Capítulo Único
Eu estava louco para voltar para a casa, estava com saudades de , e de nossas filhas Lucy e Chanel. Depois de John Wick III tudo ficou mais agitado, além dos outros projetos que eu tinha programado na agenda. A gravação de Bob Esponja, havia sido concluída, minha participação no jogo Cyber Punk 2077 tinha recebido uns últimos ajustes, os mesmos que não esperava e precisei ajustar minha agenda mais uma vez.
Agora eu estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe dela. Orlando estava nublado por conta do Inverno, aquela manha eu já havia tido reunião com um dos produtores de Matrix, aproveitamos que estávamos no mesmo estado e colocamos algumas ideias no papel.
Entretanto não tem como negar que aquele silêncio me deixava angustiante, não havia o inglês com sotaque baiano de , o perfume doce não estava espalhado pelo cômodo todo. Andei até a pequena cozinha e coloquei mais água no meu copo, ao lado havia um panfleto da Disney, com a decoração e detalhes de natalinos e o tom vermelho e verde bem ressaltado. Naquele momento me recordei de quando fomos para um pequeno parque ao sul da onde trabalhávamos.
×
Anos atrás.
Eu, e todos que trabalham conosco combinamos em ir ao pequeno parque de diversão que estava por lá. Eu passei na casa dela para podermos ir juntos o caminho todo – entre caminho a pé e transporte publico –, fomos conversando de vários assuntos, naquela época nunca imaginei que iria amar tanto uma garota igual .
Aquele dia saímos mais cedo, sem nenhum objetivo, na verdade eu compreendi depois que ela pediu para ir na montanha russa com ela.
Estava anoitecendo, nesse meio tempo o parque se acendeu, deixando as cores mais vivas e divertidas. Andamos até a bilheteria compramos alguns ingressos para os brinquedos; Olhamos todos os brinquedos que o parque fornecia até ela escolher algum que lhe agradava, que no caso foi apenas o carrossel.
— E viemos aqui para você querer ir mais uma vez no carrossel? – A questionei.
— Eu gosto. – Não olhava para mim. – É bonito sabe.
— , vamos em outro, tem a roda gigante, ou a montanha russa. – Ela negou comum gesto. – Por quê?... , você tem medo de altura?
— Digamos que sim, está na minha lista de poucos medos que tenho.
— Eu vou com você. – Falei com um sorriso no rosto. – E te prometo que você vai poder segurar minha mão e apertar para extravasar seu medo.
— Keanu, não acho que seja uma boa.
— Vai ser, vamos. – Comecei a guia-la até a montanha russa. – Você confia em mim certo?
— Certo.
Entreguei dois tickets para a moça.
— Vem, eu vou segurar sua bolsa. – Coloquei a alça no meu braço, entre nós dois. – A moça vai vir colocar a trava, e você prende o cinto.
— Me da sua mão. – Disse depois de a moça prender a trava. – Se eu morrer te levo junto.
Apenas ri, até mesmo nervosa comigo ela conseguia ser perfeita. Segurei a mão dela transmitindo segurança e confiança. Senti a mão dela apertar mais a minha quando o carrinho começou a se mover no trilho, eu estava tão tranquilo que me arrisquei a olhar para baixo enquanto ele subia, era uma linda visão de Toronto, o clima todo caloroso, a noite dando lugar para as luzes das casas.
— Preparada? – Perguntei quando o carrinho parou no topo.
— Nem um pouco.
— Eu prometo que não vou soltar sua mão.
não conseguiu responder a tempo, e logo o carrinho desceu na maior velocidade; O frio na barriga apareceu quando o carrinho desceu rapidamente, levantei minha mão e gritei acompanhado com o grito um pouco fino da .
Ela estava mais assustada e com medo do que eu, quando fui pela primeira vez na montanha russa. Alguns minutos depois eu levantei minha mão junto da dela, sem soltar para poder sentir ainda segura, porem a senti soltar minha mão e deixou o vento tocar suas mãos viradas para o céu. E agora havia um grande sorriso nos lábios dela.
— Quero ir outra vez. – Saiamos do brinquedo. – Por favor, vamos?
— Eu criei um monstro. – Riamos.
— Criou, por favor, vamos mais uma vez.
— Vamos sim, só vamos encontrar com nossos amigos, .
— Certo.
— Está tudo bem? – Estranhei, ela estava mais triste mesmo depois daquela nova aventura dela.
— É que. – Parou de andar. – Ai Keanu, vocês não faz ideia da noticia que recebi ontem.
— Qual? – Acariciava o rosto dela.
