Postado: 05/10/2017

Capítulo Único

“With all the hurt that's in our hearts
And all the pain it feels our love
We've got forgiveness in our blood
No matter what, we still love, we still love
You put the hunger back in my heart
We still love, we still love
Real love will make us know who we are”


Enjoos, sono em excesso, seios doloridos e o mais alarmante: menstruação atrasada. Esse era o meu estado. Eu desconfiava de uma gravidez, já que desde o meu envolvimento com , havia parado de usar camisinha, e não que fosse certo, mas era o mais confortável e agradável para os dois. Eu continuava tomando remédio, porém a ginecologista sempre dissera que podia falhar, e falhou. Eu estava perdida, não pretendia ter um filho agora, queria viver a minha vida ainda, tinha o trabalho dos sonhos e tudo mais. Um filho estava um pouco longe de estar nos meus planos. Eu não sabia cuidar de mim direito, como ia saber cuidar de uma pessoa? Uma criança, uma vida, era isso que eu carregava no meu ventre. Calma, , não surta, é só uma suspeita. Já estava tarde, eu precisava descansar e, no dia seguinte, ia ao hospital, sozinha... Eu não queria alarmar as pessoas, então resolvi que eles só saberiam depois que eu tivesse certeza.
No dia seguinte, eu acordei e não queria levantar da cama. Já odiava acordar cedo, ainda mais quando era para ir ao hospital... Já disse que odiava hospitais? Pois é, odiava com todas as minhas forças. Enrolei para levantar, mas levantei. Tomei banho, troquei de roupa e saí em direção ao hospital. Chegando lá, expliquei minha situação para a secretária, e ela me encaminhou até o consultório da ginecologista de plantão. Lá conversamos. Ela tirou meu sangue e pediu para eu aguardar. Foram os trinta minutos mais torturantes da minha vida, e eu estava ficando doida e com fome. Ouvi chamarem meu nome e segui para o consultório da doutora de novo.
— Vamos ver se temos um bebê a caminho? — ela tentou ser engraçada? Alguém avisa para ela que eu não estava nada feliz e quero sair desse lugar o quanto antes? Agradeço... — Bom, , eu quero te parabenizar porque, sim, você vai ser mamãe! — eu não sabia o que responder, a única coisa que eu consegui fazer foi chorar. E como eu chorei... Minha consciência e meu coração estavam em guerra, e eu não sabia se estava feliz ou triste, se aquele filho era um fardo ou uma benção. Olhei de novo para a médica e respirei fundo.
— Eu realmente não acredito, nossa, muito obrigada. Vou marcar consultas para ver o bebê e essas coisas. Agora eu preciso ir que estou cheia de coisas para fazer. — eu me levantei, peguei o exame e segui para um lugar, atrás da pessoa saberia o que me dizer.
Peguei um táxi na porta do hospital e dei o endereço de onde eu tinha certeza de que encontraria Juliana. Eu precisava dela, das palavras que só ela saberia me dizer. O caminho até a casa de Cavani foi longo, e eu só sabia chorar. O taxista me olhava com piedade, com cara de quem queria ajudar, mas não sabia como. Minha vida estava uma bagunça: um momento eu estava bem, feliz e satisfeita, e, no outro, eu não sabia de mais nada, não sabia nem o que estava sentindo.
O táxi parou na porta da grande mansão, e eu rapidamente paguei a corrida e toquei a campainha com pressa. Fui recebida por uma das empregadas, que me levou até minha amiga, esta que se encontrava em pé no meio da sala de estar falando no telefone. Eu corri até alcançá-la e me joguei em seus braços. Percebi que ela se despediu da pessoa com quem estava falando e me envolveu em um abraço. Não havia melhor lugar do mundo se não no abraço de alguém que a gente ama. Ela afagava meus cabelos e dizia para eu me acalmar. Outra empregada me trouxe um copo de água e nos sentamos no sofá.
— Respira, , por favor, você está me assustando desse jeito... Me conta o que houve...
Eu não conseguia falar, os soluços não deixavam. Entreguei-lhe o exame e deixei que ela tirasse suas próprias conclusões. Ela olhou para o exame por alguns instantes e, então, me olhou. Ela abriu um sorriso, respirou fundo e me encarou daquele jeito único, que ela fazia quando estava surpresa e desacreditada.
— Esse choro todo por isso? , estar grávida é uma benção, você carrega o fruto do seu amor com o . Não há, no mundo, nada mais incrível do que isso. — ela disse, sorrindo terna. Ao ouvir o nome dele, meu coração se apertou. Eu ainda não tinha pensado na reação dele, em como contar, em tudo.
— Não é só por isso, Juli, eu simplesmente não sei o que fazer, estou desesperada. E se o não aceitar? Se ele não quiser esse filho? — eu chorava cada vez mais, soluçava e tudo mais.
, pare já com isso, por favor. O te ama, caramba. Você acha mesmo que ele não aceitaria um filho de vocês dois?! Jura mesmo?! Eu sei que essa criança não estava nos planos de vocês, e seja lá o que vocês tenham feito pra isso acontecer, mas agora aconteceu... Esse bebê não é fruto de ilusão de ótica, amiga... Respira, se acalma, por ele, principalmente... Ficar nervosa desse jeito só vai piorar a situação, e você sabe muito bem disso... — ela falava terna e séria ao mesmo tempo. Não disse? Ela sempre sabia o que falar, e, assim que ouvi aquelas palavras, meu coração se aquietou, e eu parei de chorar.
Ficamos conversando mais um tempo, almocei por ali mesmo, comendo meu prato favorito, que ela fez questão de cozinhar para mim. Nem bem fiquei grávida e já estava sendo mimada. Cavani chegou a casa quando eu estava indo embora, e insistiu para eu ficar, mas aleguei ter que trabalhar. Apesar de ouvir Juli com atenção, eu ainda não sabia o que fazer. Eu precisava pensar, e assim fiz. Fui para casa, coloquei um pijama e passei o resto do dia comendo besteiras e vendo filme. Logo o dia acabou e me ligou perguntando se podia ir lá para casa. Eu desconversei e dei uma desculpa qualquer.
Naquela noite, eu dormi pensando no meu filho... Qual seria o sexo, com quem iria se parecer mais, essas coisas de mãe. No dia seguinte, eu liguei para Luna, minha ginecologista e agora obstetra. Marquei uma consulta para o mesmo dia, para fazer todos os exames que eu já sabia que iria precisar. Quando deu o horário marcado, fui à consulta e fiz os exames.
Para a minha surpresa, não tinha apenas uma vida dentro de mim, e sim duas: eu estava grávida de gêmeos. Luna me disse que eram duas placentas, gêmeos bivitelinos. Imaginem só a minha reação quando pude ouvir os batimentos cardíacos dos meus filhos, foi a coisa mais linda do mundo. Foi naquele momento que decidi que mesmo o não assumindo, eu iria cuidar e amar esses filhos incondicionalmente.
Tinha uma semana que e eu não nos víamos, ora era porque eu tinha que trabalhar, ora por programação dele. Eu não sabia mais como enganá-lo. Ele iria perceber, e eu não queria isso, queria que ele ouvisse da minha boca. Resolvi, então, chamá-lo para ir lá em casa naquela noite. Preparei tudo, fiz o jantar, arrumei a casa, mas, principalmente, me preparei para a bomba. Pouco antes da hora marcada com , tomei um banho, coloquei uma roupa confortável, mas não desleixada, terminei de ajeitar as últimas coisas na mesa e ver se estava tudo certo com a comida. Sentei-me no sofá para esperá-lo e liguei a televisão apenas para procurar uma distração enquanto ele não chegasse. Estava quase dormindo quando ouvi o som da campainha. Ajeitei a minha roupa e fui abrir a porta. Assim que a abri, dei de cara com o sorriso que eu mais amava. Quando percebi, os braços de estavam em volta da minha cintura, me puxando para ele, e a única coisa que eu pude fazer foi envolver meus braços no seu pescoço enquanto eu apoiava minha cabeça no seu ombro, sentindo seu perfume. Distanciamo-nos mesmo contra a minha vontade. me guiou até o sofá, onde nos sentamos, e ele me olhou com cara de quem sabia que tinha algo acontecendo.
— Como você está, minha linda?
— Estou bem, na verdade... É... Estamos! — pronto, falei! Não iria aguentar guardar mais isso, eu queria poder gritar logo para o mundo que eu estava grávida.
— Estamos? Que loucura é essa, ? — eu abaixei a cabeça e lhe entreguei a ultrassonografia. levantou, passou a mão no cabelo e me olhou. Eu não conseguia entender seu olhar, era um misto de desespero, de dúvida. De repente, ele ficou sério, me encarando por um tempo. Eu não sabia bem o que esperar, mas me preparei para o pior.
, me diz que isso é brincadeira, que hoje é dia primeiro de abril, qualquer coisa!
, você acha mesmo que eu ia brincar com uma coisa dessas? Você acha que um filho é uma brincadeira?
— Não, , eu não acho filho uma brincadeira, acho um filho nosso uma piada! Você não toma remédio? Então, era para isso não acontecer, não quero um filho agora, e sei que nem você quer. — falou, ou melhor, gritou. Eu não respondi nada, comecei a chorar, e ele continuou a falar. — E outra, nós não transamos na noite que a gente se conheceu? — eu confirmei com a cabeça, sem entender onde ele queria chegar. — Então, se você é fácil assim de levar para a cama, pode muito bem ter ido para a cama com outros caras nesse tempo que estamos juntos. — eu levantei a cabeça, incrédula com o que ele estava falando, e ele continuou a me atacar. — É, é isso, você nunca quis namorar, sempre disse que não precisávamos de um rótulo... É por isso? Para poder dar para metade de Paris? Rolou com algum jogador? Já vi você dando papo para o Kevin desde que ele entrou no PSG e todas as mulheres babavam por ele, e aí, o filho pode ser dele? Envolveu-se com mais quantos? — eu não pensei, a raiva era tanta que, quando me dei conta das minhas atitudes, eu já havia avançado na direção de e lhe dando um tapa no rosto. O estalo foi alto. Havia um vergão vermelho no lugar que eu havia acertado, e ele passava a mão ali, numa tentativa de diminuir a dor. Eu só conseguia chorar, e, por mais que eu me sentisse fraca e indefesa, ele não precisava saber disso.
— Olha aqui, , com quem você pensa que está falando? Você por acaso está se escutando? É sério que você está insinuando que eu te traio só porque eu me entreguei para você na noite que eu te conheci? Para a sua informação, foi a minha primeira vez, ok? — ele me olhou, assustado. — Não, idiota, eu não era virgem, mas nunca tinha transado com um homem que eu mal conhecia. Só que com você eu senti que podia fazer aquilo, senti que não seria errado, achava que aquilo, que nós éramos a coisa mais certa do mundo, mas, pelo visto, eu estou enganada, não é? Acho que eu sempre estive enganada... Você é um babaca, um idiota, eu te odeio! Eu te odeio por te amar tanto, como nunca amei ninguém além das pessoas da minha família, mas isso não vem ao caso mais. Eu quero que você vá embora. Saia da minha casa e nunca mais volte, esqueça que um dia você me conheceu, me tocou. — ele ia se virar para ir embora e eu chamei sua atenção. — E, só para a sua informação, para o meu azar, eu só me envolvi com você. Antes eu tivesse tido alguma coisa com todo cara que chegava em mim nas baladas, talvez agora eu fosse mais feliz. Antes eu tivesse tido algo com o Kevin, porque além de lindo, maravilhoso e gostoso, tenho certeza de que ele não faria e falaria todas essas babaquices comigo.
Era clara a raiva que sentia. Ele não disse mais nada, simplesmente me deu as costas, foi em direção à porta e saiu. E, junto com ele, toda a minha felicidade e razão de viver foram embora. Caminhei até a porta, tranquei-a e me encostei a ela, deixando meu corpo deslizar pela madeira até que eu finalmente me sentei no chão, abraçando meus joelhos, e só então chorei. Chorei igual uma criança que havia acabado de cair de bicicleta e ralado o joelho. Eu soluçava, estava perdida. O homem que era meu alicerce havia ido embora e levou junto a esperança de ter uma família, de dar um pai para os filhos que eu estava esperando. Eu não estava acreditando que aquilo tinha realmente acontecido. Como o cara que eu mais amava fazia isso comigo? Como pôde cogitar pensar aquelas coisas horríveis sobre mim? Eu me lembrava como se fosse ontem daquela noite, desde ele me derrubando até nosso café da manhã na cama do hotel. Nós conversávamos como se fôssemos velhos amigos. Quando nos beijamos pela primeira vez, parecia que tinha borboletas no meu estômago. Aconteceu como diria Onze20: “Eu sei que o seu mundo girou só pra me encontrar”, mas no caso foi o meu mundo. Eu precisei vir para Paris, conhecer certas pessoas e estar em certos lugares. Eu pensava que Deus tinha um propósito para nós, e, para cada fim, havia um recomeço. Se fosse realmente preciso, eu iria enfrentar isso. Não podia me deixar abater, meus filhos precisavam de mim. Eles precisavam de mim com saúde e bem para o que der e vier.

