FFOBS - 13. Ghost of You, por Sephora

Finalizada em: 19/09/2019

Capítulo Único

Aconselho ler escutando a música


Here I am waking up, still can't sleep on your side
(Aqui estou eu acordando, ainda não consigo dormir no seu lado da cama)


estava encarando o teto quase uma hora, perdido nos pensamentos sem saber o que direito o que tinha que fazer.

Há uma semana atrás ele tinha tudo, hoje tinha nada.

Encarou o lado esquerdo da cama e percebeu que ainda estava bagunçado, o travesseiro não estava presente pois ela tinha o atirado em direção a porta, e era ali que estava a almofada. Fechou os olhos quando sentiu que a lágrimas tomaram conta e respirou fundo, não podia chorar novamente.

There's your coffee cup, the lipstick stain fades with time
(Há a sua xícara de café, a mancha de batom desbota com o tempo)


Levantou contra vontade, desceu as escadas indo direto para cozinha tomar café para manter-lo acordado, não sabia quanto tempo tinha dormido na última semana, talvez um hora por noite. Andava arrastado como zumbi de série de tv.
Depois de preparar o líquido preto, encostou na banca e encarou a xícara com a foto do Dr. House na lateral, era possível vê ainda a marca de batom rosa desbotando-se na parte superior da caneca.

— Que tal um café? — Perguntou para o nada, como se ela estivesse ali sentada o encarando enquanto abraçava a caneca com as duas mãos.
Não, prefiro meu chá. — Na sua mente foi quase possível vê-la bebericando do chá depois de dizer aquelas palavras.

Entretanto era apenas a imaginação. Estava ali completamente isolado e solitário.

Cleaning up today, found that old Zepplin shirt
(Limpando a casa hoje, encontrei aquela velha camiseta do Led Zeppelin)


Caminhou até a sala, sentou no sofá e encarou a situação que a sala se encontrava.
Tinha algumas peças de roupas pela sala, organização nunca fora o forte dela, reconheceu uma em específica pendurada no braço do móvel. Pegou o tecido e levou próximo ao rosto, sentindo o cheiro do perfume que tanto conhecia, encarou a estampa da blusa e riu pela primeira vez depois de mundo tempo, perdendo-se nos próprios pensamentos.

Depois de se soltar do beijo, encostaram uma testa na outra. encarou o olhar da mulher a sua frente.
— Promete que não vai mais fugir?
— Prometo. — O olhar do rapaz desceu para a roupa da menina, rindo em seguida. — O que foi?
— Quem em pleno 2019 usa uma camisa do Led Zeppelin?
— Os fãs da banda, claro!
— Esses nem existem. — Zuou a moça, sentando-se no sofá, trazendo-a para sentar no seu colo.
— Não acredito que você está zuando minha banda favorita. — Ela o encarou com os olhos semicerrados, fazendo-o rir mais ainda. — Não tem graça!
— Tem sim! — Ele respondeu rindo mais ainda.


You wore when you ran away, and no one could feel your hurt
(Você vestia quando fugia, e ninguém podia sentir sua dor)


Mais tarde, ela explicará que sempre usava aquela camisa para esconder a dor que sentia, de forma metaforicamente. Dessa vez tinha ido sem a camisa, e talvez esse fosse o verdadeiro motivo do acidente.
Queria que a promessa que tinha feito a prometer tivesse significado de alguma coisa, mas aparentemente não.
Culpava-se por ter iniciado a briga a alguns dias atrás, por deixado-a fugir, por não ter ido atrás, talvez ela ainda estaria ali em seus braços. Tão jovens, tão burros pra saber de coisas como o amor. Mas agora ele entendia o que era o amor, só queria ter uma chance de explicar isso. Nem que fosse a última.

Foi até a caixinha de som que tinha na sala, conectou com o celular via bluetooth, colocando a música que dançaram no primeiro encontro.
Imaginou ela ali, colocou a mão na cintura da mulher, puxando para perto e quase sentiu os toques delicados dos dedos femininos em seu ombro. Dançou ao redor da sala, conduzindo-a da mesma forma que fez pela primeira vez.

Não sabia que você dançava. — Ouviu-a dizer as mesmas palavras daquela noite.
— Há muitas coisas sobre mim que ainda não sabe. — Respondeu em voz alta, mesmo que ela não pudesse ouvir.

Quando a música acabou, viu-se sem chão, completamente vulnerável ao sentimento de culpa, sentou-se no sofá mais uma vez e permitiu-se chorar, as lágrimas desceram pelo rosto como um rio descia pelas pedras transformando uma cachoeira,. Não podia imaginar na dor que ela estava sentindo no momento que atravessou a sua sem olhar para os lados, não sabia dizer se era maior do que quando ela chocou-se com o chão depois de ser atingida pelo carro. Queria transferir tudo aqui para si, porque não foi ele no lugar dela?
Não conseguia conseguia tirar da cabeça que tudo aquilo tinha acontecido por sua causa, conseguia ouvi-la dizer “vai ficar tudo bem, você vai superar isso.”, no entanto acha impossível. Ele sempre se afogava nos pensamentos, todas as manhãs, e acabava dançando apenas com o fantasma dela pela casa.

So I drown it out like I always do
(Então eu afogo isso como sempre faço)
Dancing through our house with the ghost of you
(Dançando pela nossa casa com o seu fantasma)


Escutou o celular vibrar na mesa de centro, atrapalhando seus pensamentos, esticou-se para pegar e atender.
— Alô?
? — Ouviu uma voz feminina do outro lado da linha.
— Eu mesmo. — Respondeu ainda desnorteado com o pensamento.
— Aqui é do Saint John’s Health Center.
— Aconteceu alguma coisa? — Quando o nome do hospital foi citado, o cérebro do rapaz acordou do transe.
— Na verdade aconteceu. acabou de voltar do coma e está procurando por você.


Fim



Nota da autora: Eu sei que ficou bem curtinha, mas escrevi tudo que tinha em mente para a short, tentei deixa um pouco a curiosidade haha. Espero que vocês tenham conseguido sentir a música enquanto liam essa short, a letra não diz o que aconteceu para o casal chegar naquele ponto e foi exatamente o que pensei em fazer. Não se esqueçam de comentar o que acharam. Beijinhos <3



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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