14. Illusion

Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Tell me you believe in love
Me diga que você acredita no amor
It's not an illusion
Não é uma ilusão
I been thinking about the nights
Eu estava pensando sobre as noites
And the dangerous tricks
E os truques perigosos
People play on the eyes of the innocent
As pessoas jogam nos olhos da inocência


Londres – Sexta-feira, 21h13min

- Você precisa ir comigo nessa festa!

Foi a primeira coisa que ouviu ao sair do banheiro do seu quarto. Estava usando um roupão rosa claro e secava os cabelos molhados com uma toalha pequena, enquanto observava sua prima e melhor amiga entrarem em seu quarto, falando sem parar sobre uma tal festa do ano e que elas não poderiam perder aquilo jamais.
deu um sorriso e abriu o guarda-roupa, pegando um pijama leve, mas não foi capaz nem mesmo de chegar até sua cama, já que num segundo as duas peças estavam no chão e sua prima a olhava com os braços cruzados e a expressão revoltada.
- Eu não quero ir, . O que tem de tão importante essa festinha? – ela revirou os olhos.
- Festinha? ! Essa é a festa do ano. Todo mundo fica o ano todo esperando até que chegue essa sexta-feira e sejam convidados. E nós fomos convidadas! – ela bateu palmas empolgada. – Como podemos jogar fora essa chance?
- Que chance, ? – ela revirou os olhos, tentando pegar o pijama no chão.
- A chance de nos tornarmos, finalmente, populares na nossa faculdade, . – disse com aquela voz de obviedade que irritava profundamente .
- Não irei! – a menina sentou na cama.
- , meu amor, nós não estamos decidindo algo com democracia. Muito menos negociando. Eu estou afirmando que você irá. Entendeu?
- Insuportável! – caiu para trás na cama, fechando os olhos.
- Você não vai se arrepender, priminha. – disse sorrindo e procurando dentro do guarda-roupa algo lindo que sua melhor amiga pudesse usar naquela noite.
Enquanto que só pensava o quanto queria ficar dentro daquele quarto, lendo um livro que tinha comprado naquela semana, desfrutando do seu silêncio. De qualquer maneira, o que nenhuma das duas sabiam é o que aquela noite guardava para ambas.

Londres – Sexta-feira, 22h25min

Após muita discussão, roupas jogadas no chão, olhares reprovadores e sorrisos de contentamento, e saíram juntas da casa e entraram no carro preto de em direção ao norte de Londres. A festa aconteceria na mansão dos Havilland’s, a humilde residência de Emily Havilland.
Emily era tudo que qualquer garota gostaria de ser. A loira de olhos azuis era muito rica, simpática e popular na faculdade em que frequentavam. E a festa que ano após ano fazia era somente a forma que encontrou de manter-se em seu posto.
Quando recebeu das mãos da loira o seu convite e de sua prima, soube que precisava ir até aquela festa. Não por causa da popularidade de Emily, muito menos por que queria ser uma do grupo, mas porque já tinha ouvido muito sobre aquelas festas. Diziam que eram épicas. E , como uma baladeira de carteirinha, queria ter a experiência de aproveitar uma festa épica promovida pela herdeira Havilland.
era diferente. Preferia mil vezes seus livros, seu quarto e seus cobertores do que sair de noite e voltar ao amanhecer, caindo de tão bêbada. Já tinha cansado de ver sua prima chegar alterada na casa em que dividiam e ter que passar o resto do dia cuidando da ressaca da outra. Ela preferia o seu jeito careta de ser. E não se envergonhava disso.
Sabia que falavam dela com a ingênua”, mas nunca sentiu que aquilo fosse um insulto. Preferia ser daquele jeito do que ser mais uma louca no meio de tantos perdidos. De qualquer maneira, estava indo até aquela festa tão comentada por todos os universitários por causa de sua prima. era tudo para e a mulher não aguentaria ouvir pelo resto da vida a chance que perderam por não ir até àquela festa.
Então, finalmente, estavam passando pelos portões de entrada e procurando onde estacionar o carro, já que o local estava lotado de carros. foi a primeira a descer do carro, ajeitou a o seu vestido e olhou para a prima pela janela do carro, aguardando que a outra saísse logo dali para entrarem na festa.
balançou a cabeça, procurou no banco de trás a nécessaire que tinha abandonado ali e retocou seu batom vermelho, arrumando as madeixas loiras no lugar e abriu a porta. Ao arrumar o vestido, ergueu o olhar para casa, as luzes que ultrapassavam as frestas das janelas, e, por aquela noite, decidiu que não seria boba e ingênua, iria se divertir. Não precisava ser uma doida perdida e chegar pela manhã caindo de bêbada para se divertir. Poderia fazer o que sempre amou fazer em festas.
Dançar.
Iria se divertir com a prima. E mesmo sem ela. Naquela noite, faria jus ao seu sobrenome.