— Talvez eu tenha que voltar para o Brasil, minha tia não está muito bem, papai terá que voltar e ir cuidar dela e eu não posso ficar aqui sem ele, afinal... – Ela suspirou fundo.
— Ele é o que te mantem sua nacionalidade aqui.
— É, perdão. – Enxugou a lagrima. – Mamãe está viajando pela Europa e com eles separados, bom.
— Tudo bem, eu daria um jeito para fazer você ficar, ou então, o tempo que ele fique lá nem vai ser necessário de você sair daqui.
— Não conte para ninguém, e eu estou na espera da aprovação da minha nacionalidade.
— Não conto, e não fique assim. – A abracei. – Qualquer coisa, eu caso com você.
Eu ouvi ela rir e dizer algumas palavras que não compreendi, já que estava envolvida em meus braços. Todavia eu agradeci por ela não ter percebido a sinceridade em minha voz, mesmo ela sendo a estilista da “minha” peça, ela me conquistou com aquela pele negra e bronzeada, e aqueles cachos que começaram a aparecer, depois de um tratamento que ela comentou comigo.
era perfeita aos meus olhos, e não negaria que ficaria mais perfeita se carregasse meu sobrenome com ela.
— Vamos. – Ela soltou-se do abraço. – Temos que encontrar com eles.
segurou na minha mão e fomos andando no silencio escutando apenas as crianças brincando, a vi enxugar mais de uma vez as lágrimas. Eu não contei, mas estava preste a sair da equipe, e aquele momento ficaria unicamente comigo.
×
Era uma lembrança boa, eu queria tê-la por perto sempre, e aquele dia que senti a total confiança dela foi, inexplicável. Foi então que me veio por completa a ideia, eu podia trazê-la para Orlando, passaríamos nosso Natal aqui. Voltei para o sofá e peguei o tablete, procurei por uma casa ou um hotel que soubesse que poderia agrada-la.
Com tudo separado e já deixado para ela escolher quando ela chegasse no hotel, eu enviei uma mensagem para ela, questionando se estava ocupada, e recebi um “não” doce.
— Como está o inverno ai? – Aquela voz, doce e sutil acalmava meu coração mesmo estando tranquilo.
— Chuvoso, sem neve, com pouca emoção.
— Eu posso fazer a parte da emoção. – Ele riu gostosamente. – Podemos correr pela orla da praia, e quem sabe pular de paraquedas?
— Não, obrigado. – Eu ri. – Você já é a emoção, mas não liguei apenas para conversar com você.
— Lá vem coisa.
— Você vai gostar, eu não vou conseguir voltar para o Natal.
— Ah Keanu, sério? – O tom de voz mudou. – Aonde eu vou gostar? Eu vou passar o Natal sem você só com as meninas.
— Não completamente, vem para Orlando, nós passamos o Natal aqui, e as meninas você pode levar elas para o hotelzinho, eu já conversei com a dona de lá.
Ela ficou em silencio por alguns minutos, conseguia apenas ouvir a respiração dela, temporariamente, fiquei com receio de que ela não quisesse passar o natal em Orlando, ela já tinha tudo decorado lá, e nevava, sempre foi apaixonada por neve.
— Eu vou arrumar as malas, eu compro minha passagem.
— Fique a vontade, vê se consegue para essa semana, e eu deixo já um carro alugado no seu nome.
— Vejo sim amor, vou levar as labradoras e arrumar as malas, te envio uma mensagem quando eu comprar a passagem.
— Estou te esperando.
— Até amor.
Ela já havia me enviado a mensagem sobre a passagem, daqui um dia ela já estaria no aeroporto, porem mudei de ideia em cima da hora, não aluguei nenhum carro para ela vir até o hotel.
×
Saí cedo, comprei algumas coisas para o café da manhã. Deixei tudo arrumado para a hora que ela chegasse e fui busca-la no aeroporto.
estava apenas com uma mala, entretanto era a maior que ela tinha em sua casa. Seu sorriso abriu ao me ver esperando na área de desembarque. Abri meus braços para abraça-la e senti seu perfume me contagiando.
— Não esperava você aqui. – Ela sorriu e deu selinho.
— Quis fazer uma surpresa para você. Como foi o voo? – Questionei logo depois de um breve selinho dela.
— Tranquilo, achei que a neve iria atrapalhar.
— Pensei o mesmo, eu levo para você. – Me referi a mala. – Eu fiz um plano para nós já que falta uma semana para o natal. – Abriu a porta do carro. Coloquei a mala atrás do carro e dei uma corridinha rápida para entrar no carro.
— E quais são eles?
