Capítulo Único
Arhus, Dinamarca.
Dei uma olhada rápida no relógio em meu pulso e notei que estava atrasada. Merda. A aula de Teoria da Relatividade era uma das minhas favoritas e odiava me atrasar. Me apressei, ouvindo o barulho do meu All Star se chocar com o chão devido a rapidez dos meus passos e cheguei ao último andar, onde a sala ficava, com a respiração ofegante. Ao dobrar a esquina para que finalmente chegasse ao corredor pretendido, dei de encontro com um corpo muito mais forte do que o meu, me fazendo tombar para o lado, no entanto não cai, pois, ele me segurou com firmeza pelo pulso.
— Porra, ? Você não olha por onde anda, não? — me encontrava exacerbada, mas não tanto pelo encontro e sim pela sensação da mão dele em minha pele.
— Você bateu em mim, ! Aliás, de nada? — ele me soltou delicadamente e ajeitou os óculos de grau no rosto.
Para com isso. Você fica lindo com esses óculos.
Tirei aqueles pensamentos da minha mente, bufando de leve quando voltei a andar com ele caminhando ao meu lado. Nós tínhamos um passado. Desde o começo do curso de Física na Universidade de Arhus, o mesmo nome da cidade em que morávamos, e eu disputávamos tudo. Quem seria presidente de turma. Monitor nos trabalhos de campo. Organizador de visitas a Usinas. Orador da turma. Tudo. Simplesmente tudo.
O último tão importante quanto os anteriores. Era um dos meus maiores sonhos ser a representante da turma na formatura. Falar em nome de todos. Eu amava sentir aquele frio na barriga, a ansiedade de escrever palavras bonitas e passar a diante.
No meio disso tudo, tinha uma cratera chamada . Cratera por quê? Ele era problema. Meu problema. Nós nos conhecemos no Ensino Médio, no último ano, e sempre compartilhamos o amor pela Física. Fazer experimentos era a nossa coisa quando tínhamos cerca de 17 anos. Cálculos. Poder resolver problemas em casa com conhecimento teórico. Decidimos então ir para a mesma Universidade.
O que de ruim poderia acontecer? Era pra ser um máximo. Melhores amigos cursando a disciplina dos sonhos. Os primeiros seis meses, sim, foram incríveis. Participamos de festas, fizemos amizades e o curso? Perfeito. Desde o primeiro dia, tudo que sonhei.
Fui tirada dos meus pensamentos em como o início da graduação era maravilhosa com um cutucão de em meu ombro. Eu o olhei.
— Perguntei se você quer começar falando sobre a teoria ou eu começo.
— Eu começo. — disse simplesmente, mas logo acrescentei. — Tenho algumas coisas em mente pra falar, tá? Senão começar vou acabar esquecendo. E, , — parei de andar para olhá-lo e sorri de leve, vendo-o corresponder imediatamente. — Seu cadarço.
Voltei a caminhar com um sorriso leve se formando nos meus lábios; na realidade queria rir, mas me segurei ao aproximar da porta da sala de aula e respirar fundo antes de girar a maçaneta — aquele dia seria longo.
concluía o resultado do nosso artigo de forma perfeita. Pude notar o professor prestando atenção nele com um sorriso e uma expressão de quem estava gostando muito de tudo que ouvia naquela última hora. Mais cedo quando eu estava na posição dele a expressão era a mesma e não podia negar que aquilo me deixava muito feliz. Por mais que tivéssemos diferenças e quiséssemos as mesmas coisas, naquele momento, éramos um só.
Éramos um só. Essa frase fez com que meu corpo se arrepiasse por completo ao lembrar de alguns momentos. Por que o cérebro faz isso? Em horas inoportunas joga na nossa mente detalhes que queremos esquecer?
Aplausos foram ouvidos e eu queria pular de felicidade. Vi o professor se levantar, também nos aplaudindo e se aproximar para falar a respeito do artigo.
Na hora seguinte, e eu nos sentamos lado a lado para poder acompanhar ao restante das apresentações. Enquanto uma das alunas apontava para o slide, meu celular vibrou dentro da minha mochila que estava em meu colo.
— Ei. — me cutucou com o cotovelo e eu quase derrubei o aparelho ao pegá-lo nas mãos. — Silêncio! — Sussurrou.
— Você quase me fez derrubar! — disse, o óbvio.
— E eu com isso?
Vi uma mensagem da minha melhor amiga e um sorriso animado brotou em meus lábios imediatamente. Abri seu conteúdo enquanto mordia meu lábio inferior.
Sofia: Como foi a apresentação do artigo? Espero que bem. Quer dormir aqui no meu alojamento hoje? Noite das meninas. Por favoooor!
Era tudo que eu precisava. Aquela garota parecia ler os meus pensamentos às vezes. Mexi minha cabeça para um lado e para o outro, sentindo meu pescoço estralar.
— Você tá lembrada que amanhã cedo temos estágio supervisionado e combinamos de fazer experimentos com o quinto ano, né?
— Amanhã? Não é semana que vem? — Arregalei os olhos. Ele riu.
— Não. Amanhã é dia 12, .
De fato, chequei o calendário do celular e lá estava o compromisso: “Sábado (12) das 08h às 11h30, estágio supervisionado e experimentos com o quinto ano.” Suspirei ao deixar o celular sobre meu colo e passei as mãos pelo rosto de um jeito cansado.
— Sabe, eu conheço um jeito muito bom de relaxar. — senti o dedo indicador dele passar pelo meu braço lentamente e aquilo fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem, e ele percebeu.
— Ah, é? E qual é? — Arqueei a sobrancelha ao olhá-lo e entrei em seu joguinho.
Ele alternava entre fitar meus lábios e meus olhos e um desejo incontrolável percorreu o meu corpo. Eu queria beijá-lo. Ansiava por voltar a sentir o gosto dele na minha boca novamente. Como da última vez.
Pisquei ao vê-lo se aproximar e molhei os lábios logo sentindo meu coração palpitar. Uma das mãos de acariciou meu rosto delicadamente e controlei a tentação de fechar os olhos e aproveitar seu toque.
— Pizza e maratona de Harry Potter. O que acha? — soprou em meus lábios e me senti entorpecida pelo seu hálito bater em meu rosto, tanto que nem prestei atenção direito em suas palavras.
— Hã? — engoli seco.
Seus dedos correram pelos meus lábios, os acariciando inicialmente na parte superior e notei que meu corpo se encontrava completamente entregue. O que ele pedisse eu iria acabar cedendo. Eu não conseguia quebrar nossos olhares; ainda estávamos na sala de aula com uma apresentação acontecendo, todavia era como se estivéssemos sozinhos.
Ouvi os aplausos, mas não consegui me mover. Estávamos a milímetros de distância quando fechei meus olhos e consegui sentir o perfume que ele usava.
