Capítulo 1
estava sentada na mesa de sempre durante o intervalo entre duas aulas. Ela e suas amigas; , Sophie e sua namorada Megan. As garotas ainda conversavam sobre o último acontecimento mais importante do mês passado; a declaração que fez par durante o sarau. Ninguém daquela escola poderia imaginar em um milhão de anos que aquilo fosse acontecer. Todos conheciam a rivalidade entre e . Os dois jovens que se conheciam desde a infância graças a amizade da irmã do garoto com a menina que usava grandes laços vermelhos quando era pequena. A frase “In fact, that’s a lie, I want you” ainda poderia ser ouvida por todos que tinham gravado aquele momento em seus celulares, mas não precisava de vídeos. Ela não conseguia tirar aquele momento da sua cabeça.
一 Eu ainda não acredito que ele fez isso! - Sophie comentou pela quarta vez desde que aquela conversa tinha começado. Não conseguia aceitar a mera possibilidade de seu irmão gêmeo ter sentimentos puros e sinceros pela sua melhor amiga. Ela, nem sequer acreditava que ele era capaz de sentir coisas boas por algo que não fosse seu cabelo.
一 Eu achei extremamente fofo. - suspirou com um leve sorriso no rosto. - Se Liam fizesse isso, provavelmente, eu teria corrido para dar um beijo nele no palco. Um belo final de filme adolescente. - A garota ganhou diferentes reações da mesa. Sophie fez uma cara e um som de quem estava vomitando, sua namorada sorriu e concordou, mas não fez nada. Ela não tinha soltado uma palavra sobre aquilo desde o acontecimento. No máximo dizia “Ele só quer atenção e me irritar”. A garota realmente acreditou nisso no ínicio, mas agora reparava a forma que não tirava seus olhos dela em todos os momentos e ela já estava ficando particularmente furiosa com esse novo joguinho do garoto. Não foi tão difícil fugir dele apesar de estarem sobre o mesmo teto. Ela tinha a ajuda de Sophie que estava mais furiosa e protetora do que em todos esses anos. Não havia um momento em que ela era deixada sozinha com o garoto.
一 nunca iria cair em algum joguinho de sedução idiota de pseudo cantor indie do meu irmão. - Olhou para frente e estalou os dedos perto do rosto de sua amiga para trazê-la para conversa. - Não é?
一 É óbvio. - Disse simplesmente. As meninas pararam de conversar quando perceberam que o assunto estava entrando no refeitório naquele momento. Ninguém imaginava que a popularidade do garoto aumentaria, mas não foi tão surpreendente. Coloque violão e uma jaqueta de couro em um garoto com cabelos desgrenhados e todos vão te aplaudir na entrada de qualquer lugar do colégio.
estava acompanhado de seus melhores amigos; óculos escuros e . Os dois sorriam para aqueles que pareciam seus primeiros fãs. Eles estavam felizes de ainda ser o assunto favorito das rodinhas de fofocas. Infelizmente, , apesar disso, não tinha conseguido alcançar seu maior objetivo; . A garota era difícil, ele sabia disso. O garoto tinha conhecimento desse fato desde que se apaixonou por ela quando tinha apenas 8 anos e brincava de chamar sua atenção jogando a bola nela. Nunca funcionou. Ele tinha sido rejeitado pela menina de laços vermelhos e, aparentemente, ela tinha feito isso de novo, mas dessa vez sem os laços. Ao se sentar, ele não precisou procurar muito para encontrá-la no mesmo lugar de sempre cercada pelo mesmo grupo de amigas. Era a mesa de frente da dele.
一 Eu não sei como a sua irmã não te matou. Eu só conseguia ouvir comentando sobre isso no quarto com a Megan. - O único problema entre irmãos não era exclusivo da família . tinha certos problemas com sua irmã adotiva.
一 Ela tentou. - Riu ainda lembrando de toda a gritaria que teve na casa no dia seguinte do sarau. Ele nunca imaginou que o ódio que a irmã sentia por ele poderia aumentar, mas ele estava terrivelmente enganado.
一 Você gosta mesmo da ? - o encarou ainda com um leve sorriso no rosto e deu de ombros. Não era o amor da vida dele ou qualquer coisa tão séria. Eles eram jovens demais para aquilo. Ainda assim, sentia algo pela melhor amiga da irmã dele.
一 Ela te odeia. - apenas jogou no ar aquela constatação ao perceber que a menina não estava com uma cara nada amigável encarando eles. Ele não podia discordar tanto. Provavelmente, também odiaria se fosse ela.
Can't breathe, can't sleep, crazy, what you do to me?
(Não posso respirar, não posso dormir, louca, o que você fez comigo?)
A garota não conseguia pregar os olhos mesmo se revirando pela cama durante muitos minutos. Ela tinha que resolver aquilo. Dizer todas as coisas que estavam instaladas na sua garganta para . estava furiosa em ter que passar pelo corredor e ter que lidar com burburinhos sobre ela. E a irritava mais ainda saber que, diferente dela, o garoto deveria estar amando toda aquela atenção. Levantou-se decidida da cama e não pensou muito em atravessar o corredor e entrar no quarto de sem ao menos bater a porta. Ela acendeu a luz e bateu com violência no garoto que apenas resmungou ao ser acordado daquela forma violenta.
一 Qual é o seu problema? - Disse ainda meio sonolento e tentando se proteger da claridade repentina que fazia seus olhos arderem.
一 Você é um babaca. Qual é o seu problema em querer infernizar minha vida? Eu quero que você mande todos os seus fãs idiotas daquele colégio parem de cochichar sobre mim quando eu passar. - Falou tentando não soar tão alto. A última que ela queria era acordar sua melhor amiga no quarto ao lado.
一 Você não é tão importante, . - Sentou-se na cama tentando dar um leve sorriso irônico. - Eles estão falando de mim.
一 Jonhson não me testa. - Fechou os olhos para poder respirar fundo e não pular no pescoço daquele garoto e acabar com aquele sorriso cínico tão familiar para ela. - Eu estou falando muito sério com você. - Cruzou os braços ganhando apenas o mesmo sorriso de sempre como resposta. Faíscas voavam por todo o quarto bagunçado do garoto. Eles se odiavam. Isso era um fato. Se aquilo virou um amor por parte do garoto, não sabia. Ela nunca confiaria nele. Mas o fato era que tudo naquele quarto era tensão e muita raiva acumulada.
一 Eu gosto de você, . Isso é realmente tão surpreendente? - O garoto perguntou ganhando um olhar quase surpreso da menina parada à sua frente. Ele pôde perceber que, por breves segundos, ela pareceu perder um pouco a pose. - Surpresa? Achei que tinha ficado óbvio…
一 Cale a boca, Jonhson. - Interrompeu rapidamente. Ela não queria voltar para aquela declaração fajuta. “Tudo um plano perverso” repetiu diversas vezes na sua mente. - Você não vai conseguir brincar com a minha mente.
一 … - Levantou-se ficando extremamente próximo da menina que assustada com a proximidade repentina cambaleou para trás, mas não o suficiente para ficar tão longe. - Eu não quero brincar, eu só quero entrar na sua mente. - Sorriu e deu um leve passo para frente. Nunca estiveram tão próximos. Por mais que quisesse sair antes que fizesse algo que se arrependeria pelo resto da vida. Ela não saiu. Não queria parecer afetada pelo garoto. Era uma briga muito silenciosa entre os dois. - E eu acho que já entrei. - Não estava pensando nas consequências dos seus atos. Não era o seu ponto forte pensar antes de agir. Quando percebeu, ele já estava tão próximo que sentiu a respiração pesada de . A garota não dizia nada, foi quase impossível não fechar os olhos. Ela não queria ver o que estava prestes a fazer. E não viu. a beijou e ficou surpreso ao sentir que não o tinha rejeitado como sempre fez. Foi algo tão surpreendente para o garoto que ele se afastou rapidamente. - Você quer me beijar? - Perguntou quase assustado. abriu os olhos e pareceu ter percebido finalmente o que estava acontecendo naquele momento. A pior parte daquela pergunta era que ela sabia a resposta. queria beijar .
一 Se você falar isso pra alguém, eu mato você, Jonhson. - Disse séria, mas não foi embora. Ela se arrependeria com certeza. Não haviam dúvidas para a garota sobre isso, mas assim como , ela não pensava muito antes de agir. Os dois eram bem mais parecidos do que gostam de admitir. Então surpreendendo a todos, ela o beijou. Dessa vez, ninguém parou. A competição que iniciava agora era quem conseguiria beijar por mais tempo. passou os braços em volta da cintura de que não ficou para trás e o puxou para mais perto pela nuca. O garoto sorriu durante o beijo e ele já tinha beijado muitas garotas, mas ele sabia que era diferente porque com certeza seria a última vez e, surpreendentemente, não por uma escolha dele. Por isso, ele ficou decepcionado quando percebeu que não conseguia mais beijá-la. “Droga de oxigênio” pensou.
一 O que… - Antes que pudesse dizer algo, a garota fez um sinal com a mão pra que ele ficasse quieto. Pela primeira vez, a pessoa que o beijava não estava sorrindo. A última coisa que parecia que estava era feliz.
一 Nada aconteceu aqui. - Disse simplesmente antes de sair em passos rápidos para seu quarto. Ao chegar, trancou a porta não por medo de entrar, mas sim ela sair e voltar lá para beijá-lo. Ela foi lá para tirar todas as dúvidas e lembranças daquele sarau da cabeça, mas acabou conseguindo novas e muito mais incômodas. “Eu gosto de você, . Isso é tão surpreendente?” essa frase a perseguiu por toda a madrugada o que a fez com que ficasse acordada por noite a dentro. Ela estava enlouquecendo.
So hazy, but it's alright, you take me to the dark side
Dangerous, but I'm fearless, oh
(Tão nebuloso, mas tudo bem, você me leva para o lado negro.
Perigoso, mas eu sou destemida)
Todos repararam que parecia muito mais aborrecida do que o normal aquele dia no intervalo. “Tive uma péssima noite de sono” repetia quase que de forma furiosa todas as vezes que alguém perguntava. A única pessoa que parecia não aceitar aquela conversa muito bem era . Ela não deixava de encarar a amiga de forma suspeita desde que havia chego. já tinha percebido, mas tentava ignorar os olhares inquisidores para cima dela.
一 Ei, , eu tenho que ir buscar um coisa no armário, deixa o casalzinho e vem comigo? - Sorriu de forma simpática como sempre fazia. Nada suspeito para ninguém exceto elas duas. seguiu a amiga após alguns segundos ponderando, mas não queria ter mais atenção na rodinha do que já estava tendo. - Eu sei o que vocês fizeram. - Jogou no ar enquanto as duas indo para o armário. A garota tentou não parecer culpada de algo, mas foi impossível não encarar surpresa. Ela sabia que aquilo era possível. já deveria ter contado e recontado para milhares de vezes.
一 Sophie não pode sonhar com isso. - Afirmou parando e a levando para um local com menos pessoas no corredor. A última coisa que ela queria era virar mais uma fofoca. - Nunca, .
一 Eu acho isso difícil, vocês moram juntos. - Lembrou. Tinha ficado bem surpresa quando ouviu praticamente gritar dentro do quarto “Como assim você e a se beijaram?”. Ela tinha apenas que chamá-lo a pedido da mãe, mas acabou ouvindo a última coisa que ela poderia imaginar ouvir em um milhão de anos. Tentou dizer para si mesma que não poderia ser a que ela conhecia, talvez outra. Com certeza não era a sua amiga a pessoa de quem seu irmão adotivo estava falando. Mas ao chegar no colégio e ver o modo como ela estava, não tinha mais dúvidas. e tinham trocado algo que não eram socos e ofensas, mas sim salivas e beijos.
一 Bem, não vai acontecer nunca mais. É só esquecer… - Ela repetia aquilo desde que havia acordado das poucas horas de sono. Mesmo não sendo religiosa, agradeceu a todos os santos quando não viu no café da manhã. - Foi só um erro…
一 É um erro que eu nunca pensei que você cometeria. - Disse um pouco incerta e quase com medo da reação da amiga, mas nada veio. Ela só continuou encarando como se esperasse um conselho. - O que rolou?
一 Eu estava com raiva dele… - Desabafou, mas logo foi interrompida.
一 Você está com raiva dele há anos e nunca se beijaram. - comentou de maneira inocente, mas ganhou um olhar mortífero e apenas deu de ombros murmurando um “foi mal”. - Foi o que aconteceu no sarau? Achei que você não tivesse ligado.
一 Eu não liguei… - Ela não tinha mais tanta certeza daquilo. Na hora, a garota apenas estava achando graça de tudo aquilo, mas depois os pensamentos foram mudando como da água para o vinho. “A música não é tão ruim” virou “A voz dele é ótima” e no último estágio “Desde quando ele tinha virado esse garoto sexy pra caralho?!” E foi alí que a sirene tinha tocado. - Eu só estava na seca há muito tempo, definitivamente foi esse o problema.
一 Nunca pensei que fosse uma possibilidade para você. - Falou vendo a amiga chocar as costas no armário e voltar seu olhar para início do corredor. e conversavam animadamente sem prestar atenção no redor. quase parecia decepcionada consigo mesma por cogitar aquele garoto como uma possibilidade, mas não a culpava, ele era lindo.
一 Eu também não. - Quando passou por ela, não hesitou em piscar para garota de forma provocante. fechou os olhos com força e mais uma vez recorreu ao poder divino. “Não permita que eu vá para o lado negro da força”.
I just can't shake you outta my head
Maybe, maybe, maybe...
(Eu apenas não posso tirar você da minha cabeça. Talvez.
Talvez. Talvez…)
Quando as amigas chegaram em casa naquele fim de tarde, Sophie não conseguia tirar da cabeça de que algo estava errado com e ela queria saber o que tinha acontecido. Desde aquele sarau que ela parecia andar com a cabeça na lua e queria apenas um sinal para poder matar seu irmão quando ele tivesse dormindo.
一 O que aconteceu? - Perguntou praticamente intimando a garota. Ela estava sentada na cama enquanto fingia dobrar algumas roupas que estavam jogadas pelo quarto. Na verdade, ela só queria uma desculpa para não ter que encarar Sophie.
一 Tive uma péssima noite de sono. - Repetiu exatamente como tinha feito durante todo o dia.
一 Não hoje, . Você está assim desde aquele sarau idiota. - Disse séria e praticamente perdendo a paciência. Não podia acreditar que realmente estava tentando mentir para ela. - Pode me falar o que aconteceu…
一 Talvez ela esteja apaixonada. - As duas garotas viraram rapidamente para a porta encontrando apoiado pelos ombros no encosto de forma relaxada e sorridente. - Isso é um claro sintoma de paixão. Quem é o azarado? - Perguntou de forma brincalhona, mas antes que pudesse continuar dizendo algo, Sophie pegou o travesseiro mais próximo e jogou no irmão com toda a força possível, que pego de surpresa não teve como desviar.
一 Saí daqui seu idiota. - apenas se forçou a ignorar a presença do garoto e voltou a dobrar pela quarta vez a mesma blusa.
一 Diz aí, ? - Perguntou de forma irônica, mas antes que Sophie pudesse jogar algo nele, foi até a porta e a fechou na cara do garoto. - Eu também amo vocês! - Gritou do lado de fora.
一 Seu irmão é a pior espécie de ser humano que existe na face da terra. - Disse com um desgostoso nítido na voz simplesmente voltando as suas roupas. Ela não queria ter que lidar com aquele clichê adolescente de amor e ódio. Não sentia nada por . Ela o achava bonito, nada de novo nisso. Talvez o fato dele ter se declarado na frente de todos tenha feito com que ela sentisse um pouco mais de empatia pelo garoto. Ainda assim, nada tinha mudado. - E não aconteceu nada, Soph, não precisa se preocupar, eu estou bem. - Juntou todas as forças possíveis e fez a maior cara de sincera que conseguia. Ela passou por uma longa avaliação da amiga que a encarava parecendo procurar qualquer sinal de mentira, mas após alguns segundos desistiu e se levantou da cama.
一 Se precisar de alguma coisa, eu estou no quarto ao lado. - Abraçou que apenas sorriu e agradeceu. Não se sentia a melhor pessoa do mundo por mentir para a sua melhor amiga, mas sabia que era a coisa certa a se fazer. O que tinha acontecido jamais voltaria a acontecer então não tinha motivo para tornar aquilo algo maior do que realmente era.
