrevistadores mais à frente aguardavam impacientes pela minha aproximação, onde poderiam falar comigo por pouco mais de dois minutos. Aproximei-me um pouco da grade de segurança e segurei em minhas mãos dois ou três cadernos que eram estendidos em minha direção, deixando meu autógrafo ali e sorri para a câmera de alguns fãs que agradeciam entre lágrimas e sorrisos. Voltei para o tapete vermelho desfilando e sorrindo, enquanto parava e direcionava meu olhar para uma câmera e outra, mostrando meu vestido maravilhoso da Gucci, e fazendo uma ou outra pose.
Quando já estava me aproximando da escadaria que me levaria para dentro do prédio onde aconteceria as premiações fui parada por três entrevistadores, cada um no seu tempo, e fizeram suas perguntas que variavam sobre o que eu esperava para aquela noite – já que eu era uma das indicadas para o Prêmio de Interpretação Feminina –, sobre meus planos futuros, e, obviamente, elogiavam meu vestido e minha encenação em meu último filme, “A Última Oração¹”. Depois de responder tudo com calma e simpatia, me despedi de todos com um aceno e me pus a subir os degraus com delicadeza e elegância, deixando a cauda do meu vestido arrastar pelo chão atrás de mim.
Horas depois, após prêmios e mais prêmios serem entregues, havia chegado o momento que entregariam o prêmio em que eu era uma das indicadas. Estava sentada na segunda fila, ao lado de outros artistas tão ou até mais conhecidos do que eu, enquanto o vídeo de apresentação das indicadas passavam no telão. Eu confiava no meu talento e no meu trabalho, mas também tinha noção que estava competindo com atrizes muito mais conhecidas e experientes do que eu, e então não estava tão confiante assim de ganhar um prêmio tão importante como aquele. Mesmo assim, era difícil não tremer e aguardar ansiosa pelo anúncio da vencedora pela boca de Emmanuelle Bercot, a vencedora do ano anterior. A atriz mais velha aproximou-se do palco com o envelope que continha o nome da vencedora e sorriu para os espectadores, direcionando seu olhar firme para a câmera.

- E o Prêmio de Interpretação Feminina vai para... – ela parou um minuto, abrindo o envelope preto e retirando um papel dourado dali de dentro e lendo o nome, enquanto deixava um sorriso se formar nos lábios vermelhos. – .

Eu abri a boca surpresa e me coloquei em pé tremendo, enquanto ouvia todos os presentes aplaudindo atrás de mim, deixei um sorriso sincero se revelar nos meus lábios enquanto andava em direção ao palco com o coração transbordando de alegria e gratidão.




Horas depois...




Já estávamos todos no salão de festas, uma música conhecida tocando nos alto falantes, os garçons passando de um lado para o outro servindo Champagne e os artistas se abraçando e conversando animados. Eu estava conversando com Blake Lively, enquanto alguns fotógrafos convidados tiravam fotos de alguns outros atores. Aquele era um mundo do qual eu sempre sonhei fazer parte e graças à família em que eu cresci tive a oportunidade de viver. Sempre foi meu sonho ser atriz e fazer sucesso, mas acima de tudo, ter meu trabalho conhecido. Então hoje era sim um dos meus dias preferidos e mais importantes. O Prêmio que estava comigo desde o início da noite era a confirmação de que meu trabalho e meus sacrifícios estavam sendo reconhecidos, finalmente.
- Você está maravilhosa, ! – Blake disse analisando meu vestido e eu sorri.
- Olha quem fala! – respondi cordialmente. – Você sempre está tão elegante... Uma atriz sensacional e uma mulher maravilhosa. – e nós sorrimos juntas.
Estávamos comentando sobre o visual de outras atrizes e sobre a entrega de outros prêmios quando produtor Marty Bowen, mais conhecido pelo seu sucesso com a produção do filme “A Culpa é das Estrelas” aproximou-se de nós duas, nos cumprimentando. Meu coração até bateu mais acelerado por estar perto de um dos produtores mais conhecidos pelos Estados Unidos, e aliás, por ter feito parte da equipe de um dos meus filmes favoritos.
- Senhorita , Senhorita Lively, como estão? – ele disse simpático e nós o respondemos. – Parabéns pelo prêmio, querida. – ele estendeu a mão beijando o dorso da minha e eu sorri agradecida.
- Muitíssimo obrigado. – eu o respondi. – Tem sido muito bom ver meu trabalho sendo reconhecido.
- E acredito que será cada vez mais reconhecido pelas pessoas. – ele disse sincero e Blake despediu-se quando seu marido, perto de uma das mesas, chamou-a com a mão. – Eu gostaria de fazer um convite a você, , e gostaria muito que você aceitasse.
- Um convite? Qual? – ele bebericou um pouco do seu champanhe em sua taça de cristal.
- Estou com um projeto de filme, está tudo quase pronto, só precisamos escolher a protagonista. – ele começou a contar. – E eu acredito que você seja perfeita para o papel, gostaria muito que você aceitasse ser a protagonista de Surfer Babe².
- Isso é sério? – eu disse com meus olhos brilhando de emoção, não tinha dúvidas da minha resposta. – É claro que eu aceito, se o senhor acredita que eu seja a atriz certa para esse papel, eu aceito com muito carinho.
- Fico feliz! – ele disse sorridente. – Como hoje é dia de festa, deixaremos para tratar sobre esse assunto outro dia, ok? – ele disse sério não me dando escolha ao não ser assentir com um sorriso doce nos meus lábios.


Por ele

Abri os olhos ainda sonolento quando senti um corpo desnudo perto demais do meu, olhei para o lado e encontrei uma ruiva dormindo ao meu lado com as pernas entrelaçadas às minhas e uma mão sobre meu abdômen. Ergui a cabeça olhando o relógio, ao mesmo tempo em que senti uma dor de cabeça horrível.
Claro, a noite tinha sido longa.
Entre ganhar uma competição de surf, sair para comemorar com os amigos, beber até cair e transar loucamente com uma ruiva sensual, era óbvio que eu terminaria na minha cama com uma ressaca terrível.
Estava me sentindo claustrofóbico na minha cama enquanto estava com aquela mulher sobre mim. A noite tinha sido boa, mas não o bastante para achar aceitável o fato dela estar com o corpo quase todo sobre o meu.
Mulheres... Sempre tão espaçosas e grudentas.
Fiz uma careta, tentando tirar os braços dela de cima de mim, e consegui me afastar até quase cair da cama, sentindo uma tontura repentina. Sentei-me na beirada da cama e apoiei meus cotovelos nos joelhos fechando os olhos e curvando a cabeça, precisava tomar um comprimido e um banho quente. Senti uma mão tocar minha coluna e ir subindo até meus ombros, abri os olhos quando senti a respiração soprada no meu ouvido junto de um sorrisinho. A ruiva tinha acordado e já estava animada demais para o início do dia, ela beijou minha nuca enquanto fazia uma massagem em meus ombros, deslizando suas mãos até meu peitoral.

- Bom dia! – ela sussurrou no meu ouvido, e, então notei que eu não me lembrava do seu nome, inclinei a cabeça para o lado a observando.
- Bom dia, baby. – preferi usar um termo que ela iria amar e me salvaria do constrangimento de falar que não me lembrava seu nome.
- Acho que temos um pouco de tempo até você resolver me mandar embora, não temos? – ela mordeu o lábio.
- Temos, sim. Muito tempo. – eu a respondi olhando seu corpo descoberto.
Puta merda, ela era gostosa. Muito gostosa.
E eu ia aproveitar um pouco, antes do inevitável acontecer, e eu ligar para um táxi vir buscá-la.




Horas mais tarde...



- , como foi a noite com aquela ruiva deliciosa? – Chad entrou na minha cozinha falando alto, enquanto eu bebia um copo de suco.
- Bom dia, Chad, eu vou bem e você? – eu disse arqueando a sobrancelha e ele riu.
- Ela ainda está ai? – eu neguei, a ruiva – que acabei descobrindo se chamar Lizzie – foi embora logo após tomarmos banho, minutos antes. – Então, qual o problema e por que ficar enrolando com amenidades? – ele rolou os olhos.
- Idiota. Isso é tão colegial. – eu comentei dando de ombros. – Ficar contando vantagem depois de uma foda. Mas, ok, ela é bem gostosa. Eu sempre escolho as melhores. – eu dei risada ficando em pé.
- A loira que voltou comigo também era incrível, cara. – Chad comentou vindo atrás de mim. – Mas já entendi que não quer contar vantagem e blábláblá, então vamos ao ponto principal da minha visita.
- Qual ponto principal? – eu disse entrando no meu quarto e recolhendo algumas camisetas que estavam no chão.
- Você vai aceitar a proposta daquele produtor famosinho? – ele se jogou na poltrona que tinha no meu quarto brincando com uma prancha de surf em miniatura em suas mãos. – De ensinar e treinar aquela atriz novata a surfar?
- Ah, essa proposta... – eu comentei deitando na minha cama, coloquei os braços atrás da cabeça o encarando. – Eu conversei com o tal do Marty, e a proposta dele é muito boa. Eu vou ganhar muito só para ensinar a atriz bonitinha a surfar e parecer uma surfista para esse filme novo dele. Na verdade, eu já aceitei. – fechei os olhos pensando no valor que iria ganhar para fazer o que eu gosto e ainda conviver com uma mulher linda como a atriz principal do filme.


Foi realmente uma surpresa quando o assessor do tal Marty apareceu na minha porta, aqui em Malibu há um mês e meio, e contou que o produtor estava com o plano de lançar um filme sobre surf e que gostaria muito de ter a minha ajuda, por ser um dos surfistas mais conhecido e populares do momento, com a protagonista do filme. É claro que era mais do que uma ajuda, era como um emprego, já que o salário que me foi oferecido era o bastante para me manter tranquilo por, no mínimo, três meses. Mas, obviamente, disse que precisaria pensar e analisar a minha agenda. O que foi necessário apenas um dia para que eu tivesse tomado minha decisão, mas só pude dar minha resposta oficial quase duas semanas depois do convite. Seria legal e poderiam me conhecer mais ainda por conta da minha ajuda com a equipe do filme. Isso seria bom para minha carreira, mesmo que não tivesse nada a ver com o cinema.

