14. All About You

Última atualização: Fanfic finalizada.

Capítulo Um

enfiou a chave na fechadura e começou a contar de zero a dez antes de abrir a porta - só para irritá-la, é claro. Era a primeira vez que ele a levava para a nova casa depois de toda a reforma. Ele tinha escolhido tudo, do piso até as lâmpadas. Tentou encher o lugar com tudo que lhe lembrasse dela, tudo que a agradasse e a fizesse feliz.
- , posso tirar a venda agora?
- Tudo bem, tudo bem. - ele fechou a porta atrás de si e ligou as luzes. - Agora pode.
abriu os olhos e deixou as malas num canto. Um sorriso preencheu seu rosto. Só conseguia pensar em como estava tudo perfeito. A decoração da sala nas variações de cinza claro e lilás - a sua cor favorita. As cortinas abertas, deixando o quintal e a piscina visíveis através das portas de vidro que faziam parecer que o espaço da sala era muito maior.
- Diz se eu não tenho bom gosto? - Ele colocou as mãos na cintura. iria abrir a boca pra chamá-lo de convencido, mas não teve tempo. - Vou te mostrar o resto, vem.

Sendo arrastada pela mão, conheceu todos os outros cômodos da casa. Ficou impressionada com o trabalho que ele teve para planejar tudo aquilo. Havia acompanhado tudo de longe, o vendo resolver as coisas enquanto fingia não saber do que se tratava, porque ele realmente queria fazer uma grande surpresa.
O fim do tour foi na cozinha. havia deixado tudo arrumado para poder prepará-la um jantar pré-casamento.
- Não se atreva a me ajudar. - avisou. riu, sentando-se num banco e apoiando os braços no balcão para observá-lo. subiu a manga da camisa e colocou uma toalha de mão sobre o ombro direito. - Agora vamos lá.

apoiou o queixo na mão e sorriu enquanto o assistia cozinhar. Não tinha aquelas habilidades todas, mas ele sabia se virar muito bem e o cheiro estava bom.
- Preciso dizer que isto está melhor que uma despedida de solteira. - disse, lembrando-se do quanto suas amigas insistiram para que ela fizesse uma festa maior do que apenas sair com todas elas na noite anterior.
- Quem precisa de stripper fantasiado de policial quando se tem a mim, babe? - Ele piscou um olho e ela riu, assentindo. - Também não estou arrependido de ter escolhido você.
Ela abriu um sorriso sincero, saboreando as palavras que ele havia dito. Ele era do tipo que nem precisava se esforçar para ser fofo.

Depois de um jantar satisfatório que ela fez questão de elogiar, levou duas taças e um vinho tinto, indo a encontro de que estava sentada no sofá, admirando a vista pelas portas transparentes. Ofereceu a ela uma taça.
- Isso pelo que você está pensando. - disse e ela sorriu, pegando a taça da mão do mesmo.
- Ah. Estou pensando em amanhã. É estranho não é? Amanhã eu vou me casar. - ela disse mais para si mesma do que para ele.
- Nós vamos nos casar. - corrigiu e ela assentiu. - Estranho como?
- Sei lá. - deu de ombros. - É que eu começo a pensar de tudo o que aconteceu até chegarmos até aqui. Acho que eu nunca me imaginaria casando com aquele chato que me torrava a paciência, mas cá estou eu.
- Não acredito que você está me insultando dessa maneira.
- Tá vendo? Não sei como eu te aturo.
- É que você me ama muito. - gabou-se. rolou os olhos, mas sorriu em seguida. - Você me ama desde sempre que eu sei. Aposto que se apaixonou por mim assim que me viu.
- De onde você tirou isso? Eu era mais inteligente quando te conheci, mas a convivência afetou um pouco o meu cérebro e ocorreu essa tragédia. Quem sempre foi caidinho por mim foi você.
- Isso é uma calúnia. - acusou. - E você vai negar que pelo menos me achou bonitinho quando me viu pela primeira vez? Eu admito se você admitir.
- Ah, tudo bem, . - ela balançou a mão. - Te achei simpático sim, me senti até culpada por ter te negado o lápis, se você quer saber.
- Na verdade, eu não precisava de nenhum lápis. - ele riu. - Foi o único jeito que achei de começar uma conversa com você.
- Como é, ? - arqueou uma sobrancelha. deu uma risadinha, mas parou ao ver a sua cara fechada.
- Você não vai ficar chateada com isso agora, vai?
Os dois ficaram em silêncio. estava com olhos arregalados, porque ela parecia realmente brava. Então ela começou a rir, fazendo-o soltar um suspiro de alívio.
- Que amor! Por que não me disse isso antes? Teríamos poupado bastante tempo.
- Você não me pareceu nem um pouco amigável naquele dia. Não lembra? Toda egoísta.

Flashback - OITO ANOS ATRÁS
POV.

Meu primeiro dia de aula na faculdade de arquitetura. Iria começar uma nova parte da vida e apesar de já ter saído do ensino médio, ele ainda não havia saído de mim. Então eu estava me sentindo um garotinho magrelo no meio de homens fortes e bem decididos enquanto eu mal sabia o que iria almoçar.
Santo Deus.

De qualquer maneira, eu entrei na sala depois de andar muito para achá-la. Estava começando a encher e eu precisava de um bom lugar para sentar. Localizei uma cadeira vazia e sentei-me. Olhei para os lados, sem saber direito o que fazer. Todo mundo aqui era tão novo quanto eu, mas algumas pessoas já conversavam como se fossem amigas há anos. Eu troquei duas palavras com meu colega de quarto e nada mais do que isso.
As duas garotas sentadas à minha frente são um exemplo de amigos instantâneos. Uma delas estava com os cabelos soltos e a outra os tinha presos num coque. Mantive o olhar fixo em sua nuca descoberta e arqueei as sobrancelhas quando identifiquei a tatuagem de uma borboleta pequena perto da orelha.
Fofa.
Ela pareceu ainda mais bonita quando virou-se para comentar alguma coisa com a garota ao seu lado e eu pude vê-la de perfil.
Comecei a fazer especulações sobre ela. Tinha um rosto jovem, então estaria nos seus dezenove anos, no máximo. E sua voz, além de ser agradável, soava animada, então ela queria estar ali de verdade. Essas e outras milhares de coisas se passaram pela minha cabeça. Ela não tinha o sotaque inglês, de que cidade ela era? Qual era o seu nome? A cor dos olhos? Por que escolheu esse curso?
Ela havia despertado a minha curiosidade em questão de segundos. Esqueci até o nervosismo.

Quando um professor ajeitadinho entrou na sala e fez com que todos ficassem em silêncio para que ele pudesse se apresentar. Então ele passou o resto do tempo falando. Eu prestei atenção em tudo que ele disse, mas sem deixar de dar espiadinhas para tentar ver o rosto dela por inteiro.
E então o professor, que pediu para ser chamado de Sr. Adam, solicitou que os alunos anotassem alguns dados e eu vi a minha chance. Observei o estojo dela aberto com vários lápis e canetinhas e inclinei-me para a frente. Cutuquei-a pelo ombro.
Ela se virou em segundos, mas eu gravei aquilo em câmera lenta na minha memória. Seus grandes olhos , a pele pintada com poucas sardas. Uma das sobrancelhas estava levantada.
E eu conclui que ela era muito mais do que eu estava esperando.

- Desculpe?
- Ahn… É que… uh. - gaguejei, me sentindo ridículo e até arrependido de tê-la incomodado. - Me empresta um lápis?
Então ela semi cerrou os olhos.
- Não tenho outro, desculpe. - respondeu. Eu assenti e ela voltou a se virar. Eu sabia que ela tinha outro lápis, mas não me incomodei tanto, pegando uma caneta qualquer dentro da minha mochila. Meu objetivo tinha sido alcançado, de qualquer maneira.