***


I can turn a lot of hearts into
Eu posso transformar um monte de corações em
Breaks with smoke and
Quebrados com fumaça
Mirrors disappearing
Espelhos desaparecendo
Right in front of them
Bem na frente deles
But believe me
Mas acredite em mim
I'm not trying to deceive you
Eu não estou tentando enganar você


As duas mostraram suas pulseiras pretas com a palavra vip em dourado para o segurança e ultrapassaram a porta, ficando com a boca aberta quando observaram aquela casa. A decoração estava maravilhosa. Na frente delas estava uma escadaria com um tapete preto desde cima até embaixo, no lado direito estava uma sala com luzes roxas, vermelhas e azuis, além da fumaça que rondava as pessoas que dançavam extremamente agitadas alguma música eletrônica, acompanhadas de suas bebidas coloridas. deu um pulinho animada procurando pelo bar montado. Era no lado esquerdo, a sala era comprida e estava somente com uma luz fluorescente vermelha e alguns panos vermelhos, pretos e dourados caíam do teto até a cintura das pessoas e todos dançavam ao redor daqueles tecidos. No outro extremo da sala, estava o bar. segurou a mão da prima e a puxou para aquele lado.
Estavam tão entusiasmadas com aquela lugar, tão maravilhadas que não estavam notando as pessoas ao seu redor. Estavam encantadas.

- Isso daqui está lindo! – falou um pouco mais alto no ouvido da prima.
- Concordo! – disse sorrindo.
- Você vai beber? – disse com um sorriso malicioso, enrolando uma mecha de seu cabelo castanho escuro em seu dedo.
- Vou! Mas algo doce e eu não quero ficar bêbada, . – ela disse timidamente.
- Certo. – e então virou de costas para a prima, fazendo os seus pedidos para o garçom que estava atrás do balcão.

A morena entregou o copo para a loira e sorriu observando as pessoas. Todos os homens que estavam ali eram maravilhosos e ela sorria maliciosa pensando quem seria o seu alvo da noite. encostou no balcão, bebendo um gole pequeno de sua bebida azul, e quando ergueu a cabeça, sentiu um olhar sobre si. Procurou pelo ambiente todo, até encontrar quem a observava tão atentamente.
Ela o viu.
O homem tinha o cabelo castanho bagunçado, usava uma camisa branca dobrada até os cotovelos e uma calça jeans escura. Segurava um copo com alguma bebida e conversava com outro cara, tão bonito quanto o primeiro, mas não desviava o seu olhar dela. Sentiu-se corar automaticamente e , ao seu lado, notou, seguindo o olhar da loira. Quando encontrou os dois homens do outro lado da pista de dança e notou o olhar lascivo que o moreno lançava para sua prima e observou o amigo do homem, já sabia quem seria seu alvo da noite.
- Vamos lá. – a morena indicou com a cabeça e arregalou os olhos.
- Não. – ela respondeu. – Se quiser, vá você. Eu irei dançar. Até mais tarde, priminha. – e então piscou um dos olhos e começou a andar em direção ao centro da pista.

Passando por entre as pessoas e tentando se camuflar pelos panos, parou no meio da pista e começou a dançar lentamente. Não era o tipo de garota que ficava tímida quando dançava. Na verdade, era o momento que tornava-se a garota mais extrovertida do mundo. Dançava sem parar, fechava os olhos enquanto acompanhava com as mãos o movimento do seu corpo.
Rebolava devagar, abaixando-se ligeiramente e erguendo em seguida seu corpo, abriu os olhos segurando seus cabelos loiros para o lado do seu corpo.
Foi quando sentiu uma respiração perto demais de si. Virou de frente para o moreno que a olhava atentamente com um sorriso brincando em seus lábios. Ele deu um passo para frente. E ela sorriu. Não com malícia, mas com divertimento. Se ela tinha chamado a atenção daquele homem lindo e tinha o feito vir até ela, não seria fácil. Não deixaria que ele a beijasse tão facilmente. Deu um passo para trás e segurou um tecido vermelho, rodando seu corpo por ele até segurar outro tecido, e quando o homem notou, ela já estava na outra extremidade da pista, sorrindo e dançando atrás de um tecido preto. Ele riu divertido andando até ela. sorriu e voltou a dançar por entre os tecidos, rebolando, rodando seu corpo sensualmente por entre as cores, sentindo o olhar dele sobre ela. Estava quase trocando o tecido dourado pelo tecido vermelho, agora bem perto da porta de saída, quando sentiu uma mão segurar sua mão erguida.
Ele a segurou e, diferentemente do que pensou que aconteceria, ele a girou, fazendo que com que dançasse com ele. Ela riu e jogou a cabeça para trás, segurando com a outra mão o braço dele, voltou a ficar ereta, seus corpos grudados, e começou a mover seus corpos de um lado para o outro bem lentamente.