— É apenas um, antes do Natal, depois você pode escolher, entretanto eu estava pensando em irmos para a Disney, podemos ir essa semana depois no dia vinte e quatro passamos um pouco no hotel que lá também tem uma surpresa para você, e depois vamos ao parque.
— Ver os fogos. – Ela disse como se estivesse vendo os fogos na sua frente.
— Isso. – Sorri de canto. – Aceita esse cronograma?
— Claro, não nego que aceito. – Ela sorria. – E qual seria a outa surpresa?
— Quando chegarmos ao hotel, te garanto que você vai saber.
— Agonia Keanu, eu não gosto de ficar imaginando o que pode ser.
×
Deixei meu carro – alugado, com o manobrista e depois passei na recepção e peguei a key-card. Eu havia mudado de quarto um dia antes, peguei um mais simples, temporário afinal de contas a surpresa que havia programado para ela foi bem encima da hora, nem sei como consegui. Abri a porta para ela e ela logo tirou o casaco de pelo sintético, colocou encima do sofá e se virou para mim.
— Estou pronta.
— Eu vou te guiar até a surpresa. – Deixei a mala dela do lado do sofá. – Feche os olhos amor.
— Pronto.
A segurei pela cintura e a guiei até a janela onde tinha uma pequena mesa redonda com o café da manhã e um pequeno papel natalino com os personagens da Disney. Cochichei no ouvido dela que ela podia abrir os olhos já.
— Ai que bonitinho preparou o café da manha. – Deu um beijo em minha bochecha. – E esse envelope? – Abria. – É serio isso? Vamos passar o Natal e Ano Novo no hotel da Disney?
— Serio, eu escolhi o quarto não sei como consegui.
— Ele estava esperando por nós. – Envolveu seus braços em mim. – Você é maravilhoso.
— Não muito. – Beijei rapidamente. – É tudo industrializado entretanto segue o padrão vegano, e o apresuntado e o queijo é meu. – Rimos.
— Está perdoado, e quando vamos para lá? – Sentamos
— Hoje mesmo, vamos terminar o café da manha e vamos para lá tudo bem?
— Claro, nem irei desfazer a mala, e suas coisas?
— Já arrumei tudo. Aqui está sua pulseira de passe livre.
— É um sonho, você, Disney e Natal tudo junto. – Se serviu de suco. – Não quero nunca mais acordar.
— Se depender de mim, nunca vai acabar.
×
Passamos pela catraca e seguimos rumo ao hotel da Disney, partimos deixar nossas coisas por lá depois do check-in e começamos a passear pelo parque Magic Kingdom. Tiramos foto com o a Minnie e Mickey, com os outros personagens da Disney, vimos o desfile de natal que eles faziam sempre.
— Vamos na montanha russa? – Ela pediu.
— Achei que você não gostasse.
— Aquilo faz tempo, a verdade é que não estava bem para poder andar naqueles brinquedos do Canadá.
— Eu me recordo. – Segurei a mão dela. – Vamos esquecer isso ok?
— Ok. Essa pulseirinha é sensacional. – Se referia ao passe.
— Sim, me chamou muito a atenção, facilita muito.
— Prende o cinto, a trava de segurança a mulher coloca na gente.
— Eu realmente criei um monstro naquele dia.
O Big Thunder Mountain Railroad, começou a andar, as curvas e descidas deixaram o aquele frio de lado, era como se fosse a primeira vez que fui a uma montanha russa junto de . Ela gritou e riu muito, até mesmo se arriscou em abrir o seu casaco.
Naquela mesma noite ficamos até o fim da atração, de frente para o castelo com uma vista privilegiada dos fogos. Realmente aquele lugar havia uma magia, porem tenho mais do que a certeza que tudo só estava daquele jeito, magico, pois estava comigo.
×
Dia vinte e quatro estava bem perfumada, com o café da manhã do hotel. já estava acordada desenhando na sua mesa, e admirando toda a decoração natalina do quarto usando as orelhinhas da Minnie também natalinas.
— Bom dia. – Sentou-se na cama.
— Bom dia, ainda da tempo para irmos tomar café da manha no hotel?
— Sim, sim, só vou colocar um tênis. – Beijou meu rosto.
Levantei e passei a mão no cabelo, o dia parecia um pouco preguiçoso com aquela chuva mediana. Com os dentes escovados, dei um beijo rápido nela e fomos para o restaurante. Servi-me e servi-a e comemos enquanto conversamos o que faríamos naquele meio tempo até o natal.
— E você sabe se vai ter uma ceia?
— Se não estivar enganado vai ter sim.