POV.
Flashback

- Eu acho que se não ficássemos na mesma equipe para projetos naquele ano, eu nunca mais iria falar com você. - riu.
- Eu duvido. Eu era o cara mais lindo do campus.
- Ah, sim. - Ela debochou, gargalhou. - Pensa que eu esqueci que te arranjava garotas em todas as festas?
- Ei! Eu só não estava acostumado com festas. Você só foi meu cupido pelo primeiro ano.
- Sei. - riu. - A única garota que não coloquei em seu caminho foi eu mesma. - fez uma careta.
- Apesar de ter se jogado nos meus braços uma vez. Lembro bem daquele “incidente”.
- ! Não foi eu quem me joguei em seus braços, foi o álcool.

Flashback - OITO ANOS ATRÁS
POV.

Enquanto conversava com Matt, observei caminhando até nós dois, com Jane ao seu lado.
- Oi! - ela berrou ao ouvido de meu amigo, segurando em seus ombros. Matt levou um susto e deu um passo para trás.
- Jesus Cristo, menina. - riu. - Não faz isso comigo não.
- Deixa de frescura, Matthew. - reclamou, puxando a orelha dele. Eu ri.
- Ela bebeu quanto hoje? - perguntei à Jane e ela gesticulou o que se referia a “muito”.
- Cala a boca, eu estou ótima. - empurrou Jane e pelos ombros e andou até mim, me dando um abraço desajeitado.
- Quanto amor. Tomou uma dose de sentimentos hoje também, foi? - voltei a rir. Com a cara amarrada, ela se afastou minimamente de mim e tentou levar seu copo à boca, mas eu o peguei no meio do caminho.
- Chega disso aqui pra você. - eu disse.
- Você é um idiota. Não sei por que ainda falo com você. - cruzou os braços. Jane gargalhou, jogando a cabeça para trás. Eu juntei as sobrancelhas. - E você está rindo do que, garota? Vocês são um saco, estragaram a minha festa.
- Ai meu Deus. Então o idiota aqui vai levar você para o seu quarto, tá bem?
- Não, ! Eu não quero dormir agora, não vou pro quarto.
- Fofura, é melhor você ir. Já chega né? Leva ela, . Eu vou ficar aqui mais um pouco. - Jane disse.
Eu assenti e passei o braço pelas costas dela, arrastando-a dali. Passando pelo campus, ela começou a reclamar.
- Por que ela pode ficar e eu não posso?
- Porque ela ainda está com a sanidade mental intacta e consegue andar em linha reta, ao contrário de você. - disse segurei sua cintura com mais força quando o monstrinho cheio de tequila tropeçou. Ela riu. - Por que bebeu tanto?
- Porque eu quis. Preciso de alguma desculpa pra beber?
- Não. Mas é a primeira vez que te vejo bêbada.
- Porque você não me viu no meu aniversário de dezesseis anos. Ou no de dezoito. Esse foi pior. - voltou a rir. Fomos caminhando até o dormitório feminino enquanto ela ria sozinha de tudo que dizia e eu fingia que estava prestando atenção.

- Pronto. - afastou-se de mim, apoiando-se no corrimão da escada de entrada do dormitório. - Já estou aqui.
- Eu vou levar você até o seu quarto.
- Não.
- Por que não, moça? - levei às mãos à cintura e ela deu risada.
- Porque se você me levar pro quarto eu vou te convidar pra entrar.
- Ah. - Eu falei. Fiquei sem graça imediatamente e tentei colocar na minha cabeça que ela estava bêbada e eu não sou um canalha que aproveitaria a oportunidade.
- Mas se você quiser ir, tudo bem. Vai diminuir as minhas chances de cair da escada.
Ela me estendeu a mão com uma sobrancelha levantada e um sorrisinho no canto dos lábios e eu hesitei por poucos segundos, voltando a segurá-la. A ajudei a subir as escadas sentindo um nervosismo estranho. Uma das minhas amigas estava me cantando descaradamente e eu estava deixando levar.
Paramos na frente do quarto dela com Jane. recusou minha ajuda e demorou para conseguir abrir a porta, mas quando o fez, virou-se para mim.

- E aí, ? Quer entrar?
- Menina, você é um perigo. - eu ri e abaixei a cabeça, coçando a nuca. - Eu não vou entrar aí.
- Qual é, . - ela passou os braços pelos meus ombros, pendurando-se em mim. - Deixa de besteira.
- Não é besteira. Você não está fazendo isso porque você quer.
- Discordo, não faço nada que eu não quero. - ela deu passos para trás, me puxando junto com ela. Ameaçou cair para trás e eu a segurei por reflexo, mas ela aproveitou-se disso para chegar mais perto de mim. Senti seu hálito de tequila e menta que quase excluíam a fragrância de seu perfume floral, mas ainda dava para senti-lo de longe, formando uma mistura inebriante e tóxica para um despreparado como eu.
Seus lábios tocaram os meus rapidamente. Fiquei sem reação por alguns instantes, mas não consegui afastá-la de mim e ignorar aquilo.
Queria beijá-la desde que a conheci. E, meu Deus, por que eu não fiz isso antes?
Seus lábios eram macios e tinham um Q de doçura comprimido pelo álcool.
Álcool… JESUS!
Abri os olhos no mesmo instante em que a afastei. Suas mãos ousadas saíram de dentro da minha blusa e eu deixei de sentir seus dedos gélidos em minhas costas quentes. Ela abriu os olhos e juntou as sobrancelhas.

- Eu não vou fazer isso com você.
- Você está me dando um fora?
- Não, babe. - Eu ri e passei a mão por meus cabelos. - Não estou te dando um fora. Mas você está bêbada e nem sabe o que está fazendo. Eu conheço você e sei que não faria isso se estivesse sóbria. E também não quero você berrando no meu ouvido amanhã.
- Mas , eu juro que-
- Shh. Você não jura nada. Vai tomar um banho e colocar um pijama e amanhã nós dois conversamos, tá? - segurei seu rosto e beijei-lhe a testa. - Eu já vou. Quando chegar ao meu quarto eu ligo só pra checar se você não se afogou.
Ela assentiu e ficou parada enquanto eu caminhava porta à fora.

POV.
Flashback

- Me envergonho muito desse momento de fraqueza. - levou as mãos ao rosto e riu. - Não ria de mim.
- Confessa vai. - empurrou-a pelos ombros. - Confessa que você já gostava de mim.
- Não confesso, eu não gostava de você ainda.... Eu acho.
- Então me diz quando foi que você se apaixonou por mim.
- Eu digo se você disser.
- Fácil. - deu de ombros. - Quando eu te conheci.
- Não vale mentir! - ela deu risada. - Duvido. Você mal falou comigo quando nos conhecemos.
- Quis dizer quando te conheci de verdade. Quando conheci você como pessoa e como amiga. Toda engraçada e nervosinha, falando pelos cotovelos na reunião em grupo do primeiro trabalho que faríamos juntos. - falou. juntou as sobrancelhas e fez um biquinho, fazendo rir. - Sua vez.
- Ah. - ela olhou para as mãos. - Que vergonha, .
- Poxa babe, eu quero saber. Você disse que contaria.
- Tudo bem. - riu. - Mas eu nem sei se você lembra-se disso ou se reparou em alguma coisa, mas foi pouco tempo depois que te beijei.

Flashback - OITO ANOS ATRÁS
POV.

Não estava nem um pouco a fim de ir naquela festa depois do meu mini vexame. Mas fui convencida por todos os meus amigos, o que significa que todos eles encheram demais o meu saco e eu acabei concordando.
O clima está meio estranho entre mim e . Quatro meses de convivência, pouco menos que isso de amizade, e a gente se beija daquele jeito.
A bebida não justificou tanto assim, e nós dois estamos nos afastando - estou morrendo de medo, sim. Quase não nos falamos essa semana. É estranho, porque geralmente conversamos todos os dias, o tempo inteiro.
Por que, diabos, eu tinha que beber e fazer aquela merda? Provavelmente estraguei não só a nossa amizade, mas também qualquer coisa que eu queira ter com ele.
Porcaria.