- Você dança incrivelmente bem. – o homem disse olhando em seus olhos.
- Obrigada. – ela respondeu procurando rapidamente por sua prima.
- . – ele ergueu sua mão para frente da mulher, sem soltá-la por completo ou parar de se moverem.
- . – ela apertou levemente a mão dele. – Você é da Universidade de Londres também?
- Também? – ele franziu a testa.
- É. Quer dizer, eu e minha prima somos de lá. – ela deu de ombros. – E a Emily, a anfitriã da festa, também é da mesma Universidade.
- Ah, claro. – ele sorriu. – Eu estudo lá, mas nunca te vi.
- Eu não me lembro de você também, talvez não sejamos do mesmo campus. – ela procurou novamente pela prima e a encontrou conversando com o amigo de , notou que estavam perto demais.
- O que você está procurando? – o moreno perguntou. – Você está acompanhada?
- Sim. – ela disse ainda observando sua prima se inclinar para o homem e iniciarem um beijo, que nem notou o que disse, só percebendo quando a soltou. – O quê?
- Você está acompanhada e dançando comigo? – ele perguntou levemente bravo.
- Não. Quer dizer, sim. – ela balançou a cabeça. – Você entendeu errado... Eu estou acompanhada da minha prima, não de outro cara. – ela balançou a cabeça, fechando olhos.
- Sua prima? – ele ergueu a sobrancelha.
- É. Aquela ali que está beijando o seu amigo. – ela apontou na direção em que há pouco estava olhando e ele seguiu com o olhar, dando um sorrisinho envergonhado.
- Ah. – ele disse baixo. – Acho que eu ficaria muito chateado se você estivesse com alguém aqui.
- Por que? – ela perguntou ingenuamente.
- Eu faço Direito. – ele ergueu o olhar, fugindo da pergunta da menina, ela riu.
- Eu sou de Publicidade. - e levou seu olhar para a janela, olhando o jardim.
- Quer ir lá? – ele a perguntou docemente.
- Podemos? – ela franziu a testa e ele sorriu, entrelaçando seus dedos e a levando junto de si para o jardim atrás da casa.

o seguiu sem o questionar enquanto olhava atentamente. Os cabelos castanhos que antes pensara estar bagunçado, na verdade, estava arrumado. Os olhos dele eram de um castanho claro lindo, os lábios carnudos, os braços fortes e coberto por tatuagens sem sentido algum, era magro. Mas, conseguia ser lindo mesmo assim. Definitivamente, era lindo à sua própria maneira.
Eles sentaram num banco de mármore e ficaram observando o extenso jardim repleto de flores e com um balanço no canto direito. Estavam em silêncio, ouvindo suas respirações e as músicas que tocavam atrás deles.
Era estranho aquilo. Eles nunca tinham se visto, se conheciam há menos de dez minutos e, mesmo assim, pareciam sentir algo diferente de tudo que já tinham sentido.
notou que não tinha soltado sua mão e sentiu-se corar instantaneamente, e a puxou para o seu colo. Ele a olhou confuso e, até mesmo, ressentido.

- Desculpa. – ele disse baixo.
- O quê? – ela o encarou e notou que seu ato foi brusco o bastante para que o garoto achasse que estava sendo atirado demais. – Não, tudo bem, é que...
- Sem problemas, . – ele disse sorrindo. – Você parece não ser o tipo de garota que gosta desse mundo de festas...
- Por que não? – ela sentiu-se, pela primeira vez, insultada. – Eu gosto desse mundo de festas.
- Está mentindo. – ele riu. – Não precisa se sentir ofendida. Não é uma ofensa, é só uma constatação.
- Você não me conhece. – ela disse cruzando os braços.
- Não preciso te conhecer para notar isso. – ele deu de ombros. – Você parece ser o tipo de garota que prefere uma noite de filmes do que uma festa cheia de bêbados.
- O que é meio irônico já que vou trabalhar com esse meio de publicidade, festas e eventos. – ela riu ironicamente.
- Com toda certeza. Extremamente irônico esse nosso mundo. – ele comenta.

