14. Nightmare

Fanfic Finalizada

Capítulo Único


Now I lay me down to sleep. I pray the Lord, my soul to keep. If I shall die before I 'wake. I pray the Lord, my soul to take.

A vida na camada mais pobre da cidade era a sua maior decepção, ela queria ter o que comer todos os dias e não uma vez por semana, e olhe lá. Aos 12 anos, um homem e uma mulher a visitaram. Os dois pareciam ser bem ricos, e queriam proporcionar uma vida melhor para ela, ao menos foi o que disseram para sua mãe, que com o coração partido e com esperança da filha não morrer de fome, a deixou ir. Elas não imaginavam que aquela mulher era uma prostituta, e o homem um cafetão, que queria usar a menina apenas para vender drogas sem que ninguém percebesse, apesar da sua história ter começado naquele bairro pobre, para ela, sua história começava ali.

10 anos depois…

Sempre foi difícil para homens poderosos, assistirem uma mulher se tornar mais poderosa que eles, e disso ela não tinha dúvida. Quando aos 12 anos ela foi tirada de casa em busca de uma vida melhor, ela foi traída por pessoas que ela confiou, por um homem que ela confiou, e aquilo não foi fácil. Todas as vezes que ela se levantou contra ele, ela escutou que se não fosse por ele, ela provavelmente estaria morta, então ela dedicou todos esses anos para fazer uma única coisa: ser o pesadelo que ele foi para ela. E parte disso estava completa, ela sabia disso, ao entrar pela porta da frente da boate, que agora era dela, duas filas se formaram para que ela passasse entre eles, e todos se curvaram, ela caminhou devagar e percebeu que um deles estava de pé. — Por que você está de pé? — Perguntou, fazendo todos eles tremerem. — E-eu preciso de uma reunião. — Respondeu o homem. — Isso você pede mantendo a reverência. — Disse ela, puxando-o pela camisa. — Dispersar. — Ordenou aos outros, levando o homem arrastado até sua sala. Sentou em sua cadeira e colocou os pés sobre a mesa, acendendo um cigarro. — Me desculpe, chefe, mas eu precisava mesmo dessa reunião. — O homem estava tremendo, ela estava sem paciência para brigar, então só fez um sinal com a mão para que ele sentasse. — Billy ordenou que nos atacassem amanhã, mas acredito que eles vão invadir a nossa reunião no ferro velho hoje, e o ataque de amanhã seja apenas distração. — tirou o cigarro da boca e as pernas da mesa. — E o que te faz pensar isso? — Perguntou, se aproximando dele e arqueando uma sobrancelha, o homem engoliu seco. — Jack, né? — Ele assentiu. — Deve saber que não confio em homens, vocês trabalham para mim apenas porque sei que pago mais, e se ele tiver te dado uma quantia enorme em dinheiro para me fazer pensar isso? O que você acha que eu deveria fazer com você? — era intimidadora, e poderosa, e Jack estava claramente intimidado. — A senhora pode me matar, se desconfia, mas por favor, acredite! — Implorou ele, se curvando, a mulher se levantou e olhou para Regina, seu braço direito, e assentiu.
— Sabemos que essa informação procede. — Respondeu Regina, apenas encarou o espelho que estava na parede atrás dela. — E você sabe o que isso significa? — O homem negou com a cabeça. — Reúna todos, você vai saber. — Respondeu , prendendo o cabelo, o homem obedeceu e saiu correndo da sala. Assim que a mulher saiu, todos estavam a esperando