- E quando vai começar a ajudá-los? – meu amigo perguntou curioso.
- Amanhã! – eu o respondi sonolento, virando-me para dormir. – Quando sair, desliga as luzes e tranca a porta, cara.


Por ela


Fazia pouco mais de três meses desde o Festival de Cannes, e já estava de volta ao meu país, em Miami onde eu atualmente vivia. Amava viajar mundo a fora, principalmente quando tinha algo para filmar em outro lugar, mas nada como ficar em sua casa, no seu país. Sentia falta da minha cama, do meu silêncio e minha rotina. E, tão pouco tempo que estava aqui, já estava embalando tudo de novo para ir para um novo destino.
Dessa vez, o lugar era perto demais da minha cidade. Iríamos embarcar em direção à Malibu, na Califórnia, ainda aquela noite. O filme produzido por Marty será gravado em uma das praias de Malibu, e eu serei a protagonista. E, portanto, teria que aprender a surfar. Estava desesperada.
Não que eu não acreditasse na minha capacidade de aprender, mas sempre tive grandes temores pelo mar, nunca tive tanta confiança em nadar em mar aberto, só de pensar em uma onda me cobrir e eu me afogar, sentia calafrios. Mas, dessa vez, teria que guardar meus medos dentro de um baú e me dedicar a aprender algo tão radical.

Depois de algum tempo, pousamos no Los Angeles International Airport, e assim que o avião tocou no chão, nos levantamos e pegamos nossas coisas, descia a escada ainda na pista, andamos lado a lado até entrar numa sala vip e já escutava longe uma movimentação. Um dos meus seguranças me cercou e eu coloquei os óculos escuros saindo da sala e entrando no saguão, indo em direção à saída. O aeroporto estava tomado por jovens que chamavam o meu nome e estendiam cadernos e revistas numa tentativa de que eu pudesse dar um autógrafo, e claro, os paparazzi disparando flashes sobre mim. Andei de cabeça baixa, segurando a mão do meu segurança particular, e muito discretamente parei na frente de um carro todo preto e antes de adentrá-lo, olhei para trás e dei um sorrindo acenando para todos que estavam ali, por fim, sentei-me ao lado de Amber. E agora estávamos indo em direção à casa que fora alugada para que eu ficasse um tempo aqui.
Era bem cedo, o sol já estava brilhando e eu já sentia vontade de colocar um vestido bem leve e dar uma voltada pela praia. Mas, enquanto estávamos dentro do carro, Amber atendeu um telefonema, me avisando que assim que nos acomodássemos na casa, teríamos que ir para um endereço que lhe fora informado para conhecer uma pequena parte da equipe, e além de tudo, o meu professor de surf.
Conformada com a situação, assenti, virando o rosto para a janela e observando o mar de longe.
A casa era bem grande e suas paredes eram de vidro, deixando a casa mais maravilhosa ainda. Um dos empregados pegou minhas malas e levou para o quarto no andar de cima, e eu caminhei até abrir a porta que dava para umas escadas em direção à praia. Sentei-me ali no chão de madeira, meus cabelos bagunçando com o vento, o cheiro de mar, o sol esquentando minhas pernas dentro da calça jeans. A porta de vidro foi arrastada e ouvi os passos que se aproximavam de mim.
- Nós já temos que ir encontrar com a equipe. – minha assistente disse olhando para o mar.
- Ok! – eu levantei batendo as mãos nas minhas pernas retirando a sujeira ali. – Só vou trocar essa calça jeans por um short. – dei um sorriso entrando de volta para a casa.


***

O lugar que estávamos seria o lugar onde gravaríamos parte do filme, a praia era mais deserta do que as outras de Malibu, mas uma fita amarela e grades prateadas do lado direito e esquerdo da praia impediam que alguém invadisse o local das gravações, algumas pessoas andavam de um lado para o outro, iniciando a montagem de um dos cenários de frente para o mar.
E atrás de tudo, uma casa mediana completava o lugar. As janelas estavam abertas e a porta tinha uma cortina de pedrarias balançando com o vento. Amber já estava na varanda digitando algo no celular, e eu subi os degraus da casa, parando ao lado dela. A loira me sorriu e indicou a casa, me fazendo adentrá-la.
A sala parecia mais um escritório do que qualquer outra coisa quando eu entrei no cômodo, no centro da sala estava Marty sentando numa poltrona lendo um documento, no sofá ao lado dele mais dois homens que digitavam algo em seus computadores, uma mulher em pé perto da poltrona do produtor rabiscava algo num caderno e o mais perto da porta em que eu estava, um homem observava tudo aparentemente desinteressado. Ele era lindo! Estava paralisada analisando-o dos pés à cabeça. Ele tinha os cabelos negros e levemente bagunçados, as costas largas, os braços fortes – e o direito totalmente tomado por tatuagens esquisitas –, os olhos fixos no produtor me impediam de saber a cor deles ou a sua intensidade, mas o perfil dele era maravilhoso demais. Quem era esse cara? Estava tão distraída analisando o homem sem nome que tropecei, sem querer, num móvel da casa quase derrubando um vaso que estava ali decorando o ambiente, e senti meu rosto esquentar enquanto segurava o objeto colocando no seu lugar e sentia o olhar de todos sobre mim. Respirei fundo e ergui a cabeça olhando em direção ao senhor Marty que sorriu em minha direção ficando em pé.
- A nossa musa chegou! – ele disse animado e todos sorriram educados. – Seja bem-vinda, doce .
- Obrigada, Marty. – eu disse sorrindo e andei até ele, o cumprimentando. O homem me virou de frente para os outros dois homens sentados e me apresentou rapidamente, e por fim, me arrastou até perto da porta me fazendo ficar de frente para o homem que eu tinha analisado segundos antes.
- E esse é o . – ele apontou para o moreno que me encarou com um sorriso charmoso.
- ... Esse nome não é estranho para mim. – eu franzi a testa pensando onde já tinha ouvido falar sobre .
- Prazer, , surfista profissional e Campeão Mundial de Surf. – ele estendeu a mão e eu a aceitei.
- Ah, claro! Eu te vi na televisão. – eu sorri. – Então, você será meu professor de surf? – eu o questionei.
- Com muito prazer! – e ele piscou um dos olhos para mim.
E olhando naqueles olhos escuros eu soube que estava perdida. Eu sempre fui o tipo de pessoa que quer o desconhecido e que é apaixonado por aventuras. Entrei no mundo artístico não só por amar atuar, mas porque amava ser várias mulheres em uma só. Sempre amei me ver sendo uma menina doce, uma vilã ardilosa, uma médica ou dona-de-casa. Sempre gostei de ultrapassar meus limites, fugir da minha zona de conforto e invadir outros lugares, alcançar novos horizontes.
E como atriz eu consegui isso.
Junto a isso, me veio o sucesso, o reconhecimento, o carinho dos fãs e o dinheiro. No final, tudo o que eu sempre quis foi ganhar o mundo.
Mas, quando aquele moreno de olhos tão intensos me olhou, tudo o que pensei foi que queria muito mais que o mundo e o sucesso, eu queria aqueles olhos me admirando todos os dias.
Queria ser uma musa, mas não qualquer uma e de qualquer pessoa, mas dele. Queria ser mais do que uma atriz renomada com um troféu, queria ser a jovem mulher que eu sou.
Sem a fama e sem o status, só a .
Queria viver a aventura e tudo mais que os olhos de , indiretamente, me convidavam a viver.


Por ele


Depois do dia em que conheci , a atriz que seria a protagonista do filme, só nos vimos uma semana e meia depois, na mesma praia em que nos conhecemos. Eu desci do meu jipe carregando uma prancha média debaixo do braço e indo em direção à areia onde a morena estava sentada esperando sua primeira aula.
Ao lado direito dela, estava uma mulher loira que falava ao celular distraída – e que eu tinha descoberto ser a assistente pessoal da atriz –, e atrás das duas, um homem enorme com os braços cruzados fazia a sua segurança. Era engraçado e assustador, mas desde o dia em que eu tinha colocado meus olhos naquela mulher, algo em mim tinha acendido. Eu a queria. Queria na minha casa, na minha cama, no meu chuveiro. De manhã, de tarde e à noite. De todos os jeitos e posições possíveis.
Ela era gostosa. Uma das mulheres mais lindas que eu já tinha visto e era sexy. Puta merda, como conseguia ser daquele jeito? Ela andava rebolando naturalmente, e enrolava os seus cabelos nos dedos distraída, enquanto observava os cenários que lhe eram mostrados, mordia levemente os lábios quando era elogiada e piscava os olhos sorrindo quando gostava de alguma coisa. Ela era um pecado! Meu Deus, eu queria provar essa mulher. E eu tinha o resto do verão para conseguir isso.