— Podemos sair e passar por Orlando? E depois voltamos tomamos um banho e ficamos na ceia, pode ver os fogos de natal lá fora né? – Deu um gole em seu suco.
— Sim, onde ficamos vendo os fogos daquele dia.
— Certo. Eu ainda não achei nada para comprar para você.
— Não se preocupe com isso.
— Preciso sim, olha aonde estamos, você conseguiu tudo isso por mim.
— .
— Sem discussão eu vou ver o que te dar de presente.
Não respondi mais nada, eu apenas deixei ela decidir o que iria me dar de presente, afinal para ela, aquele natal iria mais longe que pudesse imaginar. Vestidos adequadamente, saímos do hotel e da redondeza do parque, passamos nas lojas, ela comprou pequenas lembrancinhas para a família na Bahia e seu pai que estava a essa hora, na Suíça com sua mãe – depois de longos anos, eles reataram, e estavam juntos em mais uma viagem pelo mundo.
Na volta, ela comprou dois vestidos respectivos para as datas comemorativas; Ao voltar para o hotel, verifiquei se a mesa para a ceia estava reservada e que horas seria, tanto da refeição quanto dos fogos.
— Ai e senhor Reeves, sua encomenda chegou. – O recepcionista falou. – Deseja levar ou posso pedir para o serviço de quarto fazer isso?
— Eu levo, sem nenhum problema, veio embrulhado?
— Não, mas se quiser podemos fazer isso aqui, não demora muito.
— Por favor.
Ele rapidamente embrulhou a encomenda com do melhor estilo, estava com silhuetas dos personagens da Disney e símbolos natalinos.
— Obrigado. – Peguei educadamente.
— Por nada. Senhor Reeves, eu poderia tirar uma foto com o senhor?
— Claro. – Abri um sorriso sincero.
O jovem deu a volta no balcão e tirou a foto comigo depois de agradecer com os olhos marejados, subi para meu quarto e fiquei deitado ao lado de esperando o tempo passar.
×
Como eu havia colocado o embrulho no bolso do terno, não acharia caso estivesse em buscar de alguma coisa.
— Está pronta? – Parei na frente da suíte.
— Sim, poderia colocar em mim? – Entregou o colar. Concordei com a cabeça e coloquei nela, depositando logo em seguida um beijo sobre a nuca. – Obrigada, pelos os dois. – Ela sorria.
— Vamos amor.
trancou a porta com o key-card e me entregou, já que ela não estava levando a bolsa, apenas o celular que também estava comigo. Ceiamos e fomos para uma parte especial para os hospedes do hotel, onde teríamos uma vista um pouco melhor dos fogos atrás do castelo da Cinderela acompanhado da contagem regressiva.
Cinco. Depois de tanto tempo, sem mesmo sentir o amor da melhor forma eu tive outra chance em poder amar mais uma vez.
Quatro. Foi mais do que altos e baixos ao lado de , desde que comecei a trabalhar junto dela, até mesmo longe dela, em grande premies. Longos tempos na rodovia dez até as duas da manhã.
Três. E com tudo isso, precisei pensar em algo, queria viver essa montanha russa com ela para o resto da minha vida.
Dois. Não era apenas uma fase, podia viver ao lado dela independente do dinheiro, do tempo, do lugar, eu só queria ter ela em meus braços afinal ela era meu mundo.
Um. Comprar o presente dela para gravar aquele momento, foi a melhor escolha de todas que eu já havia feito em minha vida.
— Feliz natal meu amor! – Ela se virou para mim, passando seus braços em meu pescoço. – Eu não queria mais nada além de estar com você, em seus braços e na Disneyland. – Seus olhos estavam marejados.
— Feliz natal, minha princesa, fico até feliz da Disney não ter você. – Ela riu acanhada. – Mas preciso te dizer uma coisa muito importante, que pode sim mudar tudo principalmente esse natal.
— O que aconteceu? – Entreguei para ela o embrulho. – Isso não.
— Mag. – Me ajoelhei tirando a caixinha de suas mãos. – Você aceita ser minha esposa? – Abri a mesma.
— Sim! Meu Deus, Sim!
Coloquei o anel de noivado em seu dedo, com todos aplaudindo o pedido aceito. Ao levantar peguei ela no colo e a beijei, sempre eu fui discreto, mas aquele momento não teria como não ser, o natal todo precisava saber que ele havia me dado o maior presente em minha vida. .
Agora eu estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe dela. Orlando estava nublado por conta do Inverno, aquela manha eu já havia tido reunião com um dos produtores de Matrix, aproveitamos que estávamos no mesmo estado e colocamos algumas ideias no papel.