- Se anima, . - Jane me sacudiu pelos ombros. Eu sorri. Avistei Matt e conversando com outros dois colegas e soltei um suspiro.
- Ainda não sei direito qual cara eu uso pra falar com ele.
- Me diz suas opções. - Jane riu, parando de caminhar. - Eu sou o e você vai me cumprimentar.
- Oi . Tchau . - fiz uma careta e ela gargalhou.
- Deixa de paranoia, já faz uma semana e vocês estão bem patéticos, sabe? Assume logo que quer o bofe, menina!
- Não quero ninguém, ele é meu amigo!
- Então supera logo esse beijo, pelo amor de Deus. Vai lá e age naturalmente. Vocês são amigos, tudo vai voltar ao normal e vão esquecer que aquilo aconteceu.
- Essa vida é um saco. - bufei e voltei a caminhar. Bateu-me uma saudadezinha da Skarlett agora, mas minha amiguinha deve estar bem linda e longe de mim, na Califórnia, porque decidiu não estudar fora de casa.
Não tenho muito do que reclamar, porque Jane é bem legal. Mas melhor amiga é melhor amiga, né?

- Vocês vão ficar aqui fora? - eu me pronunciei assim que cheguei perto do pessoal. - Vamos entrar.
- Mas essa não é a senhorita não-quero-ir-e-ponto-final? - Matt perguntou, me abraçando de lado. Eu sorri sem jeito.
- Que bom que você veio. - ouvi a voz de e o olhei rapidamente. - Já estava com saudades, tampinha.
Ele estendeu a mão e eu a peguei, sendo puxada para seus braços. Senti um alívio enorme quando ele me abraçou.
- Você não estava com saudades de mim não é? - questionou, fingindo estar bravo. Eu ri e confirmei com a cabeça. - Ah, bom.

Fomos para dentro da casa onde a festa rolava solta. Como de costume, nos juntamos num canto para conversar, observar e beber.
Matt me cutucou e eu me virei o rosto para olhá-lo.
- Seu querido “” - enojou a voz e eu revirei os olhos. - Está mais na seca do que eu, então tá vendo aquela morena ali? - segurou meus ombros e me mostrou a direção. Eu assenti. Morena, alta, de vermelho. Homens são tão previsíveis que eu nem precisava olhar. - Joga o papo pra ela quando ela passar por aqui. - Eu sorri fraco e concordei. Hoje não estava afim de “catar gata” pra ninguém.

me olhou curioso depois que Matt parou de falar ao meu ouvido. Eu apenas sorri pra ele e ele me devolveu o sorriso. Matt cutucou minha cintura e eu olhei para frente. A morena de vermelho estava perto. Comecei a pensar que provavelmente iria transar com ela hoje e me bateu um nojinho… Já a odeio.

- Nossa, amei seu sapato! - eu disse olhando para o chão e em seguida para ela. Odiei o sapato.
- Obrigada!
- Me chamo , qual o seu nome?
- Bridgit. - ela sorriu. Que nome ridículo.
- Que lindo. Esse aqui é o meu amigo . - Virei-me rapidamente. Ele levantou as sobrancelhas.
- Oi. - ela sorriu. levantou o canto dos lábios. - Tudo bem?
- Tudo, e com você? - respondeu.
- Também.

ficou em silêncio e ela também. Eu o olhei confusa, assim como os meninos. Bridgit sorriu uma última vez.
- Então tá, tchau.
acenou e ela saiu de perto. Eu dei um sorrisinho discreto.
- O que foi isso, cara? - Matt perguntou. - Foi ridículo.
- Eu não estou no clima hoje não. - deu de ombros. - Estou de folga.
- Eu fiquei com vergonha por você.

Eu ri. olhou para mim e eu para ele. Ele sorriu pra mim e eu mordi meu lábio inferior, sorrindo também. Não queria que ele dormisse com ninguém e parece que ele leu meus pensamentos ao não dar bola para a tal Bridgit. Parecíamos cúmplices. Cúmplices telepatas.

POV.
Flahsback

- Eu realmente não me recordava dessa Bridgit. Você gravou até o nome da garota.
- Claro que sim. Presto atenção nos detalhes, amor.
- Eu sabia que não dormir com ela valeria a pena depois de algum tempo. - falou e lhe deu um tapa no braço. - Ai.
- Eu achei que iria dar certo nas férias, sabe? - fez uma careta. - Ou pelo menos quando voltássemos às aulas.
- Eu estava apostando nas férias também, achei que iríamos passar as férias juntos e nos beijaríamos depois de gritar “Feliz Ano Novo”. Mas você me deu um fora que só fez a gente perder mais tempo.
- Não foi um fora, . - ela riu. - Só estava com medo de perder a amizade. Mas admito que fui boba.

Flashback - OITO ANOS ATRÁS
POV.

No fim do penúltimo dia de aula antes das férias de inverno/feriados, eu resolvi que iria falar com a sobre nós dois. Já faz um tempo que eu ando pensando nela e em mais nada e eu acho que se ela também sente alguma coisa, devíamos decidir logo o que fazer.
Bati duas vezes na porta do quarto dela e a abri, colocando a cabeça pra dentro.
- Posso entrar?
olhou para mim por cima dos ombros e sorriu, concordando. Ela estava de pé e mexia numa mala em cima da cama.
- Algum problema?
- Não, nada. Você vai viajar? - Levantei uma sobrancelha. Não sabia que ela iria passar o Natal em casa.
- Decidi que vou. Estou com saudades de casa e do pessoal. - ela sorriu. - San Francisco não é tão longe assim.
- Imagina, é só do outro lado do planeta.
- Não exagera. - ela riu. - O que veio fazer aqui?
- Acho que a gente tem que conversar. Sobre nós, sabe?
comprimiu os lábios e sentou na cama. Eu sentei ao lado dela.
- Pode falar. - deu de ombros. Abaixou os olhos e passou a encarar as unhas, me forçando a pedir para ela olhar para mim.
- Não sei o que dizer. - confessei e nós dois rimos.
- Não precisa dizer nada, . - ela segurou a minha mão e eu sorri. - Eu sei que você anda evitando garotas por aí, e não precisa fazer isso por causa do que houve entre a gente. Já tem tempo. - riu. - Não precisa fazer de mim um obstáculo, não estou te cobrando nada.
- Você não é um obstáculo.
- E você não tem que deixar de se divertir por causa daquela besteira, tá? Foi bem errado, eu estava meio alterada e iria te estuprar se você não tivesse ido embora. Então vamos esquecer isso, por favor. Não quero que isso mexa na nossa amizade.
- Que bom então. - eu sorri. Que bom o caralho. Planejei uma conversa totalmente diferente dessa. - Eu vou pro meu quarto, ainda tenho que acabar uma parte do trabalho final.
- Meu Deus. - ela riu. - Você deixa tudo para a última hora.
- Sabe, concordo plenamente com você. Tenho que aprender a resolver as coisas na hora que acontecem e não ficar enrolando. - sorri e levantei. Virei-me para acenar e deixei o quarto.

Não tinha nenhum trabalho para terminar, eu só não estava confortável para ficar ali. Caminhei até o meu quarto e Matt me olhou esperançoso quando entrei.
- E aí?
- Ela não quer estragar nossa amizade.
- Que horror. Você está na friendzone! - berrou. - Coitado.
- Ela nem me deixou falar. - revirei os olhos. - E acabei de saber que ela vai viajar para os feriados, então adeus férias perfeitas com namorada nova.
- Acho que você é romântico demais pra uma californiana.