— FLASHBACK ON —

Mariana vinha durante toda a semana falando que eu já devia conhecer seu namorado. Em tese, eu concordava com ela, afinal, era inaceitável eu demorar em conhecer o namorado que ela conhecera usando um vestido meu. No entanto, ela queria me levar para uma festa do clube de futebol que ele jogava. Eu não suportava esse tipo de evento, mas minha amiga estava implorando.
Eu fugi dela a semana toda para ver se conseguia fugir daquela festa, mas todo meu trabalho fora em vão quando o porteiro avisou que “A Dona Mariana estava subindo”, mesmo quando eu falei que ninguém estava autorizado a subir. Bufei e destranquei a porta. Voltei para o meu quarto e deitei no meu maior amor: minha cama.
— Como eu sabia que o porteiro avisaria que eu estava subindo, achei que você ia se mancar e iria tomar um banho para me esperar pronta para irmos até o ateliê da melhor estilista de Paris. — uma das minhas doidinhas favoritas já entrou no meu quarto falando.
— Tomar banho? Ateliê? Coco Chanel já morreu, miga! — respondi, me escondendo, pois sabia que Mari já estava doida para me bater.
— Nossa senhora, hein, , faço um elogio e me responde assim? — sabia que eu não ia sair ilesa de seu drama. — Por favor, , vai ser uma senhora festa, você vai ver.
— Sério que eu tenho que ir nessa festa, Mari? — eu me encontrava de pijamas, deitada na minha cama com a maior cara de sono.
— Sim, , você tem que ir nessa festa comigo. Acabei de começar a namorar e você tem que conhecer o meu namorado, poxa. — Mariana fez aquele drama que lhe era peculiar.
— Se for por isso, eu faço um jantar aqui em casa, chamo as meninas e a Juliana cozinha! — tentei, sabendo que era em vão convencê-la a me deixar em casa.
— Não, , nem adianta, você vai a essa festa. E outra, terão os jogadores do PSG, e eu sei que você é doida em alguns, e o David tem dois amigos que posso te apresentar também.
— Você sabe que eu não quero namorar agora, amiga. — eu sentei na cama e me espreguicei. — Você ganhou, mas já aviso que só vou para conhecer o dito cujo e não demoro. — mal terminei de falar e Mari se jogou em cima de mim.
— Eba! Eu sabia que você não faria isso comigo.
Mari almoçou comigo e fomos até meu ateliê para escolhermos nossos vestidos.
— O que você acha desse, amiga? — Mari segurava em suas mãos um vestido, que, modéstia parte, eu mandei muito bem. Ele ia até um pouco acima dos joelhos, branco com detalhes dourados, detalhes esses desde rendas a aplicações.
— Não é porque fui eu quem fiz, amiga, mas esse vestido é lindo. Podemos ir embora?
— ‘Tá pensando que vai me enganar? Acha que não vai levar nenhum vestido e depois ter uma desculpa perfeita para não ir? — fiz cara de tédio e apontei na direção da porta, que tinha um vestido pendurado.
— Ai, amiga, desculpa, mas de você eu espero de tudo!
Saímos do ateliê e cada uma foi para a sua casa. Assim que cheguei, fui direto para meu quarto, depositei o vestido sobre o divã que eu tinha na beirada da minha cama e fui para o banheiro. Coloquei a banheira para encher, conectei o iPod no amplificador e coloquei meus sais de banho na banheira. Tirei toda a minha roupa, entrei, peguei a Vogue do mês e fui ler.
Mais tarde naquele mesmo dia, eu liguei para o Victor e pedi para ele ir até a minha casa me maquiar, e, como sempre, ele fez seu trabalho impecável, e eu tinha que admitir que eu estava linda. Vesti o vestido que eu havia escolhido. Ele era preto, ia até os joelhos e tinha alguns detalhes coloridos, mas que o branco prevalecia. Pedi um táxi e liguei para o porteiro apenas para pedir que me avisasse quando o táxi chegasse. O táxi chegou e dei ao motorista o endereço do local. No meio do caminho, liguei para Mari, avisando-a que já estava a caminho, e ela me disse que iria me esperar na porta. Chegando ao local da festa, fiquei maravilhada com a arquitetura do lugar e dei meu nome à mulher que vestia um terno muito bem alinhado a seu corpo. Dei mais alguns passos e logo encontrei Mari, que possuía seu maior sorriso, e, do seu lado, pude reconhecer seu acompanhante: David Luiz.
do céu, como você está linda! — ela disse, me abraçando. — David, essa é a , a dona do ateliê que eu te falei. — David esticou a mão e, ao segurar a minha, levou à sua boca e depositou um beijo. Eu o cumprimentei segurando um vestido longo fictício, imitando um cumprimento de rainha ou princesa.
— Bom, casal, vamos entrar, que já que estou aqui e quero aproveitar bem a noite. — segui, adentrando o salão e puxando Mari e David.
O local estava lindo, a decoração era impecável e, por um momento, eu me animei. Na mesa estavam: Mari e David, Juli e Cavani, Carol e Marquinhos e dois amigos do David, que cumprimentei só com um aceno. No meio da festa, todos da mesa já estavam dispersos. Eu conversava com os casais enquanto os outros dois estavam soltos por aí. Por algum motivo, resolvi dar uma volta para ver a decoração e ver alguns gatinhos.
No meio do caminho até banheiro, sem querer, um cara me esbarrou, e eu caí porque estava usando um salto bem alto e era um tanto quanto desastrada. Ele, muito envergonhado, me ajudou a levantar e eu agradeci, seguindo meu caminho para o banheiro. Quando eu saí, percebi que ele ainda estava na porta e estava vindo à minha direção. Eu o esperei.
— Prazer, me chamo , mas pode me chamar de . Sou amigo do David Luiz, que é namorado da sua amiga Mariana, certo? — ele estendeu a mão na minha direção.
— Sim, é a Mari. Me chamo ! — respondi, colocando minha mãe sobre a dele. Em vez de me cumprimentar com um simples aperto de mão, ele beijou-a, e, no momento em que senti seus lábios sobre a minha pele, um arrepio tomou conta do meu corpo, e eu não sabia o que fazer.
— Aceita tomar um drink comigo? — eu concordei com a cabeça e, com a mão na minha cintura, ele me guiou até o bar. Pedi um Sex On The Beach e ele, uma dose de uísque. — Me conte algo sobre você. — me falou, bebendo um gole de sua bebida.
— Bom, tenho 26 anos, estudo moda na École de La Chambre Syndicale e tenho um ateliê. Sou de Juiz de Fora e vim para Paris para seguir o meu sonho de estudar moda. E você?
— Ah, eu tenho 27 anos e vim para Paris para jogar futsal.
— Uau, mais um jogador para a turma? — eu perguntei, brincando.
Ele riu e me fez outra pergunta. Eu respondia e lhe perguntava algo e, assim, a conversa fluiu. me divertia muito, eu não conseguia ficar mais de um minuto sem dar uma gargalhada. A bebida acompanhava os assuntos. Um novo assunto? Mais bebida, e assim vai. Quando percebi, já estava bem alegre, mas ainda consciente. tinha ido ao banheiro e, quando voltou, me chamou para dançar. Fomos até a pista de dança, começamos a dançar e estava tocando uma música que não consegui decifrar.
colocou as duas mãos em minha cintura, e eu comecei a me mexer no ritmo da música. Nossos olhares se cruzaram e apoiei meus braços em seus ombros. Ele se aproximou e depositou um beijo em meu pescoço. Toda aquela área se arrepiou, e ele sorriu satisfeito. Eu não ia deixar barato, aproximei nossos corpos mais ainda e lhe dei uma mordida no lóbulo da orelha, o que fez com que ele suspirasse pesado.
Ele olhou para meus lábios e, em seguida para os meus olhos, como que pede uma autorização. Eu não pensei duas vezes e toquei nossos lábios. Ele carinhosamente me deu um beijo rápido, um selinho, e aquilo serviu para me acalmar. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca. Ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição. Começamos a nos beijar. Ele explorava a minha boca assim como eu explorava a dele, calmamente, sem nenhuma pressa.
Separamo-nos por falta de ar, mas, sem muitas delongas, me puxou para outro beijo. Foi mais um beijo intenso, selvagem, com um toque de carinho.
— Vamos sair daqui? — me olhou com cara de assustado, mas logo me puxou para fora da festa. Entramos em um táxi, e ele deu o endereço de um hotel ao taxista.
Chegamos ao nosso destino. pagou a corrida e logo estávamos na recepção. Ele pediu um quarto de casal e fomos em direção ao elevador. Não era um hotel 5 estrelas, mas também não era de se jogar fora. O quarto era bem aconchegante. Enquanto eu fui ao banheiro, pediu pelo serviço de quarto um champanhe e, quando saí do banheiro, ele me entregou uma taça.
— Um brinde a nós! — ele tocou sua taça na minha.
Eu dei uma golada em minha taça, descansei-a na mesa de centro e me dirigi a , lhe dando um selinho. Levantei-me e comecei um jogo de sedução. Fiquei de costas para ele e comecei tirando minha sandália, depois comecei a desabotoar meu vestido e virei de frente para ele. me olhava com desejo e mordia seu lábio inferior. Eu estiquei meu braço em sua direção. Ele pegou a minha mão e eu o guiei até a cama, tirei sua camisa e o empurrei ali. Terminei de tirar meu vestido e fui em sua direção.
Sua ereção já era bem visível, então fui até o cós da calça dele e desabotoei, descendo bem devagar. Ele se sentou, delicadamente me puxou pelos ombros e me deitou na cama.
— Eu assumo a partir de agora! — ele me disse, sério, olhando nos meus olhos.
E eu simplesmente não tive forças para reagir. deitou suavemente por cima de mim, ocupando cada pedaço do meu corpo com um pouco de sua pele e me dando uma sensação de pertencimento, de preenchimento. Uma de duas mãos tateava meu braço enquanto a outra soltava os fios do meu cabelo. Ao mesmo tempo, eu sorria de volta, deixando que aqueles toques me envolvessem de uma forma nunca vista antes. Ele chutou a própria calça para longe, e eu agradeci aos céus por ser agraciada com aquela cena em questão.
passou a dedicar uma atenção única ao meu pescoço, revezando beijos e mordidas naquela região, e eu só sabia reagir arranhando suas costas e suspirando contra seu ouvido. então desceu os lábios macios por outras regiões do meu corpo, atentando a cada mínimo pedaço de pele que sua boca desbravava. Eu sentia cada terminação nervosa do meu corpo ganhar vida enquanto ondas elétricas pareciam percorrer meu sangue. Era como se cada pedaço de mim vibrasse em resposta aos carinhos que ele deixava.
dedicou mais tempo do que o esperado no vale entre os meus seios, chamando minha atenção para aquela sensação em questão. Vez ou outra, ele esticava um pouco a língua, tentando buscar o pedaço de carne que estava escondido pelo sutiã, me fazendo arfar em resposta. Afastei meu corpo do colchão por alguns instantes e ele logo entendeu que era hora de afastar aquela peça que tanto nos incomodava. Logo vi meu sutiã se juntar a outras peças que estavam no chão e mais um pouco de carne ficar à disposição do homem, que parecia me devorar com os olhos. aproveitou aquele pedaço extra de pele por pouco tempo, e eu sabia bem ao que se devia toda aquela necessidade de pressa. Ambos precisávamos demais, e fora isso que ele me deu, quando se afastou do meu corpo, buscando se livrar das próprias peças que faltavam, e eu aproveitei a ausência momentânea do seu corpo sobre o meu para me livrar a última peça que também me faltava.
Assim que nos encaramos, totalmente despidos, eu pude sentir o que agora ali estava crescendo, e que seria maior do que poderíamos imaginar. tratou de nos proteger enquanto eu me despi dos meus receios e dos meus medos, e me deixei ser abraçada por aquele corpo, que eu tanto queria em contato com o meu.
me preencheu de uma forma que eu nunca saberia descrever, mas que seria próximo a uma sensação de lar, de pertencimento. A sensação de que tínhamos sido feitos, praticamente, um para o outro, o que ficou concretizado quando nossa sintonia nos levou a gritar nossos nomes ao mesmo tempo.