Enfiei a prancha na areia e cumprimentei o segurança de antes de me sentar ao lado da mulher, dando o meu melhor sorriso. Ela estava tão distraída que só notou minha presença quando eu lhe dei um beijo na bochecha, fazendo-a se sobressaltar e me encarar com a testa franzida. Gargalhei da sua expressão e ela fez um bico que pede beijo, mas eu tive que me controlar para não avançar sobre a mulher.
- Ei! – eu disse a ela.
- Oi! Nem notei você chegando... – ela disse acalmando suas feições. – Hoje começam as aulas, enfim... – ela olhou para o mar.
- Sim! Está empolgada? Nervosa? – eu a questionei, tentando ao máximo ser educado e carinhoso.
- Sim! – ela sussurrou. – Um pouco apreensiva e com medo.
- Medo do quê, moça? – eu empurrei levemente o ombro dela e me encarou.
- Não gosto muito de mar aberto, sou mais de uma boa piscina. – ela comentou dando de ombros.
- Tem medo do mar? – eu perguntei arqueando a sobrancelha e o rosto dela ficou vermelho, me encarou e abriu a boca para responder, mas gaguejou ficando em silêncio e respirando fundo, antes de falar.
- Tenho medo de me afogar, ok? Nem adianta me zoar. – ela mostrou a língua e eu sorri malicioso.
- Quem dá a língua, quer beijo. – eu disse olhando para os lábios dela e me encarou profundamente.
- Você faz esse tipo, então? – ela disse como se refletisse sobre algo.
- Qual tipo? – eu franzi a testa.
- Esse tipo... Que flerta com qualquer uma, e muito provavelmente, que leva qualquer mulher para sua cama. – ela piscou um dos olhos e eu sorri.
- Só as mulheres gostosas. – eu pisquei para ela, que balançou a cabeça. – Vem comigo! – fiquei em pé e estendi minha mão.
- Onde? – ela perguntou ficando em pé com a minha ajuda.
- Você está de biquíni? – eu perguntei e ela assentiu confusa. – Ótimo! Para a nossa primeira aula, você precisa entender que o mar é o nosso lugar de paz, é onde passamos muito tempo, o nosso local de trabalho e lazer. Não pode ter medo, senão você vai passar isso quando estiver surfando e provavelmente cairá. E mais, quando for gravar, será um fiasco porque não vai conseguir passar a animação e os sentimentos positivos de quando estamos em cima de uma prancha de surf.
- E como eu vou aprender isso? – ela me questionou esperta e eu sorri.
Soltei sua mão quente e puxei a barra da minha camisa tirando-a e deixando sobre a canga da mulher, baguncei os cabelos e tirei os chinelos sentindo o olhar dela me analisando. Era gostoso sentir os olhares de sobre mim, era bom saber que não era só eu que ficava afetado com a presença dela.
Eu também a afetava e isso era muito bom. Eu a puxei para perto e ergui a blusa dela, retirando rapidamente, e quando joguei no chão, se afastou com os lábios entreabertos e os olhos arregalados com a minha atitude audaciosa. Eu indiquei o short com o dedo e a própria retirou a peça dobrando sobre o pano liso que estava na areia. Ela me encarou, e sem deixá-la raciocinar mais um minuto sequer, passei meus braços pelas costas e joelhos dela e a grudei no meu peito.
soltou um gritinho e apertou meu pescoço com medo de cair. De qualquer maneira, eu não iria derrubá-la.
- Me solta. – ela bateu as pernas no ar e eu ri. – Você é louco ou o quê?
- Calma, menina! Vou te ensinar tudo aquilo que eu te disse antes. – Ela me encarou em silêncio.

Caminhei até sentir meus pés tocarem a água gelada, invadindo o mar aos poucos, com o corpo delicioso de grudado no meu tronco, as mãos em sua cintura fina e os braços dela ao redor do meu pescoço, seu perfume cítrico enchendo meus pulmões. Quando já estava sentindo a água chegar na minha cintura soltei delicadamente , que desceu do meu colo com delicadeza, tremendo um pouco. Ela deu uns pulinhos e sorriu para mim. Grudou os braços na altura dos seios e as mãos apertando suas próprias bochechas mexendo o corpo no mar, eu ri balançando a cabeça.
- Você precisa se mover para não sentir frio. Você precisa sentir a água te tocar. – eu falei, inclinando meu corpo para frente e mergulhando em seguida.

Voltei para cima ficando na frente de , que deu um passo para trás surpresa e deu uma risada.
- Para você é fácil. – ela balançou a cabeça. – Você nasceu para o mar... – ela disse sincera e eu assenti dando de ombros.
- Mas, você consegue também. – eu segurei a mão dela e a virei de costas para mim.
Grudei nossos troncos, empurrei os cabelos dela para o lado direito e juntei nossas mãos passando pela água, enquanto andávamos para frente juntos. Ela suspirou e parou de andar, soltei suas mãos e fiz minhas mãos como concha jogando um pouco de água sobre o corpo dela, e riu.
E, num minuto, afastou-se do meu corpo e inclinou-se, mergulhando. Ela sumiu por alguns segundos, e quando se ergueu, foi uma das visões mais lindas e excitantes que eu já tinha visto até aquele momento. A morena jogou os cabelos castanhos claros para trás, ajeitando a calcinha do seu biquíni rosa em seu quadril e limpando o cantinho dos seus olhos, focou seu olhar em mim e deu um sorriso tão belo e sincero que... Eu poderia me apaixonar por naquele segundo.
Ela aproximou-se de mim e disse que estava pronta para suas próximas aulas, e saímos juntos dali em direção à prancha.
Passamos o resto da tarde juntos, enquanto eu a ensinava na areia como ficar deitada ou em pé na prancha de surfe, e sorria e fazia tudo que lhe era ensinado com graça e empenho.
E aquela só era nossa primeira aula.
E se nessa primeira aula eu já me sentia tão envolvido e querendo tanto essa mulher, me pegava pensando como seria quando estivéssemos nas últimas aulas.


Por ela

Não parecia, mas já estava aprendendo a surfar com há um mês e cinco dias, era incrível como ele amava aquele esporte e me ensinava tão bem.
Ele era calmo comigo, me instruindo quando eu fazia algo errado, me fazendo rir com suas brincadeiras e conversando comigo como se fôssemos amigos de longa data.
Sempre dizia para que eu ficasse relaxada e respirasse fundo antes de impulsionar-me para cima, ficando em pé sobre a prancha. Sim, eu já tinha conseguido pegar uma onda. Nunca imaginei que fosse tão maravilhoso ficar no meio de uma onda enquanto jogava a prancha e me equilibrava sobre ela, sentindo os pingos de água tocarem meu rosto e corpo. Não tinha sido a manobra mais radical e linda do mundo, mas tinha acontecido. E eu fiquei tão feliz que mesmo depois que eu caí da onda e a prancha foi jogada para longe de mim, fiquei em pé e corri para perto de que estava me olhando com um sorriso orgulhoso, com as gotículas de água voando para todos os lados. Sorri verdadeiramente e pulei sobre ele, o abraçando com todo meu corpo.
Meus braços ao redor do pescoço e minhas pernas na cintura dele, sorriu apertando minha cintura e me dando um beijo na bochecha, afastando-se só um pouco para olhar nos meus olhos e dizer um singelo “parabéns”, mas aquela situação, aquela posição... Meu Deus, eu sei que tinha sido eu que tinha provocado, mas eu estava excitada e quente por sentir o corpo de tão perto do meu. Naquele dia, eu notei que não era a única com desejos ali, já que o olhar de abandonou meus olhos fixando-se nos meus lábios. Mas eu, burra como sempre, pulei do colo do homem, pegando uma distância significativa e voltei a nadar, procurando alguma onda que eu pudesse tentar outra manobra com a prancha.
E ele ficou lá, parado e silencioso, me encarando.
Era estranho e assustador o que eu sentia quando estava com ao meu lado. Eu esquecia das minhas obrigações, responsabilidades e preocupações, e mergulhava fundo naquele mar junto a ele.
Com as aulas, comecei a notar que estava mais ali aprendendo a surfar por causa da presença irresistível do meu professor surfista do que por causa do meu papel como protagonista no filme. Comecei a perceber que ficava mais tempo pensando nele e em seus traços bonitos e maduros, no corpo malhado e na voz rouca, nos toques quentes que ele, por acaso, deixava em meu corpo do que nas falas da minha personagem.
Dali mais um mês, as aulas acabariam em definitivo.
As gravações começariam, e só estaria nos bastidores para uma ocasional ajuda.

E então, em mais dois meses, eu voltaria para Miami. Para minha casa.
E ficaria ali. Em Malibu, em sua casa. E provavelmente nunca mais nos veríamos.
E, sem motivo aparente, aquilo apertava meu coração de uma maneira asfixiante.

Por ele

O sol estava se pondo quando nos sentamos na areia juntos. tinha aprendido tantas coisas e desenvolvido tanto nas aulas, que eu já tinha comentado com um dos diretores que ela estava pronta para gravar as cenas no mar. Ela tinha sorrido para mim e dito que estava animada para gravar tais cenas, mas naquele momento, ela parecia longe de estar animada. Tinha passado o dia todo silenciosa e pensativa, respondendo o mínimo possível as minhas perguntas e brincadeiras – falhas tentativas de chamar a atenção da morena –, permanecendo focada ora nas ondas em que tentava fazer manobras com a prancha e outrora olhando fixamente para a casa de locação.
Durante aquele um mês e vinte dias em que estávamos convivendo tinha descoberto uma mulher maravilhosa e encantadora. Confesso que quando a conheci, na sala daquela casa atrás de nós, eu só tinha pensado e observado o corpo e o rosto bonito de , mas ao decorrer dos dias com a convivência fui notando a pessoa incrível que ela era.
.
Nunca fui muito de seguir pessoas ricas e famosas, mas era difícil você viver nos Estados Unidos e nunca ter ouvido esse nome. Não era muito ligado a fama e ao cinema, mas já tinha ouvido comentários positivos sobre como atriz. Mas também já tinha ouvido comentários depreciativos sobre a personalidade dela. Diziam que a mulher era egocêntrica, antipática e esnobe; falam nas revistas em geral que por vir de uma família nobre – seus pais também eram atores famosos – ela se sentia a próxima estrela de Hollywood.
Ou seja, todos os julgamentos que faziam dela não eram dos melhores.
Mas, então, eu a conheci.
E tudo que um dia eu tinha ouvido falar sobre ela, caiu por terra.
era muito melhor do que a mídia falava. Ela era simples, educada e simpática. Sempre com um sorriso no rosto, tratando a todos de igual para igual, fazendo com que as pessoas se aproximassem e se sentissem bem ao seu lado. Desde o dia em que chegou vi cumprimentando desde a moça da limpeza até os diretores com o mesmo sorriso e simpatia. Comecei a notar que a mídia monta a imagem que deseja de quem quiser, e nem sempre a imagem que mostram daquele artista é o “verdadeiro eu” dele.
O que é muito triste e decepcionante.
O que passou a ser importante é que tive o prazer de conhecê-la e me tornar um bom amigo. Ela era esperta e esforçada, tentando reproduzir cada instrução com o máximo de empenho possível, e mostrando-se dedicada em tudo. Passávamos boa parte dos dias juntos, e com isso, tornou-se inevitável não conversamos bastante, ao ponto de nos tornarmos verdadeiros amigos. Mas, naquele momento, não conseguia sondá-la ou falar com a mulher que permanecia inerte, como se estivesse viajando em outro planeta.