— Eu levo a pizza.
Quando abri os olhos, antes pensando que sentiria os lábios de nos meus, aquela frase fez com que eu saísse daquele transe. Engoli, sentindo a garganta seca, e a aula terminou com o professor falando a respeito do que faríamos na próxima semana. Não consegui entender e nem anotar nada.
Se ele queria provocações. Era o que teria.
Sai da aula de Teoria da Relatividade ligeiramente apressado, torcendo para que ninguém falasse comigo e nem me chamasse. Que merda. Ia a passos rápidos em direção ao banheiro mais próximo, segurando o agasalho do nosso curso na parte da frente do meu corpo e quase suando frio. Que caralho acontecia comigo quando eu estava próximo a ?
Adentrei o banheiro agradecendo mentalmente por estar sozinho ali, pelo menos temporariamente, e fui até em uma das cabines, logo fechando a porta. Minha calça estava apertada, tamanha era a minha excitação ao ficar próximo daquela mulher. Tocar os lábios dela foi o maior erro que pude cometer naquele dia. Imaginei eles envolta do meu... não, . Não. Você não vai pensar nisso novamente. Pensa em gatinhos. Vídeos de gatinhos fazendo gracinhas. Tateei os bolsos da minha calça jeans em busca do meu celular. Com as mãos tremulas, mandei uma mensagem para a única pessoa que poderia me ajudar.
Foram minutos, mas pareciam horas.
— Você está aqui? — Ouvi a sua voz. Abri um pouco da porta da cabine, colocando a minha cabeça pra fora e vi Dylan se aproximar com um sorriso maroto no rosto. Nós nos conhecemos no primeiro dia de aula e desde então somos amigos. A verdade é que Dylan é único.
— Você demorou! — resmunguei.
— nós temos aula de Quântica em 15 minutos em outro prédio. E é longe. — Olhou para as próprias unhas e logo voltou seu olhar para mim. — Qual é a emergência, meu amor?
— Nada. — senti meu rosto corar. — Eu só queria trocar uma ideia com você.
— Troca a ideia, então. — Riu e eu fiz um bico rápido.
— Você já, — tossi. — ficou excitado aqui? — disparei. Eu já estava para o lado de dentro da cabine. Sabia que meu rosto cheio de sardas estava vermelho, pois ele queimava.
— Já. Várias vezes.
— E como você...
Não pude fazer nada quando de supetão Dylan abriu a porta e eu com o susto quase cai em cima da patente.
— Porra! Eu achei que fosse algo grave. — Ele começou. Eu já tinha jogado o agasalho sobre a calça jeans novamente. — Resolve isso. Você precisa bater uma, senão as suas bolas vão doer. Até parece que nunca ficou de pau duro!
— Pode falar um pouco mais baixo? — Pedi.
— Não! MAS. TUR. BA. ÇÃO. — Gritou pausadamente e eu tapei o rosto com as mãos, talvez chamá-lo não tenha sido a melhor das ideias.
— DYLAN! — O repreendi.
— Como disse, temos aula em 15 minutos, te espero lá fora, Otis. — Provocou com um sorriso malicioso nos lábios.
Dez exatos minutos depois, eu caminhava com as mãos dentro do bolso do agasalho e Dylan ao meu lado, em direção ao prédio onde teríamos aula de Física Quântica.
— Já que somos amigos e sabemos praticamente tudo um sobre o outro, você poderia me contar quem foi que te deixou assim, né?
O calor mais intenso nos abraçou no mesmo instante em que saímos de um prédio em direção ao outro. O céu estava azul e o dia parecia muito aproveitável.
— Ninguém.
Sabia que ele não estava convencido da minha resposta já que, quando o olhei, percebi que revirava os olhos.
— É a .
— Meu Deus, estou tão surpreso. — foi debochado e eu ri.
— Larga de ser besta.
— Vocês estão se comendo de novo?
— Nós namoramos por um mês no primeiro ano de Faculdade, Dylan. — Subimos juntos alguns degraus e voltei a falar. — Mas decidimos terminar.
— E eu nunca soube o porquê.
Bufei. A pior parte desse assunto não era ser minha ex-namorada e sim pelo fato de que conseguíamos manter uma amizade dentro dos padrões normais, tendo em vista que dividimos o mesmo dormitório no alojamento. Sim. Nós morávamos juntos.
— E hoje ela se sentou ao meu lado e porra, — só de começar o assunto, um arrepio percorreu minha espinha. — quando vi, estava passando os dedos nos lábios dela. Queria enfiar a minha língua na boca daquela mulher. Fundir meu corpo no dela. Parece que quando estamos próximos, queremos contato.
— Vocês deveriam...
Fomos interrompidos por alguém que deu um grito no corredor e ambos paramos de andar e viramos nossas cabeças.
— Eu chamei vocês e ninguém me ouviu. — se aproximou, segurando uma lata de Coca Cola. Ofegou e me olhou. — Frio, ?
— Sim. Talvez.
— Então talvez eu conheça um modo de te esquentar. — Piscou e sorriu marotamente ao passar por mim e por Dylan, nos deixando para trás.
— Ai, ai, vocês. — Dylan me olhou rindo.
Entrei pela porta do Mamemi, uma pizzaria que ficava ao lado do campus, tão ansiosamente que antes de fazer meu pedido no balcão e pagá-lo, tive que respirar fundo, pois estava ofegante. Me sentei por ali em um dos sofás e alcancei o celular de dentro de um dos bolsos da minha mochila. Vi uma mensagem de há trinta minutos.
: Você vai trazer uma vegetariana, né? Pelo amor, !
Logo me apressei em responder.
Eu: Pera, você acha que manda?
: Não acho, eu mando.
Eu: Senão levar a sua pizza, o que pode acontecer?
: Experimenta pra ver o que posso fazer com você.
Aquela merda de arrepio de novo! Foi tão intenso que movi meus ombros para aliviá-lo, mas não adiantou muito. Guardei o aparelho com pensamentos brotando em minha mente a respeito do que ela poderia fazer comigo se a tal pizza vegetariana não chegasse em suas mãos. Uma pena que o pedido já havia sido feito.
Com as duas caixas de pizza nas mãos, tive um pouco de dificuldade para destrancar a porta de entrada do nosso alojamento, mas, feito isso, agradeci mentalmente por estar finalmente “em casa”. No entanto, algo fez com que eu parasse petrificado próximo a porta.
Porra. O que era aquilo?
Engoli seco. A porta pela qual eu entrei dava para a sala onde tínhamos um sofá próximo a uma enorme janela. O local era espaçoso e aconchegante, no entanto, se encontrava aconchegada demais. Ela estava sentada no sofá com as pernas cruzadas, usando somente a minha camiseta da Grifinória e suas pernas deliciosamente à mostra. Conti um gemido de escapar entre os meus lábios ao sentir minha excitação começar a crescer em decorrência daquela visão.