Enquanto dançavam juntos, parecia que algo mágico estava envolvendo os dois, só parecia certo estarem perto um do outro. E agora parecia tão confuso e desconfortável estarem lado a lado. ficou de pé e olhou para a festa franzindo a testa. Queria ficar ao lado de , conversar e conhecê-la, pois desde o momento em que ela colocara os pés dentro da sala que ele estava chamou a sua atenção. Ela era mais do que linda, tinha algo que o puxava para perto, parecia uma mágica. Era uma feiticeira vestida de anjo. Mas agora parecia estar tão desconfortável ao seu lado, que pensou que talvez ela tivesse mentido lá dentro quando disse estar com sua prima. Ela, com toda certeza, estava com algum ficante ou namorado e agora estava arrependida de estar com ele ali. ergueu o olhar e o encarou confusa e, bem no fundo, triste por ele estar obviamente indo embora.

- Acho que vou voltar lá para dentro. – ele comentou casualmente.
- Ok. – ela respondeu baixo olhando para suas mãos.
- Certo. Até mais, . – ele acenou e começou a caminhar.

não gostou daquele sentimento de abandono e rejeição que sentiu no momento em que deu as costas a ela. Não tinha vindo até aquela festa para ficar isolada, sozinha e sentindo-se rejeitada pelo cara mais lindo da festa. Tinha ido até ali ser, por uma noite, diferente do que normalmente era. Enquanto estava ali sendo uma boba, sua prima estava beijando o amigo do homem mais lindo da festa. Ficou em pé e, respirando fundo, o chamou.

- ! – ela deu um grito. – !
Ele a olhou confuso e, no fundo, feliz por ter chamado seu nome.
- O que foi? – ele aproximou-se lentamente dela.
- Você tem razão. – ela disse sorrindo. – Eu não sou desse mundo de festas, mas, por hoje, eu quero ser.
- Não precisa. – ele disse sincero e parou por um segundo pensando em que lugar gostaria de estar naquele momento. – Você quer sair daqui? – ele a perguntou, animado.
- Daqui? - ela olhou ao redor. - Ir para onde? – ela arqueou a sobrancelha.
- Eu conheço um lugar.
- Como eu posso confiar em você? – ela deu um passo. – Como posso saber que você não é um assassino em série? Um louco? – sorriu colocando uma mão no ombro dele.
- Você não pode saber disso. – ele segurou a cintura dela. – Você só vai descobrir se pode confiar ou não em mim, vindo comigo. – ele riu divertido e ela deu um beijo na bochecha dele.
Começou a andar para longe dele, em direção as escadas, parando somente para olhá-lo, piscando um dos olhos com um sorrisinho nos lábios vermelhos. Ela entrou na sala de tecidos, procurando com o olhar sua prima, sentiu em seguida a mão de em sua cintura, a levando em direção ao bar.
estava sentada no colo de um homem de cabelos castanhos bem claros, ria divertida enquanto segurava um copo de bebida e era beijada no pescoço por ele. tossiu chamando a atenção de . O homem continuou beijando a menina.

- , se comporte. – bateu na mão do homem que apertava levemente a coxa da morena. – Oi, !
- Oi ! – a loira sorriu. – , esse é o , um amigo. , essa é a , minha prima.
- Oi, ”amigo”. – a morena fez aspas na palavra com um sorriso malicioso, arrancando uma risada divertida do moreno.
- Oi, . – ele sorriu educado. - Vejo que se deu muito bem com o meu amigo. – ele deu um tapinha nas costas de , que o olhou revirando os olhos.
- , eu e o vamos dar uma volta. – começou a falar. – Tome cuidado para voltar para casa, qualquer coisa me ligue.
- Pode deixar que eu cuido dela. – disse sorrindo.
- Ok, priminha. – ela piscou. – , cuide muito bem da minha prima, certo? – e inclinou-se para beijar a bochecha da loira.
- Vou cuidar. – ele disse apertando levemente a cintura da loira e a puxando para saída da casa.

***


I promise falling for me
Eu prometo que se apaixonar por mim
Won’t be a mistake
Não será um erro
No, baby, this is not an illusion
Não amor, isso não é uma ilusão
I've really got my heart out on my sleeve
Eu realmente tenho meu coração em minha manga
Oh, baby, this is not an illusion
Oh, amor, isso não é uma ilusão
There's magic between you and me
Há mágica entre você e eu


Londres – Sexta-feira, 00h15min

estacionou o carro em frente à um píer e olhou para . A loira estava inclinada sobre o banco, observando pela janela o local onde o moreno a tinha trazido. Era lindo, a lua no alto do céu, o píer e a água abaixo escura. O silêncio. Ela o encarou com um sorriso e saltou do carro andando em direção as escadas. Ele a seguiu rindo e segurou a mão dela.
Ela apoiou-se nele e retirou os saltos, segurando em sua mão livre e voltaram a andar até o fim do píer. Observaram a água abaixo deles e a lua brilhando e, por fim, as mãos entrelaçadas.