Ela encarou todos, não sabia mais em quem confiar, não depois disso. — Recebi a informação de que Billy ordenou um ataque à boate amanhã, para espantar meus clientes e acabar com a reputação do lugar, e de brinde nos exterminar. — Disse, em alto e bom tom. — Mas essa informação é falsa. — Completou, para espanto de todos. — Não sei se vocês entendem, mas eu mantenho um arquivo dos destroços da minha vida, porque preciso entender a arma na minha mente. Homens são difíceis, eu assumo que eles falam merda, mas eu amo toda vez, e então eu percebo… — Ela suspirou, passando a mão no cabelo. — Eu já provei sangue, e é doce, vocês já sentiram esse sabor? Já puxaram o tapete debaixo dos meus pés, já confiei em mentiras e confiei em homens, fui quebrada, mas juntei meus pedaços de novo. Encarei o espelho e dei um soco até ele estilhaçar, mais de uma vez. E agora, vocês esperam que eu seja feita de idiota por vocês? Billy foi o maior pesadelo da minha adolescência, e agora eu sou o maior pesadelo da vida dele e de todos que pensam em me trair. — Ela tirou a arma do bolso e disparou três tiros, acertando a cabeça de três de seus homens. — Isso é o que acontece com traidores, vocês podem até pensar que eu sou um sonho doce, já que sempre os trato tão bem, tão bem não, eu apenas não os trato como lixo, e isso já faz vocês terem vontade de pisar na minha cabeça! Mas antes que possam fazer isso, eu explodo a cabeça de vocês! Se aprontem, a luta vai ser na reunião do ferro velho! — Alguns ficaram chocados, mas quem estava ali há mais tempo, apenas começou a se aprontar para a briga. — Você fez o certo. — Disse Regina, a seguindo, ela sabia, não precisava de confirmação, mas Regina a conhecia o bastante para saber o que ela estava sentindo. Criar e liderar uma gangue com a única intenção de acabar com a soberania de Billy, exigia muito dela, e aquilo ferrou com quem ela era, ela sempre dizia “gentileza é fraqueza, ou pior, complacência”, e aquilo se tornou parte de quem ela era e de tudo na vida dela.

A reunião no ferro velho era apenas para decidir a expansão do território, lá era mais fácil de decidir por onde começar, e Billy sabia disso, então, já estava a esperando. Só não imaginava que ela também estava esperando por ele.
— Você está aí, não está? — Perguntou ela, assim que colocou os pés no ferro velho. — Homem que arruinou a minha vida. — Completou, para espanto de Billy, que saiu de trás dos carros. — Já era de se esperar, você aprendeu com o melhor. — Disse ele, se aproximando dela.
— Quanto tempo, não é mesmo? — Disse ela. — Verdade, eu até preparei um discurso. — Respondeu ele, rindo. — “Vamos lá, garotinha, dê um sorriso” lembra que você sempre dizia isso no final dos seus discursos? Sempre que me humilhava? E eu sempre respondia “Não, eu não tenho motivo nenhum pra sorrir”, é exatamente por isso que estou aqui hoje, Eu não tenho ninguém pra quem sorrir, eu esperei esse tempo todo só por um momento para te dizer que… eu não te devo porcaria nenhuma. — Ela deu o sinal e as duas gangues começaram a lutar, com ela e Billy no meio, se encarando. Ela escutava os gemidos de dor e sentia o sangue deles espirrando em seu corpo, os barulhos dos golpes eram altos e aquilo tudo era desesperador, se um deles morresse, a briga acabava. Billy era sádico ao ponto de deixar que todos sofressem, mas ela não, apesar de ter planejado fazê-lo sofrer das piores maneiras possíveis, ela tirou a arma da cintura e acertou uma bala no meio da sua testa. Ela treinou isso por muito tempo, acertando nos traidores, a bala foi certeira, e ele morreu na hora. Mas aquele sentimento permaneceu, só que agora ela se sentia vingada, apenas vazia.

— Você está bem? — Jack perguntou, quando viu que ela estava parada encarando o nada, ela se virou com um sorriso malicioso.
— Não sou um sonho doce, mas sou uma noite e tanto.


Fim



Nota da autora: oii gente, tudo bem? espero que sim! espero que tenham gostado, vou deixar meu insta de autora, pra vcs conferirem minhas outras fics, e o grupo no whatsapp de leitoras, beijos!

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