(...)

Acordei sentindo um peso na minha barriga e automaticamente a noite passada veio na minha cabeça. Vi dormindo calmamente, então virei para o outro lado e voltei a dormir. Não sei quanto tempo eu dormi de novo, mas quando eu acordei, estava sozinha na cama e tinha uma bandeja de café da manhã no criado-mudo ao lado da cama. Eu pude ouvir o barulho do chuveiro. Sentei na cama e vesti a camisa do baixinho, que estava em cima da cama, peguei meu celular para mexer enquanto eu o esperava sair do banheiro. Ele saiu e veio em minha direção:
— Bom dia, loira. — ele selou nossos lábios delicadamente e se sentou na cama. Eu fui até o banheiro, fiz minha higiene matinal e voltei para a cama. Depois que voltei que percebi que se encontrava apenas de cueca. Faz isso comigo não, baixinho.
Tomamos café da manhã conversando e rindo de várias coisas. Estar com era diferente, ele me divertia naturalmente, era o exemplo de cara perigoso que, quando você via, já se apaixonara. Trocamos telefones e combinamos de nos encontrar com certeza outras vezes, e, se dependesse de mim, isso iria mesmo acontecer.

— FLASHBACK OFF —

Ao relembrar como eu conheci , chorei ainda mais, e tudo o que tínhamos vivido até aquele momento passou como um filme na minha cabeça. Desde o pedido de namoro, que veio exatamente um mês depois do dia em que nós se conhecemos, até a nossa primeira briga em uma boate, que foi por ciúmes do ao me ver conversando com dois caras que, na verdade, eram brasileiros e queriam dicas de lugares para conhecer em Paris. Mas quem disse que o baixinho me ouvia? Perdi-me em meio aos meus pensamentos e acabei dormindo ali mesmo, apoiada na porta. Não sei quanto tempo passou, mas, quando me dei conta, estava deitada no meu sofá e percebi que não estava sozinha. Karina e Júlia estavam conversando, sentadas na mesa da sala. Aproveitei o momento para me espreguiçar e levantar, e, assim que elas perceberam a minha presença, se calaram enquanto me olhavam, e eu percebi que esperavam uma explicação. Então eu as chamei para o sofá e, ao sentarmos, voltei a chorar. Ka me abraçou e, em seguida, senti Ju me abraçando também.
— Calma, , conta para a gente o que aconteceu. pediu para que eu viesse aqui, ele chegou em casa arrasado. — Ka começou a falar, mas eu a interrompi.
— Como? falou para você vir aqui? Por quê?
— Não sei, amiga, eu estava com o Rabiot na casa do David e o chegou com a maior cara de choro. Quando eu perguntei se ele queria conversar, ele falou que quem estaria precisando de mim de verdade era você, então eu liguei para a Ju e viemos o mais rápido possível. Abri com a chave reserva que tenho e você estava dormindo encostada na porta, então te carregamos para o sofá para esperar você acordar.
— Agora fala, , o que aconteceu com você e com o ? — Ju me perguntou, segurando minha mão e deixando ali um carinho.
— Então, tudo começou com uma coisa que está dentro de mim. — elas me olharam assustadas e preocupadas. — Não, eu não estou doente, pelo contrário, estou super saudável. Tenho saúde para mim e para os filhos que eu tô esperando. — as duas ficaram espantadas, mas se mantiveram em silêncio para eu prosseguir. — Eu venho suspeitando de gravidez já tem um tempo, e então fui ao médico e vi que estava certa, estou grávida. E eu fui toda contente dividir essa informação com o , e ele simplesmente duvidou de mim, jogando na minha cara que essa criança deve ser de outro homem. Tudo porque eu dormi com ele na nossa primeira noite juntos... — as duas me ouviram com atenção e em silêncio. Quando eu terminei de falar, chorava de novo. Ka foi a primeira a se pronunciar.
, se acalma por você e principalmente pelo bebê. Eu não sei como ele pode ter feito isso, cara, tô com vontade de bater na cabeça do até ele pensar direito, porque não há relação mais linda que a de vocês. Eu não acredito que ele está desacreditando em você, que está te acusando de traição... Logo você, a mulher que mais o ama na vida. Eu vou conversar com os meninos pra ver se eles conseguem clarear as ideias do , porque ele só pode estar doido! Ele vai se arrepender de ter duvidado de você, amiga, escreva isso. Agora vem cá e me abraça! Tudo isso vai se resolver, tenha fé. As meninas e eu vamos te ajudar no que for preciso, pode ter certeza. — eu chorei mais ainda. Como eu amava essas meninas, cada uma de um modo único, cada uma com seu jeito de viver.
Ju me olhou com piedade. O olhar dela transparecia raiva, e eu sabia que, apesar de ser a mais centrada de nós cinco, ela queria cortar o Jr., se é que vocês me entendem. Ela suspirou e se preparou para falar.
— Amiga, você sabe dos seus princípios. Se você estava só com ele e tem certeza de que o filho é dele, quem está perdendo tempo é o próprio. é um idiota, eu quero matá-lo.
— Ah, gente, eu não sei o que seria da minha vida sem vocês, sério... Já tô vendo que meu filho pode não ter pai, mas mãe ele vai ter de sobra, né? — as duas riram comigo e já logo emendamos em outro assunto.
Era perceptível que elas queriam deixar a minha cabeça ocupada para que eu não pensasse besteira. Naquela noite, Ka e Ju dormiram na minha casa, dando a desculpa que estava tarde para irem embora, quando, na verdade, eu sabia que era porque elas não queriam me deixar sozinha.

(...)

Minha rotina depois da descoberta da gravidez se baseava em programas família, ou com as meninas, ou com os casais, ou só com o David, que, de acordo com os meninos, se encontrava em uma fase obscura da vida, já que tinha terminado com a Mari. Ele vivia mais na minha casa do que na casa dele, e, de acordo com o próprio, era porque ele não tinha perdoado pelas acusações feitas a mim, mas eu desconfiava que eu fosse um meio dele diminuir a saudade que sentia de Mari, só não queria admitir.
, tem jogo do PSG hoje e, como você sabe, estou suspenso por cartão amarelo, mas quero ir ao jogo. Me acompanha?
— Luiz, você sabe quem vai estar lá? — ele riu de como eu me referi a e negou com a cabeça. — Ok, eu vou! Mas só porque estou com saudades da Carol e vai ser bom ver a Juliana. Só tenho que limpar o cantinho da Bagdá e ver se tem comida e água para ela.
— Beleza, malinha, vou em casa porque minhas roupas acabaram e passo aqui 15:30h para irmos para o estádio. E cuida bem da minha sobrinha mesmo. — ele disse, se referindo à minha cachorra, que tinha sido presente dele.

— FLASHBACK ON —

Com a proximidade maior que eu e David adquirimos ao estarmos os dois sem companheiros, ele vivia falando que só me dava atenção porque sabia que eu estava carente e que estava precisando de um cachorro para curar a carência, e ele cumpriu. Era uma sexta à noite quando David me disse que estava chegando lá em casa com Gustavo para fazermos algo. Quando ele chegou, ele carregava uma caixa de papelão, e Gustavo uma sacola gigante.
— Malinha, como você anda muito carente e nem sempre posso estar aqui te aturando, eu trouxe uma coisa para você que você pode apertar, agarrar, fazer tudo que quiser, ok?
— Ok, esquisito, o que é? — ele me entregou a caixa de papelão e eu logo abri. Sempre fui uma pessoa muito curiosa. Queria ver a minha cara, com certeza era de espanto. Eu tinha na minha frente um projeto de cachorro, um cachorro tão pequeno, um Pinscher, branco com manchas pretas. Era fêmea. — Luiz do céu, é um cachorro! Não acredito, vou ter um movimento nessa casa finalmente.
— Sabia que você ia gostar, chatinha, toma aqui, — ele pegou a sacola que Gustavo segurava — Tem caminha, pote para ração e água, ração e uns tapetinhos para ela fazer xixi.
— Ah, que lindos, se preocuparam com tudo, muito obrigada! — fui em direção aos dois e os abracei. — Ela vai se chamar Bagdá, Pra Lá de Bagdá! — eles tiveram uma crise de riso com o nome.
— Só você mesmo, não te aguento não, . — Gus me abraçou e sentamos no sofá com minha nova filhinha. Aquela noite ficamos por conta da nova integrante da nossa Grande Família.