- Esse lugar é lindo. – comentou maravilhada.
- Sim. Eu amo vir aqui à noite, é tão silencioso e calmo. – ele comentou observando o sorriso da mulher.
- Eu sempre gostei da calmaria. Como você descobriu isso daqui? – ela o encarou.
- Você acreditaria se eu dissesse que foi quando eu me apaixonei pela primeira vez? – ele perguntou, pela primeira vez, timidamente.
- Você está brincando. – ela empurrou, rindo, o ombro dele. E ele sorriu balançando negativamente a cabeça.
- É verdade. – ele disse. – Foi meu primeiro amor e minha primeira desilusão amorosa. Vim aqui nas duas noites. E, então, sempre venho aqui. É bom para pensar. – comentou sincero.
- E, hoje, você queria pensar no quê? – o questionou interessada.

a encarou. Não sabia porque tinha ido até ali, talvez nem tivesse tido um motivo verdadeiro, mas agora olhando nos olhos da mulher ao seu lado, soube que não tinha um motivo exato. Ele só queria estar longe de todos e aproveitar somente a presença dela. Parecia mágica, mas ele estava encantado por ela. era linda, meiga e tinha o sorriso mais lindo que ele já tinha visto. Era delicada e levemente confusa. Era tímida, mas enquanto estava dançando, era tão sedutora e confiante. Ela era uma caixinha de segredos. Era uma mulher de tantas faces.

- Você é linda. – ele sussurrou sincero e ela sorriu olhando para baixo. – Não, olha pra mim.
- Eu não sou o tipo de garota para você. – ela disse o encarando com um sorriso nos lábios e afastando-se dele.

sentou no chão de madeira e cruzou as pernas, balançou a cabeça e sentou ao seu lado, e saindo do momento tenso que estavam envolvidos, começaram a conversar sobre o que planejavam para suas vidas.
Ele tentou amenizar o clima comentando sobre seus planos de viajar o mundo, tirar fotos em cada ponto turístico famoso e ser o melhor promotor da Inglaterra. riu divertida o chamando incansavelmente de metido e egocêntrico. Disse que ela não tinha muitos planos egocêntricos, só queria ser feliz no que trabalhasse e, mais do que isso, queria dar orgulho aos seus pais. Ele a achou mais incrível ainda.
Ficaram tanto tempo conversando distraídos com seus sonhos e vontades que não notaram a noite começando a ficar dia. bocejou e apoiou a cabeça no ombro de , embriagada pelo perfume amadeirado dele, o moreno até tentou fazê-la levantar para irem embora. Mas ela não queria se despedir dele e pediu com a voz baixa que ficassem só mais um pouquinho ali. E ele ficou.
Passou seu braço pela cintura dela, aproximando seus corpos e beijou o topo da cabeça da loira, sorrindo encantado. Ele não era assim. Não era o tipo de cara sensível e que se apaixona facilmente. Mas tinha algo...
Algo diferente, que a tornava apaixonante.
Ela sentiu seu coração bater rápido com a proximidade dos seus corpos e quebrando seus pensamentos horas antes e certezas sobre não ser o tipo de garota para . Ela ergueu a cabeça o encarando. abriu os olhos e deslizou o dedo pelo rosto dela, parando no queixo da mulher e aproximando aos poucos seus lábios dos dela.
Ela segurou a nuca dele e abriu a boca, deixando que suas línguas se encontrassem num beijo calmo e ritmado. Ela sentia tudo ao seu redor parado e, ao mesmo tempo, girando. Sentia o carinho delicado que ele fazia em sua cintura e os lábios macios dele beijando os seus com carinho, queria ficar ali eternamente. afastou-se de aos poucos, sentindo suas respirações se misturarem e os batimentos cardíacos acalmarem-se, ele sorriu.

- Você estava errada. – ele disse baixo e ela abriu os olhos.
- Errada? – ela perguntou confusa.
- Você é o tipo certo para mim. – ele disse inocentemente.
E, então, a beijou de novo.