Entretanto não tem como negar que aquele silêncio me deixava angustiante, não havia o inglês com sotaque baiano de , o perfume doce não estava espalhado pelo cômodo todo. Andei até a pequena cozinha e coloquei mais água no meu copo, ao lado havia um panfleto da Disney, com a decoração e detalhes de natalinos e o tom vermelho e verde bem ressaltado. Naquele momento me recordei de quando fomos para um pequeno parque ao sul da onde trabalhávamos.
Anos atrás.
Eu, e todos que trabalham conosco combinamos em ir ao pequeno parque de diversão que estava por lá. Eu passei na casa dela para podermos ir juntos o caminho todo – entre caminho a pé e transporte publico –, fomos conversando de vários assuntos, naquela época nunca imaginei que iria amar tanto uma garota igual .
Aquele dia saímos mais cedo, sem nenhum objetivo, na verdade eu compreendi depois que ela pediu para ir na montanha russa com ela.
Estava anoitecendo, nesse meio tempo o parque se acendeu, deixando as cores mais vivas e divertidas. Andamos até a bilheteria compramos alguns ingressos para os brinquedos; Olhamos todos os brinquedos que o parque fornecia até ela escolher algum que lhe agradava, que no caso foi apenas o carrossel.
— E viemos aqui para você querer ir mais uma vez no carrossel? – A questionei.
— Eu gosto. – Não olhava para mim. – É bonito sabe.
— , vamos em outro, tem a roda gigante, ou a montanha russa. – Ela negou comum gesto. – Por quê?... , você tem medo de altura?
— Digamos que sim, está na minha lista de poucos medos que tenho.
— Eu vou com você. – Falei com um sorriso no rosto. – E te prometo que você vai poder segurar minha mão e apertar para extravasar seu medo.
— Keanu, não acho que seja uma boa.
— Vai ser, vamos. – Comecei a guia-la até a montanha russa. – Você confia em mim certo?
— Certo.
Entreguei dois tickets para a moça.
— Vem, eu vou segurar sua bolsa. – Coloquei a alça no meu braço, entre nós dois. – A moça vai vir colocar a trava, e você prende o cinto.
— Me da sua mão. – Disse depois de a moça prender a trava. – Se eu morrer te levo junto.
Apenas ri, até mesmo nervosa comigo ela conseguia ser perfeita. Segurei a mão dela transmitindo segurança e confiança. Senti a mão dela apertar mais a minha quando o carrinho começou a se mover no trilho, eu estava tão tranquilo que me arrisquei a olhar para baixo enquanto ele subia, era uma linda visão de Toronto, o clima todo caloroso, a noite dando lugar para as luzes das casas.
— Preparada? – Perguntei quando o carrinho parou no topo.
— Nem um pouco.
— Eu prometo que não vou soltar sua mão.
não conseguiu responder a tempo, e logo o carrinho desceu na maior velocidade; O frio na barriga apareceu quando o carrinho desceu rapidamente, levantei minha mão e gritei acompanhado com o grito um pouco fino da .
Ela estava mais assustada e com medo do que eu, quando fui pela primeira vez na montanha russa. Alguns minutos depois eu levantei minha mão junto da dela, sem soltar para poder sentir ainda segura, porem a senti soltar minha mão e deixou o vento tocar suas mãos viradas para o céu. E agora havia um grande sorriso nos lábios dela.
— Quero ir outra vez. – Saiamos do brinquedo. – Por favor, vamos?
— Eu criei um monstro. – Riamos.
— Criou, por favor, vamos mais uma vez.
— Vamos sim, só vamos encontrar com nossos amigos, .
— Certo.
— Está tudo bem? – Estranhei, ela estava mais triste mesmo depois daquela nova aventura dela.
— É que. – Parou de andar. – Ai Keanu, vocês não faz ideia da noticia que recebi ontem.
— Qual? – Acariciava o rosto dela.
— Talvez eu tenha que voltar para o Brasil, minha tia não está muito bem, papai terá que voltar e ir cuidar dela e eu não posso ficar aqui sem ele, afinal... – Ela suspirou fundo.
— Ele é o que te mantem sua nacionalidade aqui.
— É, perdão. – Enxugou a lagrima. – Mamãe está viajando pela Europa e com eles separados, bom.
— Tudo bem, eu daria um jeito para fazer você ficar, ou então, o tempo que ele fique lá nem vai ser necessário de você sair daqui.
— Não conte para ninguém, e eu estou na espera da aprovação da minha nacionalidade.