— FLASHBACK OFF —

O jogo foi o máximo. As meninas super me divertiam, e Isago e Iago ficavam de cinco em cinco minutos perguntando dos meus filhotes. PSG ganhou com gol do Cavani e Pastore. Ao fim da partida, os filhos de Isabelle e Thiago cismaram que queriam ir para a minha casa e eu adorei a ideia, já que David estaria comigo. Belle de início não quis deixar, mas Thiago convenceu a mulher com a desculpa que, depois de muito tempo, teriam uma noite em casa sozinhos, e rapidamente ela cedeu. A minha noite com aquelas três crianças foi o máximo. Iago dormiu comigo e Isago dormiu com o David. No dia seguinte, acordei antes deles e preparei um café da manhã digno de chef de cozinha, que, se Juliana visse, iria sentir orgulho de mim. Passamos a tarde e o início da noite ou vendo filme, ou jogando videogame. Os meninos, na hora de ir embora, choraram e só foram porque prometi que iria visitá-los. As meninas se revezavam e sempre dormiam aqui em casa. Eu estava sendo a grávida mais mimada do mundo. Às vezes, eu achava que era muito amor, mas, às vezes, eu temia ser pena, por eu ser uma mulher na flor da idade, que, além de grávida, tinha sido abandonada pelo homem que eu mais amava. Sempre que eu me pegava pensando nisso, logo tratava de afastar os pensamentos.

(...)

Já tinha passado dois meses desde a descoberta da minha gravidez, a negação de , e assumo que eu estava melhor, mas às vezes me pegava vendo fotos de nós dois juntos ou chorando por sentir falta dele. Eu o amava como nunca amara ninguém, porém a acusação que ele me tinha feito foi a pior que um homem poderia fazer. Eu me senti suja por ter me entregado a ele de primeira e, pela primeira vez na vida, me arrependi por ter dado papo para ele, por ter gostado dele de primeira e ter continuado com aquilo. Porém, eu não podia controlar, simplesmente aconteceu. Eu nunca tinha sentido falta de alguém ou de algo como eu estava sentindo do , era fato. Aquele meio metro de pessoa me fazia muita falta, desde nossos momentos deitados na cama ou no sofá, até nossas brigas por coisas bobas, tipo futebol ou crise de ciúmes de um dos dois.
Era uma terça-feira, eu saí do trabalho e encontrei a Isa para irmos ao hospital. Era dia de ultrassonografia, e eu ia saber o sexo dos meus bebês. Chegamos ao hospital, esperamos alguns minutos e logo fui chamada. Luna, como sempre muito atenciosa, já me perguntava como eu estava, se tinha sentido algo e se eu estava me cuidando. Eu tinha estudado com Luna, então tive a intimidade de contar a ela toda a confusão com o pai da criança para evitar perguntas, as quais eu ficaria sem graça de responder, já que nunca ia às consultas comigo. Correu tudo bem durante o exame, ouvimos o coração do bebê, e Isa só faltou enfartar. Ela gravava tudo com a desculpa de mostrar para as meninas.
— Bom, , está vendo isso aqui? São as duas placentas, e temos um garotão e uma garotinha. Parabéns, mamãe.
Era um casal, os meus filhos.
— É o Bernardo e a Sofia, Isa, o meu Bernardo e a minha Sofia! — eu mal conseguia falar de tamanha felicidade e o choro que insistia em cair.
Isa terminou a filmagem, vibrando muito comigo. Depois me ajudou a limpar o gel da barriga e saímos do hospital. Ligamos para as meninas e as convoquei para a minha casa. Pela primeira vez em muito tempo, eu estava sorrindo sem forçar. As meninas foram para a minha casa, e, depois de muito surto e muita conversa, os meninos também chegaram. Estávamos Isa e Ibra, Ju, Ka e Rabiot, Juli e Cavani e o David. Eu estava sentada no sofá com a cabeça apoiada no ombro do Cavani, e ele fazia carinho em minha mão. O mais lindo era a Juliana, toda hora eu percebia ela olhar para a cena e, em vez de sentir ciúmes, ficava feliz em ver que eu estava bem com a calmaria que havia chegado depois de toda a tempestade. Toda hora David fazia uma piada para me fazer rir, Ibra e Juliana se alfinetavam o tempo todo e Isa só fazia rir igual todo mundo. Eu observava todo mundo, Ju e Ka conversando e Rabiot observava tudo atentamente. Estava tudo quase completo, só faltava o idiota daquele baixinho.
Meus casais favoritos ficaram lá em casa até tarde aquele dia e só os homens foram embora, porque eu e as meninas fizemos uma noite do pijama. Foi uma noite linda, nos divertimos horrores. As meninas faziam palhaçada, me mimavam e sonhavam imaginando como o nosso Bernardo e nossa Sofia seriam. Por mim, aquele momento poderia ser eterno. Eu estava leve, feliz e com as pessoas que eu mais amava.

(...)

Vinte semanas de gestação, era com esse tempo que eu estava. Cinco meses de felicidade e quatro de vazio. Meu coração estava em guerra com minha consciência. Enquanto uma parte de mim queria procurar e dizer que eu o perdoava por todas as barbaridades que ele havia me dito, a outra dizia que eu não teria vergonha na cara se fizesse isso, que eu deveria deixar tudo como estava.
Eu tinha uma consulta marcada para mais uma ultrassonografia para ver meu filho, e quando saí de casa, dei de cara com um de cabeça baixa e visivelmente nervoso e tímido. Eu olhei em sua direção e já ia passar reto, mas ele não permitiu, segurando meu braço e interrompendo minha caminhada.
— Fiquei sabendo que tem uma consulta agora para ver o bebê. Posso ir com você? — ele perguntou, envergonhado.
— Para quê? Para ver os filhos dos outros? Logo você, que tem certeza de que os filhos não são seus? — ele abaixou a cabeça e pude perceber uma lágrima sair de seus olhos. — Olha, , vou deixar porque eu tenho certeza que esses filhos são seus, e, se um dia você se arrepender, não vai poder falar que eu te privei de acompanhar a minha gestação, entendeu bem? Agora vamos, que eu tenho hora. — falei, caminhando na frente.
O caminho até o hospital foi feito em um silêncio absurdo, só se ouvia batucar no volante o ritmo da música que saía do rádio e eu cantarolando algumas partes. Assim que entrou na sala, Luna se assustou ao encontrar do meu lado na maca do exame, mas nada falou. Ela fez o exame normalmente e, na tradicional hora de ouvir o coração, não conseguiu segurar o choro, e é claro que eu também não aguentei e acabei chorando também.
— Bom, gente, está tudo bem com os pequenos. , tô gostando de ver como você está se cuidando!
Despedimo-nos e saímos do hospital. Eu ia me despedindo do quando ele me impediu de fazê-lo.
, o que você acha de tomar um café comigo? — eu apenas concordei com um aceno de cabeça e seguimos até o café mais próximo.
pediu um café para ele e um cappuccino para mim, já que eu não podia com muita cafeína. Conversávamos sobre qualquer coisa, menos sobre nós e sobre nossos filhos. Pelo menos até colocar sua mão sobre a minha, fazendo um carinho gostoso e chamando a minha atenção. Eu olhei em seus olhos, esperando para saber o que ele queria com aquilo.
— Você sabe a saudade que eu tô sentindo de você? Ah, , eu nunca achei que fosse tão difícil ficar longe de você, longe da sua risada, do seu mau humor matinal, até seus surtos na TPM eu estou sentindo falta. Eu fui burro, só percebi isso semana passada em Nova Iorque, quando você me deu aquele tapa de luvas...

— FLASHBACK ON —

O final de ano chegou e eu já estava de malas prontas para ir visitar minha família. Tinha uns dois finais de ano que eu passava longe deles, mas esse não escapou, acho que os hormônios da gravidez aumentaram a saudade e eu não resisti. Eu e as meninas combinamos de cada uma passar o Natal com suas famílias e o Ano Novo em Nova Iorque.
Eu me encontrava apoiada no parapeito da cobertura observando a vista. A cidade que nunca dorme e, de fato, não dorme mesmo, em pleno dia 01/01/2016, às duas da manhã, a cidade não parava, e era possível perceber desde festas nos prédios próximos a muitos carros na rua. Eu já estava cansada, minha barriga de cinco meses já começava a pesar e usar um Louboutin alto não ajudava. Eu estava decidida a ir embora quando me surpreendeu ao chegar perto e perguntar se podia me fazer companhia.
— O que uma linda dama faz aqui sozinha? — ele brincou, sem saber que a palavra “sozinha” me assustava.
— Estava pensando na vida, nesse novo ano e tudo que está acontecendo comigo, mas já estou indo embora.
— Já? Fica mais um pouco! — ele disse, visivelmente nervoso.
— Ok, só não garanto aguentar muito tempo. — ele sorriu e eu tentei puxar assunto, porque não queria aquele clima ruim. — Como você está?
— Estou bem, e você? É... Ou melhor, vocês... — seus olhos caíram sobre a minha barriga levemente arredondada.
— Estou bem, quer dizer, estamos! — eu disfarcei o clima ruim olhando para a vista. Não me cansaria nunca de observar Nova Iorque, para mim, depois de Paris, aqui era o melhor lugar do mundo.
, ano novo não se usa branco? — perguntou o baixinho, indicando sua roupa, que se tratava de um terno totalmente branco.
— Não necessariamente, , se usa a cor que deseja para o ano seguinte. Amor, dinheiro, paz, esperança e assim vai...
— E o que é rosa, ?
— É amor. — respondi de forma leve, sentindo o coração apertar um pouco.
— Amor? — ele estava claramente confuso.
— Aham, tudo o que eu desejo para 2016 é amor, um amor que me valorize, que acredite em mim e o mais importante: que não me abandone quando eu mais precisar. — ele abaixou a cabeça, e eu segurei a vontade de chorar. — Quero amor para os meus filhos que vão nascer. — escutei-o suspirar suave assim que eu citei nossos filhos, e quase ri da sua cara de espanto ao perceber o plural de filhos, e aquilo me deu um pouco de tranquilidade, ainda que fosse vazio. — Quero só amor, que o resto eu corro atrás. Agora, se me dá licença, eu vou embora, porque estou bem cansada. Passar bem e feliz ano novo, !
Eu segui meu rumo antes que ele respondesse qualquer coisa. Eu precisava sair daquele lugar o mais rápido possível. Não iria chorar na frente dele nem ia estragar a festa das meninas. Despedi-me apenas da Mari e pedi para ela avisar as meninas que eu estava bem, mas que precisava descansar.