Ela. Ia. Me. Matar.
— ! — Tentei soar normal, mas por dentro eu queimava. Deixei as pizzas sobre a pequena mesa para duas pessoas e apressadamente tirei o agasalho.
— . — meu sobrenome saiu sensualmente entre os lábios dela e jurei que estava sendo provocado. É claro que estava. De canto de olho, a vi se levantar.
Não se aproxima de mim. Eu não sei do que sou capaz.
— Com fome? — Tentei soar normal ao olhá-la.
— Morta de fome. — ela mordeu o próprio lábio inferior, passando por mim e se aproximando das pizzas, abrindo ansiosamente as tampas e me olhando após dar um riso fraco. — Você trouxe a minha favorita, bom menino.
— Não quis arriscar. — Menti.
curvou um pouco para frente a fim de olhar o outro sabor da pizza e isso fez com que a minha maldita camiseta subisse um pouco, deixando a sua calcinha branca à mostra. Meus olhos grudaram em seu corpo. Novamente em suas pernas descobertas e notando como, de uma forma perfeita, aquela calcinha deixava a bunda daquela mulher ainda mais gostosa.
A verdade é que eu estava salivando. Meu corpo queria o dela. Queria que eu a beijasse intensamente, passasse a minha língua por todo o seu corpo e que a fizesse ver estrelas.
— Eu sei o que você está pensando.
Sabe? Merda! Será que tá muito na cara?
— Ah é? — Virei meu corpo em sua direção. Péssima ideia, .
— Qual Harry Potter vamos ver. Que tal o primeiro? Depois maratonamos os outros qualquer dia desses.
— O que você escolher, pra mim está perfeito, . — a chamei por um apelido que usávamos quando éramos adolescentes e vi um sorriso espontâneo brotar em seus lábios, fazendo com que eu sorrisse também. — Você me espera? Vou tomar um banho rápido, aí começamos.
— Você acha mesmo que o seu banho vai ser rápido, ? — ela usou aquele tom de novo.
Não.
— Claro.
— Estarei te esperando, então.
.
Eu poderia muito bem fingir, não poderia? Por quanto tempo aguentaria atuar daquela forma como se nada estivesse acontecendo? Há dois anos, quando terminamos, prometi a mim mesma que guardaria a sete chaves todo aquele sentimento reprimido pelo meu melhor amigo, ex-namorado e, novamente, melhor amigo. Sim, nossa vida era uma confusão.
era uma cratera, mas amava tê-lo em minha vida. Na realidade não sabia o que poderia ser de mim na Universidade sem ele. Morávamos juntos desde que entramos e passamos por tudo, tudo mesmo, juntos. A competição que existia entre nós era divertida e saudável.
Fui abruptamente tirada dos meus pensamentos quando apareceu vestindo uma calça de moletom cinza, parecendo não usar nada por baixo, somada a uma camiseta branca. Instintivamente mordi o interior da minha bochecha e o observei enquanto colocava as pizzas sobre a mesa próxima ao sofá.
— Pronta?
Pra sentar em você até cansar? Com certeza.
— Pronta!
A música de abertura de Harry Potter: A Pedra Filosofal começou a tocar, e, por aqueles milésimos de segundos, pude deixar a minha mente vagar pela história de um dos meus filmes favoritos que começaria em segundos. Isso era o que eu pensava. Estávamos sentados despojadamente lado a lado no sofá e começou a passar uma das mãos pela minha perna. Ofeguei, no entanto, sem demonstrar que meus batimentos cardíacos tinham triplicado. Ele ia até a coxa, voltando lentamente pela parte interna, enquanto mantinha os olhos na televisão.
Tentei de todas as formas prestar atenção naquele filme que me levava a uma infância em que poderia fazer as maratonas um milhão de vezes.
No entanto, a mão de , que a cada passada chegava mais próxima da minha calcinha, estava me deixando completamente louca. Queria os dedos dele em mim, me acariciando, me penetrando, até que eu gritasse e pedisse por mais. Ligeiramente, perdendo todo o pouco controle que me restava, peguei sua mão que me acariciava e coloquei entre as minhas pernas diretamente sobre a minha calcinha. Ele me olhou no mesmo instante e sustentamos aquele olhar por longos segundos, até que começou a mover seus dedos pela minha intimidade, pra cima e pra baixo, passeando pela minha entrada.
Deixei que um gemido baixo ecoasse pela minha garganta. Não aguentava mais segurar e estiquei um dos meus braços, acariciando-o no rosto delicadamente, enquanto recebia carícias em uma das partes mais sensíveis do meu corpo. Meus mamilos estavam duros, meu corpo inteiramente arrepiado e eu desejava que houvesse uma fusão entre os nossos corpos.
Minha calcinha se encontra levemente molhada quando o sinto afastar os dedos entre as minhas pernas e me puxar bruscamente para o seu colo. O faço, gostando da forma como nossos corpos se encaixam. Ele me puxa pela cintura e nos mantém ainda mais grudados, se possível. Sua respiração está tão ofegante quanto a minha e ao mover meu quadril suavemente sinto que está igualmente excitado.
Ele afasta o tecido da minha calcinha para o lado e me penetra com dois dedos, fazendo meu corpo reagir com um gemido rouco e fecho uma das mãos em seu ombro. Ele movimenta os dedos dentro de mim, atingindo um ponto que eu conseguia atingir só quando estava sozinha e então minhas pálpebras se fecham - como se daquela forma fosse aproveitar melhor. O aperto com mais força nos ombros sem perceber que as minhas unhas agora estavam fincadas na curva do seu pescoço, sem intenção de machucá-lo.
Dou início a movimentos com o quadril, aumentando gradativamente conforme o prazer expande com a fricção do meu clitóris com seu dedo. A sensação é magnifica. Ele não para de esfregar, mexer os dedos dentro de mim e toda aquela sensação que começara no meio das minhas pernas está, aos poucos, se deslocando por todas as partes do meu corpo. Tombo a cabeça para trás, mordendo o lábio inferior e não me importando mais com nada.
Eu estava tendo um orgasmo com os dedos dele dentro de mim. Todo o meu corpo treme e sou transportada a um local em que flutuava. Quando voltei para o planeta Terra, após ir para uma dimensão de relaxamento e paz absoluta, senti algo que nunca havia sentido com nenhum outro rapaz. Porra. O que estava acontecendo comigo? Eu me encontrava inteiramente entregue.
Quando ele retira os dedos de dentro de mim, ainda tateia as pontas pelas minhas terminações nervosas sensíveis, fazendo com que tremores involuntários se apossassem de mim. O tesão me atinge quando seus dedos tomados pelo meu gozo, são levados até a sua boca e os chupa como se fosse a coisa mais gostosa que já provara na vida.