Naquela noite, mais uma vez não conseguia dormir. Mas também se forçava a ficar deitada e com a porta trancada. A garota era ariana, o primeiro signo do zodíaco. Ela não acreditava muito nessas coisas, mas tinha se lembrado do que - a astróloga - do grupo tinha dito uma vez a ela. “É o primeiro signo do zodíaco, vocês não costumam pensar muito antes de fazer. É muito impulsivo”. Por esse motivo, ela tinha trancado a porta. Estava se trancando dentro daquele quarto. Não tornaria aquilo algo maior. “Um beijo tem como relevar, mas dois com certeza não” repetia para si mesma. Encarava o relógio ao lado da cama marcando três horas da manhã. Seria mais uma longa madrugada tentando se manter sã.
Se assustou um pouco quando ouviu leve batidas na porta do seu quarto. Ela não precisou pensar muito para descobrir quem era. A parte sensata do seu cérebro dizia que era pra ela voltar a dormir e fingir que não estava escutando. Mas a outra voz, que para a garota parecia muito a da sua amiga , apenas dizia “Você é ariana, não tente lutar contra isso”. Se apenas naquele dia, ela já tinha virado religiosa, agora ela estava se tornando uma pessoa que acredita nas estrelas como sua amiga. Estava enlouquecendo de fato.
一 O que você quer? - Sussurrou para o garoto que estava parado atrás da porta. Ela nem sequer tinha aberto completamente, mas conseguiu ver que ele estava apenas usando uma bermuda. Tentou se manter centrada e olhando apenas para o rosto dele, mas não ajudava muito. Tudo nele estava parecendo muito atraente para .
一 Por que trancou o quarto? - Seu tom era quase ofendido. Primeiramente, ele pensou que a garota iria bater no seu quarto nem que fosse para gritar com ele. Depois que percebeu que nada tinha acontecido resolveu ir até o quarto de , mas deu de cara com a porta fechada.
一 O que você quer? - Repetiu a pergunta e ignorando o que tinha dito. Assim como ela tinha feito e ele percebeu, o garoto também ignorou sua pergunta e apenas entrou no quarto. fechou rapidamente a porta atrás dela com medo de alguém ouvir a conversa. - Saí do meu quarto, Jonhson. - Disse de forma dura, mas ele apenas estava parado de frente pra ela apoiado na escrivaninha e com os braços cruzados.
一 Estou ofendido por você não ter ido no meu quarto. - Fingiu uma cara magoada, mas logo sorriu fazendo com que o encarasse sem paciência. - Ok, eu vim ganhar meu beijo de boa noite. - Por mais que seu tom fosse sério, pela primeira vez, estava rindo. Não conseguia lidar com aquele garoto parado à sua frente dizendo aquelas coisas. Era quase insuportavelmente irritante e engraçado ao mesmo tempo.
一 Saí do quarto, . - Apontou a porta atrás dela, mas foi rapidamente ignorado pelo garoto que só se aproximou dela e pegou seu braço e trouxe para cintura dele.
一 Eu gostava mais de você quando me beijava do nada. - Comentou sem tirar o sorriso do rosto. tentava se manter consciente. Ela fixou o seu olhar na parte branca dos olhos de . Talvez fosse a parte menos atraente do garoto, ela pensou. “É só branco. De todos os seres humanos são assim. Não é nada demais. É possível que o dele seja o mais branco de todos?”. Nunca pensou que conseguiria fazer ficar tanto tempo sem xingá-lo então aproveitou e a beijou. Para sua surpresa, ela não se afastou, mas o beijou com mais força ainda. Os dois não estavam entendendo como aquilo estava acontecendo ainda. Mais nenhum deles resolveu parar até quando se afastaram para respirar. empurrou levemente a garota para cama. Ela já nem pensava mais. Sua cabeça era apenas uma nuvem nebulosa que queria aproveitar o corpo magro e definido de . Não podia evitar passar a mão o máximo que conseguia nele. Lá no fundo, uma voz dizia para ela correr, mas a garota não queria. Estava muito bom para sair.
Os dois se beijaram por longos minutos até que a névoa de desejo tivesse deixado por breves segundos a mente de que pareceu voltar a si e se afastou do garoto. Ela não tinha palavras para dizer, nenhum xingamento, nada. O garoto estava sorridente com aquele momento. Um sorriso sincero e não cínico como ele geralmente usava quando era algo relacionado com a garota. Eles ficaram em silêncio deitados um do lado do outro. viu por cima do garoto que o relógio agora marcava quase quatro horas da manhã. Bufou porque sabia que não dormiria nada mais uma noite.
一 Não era pra isso ter acontecido. - Sussurrou fazendo com que virasse para encará-la. Ele não gostou de perceber que ela parecia culpada como se tivesse feito algo tão terrível. Aquilo feria o ego do dele.
一 Não finja que não gostou, . Era você que estava em cima de mim. - Disse um pouco mais ríspido ganhando um olhar mortífero dela. - É sério, não precisa fingir pra mim que você não gosta. Eu não sou minha irmã.
一 Ela é minha melhor amiga e vai me matar quando descobrir isso. - Pegou o travesseiro e o colocou no seu rosto como se tentasse se matar. pegou a mão da garota e antes que pudesse fazer alguma piadinha, ele repensou. estava triste de verdade com a probabilidade de brigar com Sophie.
一 Ela não vai saber de nada… - Começou a explicar, mas logo foi interrompido.
一 Garoto, em um dia a descobriu tudo. Você não fica com essa boca fechada. - Ela não precisou explicar nada, logo percebeu que ela deveria ter escutado dizer algo. - Em poucos dias, Sophie vai me expulsar e me odiar pra sempre.
一 Ela não vai fazer nada disso. - Tentou acalmar . - Ninguém vai saber, a gente pode continuar fazendo isso escondidos…
一 Continuar? - O interrompeu de novo e dessa vez se sentou na cama o encarando deitado. - Isso aqui não vai continuar. - Disse de forma óbvia apontando entre eles.
一 Ah, qual é? Não finja que isso não vai rolar de novo. - Brincou. - Eu estou te dando a opção de fazer isso escondidos. Não somos um casal, nem nada. A gente só vai no quarto do outro na madrugada e dá uns beijinhos. Tem quanto tempo que você não faz isso?
一 Você acha que eu estou desesperada? - Perguntou ofendida. Ela realmente estava bastante tempo sem beijar alguém, mas não era algo que ela precisava. Pelo menos, pensava assim antes de perceber que tinha gostado mais do que queria da ideia de . A pior parte estaria sendo mentir para sua melhor amiga.
一 Você não vai mentir pra Sophie, vamos apenas omitir. - A tranquilizou parecendo que tinha lido sua mente. - Seremos amigos coloridos.
一 Não somos amigos, . - Disse séria ganhando um sorriso como resposta.
一 Ok, , seremos inimigos coloridos como preferir. - Tendo aquela discussão como vencida e surpreendente sem tanto empecilho como esperava. se levantou e pegando de surpresa a beijou rapidamente pela última vez naquela noite. - Até amanhã, inimiga.
I'm a little bit love drunk
Ever get the feeling when you're miles away
(Estou um pouco bêbada de amor.
Até tenho a sensação quando você está longe)
一 Inimigos coloridos? - perguntou após um tempo em silêncio escutando falar sobre a noite que tinha passado com . Tinha sido intimada a ouvir aquela conversa assim que chegou no colégio. As duas estavam no mesmo lugar de ontem conversando sobre o mesmo assunto. Algo que incomodava da pior forma possível.
一 Eu também odiei esse termo. Não estamos em um filme idiota de adolescentes. - Bufou colocando a cabeça entre as mãos. A garota não queria acreditar no que estava acontecendo. Tentava se lembrar do exato momento que começou a sentir desejo pelo irmão da sua melhor amiga, mas era como uma grande lacuna que dividia o “eu te odeio” do “eu quero muito te beijar” - Foram aquelas aulas idiotas. - Lembrou-se das semanas anteriores ao sarau quando apareceu na academia de dança que ela lecionava.
— Ok, vamos lá. – Disse séria encarando o garoto que assentiu. – Primeiramente, endireitou sua postura, , não fique como se tivesse carregando uma mochila pesada. – estufou o peito seguindo as ordens da garota. – Coloque a mão direita no meio das minhas costas e segure a minha mão direita. – O músico hesitou um pouco já que eles nunca haviam ficado próximos, , na verdade, não se lembrava nem de ter tocado a garota alguma vez que não tenha sido para irritá-la. – Só faz isso logo. – Falou impaciente quando percebeu que ele apenas a encarava, puxou seu braço e fez com que a mão dele ficasse no lugar correto e depois colocou a sua mão esquerda no ombro dele. – Pronto, basicamente, é essa a posição que devemos ficar. E nunca perca a postura, mas também não fique duro como um poste. Separe seus pés em alguns centímetros. – não conseguia tirar os olhos do olhar concentrado da garota à sua frente, mas sempre seguindo as suas instruções, percebia, mas ela evitava ao máximo encará-lo nos olhos, sempre prestando atenção nas mãos e nos pés do garoto. Ela não estava tão confortável com a proximidade. – Nós vamos contar os nossos passos no início, quando eu pisar para trás, você pisa para frente.
— Se eu pisar no seu pé não será de propósito. – Avisou já sabendo que as probabilidades de aquilo acontecer serem altas e ele não queria que pensasse que ele estava levando aquilo na brincadeira.
— É eu sei que você é só péssimo nisso de andar, você já caiu da escada umas dez vezes sozinho. – Riu ao se lembrar de todas as vezes que ela só ouvia o barulho do garoto rolando escada abaixo, logo gritando um “estou bem”. riu também e ela o encarou pela primeira vez desde que eles haviam ficado tão próximos, parando de rir gradativamente. Nenhum dos dois acostumados com aquele tipo de situação. – Então vamos logo. – Balançou a cabeça para ajudá-la a pensar mais claramente. – Você só vai me seguir, tudo bem? – Assentiu. – Esquerda, direita e esquerda e depois, direita, esquerda e direita.
— Eu já me perdi. – Disse sincero deslocando seu olhar para os seus pés.
— Só conta em voz alta e segue o ritmo. – começou com o pé direito dando um passo para trás, estava confuso e de forma descoordenada tentou seguir a garota dando um passo para frente com o pé esquerdo. A dançarina soltou uma leve risada pela forma dura do menino de dançar e ele só bufou, mas logo sorriu. – Você é terrível. – Comentou, mas não de forma ruim como ela geralmente fazia, tinha sido apenas um comentário sincero que fez com que assentiu também rindo. Eles seguiram ensaiando pelo resto da tarde, algumas vezes o músico pisava no pé da dançarina que bufava e brigava com ele, mas logo reiniciou a dança. Eles se encararam algumas vezes, o garoto principalmente, ele não conseguia tirar seus olhos de . Para ela era mais difícil. Ela nunca gostou de admitir isso em voz alta, mas ela, assim como todas as garotas da sua escola, não era imune aos olhos de , e ela não estava acostumada a ter que lidar com sorriso sincero que ele dava todas as vezes que seus olhos se encontravam. Aquele não era o tipo de sorriso trocado por eles, era sempre algo cínico ou irônico, nunca sincero. não podia negar que havia achado bonito, infelizmente, ele nunca saberia disso.
一 Qual é a chance de ter sido tudo um plano daquele idiota? - Perguntou ansiosa para que apenas franziu a testa. Dizer aquilo em voz alta era patético, ela sabia que já estava tornando o garoto algum vilão de filme, quando na verdade ele era apenas Jonhson, o garoto que era incrivelmente teimoso e irritante.
— Talvez você goste dele… - A amiga disse lentamente e pisando em ovos. Rapidamente, a encarou e negou veementemente. De fato, não gostava. Era apenas desejo. Algo que a surgia e tornava tudo uma grande bagunça. Não era amor ou coisas assim. Ela tinha ficado bêbada pouquíssimas vezes na vida, mas conseguia reconhecer as similaridades entre esses dois sentimentos. Quando se aproximava, ela queria apenas beijá-lo e sem pensar nas consequências, mas no dia seguinte chegava a ressaca moral. Não deveria ter bebido tanto na noite anterior. - Depois de alguns dias deve passar, talvez seja apenas uma paixãozinha relâmpago. Ele é muito bonito, não seria tão surpreendente.
一 Ele não é nem tão bonito assim, . é muito mais gato. - Isso era mentira. A mais pura mentira que ela havia contado até agora naquela conversa. Ela poderia negar tudo, mas não a beleza de . Ainda assim, sentia que precisava dizer aquilo em voz alta e muitas vezes. Talvez aquela velha de história de que uma mentira contada muitas vezes se torna verdade acontecesse. Ela torcia que sim. - Falando nisso, ele parou de encher seu saco?
一 Ah, não muito. Ele nem fala mais comigo desde que Liam jantou lá em casa. - Não entendia todo o ódio que o irmão sentia por ela. Todos da família tinham aceitado muito bem a menina alegre e divertida quando ela chegou. tentou ao máximo forçar uma aproximação, sempre quis ter um irmão mais velho. Mas após alguns anos apenas desistiu.
一 O que ele tem de bonito com certeza tem de babaca, não é atoa que é melhor amigo do . - Comentou, mas logo mudaram de assunto e foram caminhando para o encontro das outras meninas. tinha uma opinião muito peculiar sobre a relação de e , mas nunca a disse em voz alta para ninguém mesmo sabendo que talvez Sophie e Megan concordassem.
Do outro lado do colégio, a conversa não era muito diferente. tentava entender como tinha conseguido amolecer o coração de . Ele não conhecia muito a menina, além do que ouvia do seu amigo e de sua não-tão-querida-irmã-adotiva.
一 Cara, como você conseguiu isso? - Perguntou pela terceira vez desde que tinha escutado a mesma história. sorriu e deu de ombros. Ele estava orgulhoso daquela ideia de “inimigos coloridos” ter funcionado, ele realmente não achou que ela iria concordar. Tinha que agradecer a sua mãe, o castigo que ele ficou depois de Sophie abrir a boca para dizer que ele estava fazendo passar vergonha em público de novo depois do sarau, fez com que ele fosse obrigado a ficar em casa. Não teria tido aquela ideia se não tivesse visto o filme do Justin Timberlake e Mila Kunis tantas vezes.
一 Eu acho que ela só quer muito beijar alguém e como eu não sou a pessoa mais difícil não do mundo… - Deixou a frase morrer rindo e arrancando risadas do amigo. Gostaria de acreditar que tinha subitamente se apaixonado por ele, mas como ela mesmo tinha dito “vai precisar pelo menos de um álbum inteiro para eu gostar de você.”. Ela mal sabia que o ele já tinha pelo menos metade de um álbum escrito para a garota. - Ah, você tem que tomar cuidado sobre sair falando disso. já sabia desde ontem sobre o beijo. quase me matou. - Alertou o amigo que bufou e revirou os olhos.
一 Nem me fala na . Você acredita que ela ainda está de conversinha com aquele Liam e ainda levou ele para jantar lá em casa? - O modo como ele disse aquilo era pra soar o mais absurdo possível e para o garoto, de fato, era. Mas estava confuso em como aquilo poderia ser tão ruim assim. Liam era um cara legal e ele a se conheciam há anos. Era quase a amizade de infância que tinha com Sophie. Não entendia porque era tão ruim assim para a relação deles dois. Até porque tinha a leve ideia de que Liam era gay.
一 Ele é gay, . - Falou como se fosse óbvio, mas seu amigo o ignorou completamente. Sempre mudava radicalmente quando o assunto era sua irmã mais nova. era um cara tranquilo na maior parte do tempo. Um grande contrapeso ao estilo mais extravagante de . Mas era só dizer aquele simples nome que o garoto ficava quase furioso. Ninguém conseguia entender, era aquele tipo de pessoa que não dá para odiar. Sempre andando com as suas saias, batatinhas e aquela voz lenta que cativava a todos com os assuntos mais aleatórios possíveis.
一 Ah, é claro. - Ironizou. - Eu não quero mais falar dela. - Encerrou completamente o assunto. Eles resolveram falar sobre os próximos passos para a banda. O final do ano estava chegando e o grande baile se aproximava. Obviamente, eles iriam tocar na festa. E tinha muita coisa para se decidir ainda. Dessa vez, não pensava em fazer mais alguma declaração memorável. Pelo menos, não por agora.
Ainda naquele dia no colégio, não pensou duas vezes em esperar sair sozinha para ir dar suas aulas de dança a tarde. Ele sabia um pouco sobre essa parte rotineira da vida da garota devido os últimos meses fazendo parte dela. Então não soou como uma má ideia em sua cabeça se despedir rapidamente de e correr a tempo de encontrar pegando sua bicicleta para ir trabalhar. Seus cálculos funcionaram e ele logo a encontrou tirando o cadeado e se preparando para sair.
一 Ei, . - Chamou assim que chegou um pouco ofegante pela corrida. A garota apenas o encarou de rabo de olho e o ignorou completamente voltando a puxar sua bicicleta e sair andando pelo estacionamento. - O que eu fiz? - Perguntou a seguindo pelo caminho.