— Não conto, e não fique assim. – A abracei. – Qualquer coisa, eu caso com você.
Eu ouvi ela rir e dizer algumas palavras que não compreendi, já que estava envolvida em meus braços. Todavia eu agradeci por ela não ter percebido a sinceridade em minha voz, mesmo ela sendo a estilista da “minha” peça, ela me conquistou com aquela pele negra e bronzeada, e aqueles cachos que começaram a aparecer, depois de um tratamento que ela comentou comigo.
era perfeita aos meus olhos, e não negaria que ficaria mais perfeita se carregasse meu sobrenome com ela.
— Vamos. – Ela soltou-se do abraço. – Temos que encontrar com eles.
segurou na minha mão e fomos andando no silencio escutando apenas as crianças brincando, a vi enxugar mais de uma vez as lágrimas. Eu não contei, mas estava preste a sair da equipe, e aquele momento ficaria unicamente comigo.
Era uma lembrança boa, eu queria tê-la por perto sempre, e aquele dia que senti a total confiança dela foi, inexplicável. Foi então que me veio por completa a ideia, eu podia trazê-la para Orlando, passaríamos nosso Natal aqui. Voltei para o sofá e peguei o tablete, procurei por uma casa ou um hotel que soubesse que poderia agrada-la.
Com tudo separado e já deixado para ela escolher quando ela chegasse no hotel, eu enviei uma mensagem para ela, questionando se estava ocupada, e recebi um “não” doce.
— Como está o inverno ai? – Aquela voz, doce e sutil acalmava meu coração mesmo estando tranquilo.
— Chuvoso, sem neve, com pouca emoção.
— Eu posso fazer a parte da emoção. – Ele riu gostosamente. – Podemos correr pela orla da praia, e quem sabe pular de paraquedas?
— Não, obrigado. – Eu ri. – Você já é a emoção, mas não liguei apenas para conversar com você.
— Lá vem coisa.
— Você vai gostar, eu não vou conseguir voltar para o Natal.
— Ah Keanu, sério? – O tom de voz mudou. – Aonde eu vou gostar? Eu vou passar o Natal sem você só com as meninas.
— Não completamente, vem para Orlando, nós passamos o Natal aqui, e as meninas você pode levar elas para o hotelzinho, eu já conversei com a dona de lá.
Ela ficou em silencio por alguns minutos, conseguia apenas ouvir a respiração dela, temporariamente, fiquei com receio de que ela não quisesse passar o natal em Orlando, ela já tinha tudo decorado lá, e nevava, sempre foi apaixonada por neve.
— Eu vou arrumar as malas, eu compro minha passagem.
— Fique a vontade, vê se consegue para essa semana, e eu deixo já um carro alugado no seu nome.
— Vejo sim amor, vou levar as labradoras e arrumar as malas, te envio uma mensagem quando eu comprar a passagem.
— Estou te esperando.
— Até amor.
Ela já havia me enviado a mensagem sobre a passagem, daqui um dia ela já estaria no aeroporto, porem mudei de ideia em cima da hora, não aluguei nenhum carro para ela vir até o hotel.
Saí cedo, comprei algumas coisas para o café da manhã. Deixei tudo arrumado para a hora que ela chegasse e fui busca-la no aeroporto.
estava apenas com uma mala, entretanto era a maior que ela tinha em sua casa. Seu sorriso abriu ao me ver esperando na área de desembarque. Abri meus braços para abraça-la e senti seu perfume me contagiando.
— Não esperava você aqui. – Ela sorriu e deu selinho.
— Quis fazer uma surpresa para você. Como foi o voo? – Questionei logo depois de um breve selinho dela.
— Tranquilo, achei que a neve iria atrapalhar.
— Pensei o mesmo, eu levo para você. – Me referi a mala. – Eu fiz um plano para nós já que falta uma semana para o natal. – Abriu a porta do carro. Coloquei a mala atrás do carro e dei uma corridinha rápida para entrar no carro.
— E quais são eles?
— É apenas um, antes do Natal, depois você pode escolher, entretanto eu estava pensando em irmos para a Disney, podemos ir essa semana depois no dia vinte e quatro passamos um pouco no hotel que lá também tem uma surpresa para você, e depois vamos ao parque.
— Ver os fogos. – Ela disse como se estivesse vendo os fogos na sua frente.
— Isso. – Sorri de canto. – Aceita esse cronograma?
— Claro, não nego que aceito. – Ela sorria. – E qual seria a outa surpresa?
— Quando chegarmos ao hotel, te garanto que você vai saber.
— Agonia Keanu, eu não gosto de ficar imaginando o que pode ser.