- Você está bem, sereia? – eu falei com a voz baixa.
- Ãh? – ela franziu a testa me olhando surpresa, por fim, balançou a cabeça jogando o cabelo para trás. – Quer dizer, estou sim... Por quê? – ela sorriu levemente.
- Está silenciosa hoje. – eu comentei casualmente olhando em seus olhos.
- Não estou. – ela disse enrolando uma mecha em seu dedo e eu arqueei a sobrancelha. – Estou? – ela perguntou, corando.
- Muito. – eu a respondi divertido. – Aconteceu algo? Está preocupada com o filme? – eu a questionei.
- Não é isso. – ela negou. – Eu só estou pensando que já gravei boa parte do filme, as cenas de surf estão sendo gravadas, e eu só consigo pensar é que o verão está perto do fim.
- Ainda falta um mês e meio, ! – eu disse rindo divertido.
- Num piscar de olhos acaba, surfista! – ela empurrou meu ombro delicadamente e eu abracei a cintura dela.
- Pode confessar, juro que guardo segredo... – me encarou confusa e curiosa com o que eu diria. – Eu sei que vai sentir saudades de mim. – disse convencido e ela fechou os olhos rindo, ruguinhas formando-se no cantinho dos olhos dela.
- Convencido! – ela beliscou minha barriga e eu grunhi. – Talvez eu sinta um pouco... Quem sabe? – ela colocou o dedo indicador no queixo e arqueou a sobrancelha com os olhos brilhando.
- Quem sabe, né? – dei de ombros olhando para o mar à nossa frente. – Olha, vamos parar de tanto mel e deixa eu te fazer um convite. – eu a encarei. – Hoje vai ter uma festa luau ali perto daquelas rochas, sabe? – apontei para o nosso lado direito e acompanhou com o olhar. – Queria que você fosse comigo. Vai ser bem legal, é uma festa privada e será bom para nos distrairmos do trabalho. O que acha?
- Vou precisar dos meus seguranças? – ela arqueou a sobrancelha.
- Não. – balancei a cabeça fingindo pensar. – Acho que eu e o Chad damos conta de te proteger. – cruzei os braços com um sorriso pequeno.
- Então, eu aceito! – ela bateu as mãos com um sorriso ridiculamente brilhante e perfeito.


Por ela

Depois de aceitar o convite de , voltei para a casa em que eu estava vivendo durante aquele período e fui tomar um banho para relaxar. Não tinha dito totalmente o motivo de estar em silêncio para . A verdade é que além de estar pensando sobre o término do verão e das gravações, estava sofrendo antecipadamente a despedida entre eu e ele. Era engraçado pensar nisso, principalmente porque não tínhamos tido nada. Não tínhamos nos beijado ou feito sexo, e mesmo assim, eu sentia que quando o verão acabasse estaria perdendo uma das melhores coisas que tinha acontecido comigo desde muito tempo.
Então, eu estava pensando como vou poder dar as costas a Malibu e deixar para trás com grandes chances de nunca mais revê-lo? Ele, em pouco tempo, tornou-se um dos meus melhores amigos e tudo que eu queria era ficar ao lado dele. Aceitar o convite para o Luau foi fácil, não me importaria se precisasse de mil seguranças para comparecer à festa, não me importaria se me proibissem de ir ou tivesse que ir de calça jeans e camiseta – por falta de vestimentas ideias para esse tipo de evento – contanto que eu estivesse perto e aproveitando cada minuto ao lado de . Algum dos meus pensamentos me deixavam com medo, sentindo-me um pouco psicótica, mas não era isso. Eu estava encantada por ele.
era um mulherengo de carteirinha. Safado e com brincadeiras na ponta da língua a todo momento, mas também sabia as horas de falar sério e conversar como o adulto que é. Ouvia minhas lamúrias e contava sobre seus planos futuros, comentava sobre suas vitórias e campeonatos, ao mesmo tempo que escutava sobre os meus papéis e minha iniciação como atriz.

Às nove horas da noite, e Chad apareceram na frente da casa em que eu estava, e ao lado de Amber entrei no jipe indo em direção à praia. O local estava cercado por fitas brancas e pretas, uma entrada criada com tochas altas sendo controladas por dois homens altos e fortes que conferiam em uma lista o nome dos convidados. Fomos parados por eles, que encontraram rapidamente o nome de e Chad – que automaticamente falaram que eu e Amber eram suas convidadas – logo que fomos autorizados a entrar usando uma pulseirinha no braço direito nas cores prata e dourado, observamos a primeira parte da festa. Tendas com panos em branco e preto estavam delimitando aquele espaço com pufes espalhados e tapetes forrando o chão, em seguida, o local era totalmente aberto. Em direção ao mar, tinha uma fogueira acesa e pessoas cantavam ao redor dela seguindo o ritmo de um violão. Atrás de nós, um balcão estava montado e dois homens criavam e serviam alguns drinks coloridos e mais para frente, estava uma pista de dança.
O lugar estava bem arrumado e divertido. Logo no início da festa, as pessoas me reconheciam e pediam para tirar fotos ao meu lado, ignorando totalmente quem estava comigo. Eu já estava ficando incomodada quando as pessoas pararam de me notar e foram se divertir dançando, cantando ou bebendo.
Eu e Amber também bebemos uns drinks e dançamos durante muito tempo, enquanto e Chad estavam perdidos em algum outro local da praia. Eu queria tanto que o viesse dançar comigo. Queria tanto beijá-lo, porque eu sabia... Eu bem sabia que meu tempo estava acabando.
Quando o relógio do meu celular marcava meia noite e dez, senti duas mãos grandes cobrirem minha cintura e grudar nossos corpos, numa dança sensual e aconchegante. Virei-me delicadamente, erguendo a cabeça e encontrando o olhar terno de . Sorri. Pois tinha demorado um tempo para que meu desejo íntimo se realizasse, mas estava na minha frente, segurando minha cintura e dançando grudadinho em mim. E eu duvidava que houvesse sensação melhor do que a que eu estava sentindo naquele momento.
- Está maravilhosa, sereia. – ele comentou dando passos tímidos comigo para direita e esquerda.
- Obrigada! – dei um sorriso casto. – Você também está muito bonito, surfista. – gostava de quando nos chamávamos pelos nossos apelidos bobos, ele sorriu.
- O que está achando do Luau? – ele afastou nossos corpos e girou meu corpo no meu próprio eixo voltando a segurar minha cintura.
- Estou adorando. A decoração está incrível, todos são muito simpáticos e a música é de ótimo gosto. – eu comentei casualmente.
- Bem diferente do que está acostumada, não é? – ele comentou.
- Bem diferente. Mas posso te contar um segredo? – eu fui abaixando o tom de voz e ele assentiu. - Eu prefiro mil vezes mais esse Luau do que as festas em que eu participo. – eu disse aproximando minha boca da orelha de e falando num sussurro, o moreno soltou uma risada fofa que me fez encará-lo com carinho.

Ficamos durante um tempo em silêncio, só dando pequenos passos de um lado para o outro, sentindo a música nos encher de uma sensação boa.
- Também vou sentir sua falta. – disse repentinamente, fazendo com que eu erguesse meu olhar e o encarasse encantada e surpresa.
- Vai? – eu o questionei, o moreno assentiu.
- Claro que vou. – ele confirmou. – Você é mil vezes melhor do que eu imaginei quando te vi a primeira vez.
- Fico feliz que eu pude mostrar para você, e acredito para o resto da equipe, quem é a verdadeira. – pisquei um dos olhos sorridente e ele segurou minha cabeça pela nuca encarando fixamente meus olhos.
- Fico feliz que tenha mostrado para mim essa maravilhosa e amiga que você é. – beijou minha testa, afagando meus cabelos. – Vamos dar uma volta? – ele me questionou e eu assenti.

Nos afastamos aos poucos e demos as costas para a pista de dança e todos os convidados, indo em direção às rochas que estavam mais longe do local da festa. Caminhávamos em silêncio, sentindo o vento tocar nossos corpos e a música ficando cada vez mais longe. Em algum momento, nossas mãos se roçaram, e quando notei tinha entrelaçado nossos dedos. Eu o olhei, analisando seu perfil sereno e sorri. O moreno contava sobre alguma outra festa que ele tinha participado e que acabou estragando tudo no final, e eu ria divertida, imaginando o quanto aquele cara era atrapalhado e festeiro. foi andando cada vez mais perto do mar e eu parei, sentando na areia.