***


No baby this is not an illusion
Não amor isso não é uma ilusão
You really got me lifted on my feet
Você realmente me mantém levantado em meus pés
So tell me you believe in love
Então me diga que você acredita no amor
'Cause its not an illusion to me
Porque não é uma ilusão para mim


Londres – Sábado, 05h45min

Ficaram ali no píer até o sol estar nascendo, entre sorrisos, conversas e beijos. era maravilhosamente incrível e o encaixe entre seus lábios parecia tão certo.
Ele a levou para casa, despedindo-se dela com outro beijo de tirar o fôlego, trocaram seus números de celulares e combinaram de se verem no dia seguinte, numa cafeteria perto do Centro.
desceu do carro acenando e andando sorridente até a porta de casa, tirou debaixo do vaso de entrada a chave reserva e entrou no hall, observando os sapatos pretos de sua prima jogado no canto da escada e a bolsa e as chaves da morena na mesinha ao lado da porta. Subiu as escadas devagar e silenciosa, abriu a porta do seu quarto, deixando os sapatos ali do lado e abrindo o seu próprio vestido. Foi direto para o banheiro onde tomou banho e escovou os dentes, lembrando-se da noite passada com tanto carinho e saudade. era um cara maravilhoso. Totalmente diferente dos homens que conhecera durante os dois anos em que estava na Universidade. Geralmente, eles são brutos e abusados. Para eles não basta somente um beijo, sempre querem mais e mais...
Mas, não era assim, foi totalmente calmo e delicado com ela. Contentou-se com aqueles beijos e não a forçou para que acontecesse algo mais do que aquilo. E foi grata a ele por isso.
Já estava de volta ao seu quarto quando a porta abriu e viu sua prima de pijama, os cabelos castanhos presos num rabo de cavalo e os braços cruzados. Ela estava brava? Por quê?

- Oi! – ignorou aquela expressão séria e pegou da sua poltrona o pijama que estava ali.
- Por que você não me atendeu? – a questionou.
- Você me ligou? – a loira a encarou confusa.
- Sim. Três vezes. – ela contou nos dedos. – Você estava onde com aquele cara?
- Com o ? No píer. – ela respondeu simplesmente.
- Você não ficou com ele, ficou? – ela perguntou desesperada. – Ai, meu Deus, por que eu tinha que estar tão distraída e envolvida pelo , por quê?
- O que foi, ? Qual o problema? – ela vestiu o short do pijama, permanecendo somente com o sutiã branco. – Eu fiquei com o .
- Não! Não, ! – a morena deu um gritinho fino balançando a cabeça. E arregalou os olhos. – Ai, meu Deus. Ele te forçou a algo? Eu vou matar aquele filho da mãe. Acabar com aquele rostinho bonito.
- , qual o problema? – a loira gritou. – Ele não me forçou a nada. Foi um amor comigo, me tratou muito bem. E só foram alguns beijinhos, , igual você e o trocaram ontem na festa.
- Isso é diferente. – a morena apontou um dedo para a mais nova. – Ele não é um mentiroso, não confiável e galinha!
- Você está querendo dizer que o é tudo isso? – ela apertou os olhos, brava.
- Sim, estou! – respondeu. – O próprio amigo dele, o , me contou tudo que ele já aprontou nesses dois anos em que eles estão na Universidade. Ele é um galinha, sem coração, que engana as garotas ingênuas e inocentes... Fazem elas acreditarem que ele é um homem maravilhoso, as induzem a transar com ele para depois... Ignorar cada uma delas, as tratando como lixo.
- Ele não é assim. – ela choramingou sentando na cama.
- O me contou. E aí, quando eu fui ao banheiro, conheci uma garota. – ela sentou ao lado da prima. – Ela é da mesma sala que os dois e me perguntou se você ia mesmo sair com o . Eu disse que sim e ela me falou para que lhe avisasse para tomar cuidado com ele... Ela foi uma das vítimas amorosas dele.
- Você está fazendo com ele pareça um monstro. – disse chorosa e a abraçou.
- Mas, ele é. Um monstro que machuca os corações dessas garotas. Garotas como você. – empurrou a prima, ficando em pé.
- Garotas como eu?
- Ingênuas e inocentes. Eu já disse isso. – ficou em pé, falando sincera.
- Eu não sou isso. Só porque não sou igual você quer dizer que sou uma otária. Uma boba. Como você não sabe que o é igual ao ? Eles são amigos, podem muito bem serem assim. Os dois. Mas, não, você quer me deixar triste... Só porque algum homem lindo me deu atenção.
- Não é isso... ... – a prima disse horrorizada.
- Sai daqui! – abriu a porta, gritando, expulsando a morena dali, sentindo as lágrimas escapulirem dos seus olhos.