— FLASHBACK OFF —

— Bom, , quem se afastou foi você, quem duvidou da minha índole foi você. — relembrar a cena me fez ter forças para não chorar na frente dele. — Onde já se viu, , você lembra o que me falou? Você insinuou que eu saí dando para meia Paris, acha que eu te traí, quando tudo o que eu fiz foi te amar. Eu não aceito isso, não vou nunca permitir que alguém fale comigo do modo que você falou. — ele abaixou a cabeça, suspirou e olhou nos meus olhos.
— Sabe, , assim que eu saí da sua casa, aquele dia mesmo, eu me arrependi, mas fui orgulhoso o suficiente para não voltar. Eu chorei até chegar em casa e lá eu encontrei a Ka e o Rabiot conversando com o David, e ela perguntou se eu queria conversar, mas eu só pensava em você, então mandei ela te procurar porque você poderia precisar mais dela do que eu.
— É, , realmente eu precisava. Quando você saiu pela porta, metade de mim se foi junto com você, e, se não fosse a Ka e Ju aquele dia, eu não teria suportado. Você duvidou de mim e me abandonou no momento que eu mais precisava de você. Não sei se você sabe, mas eu também estava desesperada com a ideia de ter um filho. Não estava nos meus planos, porém aconteceu, e a única coisa que eu pude fazer foi me privar de algumas diversões pela saúde dos meus filhos.
— Desculpa. — ele me disse, triste e de cabeça baixa. — Desculpa por não estar do seu lado, por ter duvidado de você e por ter perdido as primeiras consultas dos nossos filhos. Não quero que você brigue com a Isa, mas ela vem me contando tudo, até gravou a ultrassom que descobriram o sexo porque eu pedi. Não era para as meninas. — eu não conseguia falar nada, apenas um sorriso surgiu em meu rosto. — Eu não tinha coragem de te procurar igual hoje, mas queria saber o sexo, então pedi para a Isa ser minha informante.
— Você ‘tá falando sério? — ele balançou a cabeça, em sinal de afirmação. — Eu não consigo brigar. Tô sem palavras, , de verdade. — quando eu percebi, já estava chorando. Malditos hormônios da gravidez.
veio em minha direção e me abraçou, e que saudades que eu estava desse abraço, desse toque. Como eu amava esse homem, esse meio metro de gente.
— Que saudade de você, minha loira, que saudade do seu toque. — disse isso e eu não segurei o choro. Apertei-o e não pensei duas vezes antes de beijá-lo.
Que saudade eu tinha desse beijo, nossas línguas travando uma disputa por espaço. Era um beijo suave e intenso, recheado de saudade. Eu não conseguia deixar de pensar no quanto aquele toque suave me completava de uma forma inimaginável. Ele não fazia ideia do quanto era importante na minha vida.
— Te odeio. Te odeio de tanto te amar, seu idiota. — lhe dei um selinho e ele sorriu com a boca colada na minha ainda.
— Também te amo, minha loira. Mentira, eu amo vocês três! — ele me respondeu, colocando a mão sobre o meu ventre, e eu caí no choro. — Que chorona mais linda essa minha gravidinha, hein!
Continuamos na cafeteira mais um tempo até que resolvemos ir para a casa do e do Luiz para começarmos a divulgar que estávamos juntos de novo. O caminho para a casa do David foi totalmente diferente da ida ao hospital. Eu e rimos e cantamos muito, e o caminho pareceu curto. Chegando lá, encontramos Mari e David, Isa e Ibra, Ka e Rabiot, Ju, Juli e Cavani. Eles conversavam animadamente e, assim que viram nós dois entrando de mãos dadas, se calaram e nos olharam, esperando uma explicação.
— Eu sabia, senti que deveria mandar esse idiota atrás da nossa mamãe linda! — Isa veio falando, correndo em nossa direção, e nos abraçou. — Como estão os nossos bebês?
— Estão bem, Isa, meus filhos estão muito bem. — rapidamente respondeu, cheio de orgulho.
— É, finalmente o baixinho tomou vergonha e resolveu aproveitar seus filhos desde o início, não é? — David veio na nossa direção, fazendo um cumprimento com as mãos com e me abraçando. — Vê se não perde a mulher de novo, hein, essa aqui vale ouro! — ele deu um tapa na cabeça do , que riu ironicamente.
Acho que agora eu poderia falar que estava completa. Tinha minhas melhores amigas, meus melhores amigos, meu filho e meu namorado. Era felicidade que não cabia em mim, e, no momento, eu não queria mais nada, de verdade. Já estava ficando tarde e me chamou para dormir com ele, já que Gus estava viajando e David ia dormir na Mari. Ele disse que não gostava de dormir sozinho, que menino bobo.
jurava que me chamou de surpresa para dormir lá, mas não era o que parecia quando entrei no quarto. A cama estava visivelmente com roupa de cama limpa e nova, o banheiro estava um brinco, do jeito que eu gostava, e o mais engraçado, tinha comida japonesa, meu prato favorito. Não quis contrariar meu baixinho, então fingi acreditar que nada era por querer. Fui tomar um banho e ficou arrumando a mesa. Para a minha surpresa, tudo meu que costumava ficar lá estava do mesmo jeito que eu deixei. Peguei roupas íntimas e uma blusa do , já que, convenhamos, não há nada melhor que blusa de homem.
Quando saí do banho, desci e encontrei um sentado no sofá da sala, vendo alguma coisa na televisão. Na mesa de centro tinha comida, uma cerveja para ele e um refrigerante para mim. Sentei ao seu lado, peguei um copo e apoiei minha cabeça em seu peito enquanto seu braço me envolvia pela cintura. Não haveria no mundo sensação melhor do que aquela, o toque de quem a gente amava. Resolvemos assistir um filme, depois jogamos vídeo game e assim vai. Ficamos um tempo conversando, comendo e conversamos mais até que o , maliciosamente, me chamou para irmos dormir.
Subimos as escadas nos beijando. só se preocupava em não me deixar cair, me abraçando apertado. Fomos em direção ao seu quarto e, quando entramos lá, me guiou direto para a cama, me analisando por inteira.
— Se você soubesse o quão gostosa você está assim, grávida e com uma blusa minha, não ficaria andando por aí. — ele me disse, e eu não pude deixar de dar uma risada nasalada.
Ele se aproximou de forma suave e tranquila enquanto tirava a própria camisa, para meu total deleite. Não demorou muito para que ele abraçasse meu corpo, encaixando as mãos por baixo da barra da camiseta que eu vestia, depositando um carinho suave naquela região e arrepiando a minha pele sensível. passou a mão naquela região, subindo pela lateral do meu corpo, levando a blusa que eu vestia junto. Ele demorou alguns instantes a mais, distribuindo um carinho displicente na minha barriga, me arrepiando ainda mais.
Bastaram alguns instantes para que eu visse a camiseta ser arremessada longe, parando junto da blusa que ele havia retirado. Se um dia eu tive receio do que ele pensaria quando visse a minha barriga, todos os meus medos foram postos por terra quando ele me encarou apenas de calcinha e sutiã. Eu vi os mesmos sentimentos daquela nossa primeira vez. Eu vi um amor absurdo, assustador. Eu senti todas as boas sensações que aconteciam quando estávamos juntos. Eu não tinha medo de mais nada, simplesmente porque sabia que ele estava comigo.
passou a mão pelo meu rosto, em um carinho suave, e eu sorri em resposta. Ele contornou o desenho dos meus olhos, o traçado do meu nariz, e acariciou meus lábios. Eu depositei um selinho em seu dedo, fazendo-o sorrir. Ele continuou o passeio, traçando a linha do meu maxilar e descendo pelo pescoço. Ele acariciou meus ombros, passando as duas mãos pelos meus braços, até chegar às minhas mãos, onde ele uniu nossos dedos, apertando-as com vontade e me puxando para mais perto. Caminhei suave até sentir meu corpo se chocar com o dele, em um abraço desajeitado, mas cheio de amor. Estávamos nos redescobrindo, encontrando de novo todo o amor que nutríamos um pelo outro. Ele subiu novamente uma das mãos, até chegar ao maxilar, que levantou de forma suave, me obrigando a encará-lo. Como se fosse possível, eu vi o amor se multiplicar e se transformar em um brilho incontido, que passava dele para mim.
selou nossos lábios, puxando a base dos meus cabelos e fazendo meu corpo se arrepiar. Eu devolvi o carinho, arranhando as costas dele, passando meu dedo de forma displicente por todo o desenho da coluna e sentindo-o suspirar durante o beijo. Eu não precisava de autorização para fazer o que faria a seguir, mas, ainda assim, eu queria que ele me permitisse tocá-lo. Arranhei a base das costas dele, passando minha mão pela lateral da cintura até chegar ao fecho frontal da calça que ele usava, e o encarei nos olhos, esperando que ele assentisse com o que eu faria em sequência, e a única coisa que eu vi foi fechar os olhos, extasiado, mordendo com força o lábio inferior, e eu sabia que ele queria aquilo tanto quanto eu. Abri o fecho do cinto que ele usava e me demorei além do necessário para abrir os botões, apenas para ouvi-lo protestar rouco em resposta. Assim que terminei com o zíper, assumiu novamente o momento, empurrando de forma suave meu corpo sobre o colchão. Eu sabia que ele estava com medo de deitar por cima de mim e me machucar, já que ele ficou um tempo analisando a situação, querendo saber como faria, e, quando resolveu, ele deitou de forma suave por cima do meu corpo, colocando força nos braços enquanto beijava meu pescoço. Eu só conseguia respirar fundo e engolir em seco ao mesmo tempo em que sentia a pressão suave que ele fazia naquela região. Senti que ele seguiu com uma trilha de beijos, alcançando a base da alça do sutiã, que ele mordeu, afastando-a do meu corpo. Não demorou muito para que ele repetisse o processo com a outra alça, deixando meus seios livres para seu total deleite.
afastou um pouco o corpo apenas para me encarar de novo, mordendo o lábio de forma desejosa, antes de avançar contra meus seios, me fazendo arfar em resposta. O contato do lábio dele, naquela região sensível, despertava sensações até então desconhecidas por mim. Eu sentia meu corpo tremer por completo, e eu sussurrava coisas desconexas, fazendo com risse enquanto ele se deliciava com a carne macia dos meus seios.
Ele não demorou muito ali, e logo seguiu o traçado, distribuindo beijos molhados por toda a minha barriga e fazendo com que eu o encarasse admirada e ainda mais apaixonada. se mostrou cavalheiro, sempre me olhando nos olhos, como se pedisse autorização para seguir adiante. E eu concordava com tudo, silenciosamente. Logo ele chegou à barra da minha calcinha, e eu senti minha respiração travar por um instante. percebeu minha hesitação e distribuiu beijos no meu baixo ventre, até que eu voltasse a me sentir confortável com a situação. Bastou um aceno de cabeça para que ele prendesse dois dedos em cada lateral da minha calcinha, puxando-a para baixo e tirando-a o quanto antes do meu corpo.
Eu tinha tanto receio. Eu tinha tanto medo. Ele tinha amor.
ficou de pé de novo, apenas para encarar meu corpo, agora desnudo, esparramado no colchão, e eu soube que não importaria como eu ficasse, ele sempre me amaria. Exatamente como da primeira vez.
Ele voltou a aproximar o corpo do meu, afastando suavemente minhas pernas, e distribuiu beijos suaves desde o topo do meu joelho até a minha virilha, arrepiando meu corpo por inteiro. Bastou que eu sentisse sua respiração para que eu agarrasse o lençol enquanto fechava meus olhos com força. desenhou meu ponto mais íntimo com a ponta da língua, e eu gemi rouca em resposta.
Era impressionante, ele sabia exatamente o que fazer para me levar a loucura. Não importava quanto tempo passasse, apenas ele havia descoberto o ponto perfeito, a forma ideal. não precisou demorar muito para que eu sentisse a onda de prazer avassaladora que se apossou de mim, e eu me entreguei a ela, chamando seu nome, enquanto ele ria anasalado contra meu corpo.
se afastou, esperando que eu me recuperasse, e não demorou muito para que isso acontecesse. Impulsionei meu corpo no colchão, ficando de pé, de frente para ele, e o senti me consumir com os olhos. perdia o olhar entre o vale dos meus seios e meu baixo ventre, levemente escondido pelo desenho da barriga. Soltei rápido o fecho do sutiã, sentindo-o cair aos meus pés, e ele sorriu em resposta.
Levei minha mão até o topo do peito dele e passei a unha por toda aquela região, sentindo-o tencionar o local em resposta àquele contato.
Continuei passando o dedo por toda aquela região, traçando o desenho do abdômen dele, enquanto ele arfava, fechando os olhos. Parei a ponta do dedo na barra da cueca que ele vestia e senti-o prender o fôlego por um instante. Encarei-o nos olhos, sentindo desejo queimar entre nós dois, enquanto eu enroscava meus dedos no elástico da cueca, puxando-a para baixo, e ele se livrou dela, chutando-a para longe.
Troquei nossos corpos de posição e empurrei , de forma suave, contra o colchão, e ele sorriu em resposta. Caminhei de forma sorrateira até ele, mantendo sempre seu olhar fixo no meu. Mordi o lábio com força, e ele gemeu rouco em resposta. Aquilo foi o que eu precisava para continuar. Passei a unha por toda a extensão da coxa desnuda, sentindo-o se arrepiar com o toque, tencionando-a em resposta. Parei meu dedo na virilha dele, e ele arfou, desejando o contato, que eu não neguei. Segurei-o com vontade, apenas para vê-lo fechar os olhos com força, enquanto eu me encaminhava até o ponto certeiro. abriu os olhos, buscando os meus, e eu mantive o contato enquanto ele me preenchia por completo.
Demorei um tempo para me acostumar, de novo, a toda aquela sensação que ele me causava, antes de começar a me mexer de forma suave. Não demorou muito até que ele encaixasse as mãos na lateral da minha cintura, acelerando os movimentos, ditando o ritmo que mais nos satisfaria.
me amou da forma única que só ele sabia fazer, e eu o amei em resposta. Eu não precisava de mais nada no mundo, desde que eu tivesse o homem da minha vida perto de mim. Ou melhor, desde que eu tivesse os homens da minha vida comigo.