POV.
Flashback

- Não sabia que você tinha planejado passar as férias comigo. - fez beicinho e sorriu. - Não queria ter dito nada do que eu disse à você.
- Então porque falou?
- Ah. - deu de ombros. - Sei lá. Não passou pela minha cabeça que você estava interessado.
- Você não perguntou isso à mim. - riu. - Eu realmente achei que nós dois não tínhamos mais chance.
- Até eu voltar com a Skar na minha mala. - gargalhou. - Ela resolveu todos os nossos problemas depois que acabou se tornando um deles.
- Tenho que admitir, a Skar beija muito bem. - disse, ganhando um beliscão dela.

Flashback - SETE ANOS ATRÁS
POV.

Levei um susto quando a porta do meu quarto abriu e Skarlett pulou para dentro.
- Meu Deus.
- Preciso que vcê me faça um favor. Vou te amar ainda mais se fizer isso. - ela sentou em minha cama e juntou as mãos. - Você faz?
- Se você me disser o que você quer, talvez.
- Faz a ponte entre mim e o seu amigo ? Eu sei que só conheço ele há pouco mais de uma semana, mas ele é tão fofo! E o sotaque é muito bonitinho e sexy.
- Você sabe que todos os garotos daqui têm o mesmo sotaque, certo? - eu ri.
- Sei, mas o dele tem algo diferente, sabe? - ela riu e eu neguei com a cabeça. - Ah, não importa. Eu gostei dele, só que ele parece ser bem tímido e já que você é amiga dele, poderia me dar essa forcinha, não é? - piscou os olhos repetitivamente. Eu sorri de canto.
- Vou ver o que posso fazer.

Acabei de me arrepender de não ter contado a ela sobre nós dois. Quis manter isso longe da minha vida, já que decidimos esquecer que aconteceu. E se eu contasse, Skar iria se intrometer na história. Mas agora, acho que eu deveria ter contado.
Ela não poderia ficar afim do Matt?

POV.

Fiquei muito surpreso quando, duas semanas atrás, pediu para falar comigo, e mais surpreso ainda com o conteúdo da conversa.
Me dizer que sua amiga estava interessada em mim. Não é o tipo de coisa que eu esperava escutar dela, mas escutei. Também não esperava me envolver com Skarlett, mas estamos juntos. Depois de tanta pressão de Matt e contando com o fato de que a própria me propôs isso, eu resolvi dar uma chance para Skar.
Não quero viver preso a uma coisa que nunca vai acontecer.

Preciso admitir que gosto da Skar. Ela é divertida. Não me surpreende ser melhor amiga de , porque são muito parecidas. Talvez isso tenha ajudado a simpatizar com ela.
Mas realmente está sendo legal. Faz tempo que não namoro ninguém e ela é ótima. Foram poucos dias, mas Skar é uma boa companhia. Se deu bem até com o Matt.
Finalmente alguma coisa interessante aconteceu na minha vida.

tem se comportado de forma muito estranha e mal fala comigo. Quando perguntei se havia algo errado, ela disse que não queria me ocupar para que eu pudesse me divertir com Skar, só que eu não acredito nela.
Tem alguma coisa errada sim, mas eu sinceramente não estou com paciência para descobrir o que é. Ela deixou claro que não queria nada comigo e não cansa de dizer que está feliz por seus melhores amigos estarem felizes.
Desisti de me aborrecer por conta disso.

POV.

Posso estar soando egoísta, mas estou detestando esse namoro. Sei que eu e ele não era pra ser, só que é um saco o ver pra lá e pra cá com Skarlett.
Preciso parar de implicar com isso e, principalmente, agir como estivesse tudo normal, porque eu já vacilei uma vez e desconfiou. Skarlett também me sondou e eu a a despistei.

Mas Jane fica enchendo o meu saco o tempo todo. Reclama que eu deveria ter contado a verdade para os dois e que fui e estou sendo muito idiota, diz que o gostaria de ficar comigo e que eu joguei nossas chances fora. Já está insuportável.

Se ele quisesse alguma coisa de mim, não teria concordado em ficar com a Skar.
Não tenho o direito de ficar com raiva de nenhum dos dois, porque, no fundo, sei que foi tudo culpa minha. Só preciso me manter na linha e os deixar viver em paz.

POV.
Flashback

- Até hoje não acredito que você namorou a minha melhor amiga por dois meses. - riu. - Sério.
- Teria durado mais se você não tivesse aberto o jogo comigo. Talvez nós ainda estivéssemos juntos até agora.
- Será? Acho que mesmo que eu não contasse nada a você, ela te largaria assim que percebesse que você é um chato.
- Você não me largou até hoje.
- Eu gosto de sofrer.

Flashback - SETE ANOS ATRÁS
POV.

Eu sentia como se uma barreira tivesse sido construída entre mim e . Eu mal lembrava quando nos falamos pela última vez, ao passo que estava todos os dias na presença dela.
Aquela situação estava me incomodando muito e como eu sabia que ela não faria nada a respeito, resolvi fazer.
E agora eu estava aqui, sentado num banco onde marquei com ela e a esperando. Não sei direito o que vou perguntar e como vamos dar um jeito nisso, mas na hora eu improviso.

A vi caminhando até mim com as mãos nos bolsos do casaco. Sentou ao meu lado e ficou em silêncio.
- Oi. - eu disse. Ela me olhou e sorriu. - O gato comeu sua língua?
- Não, besta. - ela me mostrou a língua e eu sorri. - O que você quer comigo?
- Ah. - pigarreei. - Quero que você me diga porque não fala mais comigo como falava antes.
- Eu falo com você do jeito de sempre, .
- ? - eu fiz uma careta. - É disso que eu estou falando. Eu não lembro da última vez que você me chamou de . E isso é bem estranho, já que você só se referia a mim desse jeito a não ser que estivesse brava. O que aconteceu?
- Não aconteceu nada. - ela deu de ombros.
- Quer parar com isso? Que saco, . - bufei. - Você está mentindo pra mim.
- Eu não estou mentindo! Não aconteceu nada! - repetiu.
- Nós mal nos falamos. Eu estou no mesmo lugar que você todos os dias, . E trocamos no máximo cinco palavras por dia. Achei que era só uma fase, mas você continuou se afastando de mim.
- , desculpe. - ela pôs a mão sobre meu ombro. - Não tive a intenção de me afastar de você.
- Então por que você fez isso? E vir me chamar de “” agora não vai consertar nada. Eu quero saber se eu fiz algo errado, o que aconteceu com você... Eu quero a verdade, . Você só fica me enrolando.
- Meu Deus, ! Você não fez nada de errado, ok? Eu fiz. Eu estraguei tudo, desculpe. Achei melhor me afastar de você do que conviver com o meu erro todos os dias. - ela levantou e ameaçou andar, mas eu segurei seu pulso antes disso. - Não.
- Senta, por favor. - pedi. demorou alguns segundos para se render e sentar ao meu lado novamente. - O que você fez de errado?
- Eu te disse tchau. E eu não devia. - ela desviou os olhos dos meus, mas voltou a me encarar antes de começar a falar de novo. - Eu menti pra você, eu fiz você começar um namoro com minha melhor amiga. Eu menti pra vocês dois.
- Você está falando em códigos.
- Eu gosto de você, . - as palavras saíram rápidas, mas foram compreendidas. - E eu queria mais do que uma amizade. Mas não tive coragem de dizer e estragar tudo que tínhamos e que não tínhamos. E quando Skar chegou e se interessou por você, eu não tive coragem de dizer a ela também, porque eu sou uma covarde. - olhou para as próprias mãos. Eu estava em estado de choque. - E as coisas foram acontecendo. Vocês dois se dão bem, são bons um pro outro. - deu de ombros. - Se eu ficasse mais perto de vocês, iria destruir tudo.
- … Por que você escondeu isso de mim esse tempo todo?
- Que diferença isso faz? Você não devia ter insistido nessa história, . E eu não devia ter contado nada pra você agora. A única coisa que consegui foi te deixar confuso. E você vai querer terminar com a Skar porque vai querer um tempo pra pensar. Ela vai ficar chateada comigo. - ela voltou a levantar. - Você entendeu agora porque eu não queria ficar perto de você? Está tudo arruinado.
- , você não é Deus. Nem tem poderes mágicos. Você não sabe o que se passa na cabeça das pessoas e muito menos prevê o futuro. - eu me levantei. - Como você pode ter certeza do que vai e não vai acontecer? Você tinha que ter me contado antes.
balançou a cabeça negativamente e respirou fundo. Eu vi seus olhos marejarem, seu nariz estava rosa e eu sabia que ela sairía correndo a qualquer minuto para que eu não a visse chorar.