一 Eu não sei porque você está falando comigo como se fossemos amigos. - Respondeu simplesmente sem sequer encará-lo. Não podia deixar de ficar tensa com a mera possibilidade de Sophie aparecer por ali e ver aquela conversa entre os dois. Não tinha explicação lógica para isso.
一 Relaxa, . - Sorriu e a segurou pelo ombro fazendo com que ela parasse e o encarasse. estava a achando excepcionalmente bonita naquela tarde, mas provavelmente resultado do que tinha acontecido na madrugada. - Você é gata! - Comentou e apenas bufou e revirou os olhos voltando a andar.
一 Você é patético. - Tentou não se sentir afetada por aquele comentário tão direto do garoto. Não era algo com que ela estava acostumada, mas fingiu não ligar. - Você vai ficar me seguindo? - Perguntou quando viu que o garoto andava ao seu lado.
一 Quero tirar umas últimas aulinhas de dança de novo. - Sorriu dando de ombros. - Vamos lá, me carrega aí na sua bicicleta legal. - Ela o encarava como se o garoto tivesse enlouquecido. Sempre olhando para os lados esperando alguém aparecer ou vigiando para perceber qualquer pessoa encarando os dois. Eles ainda estavam na frente do colégio, pensou muito entre discutir com o garoto e conquistar uma atenção indesejada ou apenas ir para um lugar sem conhecidos. Respirou uma última vez antes de subir e pedir para que o garoto subisse na sua garupa. - Não tente me matar. - Pediu rindo.
一 Não me peça coisas impossíveis. - Respondeu sem um pingo de riso em sua voz, mas quase sorriu apenas por perceber a imagem terrível que o garoto tinha dela. Tão ruim quanto ela tinha dele. O caminho foi todo em silêncio, mas aquilo era algo tão assustador para e como os beijos trocados às escuras. Provavelmente, naquele pequeno intervalo de caminho até a academia de dança, os dois tinham batido o próprio recorde pessoal em não brigar. Eles nunca ficavam calados na presença um do outro. sempre buscando um modo de incomodar e ela respondendo a altura.
Quando os dois chegaram na frente do trabalho de , desceu e a esperou fingindo mexer no celular, quando na verdade, pela primeira vez, o garoto estava extremamente nervoso com aquela situação. Não estava acostumado com aquele tratamento entre os dois.
一 Vai ficar aí parado? - perguntou quando viu que ainda estava parado encarando o celular. Ele deu de ombros sorrindo e guardou o telefone seguindo a garota pelo prédio que ele já conhecia. Assim que os dois entraram no grande salão de piso brilhante e cercado de espelhos, jogou sua mochila em um canto afastado e foi falar com seu amigo e colega de trabalho Tommy que estranhou ao perceber que ela não tinha chego sozinha.
一 Veio fazer mais aulas, ? - Perguntou sorrindo e apertando as mãos do garoto que apenas apontou como se apenas explicasse que estava apenas a acompanhando. Isso tudo surpreendeu Tommy que virou para em busca de respostas. As poucas semanas de convivência com eles dois já tinha deixado claro a falta de cordialidade entre eles.
一 Amigo novo, ? - Perguntou, mas não ganhou resposta, apenas mais um dar de ombros sem paciência. Seu chefe riu com a situação dos dois jovens. Era nítido que aquela relação era muito mais complicada do que parecia.
Os alunos chegavam aos poucos, era uma turma de jovens com as idades parecidas com a de e , o que não foi nem um pouco surpreendente quando um trio de garotas parecia muito mais interessada no garoto parado no canto mexendo no celular do que nas instruções de . A professora ficava cada vez mais nervosa com os risinhos que escutava.
一 Tem alguma coisa muito engraçada acontecendo que eu adoraria descobrir. - Disse ao parar a música surpreendendo o grupo que ria no final da sala e que estava tão entretido no celular que nem percebia os olhares sobre ele. As meninas se endireitaram e se separaram rapidamente tentando parecer inocentes. - Eu gostaria de lembrar que a professora sou eu então vocês precisam olhar para mim e não para as distrações ao redor. - Muitos alunos que não sabiam o que estavam acontecendo se encaravam confusos, mas as três alunas pareciam aborrecidas e reviraram os olhos com o comentário. sorriu finalmente entendendo o que tinha acontecido. Não evitou piscar para que apenas ligou a música novamente torcendo para que não houvessem novas interrupções.
Everybody's looking at me walking, stumbling
(Todo mundo está me vendo andando, tropeçando)
Hardly talking, mumbling, going red in the face
(Nem consigo falar, balbuciando, ficando vermelha)
No final da aula, não perdeu muito tempo em se desviar dos alunos que estavam se preparando para sair e ir falar com , apesar da feição da garota não estar nem um pouco convidativa.
一 Aula animada, não é? - Perguntou se aproximando por trás dela que, ao menos, virou para encará-lo e continuou jogando todas as coisas dentro da sua bolsa sem nenhuma preocupação em arrumar. - Qual é ? Eu não tenho culpa de chamar atenção nos lugares que eu estou. - Brincou ganhando apenas um pisão no pé como resposta mais uma vez sendo ignorado.
一 Você não tem nada pra fazer não? - finalmente o respondeu passando por ele indo em direção a porta.
一 Na verdade, não. Nós podemos ir tomar um café aqui por perto. - O garoto realmente estava a todo custo tentando criar uma relação com a amiga da sua irmã, algo que fosse maior do que os xingamentos pelo corredor. Ela o olhou por cima do ombro e pensou em como construir aquilo que eles tinham da melhor maneira possível. Não acreditou quando percebeu que queria sair com .
一 Tanto faz. - Respondeu com o máximo de desdém que conseguiu e logo saiu pela porta. A garota não conseguiu perceber o sorriso triunfante e a comemoração de como tivesse acabado de marcar o gol em uma final de campeonato.
Os dois seguiram pelo mesmo caminho e de forma tão silenciosa quanto. segurando sua bicicleta e pensando em uma maneira de iniciar uma conversa sem ser atacado. Não era comum para ele ter aquele tipo de momento com outras mulheres.
一 Por que você está tão empenhado nisso tudo? - Perguntou o pegando de surpresa, já que não esperava que fosse a garota a pessoa iniciando o diálogo. - Qual é a do seu planinho?
一 Nem tudo que eu faço faz parte algum plano mirabolante para te encher o saco, . - Respondeu fingindo estar ofendido.
一 É sério, você não pode simplesmente ter acordado um dia e percebido que queria ficar comigo. Isso é muito aleatório e sem sentido até mesmo para você e sua cabeça de vento. - Apesar de não ter tirado da cabeça a declaração no sarau e o que ele tinha dito na noite anterior. tentava entender como tinha se metido naquela relação estranha com alguém que mal falava poucas semanas atrás.
一 Sei lá, , eu te acho bonita. - Deu de ombros e pensou muito em tirar um pequeno sarro dela quando viu a menina virar o rosto por ter ficado sem graça com o elogio. Mas apenas sorriu e virou o olhar para frente. - Eu sempre tinha uma paixãozinha por você na infância. - Disse rápido logo se arrependendo.
一 Você não pode estar falando sério, . - A garota riu e nem sequer por um minuto acreditou naquela declaração, que ela considerou muito fajuta. - Você dizia que eu tinha piolho por uns dois anos para todas as pessoas que eu conhecia.
一 Me desculpa, tá legal? - Pediu levantando a mão para provar sua inocência. - Você me ignorava e eu não me dou muito bem com pessoas me ignorando.
一 Você tem um ego muito inflado sabia, Jonhson? - Comentou ganhando um aceno sincero e culpado do garoto como resposta. - E eu não te ignorei no início, você era o irmão da minha melhor amiga. Eu só queria brincar com ela e não com você. Nós éramos crianças.
一 Eu sei, , mas é difícil ter que lidar com coração partido aos 10 anos. Você nunca assistiu ABC do amor? - não iria rir, mas ao encará-lo e ver que ele realmente parecia ofendido não conseguiu se segurar. A ideia de ter partido o coração de Jonhson aos dez anos era incrível demais para não ser apreciada.
一 E você me beijou porque nutre esse sentimento por mim ainda? - Perguntou sarcasticamente.
一 Eu gostaria de lembrar aqui que quem me beijou foi você, . - Sorriu vitorioso ao ver que a garota não esperava por aquele comentário. Aproveitando o momento de surpresa, ele parou abruptamente indo para sua frente a impedindo de continuar andando. - Mas pode ficar tranquila que eu não sou um coração de pedra como você e não vou te magoar.
一 Aham, tá bom. - Concordou ironicamente virando o rosto para vários lados apenas para não ter que encarar o belo rosto de que estava próximo demais para a sua infelicidade. - A gente deveria entrar para tomar o café. - Tentou mudar de assunto apontando para a cafeteria do outro lado da rua.
一 Claro. - Os dois atravessaram a rua e não demoraram muito em entrar e sentar na primeira mesa vazia que avistaram. O silêncio constrangedor voltou entre os dois pela milésima vez naquele dia. Eles ficaram se encarando até que levantou o braço para fazer o pedido e a acompanhou. Foram longos minutos até o café chegar e eles terem algo importante para focar, no caso, o copo com o café. - Você me chamou aqui pra ficar quieto? - Resolveu iniciar uma conversa. - Eu queria entender o que você pretende com isso.
一 Eu não pretendo nada. - Afirmou ganhando um olhar furioso de . - Quer dizer, eu deveria? Eu não sei, . Estamos em um patamar da nossa relação que eu achei que nunca aconteceria nem nos meus melhores sonhos…
一 Ou pesadelos. - O interrompeu ganhando um sorriso como resposta.
一 Não finja que odiou o que rolou entre a gente. - Implicou com a garota que deu de ombros dando um longo gole no café tentando ignorar . - Eu acho que pode funcionar isso. - Apontou entre os dois.
一 Não posso fazer isso com a Sophie. - O lembrou. - E eu não gosto o suficiente de você pra brigar com a minha melhor amiga por isso. - Ela só conseguia pensar em todo o problema que aconteceria caso Sophie descobrisse toda aquela história entre os dois. Provavelmente, perderia a amiga para sempre.
一 Ela não tem que saber. , não é um namoro. - A lembrou. - A gente só tem que saciar essa tensão sexual e depois partir para outra. Sem problemas para nenhum dos dois. - Antes que ela pudesse começar a replicar, a interrompeu. - É omissão e não mentira. São coisas diferentes.
一 Nada vai acontecer na escola. Nada muda entre a gente. - Disse séria e o garoto sorriu já sabendo para onde aquilo iria no final. - Não somos amigos, não fale comigo perto da Sophie ou de qualquer outra pessoa…- Deixou a frase morrer e estendeu a mão para um aperto que realmente levasse aquele acordo mútuo entre os dois.
一 Não se apaixone por mim. - Riu e revirou os olhos.
一 Isso não é a porra de uma comédia romântica, Jonhson. - Sorriu convencida. Os dois brindaram com o copo de café com um leve sorriso no rosto. - E eu quem deveria avisar isso, quem já se apaixonou aqui foi você. - Cutucou o garoto que fingiu uma risada. Os dois seguiram pelo resto do encontro de forma até mais amigável do qualquer um que os conhecesse poderia imaginar. falou sobre sua banda e como ele realmente queria se transformar em um música profissional. gostou de saber que ele se importava com o futuro dele de forma tão madura, não era algo que ela esperava dele. Por outro lado, ele ficou rindo de todos os causos que a professora de dança tinha passado nos últimos anos trabalhando na academia. Ele não conseguia aceitar que existiam homens tão sem noção.
Feelin' so hot, I'm taking your clothes off
Glasses steamed up, I'm dreaming that no one can see u
Os dois combinaram de chegar com intervalo em casa até mesmo para evitar qualquer proximidade suspeita. ainda se sentia mal por mentir, mas não podia negar que a tarde tinha sido muito mais agradável do que ela poderia imaginar. A culpa estava batendo naquele momento que dividia o sofá com Sophie e via fechar a porta.
一 Ei, estava aonde esse tempo todo? - Sophie perguntou virando apenas o rosto para trás vendo seu irmão lentamente tirar os sapatos e jogá-los no canto da sala. - . - Chamou sem paciência.
一 Relaxa, maninha, eu fui dar uma volta com alguém por aí. - Respondeu de forma despojada e todo sorridente. enfiou mais pipoca na boca do que conseguia de tanto nervosismo e acabou se engasgando e tossindo ganhando a atenção dos irmãos. - Tudo bem, ? - Seu tom de voz brincalhão não passou despercebido e Sophie logo saiu em defesa da amiga.
一 Cala a boca, panaca. Mamãe fica enchendo o saco pra saber aonde você está então avisa da próxima vez. Não sou garota de recados. - Lembrou ao irmão com desdém ganhando um aceno como resposta antes de vê-lo subir pelas escadas a ignorando completamente.
Naquela madrugada, mais uma vez, foi premiada com uma visita no seu quarto. Dessa vez, não tinha deixado a porta fechada para evitar o que ela sabia que aconteceria mais cedo ou mais tarde até porque era um acordo mútuo e selado pelos dois.
一 Já conseguiu engolir as pipocas de mais cedo? - Perguntou rindo assim que fechou a porta. o encarou revirando os olhos e fingindo dar uma risada. se aproximou da garota
Feelin' so hot, I'm taking your clothes off
Me sinto tão quente, estou tirando suas roupas
Glasses steamed up, I'm dreaming that no one can see u
Óculos embaçados, estou sonhando que ninguém pode nos ver
Os dois combinaram de chegar com intervalo em casa até mesmo para evitar qualquer proximidade suspeita. ainda se sentia mal por mentir, mas não podia negar que a tarde com o tinha sido muito mais agradável do que ela poderia imaginar. A culpa estava batendo naquele momento que dividia o sofá com Sophie e via fechar a porta.
一 Ei, estava aonde esse tempo todo? - Sophie perguntou virando apenas o rosto para trás vendo seu irmão lentamente tirar os sapatos e jogá-los no canto da sala. - . - Chamou sem paciência.
一 Relaxa, maninha, eu fui dar uma volta com alguém por aí. - Respondeu de forma despojada e todo sorridente. enfiou mais pipoca na boca do que conseguia de tanto nervosismo e acabou se engasgando e tossindo ganhando a atenção dos irmãos. - Tudo bem, ? - Seu tom de voz brincalhão não passou despercebido e Sophie logo saiu em defesa da amiga.
一 Cala a boca, panaca. Mamãe fica enchendo o saco pra saber aonde você está então avisa da próxima vez. Não sou garota de recados. - Lembrou ao irmão com desdém ganhando um aceno como resposta antes de vê-lo subir pelas escadas a ignorando completamente.
Naquela madrugada, mais uma vez, foi premiada com uma visita no seu quarto. Dessa vez, não tinha deixado a porta fechada para evitar o que ela sabia que aconteceria mais cedo ou mais tarde até porque era um acordo mútuo e selado pelos dois.
一Já conseguiu engolir as pipocas de mais cedo? - Perguntou rindo assim que fechou a porta. o encarou revirando os olhos e fingindo dar uma risada. se aproximou da garota ainda com um sorriso no rosto e mexendo em um fio de cabelo que caía na testa da garota que assustada com o toque um pouco mais íntimo apenas se afastou rapidamente. - Vocè não foi nem um pouco sutil. - Comentou virando para encará-la.
一 Me desculpa, se eu não sou boa em mentir para a minha melhor amiga. - Respondeu sarcasticamente. - Vocês três na mesma sala me deixou particularmente em pânico de alguém dizer algo errado.
一 Relaxa, . - Tentou, de forma sincera, tranquilizá-la. - Vou ficar mais feliz se só eu conseguir te deixar nervoso. É ofensivo precisar da minha irmã no mesmo cômodo pra isso. - Brincou forçando uma piscada fazendo a garota resmungar e sentar em sua cama colocando a cabeça entre as mãos ainda tentando acreditar no que estava acontecendo.
一 Você veio aqui só pra me irritar. - Levantou o olhar até o garoto que negou e foi sentar ao seu lado colocando os braços em volta dos seus ombros a puxando para perto.
一 Na verdade, eu vim atrás de uns beijinhos, mas como isso não está sendo possível. Eu ficaria agradecido apenas se você aceitasse meu convite e fosse ver um dos meus ensaios com a banda. - Pediu tentando não transparecer a sua animação em deixar com que conhecesse seu outro lado. - Eu já te vi dar aula então acho que é justo. - Argumentou ao ver que ela o encarava franzindo a testa, possivelmente, tentando encontrar algum resquício de piada naquele pedido. 一 Como colegas. - Completou tentando tornar o convite mais agradável. Tinha medo de estar forçando uma barra.