Deixei meu carro – alugado, com o manobrista e depois passei na recepção e peguei a key-card. Eu havia mudado de quarto um dia antes, peguei um mais simples, temporário afinal de contas a surpresa que havia programado para ela foi bem encima da hora, nem sei como consegui. Abri a porta para ela e ela logo tirou o casaco de pelo sintético, colocou encima do sofá e se virou para mim.
— Estou pronta.
— Eu vou te guiar até a surpresa. – Deixei a mala dela do lado do sofá. – Feche os olhos amor.
— Pronto.
A segurei pela cintura e a guiei até a janela onde tinha uma pequena mesa redonda com o café da manhã e um pequeno papel natalino com os personagens da Disney. Cochichei no ouvido dela que ela podia abrir os olhos já.
— Ai que bonitinho preparou o café da manha. – Deu um beijo em minha bochecha. – E esse envelope? – Abria. – É serio isso? Vamos passar o Natal e Ano Novo no hotel da Disney?
— Serio, eu escolhi o quarto não sei como consegui.
— Ele estava esperando por nós. – Envolveu seus braços em mim. – Você é maravilhoso.
— Não muito. – Beijei rapidamente. – É tudo industrializado entretanto segue o padrão vegano, e o apresuntado e o queijo é meu. – Rimos.
— Está perdoado, e quando vamos para lá? – Sentamos
— Hoje mesmo, vamos terminar o café da manha e vamos para lá tudo bem?
— Claro, nem irei desfazer a mala, e suas coisas?
— Já arrumei tudo. Aqui está sua pulseira de passe livre.
— É um sonho, você, Disney e Natal tudo junto. – Se serviu de suco. – Não quero nunca mais acordar.
— Se depender de mim, nunca vai acabar.
Passamos pela catraca e seguimos rumo ao hotel da Disney, partimos deixar nossas coisas por lá depois do check-in e começamos a passear pelo parque Magic Kingdom. Tiramos foto com o a Minnie e Mickey, com os outros personagens da Disney, vimos o desfile de natal que eles faziam sempre.
— Vamos na montanha russa? – Ela pediu.
— Achei que você não gostasse.
— Aquilo faz tempo, a verdade é que não estava bem para poder andar naqueles brinquedos do Canadá.
— Eu me recordo. – Segurei a mão dela. – Vamos esquecer isso ok?
— Ok. Essa pulseirinha é sensacional. – Se referia ao passe.
— Sim, me chamou muito a atenção, facilita muito.
— Prende o cinto, a trava de segurança a mulher coloca na gente.
— Eu realmente criei um monstro naquele dia.
O Big Thunder Mountain Railroad, começou a andar, as curvas e descidas deixaram o aquele frio de lado, era como se fosse a primeira vez que fui a uma montanha russa junto de . Ela gritou e riu muito, até mesmo se arriscou em abrir o seu casaco.
Naquela mesma noite ficamos até o fim da atração, de frente para o castelo com uma vista privilegiada dos fogos. Realmente aquele lugar havia uma magia, porem tenho mais do que a certeza que tudo só estava daquele jeito, magico, pois estava comigo.
Dia vinte e quatro estava bem perfumada, com o café da manhã do hotel. já estava acordada desenhando na sua mesa, e admirando toda a decoração natalina do quarto usando as orelhinhas da Minnie também natalinas.
— Bom dia. – Sentou-se na cama.
— Bom dia, ainda da tempo para irmos tomar café da manha no hotel?
— Sim, sim, só vou colocar um tênis. – Beijou meu rosto.
Levantei e passei a mão no cabelo, o dia parecia um pouco preguiçoso com aquela chuva mediana. Com os dentes escovados, dei um beijo rápido nela e fomos para o restaurante. Servi-me e servi-a e comemos enquanto conversamos o que faríamos naquele meio tempo até o natal.
— E você sabe se vai ter uma ceia?
— Se não estivar enganado vai ter sim.
— Podemos sair e passar por Orlando? E depois voltamos tomamos um banho e ficamos na ceia, pode ver os fogos de natal lá fora né? – Deu um gole em seu suco.
— Sim, onde ficamos vendo os fogos daquele dia.
— Certo. Eu ainda não achei nada para comprar para você.
— Não se preocupe com isso.
— Preciso sim, olha aonde estamos, você conseguiu tudo isso por mim.
— .
— Sem discussão eu vou ver o que te dar de presente.