- Vamos molhar os pés. – ele pediu com a voz baixa.
- Não! – eu disse fechando os olhos. – Não quero...
- Pare de ser chata. Vamos, é divertido. – ele ajoelhou-se na minha frente.
- Está escuro, não vou conseguir ver nada lá. Por que você quer ir mais perto do mar? – eu abri os olhos o questionando.
- Porque eu nasci para o mar. – ele disse piscando um dos olhos, e eu sorri balançando a cabeça. – Vamos lá, , você nunca nadou no mar à noite?
- Ei! Você disse para irmos molhar os pés e agora é para irmos nadar? – eu arqueei a sobrancelha e ele colocou a mão na boca, olhando ao redor. – Eu não gosto de nadar nem durante o dia, imagina à noite. É perigoso! – eu disse arregalando os olhos, temerosa.
- Eu te protejo, juro! – ele beijou as pontas dos seus dedos indicadores e eu ri. – É muito bom nadar durante a noite, as estrelas sobre nossas cabeças, o mar é mais calmo. Por favor?
- Não estou com a roupa apropriada para isso, . – eu tentei mais uma vez achar um motivo para não fazer aquela loucura e ele pareceu ponderar, mas durou menos de um minuto, quando ele sorriu maliciosamente erguendo-se.
- Você está de calcinha e sutiã, não está? – arqueou a sobrancelha e eu abaixei a cabeça sentindo minhas bochechas corarem. – Podemos nadar com nossas roupas íntimas, não vou te atacar, ok? – ele retirou a camiseta e jogou ao meu lado, chamando minha atenção.
- Que vergonha, ! – fiquei em pé e abri o zíper do meu vestido florido na lateral do meu corpo. A peça de roupa arrastou-se pelas minhas pernas até tocarem a areia, me deixando seminua na frente de , que de um jeito fofo e cavalheiro, virou de costas para mim sem analisar meu corpo.
- Pronta? – ele perguntou encarando o mar, os pés já descalços e o corpo coberto somente por sua boxer preta. Eu respirei fundo prendendo os meus cabelos no alto com uma presilha e parei ao lado dele, unindo nossas mãos.
- Sim! – eu o respondi e me olhou sorrindo.

Então corremos em direção ao mar, sentindo nossos pés tocarem a água gelada segundos depois. Dei um pulinho com o choque e joguei meu corpo para trás, mas me impediu trazendo meu corpo para mais perto do dele, nos fazendo andar para mais dentro da imensidão azul. Passei meu braço pela cintura dele e ergui a cabeça olhando as estrelas e sentindo o vento quente tocar meu rosto. Paramos quando a água ainda tocava minha cintura, e passamos a nadar um pouco, jogar água um no outro e conversar.

- Então, desde muito pequenina, seu sonho era ser atriz? – ele me questionou enquanto jogava um pouco de água sobre seus braços.
- Sim. Acho que nasci para isso. – eu o respondi sincera.
- Mas será que não é por causa dos seus pais... Quer dizer, será que você teria essa mesma vontade se eles fossem médicos, advogados, empresários? – ele questionou franzindo a testa. - Pode ter sido mais um dos motivos, por ser algo que eu conheço desde que nasci... – eu ponderei. – Mas, eu sinto que independentemente de quem meus pais fossem, ainda assim eu iria querer ser uma atriz de sucesso, principalmente. – eu sorri. – E você? Por que o surfe?
- Olhe ao seu redor e você encontrará a resposta. – ele respondeu e ficou em silêncio olhando o mar, a linha do horizonte. Acompanhei o seu olhar. – O mar é infinito, é feroz, é calmo e agitado, é turbulento. Mas traz uma paz tão grande quando estamos dentro dele. – ele ficou pensativo observando suas mãos. – Eu sempre morei no litoral e minha família passava as tardes de sábado na praia. Eu ficava olhando os caras mais velhos correndo com uma prancha em direção ao mar e pensava o quanto eu queria ser como eles um dia. Quando eu já tinha uns dezesseis ou dezessete anos, entrei numa escola de surfe e comecei a aprender tudo sobre o esporte, tinha me decidido em seguir como profissão. Minha mãe achava que era fase, mas me apoiava de qualquer forma. Meu pai não achava uma boa ideia, queria que eu buscasse uma profissão mais saudável e bem vista pela sociedade, como médico ou advogado. Eu não queria isso. Brigamos algumas vezes, mas eu superei tudo e aqui estou. Fizemos as pazes e eles são orgulhosos por tudo que eu conquistei com o surfe. – ele suspirou e me olhou profundamente. – O mar consegue esconder os maiores segredos do mundo. Mas consegue revelar todos também. Aqui você pode ultrapassar seus limites e sentir-se como se fosse imbatível. Eu acho que você tem razão. – ele concluiu e me deixou confusa com sua última frase.
- Razão sobre o quê? – o questionei.
- Eu realmente nasci para o mar e essa é a melhor explicação para o motivo de ter escolhido o surfe como profissão. – ele me respondeu e eu sorri verdadeiramente.
- Temos mais coisas em comum do que imaginamos, no final das contas. – eu comentei dando um passo à frente.

Mas, antes de alcança-lo, as coisas aconteceram rápido demais, e uma onda cobriu totalmente o meu corpo. Puxando-me para baixo.
Levando-me para baixo da onda, sentindo a escuridão me tomar por completo. O ar preso nos meus pulmões, meus olhos ardendo, minhas mãos batendo em todas as direções, tentando me levantar, erguer o meu corpo.
Onde estava o ? Eu precisava de ajuda!
Estava morrendo de medo de me afogar. Não acreditava que justamente quando estava mais confiante com o mar, uma onda me passava uma rasteira daquelas. Eu estava sentindo a água entrar pela minha boca, quando mãos fortes me puxaram para cima e eu agarrei seu pescoço com tudo que havia em mim. Quando meu corpo emergiu, cuspi a água ao lado do meu corpo, apertando os olhos que ardiam, tossindo desesperada por oxigênio. Senti um braço passar pelos meus joelhos e apoiar minhas costas, andando em alguma direção desconhecida por mim. Logo meu corpo estava sendo colocado na areia e eu abri os olhos, encontrando com seu corpo parcialmente sobre o meu, analisando-me com temor e preocupação. O moreno afastou os fios de cabelo da minha testa e acariciou minha bochecha, respirando fundo.

- Desculpa! Você está bem? – ele me questionou. – Desculpa, eu deveria ter notado a onda aproximar-se de nós. Eu deixei você cair. Me perdoa. – ele disse tristemente, a voz beirando o desespero. – Eu sou uma péssima pessoa. Eu que pedi para você ir até lá e olha só o que aconteceu.
- Calma! – eu disse com a voz baixa tocando seu rosto. – Estou bem. Juro que estou. – eu puxei mais ar para dentro dos meus pulmões. – Não tinha como você perceber, foi tudo tão rápido, mas eu estou bem. Você me salvou! – eu arrastei meus dedos até os cabelos dele.
- Não antes de você engolir uma quantidade razoável de água. – ele balançou a cabeça, fechando os olhos.
- Ei! – eu segurei o rosto dele com minhas duas mãos. – Eu estava com um pouco de sede, então, não foi de todo ruim. – eu sorri divertida e ele abriu os olhos.
- Não tem graça, . – ele disse bravo e eu sentei-me ficando com nossos corpos mais perto ainda, enquanto ele permanecia de joelhos à minha frente.
- Precisamos nos divertir com a vida. – comentei. – Mesmo quando coisas ruins acontecem, precisamos tirar algo bom dali.
- Você me disse que tinha medo de se afogar e olha o que aconteceu... – ele parecia verdadeiramente chateado.
- E eu tenho medo, estou tremendo pelo o que houve. – eu o respondi com sinceridade. – Mas o meu professor de surf me ajudou a vencer esse medo e eu melhorei bastante. No fim, eu sabia que ele estava perto de mim e me salvaria.
- Desculpa. – ele sussurrou fechando os olhos.
- Obrigado por me salvar. – eu disse com simplicidade e carinho.
Ele abriu os olhos e colocou seus braços em volta da minha cintura, aproximando nossos corpos, me aconchegando num abraço confortável, gostoso e molhado. O corpo dele estava gelado por causa da água, mas a respiração dele batendo no meu pescoço estava quente. O cheiro dele era irresistível, os batimentos agitados dele eram sentidos perceptivelmente pelo meu tronco, meus seios espremidos pelo seu tórax. Meu Deus, eu estava com muita adrenalina passando pelo meu organismo, e sentir aquele corpo grudado no meu, era demais para mim. Definitivamente.
Por isso, acho que não raciocinei direito quando afastei meu rosto da curva do pescoço dele e segurei o rosto dele, roçando nossos narizes num toque gentil e calmo. A respiração dele tornou-se mais ofegante e as mãos dele apertaram mais forte minha cintura. Eu abri os olhos analisando o seu rosto bonito, os cabelos molhados e o corpo escultural. Meus olhos desceram para seus lábios que eram mordidos fortemente pelos seus dentes e eu mordi meu lábio inferior tentada com aquela visão. Ergui meu dedo indicador e passei sobre os lábios dele, inclinando meu rosto para mais perto do dele, até que grudei nossas bocas. Primeiro, era só um selinho delicado.
Passei minha língua no lábio inferior dele e abriu sua boca, tocando nossas línguas e nos entregando em um beijo calmo e intenso. Nossos gostos se misturando, nossas línguas se entrelaçando e nossas respirações ofegantes. Minhas mãos seguravam firme os fios de cabelo da nuca dele, enquanto as mãos fortes dele apertavam minha cintura com posse. Ficamos durante um bom tempo nos beijando e compartilhando nossos gostos. Seu beijo era quente e delicado ao mesmo tempo. Era maravilhoso demais. Poderia muito bem passar a noite toda beijando .
Entre um selinho forte tascado em meus lábios avermelhados e um carinho no rosto dele, senti meu corpo indo de encontro à areia. Os olhos de fixos nos meus, o corpo dele entre minhas pernas inclinando-se cada vez mais sobre meu corpo, as minhas mãos tocando cada pequena parte dele. Estávamos escondidos pelas rochas, o mar batendo contra as pedras respigando em nossos corpos já secos, as vozes e música da festa distante de nós.
Era somente eu e ele.
E eu sabia o que estava preste a acontecer. Mas eu precisava dizer algo antes que aquilo acontecesse e meu coração se quebrasse em mil pedacinhos.
- Não quero ser mais uma vadia na sua cama, . – eu disse repentinamente, tirando coragem de algum lugar desconhecido, e o homem me encarou franzindo a testa.
- Tecnicamente, não estamos na minha cama. – ele riu mordendo o lábio inferior e eu revirei os olhos. – Brincadeirinha, mas eu sei... E, me escute, você nunca seria mais uma vadia. Eu me encantei e pensei em ter um momento assim contigo desde que eu te vi pela primeira vez. – ele comentou casualmente.
- Safado! É disso que estou falando... Não quero ser uma qualquer.
- Se você não quer que aconteça nada entre nós, tudo bem. – ele falou. – Eu vou ficar decepcionado, bastante frustrado, mas ok. – ele franziu o nariz. – Por mim tudo bem continuar só com os beijos. – ele inclinou me dando um selinho gostoso.
- Não! – disse quase num sussurro desesperado. – Fica comigo! Pode me beijar, me tocar, me sentir... Pode me ter essa noite, . Eu quero te ter comigo essa noite também. – eu disse com malícia na voz, o corpo tremendo de excitação e ansiedade.
- Não sei se vou ficar saciado só com uma noite, ! – ele acariciou minha bochecha sem desviar nossos olhos.
- Que bom que temos trinta noites ainda para aproveitarmos juntos. – eu disse piscando um dos olhos e ele gargalhou.