一 Vou levar a . - Disse simplesmente ganhando um beijo demorado na bochecha e uma mão bagunçando seu cabelo. estava verdadeiramente animado e não estava tão triste assim, podia-se dizer que a garota estava até mesmo ansiosa. Ela tinha gostado de ouvir ele tocando a primeira vez, isso não podia negar já que praticamente fez com que quisesse ficar com ele.
一 Amanhã depois da aula então, no mesmo horário de hoje. - Sorriu logo a puxando para mais perto. - Será que podemos aproveitar nossas bocas agora? - Brincou arrancando verdadeiras gargalhadas de . - Isso é um sim?
一 Ai, meu Deus, você é tão mais bonitinho de boca fechada. - Sorriu antes de beijar o garoto. Naqueles rápidos momentos, eles realmente pareciam um casal normal. Os dois conseguiam perceber isso. odiava aquela sensação porque sabia que nunca poderia ser real sem que sua amizade fosse destruída, por outro lado, não podia estar mais feliz. Ele sempre sonhou em como seria ficar com a melhor amiga da irmã dele, mas nunca imaginou que fosse gostar tanto assim. Era algo, realmente, novo para os dois.
O café da manhã foi um pouco mais estranho para . Quando ela desceu as escadas e percebeu que estava na mesa com Sophie e da senhora Jonhson, ela quase começou a voltar lentamente sem chamar muita atenção, mas sua amiga já tinha visto e a chamou para se juntar. Toda a fome matinal tinha acabado ao se sentar de frente para o garoto que ela passou a madrugada inteira beijando. Era algo que ela nunca imaginou estar passando, ter tantos segredos com a pessoa sentada à sua frente. , raramente, levava seus olhos até ela. Mas quando fazia podia perceber como praticamente soava frio. Não podia negar, queria rir muito daquela situação. Fez uma nota mental de importunar a menina sobre isso mais tarde. Mas por aquele momento, ele resolveu dar um descanso a ela, apenas inventando uma historinha para sair mais cedo de casa. Quando o garoto levantou para ir embora, finalmente, seus olhares se encontrarem. agradeceu mentalmente diversas vezes. não teve muito dificuldade em entender. Os dois já estavam conseguindo criar aquela conexão.
一 Eu não posso acreditar que isso está mesmo acontecendo. - repetia pela terceira vez desde que havia contado para onde elas estavam indo depois da aula. O tom da morena era uma mistura de surpresa e total animação. - Desde quando vocês são amigos? Isso tudo está acontecendo muito rápido...
一 Nem me diga. - A interrompeu, parando no mesmo lugar que ontem tinha estacionado sua bicicleta. tinha combinado de aparecer de carro para levar as duas garotas até a garagem de um outro amigo dele que estava na banda.
一 Está gostando dele? - Perguntou tentando não parecer tão curiosa como realmente estava.
一 Definitivamente não. Eu ainda estou em um processo de desintoxicação do ódio que eu sentia por ele. Vai levar muito tempo para alcançar esse outro patamar. - Respondeu sinceramente. Estava dando uma chance para o garoto, mas não podia negar que estava um milhão de passos atrás. Não confiava nele. ainda era o típico clichê de garoto popular, com um ego enorme e com atitudes extremamente duvidosas. - Além do mais, ele é . Nunca que a gente vai ter algo sério ou qualquer coisa. Ele ainda é irmão da Sophie.
一 Ah. - Concordou não tão animada. Gostava da ideia dos dois juntos, era apaixonada por histórias de amor. Aquele seria um ótimo clichê de amor e ódio para se acompanhar ao longo prazo. As duas amigas continuaram conversando por breves minutos até que um carro, que parecia muito mais uma van escolar, aparecesse com no banco dos passageiros acenando para que elas entrassem no banco de trás.
一 Esse aqui é Oliver, nosso baterista. - Apontou para o garoto que estava dirigindo, ele apenas acenou e voltou o olhar para a estrada. - Não fica muito longe daqui. - Avisou. - E aí, ? - Comprimentou a garota, eles não tinham tanto contato apesar de praticamente morar no quarto do irmão dela.
一 Oi, . Não nos esbarramos muito por aí. - Falou com um simpático sorriso. Era realmente impossível não gostar de , todos pensavam isso. O que deixava ainda mais confuso sobre toda a implicância de seu melhor amigo com ela. - sabe que eu vou?
一Ah, sobre isso... - Começou tentando explicar. Ele não tinha dito nada para o amigo porque sabia que talvez tivesse que escutar merda pelo resto da noite. que apenas olhava pela janela já imaginava que ninguém tivesse avisado ao irmão de . Ela, provavelmente, faria a mesma coisa que naquela situação. = Ele não vai dizer nada.
一 Acho bom, se ele for grosso com a , eu acabo com ele. - Pela primeira vez, se manifestou. - Aquele garoto tem um sério problema.
一 Tudo bem, . - tentou não parecer tão desanimada. Não queria mais uma briga com seu irmão adotivo, odiava discussões e estava contente por estar vendo ele tocar depois do sarau. Então realmente tentou não ficar abalada. - Então Oliver porque você tem uma van? - Perguntou de forma aleatória e mudando completamente o assunto. Era a forma dela de lidar com a situação. O baterista tinha ficado contente em ser inserido no assunto, além do mais, amava contar a história do seu carro. Os dois engataram numa longa conversa até chegar na casa de Marcus, o último integrante da banda.
A feição de mudou assim que viu quem estava fazendo companhia ao e . vinha logo atrás em uma conversa animada com Oliver, que tinha ficado muito encantado com a garota. Ele finalmente havia encontrado alguém para falar sobre a qualidade dos biscoitos salgados e o instagram que fazia review de doces novos. praticamente implorou para o amigo agir naturalmente apontando sutilmente para . revirou os olhos e voltou a afinar sua guitarra.
一 Oliver é muito legal. - comentou se aproximando de . Ela sempre gostava de conhecer pessoas novas, além disso não tinha feito nenhum comentário maldoso então realmente não tinha começado ruim aquele dia para ela, apesar dela conseguir ver os olhares em sua direção.
一 Acho que gosta de você. - Disse fazendo com que sua amiga virasse rapidamente seu olhar para ela que apenas deu de ombros como se não precisasse justificar seu comentário. - Não que eu goste dessa porra de “ah ele te trata mal, uau como está apaixonado”, mas sei lá, ele realmente parece ter uma espécie de ciúmes bem aleatório. Além disso, aparentemente só dizia que eu tinha piolho porque gostava de mim. - Contou automaticamente fazendo uma careta de desgosto. - Homens realmente tem o cérebro do tamanho de uma ervilha.
一 Podemos não falar sobre isso? - Foi a única coisa que disse depois de alguns minutos calada. estranhou ver a amiga daquele jeito, mas resolveu deixar por aquilo mesmo. Já estava se arrependendo de ter dito algo. - A história aqui é sobre você e .
一 Ugh, não existe isso não. - Tentou brincar arrancando um leve sorriso da amiga. Elas se sentaram em alguns puffs coloridos que tinham bem em frente aos instrumentos. Oliver na bateria, Marcus no baixo e e cada um com sua guitarra. Eles conversavam entre si decidindo os últimos detalhes antes de decidir o que tocar.
一 Nós vamos tocar um cover, meninas. É de uma banda legal... - começou dizendo logo sendo interrompido pela voz grave de Oliver.
一 E é mais uma declaração para a . - Lembrou arrancando risadas de todos na sala, menos de que fingiu um riso e o mandou calar a boca e da própria garota que apenas se remexeu onde estava sentada já ficando nervosa.
一 Enfim é Taken a Tumble. - era praticamente o vocalista da banda, já tinha percebido isso no sarau, mas ali estando tão perto e com bem menos distração, ela conseguia perceber como a voz dele realmente era boa para aquele tipo de música. Até mesmo que dividia algumas linhas com o garoto no refrão se destacava no palco. Eles pareciam profissionais e não alguma bandinha de baile de colégio. Quando terminaram de cantar, as meninas levantaram e os aplaudiram fazendo com que eles agradecem de forma exagerada levando todos ao riso. tentava tirar o sorriso do rosto, mas não era algo a ser feito naquele momento. Ela estava devidamente encantada pelo talento de e a forma apaixonada com que ele cantava.
一 Quando vocês se apresentam no Grammy? - Perguntou ao ver que ele se aproximava tomando um gole de água direto da garrafa, não deveria parecer tão sexy, mas se sentiu assistindo um comercial e tentou não ficar mais afetada do que já estava.
一 É o mais perto de um elogio seu que eu já cheguei. - Sorriu largamente puxando a garota para uma parte mais afastada de seus amigos. - Me acha gostoso lá em cima?
一Você é tão idiota. - Tentou não esboçar um sorriso por mais que quisesse. - Eu realmente não esperava ver que você se empenhava tanto em alguma coisa.
一 Ei, isso foi bastante ofensivo, . - Fingiu ficar bravo. - Você não sabe nada sobre mim e apenas me odiava gratuitamente. - Agora quem tinha aberto a boca em surpresa era . - Ok, não tão gratuitamente assim.
一 Ah, obrigada. - Respondeu séria. Ela queria muito beijar , mas tinha muita gente por ali e realmente não queria ter que fazer isso em público, isso dava a impressão que as coisas eram mais sérias do que deveriam ser.
一 É só fingir que não tem ninguém olhando. - percebeu o modo com que ela estava encarando ele desde o palco, não foi muito difícil imaginar o que estava passando em sua cabeça, até porque ele pensava a mesma coisa. Então resolveu não esperar o primeiro passo e se aproximou para beijá-la. Cada beijo parecia diferente para os dois. Aquele, de todos, estava sendo o mais sentimental e íntimo do que outros. Ainda assim, eles fingiram não prestar atenção nas pessoas ao redor e nem no que estava acontecendo entre eles naquele momento. A ideia era apenas curtir o momento e aproveitar até que tudo acabasse gradativamente em algum momento.
Lying underneath the stars, Jupiter hits on mars
Deitados sob as estrelas, Júpiter atinge Marte
And it hits me so hard
E me atinge tão forte
Mais uma vez, os dois resolveram chegar com um grande intervalo entre eles em casa. e foram embora de carona com Oliver e ainda ficou por bastante tempo com o restante da banda. Naquela madrugada, os dois jovens estavam deitados um do lado do outro na cama. Não tinha nem uma semana daquela rotina, mas eles não podiam negar que já era quase um vício ter aqueles momentos todas as noite. A falta de sono no dia seguinte já estava se tornando comum, mas não incomoda.
一 Vamos lá fora. - Disse sem pensar muito assustando que o encarou surpresa. - Naquela casinha da árvore do quintal. - Pediu já se levantando para colocar a blusa.
一 O que? É algum tipo de fetiche estranho? - Tentou brincar ganhando uma revirada de olhos como resposta. - Está frio e alguém pode ver a gente, , volta pra cama. - Voltou a deitar, mas logo teve sua mão puxada pelo garoto.
一 Qual é, ? Você parecia mais destemida antigamente. - Sorriu ironicamente. - Além disso, Sophie deve estar no quinto sonho imaginando a melhor forma de me matar e ficar com meu quarto e vender meus instrumentos na internet. - A garota demorou alguns segundos ponderando sobre todos os riscos daquela situação, mas não podia negar que a ideia de ser pega criava uma leve animação naquilo tudo. Ela realmente deveria estar bêbada para estar gostando de tudo aquilo, mas sem pensar muito, se levantou pegou o lençol e seguiu para fora do quarto em passos leves e de forma silenciosa.
Os dois pareciam crianças aprontando alguma peça com todo aquele cuidado para não serem pegos. Não foi muito difícil chegar no quintal depois de passar pelo corredor, podiam fazer mais barulho fora da casa porque não tinha aquela proximidade assustadora com o quarto da irmã de . Quando eles chegaram, perceberam que era bem mais pequeno do que se recordava.
一 Sinceramente, era um fetiche sim. - comentou rindo assim que tentou se sentar na casinha tendo que ficar muito próximo de . - Eu sempre quis subir aqui com você e te beijar quando eu tinha 8 anos.
一 Meu Deus, . - Gargalhou do garoto que partiu para cima dela tentando a fazer ficar mais quieta e acabou ficando de forma desconfortável ao seu lado devido ao espaço, continuou rindo dessa vez com deitado ao seu lado. - Você realmente era apaixonado por mim.
一 Cala a boca. - Cruzou os braços fingindo estar chateado, mas sem conseguir tirar o sorriso do rosto. - Essa é a coisa mais romântica que eu já fiz, , você deveria estar se sentindo lisonjeada.
一 Provavelmente, nenhuma outra garota que você ficou tinha uma casa da árvore no quintal. - Falou arrancando uma risada falsa dele. - Mas realmente, estou surpresa, Jonhson, estamos deitados aqui sob as estrelas e você declarando seu amor de anos por mim.
一 Você não pode ficar jogando isso na minha cara sempre... - Começou a reclamar, mas foi rapidamente interrompido.
一 Definitivamente, eu vou jogar isso na sua cara sempre. - Riu. Ela estava se sentindo muito bem ao lado do garoto naquele momento. Realmente, era romântico e não tinha como negar, ela havia sido fisgada por todas aquelas estrelas e aquela paixão repentina. Algo tinha acertado nela sem nem ao menos avisar ou ter tempo para evitar. Poucos dias foram o suficiente para que estivesse começando a se apaixonar pelo irmão da sua melhor amiga.
I've been slurring my words and I don't know what to say
(Estive me embolando toda e eu não sei o que dizer)
But it's a feeling that I believe I've never felt this way
(Mas é um sentimento que eu acredito, nunca me senti assim )
Eles ficaram longos minutos entre conversas e beijos. Nenhum dos dois imaginou que quando eles voltaram cada um para seus quartos, Sophie estava na cozinha pegando um copo d'água. A irmã de não ficou tão surpresa. Os olhares pelo corredor, a falta de insultos por parte de sobre seu irmão e o nervosismo que sua amiga sentia sempre que os três ficam pertos um do outro realmente tinha tornado a situação meio óbvia. No dia seguinte, resolveu bater na porta de para tirar toda aquela história a limpo.
一 Sophie? - O garoto abriu a porta ainda sonolento, mas bastante surpreso também. Sua irmã nunca aparecia no seu quarto sem um motivo muito ruim para ele. Por alguma razão, já imaginava o assunto daquela conversa.
一 Esperando a , irmãozinho? - Passou por ele sem pedir licensa, não conseguiu esconder a cara de nojo ao olhar toda a bagunça daquele quarto. Realmente, não conseguia imaginar como sua melhor amiga poderia estar saindo com ele.
一 Não briga com ela, Sophie. - Pediu. - É sério, eu paro de sair com ela, mas por favor não faça nada que a deixe triste.
一 Uau, você se importa. - Fingiu estar emocionada. Apesar disso, no fundo, tinha realmente se surpreendido com a forma que ele tinha iniciado aquela conversa. Imaginava algo mais imaturo e irritante. - Isso é alguma aposta idiota com ela? Porque eu realmente não me importaria em gastar meu réu primário com você.
一 Claro que não, garota. - Respondeu ofendido. - Eu gosto dela. - Sophie o avaliou procurando qualquer resquício de ironia naquela frase. - Eu estou falando a verdade, Sophie. Eu realmente gosto da . - Sua irmã relaxou os ombros soltando o ar.
一 Se você magoar minha melhor amiga, eu acabo com você. - Ela acreditava nele. Apesar de tudo, eles eram irmãos. , de forma bem aleatória, em algum momento, tinha comentando sobre uma ligação emocional que todos os irmãos tinham e por mais idiota que pudesse parecer para Sophie, ela conseguia perceber que estava sendo sincero. O garoto correu para abraçar sua irmã, pela primeira vez, em anos e de forma sincera, mas Sophie se afastou rapidamente. - Eu ainda odeio você garoto, não toca em mim. - Passou por ele indo para seu quarto se arrumar para aquela longa sexta-feira.
Quando desceu para tomar o café=da-manhã e já estava lá, ele resolveu dar um bom dia e um rápido selinho na garota ignorando a presença de sua irmã que apenas revirou os olhos e fingiu um som de quem estava vomitando. o empurrou rapidamente e antes que começasse a gritar com ele e se explicasse com Sophie, sua amiga foi mais rápida a acalmando.
一 Vi vocês dois ontem, não vou dizer que estou feliz por você ter mentido pra mim e principalmente estar com esse idiota. - gritou um "obrigado" detrás do balcão, mas foi completamente ignorado. - Mas eu acho que entendo. Só não se beijem perto de mim pelo amor de todos os santos existentes. Eu só vou esperar essa loucura passar e você voltar a ficar sóbria e perceber que ele é um idiota. - levantou animada e correu para abraçar a amiga murmurando diversas vezes pedidos de desculpas por ter mentido.