Meu corpo está pulsando. Eu preciso desse homem dentro de mim imediatamente. Aproximo meu rosto do dele e o beijo, um beijo rápido, ávido e cheio de desejo. Começo a me movimentar para frente e para trás com o meu quadril, sentindo a dura excitação dele entre as minhas pernas. Nossas línguas se tocam a todo momento, ansiosas para descobrir novamente sobre a boca do outro, uma vez que aquela não era a nossa primeira vez. Mas fazia muito tempo.
Minha camiseta, não, a de , foi tirada sofregamente do meu corpo e jogada em um canto qualquer da sala, quando nos separamos para que pudéssemos respirar. Reparei que ele olhava dos meus lábios para os meus seios sem censura, mas não o culpava. Não nos víamos daquela forma há alguns anos. Tentei engolir um grunhido quando senti uma das suas mãos envolta do meu mamilo, primeiramente o rodeando com o polegar quando começou a depositar beijos e mordidas no outro mamilo. Gemi. Gemi alto com seus lábios envolvendo uma área tão sensível do meu corpo. Ele sabia ser delicado e feroz simultaneamente. Sua língua passava por toda a região, a rodeando e imediatamente a sugando.
— Porra!
Senti que ele sorria contra a minha pele, mas não me importava. Estava entregue. Almejava senti-lo dentro de mim tanto que só de imaginar já soltava gemidos e sentia as paredes da minha intimidade se contraírem.
— Eu quero você. — implorei.
levantou o rosto e novamente sustentamos um olhar intenso. De certa forma, eu conseguia lê-lo, tendo em vista que prometemos, no dia que terminamos, que não deixaríamos nada atrapalhar a nossa amizade. Mas naquele momento queríamos a mesma coisa: o outro. Eu podia ver desejo, tesão e luxúria em seus olhos. Ele queria aquilo tanto quanto eu.
Rapidamente fui levantada e carregada em passos rápidos até o quarto. Meu quarto? Quarto dele? Não sei. Não importava. me colocou na cama delicadamente e enquanto selava nossos lábios em um selinho comportado, depois se afastou e, de pé, puxou a camiseta branca pela barra, tirando-a. Não resisti em descer uma das minhas mãos e começar a me tocar no clitóris. Ofeguei. Em milésimos de segundos, notei que ele estava sem a calça de moletom cinza, exibindo o membro duro de excitação, e eu salivei. Desejei colocá-lo na boca, mas aquilo poderia ficar para um outro momento. Agora eu o queria dentro de mim.
Minha calcinha foi tirada com certa ansiedade e jogada em um canto qualquer do quarto. Nesse momento ele já tinha se prevenido e colocava seu corpo sobre o meu. No mesmo instante, passei as pernas ao redor da sua cintura, ficando mais aberta e ofegando com a sensação maravilhosa do seu pau roçando pela minha boceta. Arqueei as costas, querendo desesperadamente o fim daquela tortura, todavia tinha outros planos. Ele passava o membro pela minha entrada, às vezes me fazendo soltar um gemido contido quando o batia em meu clitóris inchado. Sem que eu esperasse, simplesmente deslizou para dentro.
Gemi contra os seus lábios quando encurtou a distância entre nossos lábios, no entanto não aguentei ficar muito tempo daquela forma e me afastei para que pudesse gemer mais alto. Os movimentos dele eram deliciosos, saindo de mim por inteira e me preenchendo da mesma forma. sabia como fazê-lo, pois, a cada estocada, eu revirava meus globos oculares. Entrei em uma sincronia com ele ao iniciar movimentos com o meu quadril indo de encontro com o seu, fazendo com que seu pau friccionasse meu clitóris satisfatoriamente e me atingisse em um ponto que raramente sentido.
Caralho! Há meses eu não me sentia daquela forma completamente entregue. Meses não. Há anos. E desconfio que a última vez havia sido com . De olhos fechados, senti os lábios dele em meus seios novamente, passando a língua em meus mamilos e me deixando louca. Minhas mãos, que estavam em seus braços, foram até suas costas e arranharam, sem querer machucá-lo. Reprimi um gemido mais alto, todavia eu já não pensava mais claramente.
Seu quadril iniciou movimentos cada vez mais rápidos, fazendo com que o barulho dos nossos corpos se chocando fosse ouvidos ao meio de ofegadas, gemidos e trocas de beijos. Eu gemi, logo gritando sem censura com o que acabara de acontecer. Meu corpo inteiro tremia, os dedos dos meus pés se encontravam dobrados e espasmos deliciosos percorriam meus músculos. Logo depois senti gemer em meu ouvido, tremer e me apertar tão fortemente em minha cintura que eu sabia que deixaria marcas, mas não ligava. Ambos estávamos ofegantes.
— Isso foi... — o ouvi começar.
— Inesperado e muito gostoso. — conclui.
— Eu acho que não posso fazer isso.
Eu entrei de supetão na cozinha pela manhã, onde estava sentada à mesa, comendo uma tigela com cereal e leite e despejei aquilo. A vi franzir o cenho e me olhar após fazer uma careta linda. Jamais aquela mulher ficava feia.
— Você não quer ir lá fazer os experimentos com eles? — ela questionou.
— Não. Não é isso. — me apoiei na cadeira do outro lado onde ela estava. — Sobre ontem, acho que não devemos fazer mais aquilo. — engoli seco.
— Relaxa, . Eu não estou te pedindo em casamento. — riu e colocou uma colherada do cereal com leite na boca.
— Foi um erro.
O brilho dos olhos dela sumiu imediatamente e eu notei a sua expressão se tornar confusa diante das minhas palavras. A verdade é que não podia passar pelo que tinha passado há anos quando namoramos por um mês e decidimos terminar, pois achamos que estragaríamos a nossa amizade e não éramos maduros o suficiente para lidar com tudo aquilo. Falando realmente, a realidade é que nunca tentamos. Nunca demos uma chance ao outro.
— Um erro? — a ouvi repetir as minhas palavras e eu sabia que doía nela falar aquelas coisas. Em mim a dor era gigantesca, mas eu não podia perdê-la. Nada era mais importante do que a nossa amizade. Nem o que sentia por ela.
— Sim. O que você acha de deixarmos como estava? — meu tom de voz era sério.
— Como você quiser. Vou me arrumar para sairmos.
Virei meu rosto para olhá-la sair da cozinha e ela usava a minha camiseta branca de ontem. Enquanto fazia isso, minha mente foi tomada por acontecimentos da noite passada e a forma que gemia deliciosamente. Um arrepio intenso me atingiu e meu membro despertou. Droga. Seria assim agora? Só de pensar nela, eu ficaria excitado? Meneei a cabeça negativamente, tentando de todas as formas pensar em outras coisas e rumei em direção ao meu quarto, para que pudesse me arrumar, afinal tínhamos um compromisso importante.