Então eu fiz à primeira - e única - coisa que se passou pela minha cabeça. Segurei-a pela nuca e juntei nossos lábios, quase que em desespero. Seus cabelos gelados prenderam-se entre minhas mãos e eu senti suas mãos em minha cintura.
Não passamos do encostar de lábios, mas me olhou assustada depois que nos afastamos.

- Não, ! Não faz isso. Já é tarde demais e eu não quero magoar ninguém, muito menos a Skar.
- , eu amo você. - eu disse, aumentando um pouco o de voz na tentativa de fazer aquela frase entrar na cabeça dela de uma vez. - Eu sei que ela vai entender.
- Me desculpe, . - ela tocou meu rosto com o polegar. - Eu não posso fazer isso com ela. Eu tenho que te dizer adeus de novo.

Fiquei ali, em pé, a observando andar para longe de mim.
Eu não vou aceitar um adeus dessa vez.

POV.

Joguei-me na cama assim que entrei no quarto. Jane se assustou, dando um pulo da cadeira.
- Meu Deus, . - ela levou a mão ao peito. - Está tudo bem?
- Jane, você pode me deixar sozinha por um minuto, talvez mais? - pedi. Ela sorriu, amigável, e confirmou com a cabeça, pegando o seu notebook e o caderno, saindo do quarto.

Eu passei as mãos pelo rosto e encarei o teto. Comecei a chorar compulsivamente e nem era completamente por tristeza. Estava triste, sim, mas também estava irritada comigo mesma por ter sido tão burra e ter destruído tudo sem nem ter tentado. Além de ter beijado, mesmo que por pouco tempo, o namorado da minha melhor amiga. Que desastre.

O céu escuro me dava a noção de que eu já estava naquela posição por horas. Eu sentia as lágrimas secas em meu rosto e um frio correndo pelo meu corpo, mas não tive coragem de levantar nem para fechar a janela, nem para pegar um cobertor.
Fechei os olhos e respirei fundo.

Os abri no momento em que ouvi alguém entrando no quarto. Skarlett caminhava até mim. Sentou-se na cama de Jane e colocou as mãos sobre as coxas.
- Eu estava com o . - ela se pronunciou. Eu continuei em silêncio, forçando-a a continuar. - , por que você não me contou? - Eu sentei na cama e cruzei as pernas, evitando olhar pra ela. - Você é maluca?
- Você faria o mesmo por mim.
- Exatamente, sua retardada. - Skarlett levantou. - Meu Deus, menina. Se você me dissesse que gostava dele no momento em que eu te pedi para me aproximar, eu teria desistido. Tipo, na mesma hora! Regrinha clara do Código das Garotas: você viu ele primeiro. - gesticulou e eu me obriguei a rir, mesmo que fraco.
- Olha, Skar, não precisa abrir mão dele por mim.
- , você quem não precisa abrir mão de tudo pra todo mundo. Quando você vai parar com isso? - questionou. - O é um amor. E ele gosta de você. Eu sabia que tinha alguma coisa errada entre vocês dois, mas desisti de perguntar. Acho que deveria ter insistido.
- Mas você gosta dele, poxa.
- Eu sei que eu gosto dele, mas não tem aquela coisa, sabe? Ele é legal, mas somos mais amigos do que namorados. - explicou. - E mesmo que eu gostasse, não seria certo estar com ele sendo que você esteve esperando esse tempo todo.
- Ele não deveria ter te dito nada.
- Ah, e aí eu continuaria fazendo papel de otária fura-olho? - Skarlett levantou uma sobrancelha.
- Você não está brava comigo?

Skar levantou da cama de Jane e sentou ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros.
- Claro que não, amiga. - sorriu. - Tá, talvez um pouquinho, mas só um pouquinho mesmo.
- Desculpe, Skar. Eu só não quis machucar ninguém.
- , você só machucou a si mesma. Eu estou completamente bem com isso. Claro que ainda não sei como vou superar a perda do amor da minha vida, mas… - ela brincou, rindo. Eu balancei a cabeça negativamente com um sorriso no rosto. - Não se preocupa comigo.
- De verdade?
- Você está me acusando de mentir pra você! Olha aqui, menina, toma juízo ein?!

Eu ri e deitei a cabeça no ombro dela.
- Vocês terminaram, então? - perguntei.
- Sim.
- E o que você vai fazer agora?
- Bom, eu vou tomar um banho, colocar um pijama e ficar esperando você no meu quarto para me contar as novidades.
- Que novidades, Skarlett?
- As que você vai ter depois que voltar de um certo quarto no prédio ao lado. - ela sorriu, me forçando a levantar. - Sem discussão. Já chega de perder tempo. Vai lá, agora.

Ela me empurrou até a porta sem me dar chance de dizer não, mas eu não diria.
- Posso, pelo menos, pegar um casaco?
- Eu pego pra você. - sorriu e abriu o meu armário, tirando um moletom e o jogando para mim. Apontou para fora em seguida. - Tchauzinho.

POV.
Flashback

- Apesar de tudo, foi ela quem juntou a gente. - disse e sorriu, abraçando-a de lado. Ela colocou a taça, mais uma vez vazia, em cima da mesa de centro. - No fim das contas, o Matt resolveu o problema se apaixonando por ela.
- Sinceramente, não sei como ele consegue morar com essa criatura. - riu.
- Ele casou com ela, tem que conseguir. - deu de ombros. - Eu ainda pensando em estratégias para conseguir morar com você sem enlouquecer. - estapeou seu braço e ele riu. - Brincadeira, brincadeira!
- Você está muito engraçadinho.
- Sempre fui.

Ele sorriu e aproximou-se dela, selando os lábios rapidamente.
- Sabe o que eu acho? - ele disse e o olhou, esperando a continuação. - Que se não tivéssemos passado por tudo isso, todo esse tempo perdido e enrolações, não estaríamos aqui hoje, juntos.
- Eu penso assim também. - ela levantou o canto dos lábios. - Posso te perguntar uma coisa? - assentiu. - Qual é a sua melhor lembrança de mim?
- Você quer mesmo saber? - levantou as sobrancelhas e concordou. - Eu, você, Crissy Field Beach, deitados na areia e sendo felizes na praia deserta.
- Idiota! - riu. - Eu estou falando sério. Qual a sua melhor lembrança?
- O dia em que você disse sim. - ele sorriu. - E qual a sua?
- O dia em que você me perguntou.

Flashback - TRÊS ANOS ATRÁS

Os dois caminhavam de mãos dadas pelas ruas de Londres, alguns dias antes do Natal. olhava para o chão enquanto pisava na neve e olhava fixamente para frente. O Winter Wonderland já estava montado no Hyde Park e as luzes já estavam todas acesas, porque estava escurecendo.
Andaram até a pista da patinação e pararam para observar as pessoas patinando - e caindo.
- , eu acho que eu estou congelando. - disse, rindo. - Daqui a pouco vou virar um picolé.
- É o seu primeiro inverno em Londres, não é? - perguntou, abraçando-a. assentiu. - Nem acredito que você vai ficar comigo esse ano.
- Meu primeiro Natal longe de casa. Você vai ter que aguentar a minha emoção.
- Eu juro que aguento o seu chororô.

riu e deitou a cabeça no ombro dele.
- Olha aquela menina. - ela apontou com as sobrancelhas para uma garota de aproximadamente 10 anos tentando patinar no gelo. - Minha primeira vez patinando foi pior que isso.
- Você caiu?
- Meu bumbum ficou doendo por três dias. - deu de ombros e gargalhou.
- Vem, eu vou pegar uns patins pra nós dois.
- Não! - ela berrou. - Não, é sério. Eu não sei patinar.

a segurou pela mão e pagou por dois patins enquanto tentava resistir, mas minutos depois já estava com os pés calçados e entrando na pista.
- , se eu cair, vou matar você. Estamos entendidos?
- Estamos.

segurou pelas mãos e ficou em sua frente, levando-a pelo gelo. Ela chegava a tremer, sem jeito para a coisa. Ele riu.
- Olha, é que nem andar. Primeiro um pé e depois o outro, não os dois juntos.
- Cala a boca.