一 Eu pareço bebada realmente, mas juro que não tomei nada alcoólico nesses dias. É apenas que enlouquece qualquer pessoa sã. - Brincou mais uma vez ganhando resmungos do garoto que não estava acreditando que continuava sendo ofendido pela sua irmã e agora sua mais nova inimiga-quase-amiga colorida.
一 Eu ainda não acredito que ele fez isso! - Sophie comentou pela quarta vez desde que aquela conversa tinha começado. Não conseguia aceitar a mera possibilidade de seu irmão gêmeo ter sentimentos puros e sinceros pela sua melhor amiga. Ela, nem sequer acreditava que ele era capaz de sentir coisas boas por algo que não fosse seu cabelo.
一 Eu achei extremamente fofo. - suspirou com um leve sorriso no rosto. - Se Liam fizesse isso, provavelmente, eu teria corrido para dar um beijo nele no palco. Um belo final de filme adolescente. - A garota ganhou diferentes reações da mesa. Sophie fez uma cara e um som de quem estava vomitando, sua namorada sorriu e concordou, mas não fez nada. Ela não tinha soltado uma palavra sobre aquilo desde o acontecimento. No máximo dizia “Ele só quer atenção e me irritar”. A garota realmente acreditou nisso no ínicio, mas agora reparava a forma que não tirava seus olhos dela em todos os momentos e ela já estava ficando particularmente furiosa com esse novo joguinho do garoto. Não foi tão difícil fugir dele apesar de estarem sobre o mesmo teto. Ela tinha a ajuda de Sophie que estava mais furiosa e protetora do que em todos esses anos. Não havia um momento em que ela era deixada sozinha com o garoto.
一 nunca iria cair em algum joguinho de sedução idiota de pseudo cantor indie do meu irmão. - Olhou para frente e estalou os dedos perto do rosto de sua amiga para trazê-la para conversa. - Não é?
一 É óbvio. - Disse simplesmente. As meninas pararam de conversar quando perceberam que o assunto estava entrando no refeitório naquele momento. Ninguém imaginava que a popularidade do garoto aumentaria, mas não foi tão surpreendente. Coloque violão e uma jaqueta de couro em um garoto com cabelos desgrenhados e todos vão te aplaudir na entrada de qualquer lugar do colégio.
estava acompanhado de seus melhores amigos; óculos escuros e . Os dois sorriam para aqueles que pareciam seus primeiros fãs. Eles estavam felizes de ainda ser o assunto favorito das rodinhas de fofocas. Infelizmente, , apesar disso, não tinha conseguido alcançar seu maior objetivo; . A garota era difícil, ele sabia disso. O garoto tinha conhecimento desse fato desde que se apaixonou por ela quando tinha apenas 8 anos e brincava de chamar sua atenção jogando a bola nela. Nunca funcionou. Ele tinha sido rejeitado pela menina de laços vermelhos e, aparentemente, ela tinha feito isso de novo, mas dessa vez sem os laços. Ao se sentar, ele não precisou procurar muito para encontrá-la no mesmo lugar de sempre cercada pelo mesmo grupo de amigas. Era a mesa de frente da dele.
一 Eu não sei como a sua irmã não te matou. Eu só conseguia ouvir comentando sobre isso no quarto com a Megan. - O único problema entre irmãos não era exclusivo da família . tinha certos problemas com sua irmã adotiva.
一 Ela tentou. - Riu ainda lembrando de toda a gritaria que teve na casa no dia seguinte do sarau. Ele nunca imaginou que o ódio que a irmã sentia por ele poderia aumentar, mas ele estava terrivelmente enganado.
一 Você gosta mesmo da ? - o encarou ainda com um leve sorriso no rosto e deu de ombros. Não era o amor da vida dele ou qualquer coisa tão séria. Eles eram jovens demais para aquilo. Ainda assim, sentia algo pela melhor amiga da irmã dele.
一 Ela te odeia. - apenas jogou no ar aquela constatação ao perceber que a menina não estava com uma cara nada amigável encarando eles. Ele não podia discordar tanto. Provavelmente, também odiaria se fosse ela.
(Não posso respirar, não posso dormir, louca, o que você fez comigo?)
A garota não conseguia pregar os olhos mesmo se revirando pela cama durante muitos minutos. Ela tinha que resolver aquilo. Dizer todas as coisas que estavam instaladas na sua garganta para . estava furiosa em ter que passar pelo corredor e ter que lidar com burburinhos sobre ela. E a irritava mais ainda saber que, diferente dela, o garoto deveria estar amando toda aquela atenção. Levantou-se decidida da cama e não pensou muito em atravessar o corredor e entrar no quarto de sem ao menos bater a porta. Ela acendeu a luz e bateu com violência no garoto que apenas resmungou ao ser acordado daquela forma violenta.
一 Qual é o seu problema? - Disse ainda meio sonolento e tentando se proteger da claridade repentina que fazia seus olhos arderem.
一 Você é um babaca. Qual é o seu problema em querer infernizar minha vida? Eu quero que você mande todos os seus fãs idiotas daquele colégio parem de cochichar sobre mim quando eu passar. - Falou tentando não soar tão alto. A última que ela queria era acordar sua melhor amiga no quarto ao lado.
一 Você não é tão importante, . - Sentou-se na cama tentando dar um leve sorriso irônico. - Eles estão falando de mim.
一 Jonhson não me testa. - Fechou os olhos para poder respirar fundo e não pular no pescoço daquele garoto e acabar com aquele sorriso cínico tão familiar para ela. - Eu estou falando muito sério com você. - Cruzou os braços ganhando apenas o mesmo sorriso de sempre como resposta. Faíscas voavam por todo o quarto bagunçado do garoto. Eles se odiavam. Isso era um fato. Se aquilo virou um amor por parte do garoto, não sabia. Ela nunca confiaria nele. Mas o fato era que tudo naquele quarto era tensão e muita raiva acumulada.
一 Eu gosto de você, . Isso é realmente tão surpreendente? - O garoto perguntou ganhando um olhar quase surpreso da menina parada à sua frente. Ele pôde perceber que, por breves segundos, ela pareceu perder um pouco a pose. - Surpresa? Achei que tinha ficado óbvio…
一 Cale a boca, Jonhson. - Interrompeu rapidamente. Ela não queria voltar para aquela declaração fajuta. “Tudo um plano perverso” repetiu diversas vezes na sua mente. - Você não vai conseguir brincar com a minha mente.
一 … - Levantou-se ficando extremamente próximo da menina que assustada com a proximidade repentina cambaleou para trás, mas não o suficiente para ficar tão longe. - Eu não quero brincar, eu só quero entrar na sua mente. - Sorriu e deu um leve passo para frente. Nunca estiveram tão próximos. Por mais que quisesse sair antes que fizesse algo que se arrependeria pelo resto da vida. Ela não saiu. Não queria parecer afetada pelo garoto. Era uma briga muito silenciosa entre os dois. - E eu acho que já entrei. - Não estava pensando nas consequências dos seus atos. Não era o seu ponto forte pensar antes de agir. Quando percebeu, ele já estava tão próximo que sentiu a respiração pesada de . A garota não dizia nada, foi quase impossível não fechar os olhos. Ela não queria ver o que estava prestes a fazer. E não viu. a beijou e ficou surpreso ao sentir que não o tinha rejeitado como sempre fez. Foi algo tão surpreendente para o garoto que ele se afastou rapidamente. - Você quer me beijar? - Perguntou quase assustado. abriu os olhos e pareceu ter percebido finalmente o que estava acontecendo naquele momento. A pior parte daquela pergunta era que ela sabia a resposta. queria beijar .
一 Se você falar isso pra alguém, eu mato você, Jonhson. - Disse séria, mas não foi embora. Ela se arrependeria com certeza. Não haviam dúvidas para a garota sobre isso, mas assim como , ela não pensava muito antes de agir. Os dois eram bem mais parecidos do que gostam de admitir. Então surpreendendo a todos, ela o beijou. Dessa vez, ninguém parou. A competição que iniciava agora era quem conseguiria beijar por mais tempo. passou os braços em volta da cintura de que não ficou para trás e o puxou para mais perto pela nuca. O garoto sorriu durante o beijo e ele já tinha beijado muitas garotas, mas ele sabia que era diferente porque com certeza seria a última vez e, surpreendentemente, não por uma escolha dele. Por isso, ele ficou decepcionado quando percebeu que não conseguia mais beijá-la. “Droga de oxigênio” pensou.
一 O que… - Antes que pudesse dizer algo, a garota fez um sinal com a mão pra que ele ficasse quieto. Pela primeira vez, a pessoa que o beijava não estava sorrindo. A última coisa que parecia que estava era feliz.
一 Nada aconteceu aqui. - Disse simplesmente antes de sair em passos rápidos para seu quarto. Ao chegar, trancou a porta não por medo de entrar, mas sim ela sair e voltar lá para beijá-lo. Ela foi lá para tirar todas as dúvidas e lembranças daquele sarau da cabeça, mas acabou conseguindo novas e muito mais incômodas. “Eu gosto de você, . Isso é tão surpreendente?” essa frase a perseguiu por toda a madrugada o que a fez com que ficasse acordada por noite a dentro. Ela estava enlouquecendo.
Dangerous, but I'm fearless, oh
(Tão nebuloso, mas tudo bem, você me leva para o lado negro.
Perigoso, mas eu sou destemida)
Todos repararam que parecia muito mais aborrecida do que o normal aquele dia no intervalo. “Tive uma péssima noite de sono” repetia quase que de forma furiosa todas as vezes que alguém perguntava. A única pessoa que parecia não aceitar aquela conversa muito bem era . Ela não deixava de encarar a amiga de forma suspeita desde que havia chego. já tinha percebido, mas tentava ignorar os olhares inquisidores para cima dela.
一 Ei, , eu tenho que ir buscar um coisa no armário, deixa o casalzinho e vem comigo? - Sorriu de forma simpática como sempre fazia. Nada suspeito para ninguém exceto elas duas. seguiu a amiga após alguns segundos ponderando, mas não queria ter mais atenção na rodinha do que já estava tendo. - Eu sei o que vocês fizeram. - Jogou no ar enquanto as duas indo para o armário. A garota tentou não parecer culpada de algo, mas foi impossível não encarar surpresa. Ela sabia que aquilo era possível. já deveria ter contado e recontado para milhares de vezes.
一 Sophie não pode sonhar com isso. - Afirmou parando e a levando para um local com menos pessoas no corredor. A última coisa que ela queria era virar mais uma fofoca. - Nunca, .
一 Eu acho isso difícil, vocês moram juntos. - Lembrou. Tinha ficado bem surpresa quando ouviu praticamente gritar dentro do quarto “Como assim você e a se beijaram?”. Ela tinha apenas que chamá-lo a pedido da mãe, mas acabou ouvindo a última coisa que ela poderia imaginar ouvir em um milhão de anos. Tentou dizer para si mesma que não poderia ser a que ela conhecia, talvez outra. Com certeza não era a sua amiga a pessoa de quem seu irmão adotivo estava falando. Mas ao chegar no colégio e ver o modo como ela estava, não tinha mais dúvidas. e tinham trocado algo que não eram socos e ofensas, mas sim salivas e beijos.
一 Bem, não vai acontecer nunca mais. É só esquecer… - Ela repetia aquilo desde que havia acordado das poucas horas de sono. Mesmo não sendo religiosa, agradeceu a todos os santos quando não viu no café da manhã. - Foi só um erro…
一 É um erro que eu nunca pensei que você cometeria. - Disse um pouco incerta e quase com medo da reação da amiga, mas nada veio. Ela só continuou encarando como se esperasse um conselho. - O que rolou?
一 Eu estava com raiva dele… - Desabafou, mas logo foi interrompida.
一 Você está com raiva dele há anos e nunca se beijaram. - comentou de maneira inocente, mas ganhou um olhar mortífero e apenas deu de ombros murmurando um “foi mal”. - Foi o que aconteceu no sarau? Achei que você não tivesse ligado.
一 Eu não liguei… - Ela não tinha mais tanta certeza daquilo. Na hora, a garota apenas estava achando graça de tudo aquilo, mas depois os pensamentos foram mudando como da água para o vinho. “A música não é tão ruim” virou “A voz dele é ótima” e no último estágio “Desde quando ele tinha virado esse garoto sexy pra caralho?!” E foi alí que a sirene tinha tocado. - Eu só estava na seca há muito tempo, definitivamente foi esse o problema.
一 Nunca pensei que fosse uma possibilidade para você. - Falou vendo a amiga chocar as costas no armário e voltar seu olhar para início do corredor. e conversavam animadamente sem prestar atenção no redor. quase parecia decepcionada consigo mesma por cogitar aquele garoto como uma possibilidade, mas não a culpava, ele era lindo.
一 Eu também não. - Quando passou por ela, não hesitou em piscar para garota de forma provocante. fechou os olhos com força e mais uma vez recorreu ao poder divino. “Não permita que eu vá para o lado negro da força”.
Maybe, maybe, maybe...
(Eu apenas não posso tirar você da minha cabeça. Talvez.
Talvez. Talvez…)
Quando as amigas chegaram em casa naquele fim de tarde, Sophie não conseguia tirar da cabeça de que algo estava errado com e ela queria saber o que tinha acontecido. Desde aquele sarau que ela parecia andar com a cabeça na lua e queria apenas um sinal para poder matar seu irmão quando ele tivesse dormindo.
一 O que aconteceu? - Perguntou praticamente intimando a garota. Ela estava sentada na cama enquanto fingia dobrar algumas roupas que estavam jogadas pelo quarto. Na verdade, ela só queria uma desculpa para não ter que encarar Sophie.
一 Tive uma péssima noite de sono. - Repetiu exatamente como tinha feito durante todo o dia.
一 Não hoje, . Você está assim desde aquele sarau idiota. - Disse séria e praticamente perdendo a paciência. Não podia acreditar que realmente estava tentando mentir para ela. - Pode me falar o que aconteceu…
一 Talvez ela esteja apaixonada. - As duas garotas viraram rapidamente para a porta encontrando apoiado pelos ombros no encosto de forma relaxada e sorridente. - Isso é um claro sintoma de paixão. Quem é o azarado? - Perguntou de forma brincalhona, mas antes que pudesse continuar dizendo algo, Sophie pegou o travesseiro mais próximo e jogou no irmão com toda a força possível, que pego de surpresa não teve como desviar.
一 Saí daqui seu idiota. - apenas se forçou a ignorar a presença do garoto e voltou a dobrar pela quarta vez a mesma blusa.
一 Diz aí, ? - Perguntou de forma irônica, mas antes que Sophie pudesse jogar algo nele, foi até a porta e a fechou na cara do garoto. - Eu também amo vocês! - Gritou do lado de fora.
一 Seu irmão é a pior espécie de ser humano que existe na face da terra. - Disse com um desgostoso nítido na voz simplesmente voltando as suas roupas. Ela não queria ter que lidar com aquele clichê adolescente de amor e ódio. Não sentia nada por . Ela o achava bonito, nada de novo nisso. Talvez o fato dele ter se declarado na frente de todos tenha feito com que ela sentisse um pouco mais de empatia pelo garoto. Ainda assim, nada tinha mudado. - E não aconteceu nada, Soph, não precisa se preocupar, eu estou bem. - Juntou todas as forças possíveis e fez a maior cara de sincera que conseguia. Ela passou por uma longa avaliação da amiga que a encarava parecendo procurar qualquer sinal de mentira, mas após alguns segundos desistiu e se levantou da cama.
一 Se precisar de alguma coisa, eu estou no quarto ao lado. - Abraçou que apenas sorriu e agradeceu. Não se sentia a melhor pessoa do mundo por mentir para a sua melhor amiga, mas sabia que era a coisa certa a se fazer. O que tinha acontecido jamais voltaria a acontecer então não tinha motivo para tornar aquilo algo maior do que realmente era.
Naquela noite, mais uma vez não conseguia dormir. Mas também se forçava a ficar deitada e com a porta trancada. A garota era ariana, o primeiro signo do zodíaco. Ela não acreditava muito nessas coisas, mas tinha se lembrado do que - a astróloga - do grupo tinha dito uma vez a ela. “É o primeiro signo do zodíaco, vocês não costumam pensar muito antes de fazer. É muito impulsivo”. Por esse motivo, ela tinha trancado a porta. Estava se trancando dentro daquele quarto. Não tornaria aquilo algo maior. “Um beijo tem como relevar, mas dois com certeza não” repetia para si mesma. Encarava o relógio ao lado da cama marcando três horas da manhã. Seria mais uma longa madrugada tentando se manter sã.