(...)

No dia seguinte, acordei com um peso em minha cintura e, ao lembrar-me da noite anterior, me dei conta de que era . Eu não estava sonhando, era tudo real. Desvinculei-me do abraço dele e fui até o banheiro. Tomei banho e coloquei a mesma roupa que vesti ontem à noite antes de tudo.
Desci até a cozinha e encontrei Dona Lurdes, e ela não se aguentou de tanta felicidade em me ver de volta, que me apertou em seu abraço de mãe. Ela me ajudou a fazer uma bandeja de café da manhã para e, assim que acabamos, subi de volta para o quarto. Apoiei a bandeja no criado-mudo e fui acordar meu baixinho.
— Acorda, meio metro, fiz nosso café. — falei, distribuindo beijo por todo seu rosto.
Ele me olhou e um sorriso brotou em seus lábios, quase que instantaneamente. Ele foi ao banheiro, fez sua higiene matinal e, quando voltou para a cama, eu já estava comendo.
— É, gordinha, nem me esperou, não é. — falou, vindo à minha direção e selando nossos lábios. Comemos nosso café em meio à conversa e muito carinho. Eu estava completa e não me cansaria de falar isso nunca.
Eu me encontrava sentada entre as pernas do . Meu corpo estava meio de lado, fazendo com que meu rosto se encontrasse na curva de seu pescoço e, de repente, escutei um barulho de câmera e sorrindo maliciosamente. Eu fiz cara de tédio e o deixei fazer o que queria, não iria adiantar eu brigar.
Percebi que se tratava de foto no Instagram quando meu celular acendeu com uma notificação. Na mesma hora abri a notificação, a fim de ver o que ele havia postado, e vi que era uma foto de nós dois. Na imagem, ele me olhava e estava com a mão em minha barriga. Eu estava com os olhos fechados e a cabeça apoiada em seu ombro. A foto estava linda e a legenda conseguiu me deixar com o sorriso mais bobo do mundo: “Mas se ela sorrir, a luz colore a vida. Amo muito vocês.” Olhei para ele e não segurei o choro. Logo o beijei, e nosso beijo tinha o gosto salgado das minhas lágrimas. Lágrimas estas de felicidade.
— Nós dois assim, juntinhos, me lembra do nosso início de namoro. Você lembra quando eu te pedi em namoro? Eu estava muito nervoso. — comentou, sorrindo, e eu ri, lembrando a cena.

— FLASHBACK ON —

Hoje fazia um mês desde o dia em que eu e ficamos pela primeira vez e íamos sair para jantar. Ele me disse que queria me fazer uma surpresa, então me arrumei e, quando deu a hora marcada, recebi uma mensagem avisando que já estava na porta da minha casa. Eu desci e encontrei um muito bem arrumado e cheiroso. Ele me surpreendeu com um beijo de tirar o fôlego, abriu a porta do carro para mim e contornou o mesmo para ir para o banco do motorista.
Logo chegamos a um restaurante brasileiro que disse que Juli recomendou, e eu apenas assenti em resposta, já imaginando que viria algo bom daquilo tudo. Ele me fazia rir o tempo todo, e aquilo deixava todo o clima ainda mais suave. Eu estava distraída com a minha sobremesa, e isso fez com que tocasse minha mão de leve, apenas para chamar minha atenção.
— Sabe, , nunca eu senti por uma pessoa o que eu venho sentido por você. Quando eu tô com você, mantenho o sorriso do rosto e, quando não estou contigo, tudo é chato. — falou, e eu imediatamente senti meu rosto ficar quente. — Já disse que adoro quando você fica com vergonha?
— Para, , odeio ficar com vergonha! — ele deu uma risada nasalada, e eu quis bater nele.
— Linda, não precisa ter vergonha, só tô falando a verdade. Mas eu queria te perguntar uma coisa e vou ser direto, porque não sou bom com palavras, sabe como é... Enfim, queria saber se você aceita namorar com esse meio metro de gente aqui. — estava nervoso, eu percebia pela sua voz, e confesso que ele me pegou de surpresa, mas eu nunca tive uma certeza tão grande na vida quanto ao fato de que eu aceitaria.
— Confesso que me pegou de surpresa, eu nunca fui boa com coisas desse tipo, principalmente relações, mas, no momento, é a única certeza que eu tenho. Eu aceito sim, ! — ele levantou e veio em minha direção. Eu levantei também e nos beijamos, sem se importar com nada.
O restante do jantar foi com o fazendo palhaçadas e me chamando de namorada o tempo todo.

— FLASHBACK OFF —

Rimos com as lembranças e passamos a manhã inteira juntos, agarradinhos, vendo televisão. Na parte da tarde, eu tinha que ir trabalhar, contra a vontade de , mas fui. Antes de sair, já deixou avisado que me buscaria para irmos jantar com o pessoal.
Trabalhei a tarde toda e, como era véspera de PFW, meu ateliê estava uma loucura, com todo mundo correndo de um lado para o outro, desesperados, querendo deixar tudo pronto o quanto antes. Logo o fim do dia chegou e eu fui para casa. Chegando lá, tomei um banho e me vesti para esperar me buscar.
Quando chegou, ele estava incrivelmente lindo, e logo fomos em direção a um restaurante brasileiro, onde íamos encontrar todo mundo. Chegamos lá, conversamos muito, fizemos nossos pedidos e comemos. A noite estava sendo ótima, eu estava amando. De repente, levantou, dizendo que ia ao banheiro, mas, no meio do caminho, desviou para o lado do cara que estava tocando lá naquele dia, entregou um papel e Marry You do Bruno Mars começou a tocar. Não demorou muito até que pegasse o microfone, me deixando nervosa e levemente envergonhada. Eu não fazia ideia do que o baixinho estaria aprontando, mas, com certeza, algo bom viria daquilo. Principalmente com a música que enchia o salão.
, desde que te conheci, tive a certeza de que você surgira para ser a mulher da minha vida, para toda a minha vida. A única e eterna, a mais amada dentre todas as outras do mundo, aquela a quem eu deveria dedicar todo o meu carinho e atenção. Passaram-se dias, semanas e meses, e o tempo apenas reforçou a minha adoração à criatura mais doce e mais bela que o Criador colocou na face da terra.
Eu já estava com os olhos marejados, completamente emocionada. Lá no fundo eu já sabia o que aquilo significava, mas fazia questão de esperar para saber que fim ele daria naquilo.
— Você me proporciona tudo o que eu poderia desejar encontrar em um ser humano, pois me dá carinho, conforto, atenção e tranquilidade. Você me dá alegria a cada vez que sorri ou olha para mim, e me dá prazer a cada vez que toca a minha pele com suas mãos e com os seus beijos. Eu sei que te amo e não sinto o peso de carregar todo este amor em meu coração porque, pelo contrário, é este amor que me dá força e coragem para suportar o peso de todos os contratempos e adversidades do dia a dia, principalmente tudo de ruim que já passamos juntos e separados. Quando penso em você, revitalizo o meu espírito e renovo os meus sonhos de futuro, e você sempre faz parte destes sonhos. Aliás, se não fosse assim, não seriam sonhos! Tenho a certeza de que este período em que estamos juntos é o período mais belo e mais feliz que já vivi. Quando você surgiu, veio preencher um espaço que eu nem desconfiava estar vazio, que eu nem imaginava existir. Hoje, olho para o passado e percebo o quanto a minha vida era oca, o quanto o meu cotidiano era sem graça e quanto tempo eu perdia em conversas vãs ou em outras atividades que não acrescentavam nada à minha essência. O seu amor me transformou, e hoje faz com que eu entenda o mundo e as perspectivas futuras sob uma nova ótica, uma ótica que privilegia os esforços cooperados e o desejo de conquistar para, depois, dividir. Dividir com você, desfrutar com você o resultado das boas colheitas. — eu já chorava horrores, e Ka, emocionada, me abraçava de lado. — Por tudo isso, minha querida, é que eu preciso lhe fazer uma pergunta e espero que ela não lhe traga surpresa ou espanto, mas apenas alegria, como também me trará a maior alegria do mundo se eu tiver uma resposta positiva para ela... Quer casar comigo?
esperou a música terminar e veio em minha direção, se ajoelhou e abriu uma caixinha de veludo com duas alianças dentro, enquanto eu cobria o rosto com as mãos e chorando mais ainda. Ele esperava a minha resposta. Na verdade, não só ele, nossos amigos e todo o restante do restaurante olhavam em minha direção à espera de uma resposta.
— Bom, nada do que eu falar agora vai chegar aos pés de tudo isso que você fez e falou por mim! Mas posso dizer sim, mil vezes sim para você, meio metro! — fui em sua direção e o beijei. Durante o beijo, ouvimos palmas. O restaurante inteiro prestava atenção em nós.
Ficamos mais um tempo ali e depois fomos a um pub nos divertir, como nos velhos tempos, e comemorar o meu noivado. Estávamos todos felizes. Eu tinha me reconciliado com meu namorado, que agora era noivo, e as meninas também estavam de bem com a vida. Eu sentia que agora sim a minha vida iria andar para frente. Seríamos eu, minha princesa e meus dois homens, pelo resto da eternidade.