O sinal avisando o fim das aulas ecoou por todo o colégio e a turma do quinto ano, para a qual havíamos dado aula naquela manhã, nos olhava com ligeira ansiedade.
— Então, só pra concluir, queremos agradecer a paciência de vocês conosco. Foi muito divertido hoje. Espero que vocês tenham gostado. — falou com um sorriso no rosto ao juntar as mãos. — Alerta de spoiler: vamos vir em mais uma aula do professor Clarksen, mês que vem.
Os alunos cochicharam entre si enquanto nos olhavam e eu quis rir das expressões em seus rostos. Dava pra ver o quanto eles gostavam e se divertiam com tudo que ensinávamos. O professor autorizou a saída e alguns deles ao sair se despediram de mim com um high-five.
— Você quer carona? Ou podemos almoçar juntos. — Olhei no relógio do meu pulso, mas nem precisava, minha barriga roncou deduzindo o horário.
— Não precisa. Eu vou almoçar com a Sofia. — ela guardava um livro que fora usado na nossa aula dentro da mochila e eu me aproximei, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.
— Ei, me desculpa por ontem. Por hoje. Enfim.
— Você não tem culpa. Não sozinho. — colocou uma das alças da mochila no ombro e me olhou enquanto sorria de leve. — Eu quis muito o que aconteceu ontem. Não me arrependo, na verdade só tenho um pequeno arrependimento.
— E qual é?
Ela se colocou na ponta dos pés para que pudesse responder a minha pergunta sussurrando em meu ouvido, e eu me curvei um pouco já que era mais alto. A sensação dos lábios dela próximos a minha orelha fizeram com que uma das minhas mãos institivamente se apoiasse em sua cintura.
— Eu fiquei com muita, — deu ênfase e continuou. — vontade de te colocar na minha boca.
Engoli seco e minha garganta doeu como se eu não bebesse água há horas. Meus batimentos cardíacos se elevaram e ajeitei meus óculos em meu rosto, torcendo pra que as minhas bochechas não estivessem tão vermelhas.
Doze horas atrás estávamos atracados um ao outro, envoltos por beijos, gemidos e ofegadas. Me lembrava da sensação que fora sentir meu pau apertar dentro de sua boceta quando ela gozou, e que, segundos depois, acabei tendo um orgasmo que fez com que meu corpo inteiro doesse em excitação.
Ela riu, haja vista, que me conhecia tão bem e sabia que eu estava envergonhado até o último fio de cabelo.
— Acho incrível que você seja uma pessoa tão solta na cama, mas aqui, morre de vergonha das coisas que eu diga. — riu. — Sinceramente , eu vou fazer uma lista das coisas que mais amo em você, e isso com certeza vai estar no Top 3.
Fico sem saber o que dizer e o toque do seu celular, anunciando uma mensagem, faz com que minhas mãos saiam da sua cintura e voltem a guardar o que foi usado na aula mais cedo.
— Você quer ajuda? A Sofia já chegou, mas posso te ajudar.
— Não, não precisa. Vou terminar aqui, guardo no armário do professor Clarksen e vou tomar um capuccino na sala dos professores.
— Cuidado com aquela professora saidinha de História!
— Ciúmes? — indago com o cenho franzido quando ela já está próxima a porta, mas dá um sorriso maroto e me deixa sozinho com os meus pensamentos.
Saquei meu celular no bolso de trás da minha calça jeans e rapidamente, errando algumas palavras, digitei uma mensagem.
Eu: Tá acordado? Posso passar aí?
A resposta veio tão rapidamente que me surpreendi.
Dylan: Acordadíssimo, mon amour. O que houve?
Eu: Posso passar aí?
Dylan: Meu Deus você é praticamente uma garota mesmo. É claro que pode.
Eu: Fechou. Chego em 20 minutos. Levo o almoço.
Eu me considerava uma pessoa insuportavelmente pontual, pois exatos vinte minutos depois batia na porta do alojamento de Dylan. Quando meu amigo abriu a porta, usava shorts jeans somado com a camisa da nossa seleção. Estiquei o braço, levantando o pacote com a comida, mas imediatamente puxei de volta.
— Hoje tem jogo? Da nossa seleção?
— Você é um péssimo patriota. — riu. Entrei em seu apartamento, olhando-o, e franzi o cenho.
— Ser patriota não é saber quando a seleção joga, e sim amar a sua pátria e seus símbolos nacionais.
— Esqueci como você é nerd e insuportável. — agressivamente, ele retirou os pacotes de comida das minhas mãos e caminhou até a cozinha.
— Você acordou agora? — Resolvi puxar assunto, quando me sentei na cadeira da bancada e Dylan me olhou feio.
— Vai parar de me enrolar e contar por que veio aqui? — Dylan abriu o pacote com certo receio e, ao ver o seu conteúdo, deu um gritinho, me assustando, pois eu estava prestes a começar a falar.
— Então...
— Pølse! — pulou várias vezes ao retirar a comida de dentro do pacote enquanto ria. — Esse cachorro-quente é uma das minhas comidas favoritas.
— E eu não sei?
Ele corou de leve enquanto dava uma mordida generosa e murmurava de prazer com o sabor. Mordi o lábio e passei as mãos pelo rosto de um jeito cansado.
— Eu e a dormimos juntos essa noite. — disparei e os olhos dele, imediatamente, se arregalaram em minha direção.
— O quê? Sério? Vocês estão namorando? Como é que foi isso? Do nada? Não do nada, porque vocês se amam, né. Mas o que aconteceu?
— Sim, sério. Não, não estamos namorando. — respondi calmamente. Lembrei que ele havia feito mais questionamentos. — Como foi isso? Acho que da mesma forma que todo mundo faz. — fui debochado e Dylan revirou os olhos. — Aconteceu que estávamos vendo Harry Potter e a... filha da mãe gostosa usava só a minha camiseta da Grifinória.
— Ela sabe te provocar muito bem. — riu de leve antes de dar mais uma mordida em seu almoço.
— Enfim, aí hoje de manhã falei que não podíamos continuar com isso.
— Eita. E ela?
— Pareceu levar na boa. — Omiti alguns detalhes da conversa.
— Vocês não conseguem isso mesmo? Transar sem compromisso?
— Não tem como. Alguém sempre vai acabar se machucando. Eu gosto dela de verdade, mas a parece querer só sexo. E não quero acabar com a nossa amizade, ela é com certeza a pessoa mais importante da minha vida.
— Eu entendo. — agora o tom de voz de Dylan era baixo e compreensível. Era como se já tivesse passado pelo mesmo problema e entendesse perfeitamente os meus sentimentos.
— Podemos comer e assistir ao jogo? Seria ótimo. — dei a ideia.