Se assustou um pouco quando ouviu leve batidas na porta do seu quarto. Ela não precisou pensar muito para descobrir quem era. A parte sensata do seu cérebro dizia que era pra ela voltar a dormir e fingir que não estava escutando. Mas a outra voz, que para a garota parecia muito a da sua amiga , apenas dizia “Você é ariana, não tente lutar contra isso”. Se apenas naquele dia, ela já tinha virado religiosa, agora ela estava se tornando uma pessoa que acredita nas estrelas como sua amiga. Estava enlouquecendo de fato.
一 O que você quer? - Sussurrou para o garoto que estava parado atrás da porta. Ela nem sequer tinha aberto completamente, mas conseguiu ver que ele estava apenas usando uma bermuda. Tentou se manter centrada e olhando apenas para o rosto dele, mas não ajudava muito. Tudo nele estava parecendo muito atraente para .
一 Por que trancou o quarto? - Seu tom era quase ofendido. Primeiramente, ele pensou que a garota iria bater no seu quarto nem que fosse para gritar com ele. Depois que percebeu que nada tinha acontecido resolveu ir até o quarto de , mas deu de cara com a porta fechada.
一 O que você quer? - Repetiu a pergunta e ignorando o que tinha dito. Assim como ela tinha feito e ele percebeu, o garoto também ignorou sua pergunta e apenas entrou no quarto. fechou rapidamente a porta atrás dela com medo de alguém ouvir a conversa. - Saí do meu quarto, Jonhson. - Disse de forma dura, mas ele apenas estava parado de frente pra ela apoiado na escrivaninha e com os braços cruzados.
一 Estou ofendido por você não ter ido no meu quarto. - Fingiu uma cara magoada, mas logo sorriu fazendo com que o encarasse sem paciência. - Ok, eu vim ganhar meu beijo de boa noite. - Por mais que seu tom fosse sério, pela primeira vez, estava rindo. Não conseguia lidar com aquele garoto parado à sua frente dizendo aquelas coisas. Era quase insuportavelmente irritante e engraçado ao mesmo tempo.
一 Saí do quarto, . - Apontou a porta atrás dela, mas foi rapidamente ignorado pelo garoto que só se aproximou dela e pegou seu braço e trouxe para cintura dele.
一 Eu gostava mais de você quando me beijava do nada. - Comentou sem tirar o sorriso do rosto. tentava se manter consciente. Ela fixou o seu olhar na parte branca dos olhos de . Talvez fosse a parte menos atraente do garoto, ela pensou. “É só branco. De todos os seres humanos são assim. Não é nada demais. É possível que o dele seja o mais branco de todos?”. Nunca pensou que conseguiria fazer ficar tanto tempo sem xingá-lo então aproveitou e a beijou. Para sua surpresa, ela não se afastou, mas o beijou com mais força ainda. Os dois não estavam entendendo como aquilo estava acontecendo ainda. Mais nenhum deles resolveu parar até quando se afastaram para respirar. empurrou levemente a garota para cama. Ela já nem pensava mais. Sua cabeça era apenas uma nuvem nebulosa que queria aproveitar o corpo magro e definido de . Não podia evitar passar a mão o máximo que conseguia nele. Lá no fundo, uma voz dizia para ela correr, mas a garota não queria. Estava muito bom para sair.
Os dois se beijaram por longos minutos até que a névoa de desejo tivesse deixado por breves segundos a mente de que pareceu voltar a si e se afastou do garoto. Ela não tinha palavras para dizer, nenhum xingamento, nada. O garoto estava sorridente com aquele momento. Um sorriso sincero e não cínico como ele geralmente usava quando era algo relacionado com a garota. Eles ficaram em silêncio deitados um do lado do outro. viu por cima do garoto que o relógio agora marcava quase quatro horas da manhã. Bufou porque sabia que não dormiria nada mais uma noite.
一 Não era pra isso ter acontecido. - Sussurrou fazendo com que virasse para encará-la. Ele não gostou de perceber que ela parecia culpada como se tivesse feito algo tão terrível. Aquilo feria o ego do dele.
一 Não finja que não gostou, . Era você que estava em cima de mim. - Disse um pouco mais ríspido ganhando um olhar mortífero dela. - É sério, não precisa fingir pra mim que você não gosta. Eu não sou minha irmã.
一 Ela é minha melhor amiga e vai me matar quando descobrir isso. - Pegou o travesseiro e o colocou no seu rosto como se tentasse se matar. pegou a mão da garota e antes que pudesse fazer alguma piadinha, ele repensou. estava triste de verdade com a probabilidade de brigar com Sophie.
一 Ela não vai saber de nada… - Começou a explicar, mas logo foi interrompido.
一 Garoto, em um dia a descobriu tudo. Você não fica com essa boca fechada. - Ela não precisou explicar nada, logo percebeu que ela deveria ter escutado dizer algo. - Em poucos dias, Sophie vai me expulsar e me odiar pra sempre.
一 Ela não vai fazer nada disso. - Tentou acalmar . - Ninguém vai saber, a gente pode continuar fazendo isso escondidos…
一 Continuar? - O interrompeu de novo e dessa vez se sentou na cama o encarando deitado. - Isso aqui não vai continuar. - Disse de forma óbvia apontando entre eles.
一 Ah, qual é? Não finja que isso não vai rolar de novo. - Brincou. - Eu estou te dando a opção de fazer isso escondidos. Não somos um casal, nem nada. A gente só vai no quarto do outro na madrugada e dá uns beijinhos. Tem quanto tempo que você não faz isso?
一 Você acha que eu estou desesperada? - Perguntou ofendida. Ela realmente estava bastante tempo sem beijar alguém, mas não era algo que ela precisava. Pelo menos, pensava assim antes de perceber que tinha gostado mais do que queria da ideia de . A pior parte estaria sendo mentir para sua melhor amiga.
一 Você não vai mentir pra Sophie, vamos apenas omitir. - A tranquilizou parecendo que tinha lido sua mente. - Seremos amigos coloridos.
一 Não somos amigos, . - Disse séria ganhando um sorriso como resposta.
一 Ok, , seremos inimigos coloridos como preferir. - Tendo aquela discussão como vencida e surpreendente sem tanto empecilho como esperava. se levantou e pegando de surpresa a beijou rapidamente pela última vez naquela noite. - Até amanhã, inimiga.
Ever get the feeling when you're miles away
(Estou um pouco bêbada de amor.
Até tenho a sensação quando você está longe)
一 Inimigos coloridos? - perguntou após um tempo em silêncio escutando falar sobre a noite que tinha passado com . Tinha sido intimada a ouvir aquela conversa assim que chegou no colégio. As duas estavam no mesmo lugar de ontem conversando sobre o mesmo assunto. Algo que incomodava da pior forma possível.
一 Eu também odiei esse termo. Não estamos em um filme idiota de adolescentes. - Bufou colocando a cabeça entre as mãos. A garota não queria acreditar no que estava acontecendo. Tentava se lembrar do exato momento que começou a sentir desejo pelo irmão da sua melhor amiga, mas era como uma grande lacuna que dividia o “eu te odeio” do “eu quero muito te beijar” - Foram aquelas aulas idiotas. - Lembrou-se das semanas anteriores ao sarau quando apareceu na academia de dança que ela lecionava.
Semanas antes
— Ok, vamos lá. – Disse séria encarando o garoto que assentiu. – Primeiramente, endireitou sua postura, , não fique como se tivesse carregando uma mochila pesada. – estufou o peito seguindo as ordens da garota. – Coloque a mão direita no meio das minhas costas e segure a minha mão direita. – O músico hesitou um pouco já que eles nunca haviam ficado próximos, , na verdade, não se lembrava nem de ter tocado a garota alguma vez que não tenha sido para irritá-la. – Só faz isso logo. – Falou impaciente quando percebeu que ele apenas a encarava, puxou seu braço e fez com que a mão dele ficasse no lugar correto e depois colocou a sua mão esquerda no ombro dele. – Pronto, basicamente, é essa a posição que devemos ficar. E nunca perca a postura, mas também não fique duro como um poste. Separe seus pés em alguns centímetros. – não conseguia tirar os olhos do olhar concentrado da garota à sua frente, mas sempre seguindo as suas instruções, percebia, mas ela evitava ao máximo encará-lo nos olhos, sempre prestando atenção nas mãos e nos pés do garoto. Ela não estava tão confortável com a proximidade. – Nós vamos contar os nossos passos no início, quando eu pisar para trás, você pisa para frente.
— Se eu pisar no seu pé não será de propósito. – Avisou já sabendo que as probabilidades de aquilo acontecer serem altas e ele não queria que pensasse que ele estava levando aquilo na brincadeira.
— É eu sei que você é só péssimo nisso de andar, você já caiu da escada umas dez vezes sozinho. – Riu ao se lembrar de todas as vezes que ela só ouvia o barulho do garoto rolando escada abaixo, logo gritando um “estou bem”. riu também e ela o encarou pela primeira vez desde que eles haviam ficado tão próximos, parando de rir gradativamente. Nenhum dos dois acostumados com aquele tipo de situação. – Então vamos logo. – Balançou a cabeça para ajudá-la a pensar mais claramente. – Você só vai me seguir, tudo bem? – Assentiu. – Esquerda, direita e esquerda e depois, direita, esquerda e direita.
— Eu já me perdi. – Disse sincero deslocando seu olhar para os seus pés.
— Só conta em voz alta e segue o ritmo. – começou com o pé direito dando um passo para trás, estava confuso e de forma descoordenada tentou seguir a garota dando um passo para frente com o pé esquerdo. A dançarina soltou uma leve risada pela forma dura do menino de dançar e ele só bufou, mas logo sorriu. – Você é terrível. – Comentou, mas não de forma ruim como ela geralmente fazia, tinha sido apenas um comentário sincero que fez com que assentiu também rindo. Eles seguiram ensaiando pelo resto da tarde, algumas vezes o músico pisava no pé da dançarina que bufava e brigava com ele, mas logo reiniciou a dança. Eles se encararam algumas vezes, o garoto principalmente, ele não conseguia tirar seus olhos de . Para ela era mais difícil. Ela nunca gostou de admitir isso em voz alta, mas ela, assim como todas as garotas da sua escola, não era imune aos olhos de , e ela não estava acostumada a ter que lidar com sorriso sincero que ele dava todas as vezes que seus olhos se encontravam. Aquele não era o tipo de sorriso trocado por eles, era sempre algo cínico ou irônico, nunca sincero. não podia negar que havia achado bonito, infelizmente, ele nunca saberia disso.
一 Qual é a chance de ter sido tudo um plano daquele idiota? - Perguntou ansiosa para que apenas franziu a testa. Dizer aquilo em voz alta era patético, ela sabia que já estava tornando o garoto algum vilão de filme, quando na verdade ele era apenas Jonhson, o garoto que era incrivelmente teimoso e irritante.
— Talvez você goste dele… - A amiga disse lentamente e pisando em ovos. Rapidamente, a encarou e negou veementemente. De fato, não gostava. Era apenas desejo. Algo que a surgia e tornava tudo uma grande bagunça. Não era amor ou coisas assim. Ela tinha ficado bêbada pouquíssimas vezes na vida, mas conseguia reconhecer as similaridades entre esses dois sentimentos. Quando se aproximava, ela queria apenas beijá-lo e sem pensar nas consequências, mas no dia seguinte chegava a ressaca moral. Não deveria ter bebido tanto na noite anterior. - Depois de alguns dias deve passar, talvez seja apenas uma paixãozinha relâmpago. Ele é muito bonito, não seria tão surpreendente.
一 Ele não é nem tão bonito assim, . é muito mais gato. - Isso era mentira. A mais pura mentira que ela havia contado até agora naquela conversa. Ela poderia negar tudo, mas não a beleza de . Ainda assim, sentia que precisava dizer aquilo em voz alta e muitas vezes. Talvez aquela velha de história de que uma mentira contada muitas vezes se torna verdade acontecesse. Ela torcia que sim. - Falando nisso, ele parou de encher seu saco?
一 Ah, não muito. Ele nem fala mais comigo desde que Liam jantou lá em casa. - Não entendia todo o ódio que o irmão sentia por ela. Todos da família tinham aceitado muito bem a menina alegre e divertida quando ela chegou. tentou ao máximo forçar uma aproximação, sempre quis ter um irmão mais velho. Mas após alguns anos apenas desistiu.
一 O que ele tem de bonito com certeza tem de babaca, não é atoa que é melhor amigo do . - Comentou, mas logo mudaram de assunto e foram caminhando para o encontro das outras meninas. tinha uma opinião muito peculiar sobre a relação de e , mas nunca a disse em voz alta para ninguém mesmo sabendo que talvez Sophie e Megan concordassem.
Do outro lado do colégio, a conversa não era muito diferente. tentava entender como tinha conseguido amolecer o coração de . Ele não conhecia muito a menina, além do que ouvia do seu amigo e de sua não-tão-querida-irmã-adotiva.
一 Cara, como você conseguiu isso? - Perguntou pela terceira vez desde que tinha escutado a mesma história. sorriu e deu de ombros. Ele estava orgulhoso daquela ideia de “inimigos coloridos” ter funcionado, ele realmente não achou que ela iria concordar. Tinha que agradecer a sua mãe, o castigo que ele ficou depois de Sophie abrir a boca para dizer que ele estava fazendo passar vergonha em público de novo depois do sarau, fez com que ele fosse obrigado a ficar em casa. Não teria tido aquela ideia se não tivesse visto o filme do Justin Timberlake e Mila Kunis tantas vezes.
一 Eu acho que ela só quer muito beijar alguém e como eu não sou a pessoa mais difícil não do mundo… - Deixou a frase morrer rindo e arrancando risadas do amigo. Gostaria de acreditar que tinha subitamente se apaixonado por ele, mas como ela mesmo tinha dito “vai precisar pelo menos de um álbum inteiro para eu gostar de você.”. Ela mal sabia que o ele já tinha pelo menos metade de um álbum escrito para a garota. - Ah, você tem que tomar cuidado sobre sair falando disso. já sabia desde ontem sobre o beijo. quase me matou. - Alertou o amigo que bufou e revirou os olhos.
一 Nem me fala na . Você acredita que ela ainda está de conversinha com aquele Liam e ainda levou ele para jantar lá em casa? - O modo como ele disse aquilo era pra soar o mais absurdo possível e para o garoto, de fato, era. Mas estava confuso em como aquilo poderia ser tão ruim assim. Liam era um cara legal e ele a se conheciam há anos. Era quase a amizade de infância que tinha com Sophie. Não entendia porque era tão ruim assim para a relação deles dois. Até porque tinha a leve ideia de que Liam era gay.
一 Ele é gay, . - Falou como se fosse óbvio, mas seu amigo o ignorou completamente. Sempre mudava radicalmente quando o assunto era sua irmã mais nova. era um cara tranquilo na maior parte do tempo. Um grande contrapeso ao estilo mais extravagante de . Mas era só dizer aquele simples nome que o garoto ficava quase furioso. Ninguém conseguia entender, era aquele tipo de pessoa que não dá para odiar. Sempre andando com as suas saias, batatinhas e aquela voz lenta que cativava a todos com os assuntos mais aleatórios possíveis.
一 Ah, é claro. - Ironizou. - Eu não quero mais falar dela. - Encerrou completamente o assunto. Eles resolveram falar sobre os próximos passos para a banda. O final do ano estava chegando e o grande baile se aproximava. Obviamente, eles iriam tocar na festa. E tinha muita coisa para se decidir ainda. Dessa vez, não pensava em fazer mais alguma declaração memorável. Pelo menos, não por agora.
Ainda naquele dia no colégio, não pensou duas vezes em esperar sair sozinha para ir dar suas aulas de dança a tarde. Ele sabia um pouco sobre essa parte rotineira da vida da garota devido os últimos meses fazendo parte dela. Então não soou como uma má ideia em sua cabeça se despedir rapidamente de e correr a tempo de encontrar pegando sua bicicleta para ir trabalhar. Seus cálculos funcionaram e ele logo a encontrou tirando o cadeado e se preparando para sair.
一 Ei, . - Chamou assim que chegou um pouco ofegante pela corrida. A garota apenas o encarou de rabo de olho e o ignorou completamente voltando a puxar sua bicicleta e sair andando pelo estacionamento. - O que eu fiz? - Perguntou a seguindo pelo caminho.
一 Eu não sei porque você está falando comigo como se fossemos amigos. - Respondeu simplesmente sem sequer encará-lo. Não podia deixar de ficar tensa com a mera possibilidade de Sophie aparecer por ali e ver aquela conversa entre os dois. Não tinha explicação lógica para isso.
一 Relaxa, . - Sorriu e a segurou pelo ombro fazendo com que ela parasse e o encarasse. estava a achando excepcionalmente bonita naquela tarde, mas provavelmente resultado do que tinha acontecido na madrugada. - Você é gata! - Comentou e apenas bufou e revirou os olhos voltando a andar.