Apoiei meu corpo nos cotovelos e passei a língua na boca dele, sentindo o braço dele apertar minha cintura e a outra mão puxar meus cabelos da nuca grudando nossos lábios num beijo com mais rapidez e pressão. Nossos quadris estavam tão perto e eu conseguia sentir sua excitação crescer cada vez mais, roçando nossas regiões pélvicas numa dança sensual. Fui deitando meu corpo sem nunca abandonar os lábios macios dele, puxando o seu corpo delicioso para cima do meu e deixando que uma de suas pernas ficassem entre as minhas. Levei minha mão direita até os cabelos dele e a outra guiei até o meio das suas costas descendo até a barra da boxer dele e voltando para arranhar a lateral do corpo dele, sentindo sua pele arrepiar da mesma maneira que a minha pele estava eriçada. Ele desceu seus beijos para meu queixo e pescoço, distribuindo beijos e lambidas sobre minha pele, puxando meu cheiro para dentro de si, e apertando minha carne em suas mãos.
Aquilo era bom! Era delicioso.
Ele escorregou uma de suas mãos para a parte de trás do meu corpo e, instantes depois, senti meu sutiã afrouxar em meus seios, e pude sentir o sorriso de formar-se em sua boca, enquanto ele continuava a beijar a pele da minha barriga. Ergui a cabeça o observando beijar com devoção minha pele, aproximando-se da minha intimidade coberta pela calcinha rendada e então voltar seus beijos para o perto do meu umbigo, eu acariciei seus cabelos chamando a atenção dele para mim. Os nossos olhares se conectando paralisava tudo o que acontecia ao nosso redor, era como se nada no mundo fosse mais importante do que aquele momento, era como se através dos seus olhos me dissesse o quanto éramos certos juntos.
Ele sorriu maliciosamente escalando meu corpo, deslizando suas mãos pelas minhas pernas e coxas e beijou novamente meus lábios com tanta doçura que meu coração explodia dentro da minha caixa torácica. Desci minhas mãos até o elástico de sua cueca, circulando meu dedo pelas laterais, sorrindo divertida enquanto beijava o pescoço perfumado dele. Em algum momento de distração dele, empurrei a peça íntima dele para baixo e sorri perto do ouvido dele.

- Ops! – exclamei com uma falsa inocência e ele me olhou intensamente.
agarrou as laterais da minha calcinha e puxou para baixo dando um sorriso convencido no final. E eu sorri.
E o senti dentro de mim.
E gemi seu nome, milhões de vezes durante o resto daquela noite, enquanto sentia toda a masculinidade dele me preenchendo, me tomando para si. Fechei os olhos apertados enquanto sentia as sensações e me entregava de mãos unidas a , ao prazer que nos envolvia. Ouvia seus sussurros, sentia seus beijos pela minha pele, acariciava seu abdômen e rosto e arranhava suas costas, cheirava seu pescoço e nada nunca parecia suficiente. A areia pinicava meu corpo, meus cabelos estavam embolados sobre minha cabeça, o risco de sermos flagrados naquela situação pecaminosa era gigantesca, mas tudo que eu queria era mais dele. Quando atingimos o máximo do nosso prazer, deixou-se cair sobre meu corpo, respirando em minha pele. Estávamos suados e exaustos, além de tudo, precisávamos urgentemente de um banho. Ele rolou para o meu lado direito e puxou meu corpo para mais perto do dele, abraçando meu corpo e escondendo com seus braços os meus seios. Fechei os olhos escutando o barulho das ondas se quebrando um pouco mais longe de nós.

- Você é linda. – ouvi a voz rouca e sussurrada de acabar com o silêncio. – E deliciosa. E incrível. E se antes eu não tinha certeza se ia ficar saciado, agora eu sei, não vou nem tão cedo me saciar de ti. – ele falou lentamente apertando nossos corpos.
- Isso é tão gostoso. – abri os olhos apoiando meu rosto em seu peito. – Não queria levantar daqui nem tão cedo, sabia? – eu disse rindo e ele me acompanhou.
- Mas precisamos, senhorita . – ele me deu um selinho. – Logo o dia vai amanhecer e não queremos ser pegos nessa situação, não é? – ele disse sabiamente e eu fiquei sentada num instante pegando meu sutiã e tentando prender o fecho de trás.
sentou-se e segurou as alças ajeitando em seu lugar e fechando a peça na parte de trás, depositando um beijo em meu ombro, encostando sua testa nas minhas costas acariciando minha cintura num carinho tranquilo.
- As coisas não vão ser esquecidas, vão? – ele me questionou segundos depois. – Porque eu não quero esquecer. Se possível, eu quero repetir... Durante um bom tempo. – ele falou sério apertando seus braços ao meu redor. – Eu gostei muito de ficar contigo e se temos pouco tempo vamos aproveitar.


Horas mais tarde, tínhamos chego na casa do surfista, avisei Amber através de uma mensagem de que dormiria fora e que estava bem, e depois desliguei o celular indo tomar um banho quente e relaxante ao lado de . Algum tempo depois, o sol já estava nascendo quando deitamos lado a lado na cama do moreno, que me beijou intensamente mais algumas vezes antes de abraçar meu corpo com se eu fosse um ursinho e nos entregarmos ao sono. Eu não sabia, mas aquela não seria a única vez que eu dormiria na cama de , abraçada com o surfista como se nada mais houvesse do lado exterior da casa.


Por ele


Senti os raios do sol atingirem meu rosto e parte do meu corpo, lembrando-me que na noite anterior tinha esquecido de fechar as janelas, e automaticamente franzi a testa com preguiça de ir fechá-las para voltar a dormir. E, de qualquer maneira, não queria me movimentar muito e atrapalhar o sono de . Nossas pernas estavam entrelaçadas por baixo do lençol azul, meu braço sobre a cintura fina dela e a mão dela apoiada em meu abdômen, fazia-me lembrar o quanto eu não suportava dormir e acordar com uma mulher grudada daquela maneira em mim, mas com era tudo tão diferente. Era gostoso e estranhamente agradável tê-la daquele jeito perto de mim.
A respiração ritmada e calma dela era o único barulho dentro do quarto, e eu refletia sobre todo o tempo em que estávamos juntos. Não estávamos juntos oficialmente, mas juntos à nossa própria maneira. Fazia um mês desde o dia em que eu e ela tínhamos nos entregado ao prazer naquela praia.
Era maravilhoso passar meu tempo com ela, as aulas tornaram-se mais produtivas e interessantes, nossas conversas tornaram-se mais sinceras e nos divertíamos de verdade juntos, além disso, obviamente o sexo com era incrível. E, vivíamos aquele período intensamente, aproveitando ao máximo a companhia um do outro.

Mas, estava perto de ela ir embora, o filme estava sendo concluído em mais sete dias. A divulgação e a parte dos efeitos especiais seriam colocados em prática, e não seria mais necessário a presença de ali em Malibu. Ela poderia voltar para sua casa em Miami. E por alguma razão totalmente desconhecida por mim, eu sentia meu peito arder por pensar em nunca mais vê-la. Sempre odiei despedidas. E eu sabia que tinha motivos muito grandes para não querer me despedir de .
Eu era um mulherengo incorrigível, adorava os jogos de sedução e as variações de mulheres que eu conseguia trazer para minha cama. Mas, depois de , tudo isso tornou-se fútil e imbecil, tornou-se em nada.
E tudo que eu pensava e queria era ela.

Abri os olhos admirando o sono tranquilo dela e depositei um beijo no topo da cabeça dela, voltando a descansar minha cabeça no travesseiro e fechando os olhos. Senti os braços dela me envolverem mais firmemente e um beijo ser depositado no meu ombro, fazendo-me abrir os olhos e encontrar os dela me encarando carinhosamente. Ela ergueu a cabeça e depositou um selinho em meus lábios e franziu a testa, em seguida, colocando uma de suas mãos sobre os olhos impedindo os raios solares de atingirem seu rosto.
- Você não fechou as janelas! – ela exclamou. – Eu tinha te pedido antes de virmos para a cama. – ela revirou os olhos desvencilhando-se dos meus braços.
- Mas, você me distraiu. – eu a respondi piscando um dos olhos, prendendo o corpo dela contra o meu. – E você poderia ter fechado sozinha as janelas, sereia. – eu a provoquei e ela balançou a cabeça negativamente tentando me empurrar para longe.
- Surfista, deixa eu fechar as janelas agora. – ela choramingou olhando nos meus olhos. – Esse sol no meu rosto está me incomodando.
- Minha sereia manhosa, para de reclamar, o dia está tão lindo. – eu pulei meu corpo sobre o dela, me posicionando atrás de e a abraçando enquanto olhávamos a janela aberta, o sol brilhando lá fora e o som das ondas se quebrando. Aquilo era o paraíso.
- Posso falar algo muito, muito, muito clichê? – ela disse depois de um tempo ainda de costas para mim, entrelaçando nossas mãos e apoiando em sua barriga desnuda.
- Pode. – eu a respondi distraído.
- Todos os dias são lindos para mim depois que eu passei a conviver contigo. – ela disse num sussurro e eu abri a boca surpreso e tocado pelas suas palavras.
- Está apaixonadinha por mim, senhorita . – eu disse num tom de brincadeira, mas não gostou, pois repentinamente a morena soltou minhas mãos e empurrou meu corpo para longe do dela. – Ei!
- Você é um idiota! Eu disse que ia ser clichê... – ela sentou na cama olhando ao redor do quarto procurando por algo e eu fiquei em pé, dando a volta na cama, até ajoelhar na frente da mulher. – Sai da minha frente, vai, !
- Não, espera... – eu pedi tentando segurar as mãos dela novamente. – Qual o problema com o que eu disse? E se você estiver apaixonada por mim? Seria tão ruim assim? – eu franzi a testa descontente ela me encarou impassível.
- Não quero me apaixonar sozinha, . – ela me respondeu.
- E quem disse que você vai se apaixonar sozinha? – eu arqueei a sobrancelha e ela desviou o olhar do meu guarda-roupa, encarando-me com atenção.
- O quê? – ela me perguntou num fio de voz e eu sorri segurando seu rosto em minhas mãos.
- Eu estou me apaixonando por você, . – eu confessei, sentindo meu coração bater mais rápido, meu corpo tremer e o suor frio escorrer pelas minhas costas. – E você? Você está ou pode se apaixonar por mim? – eu perguntei num tom de voz carente demais, mas não consegui impedir que minha voz saísse daquele jeito.
- Eu estou me apaixonando por você também, . – ela disse com os lábios próximos demais dos meus, em seguida, depositando alguns selinhos em minha boca.