Levou-a até o centro da pista de patinação e parou à sua frente, soltando sua mão com um sorriso. Ela juntou as sobrancelhas, confusa.
- Você vai me deixar aqui? , você não tem amor à vida?
- Na verdade, eu tenho sim. Tenho tanto amor à minha vida que quero vivê-la com você.
No momento em que ajoelhou-se e percebeu o que ele estava fazendo, suas mãos foram até a boca e ela quase se desequilibrou, o fazendo rir.
- Eu tentei escrever um discurso pra você, mas acho que o que vale mais são todos os instantes que passamos juntos e todas as palavras que nós trocamos. - começou, segurando uma caixinha de veludo azul-marinho. - Você e eu sabemos tudo o que vivemos e é em nome de tudo isso, , que eu te faço essa pergunta. Casa comigo? - abriu a caixinha, revelando um anel prateado com uma pequena pedra azul ao centro.

tentou dizer alguma coisa, mas só conseguia abrir a boca e deixar um sorriso se formar em seu rosto. Algumas pessoas ao redor prestavam atenção no casal, esperando, assim com , que ela dissesse algo.
- . - sussurrou. - Você vai responder?
- Seu joelho está doendo, não está? - ela levantou uma sobrancelha. comprimiu os lábios e fechou os olhos, assentindo. Ela riu. - É claro que eu aceito, .

Ele levantou no mesmo instante, sorrindo. Segurou sua mão direita e tirou o anel da caixinha, empurrando em seu dedo anelar. mordeu o lábio inferior enquanto observava o anel encaixar perfeitamente no dedo. Admirou a jóia, sorrindo e olhando para ele em seguida.
- Me beije, agora.
Quando seus lábios gelados se tocaram, algumas pessoas aplaudiram e outras apenas sorriram. e nem sabiam que estavam sendo observados.
Afastaram-se e sorriam um pro outro. Ele passou a mão pelos ombros dela e beijou-lhe a testa.
- Vem, vamos sair daqui.
- Já? Eu achei que você me ensinaria a patinar.
- É, eu ia. Mas acho que tenho que colocar um remédio no meu joelho. - fez uma careta e gargalhou, deixando que ele a guiasse para fora da pista.

Flashback

- Eu não me canso de olhar pra ele. - ela disse, olhando para sua mão direita e sorrindo ao ver o anel em seu dedo.
- Eu não me canso de olhar pra você.
sorriu e deixou que ele a beijasse.

- Está tarde. - ele tirou uma mecha de cabelo do rosto dela. - Acho melhor irmos dormir. Amanhã vai ser um grande dia, sabe? - levantou as sobrancelhas. Ela riu.
- É, estão dizendo por aí que é um dia importante. - brincou.
Os dois levantaram do sofá e recolheu o vinho e as taças, levando para a cozinha.

Acompanhou-a até o quarto em seguida, levando as malas para o cômodo. Trocaram de roupa e deitaram-se na cama de frente um para o outro.
- Essa é a última vez que vou olhar para os seus olhos antes de você entrar na igreja. - ele disse e ela sorriu. - Você é linda.
- E você não é tão ruim assim.


Capítulo Dois — ‘Till death part us and for the time of our lives

POV.

Despertei aos poucos, sem vontade de sair do sonho maravilhoso que eu havia tido. Sonho esse no qual eu estava casando com . E tudo estava perfeito, do jeito que sempre quis.
Sentei-me na cama com um sorriso idiota no rosto e o vermelho de uma rosa em contraste com o lençol branco me chamou atenção.
Eu peguei a flor e o bilhete ao lado dela, o lendo rapidamente.
“Te vejo no altar, babe. xox”
Soltei um longo suspiro e mantive o sorriso grudado no rosto.
Era hoje. Era o meu sábado, o meu dia, o meu . Não consegui conter a animação. Esperei por hoje por três anos! Sem contar o tempo antes do noivado, quando eu já tinha certeza que era o amor da minha vida mesmo que não fosse daquelas românticas de carteirinha.
Levantei da cama e, ainda segurando o presentinho do meu futuro marido - emocionante dizer isso, não é? - andei até a janela do meu novo quarto e abri as cortinas, me deparando com a claridade que tomou conta do cômodo. O sol estava magnífico, brilhava no céu como se o mundo estivesse em festa.
Aquele mês havia sido bem chuvoso e eu senti uma onda de alívio quando vi aquele céu azul maravilhoso. Era um bom sinal.
Meu Deus. Eu vou me casar!

Saltitei até o banheiro para fazer minha higiene matinal e me olhei no espelho. Eu estava com um brilho diferente nos olhos. Estava me sentindo realizada. Sorri para mim mesma e prendi meu cabelo com um elástico qualquer para escovar os dentes.
Desci para tomar um café, tendo certeza que havia deixado algo preparado para mim. Voltei a sorrir quando constatei isso e estava pronta para sentar e comer, mas ouvi o toque do meu celular. O peguei em cima da mesa e vi o nome e foto de Skar na tela. Atendi rapidamente. Precisava saber se ela tinha o endereço da casa nova, já que ficou combinado que eu iria me arrumar por aqui.

- Bom dia ! - Percebi sua voz soar ofegante e arqueei uma sobrancelha.
- Bom dia, amor. Está tudo bem por aí?
- Não! - Ela deu risada. - Estou ficando louca com essas meninas! Uma não quer comer e a outra está correndo pela casa. - reclamou. - Pelo amor de Deus, não inventa ter filhos.
- Pode deixar, não está nos meus planos por enquanto. - Eu gargalhei. - Tenta relaxar, vai dar tudo certo hoje.
- Você fala isso porque não está tentando fazer duas coisas ao mesmo tempo. Menina, para de correr. Você quer ser uma dama de honra machucada? - a ouvi dizer e voltei a rir.
- Eu ainda tenho umas duzentas coisas para fazer hoje, então estou pior que você, tá legal? - eu fingi reclamar. - Estou esperando você aqui meio dia em ponto! Já sabe onde é?
- Sei. O me fez repetir o endereço trinta vezes no mínimo, acho que nem preciso levar o papel onde anotei.
- Ótimo. Por favor, não se atrase. Estou te esperando. Beijos gostosa! E dá um beijo nas minhas sobrinhas pra mim.
- Tudo bem, . Beijos e não vou me atrasar. Acho… - ela disse e desligou a ligação. Eu semicerrei os olhos. Ah, se essa criatura não chegar no horário eu acho que vou ter um ataque de nervos.

Às vezes penso como seria minha vida se não tivesse conhecido a Skar 15 anos atrás. Tenho vinte e seis, então ela já está comigo por mais da metade da minha vida. Nossa. Eu a acompanhei em seu casamento e agora era a vez de Skarlett estar do meu lado no meu dia especial.
Falando em dia especial, era melhor que eu comesse alguma coisa. Minha mãe logo estaria aqui e meu dia de noiva iria começar oficialmente.