(...)

Eu estava com exatas trinta e seis semanas de gestação, e Luna tinha me advertido que meus filhos poderiam nascer a qualquer momento. As meninas estavam em casa combinando algumas coisas para o nosso casamento, que seria em seis meses por minha causa. Pedi para esperarmos até que as crianças estivessem com seis meses para facilitar um pouco toda a situação. Eu fui em direção à cozinha para pegar água quando senti um líquido quente escorrer pelas minhas pernas. Mantive a calma e chamei as meninas.
— Gente, minha bolsa estourou! Ka, pega a bolsa dos bebês no quarto deles, Ju, pega a minha no meu quarto, e Isa, pega minha chave do carro, que vou descendo com a Mari.
E elas acataram aos meus pedidos. Os meninos estavam treinando e tinha ido com eles naquele dia. No caminho até o hospital enquanto eu ligava para Luna, uma das meninas ligava para os meninos.
As minhas contrações estavam aturáveis até eu chegar ao hospital. Chegando lá, fui direto para a sala de parto e rapidamente fui anestesiada, já que eu não tinha dilatação suficiente para parto normal, então Luna optou por cesariana. Eu não importei tanto, nunca fui apegada a essas coisas de parto normal, só queria segurar meus filhos logo. segurava a minha mão e eu percebia que ele estava mais ansioso que eu, quando, de repente, um choro estridente interrompeu meus pensamentos, sendo seguido de perto por outro, e surgiu com dois pacotinhos azuis em minha direção.
— Loira, eles são a coisa mais linda do mundo, têm os seus olhos. — ele chorava fraco, e, ao ver meus filhos, duas misturinhas fiéis de mim com , eu não segurei o choro.
— Ele tem a sua boca, amor, enquanto ela tem o seu nariz. Eles são nossos, de verdade. — eu soluçava e selou nossos lábios, nossas lágrimas misturavam-se.
Lembrava-me de ter observado meus filhos e ter entregado-os para a enfermeira para o primeiro banho deles, e então o cansaço me venceu. Quando eu acordei, já estava em meu quarto. Estavam só as meninas.
— A mamãe mais linda de todas acordou! — Mari veio em minha direção falando. Ju segurava Bernardo com uma cara de boba, Isa segurava Sofia e Ka as observava com um sorriso bobo no rosto. — É uma pena a Juli não estar aqui, mas já mandei uma mensagem para ela avisando o nascimento dos nossos pequenos.
— É uma pena mesmo, queria aquela doidinha aqui para estar tudo completo. — comentei, meio cabisbaixa, lembrando de semanas atrás, quando tudo aconteceu.

— FLASHBACK ON —

Eu e não estaríamos no San Siro porque Luna não me permitiu viajar por conta da minha gravidez, mas ainda assim nós almoçamos com todo mundo e os levamos até o aeroporto. Voltamos para casa e esperamos ansiosamente até o jogo começar. O PSG jogou e ganhou com um placar apertado, sofrido. Finalmente o título da UCL estava nas mãos do PSG, éramos os campeões da Europa, e eu estava muito feliz, desejando muito estar lá no estádio para comemorar com todo mundo.
Após toda a comemoração, as meninas me ligaram, mas, apesar da clara felicidade, senti uma pontinha de preocupação na voz de Ka ao me avisar do sumiço repentino de Juliana.
— Pois é, , os meninos estão todos muito felizes, menos o Edi, que brigou com a Juliana, e ela saiu sem falar nada. Quando fomos procurar por ela, não a encontramos no hotel, e então a recepcionista falou que ela já tinha fechado a conta e tudo mais. Não fica nervosa que logo mais ela aparece ou mesmo dá notícias, ok?
— Tomara que esteja tudo bem, manda um beijo para todo mundo aí e volta logo, que meus filhotes não demoram muito a nascer não. — Ka e eu rimos.
Acabou que Juli deu notícias no dia seguinte dizendo que estava bem e que só precisava de um tempo sozinha.

— FLASHBACK OFF —

Depois da lembrança, eu e as meninas ficamos conversando até os meninos chegarem. logo veio em minha direção e sentou na cama ao meu lado enquanto os meninos se juntaram às suas respectivas namoradas. Luna permitiu aquela bagunça porque eu estava bem e nos conhecíamos, mas pediu para que todo mundo não demorasse muito por causa dos outros quartos.
Eu estava mais feliz impossível. Tinha meus filhos nos meus braços e o homem da minha vida ao meu lado, sem falar nos meus melhores amigos, que, tirando a Juliana, estavam todos ali, digo fisicamente, porque tinha certeza de que, mesmo longe, ela era meu porto seguro e estava com os meus filhos em pensamentos. Eu resolvi aproveitar a presença de todos e dizer qual seria o casal de padrinho do meu pequeno Bernardo e da pequena Sofia. Estavam todos eufóricos, era uma falação danada, mas eu amava aquilo, uma bagunça organizada, a minha bagunça.
— Galera — eu chamei a atenção de todos. — Eu queria aproveitar que ‘tá todo mundo aqui, menos a Juli — percebi Cavani abaixar a cabeça, mas continuei falando. —, para dizer quem eu e o escolhemos para serem padrinhos dos nossos filhotes. Na verdade, eu queria colocar todo mundo, mas eu não posso, então tive que escolher um casal para cada. Eu escolhi a mulher e ele, o homem. Fui meio do contra, para variar, normalmente se escolhe como madrinha quem está do seu lado quando você e seu bebê precisam, mas, por um azar, essa pessoa não estava comigo quando eu mais precisava, e eu tenho certeza de que ela se culpa por isso, tenho certeza de que, se ela pudesse voltar no tempo, ela não estaria em Nova Iorque quando eu descobri que os nossos pequenos iam chegar. Mari-mãe, eu queria saber se você aceita ser, além de tia, a segunda mãe do meu filho. — os olhos da minha amiga brilhavam. Eu tinha pegado todo mundo de surpresa, principalmente ela.
— Mas é claro, . Na verdade, eu nem sei se eu mereço. Enquanto você sofria aqui, precisando de mim, eu estava longe. Tem certeza disso? — ela veio em minha direção e eu só balancei a cabeça positivamente. Ela me abraçou e depositou um beijo na testa do agora nosso filho.
— Bom, fofura a parte, quero dizer que o homem que eu escolhi para cuidar do meu filho na minha ausência é meio óbvio, mas eu vou contar mesmo assim. Ele é um cara que, se não fosse o empurrãozinho dele, eu não teria esse filho. Ele me apresentou a mulher da minha vida, me trouxe para Paris para uma vida melhor. David, você aceita ser padrinho do meu filho? — David estava espantado. Sua face tinha um misto de surpresa com alegria. Ele foi até , deu um abraço e veio até a mim, me dando um beijo na cabeça e fazendo um carinho no, agora, nosso filho também.
— Queria deixar claro que eu e escolhemos separados e ser um casal de verdade é coincidência, ok? — falei, levantando as mãos em rendimento e fazendo todos no quarto gargalharem. — Pessoas lindas, ainda não acabou. — eu disse, chamando a atenção de todo mundo para mim novamente — Eu e o já escolhemos os padrinhos da Soso, e vamos inverter a ordem: o vai falar quem ele escolheu.
— Bom, eu e a invertemos e eu escolhi a madrinha e ela, o padrinho. Eu, como todos sabem, cometi um erro, não acreditei na mulher da minha vida e, ao errar com ela, eu ganhei cinco inimigas de início, mas logo eu consegui mostrar o meu lado da história para uma, que, além de me perdoar, não me deixou por fora da gestação dos meus filhos. Isabela, você aceita ser madrinha da minha pequena? Sei que do mesmo jeito que você me ajudou, vai estar do lado dela para o que precisar. — Isa não se aguentou e correu até , lhe dando um abraço apertado. Pude notar o olhar de Ibra sobre a mulher. Ele tinha um sorriso lindo no rosto e a olhava com um amor invejável.
— Claro que eu aceito, baixinho, vou cuidar dela como se ela fosse minha! Na verdade, ela é. — todo mundo riu e Isa voltou para seu lugar ao lado de Ibra.
— Bom, eu confesso que meu marido me surpreendeu, e, para fazer par com a Isa, queria saber se um uruguaio que eu tanto brigo quando erra o gol aceita ser padrinho da minha menina. — Cavani, que mexia no celular, parou e me olhou. Todo mundo ficou surpreso, principalmente ele. — Sim, Edi, você! Independente das suas brigas com a Juliana, você é nosso amigo e te amamos também.
, eu não tenho palavras, só te garanto que a nossa flor estará em minhas mãos e eu prometo cuidar dela como se fosse minha, igual a Isa falou. — Cavani disse, vindo até a mim. Me abraçou e fez um leve carinho em Sofia.

(...)

No final da tarde, todo mundo foi embora e só ficamos eu, , Bernardo e Sofia. segurava Bernardo enquanto eu tinha Sofia em meus braços. Eu não sei quanto tempo fiquei observando nossos filhos, só sei que, quando percebi , nos olhava com um sorriso bobo na cara.
— Tá feliz, mamãe? — se encontrava sentado na cama do hospital ao meu lado.
— Mais feliz impossível, papai. — olhei para ele. estava com os olhos cheios de lágrimas e, ao piscar, não aguentou segurá-las, e então selei nossos lábios.
— Agora que os nossos pacotinhos estão em nossas mãos, só falta casarmos, hein. E com direito a decoração igual à festa de ano novo do PSG. — eu escondi o rosto ao ver relembrar o nosso primeiro ano novo juntos.