Quando nos embolamos novamente nos lençóis da minha cama, ainda aquela tarde, eu tinha certeza que estávamos cometendo uma grande loucura por nos apaixonarmos. Mas também sabia que essa loucura seria a mais incrível e maravilhosa de todas, pois não importava o que aconteceria dali cinco dias, um mês ou mais tempo ainda em nossas vidas. Porque eu sabia que em algum momento aquilo seria o nosso maior acerto.
Daria tudo certo no final, era o que eu mais queria acreditar.


Cinco dias depois...


A empregada da casa luxuosa abriu a porta de entrada para mim, e logo encontrei Amber sentada no sofá assistindo o jornal da manhã segurando uma xícara de porcelana, a mulher me cumprimentou de longe e indicou as escadas.
Logo que alcancei o andar de cima, andei apressado até a última porta do corredor, abrindo-a sem nem bater na porta de madeira branca. Assim que o quarto foi revelado, encontrei de frente para uma mala média, enfiando algumas blusinhas lá dentro com os seus olhos avermelhados, uma música tocando num volume alto em seu Ipad sobre sua cama desfeita. Ela tinha os cabelos presos num coque alto, usava um short curto e sutiã rosa rendado, por cima dessas duas pequenas peças de roupa vestia um robe branco totalmente aberto. Entrei no quarto e assim que fechei a porta, ergueu o olhar encontrando-me encostado ali a admirando. A morena piscou um dos olhos, deixando uma lágrima teimosa escorrer pela sua bochecha e ela, envergonhada, olhou para baixo limpando depressa a prova do seu choro e tentando fechar o zíper da mala. Caminhei devagar até ajoelhar-me à sua frente e puxar seu corpo para meu colo beijando intensamente e com delicadeza seus lábios macios e avermelhados, sentindo o corpo dela relaxar entre meus dedos e suspirar.
Enchi seu rosto de beijos, arrancando sorrisos tímidos dela e sendo recompensado por um cafuné dela; ergui-me segurando ainda em meu colo e sentei em sua cama, apoiando minhas costas na cama. A morena entrelaçou seus braços ao redor do meu pescoço e encaixou seu rosto ali respirando calmamente, e eu acariciei sua cintura lentamente.
- Não acredito que estou voltando para Miami. – ela disse repentinamente fazendo com que meu coração apertasse ao ouvir aquela frase pela sua boca.
- Toda sua vida está lá, . – eu me forcei a falar algo.
- Mas, eu não quero mais viver lá... – ela choramingou e eu fechei os olhos apoiando meu queixo em sua cabeça. - Não quero ficar longe de você, surfista.
- Também não quero ficar longe de você, sereia. – eu disse com sinceridade e carinho em minha voz rouca.
- Será que depois de tudo seremos apenas um amor de verão para o outro? – ela afastou-se minimamente de mim e encarou-me.
- Amor de verão? – eu franzi a testa, lhe questionando.
- Isso! – ela olhou para baixo. – Amor de verão é algo que acontece repentinamente, aquece nossos corações, muda nossas vidas, torna-se algo lindo e intenso rapidamente... E tão rápido e intenso como nasceu, ele se vai... É um amor passageiro. Lindo, mas ainda assim, é aquele tipo de amor com prazo de validade. Será que seremos somente um amor de verão, no final de tudo, ? – ela fechou os olhos e eu neguei com a cabeça.

Não queria que ela fosse meu amor de verão e que tão rápido como aconteceu, esvaísse pelos meus dedos, deixando-me sozinho. Não depois de confessar para mim mesmo que eu sou apaixonado por ela. Aquilo era uma droga!

- Não quero que você seja meu amor de uma estação só. – eu falei quebrando com o silêncio que embalava o quarto dela. – Quero que você seja o meu amor de todas as estações. – eu segurei seu rosto entre meus dedos e lhe beijei, sem lhe dar chance de responder; beijando-lhe com força e desespero, tentando ao máximo gravar seu gosto e os seus traços, sentindo seu corpo em cima do meu, suas mãos correndo pelos meus cabelos, a respiração descompassada dela.
Ela mesma tratou de rolar para o outro lado da cama puxando o meu próprio corpo para cima do dela, puxando com pressa minha camiseta para cima e jogando para qualquer direção. Descendo suas mãos para o próprio short, sussurrando o quanto me queria, como queria me sentir dentro dela, falando que me adorava demais, beijando meus lábios e me abraçando com as pernas e braços. Quando eu a invadi, senti toda sua musculatura relaxar em meus braços e os olhos dela abrirem encontrando meu olhar compenetrado nela. Nos movemos sem nunca desviar o nosso olhar e quando atingimos o máximo do nosso prazer, eu observei uma lágrima solitária escorrer do olho direito dela até cair em seu seio descoberto. Ela me encarou em silêncio e quando eu abri minha boca, me puxou para sua língua, seus lábios cobrindo os meus com posse, calando minha boca.
- Talvez um dia a gente possa se reencontrar e viver um amor por todas as estações, . – ela disse num fio de voz, enfiando seu rosto na curva do meu pescoço e acariciando a lateral do meu corpo, finalizando o assunto.
E eu não pude dizer nada, tudo que fiz foi fechar os olhos, apertando o corpo macio dela em meus braços, torcendo que ela tivesse razão e aquilo um dia se tornasse realidade.

No fim daquele dia, eu vi entrar dentro de um carro negro e ir em direção ao aeroporto, onde de lá embarcaria num voo com destino para Miami.
Ela estava voltando para sua casa, sua família, sua vida.
E eu estava ficando para trás, tornando-me somente uma página da vida tumultuada daquela atriz tão linda e encantadora.


Por narrador


“Na última quinta-feira aconteceu a pré-estreia do filme “Surfer Babe”. O longa dirigido por Marty Bowen foi exibido às 23h00 em Los Angeles, no cinema de Hollywood Palladuim para os principais envolvidos no filme, e simultaneamente em outros cinemas famosos do mundo.

O filme conta a história de Claire Summers (interpretada por ) que tem o sonho de ser uma grande surfista, mas que sofre muitos preconceitos dos garotos que estudam na mesma escola que ela e pelos seus próprios pais que não aceitam que ela, uma jovem mulher, queira seguir essa carreira. Com a ajuda de Andrew (interpretado por Cam Gigandet), a mulher vai conseguir muito mais do que um dia sonhara.

Os fãs dos atores principais que estavam ansiosos pela estreia do filme não deixaram de comentar em suas redes sociais em como o filme superou suas expectativas. Então, não deixem de comprar os seus ingressos e assistirem a “Surfer Babe”, que já tem sido cotado como o filme do verão 2015.”


Por Anne Stiller




O surfista terminara de ler a matéria com o coração acelerado.
O filme tinha acabado de estrear, e ele já tinha corrido ao cinema para assistir o resultado final. Junto de Chad, comentou como tinha sido incrível em sua encenação, passando toda sua emoção em cada cena e arrasando com a prancha de surf e conseguindo fazer manobras incríveis – as quais ele tinha a ensinado –, e agora estava ali sentado em sua casa, o jornal aberto sobre a mesa de descanso da sala e seus cabelos bagunçados de tanto ele puxar os fios rebeldes.
Ainda não conseguia acreditar que estava sem vê-la há três meses e meio, começara a compreender que realmente o que tinha vivido tinha sido lindo e verdadeiro, mas passageiro. Quando pensou que tinha encontrado alguém que lhe faria sossegar e querer assumir um compromisso sério, ela precisou ir embora, aquilo era tão frustrante. Apoiou a cabeça no encosto do sofá e fechou os olhos pensando novamente em e os momentos em que passaram juntos.
Lembrou-se de quando começou a divulgar o filme ao lado do ator Cam Gigandet, e os rumores de que os dois estavam namorando na vida real começou a surgir na mídia lhe deixou louco de ódio e de ciúmes. No dia em que leu aquela nota comentando sobre esse possível relacionamento, pensou em pegar um avião, encontrar com em uma das sessões de divulgação do filme e foder com ela sobre qualquer mesa na frente de todos só para mostrar que ela era dele. Mas aí ele caiu em si e percebeu que não era dele. E que aquilo seria errado, então desistiu dessa ideia.
Naquela noite, saiu para beber e voltou sozinho para casa onde quebrou alguns objetos pela sua sala, e quando se jogou em sua cama, xingou a si mesmo e seu coração inútil que quis se apaixonar justamente pela mulher mais improvável e distante da sua realidade.
Estava quase cochilando quando escutou a campainha tocar e abriu os olhos irritado. Ficou em pé e marchou em direção à porta pronto para expulsar quem quer que fosse da frente da sua casa, mas quando a abriu, todas as palavras que tinha pensado em dizer sumiram.