Não respondi mais nada, eu apenas deixei ela decidir o que iria me dar de presente, afinal para ela, aquele natal iria mais longe que pudesse imaginar. Vestidos adequadamente, saímos do hotel e da redondeza do parque, passamos nas lojas, ela comprou pequenas lembrancinhas para a família na Bahia e seu pai que estava a essa hora, na Suíça com sua mãe – depois de longos anos, eles reataram, e estavam juntos em mais uma viagem pelo mundo.
Na volta, ela comprou dois vestidos respectivos para as datas comemorativas; Ao voltar para o hotel, verifiquei se a mesa para a ceia estava reservada e que horas seria, tanto da refeição quanto dos fogos.
— Ai e senhor Reeves, sua encomenda chegou. – O recepcionista falou. – Deseja levar ou posso pedir para o serviço de quarto fazer isso?
— Eu levo, sem nenhum problema, veio embrulhado?
— Não, mas se quiser podemos fazer isso aqui, não demora muito.
— Por favor.
Ele rapidamente embrulhou a encomenda com do melhor estilo, estava com silhuetas dos personagens da Disney e símbolos natalinos.
— Obrigado. – Peguei educadamente.
— Por nada. Senhor Reeves, eu poderia tirar uma foto com o senhor?
— Claro. – Abri um sorriso sincero.
O jovem deu a volta no balcão e tirou a foto comigo depois de agradecer com os olhos marejados, subi para meu quarto e fiquei deitado ao lado de esperando o tempo passar.
Como eu havia colocado o embrulho no bolso do terno, não acharia caso estivesse em buscar de alguma coisa.
— Está pronta? – Parei na frente da suíte.
— Sim, poderia colocar em mim? – Entregou o colar. Concordei com a cabeça e coloquei nela, depositando logo em seguida um beijo sobre a nuca. – Obrigada, pelos os dois. – Ela sorria.
— Vamos amor.
trancou a porta com o key-card e me entregou, já que ela não estava levando a bolsa, apenas o celular que também estava comigo. Ceiamos e fomos para uma parte especial para os hospedes do hotel, onde teríamos uma vista um pouco melhor dos fogos atrás do castelo da Cinderela acompanhado da contagem regressiva.
Cinco. Depois de tanto tempo, sem mesmo sentir o amor da melhor forma eu tive outra chance em poder amar mais uma vez.
Quatro. Foi mais do que altos e baixos ao lado de , desde que comecei a trabalhar junto dela, até mesmo longe dela, em grande premies. Longos tempos na rodovia dez até as duas da manhã.
Três. E com tudo isso, precisei pensar em algo, queria viver essa montanha russa com ela para o resto da minha vida.
Dois. Não era apenas uma fase, podia viver ao lado dela independente do dinheiro, do tempo, do lugar, eu só queria ter ela em meus braços afinal ela era meu mundo.
Um. Comprar o presente dela para gravar aquele momento, foi a melhor escolha de todas que eu já havia feito em minha vida.
— Feliz natal meu amor! – Ela se virou para mim, passando seus braços em meu pescoço. – Eu não queria mais nada além de estar com você, em seus braços e na Disneyland. – Seus olhos estavam marejados.
— Feliz natal, minha princesa, fico até feliz da Disney não ter você. – Ela riu acanhada. – Mas preciso te dizer uma coisa muito importante, que pode sim mudar tudo principalmente esse natal.
— O que aconteceu? – Entreguei para ela o embrulho. – Isso não.
— Mag. – Me ajoelhei tirando a caixinha de suas mãos. – Você aceita ser minha esposa? – Abri a mesma.
— Sim! Meu Deus, Sim!
Coloquei o anel de noivado em seu dedo, com todos aplaudindo o pedido aceito. Ao levantar peguei ela no colo e a beijei, sempre eu fui discreto, mas aquele momento não teria como não ser, o natal todo precisava saber que ele havia me dado o maior presente em minha vida. .
Fim
Nota da autora: Oie! Espero que o final de ano tenha sido incrível para você.
Essa fic é continuação de 13. Tomorrow Never Come, então se você ficou um pouquinho perdida me perdoe. É que eu não imaginava que iria surgir uma oportunidade para dar continuação para a fic do Keanu.
Realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.
❤
Muitos feels nessa história maravilhosa! Vou ter que ler a primeira para entender mais ainda! ♥
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Essa fic é continuação de 13. Tomorrow Never Come, então se você ficou um pouquinho perdida me perdoe. É que eu não imaginava que iria surgir uma oportunidade para dar continuação para a fic do Keanu.
Realmente espero que tenham gostado da fanfic ❤
“Comentem o que acharam, obrigada pelo seu gostei, e nos vemos no próximo capítulo” – Alanzoka.
❤
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.