Após o café, subi para tomar um bom e longo banho. Ajustei a temperatura da água para fria. Não só para acordar de uma vez, mas o verão resolveu que iria mesmo fazer jus ao seu nome.
Saí do chuveiro com os dedos enrugados, enrolando uma toalha no cabelo e outra no corpo. Me apressei para me vestir e secar os cabelos o máximo que pude com a toalha.
Voltei para a sala e fiquei lá sentada e ignorando a vontade de roer minhas unhas. Estava ansiosa e ninguém chegava. Levantei e andei pela casa mais de uma vez. Talvez fosse coisa da minha cabeça, mas ou tempo estava demorando muito para passar, ou todo mundo resolveu se atrasar.
Chequei o relógio e contei até dez ao constatar que já eram mais de onze da manhã. Será que minha mãe se perdeu no caminho?

Eu já estava discando o número dela quando a campainha tocou e eu quase joguei o celular no teto. Levantei do sofá em disparada, indo abrir a porta. Minha mãe passou por ela com meu vestido em mãos e pedindo para que ninguém chegasse perto dela. Me perguntou onde era o quarto e eu lhe indiquei o local. Cumprimentei John, meu cabeleireiro, e as pessoas que ele trouxe com ele. Minha mãe desceu as escadas e correu para me abraçar.
- Meu Deus, mãe! Por que você demorou tanto assim? E a Skar não chegou ainda também. Eu acho que vou morrer.
- Calma querida, o importante é que eu cheguei. Você não vai morrer, vai casar. E vai ser a noiva mais linda que Londres já viu. - ela disse e eu sorri. Ainda estava nervosa. Acho que eu exalava ansiedade. - John, vamos começar com as unhas enquanto Skarlett não chega com as meninas.
Eu me sentei na cadeira que John posicionou e sua manicure começou a cuidar das minhas unhas.

Skar só apareceu por volta de meio dia e meia, trazendo as gêmeas e Jane com ela. Ela parecia mais nervosa e desesperada que eu, que era a noiva. Eu nem reclamei do atraso - ela não me deu oportunidade para isso. Falou sem parar o tempo todo, contando como se sentiu no dia em que casou e principalmente como foi difícil de entrar no vestido dos sonhos, já que estava grávida quando subiu no altar.
Eu parei de prestar atenção na conversa e comecei a deixar minha mente viajar. Pensei em e no que ele estaria fazendo agora. Aposto que nem está pensando em se arrumar, porque o trabalho dele é muito menor.
Deus, daqui há algumas horas, eu estarei entrando na igreja e caminhando até ele. Isso me faz lembrar do meu pai que não poderá estar comigo hoje, como ele tanto sonhou desde que eu e anunciamos o casamento. Eu quase conseguia ver o seu rosto.
Afastei os pensamentos antes que começasse a chorar. Mas era difícil saber que a pessoa que eu queria que estivesse aqui e me entregasse para o homem da minha vida, já não está mais entre nós.

Eu fechei os olhos e soltei um suspiro, chamando atenção de Skar e mamãe.
- O que foi, querida? - ouvi minha mãe dizer e sorri sem mostrar os dentes.
- Nada, só estou ansiosa.
- Seu pai está feliz por você, . - Skar disse, com um sorriso. - Não importa onde ele esteja.
- E ainda me perguntam porque eu te amo tanto.

POV.

- Dude, estou me sentindo um calouro na faculdade novamente. - Comentei. Matt deu risada. - É sério.
- Tá bom, bichinha. - ele disse, sem parar de rir da minha cara de nervoso. Eu tinha saído do banho há pouco e já estava começando a suar. - Se controla, cara.
- Que horas são? - perguntei enquanto abotoava a minha camisa. Matt disse que eram pouco mais de três da tarde. - Mas já? Se eu chegar mais tarde que ela, vou ser assassinado.
- Dá pra parar com isso? Aposto que a vai atrasar uma hora no mínimo. Isso se ela não colocar a cabeça pra funcionar e perceber que casar com você é um erro.
- Cala a boca, palhaço. - reclamei. Virei-me para o espelho e levantei o queixo. Fiz e desfiz o nó na gravata umas duas vezes ou mais. Jesus Cristo. Acho que esqueci até como se respira.
- Você tem certeza que é homem? - ele começou e eu não respondi, apenas lançando um olhar bravo e voltando a me concentrar na gravata. - Acho que é o noivo mais noiva que eu já conheci.
- Você é o padrinho mais inútil que eu já conheci. - rebati.
- Estou com ciúmes, você deveria estar casando comigo. - Ele fingiu ter se ofendido, mas começou a rir em seguida. Eu tentei o acompanhar. Sei que está tentando descontrair, mas eu estava à beira de um ataque de nervos.
Matt deveria entender pelo menos um pouco do que eu estava sentindo. Me lembro bem do chilique que ele fez no seu casamento com a Skar. Só faltou vomitar.
Me lembro de rir muito de sua cara também. Estou duramente arrependido disso.

A porta do meu quarto abriu e minha mãe pôs a cabeça para dentro.
- Querido, já está pronto?
- Ele está super pronto. - Matt riu e apontou para o desastre na minha gravata.
- , pelo amor de Deus. - Minha mãe reclamou. - Você precisa se acalmar, meu filho.
- Só vou me acalmar depois que já tiver casado, mãe.
- Ah, aí ele vai se acalmar MESMO. - Matt fez um positivo. Eu o olhei repreensivo. Minha mãe terminou de ajeitar a minha gravata e ajudou-me com o colete e o paletó.
O meu celular começou a tocar e Matt o pegou antes de mim, afastando-se para atender. Minha mãe começou a mexer no meu cabelo.

- Mãe, espera aí. O que você está fazendo?
- Tentando dar um jeito nessa sua juba despenteada que você chama de cabelo. - ela continuou, afastando-se uma ou duas vezes para ver como estava. - Pronto, agora sim está digno de ser meu filho. Estamos te esperando na sala. Você tem que estar na igreja até às quatro e meia no máximo.
- Já estou indo.

Ela deixou o quarto e eu esperei Matt terminar de falar ao telefone enquanto me admirava pelo espelho.
- Cara… - ele disse com um de voz estranho. Eu levantei uma sobrancelha. - Aconteceu uma coisa.
- Ai meu Deus do céu. - levei a mão ao peito. - O que aconteceu? Foi o vestido? Alguma coisa deu errado? Ela desistiu de casar? - Eu continuei fazendo perguntas e Matt ficou em silêncio, me olhando cabisbaixo. - Fala logo, porra!

A risada dele ecoou pelo quarto e eu senti vontade de matá-lo enquanto meu coração desacelerava.
- Você tinha que ver a sua cara! - berrou e riu ao mesmo tempo, engasgando em seguida.
- Mas que inferno. Está a fim de me matar?
- Não. - ele falou depois de se recuperar do engasgo. - Era a Skar, disse que ela está “quase pronta”. - fez aspas no ar com os dedos.
- E a ?
- Está quase pronta também. E com o meu conhecimento sobre a Skar, posso dizer que elas ainda vão demorar muito. Mas eu acho que a gente tem que ir agora.

Eu concordei com a cabeça e respirei fundo antes de ir para a sala e encontrar boa parte da minha família.
O caminho até a igreja foi de puro nervosismo. Daqui a algumas horas eu seria o marido dela, se eu não morrer do coração antes disso.

A igreja estava toda arrumada com a decoração que escolheu. Faixas de tule acompanhadas de lisiantos brancos e rosas brancas contrastavam com o tapete azul escuro que ia do altar à porta da igreja.
Os convidados chegavam aos poucos, sentando em seus lugares. andava de um lado para o outro, irritando Matt.
- Fica parado no seu lugar, cara. Se a Chole te aguentou por todos esses anos, não é agora que ela vai dar pra trás.
- Matt, me deixa ficar nervoso. - respondeu, impaciente. Matt levantou as mãos na altura dos ombros.
- Insuportável. - reclamou e riu da cara que o amigo fez ao olhar pra ele. iria rebater, mas avistou Skar indo em sua direção com um sorriso no rosto. Beijou os lábios de Matt rapidamente e virou-se para .
- Pode parar de chorar, ela já está aqui e está linda. - disse. O coração dele acelerou em expectativa. Queria muito vê-la.