一 Você é patético. - Tentou não se sentir afetada por aquele comentário tão direto do garoto. Não era algo com que ela estava acostumada, mas fingiu não ligar. - Você vai ficar me seguindo? - Perguntou quando viu que o garoto andava ao seu lado.
一 Quero tirar umas últimas aulinhas de dança de novo. - Sorriu dando de ombros. - Vamos lá, me carrega aí na sua bicicleta legal. - Ela o encarava como se o garoto tivesse enlouquecido. Sempre olhando para os lados esperando alguém aparecer ou vigiando para perceber qualquer pessoa encarando os dois. Eles ainda estavam na frente do colégio, pensou muito entre discutir com o garoto e conquistar uma atenção indesejada ou apenas ir para um lugar sem conhecidos. Respirou uma última vez antes de subir e pedir para que o garoto subisse na sua garupa. - Não tente me matar. - Pediu rindo.
一 Não me peça coisas impossíveis. - Respondeu sem um pingo de riso em sua voz, mas quase sorriu apenas por perceber a imagem terrível que o garoto tinha dela. Tão ruim quanto ela tinha dele. O caminho foi todo em silêncio, mas aquilo era algo tão assustador para e como os beijos trocados às escuras. Provavelmente, naquele pequeno intervalo de caminho até a academia de dança, os dois tinham batido o próprio recorde pessoal em não brigar. Eles nunca ficavam calados na presença um do outro. sempre buscando um modo de incomodar e ela respondendo a altura.
Quando os dois chegaram na frente do trabalho de , desceu e a esperou fingindo mexer no celular, quando na verdade, pela primeira vez, o garoto estava extremamente nervoso com aquela situação. Não estava acostumado com aquele tratamento entre os dois.
一 Vai ficar aí parado? - perguntou quando viu que ainda estava parado encarando o celular. Ele deu de ombros sorrindo e guardou o telefone seguindo a garota pelo prédio que ele já conhecia. Assim que os dois entraram no grande salão de piso brilhante e cercado de espelhos, jogou sua mochila em um canto afastado e foi falar com seu amigo e colega de trabalho Tommy que estranhou ao perceber que ela não tinha chego sozinha.
一 Veio fazer mais aulas, ? - Perguntou sorrindo e apertando as mãos do garoto que apenas apontou como se apenas explicasse que estava apenas a acompanhando. Isso tudo surpreendeu Tommy que virou para em busca de respostas. As poucas semanas de convivência com eles dois já tinha deixado claro a falta de cordialidade entre eles.
一 Amigo novo, ? - Perguntou, mas não ganhou resposta, apenas mais um dar de ombros sem paciência. Seu chefe riu com a situação dos dois jovens. Era nítido que aquela relação era muito mais complicada do que parecia.
Os alunos chegavam aos poucos, era uma turma de jovens com as idades parecidas com a de e , o que não foi nem um pouco surpreendente quando um trio de garotas parecia muito mais interessada no garoto parado no canto mexendo no celular do que nas instruções de . A professora ficava cada vez mais nervosa com os risinhos que escutava.
一 Tem alguma coisa muito engraçada acontecendo que eu adoraria descobrir. - Disse ao parar a música surpreendendo o grupo que ria no final da sala e que estava tão entretido no celular que nem percebia os olhares sobre ele. As meninas se endireitaram e se separaram rapidamente tentando parecer inocentes. - Eu gostaria de lembrar que a professora sou eu então vocês precisam olhar para mim e não para as distrações ao redor. - Muitos alunos que não sabiam o que estavam acontecendo se encaravam confusos, mas as três alunas pareciam aborrecidas e reviraram os olhos com o comentário. sorriu finalmente entendendo o que tinha acontecido. Não evitou piscar para que apenas ligou a música novamente torcendo para que não houvessem novas interrupções.
(Todo mundo está me vendo andando, tropeçando)
Hardly talking, mumbling, going red in the face
(Nem consigo falar, balbuciando, ficando vermelha)
No final da aula, não perdeu muito tempo em se desviar dos alunos que estavam se preparando para sair e ir falar com , apesar da feição da garota não estar nem um pouco convidativa.
一 Aula animada, não é? - Perguntou se aproximando por trás dela que, ao menos, virou para encará-lo e continuou jogando todas as coisas dentro da sua bolsa sem nenhuma preocupação em arrumar. - Qual é ? Eu não tenho culpa de chamar atenção nos lugares que eu estou. - Brincou ganhando apenas um pisão no pé como resposta mais uma vez sendo ignorado.
一 Você não tem nada pra fazer não? - finalmente o respondeu passando por ele indo em direção a porta.
一 Na verdade, não. Nós podemos ir tomar um café aqui por perto. - O garoto realmente estava a todo custo tentando criar uma relação com a amiga da sua irmã, algo que fosse maior do que os xingamentos pelo corredor. Ela o olhou por cima do ombro e pensou em como construir aquilo que eles tinham da melhor maneira possível. Não acreditou quando percebeu que queria sair com .
一 Tanto faz. - Respondeu com o máximo de desdém que conseguiu e logo saiu pela porta. A garota não conseguiu perceber o sorriso triunfante e a comemoração de como tivesse acabado de marcar o gol em uma final de campeonato.
Os dois seguiram pelo mesmo caminho e de forma tão silenciosa quanto. segurando sua bicicleta e pensando em uma maneira de iniciar uma conversa sem ser atacado. Não era comum para ele ter aquele tipo de momento com outras mulheres.
一 Por que você está tão empenhado nisso tudo? - Perguntou o pegando de surpresa, já que não esperava que fosse a garota a pessoa iniciando o diálogo. - Qual é a do seu planinho?
一 Nem tudo que eu faço faz parte algum plano mirabolante para te encher o saco, . - Respondeu fingindo estar ofendido.
一 É sério, você não pode simplesmente ter acordado um dia e percebido que queria ficar comigo. Isso é muito aleatório e sem sentido até mesmo para você e sua cabeça de vento. - Apesar de não ter tirado da cabeça a declaração no sarau e o que ele tinha dito na noite anterior. tentava entender como tinha se metido naquela relação estranha com alguém que mal falava poucas semanas atrás.
一 Sei lá, , eu te acho bonita. - Deu de ombros e pensou muito em tirar um pequeno sarro dela quando viu a menina virar o rosto por ter ficado sem graça com o elogio. Mas apenas sorriu e virou o olhar para frente. - Eu sempre tinha uma paixãozinha por você na infância. - Disse rápido logo se arrependendo.
一 Você não pode estar falando sério, . - A garota riu e nem sequer por um minuto acreditou naquela declaração, que ela considerou muito fajuta. - Você dizia que eu tinha piolho por uns dois anos para todas as pessoas que eu conhecia.
一 Me desculpa, tá legal? - Pediu levantando a mão para provar sua inocência. - Você me ignorava e eu não me dou muito bem com pessoas me ignorando.
一 Você tem um ego muito inflado sabia, Jonhson? - Comentou ganhando um aceno sincero e culpado do garoto como resposta. - E eu não te ignorei no início, você era o irmão da minha melhor amiga. Eu só queria brincar com ela e não com você. Nós éramos crianças.
一 Eu sei, , mas é difícil ter que lidar com coração partido aos 10 anos. Você nunca assistiu ABC do amor? - não iria rir, mas ao encará-lo e ver que ele realmente parecia ofendido não conseguiu se segurar. A ideia de ter partido o coração de Jonhson aos dez anos era incrível demais para não ser apreciada.
一 E você me beijou porque nutre esse sentimento por mim ainda? - Perguntou sarcasticamente.
一 Eu gostaria de lembrar aqui que quem me beijou foi você, . - Sorriu vitorioso ao ver que a garota não esperava por aquele comentário. Aproveitando o momento de surpresa, ele parou abruptamente indo para sua frente a impedindo de continuar andando. - Mas pode ficar tranquila que eu não sou um coração de pedra como você e não vou te magoar.
一 Aham, tá bom. - Concordou ironicamente virando o rosto para vários lados apenas para não ter que encarar o belo rosto de que estava próximo demais para a sua infelicidade. - A gente deveria entrar para tomar o café. - Tentou mudar de assunto apontando para a cafeteria do outro lado da rua.
一 Claro. - Os dois atravessaram a rua e não demoraram muito em entrar e sentar na primeira mesa vazia que avistaram. O silêncio constrangedor voltou entre os dois pela milésima vez naquele dia. Eles ficaram se encarando até que levantou o braço para fazer o pedido e a acompanhou. Foram longos minutos até o café chegar e eles terem algo importante para focar, no caso, o copo com o café. - Você me chamou aqui pra ficar quieto? - Resolveu iniciar uma conversa. - Eu queria entender o que você pretende com isso.
一 Eu não pretendo nada. - Afirmou ganhando um olhar furioso de . - Quer dizer, eu deveria? Eu não sei, . Estamos em um patamar da nossa relação que eu achei que nunca aconteceria nem nos meus melhores sonhos…
一 Ou pesadelos. - O interrompeu ganhando um sorriso como resposta.
一 Não finja que odiou o que rolou entre a gente. - Implicou com a garota que deu de ombros dando um longo gole no café tentando ignorar . - Eu acho que pode funcionar isso. - Apontou entre os dois.
一 Não posso fazer isso com a Sophie. - O lembrou. - E eu não gosto o suficiente de você pra brigar com a minha melhor amiga por isso. - Ela só conseguia pensar em todo o problema que aconteceria caso Sophie descobrisse toda aquela história entre os dois. Provavelmente, perderia a amiga para sempre.
一 Ela não tem que saber. , não é um namoro. - A lembrou. - A gente só tem que saciar essa tensão sexual e depois partir para outra. Sem problemas para nenhum dos dois. - Antes que ela pudesse começar a replicar, a interrompeu. - É omissão e não mentira. São coisas diferentes.
一 Nada vai acontecer na escola. Nada muda entre a gente. - Disse séria e o garoto sorriu já sabendo para onde aquilo iria no final. - Não somos amigos, não fale comigo perto da Sophie ou de qualquer outra pessoa…- Deixou a frase morrer e estendeu a mão para um aperto que realmente levasse aquele acordo mútuo entre os dois.
一 Não se apaixone por mim. - Riu e revirou os olhos.
一 Isso não é a porra de uma comédia romântica, Jonhson. - Sorriu convencida. Os dois brindaram com o copo de café com um leve sorriso no rosto. - E eu quem deveria avisar isso, quem já se apaixonou aqui foi você. - Cutucou o garoto que fingiu uma risada. Os dois seguiram pelo resto do encontro de forma até mais amigável do qualquer um que os conhecesse poderia imaginar. falou sobre sua banda e como ele realmente queria se transformar em um música profissional. gostou de saber que ele se importava com o futuro dele de forma tão madura, não era algo que ela esperava dele. Por outro lado, ele ficou rindo de todos os causos que a professora de dança tinha passado nos últimos anos trabalhando na academia. Ele não conseguia aceitar que existiam homens tão sem noção.
Glasses steamed up, I'm dreaming that no one can see u
Os dois combinaram de chegar com intervalo em casa até mesmo para evitar qualquer proximidade suspeita. ainda se sentia mal por mentir, mas não podia negar que a tarde tinha sido muito mais agradável do que ela poderia imaginar. A culpa estava batendo naquele momento que dividia o sofá com Sophie e via fechar a porta.
一 Ei, estava aonde esse tempo todo? - Sophie perguntou virando apenas o rosto para trás vendo seu irmão lentamente tirar os sapatos e jogá-los no canto da sala. - . - Chamou sem paciência.
一 Relaxa, maninha, eu fui dar uma volta com alguém por aí. - Respondeu de forma despojada e todo sorridente. enfiou mais pipoca na boca do que conseguia de tanto nervosismo e acabou se engasgando e tossindo ganhando a atenção dos irmãos. - Tudo bem, ? - Seu tom de voz brincalhão não passou despercebido e Sophie logo saiu em defesa da amiga.
一 Cala a boca, panaca. Mamãe fica enchendo o saco pra saber aonde você está então avisa da próxima vez. Não sou garota de recados. - Lembrou ao irmão com desdém ganhando um aceno como resposta antes de vê-lo subir pelas escadas a ignorando completamente.
Naquela madrugada, mais uma vez, foi premiada com uma visita no seu quarto. Dessa vez, não tinha deixado a porta fechada para evitar o que ela sabia que aconteceria mais cedo ou mais tarde até porque era um acordo mútuo e selado pelos dois.
一 Já conseguiu engolir as pipocas de mais cedo? - Perguntou rindo assim que fechou a porta. o encarou revirando os olhos e fingindo dar uma risada. se aproximou da garota
Me sinto tão quente, estou tirando suas roupas
Glasses steamed up, I'm dreaming that no one can see u
Óculos embaçados, estou sonhando que ninguém pode nos ver
Os dois combinaram de chegar com intervalo em casa até mesmo para evitar qualquer proximidade suspeita. ainda se sentia mal por mentir, mas não podia negar que a tarde com o tinha sido muito mais agradável do que ela poderia imaginar. A culpa estava batendo naquele momento que dividia o sofá com Sophie e via fechar a porta.
一 Ei, estava aonde esse tempo todo? - Sophie perguntou virando apenas o rosto para trás vendo seu irmão lentamente tirar os sapatos e jogá-los no canto da sala. - . - Chamou sem paciência.
一 Relaxa, maninha, eu fui dar uma volta com alguém por aí. - Respondeu de forma despojada e todo sorridente. enfiou mais pipoca na boca do que conseguia de tanto nervosismo e acabou se engasgando e tossindo ganhando a atenção dos irmãos. - Tudo bem, ? - Seu tom de voz brincalhão não passou despercebido e Sophie logo saiu em defesa da amiga.
一 Cala a boca, panaca. Mamãe fica enchendo o saco pra saber aonde você está então avisa da próxima vez. Não sou garota de recados. - Lembrou ao irmão com desdém ganhando um aceno como resposta antes de vê-lo subir pelas escadas a ignorando completamente.
Naquela madrugada, mais uma vez, foi premiada com uma visita no seu quarto. Dessa vez, não tinha deixado a porta fechada para evitar o que ela sabia que aconteceria mais cedo ou mais tarde até porque era um acordo mútuo e selado pelos dois.
一Já conseguiu engolir as pipocas de mais cedo? - Perguntou rindo assim que fechou a porta. o encarou revirando os olhos e fingindo dar uma risada. se aproximou da garota ainda com um sorriso no rosto e mexendo em um fio de cabelo que caía na testa da garota que assustada com o toque um pouco mais íntimo apenas se afastou rapidamente. - Vocè não foi nem um pouco sutil. - Comentou virando para encará-la.
一 Me desculpa, se eu não sou boa em mentir para a minha melhor amiga. - Respondeu sarcasticamente. - Vocês três na mesma sala me deixou particularmente em pânico de alguém dizer algo errado.
一 Relaxa, . - Tentou, de forma sincera, tranquilizá-la. - Vou ficar mais feliz se só eu conseguir te deixar nervoso. É ofensivo precisar da minha irmã no mesmo cômodo pra isso. - Brincou forçando uma piscada fazendo a garota resmungar e sentar em sua cama colocando a cabeça entre as mãos ainda tentando acreditar no que estava acontecendo.
一 Você veio aqui só pra me irritar. - Levantou o olhar até o garoto que negou e foi sentar ao seu lado colocando os braços em volta dos seus ombros a puxando para perto.
一 Na verdade, eu vim atrás de uns beijinhos, mas como isso não está sendo possível. Eu ficaria agradecido apenas se você aceitasse meu convite e fosse ver um dos meus ensaios com a banda. - Pediu tentando não transparecer a sua animação em deixar com que conhecesse seu outro lado. - Eu já te vi dar aula então acho que é justo. - Argumentou ao ver que ela o encarava franzindo a testa, possivelmente, tentando encontrar algum resquício de piada naquele pedido. 一 Como colegas. - Completou tentando tornar o convite mais agradável. Tinha medo de estar forçando uma barra.
一 Vou levar a . - Disse simplesmente ganhando um beijo demorado na bochecha e uma mão bagunçando seu cabelo. estava verdadeiramente animado e não estava tão triste assim, podia-se dizer que a garota estava até mesmo ansiosa. Ela tinha gostado de ouvir ele tocando a primeira vez, isso não podia negar já que praticamente fez com que quisesse ficar com ele.
一 Amanhã depois da aula então, no mesmo horário de hoje. - Sorriu logo a puxando para mais perto. - Será que podemos aproveitar nossas bocas agora? - Brincou arrancando verdadeiras gargalhadas de . - Isso é um sim?