— Vamos. — meneou a cabeça ao concordar.
— Detalhes, por favor. — implorou Sofia sentada a minha frente no restaurante que escolhemos para almoçar naquele início de tarde de Sábado. O dia estava ensolarado e calor. Ri de seu pedido e comi mais um pouco do nhoque apetitoso em meu prato.
— Não quero dar detalhes de nada muito íntimo.
O tom era sério, mas Sofia me conhecia muito bem. Ela revirou os olhos e eu gargalhei rapidamente, colocando a mão na frente da boca, tentando ao máximo me controlar.
— Você já sentiu a sua boca salivar ao ver o pau de um rapaz? Sério. Ontem eu me senti totalmente descontrolada nesse quesito. Quando ele ficou nu, Sofia, tive que engolir saliva e meu corpo chegou a doer de tanto tesão que sentia. Eu nunca tinha passado por algo tão intenso. — falei e a vi sorrir marotamente, quis revirar os olhos, mas me segurei. — Para, tá? Tudo que eu queria era só fazer sexo, não sei por que ele deu pra trás.
De certa forma, meu peito doía ao lembrar da conversa que tive com logo pela manhã — a conversa não, suas duras palavras.
“Foi um erro.”
Como assim? Transar com uma pessoa que eu gosto, sinto tesão, a vontade, desejo e deixaria ele fazer o que quisesse comigo é errado? Não na minha perspectiva. Contudo, não poderia ir contra nessa decisão, então aceitei prontamente. No entanto, por dentro, aquilo estava me matando.
— Talvez ele quisesse algo diferente de você. — a ouvi dizer.
— Como assim? — indaguei.
De supetão, uma loira se aproximou da nossa mesa, interrompendo o nosso papo, mas quando reconheci quem era, não pude deixar de sorrir.
— Gatas!
— Allie! — eu e Sofia falamos em uníssono.
— Vi vocês aqui e entrei para chamá-las. Festa na casa do Maxwell, vamos? Às 20h!
Eu e Sofia nos entreolhamos.
— Posso dormir no seu alojamento depois? Fica muito longe para eu ir ao meu.
— Claro, sempre! Tá combinado. Nós vamos! — Sofia olhou para Allie, que mostrou no mesmo instante seus dentes brancos e perfeitos, animada.
— Ótimo! — ela roubou uma batata frita do prato de Sofia, que protestou.
Uma festa de última hora. Seria perfeito para que eu me divertisse um pouco, me distraísse e esquecesse tudo que aconteceu na noite passada e no início da manhã.
Corria com a bola de basquete nas mãos, a batendo no chão freneticamente e driblando com certa facilidade os meus marcadores. Ao chegar próximo à marca de três pontos, parei e fiz um arremesso perfeito e dando a vitória esmagadora ao time dos titulares. O treinador assoou o apito dando a entender que o treino estava finalizado.
Basquete era como a Física: uma das minhas maiores paixões. No entanto, eu praticava por amor ao esporte mesmo, de verdade. Noventa porcento dos meus colegas de time almejavam uma vaga em um time de elite com um contrato milionário — mesmo a Dinamarca não sendo tão famosa no esporte, existia uma Liga e a competição era acirrada.
— !
Enquanto abria meu armário ansiosamente para pegar a minha toalha, poder tomar um banho relaxante e tirar aquele suor do corpo, ouvi Maxwell me chamar enquanto se aproximava. Ele era capitão do time, inteligente, popular e cobiçado pelas garotas. Me deu um soco de leve no ombro descoberto antes de falar.
— Vou fazer uma festa lá em casa hoje, que tal? Tá afim?
— Eu passo, irmão. Tenho prova de Cálculo. — fiz uma careta rápida e alcancei a minha garrafinha de água, bebendo goles do líquido gelado.
— Você é o melhor aluno da turma de Física e tá me dizendo que vai ficar Sábado a noite estudando Cálculo? — gargalhou de um jeito gostoso e deu outro soco no meu ombro enquanto meneava a cabeça negativamente. — Te espero a partir das 20h. E, , — ele andava de costas e parou ao me chamar. — sua colega de alojamento vai estar lá.
Não respondi, mas tentei de todas as formas disfarçar que meu coração batia diferente ao pensar que em algumas horas veria . Com aquele pensamento em mente, fechei o armário e caminhei em direção às duchas. Um banho frio seria ótimo.
Desliguei o motor do meu Jeep quando finalmente atingi o destino: a mansão térrea de Maxwell; não, dos pais dele. O barulho da música alta era ouvido a algumas quadras de distância e o local estava repleto de carros. Ele não morava nos alojamentos como a maioria dos alunos, era um dos poucos que eu conhecia que não havia vindo de outra cidade para estudar na Universidade de Arhus.
Sai do carro e ao fechar a porta ouvi alguém pigarrear. Me virei para ver quem era de imediato, já que estava sozinho naquela rua, mas os postes iluminavam bem.
— Calma, somos nós. — Dylan falou entre risos leves e de mãos dadas com um garoto loiro de cabelos cacheados que possuía um sorriso simpático.
— Achei que você não fosse vir depois daquela mensagem. — comentei após guardar a chave do carro em meu bolso.
— O Will fez algumas coisas e me convenceu. — disse, e notei seu parceiro queimar de vergonha mesmo com a iluminação baixa; quis rir.
— Bom, de qualquer forma fico feliz que vocês estejam aqui. Prazer em te conhecer, Will, sou . — estiquei uma das mãos para cumprimentá-lo e ele o fez imediatamente, enquanto sorria.
— O prazer é meu. Finalmente te conheci, Dylan fala muito de você. — o ouvi dizer quando começamos a andar lado a lado em direção à entrada da enorme residência. — Por um momento pensei que você pudesse ser uma ameaça.
— Eu não sou. — acrescentei rapidamente para que ele não tivesse dúvidas.
— Ele tem uma namorada.
— Não, não tenho. — ri nervosamente ao falar.
— Você vai entender melhor durante a festa.
Uma música qualquer nos abraçou logo que entramos pela porta mansão. Meus tímpanos chegaram a doer, no entanto era questão de acostumar-me. A sala, que antes comportava sofás enormes, mesa de centro e um tapete que parecia ter sido comprado do outro lado do mundo, sempre bem arrumada, agora se encontrava sem móveis e com muitas pessoas dançando, conversando e bebendo.
— Vamos nos separar? — brinquei ao olhar para ambos ao meu lado.
— Preciso de uma bebida. — Dylan murmurou ao me olhar. — Nos encontramos depois.
E fui deixado sozinho. Sozinho no meio de várias pessoas que não fazia ideia de quem eram. Olhei adiante, no fim da sala, próximo a porta que dava para a cozinha, a procura de algum rosto conhecido, sem sucesso. Notei que uma morena me olhava atentamente enquanto bebia da sua cerveja, ela sorriu e sustentou o olhar por longos segundos e eu apenas acenei com a cabeça educadamente ao sorrir de leve.