Logo estavam todos de pé e a marcha nupcial tocava ao passo em que entrava na igreja ao lado de seu tio e atrás das gêmeas. Ela estava se controlando para não começar a chorar ali mesmo e contentou-se em sorrir para os convidados com os olhos marejados.
O vestido era um falso tomara-que-caia, com o busto transparente bordado em pérolas. O buquê também branco composto por lírios e orquídeas dessa cor e um véu curto saindo do perfeito coque em seu cabelo. Uma maquiagem leve com pouca sombra e lábios pintados com um de rosa semelhante ao de sua boca.

Ao chegar ao altar, seu tio a entregou à seu noivo e beijou-lhe a testa. Todos se sentaram e o padre sorriu para o casal. queria gritar o quanto ela estava linda.
entregou o buquê para Skarlett e virou sua atenção para o padre, que começou a cerimônia. - Noivos caríssimos… - começou. Ambos tentaram prestar atenção em tudo que ele dizia, mas suas mentes viajavam. Pararam para responder “Sim” em unissono duas vezes antes do padre solicitar os votos dos noivos e a entrega de alianças.

sorriu e segurou a mão esquerda de , colocando o anel em seu dedo enquanto lhe dizia os seus votos.
- Eu, , te aceito , como minha esposa. Queria que você soubesse que tem feito a minha vida extraordinária. Fomos conhecidos, amigos, namorados e noivos. E agora você vai ser a minha mulher. Você é a última pessoa que eu quero ver todas as noites antes de fechar os meus olhos. E eu prometo ser fiel e permanecer ao seu lado em momentos bons e ruins. Prometo te amar até que a morte nos separe, por todos os dias da minha vida.

Ele beijou em cima de onde, agora, continha a aliança. sorriu e deixou algumas lágrimas escaparem. Os olhos vermelhos de a observaram enquanto ela segurava a aliança e a mão esquerda dele.
- Eu, , te aceito , como meu marido. Queria que você soubesse que tem feito a minha vida extraordinária. - repetiu o que ele disse, o fazendo sorrir. - Você me mostrou a melhor parte da vida e a melhor parte de mim. Você é a alegria em meu coração. E eu prometo te amar, ser sua amiga e companheira. Sempre. Até que a morte nos separe.

- Pelo poder a mim concedido, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. - o Padre anunciou após assinarem a certidão de casamento. Eles sorriram um para o outro e deram um beijo rápido, apenas para selar a união, mas corou da mesma forma.
Saíram da igreja de mãos dadas com chuva de pétalas de rosas brancas sobre suas cabeças. Entraram no carro à caminho da festa preparada para recebê-los. O motorista avisou que dariam algumas voltas para dar tempo de a maioria dos convidados estarem presentes quando chegassem.

- Estamos casados. - colocou a mão sobre a de . - Como você está se sentindo?
- Estou ótimo! E você, Senhora ?
- Maravilhosa.

Uma hora após o início da festa, depois de umas trezentas fotografias e cumprimentos, e sentaram para ouvir os depoimentos dos amigos e da família.
Com pouca formalidade, os familiares foram os primeiros, seguidos de Skarlett, Matt e Jane. Cansaram de ouvir o quanto são um casal maravilhoso e feitos um pro outro, fora algumas piadinhas que os amigos soltaram, mas mantiveram o sorriso no rosto o tempo inteiro.
franziu a testa quando levantou de surpresa. Ele fez sinal de silêncio e ela semicerrou os olhos. Ele dirigiu-se até o pequeno palco onde a banda contratada tocaria e pegou o microfone, sorrindo para os convidados.

- Subir aqui não estava nos planos. - começou. - Mas é que eu fiquei pensando, há algumas semanas atrás, que eu deveria fazer alguma coisa especial. Quer dizer, eu casei com a mulher mais maravilhosa do universo, depois da minha mãe. - apontou, recebendo algumas risadas. - E eu acho que ela merecia algo a mais. Então eu comecei a me perguntar o que fazer, até chegar a essa conclusão. - estendeu a mão para Matt, que lhe passou o violão. sorriu, mordendo o lábio inferior. - Queria dizer que não sou tão bom assim, então se alguém quiser tapar os ouvidos, não vou me incomodar. - avisou, colocando o microfone no pedestal e posicionando o violão, começando os acordes.

Yesterday you asked me something I thought you knew
(Ontem você me perguntou algo que pensei que você sabia)
So I told you with a smile, “It's all about you”
(Então te disse com um sorriso, “É tudo sobre você”)

pendeu um pouco a cabeça para o lado e deu um sorriso quando ele começou a cantar. Nunca havia o escutado cantar nada além dos berros no banheiro.

Then you whispered in my ear and you told me too
(Então você sussurrou em meu ouvido e me disse também)
Said you make my life worthwhile, “It's all about you”
(Você faz minha vida valer à pena, “É tudo sobre você”)

manteve os olhos fixos nela e vice-versa, não conseguiam desviar o olhar em nenhum minuto. O coração dela batia descompassado e ele tentava a todo custo se concentrar no que estava fazendo e não pagar nenhum mico maior do que cantar na frente de todas aquelas pessoas, porque olhar pra ela já lhe causava desconserto. And I would answer all your wishes if you asked me too
(E eu atenderia todos seus desejos se você me pedisse)
But if you deny me one of your kisses, don't know what I'd do
(Mas se você me negar um dos seus beijos, não sei o que eu faria)

sentiu vontade de chorar, mas tentou manter as lágrimas em controle, dando leves batidinhas abaixo dos olhos. Ele havia escrito uma música pra ela. O quão lindo tudo aquilo era?
Conseguir colocar em palavras - e em rimas - tudo o que ele sentia por ela a fazia o admirar ainda mais. Ele era maravilhoso, por fora e por dentro. Mesmo que parecesse um pouco crianção às vezes, nada nele a fazia o amar menos. Ninguém no mundo poderia substituí-lo e ele pensava o mesmo sobre ela.

So hold me close and say three words like you used to do
(Então me abrace forte e diga três palavras como você costumava fazer)
Dancing on the kitchen tiles. Yes you made my life worthwhile,
(Dançando nos azulejos da cozinha. Sim, você faz minha vida valer à pena,)
So I told you with a smile… “It’s all about you”
(Então eu te disse com um sorriso… “É tudo sobre você”)

Ela não conseguiu segurar por muito tempo, começando a chorar silenciosamente e rindo ao mesmo tempo com a letra da música e as pequenas lembranças que lhe vinham à mente. tinha certeza que era a pessoa certa pra ela e que casar com ele foi uma das melhores escolhas que já tomou na vida.
Já conseguia se imaginar grávida, formando uma família com o homem da sua vida. Filhos correndo pela casa e feriados cheios de risadas, com todo mundo junto.
Ela tinha consciência de que nem tudo são flores e que nem todos os dias seriam felizes, mas sabia que os dois teriam forças e amor o suficiente para superar qualquer problema. O amava mais do que conseguiu amar qualquer outro cara que passou por sua vida, e mesmo que ele não fosse o seu primeiro namorado, ela podia dizer que ele era o seu primeiro amor verdadeiro, porque do mesmo modo que ele dizia que tudo era sobre ela, pra ela, era tudo sobre ele.

It’s all about you
(É tudo sobre você)


FIM



Notas das autoras:

Kel: Se você chegou até aqui, muito obrigada! Depois de muitos surtos e paranóias (perfeccionistas...), acho que conseguimos elaborar uma história digna dessa música tão maravilhosa. Primeira fanfic que escrevo em parceria e a primeira a ser postada aqui no ffobs com meu nome no meio, hahaha. Que emoção! <3 Espero que tenham gostado!

Lis: Oi! Fico muito feliz de ter participado desse ficstape. McFly é uma banda muito especial na minha vida. Espero que gostem da nossa primeira fic e comentem pra sabermos se fomos bem. <3

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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