一 Ai, meu Deus, você é tão mais bonitinho de boca fechada. - Sorriu antes de beijar o garoto. Naqueles rápidos momentos, eles realmente pareciam um casal normal. Os dois conseguiam perceber isso. odiava aquela sensação porque sabia que nunca poderia ser real sem que sua amizade fosse destruída, por outro lado, não podia estar mais feliz. Ele sempre sonhou em como seria ficar com a melhor amiga da irmã dele, mas nunca imaginou que fosse gostar tanto assim. Era algo, realmente, novo para os dois.
O café da manhã foi um pouco mais estranho para . Quando ela desceu as escadas e percebeu que estava na mesa com Sophie e da senhora Jonhson, ela quase começou a voltar lentamente sem chamar muita atenção, mas sua amiga já tinha visto e a chamou para se juntar. Toda a fome matinal tinha acabado ao se sentar de frente para o garoto que ela passou a madrugada inteira beijando. Era algo que ela nunca imaginou estar passando, ter tantos segredos com a pessoa sentada à sua frente. , raramente, levava seus olhos até ela. Mas quando fazia podia perceber como praticamente soava frio. Não podia negar, queria rir muito daquela situação. Fez uma nota mental de importunar a menina sobre isso mais tarde. Mas por aquele momento, ele resolveu dar um descanso a ela, apenas inventando uma historinha para sair mais cedo de casa. Quando o garoto levantou para ir embora, finalmente, seus olhares se encontrarem. agradeceu mentalmente diversas vezes. não teve muito dificuldade em entender. Os dois já estavam conseguindo criar aquela conexão.
一 Eu não posso acreditar que isso está mesmo acontecendo. - repetia pela terceira vez desde que havia contado para onde elas estavam indo depois da aula. O tom da morena era uma mistura de surpresa e total animação. - Desde quando vocês são amigos? Isso tudo está acontecendo muito rápido...
一 Nem me diga. - A interrompeu, parando no mesmo lugar que ontem tinha estacionado sua bicicleta. tinha combinado de aparecer de carro para levar as duas garotas até a garagem de um outro amigo dele que estava na banda.
一 Está gostando dele? - Perguntou tentando não parecer tão curiosa como realmente estava.
一 Definitivamente não. Eu ainda estou em um processo de desintoxicação do ódio que eu sentia por ele. Vai levar muito tempo para alcançar esse outro patamar. - Respondeu sinceramente. Estava dando uma chance para o garoto, mas não podia negar que estava um milhão de passos atrás. Não confiava nele. ainda era o típico clichê de garoto popular, com um ego enorme e com atitudes extremamente duvidosas. - Além do mais, ele é . Nunca que a gente vai ter algo sério ou qualquer coisa. Ele ainda é irmão da Sophie.
一 Ah. - Concordou não tão animada. Gostava da ideia dos dois juntos, era apaixonada por histórias de amor. Aquele seria um ótimo clichê de amor e ódio para se acompanhar ao longo prazo. As duas amigas continuaram conversando por breves minutos até que um carro, que parecia muito mais uma van escolar, aparecesse com no banco dos passageiros acenando para que elas entrassem no banco de trás.
一 Esse aqui é Oliver, nosso baterista. - Apontou para o garoto que estava dirigindo, ele apenas acenou e voltou o olhar para a estrada. - Não fica muito longe daqui. - Avisou. - E aí, ? - Comprimentou a garota, eles não tinham tanto contato apesar de praticamente morar no quarto do irmão dela.
一 Oi, . Não nos esbarramos muito por aí. - Falou com um simpático sorriso. Era realmente impossível não gostar de , todos pensavam isso. O que deixava ainda mais confuso sobre toda a implicância de seu melhor amigo com ela. - sabe que eu vou?
一Ah, sobre isso... - Começou tentando explicar. Ele não tinha dito nada para o amigo porque sabia que talvez tivesse que escutar merda pelo resto da noite. que apenas olhava pela janela já imaginava que ninguém tivesse avisado ao irmão de . Ela, provavelmente, faria a mesma coisa que naquela situação. = Ele não vai dizer nada.
一 Acho bom, se ele for grosso com a , eu acabo com ele. - Pela primeira vez, se manifestou. - Aquele garoto tem um sério problema.
一 Tudo bem, . - tentou não parecer tão desanimada. Não queria mais uma briga com seu irmão adotivo, odiava discussões e estava contente por estar vendo ele tocar depois do sarau. Então realmente tentou não ficar abalada. - Então Oliver porque você tem uma van? - Perguntou de forma aleatória e mudando completamente o assunto. Era a forma dela de lidar com a situação. O baterista tinha ficado contente em ser inserido no assunto, além do mais, amava contar a história do seu carro. Os dois engataram numa longa conversa até chegar na casa de Marcus, o último integrante da banda.
A feição de mudou assim que viu quem estava fazendo companhia ao e . vinha logo atrás em uma conversa animada com Oliver, que tinha ficado muito encantado com a garota. Ele finalmente havia encontrado alguém para falar sobre a qualidade dos biscoitos salgados e o instagram que fazia review de doces novos. praticamente implorou para o amigo agir naturalmente apontando sutilmente para . revirou os olhos e voltou a afinar sua guitarra.
一 Oliver é muito legal. - comentou se aproximando de . Ela sempre gostava de conhecer pessoas novas, além disso não tinha feito nenhum comentário maldoso então realmente não tinha começado ruim aquele dia para ela, apesar dela conseguir ver os olhares em sua direção.
一 Acho que gosta de você. - Disse fazendo com que sua amiga virasse rapidamente seu olhar para ela que apenas deu de ombros como se não precisasse justificar seu comentário. - Não que eu goste dessa porra de “ah ele te trata mal, uau como está apaixonado”, mas sei lá, ele realmente parece ter uma espécie de ciúmes bem aleatório. Além disso, aparentemente só dizia que eu tinha piolho porque gostava de mim. - Contou automaticamente fazendo uma careta de desgosto. - Homens realmente tem o cérebro do tamanho de uma ervilha.
一 Podemos não falar sobre isso? - Foi a única coisa que disse depois de alguns minutos calada. estranhou ver a amiga daquele jeito, mas resolveu deixar por aquilo mesmo. Já estava se arrependendo de ter dito algo. - A história aqui é sobre você e .
一 Ugh, não existe isso não. - Tentou brincar arrancando um leve sorriso da amiga. Elas se sentaram em alguns puffs coloridos que tinham bem em frente aos instrumentos. Oliver na bateria, Marcus no baixo e e cada um com sua guitarra. Eles conversavam entre si decidindo os últimos detalhes antes de decidir o que tocar.
一 Nós vamos tocar um cover, meninas. É de uma banda legal... - começou dizendo logo sendo interrompido pela voz grave de Oliver.
一 E é mais uma declaração para a . - Lembrou arrancando risadas de todos na sala, menos de que fingiu um riso e o mandou calar a boca e da própria garota que apenas se remexeu onde estava sentada já ficando nervosa.
一 Enfim é Taken a Tumble. - era praticamente o vocalista da banda, já tinha percebido isso no sarau, mas ali estando tão perto e com bem menos distração, ela conseguia perceber como a voz dele realmente era boa para aquele tipo de música. Até mesmo que dividia algumas linhas com o garoto no refrão se destacava no palco. Eles pareciam profissionais e não alguma bandinha de baile de colégio. Quando terminaram de cantar, as meninas levantaram e os aplaudiram fazendo com que eles agradecem de forma exagerada levando todos ao riso. tentava tirar o sorriso do rosto, mas não era algo a ser feito naquele momento. Ela estava devidamente encantada pelo talento de e a forma apaixonada com que ele cantava.
一 Quando vocês se apresentam no Grammy? - Perguntou ao ver que ele se aproximava tomando um gole de água direto da garrafa, não deveria parecer tão sexy, mas se sentiu assistindo um comercial e tentou não ficar mais afetada do que já estava.
一 É o mais perto de um elogio seu que eu já cheguei. - Sorriu largamente puxando a garota para uma parte mais afastada de seus amigos. - Me acha gostoso lá em cima?
一Você é tão idiota. - Tentou não esboçar um sorriso por mais que quisesse. - Eu realmente não esperava ver que você se empenhava tanto em alguma coisa.
一 Ei, isso foi bastante ofensivo, . - Fingiu ficar bravo. - Você não sabe nada sobre mim e apenas me odiava gratuitamente. - Agora quem tinha aberto a boca em surpresa era . - Ok, não tão gratuitamente assim.
一 Ah, obrigada. - Respondeu séria. Ela queria muito beijar , mas tinha muita gente por ali e realmente não queria ter que fazer isso em público, isso dava a impressão que as coisas eram mais sérias do que deveriam ser.
一 É só fingir que não tem ninguém olhando. - percebeu o modo com que ela estava encarando ele desde o palco, não foi muito difícil imaginar o que estava passando em sua cabeça, até porque ele pensava a mesma coisa. Então resolveu não esperar o primeiro passo e se aproximou para beijá-la. Cada beijo parecia diferente para os dois. Aquele, de todos, estava sendo o mais sentimental e íntimo do que outros. Ainda assim, eles fingiram não prestar atenção nas pessoas ao redor e nem no que estava acontecendo entre eles naquele momento. A ideia era apenas curtir o momento e aproveitar até que tudo acabasse gradativamente em algum momento.
Deitados sob as estrelas, Júpiter atinge Marte
And it hits me so hard
E me atinge tão forte
Mais uma vez, os dois resolveram chegar com um grande intervalo entre eles em casa. e foram embora de carona com Oliver e ainda ficou por bastante tempo com o restante da banda. Naquela madrugada, os dois jovens estavam deitados um do lado do outro na cama. Não tinha nem uma semana daquela rotina, mas eles não podiam negar que já era quase um vício ter aqueles momentos todas as noite. A falta de sono no dia seguinte já estava se tornando comum, mas não incomoda.
一 Vamos lá fora. - Disse sem pensar muito assustando que o encarou surpresa. - Naquela casinha da árvore do quintal. - Pediu já se levantando para colocar a blusa.
一 O que? É algum tipo de fetiche estranho? - Tentou brincar ganhando uma revirada de olhos como resposta. - Está frio e alguém pode ver a gente, , volta pra cama. - Voltou a deitar, mas logo teve sua mão puxada pelo garoto.
一 Qual é, ? Você parecia mais destemida antigamente. - Sorriu ironicamente. - Além disso, Sophie deve estar no quinto sonho imaginando a melhor forma de me matar e ficar com meu quarto e vender meus instrumentos na internet. - A garota demorou alguns segundos ponderando sobre todos os riscos daquela situação, mas não podia negar que a ideia de ser pega criava uma leve animação naquilo tudo. Ela realmente deveria estar bêbada para estar gostando de tudo aquilo, mas sem pensar muito, se levantou pegou o lençol e seguiu para fora do quarto em passos leves e de forma silenciosa.
Os dois pareciam crianças aprontando alguma peça com todo aquele cuidado para não serem pegos. Não foi muito difícil chegar no quintal depois de passar pelo corredor, podiam fazer mais barulho fora da casa porque não tinha aquela proximidade assustadora com o quarto da irmã de . Quando eles chegaram, perceberam que era bem mais pequeno do que se recordava.
一 Sinceramente, era um fetiche sim. - comentou rindo assim que tentou se sentar na casinha tendo que ficar muito próximo de . - Eu sempre quis subir aqui com você e te beijar quando eu tinha 8 anos.
一 Meu Deus, . - Gargalhou do garoto que partiu para cima dela tentando a fazer ficar mais quieta e acabou ficando de forma desconfortável ao seu lado devido ao espaço, continuou rindo dessa vez com deitado ao seu lado. - Você realmente era apaixonado por mim.
一 Cala a boca. - Cruzou os braços fingindo estar chateado, mas sem conseguir tirar o sorriso do rosto. - Essa é a coisa mais romântica que eu já fiz, , você deveria estar se sentindo lisonjeada.
一 Provavelmente, nenhuma outra garota que você ficou tinha uma casa da árvore no quintal. - Falou arrancando uma risada falsa dele. - Mas realmente, estou surpresa, Jonhson, estamos deitados aqui sob as estrelas e você declarando seu amor de anos por mim.
一 Você não pode ficar jogando isso na minha cara sempre... - Começou a reclamar, mas foi rapidamente interrompido.
一 Definitivamente, eu vou jogar isso na sua cara sempre. - Riu. Ela estava se sentindo muito bem ao lado do garoto naquele momento. Realmente, era romântico e não tinha como negar, ela havia sido fisgada por todas aquelas estrelas e aquela paixão repentina. Algo tinha acertado nela sem nem ao menos avisar ou ter tempo para evitar. Poucos dias foram o suficiente para que estivesse começando a se apaixonar pelo irmão da sua melhor amiga.
(Estive me embolando toda e eu não sei o que dizer)
But it's a feeling that I believe I've never felt this way
(Mas é um sentimento que eu acredito, nunca me senti assim )
Eles ficaram longos minutos entre conversas e beijos. Nenhum dos dois imaginou que quando eles voltaram cada um para seus quartos, Sophie estava na cozinha pegando um copo d'água. A irmã de não ficou tão surpresa. Os olhares pelo corredor, a falta de insultos por parte de sobre seu irmão e o nervosismo que sua amiga sentia sempre que os três ficam pertos um do outro realmente tinha tornado a situação meio óbvia. No dia seguinte, resolveu bater na porta de para tirar toda aquela história a limpo.
一 Sophie? - O garoto abriu a porta ainda sonolento, mas bastante surpreso também. Sua irmã nunca aparecia no seu quarto sem um motivo muito ruim para ele. Por alguma razão, já imaginava o assunto daquela conversa.
一 Esperando a , irmãozinho? - Passou por ele sem pedir licensa, não conseguiu esconder a cara de nojo ao olhar toda a bagunça daquele quarto. Realmente, não conseguia imaginar como sua melhor amiga poderia estar saindo com ele.
一 Não briga com ela, Sophie. - Pediu. - É sério, eu paro de sair com ela, mas por favor não faça nada que a deixe triste.
一 Uau, você se importa. - Fingiu estar emocionada. Apesar disso, no fundo, tinha realmente se surpreendido com a forma que ele tinha iniciado aquela conversa. Imaginava algo mais imaturo e irritante. - Isso é alguma aposta idiota com ela? Porque eu realmente não me importaria em gastar meu réu primário com você.
一 Claro que não, garota. - Respondeu ofendido. - Eu gosto dela. - Sophie o avaliou procurando qualquer resquício de ironia naquela frase. - Eu estou falando a verdade, Sophie. Eu realmente gosto da . - Sua irmã relaxou os ombros soltando o ar.
一 Se você magoar minha melhor amiga, eu acabo com você. - Ela acreditava nele. Apesar de tudo, eles eram irmãos. , de forma bem aleatória, em algum momento, tinha comentando sobre uma ligação emocional que todos os irmãos tinham e por mais idiota que pudesse parecer para Sophie, ela conseguia perceber que estava sendo sincero. O garoto correu para abraçar sua irmã, pela primeira vez, em anos e de forma sincera, mas Sophie se afastou rapidamente. - Eu ainda odeio você garoto, não toca em mim. - Passou por ele indo para seu quarto se arrumar para aquela longa sexta-feira.
Quando desceu para tomar o café=da-manhã e já estava lá, ele resolveu dar um bom dia e um rápido selinho na garota ignorando a presença de sua irmã que apenas revirou os olhos e fingiu um som de quem estava vomitando. o empurrou rapidamente e antes que começasse a gritar com ele e se explicasse com Sophie, sua amiga foi mais rápida a acalmando.
一 Vi vocês dois ontem, não vou dizer que estou feliz por você ter mentido pra mim e principalmente estar com esse idiota. - gritou um "obrigado" detrás do balcão, mas foi completamente ignorado. - Mas eu acho que entendo. Só não se beijem perto de mim pelo amor de todos os santos existentes. Eu só vou esperar essa loucura passar e você voltar a ficar sóbria e perceber que ele é um idiota. - levantou animada e correu para abraçar a amiga murmurando diversas vezes pedidos de desculpas por ter mentido.
一 Eu pareço bebada realmente, mas juro que não tomei nada alcoólico nesses dias. É apenas que enlouquece qualquer pessoa sã. - Brincou mais uma vez ganhando resmungos do garoto que não estava acreditando que continuava sendo ofendido pela sua irmã e agora sua mais nova inimiga-quase-amiga colorida.
FIM
Nota da autora: Hello, espero que vocês gostem. Como eu disse, essa é a segunda parte de outra short (03. Soundcheck) no site então pra entender um pouco mais sobre o passado desse casal é só dar uma lidinha rápida lá. E pra quem se interessar, tenho uma long finalizada no site sobre anjos e com muito drama, o nome é Angels Can’t Fall in Love. Beijinhos.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.