A música que tocava no ambiente mudou para uma da Britney Spears, Do Somethin’ e as pessoas que estavam no recinto gritaram animadas com o repertorio. Dou alguns passos até a enorme porta que dá para área externa da mansão, onde há uma piscina em L com bexigas coloridas e de longe observo um grupo de meninas dançando no ritmo da música e rindo com a própria coreografia. está entre elas. A outra é Sofia. Ao vê-la, meu corpo reage, é instantâneo.
Me apoio na parede atrás de mim e não consigo, nem por um segundo, tirar os olhos dos seus movimentos com o quadril. Minha mente é prontamente levada a noite passada e em como essa mulher movimentou o quadril e eu fiquei inteiramente louco. O vestido tomara-que-caia preto grudado ao corpo, perfeito, que quanto mais se movimenta, mais o tecido sobe, deixando suas belas coxas à mostra. É a visão do paraíso.
Em um determinado momento da música quando a letra diz: “I see you looking over here. Can't you tell I'm having fun” nossos olhares se encontram e um qualquer, que não pude identificar quem é, se aproxima de , abraçando-a por trás e grudando seus corpos. Ela ainda rebolava e tentava de todas as formas aproveitar a música.
Eu poderia sair dali ir lá e reivindicar a minha posição, não poderia? Beijá-la intensamente e grudar os nossos corpos enquanto as minhas mãos passeariam, deixando-a completamente arrepiada com meus toques. Mas não posso. Hoje mesmo usei a carta “Foi um erro” com ela. Um breve arrependimento cresce em meu peito.
Mas algo estranho acontece. O beijo entre os dois se inicia quando outra música qualquer começa a tocar. O rapaz está de costas para mim e o beija lentamente, como se aproveitasse todos os segundos. Aquilo me afeta, mas dentro do meu coração é algo que gosto. Sinto como uma tortura, como se eu merecesse pelo que havia feito com ela naquela manhã.
Cerca de três músicas subsequentes ainda tocam antes de eu sair dali, passar pelo cooler, pegando uma garrafinha de água gelada, e subir até o andar superior onde o barulho da música era minimamente menor. Entro em um cômodo grande, com um sofá branco luxuoso e tapetes finos no chão. Quadros da família estão espalhados pelo ambiente e uma enorme TV compõe o local. Antes de me sentar, sinto meu celular vibrar no bolso de trás da calça e o retiro ansiosamente.
: Você já foi?
Penso em mentir, mas sei que não sou esse tipo de pessoa. Não sei fazer isso.
Eu: Ainda não.
Ela responde tão rapidamente que desconfio que esteja com o celular nas mãos igual a mim.
: Onde você está? Quero te ver.
Eu: Aqui em cima. Segunda porta à direita.
Bebo um gole da água antes da porta se abrir, revelando uma tão linda que se eu não soubesse diria que tinha acabado de chegar na festa. Ela encosta na porta e percebo trancá-la. Os próximos movimentos dela fazem que a excitação dentro da minha calça cresça tanto que chega a doer. abaixa, puxando a calcinha por baixo do vestido e faz esse movimento tão lentamente que acabo soltando um gemido fraco.
— Você não faz ideia de como eu estou excitada.
Ah, talvez eu faça.
— Por que você não vem aqui? Pra eu checar isso. — movimentei o dedo indicador, chamando-a.
A luxúria que tomou conta dos olhos de foi imediata, da mesma forma que seus passos em minha direção. Nossas bocas se encontraram em um beijo ávido, desesperado e cheio de desejo. A puxei pela cintura enquanto nossas línguas se acariciavam e a senti envolver suas pernas na minha cintura. Aquilo me fez sorrir, mesmo durante o beijo, ao notar como o corpo dela se encaixava ao meu.
Às cegas, me sentei com ela no sofá. Percebi uma das mãos daquela garota descerem pelo meu corpo e chegar até o cós da calça jeans. Sua pequena mão pousou sobre minha excitação, acariciando-a por cima do tecido mais grosso da calça. Gemi sobre seus lábios e foi a vez de sorrir. Quando nos separamos, com as bocas vermelhas e inchadas, nos olhamos demasiadamente ofegantes.
Foi a vez da minha mão ser colocada de forma ansiosa no meio de suas pernas. Ofeguei ao passar os dois dedos delicadamente sobre seu órgão mais sensível e sentir toda a região encharcada. A penetrei e não consegui tirar os olhos das reações que o corpo daquela mulher produzia. Suas costas se arquearam e ela iniciou movimentos leves com o quadril, querendo mais atrito quando sentiu meu dedão em seu clitóris. mordia o lábio inferior fortemente, os olhos fechados e uma das mãos entrelaçadas aos meus cabelos, puxando-os.
— Eu preciso te chupar. Agora. — ela se aproximou dos meus lábios ao falar e deixou que eles roçassem aos dela.
Retirei os dedos de dentro dela e, repetindo o mesmo movimento da noite anterior, os levei aos meus lábios, chupando-os e murmurando de prazer. O gosto dela era viciante ao passo que gostaria de sentir todos os dias, se fosse possível.
lambeu meus lábios, degustando o próprio gosto, antes de se levantar e com a minha ajuda desabotoar o botão da minha calça jeans, logo abrindo o zíper. Minha excitação estava ali à mostra por baixo da cueca branca e verifiquei a mulher na minha frente lamber os lábios, antes de se agachar no meio das minhas pernas. A excitação corria tão velozmente pelo meu corpo que eu não conseguia sequer pensar, fazendo com que meu coração batesse de forma descompassada. Engoli seco quando ela abaixou o tecido.
— Há quanto tempo não te fazem gozar com um boquete, ?
Pisquei algumas vezes. Minha mente, e ela sequer tinha começado, não aceitava perguntas agora.
— Lembro de uma vez te ouvir com aquela tal de Olivia. — sua mão estava envolta da base do meu pau e só aquele pequeno toque já fazia com que eu me estremecesse. — Seus gemidos.
A ponta da sua língua tocou a cabeça do meu pau e senti um arrepio intenso percorrer o meu corpo inteiro, logo voltando para a região em questão. Ela sorriu antes de lamber toda a extensão da base até a cabeça e, aquele contato, aquele maldito contato da parte mais sensível do meu corpo com o quente e úmido da boca dela me deixava sem chão. então o colocou por inteiro dentro da boca, o engolindo por completo, deixando que meu pau fosse até o início da sua garganta, fazendo com que eu tombasse a cabeça pra trás, de olhos fechados e gemesse alto.