E ela saiu, deixando-a sozinha em seu quarto, envolvida pelo seu choro e decepção. Ele, no fim, era perfeito demais para ser real. Tinha acabado de conhecê-lo, mas já sentia dentro de si que poderia facilmente se apaixonar por ele, mas era um erro. Ele estava lhe enganando. Tirando proveito do seu jeito de ser.
Burra, burra, burra...
Ouviu o som do seu celular tocar a noite toda e o início da manhã de domingo. Estava deitada em sua cama, escondida pelos cobertores quentinhos, os cabelos secos e bagunçados, sentindo-se mais boba do que antes.
Era possível estar se apaixonando por um cara da noite para o dia? Otária! tinha razão, era uma garota ingênua e inocente, e tinha sido enganada por um conquistador.
Aquilo que aconteceu no píer, deu-se conta, fora tudo uma ilusão.
Ouviu uma batida leve na porta e entrou no quarto, trazendo junto de si duas xícaras de chá fumegante. Sentou-se ao lado dela e tomaram juntas o líquido quente, olharam-se e souberam que estava tudo perdoado. As palavras ditas no dia anterior. Estava tudo bem entre elas.

***


You don't ever have to worry about me
Você não tem que se preocupar com isso
About how the cards fall
Sobre como as cartas caem
I'm all that you need tonight
Eu sou tudo o que você precisa hoje à noite
I would never turn your heart into
Eu nunca transformaria seu coração em
Broken parts
Partes quebradas
You don't have to think twice
Você não tem que pensar duas vezes
Looking in my eyes
Olhando em meus olhos


Londres – Segunda-feira, 09h10min

Coloque para tocar essa música, agora.


, bom dia! Tudo bem? O que aconteceu ontem... Pensei que íamos nos encontrar no Bellian’s Café. Será que podemos nos ver hoje? .”


olhou mais uma vez a mensagem que recebera pela manhã, de . Ainda estava magoada e decepcionada e, por Deus, não queria vê-lo nunca mais. Caminhava distraída pelo prédio da Universidade, estava quase atrasada para sua primeira aula do dia, quando tropeçou em seus sapatos. Já estava quase sentindo a dor ao encostar no chão, quando alguém a segurou, puxando seu corpo leve para cima. Seus livros caíram no chão, as folhas espalhando-se, e respirou fundo sentindo o perfume amadeirado da noite de sexta-feira.
Afastou-se dele como se tivesse tomado um choque elétrico.
arqueou a sobrancelha confuso, enquanto que abaixava-se pegando as folhas e arrumando sobre seu colo, o moreno agachou-se pegando duas folhas perto dos seus pés e inclinando-se para a loira, que puxou as folhas de suas mãos, ficando em pé.

- ! – ele disse confuso. – O que houve?
- Nada, . – ela respondeu sem olhá-lo.
- Aconteceu, sim. – ele segurou o braço da loira, puxando-a para ficarem de frente. – Não atendeu minhas ligações, não me respondeu a mensagem, não foi me encontrar na cafeteria e agora... Nem me olha nos olhos. – ele respirou chateado.
- Você é um idiota. – ela o empurrou. – Você é um galinha, sem coração, conquistador barato. Tudo que aconteceu sexta foi uma ilusão, era somente você tentando me enganar. – ela disse apontando o dedo no rosto dele.
- Não. Eu não sou assim... – ele respirou e inspirou. – Eu fui assim. Há muito tempo eu era assim. Mas eu mudei, . E com você, na noite passada, foi diferente. Eu não tentei te enganar ou mentir.
- E você continua mentindo. – ela passou por ele andando em direção ao estacionamento.
Ele a seguiu, balançando a cabeça, negando para si próprio que fosse do jeito que a garota disse. Ele já foi. Não era mais.
E com tinha sido tudo diferente, ela era uma pessoa boa e sentiu-se tão próximo dela, de uma forma que nunca sentiu com outra pessoa. Seria um cara afeminado se dissesse que ela o encantara tanto que estava apaixonado por aquela mulher maravilhosa?
Observou a mulher abrir a porta do motorista e jogar suas coisas para dentro do veículo, pronta para adentrá-lo. Ele a segurou o braço, impediu que ela desse mais outro passo.