- O que você está fazendo aqui? – ele disse num sussurro analisando o rosto sereno dela.
- Acho que a estação já mudou. – ela deu um sorriso. – E agora, eu posso ser o seu amor de todas as estações e você pode ser o meu amor de todas as estações. Acha que ainda dá tempo? – ela perguntou olhando fixamente em seus olhos escuros.
- Isso responde sua pergunta? – ele perguntou, antes de puxar para seus braços, grudando seus lábios num beijo repleto de carinho e saudade. Quando se afastaram, o encarou e assentiu.
- Responde muito bem minha pergunta. – a morena sorriu delicada e afastaram-se levemente, e abriu a porta revelando sua casa, a qual entrou e sentou-se em seu sofá.
- Parabéns pelo filme. Ele ficou perfeito. – ele comentou sorridente e ela assentiu agradecida.
- Obrigado por todas as aulas, surfista. – ela falou com um pequeno sorriso.
- Disponha, sereia. – ele piscou um dos olhos e eles sorriram.
Ficaram num silêncio esquisito, sentados lado a lado olhando para a televisão desligada. Só era possível ouvir as risadas e conversas do lado de fora da casa e suas respirações ofegantes, para aquilo era surreal. Será que era um sonho? Estava delirando agora?
Para era assustador, pois no momento em que o filme estreou e Amber disse que ela estava de férias, a primeira coisa que ela fez depois de passar uma tarde com seus pais, foi pegar um avião com destino para Malibu.
Não sabia o que iria falar para o surfista, não sabia como iria olhá-lo, e muito menos como estava a relação dos dois. Mas, simplesmente agiu!
E agora estavam ali, um do lado do outro, sem saber o que poderiam falar para quebrar aquele clima estranho que estava pairando no ar. A morena suspirou e apoiou o rosto nas mãos, e a encarou.

- Porque você veio, ? – ele disse com sua voz baixa e rouca, e ela ergueu a cabeça o encarando.
- Eu já disse... – ela o respondeu com a voz fraca.
- Eu quero uma resposta mais clara e objetiva, . – ele disse sério. – Não quero enrolações. Foram três meses sem nos vermos, sem nenhum contato, nenhuma mensagem trocada. E, então, você aparece na minha casa e eu só preciso saber o que está acontecendo. – ele respirou fundo.
- Sabe o que está acontecendo? – ela virou totalmente o seu corpo para ele segurando as mãos dele entre as suas. – Aconteceu que eu me apaixonei por um surfista daqui de Malibu. Ele é todo marrento e mulherengo, mas desde o primeiro dia em que falei como ele, o cara me tratou extremamente bem, mostrando-se um homem incrível. Eu fui embora, , e tudo que eu pensava era que queria estar aqui. Eu senti sua falta todos os dias durante esses meses. – ela olhou para suas mãos unidas. – Eu tenho uma vida em Miami. Mas eu quero tentar viver aqui, isso pode dar certo... Sabe, eu começar a morar aqui pode dar certo. Mas, além disso, eu quero que isso entre eu e você – ela apontou para os seus corpos com um sorriso tímido nascendo em seus lábios rosados – dê certo! Quero viver contigo. Quero poder te amar sem reservas. Quero que você me ensine novas coisas e eu quero passar as próximas quatro estações ao seu lado. – ela levou uma de suas mãos até o rosto dele e acariciou os lábios do homem. – Eu não sei se nós vamos dar certo, mas eu quero que dê certo, eu quero tentar... E isso só depende de você. – ela sussurrou fechando os olhos.
- Você não vai embora outra vez? – ele sussurrou e ela balançou a cabeça negativamente.
- Embora para sempre, nunca mais. – ela o respondeu com um sorriso.
- Você tem certeza que quer isso? – ele a questionou. – Quer tentar algo sério comigo? Você sabe que eu sou um grande problema... É o que você quer? – ela abriu os olhos e entortou a cabeça para um lado o analisando.
- Eu quero e assumo todas as consequências. Eu só vou saber se estamos fadados ao sucesso ou fracasso em nosso relacionamento, se é assim que eu posso nomeá-lo, somente tentando. E eu quero tentar, já te disse isso, surfista. Eu me apaixonei verdadeiramente por você. – ela o respondeu com tranquilidade e firmeza. – E, inclusive, eu amo homens-problemas! Mas, o que você quer, ? – ela arqueou a sobrancelha o questionando.

sorriu verdadeiramente e encostou suas testas acariciando a cintura dela e prendendo os fios castanhos dela entre seus dedos.
- Eu quero tentar, e se não der certo... Tentar outra vez até acertarmos de vez; Eu quero viver contigo todos os verões, invernos, outonos e primaveras possíveis. Eu quero me entregar completamente nessa paixão, e além de tudo, quero tentar um relacionamento feliz e duradouro contigo, sereia. – ele roçou seus narizes num carinho meigo. – Quero você, minha sereia manhosa, com todos os defeitos e qualidades, com suas viagens e suas encenações, quero o pacote completo, porque eu também me apaixonei por você. – ela colocou seus braços ao redor do corpo dele, grudando-se a ele e sorriu.
- O que está esperando para pegar o pacote completo, surfista? – ela franziu a testa e mordeu o lábio inferior, marota.
- Vem cá, linda! – ele disse, puxando-a para mais perto, grudando seus lábios nos dela.
Deslizou suas mãos pelos braços da mulher, sentindo a pele dela arrepiar conforme suas mãos grandes percorriam o corpo macio da morena. Abriu os botões da camisa social que a mulher usava e jogou para um lado, beijando os lábios, o rosto e o pescoço dela com total empenho e emoção; quando já estavam nus deitados no sofá da casa do surfista, ele a encarou embaixo do seu corpo, um sorriso em seus lábios finos e macios, os olhos brilhando em ansiedade e desejo, as mãos segurando nos músculos rígidos dos braços dele e então a sentiu por completo.
Naquele momento teve certeza que eles poderiam ter começado a história deles como um simples amor de verão.
Mas, sabia que tinham ultrapassado essa linha, e muito provavelmente, seriam um amor para a vida inteira.



A Última Oração¹: Filme meramente ilustrativo e inexistente, criado por mim.
Surfer Babe²: O título foi inspirado pela música com o mesmo nome do Mcfly.




Fim



Nota da autora: “Poderia ter sido o seu sorriso, o senso de humor ou a risada espontânea. Poderia ter sido o cabelo, a cor da pele ou o estonteante par de pernas. Certamente que poderia ter sido o seu jeito de falar, o sotaque bom de escutar e a firmeza ao se expressar. Poderia ter sido a história de vida, a personalidade forte e a vocação para a felicidade. Poderiam ter sido os seus lábios, o beijo delicado e as mãos suadas ao me tocarem. Poderia ter sido a mágica do litoral, o sol refletindo no mar e as cores de mais um verão. Poderia ter sido por você conhecer os meus rabiscos, lembrar dos meus devaneios e até usar as minhas frases contra mim. Poderia ter sido o seu olhar. É que até o oceano perdeu um pouco a graça depois que conheci o seu infinito particular. Pensando bem, talvez seja mesmo a distância que encanta. A idealização do impossível. A ilusão de que a vida poderia ser um eterno verão. Porque conviver com alguém no paraíso é muito fácil. Difícil é amar na rotina.
Complicado é aceitar que a vida segue e a realidade não gosta de esperar. E daqui a pouco o meu avião vai decolar rasgando o céu, e a barreira da distância voltará a nos separar. E a velha serra continua ali, barrando os amores de verão que insistem em querer voar. A prancha presa no bagageiro parece não querer partir, mas que outra vida pode se esperar de um surfista que vive longe do mar? Calma lá coração atrevido que este mundo louco nunca perde a mania de estar sempre a girar. E ao girar traz esperança ao coração. E ao girar há de trazer um novo verão. Ondas velhas em novas praias. Praias conhecidas com ondas inexploradas. Amores de verão não seguem nenhuma lógica. Agora serão três estações até que o sonho volte a brilhar. A prancha encostada no canto do quarto parece um pássaro engaiolado, sem forças para cantar. Sorte a minha que depois de tantas despedidas já aprendi a não tirar a saudade da mala. É só mais um item novo para a estante da memória. Prometo não deixar empoeirar. Porque agora, quando abrir o meu álbum de lembranças, eu sei que sempre encontrarei o seu olhar.”


E é com esse texto (que não foi escrito por mim!) que me despeço de 13.Summer Love. Eu me apaixonei por esses dois lindos, foi algo bem diferente que eu escrevi e cada vez mais estou gostando de explorar novas coisas para escrever. Quando o Ficstape do álbum Take Me Home foi postado e eu vi que Summer Love não tinha sido escolhida, eu me senti na obrigação/dever de escrever algo para essa música. Quem não sabe, eu já tenho uma história baseada nessa música com o nome “Amor de Verão”, mas a ideia para escrever nesse ficstape veio completamente diferente dessa minha antiga shortfic. E, bom, me apaixonei por esse surfista (mesmo não tendo escrito tanto e abusado nos detalhes como queria, me falta tempo, hein!) e essa atriz maravilhosa. Espero do fundo do meu coração que vocês gostem dessa shortfic! E, se puderem, deixem-me saber o que gostaram, sentiram, pensaram com essa história... Ou seja, comentem aqui embaixo. Muitíssimos beijos e boa leitura!
Obs: Em breve nos veremos em outro(s) Ficstape(s), ok?
Nathy xx





Outras Fanfics:
10.Spaces – Ficstape #003 One Direction: Four
14. Illusion – Ficstape #003 One Direction: Four
A Fila Anda – Especial de Agosto
Amor de Verão – One Direction/Finalizadas
We Danced All Night – One Direction/Finalizadas
Black Dress, Miss – One Direction/Finalizadas
I Can Love You More Than This – One Direction/Em Andamento



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