Ela repetiu aquele movimento diversas vezes e eu a segurava pelos cabelos, entrelaçando os dedos nos fios, os puxando e guiando a intensidade dos seus movimentos. Seu sorriso era devasso quando consegui criar forças para abrir os meus olhos e olhar em sua direção. usava uma das mãos para me masturbar e cada subida e descida dos seus dedos me levava mais próximo ao fim.
— ! — Gemi seu nome. Imediatamente ela me olhou e sustentamos aquele olhar por segundos, até que eu tombasse a cabeça pra trás novamente. Meu corpo inteiro estava para explodir de excitação. — ! — falei mais firme ao voltar e olhá-la.
Eu queria estar dentro dela.
— Você quer estar dentro de mim?
Arqueei as sobrancelhas surpreso com ela praticamente lendo os meus pensamentos. Meneei a cabeça de forma desesperada, fazendo com que ela risse e prontamente alcançasse uma camisinha na sua pequena bolsinha preta, que estava atrelada ao seu vestido.
A sensação de preenchê-la por inteiro era indescritível. Conseguia sentir meu coração explodir em felicidade ao mesmo tempo que meu corpo começava a produzir demasiadamente proporções de ocitocina para que fossem liberados mais tarde. Eu me sentia bobo. Chapado. Entorpecido. E tudo por causa daquela mulher. Ela se apoiava nos meus ombros com ambas as mãos para que tivesse mais mobilidade com o quadril ao subir e descer, mas eu a ajudava colocando as mãos no fim das suas nádegas, fazendo com que os movimentos fossem mais acelerados. Nós dois ofegávamos e gemíamos alto, não conseguindo encostar nossos lábios para que pudéssemos nos beijar.
Mais algumas estocadas foram suficientes para que gemesse o meu nome, fazendo com que eu perdesse todo o pouquíssimo controle que me restava. Em um gesto rápido, me levantei com ela em meu colo, recebendo um olhar confuso, mas não ligando. A deitei no enorme sofá, ficando por cima e iniciando movimentos rápidos com o quadril, logo ouvindo os gemidos de predominarem pelo cômodo. Agradeci mentalmente pela música alta lá embaixo.
gemeu alto poucas investidas depois, me arranhou por cima da camiseta preta e tremeu embaixo do meu corpo, me apertando tão forte dentro da sua boceta que por alguns segundos perdi os sentidos, mas continuei investindo. Meu orgasmo veio logo depois e uni nossos lábios delicadamente, visto que estávamos muito ofegantes.
— Você é essa pessoa que me come desse jeito e quando falo em te chupar, do nada você fica com vergonha. — Sorriu ao me acariciar nos cabelos suados, eu a correspondi no mesmo instante e a beijei novamente.
— Você quem faz com que eu me sinta assim. — assumi. piscou algumas vezes antes de voltar a falar.
— Eu queria que tentássemos. De novo.
— Tentássemos o quê? — Questionei, com certo receio.
— Você e eu.
Meu coração deu uma cambalhota tão grande que achei que pudesse passar mal.
— Você e eu. — repeti aquelas palavras num sussurro, ao acariciá-la no rosto lentamente e observar seus detalhes. O nariz pequeno, a mínima pinta próxima ao lábio superior, seus cabelos bagunçados e a forma como a sua pele estava misturada ao suor.
Nos beijamos de forma lenta, sem pressa ou desespero. Nossas línguas se acariciavam, sentindo o gosto um do outro e compreendendo que aquele beijo marcava uma nova etapa em nossas vidas.
— Eu quero repetir. — ela falou quando nos separamos.
— ! — a repreendi com um sorriso nos lábios.
— Lá no alojamento. Quero acordar com você ao meu lado amanhã. — foi a vez dela me acariciar no rosto.
— Seu pedido é uma ordem. — a beijei e assim nos levantamos.
Não poderia de forma alguma reclamar da minha vida. Me encontrava em meu melhor momento. Depois daquele dia da festa na casa de Maxwell, e eu decidimos conversar seriamente e nos dar uma chance, visto que não havíamos feito isso quando resolvemos namorar há dois anos.
E tudo estava perfeito. Ele era o melhor namorado do mundo. Sempre cuidadoso, protetor e atencioso comigo. Nós passávamos a maior parte dos dias juntos, mas não ligávamos. As noites eram sempre regadas a estudos, filmes e algo que ele cozinhava.
Meses se passaram e o dia da formatura finalmente chegou. Eu fora escolhida oradora da turma e isso fez com que milhões de balõezinhos explodissem de felicidade dentro do meu estômago. O dia chegou e a minha fala foi aplaudida por dezenas de alunos, professores e pessoas importantes da Universidade. Todavia, a pessoa mais importante do mundo pra mim estava ali, sentado na primeira fileira, usando uma beca impecável e com seus cabelos bagunçados.
— Você está pronta? — Indagou quando entrelaçamos nossos dedos ao andar pelo campus totalmente tomado por verde da Universidade. Eu sentiria falta daquele lugar. Aquele pensamento fez com que meu coração doesse, mas uma nova e mais fase incrível estava por vir.
— Ansiosa pra voltar a Copenhagen. Você está? — virei o rosto para olhá-lo.
— Sim e não. — fez uma careta que me fez rir de leve. — Quero ver minha mãe, saber como ela está, mas aquele papo de sempre que ‘Física não leva a lugar nenhum’ vai voltar.
Seu tom de voz era levemente triste e aquilo mexeu comigo. Apertei nossas mãos enquanto passávamos por alguns alunos que aproveitavam a natureza perfeita daquele lugar para tirar fotos.
— Não liga para isso, tá bom? — parei de andar e o olhei nos olhos. — O mais importante é você estar feliz e fazer o que ama. E como não leva a lugar nenhum? Você conseguiu uma Bolsa para estudar Física Nuclear. Não tem nada que você ame mais.
— É claro que tem. — ele se aproximou com um sorriso bobo nos lábios e eu ri ao arquear as sobrancelhas.
— Ah é?
— Fazer sexo com você. Te chupar inteirinha. — seus lábios agora estavam próximos a minha orelha e um arrepio me tomou. Mordi meu lábio.
— Olha só. Alguns meses comigo e olha o que você está falando. — me afastei para olhá-lo.
— Você, sempre foi você.
— Sempre foi você. — sorri ao falar.
Ao nos beijarmos intensamente, ouvimos o gritar de amigos que se encontravam próximos, brincando. Senti um chapéu da beca me atingir no ombro e quando me separei, vi Dylan rindo como se tivesse feito uma travessura. Mostramos o dedo do meio ao nosso amigo, fazendo com que ele risse e retribuísse o gesto.
Eu não precisava de mais nada. Me sentia plenamente completa, todavia, ao mesmo tempo possuía uma ansiedade crescente no peito a respeito do meu futuro. E isso agora incluía o namorado mais perfeito que poderia ter.