- Eu não menti. – ele disse bravo. – Não foi uma ilusão, nem uma tentativa de te enganar. Por qual motivo eu faria isso, afinal?
- Para me levar pra cama, como todas as outras. – ela apontou um dedo no rosto dele. – É para isso que caras como você enganam garotas como eu.
- E eu, por acaso, tentei te levar para cama? – ele disse revoltado. – Não tentei porque não quero te forçar a nada. Eu queria estar do seu lado, na sexta-feira, porque você é divertida e encantadora.
- Você está tentando me induzir a me apaixonar por você. – ela choramingou. – E isso é um erro. – ela o empurrou.
- Não é um erro, e muito menos uma ilusão. – ele respirou fundo. – Você é linda, , e foi você que surgiu como mágica para mim naquela festa. Foi você quem me induziu a me apaixonar. – ela estava de costas, paralisada, absorvendo o que ele tinha dito. – Eu estou me apaixonando por você e seu jeito. O que eu e você tivemos na noite passado foi mágico.
- Por favor, não minta. – ela apoiou a cabeça no vidro do carro e ele aproximou-se dela.
- Eu não mentiria para você, anjo. – ele tocou a cintura dela.
- Vai embora, . Procura outra garota para enganar. – ela estremeceu.
- Eu não posso ir embora, . – ele a abraçou apertado contra seu corpo. – Você é a verdade que eu não consigo explicar, é a única que eu vejo e, pra mim, o que aconteceu não foi uma ilusão. Foi a coisa mais linda e surreal que eu já senti por outra pessoa.
- Você não pode estar tão apaixonado assim por mim. – ela murmurou.
- Posso sim. – ele a virou de frente para ele e segurou o rosto dela em suas mãos. – E estou... Estou me apaixonando por você, .

Can't you see it?
Você pode ver isto?
I'm not trying to mislead you
Eu não estou tentando enganar você
I promise falling for me
Eu prometo que se apaixonar por mim
Won’t be a mistake
Não será um erro
No, baby, this is not an illusion
Não, amor, isso não é uma ilusão


Ela olhou ao seu redor e observou conversando com . Sua prima a encarou e deu um passo para frente, sendo impedida pelo outro homem, que a segurou e falou algumas coisas para ela. A morena arqueou a sobrancelha, dando um sorriso debochado, e ele negou com a cabeça. notou como mudou sua expressão de irônica para desacreditada. E, então, a olhou e assentiu.
Foi como se ela lhe desse força para seguir seu coração, confirmasse tudo o que a loira tinha ouvido até agora do moreno. segurou a mão de sua prima dando um beijo leve nos lábios dela e acenaram juntos para , seguindo em direção ao seus prédios. estava em silêncio observando os traços delicados da menina confusa a sua frente. Totalmente distraídos com os seus próprios pensamentos para notarem que as pessoas ao seu redor estavam prosseguindo com suas vidas e que nada pararia de se mover por conta das suas dúvidas e temores.
ergueu a cabeça, prendendo o seu olhar no dele.

- Me diz, você acredita no amor, ? – ele sussurrou contido. – Porque eu senti isso quando você entrou na festa da Emily, quando você dançou entre os tecidos, fugindo de mim e depois comigo. Eu senti isso enquanto estava ao seu lado, no píer. E, também, enquanto estávamos sentados conversando sobre o futuro. Mas eu senti mais ainda quando nos beijamos. – ele fechou os olhos lembrando do gosto do beijo dela e de como pareceu tão certo estar ali. – Nada nunca pareceu tão certo quanto estar com você. Me diz, ... Você sentiu isso também? – ele abriu os olhos, fitando a expressão de suavizar.
- Ainda estou sentindo. – ela inclinou-se sobre o moreno, encostando suas testas. – Por favor, , não deixe com que eu me arrependa disso. – ela suspirou.
- Você vai ver que isso foi a coisa mais certa. – ele disse erguendo o rosto dela e encaixando sua boca na dela.

E mesmo tendo certeza que aquilo era rápido demais por tê-lo conhecido duas noites antes, soube que aquilo que sentia, os batimentos do seu coração acelerado, o tremor e aquele encaixe tão perfeito entre eles era o certo.
Ela poderia apaixonar-se por ele. E sabia que podia se apaixonar por ela.
Ele era tão certo para ela, quanto ela era certa para ele.

You can tie me up in chains
Você pode me amarrar em cadeias
You can throw away the key
Você pode jogar a chave fora
But there's no trapped doors
Mas não há portas presas em que
I'm not gonna leave
Eu não vou embora
You're the truth I can't explain
Você é a verdade que eu não consigo explicar
You're the only one I see
Você é a única que eu vejo
Its not an illusion to me
Não é uma ilusão para mim




FIM



Nota da autora: Oi, gente! Talvez vocês não me conheçam, mas eu sou a Nathy, autora de algumas fanfics, como: More Than This, You Found Me e Fearless. Fui convidada para esse especial, inicialmente como podem ter visto escrevi 10.Spaces, até que tive que pegar 14.Ilusion também. A música é tão linda que não resisti. De todo modo, estou meio temerosa sobre o resultado dessa shortfic. Me dediquei o domingo todo escrevendo e espero que esteja legal o bastante para vocês deixarem um comentário aqui, haha.
Obrigada a Melissa que me convidou para essa Ficstape! E leiam, não só as minhas shortfics, mas as histórias de todas essas outras autoras – sensacionais – que participaram desse Ficstape.
Beijos, Nathy xx




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