— FLASHBACK ON —

Eu estava ansiosa por aquele ano novo. Tinha acabado de voltar do Brasil com , fui levá-lo para conhecer meus pais e ele me levou para conhecer os dele. Minha família adorou o baixinho. Ele e meu irmão se deram muito bem, um disputava com o outro quem contava a melhor piada. Minha mãe falou que eu não poderia ter escolhido namorado melhor. Quem não agradou muito no início foi meu avô, que sempre sentiu ciúmes de mim, mas, com dez minutos de conversa com , já estava chamando-o de neto.
Iria ser meu primeiro ano novo acompanhada de um homem, e as meninas já tinham percebido a minha ansiedade em encontrar . Iríamos todos para uma festa dada pelo PSG. Eu tinha feito um vestido para cada uma das meninas, e me encontrava com um vestido branco solto, carteira e salto preto com acessórios dourados. Modéstia parte, todas as meninas estavam muito lindas. Eu tinha arrasado nos vestidos.
Os meninos nos buscaram e eu fui com o e a Mari no carro do David. O caminho até a festa foi divertido. Os meninos faziam palhaçada o tempo todo, e eu e Mari só sabíamos rir. Ao chegar lá, fiquei maravilhada com a arquitetura do local, que estava muito bem arrumado. Demos nossos nomes na porta e adentramos a festa. A decoração de dentro estava perfeita, e eu queria ficar lá pra sempre.
, olha que linda a decoração desse lugar! — eu disse, maravilhada.
— É linda mesmo, , e saiba que quando a gente casar vai ser assim também. — ele respondeu, e eu corei na hora, nunca com um mês de namoro um cara tinha falado em casamento comigo.
— Que bobo, mas beleza então, serei uma noiva feliz! — respondi, entrando na brincadeira.
A noite estava sendo ótima, e aproveitamos tudo ao máximo. Quando faltavam dez minutos para a virada, anunciaram no microfone que todos deveriam ir para a área externa para a queima de fogos, então pegamos nossas taças de champanhe e fomos em direção ao local indicado.
Quando chegou a hora, uma contagem regressiva começou.

10
9
8
7


grudou nossos corpos, passando a mão pela minha cintura.

6
5
4


Apoiou a cabeça em meu ombro e depositou um beijo no meu pescoço.

3
2
1


— Feliz ano novo, minha linda! — ele me desejou no pé do meu ouvido, me fazendo arrepiar, então eu me virei de frente para ele, toquei nossas taças e tomei um gole.
— Feliz ano novo, baixinho, que 2015 seja o nosso ano! — mal terminei de falar e ele colou nossos lábios.
Naquele momento, eu percebi que era aquilo que eu queria para o resto da minha vida: eu e aquele meio metro de gente que já amava muito, apesar do pouco tempo juntos.

— FLASHBACK OFF —

Passamos aquela noite conversando sobre nossos filhos, fazendo planos e sonhando com nosso futuro, que agora tinha dois novos personagens mais que importantes.

(...)

O dia 16 de novembro de 2016 foi, sem dúvidas, um dos mais felizes da minha vida. Depois do nascimento dos meus tesouros, o dia do meu casamento era o dia mais memorável na minha vida, mas acho que não só na minha, como também das minhas melhores amigas. Sabe aquelas doidinhas, que a cinco anos atrás estavam ao meu lado tanto nos momentos felizes quanto nos tristes? Então, ainda era assim. Éramos cúmplices, comadres, amigas e, o mais importante, irmãs até hoje.
Hoje, dia 16 de novembro de 2021, era o lançamento da minha coleção de roupas assinadas por Karl Lagerfeld. Estava podendo, não é? Se me falassem que isso aconteceria, eu iria rir na cara da pessoa. Onde já se viu, um dos maiores designers de moda assinando uma coleção minha, só em sonho mesmo, mas não, aquilo estava acontecendo mesmo.
Era para cada casal estar em uma segunda lua de mel hoje, porém as meninas se negaram a sair do meu lado em um momento como esse. Ka disse que “jamais que perco Karl Lagerfeld assinando uma coleção da minha melhor amiga”, enquanto Ju não sabia o que falar de emoção. Isa disse que “não perde uma boca livre por nada” e, enquanto Mari dava um de seus discursos de mãe feliz pelo sucesso do filho, e Juliana brigava comigo, falando que “onde já se viu, ela não fazer o cardápio de um dia tão importante” para mim. Eu não tinha o que reclamar, tinha filhos maravilhosos, meio metro de marido que me amava e amigas, que até seus defeitos eram qualidades.
Eu acordei bem disposta no dia. Minha noite tinha sido um tanto quanto agradável, Soso e Bê dormiram na casa de amigos e fez nosso jantar de aniversário de casamento. Da mesa, fomos para a cama. Foi perfeito. Hoje eu e as meninas tínhamos o salão o dia todo e o lançamento era só no final da tarde. Quando acordei, não estava mais na cama. Fui para o banheiro tomar banho para terminar de acordar, entrei no banho ouvindo a minha playlist de banho, que se transformava em show. Ao olhar para a porta no meio de uma dança esquisita, percebi a presença de me olhando com um sorriso bobo de canto e a mão na cintura.
— O show está lindo, loira, mas não demora que se não o café esfria, ok? — ele jogou uma piscadela e saiu do quarto, balançando a cabeça e rindo.
Terminei meu show, ops, banho, vesti uma blusa do , que estava por ali mesmo, e fui em direção à nossa cama. Ele estava sentado na mesma com uma super bandeja à sua frente, já comendo.
— Nem me esperou, não é, meio metro. — fiz cara de brava e ele me puxou para um abraço.
— Ah, , você estava super empolgada com o seu show, que achei que fosse demorar.
— Só perdoo porque está tudo lindo e gostoso e vou passar o dia todo longe de você por conta da preparação do lançamento. — ele fez biquinho e lhe dei um beijo — Preciso de alguns favores seus, ok? — ele mexeu a cabeça, afirmando, e eu continuei. — Você tem que buscar nossos filhotes na casa dos amiguinhos e trazer aqui para casa para eles se arrumarem. Tem que buscar a Dona Marta em casa também. Ela vai arrumá-los e vai com você para o lançamento e lá nos encontramos.
— Vamos ficar sem nos ver até o lançamento? — ele fez uma cara de cachorro que caiu da mudança e eu quase bati de tanta fofura.
— Sim, senhor drama, mas não fica triste que passa rapidinho. — apertei sua bochecha e me levantei, indo em direção ao closet para me arrumar.
Quando eu já estava pronta, encontrei um me olhando com uma cara de quem aprontou. Fui em sua direção e apoiei meus braços em seus ombros.
— Desembucha, o que você quer ou fez?
— Bom, como eu já gastei toda a fofura da minha vida no seu pedido de casamento — ele colocou as mãos na minha cintura —, eu vou direto ao assunto. Eu comprei um presente para você. Assim que eu soube da coleção assinada por aquele esquisito de cabelo grande, eu pensei que você merecia um presente a altura para ser usado hoje, e mais uma vez tentando recompensar a falta da lua de mel que você realmente merece. — ele se afastou, foi até o criado-mudo e tirou de lá uma caixinha aveludada preta. — Sabe, , não tenho palavras para dizer o quão feliz eu sou ao seu lado, e você merece todos os presentes do mundo por ser a melhor mulher do mundo e estar sempre ao meu lado. — eu já estava chorando a essa hora. — Obrigado por tudo, desde os momentos naquela cama só nós dois — ele apontou para a nossa cama —, até os momentos em família com nossos tesouros. — ele abriu a caixinha e lá tinha um anel lindo, que tinha uma pedra grande rodeada de pedrinhas brilhantes.
do céu, eu não preparei nada, você sabe o quanto esses dois últimos meses foram bagunçados para mim. — ele sorriu e pegou minha mão. Colocou o anel e beijou a mesma. — E a nossa lua de mel foi perfeita, diferente, mas perfeita. Já disse que só a nossa noite de núpcias compensa tudo.

— FLASHBACK ON —

e eu tínhamos nos preparado para viajar para alguns lugares na nossa lua de mel, mas a internação da Juli não permitiu irmos muito longe, e todos os planos de foram por água abaixo. Viajamos pela Europa mesmo para conhecer alguns lugares desconhecidos e visitar lugares já conhecidos que gostávamos sem nos afastar muito de Paris.
— Loira, acabei de falar com Cavani no telefone e ele disse que a Juli está bem e que era para a gente aproveitar. — estávamos na estação esperando o trem que nos levaria a Londres, nossa primeira parada. — Ele tem o número da casa do David de lá e disse que qualquer coisa liga. — concordei com a cabeça e liguei para a minha mãe, que estava com a mãe do , cuidando dos nossos filhos na nossa ausência.

(...)

Antes de cada destino novo, ligávamos para Cavani e Juliana para saber a situação dos bebês, e só íamos para o destino com a certeza de estarem todos bem. Foram quinze dias de amor, passeio, diversão e ligações para Paris, ora para saber dos nossos filhos, ora para saber de Juli.

— FLASHBACK OFF —

— Você já veio preparada, minha loira, não precisa se preocupar. Só de continuar ao meu lado eu já ganho um presente. — ele me puxou para um abraço e eu lhe dei um beijo, beijo esse que causava o mesmo efeito que a cinco anos atrás. Fomos interrompidos pelo meu celular, que indicava que as meninas tinham chegado. Despedi-me de e desci para encontrar-las.
O caminho até o salão foi divertido com tudo que fazíamos juntas. Eu tinha feito reserva no nosso salão favorito com um cabeleireiro e duas manicures para cada, nossos vestidos já estavam lá e, de lá, iríamos direto para o lançamento.
— Dona , eu reparei nesse farol aí no seu dedo, hein, pode falando o que é isso, presente do maridão? — Isa disse enquanto mexia no celular.
— Ah, gente, esqueci-me de falar, é meu presente de aniversário de casamento. E mais uma coisa para compensar a nossa lua de mel diferente — senti Juli abaixar a cabeça. — Que, para mim, foi perfeita, pode ficar tranquila, dona Juliana. — ela me olhou e senti um alívio em seus olhos. — Eu disse para ele que só a nossa noite de núpcias compensa a vida.

— FLASHBACK ON —

Após a nossa festa de casamento, que foi maravilhosa, e eu entregamos nossos filhos para nossas mães e saímos da festa à francesa. Queríamos evitar inúmeras despedidas e queríamos estar sozinhos o mais rápido possível. Troquei de roupa e saímos. Um carro nos esperava na porta e, assim que entramos, o motorista nos levou até o destino, que já havia informado e fazia questão de não me contar.
Após aproximadamente quinze minutos, chegamos ao nosso destino. O carro parou em frente a um hotel cinco estrelas. O motorista desceu e abriu a porta para nós descermos. me guiou até a recepção, e um funcionário pegou nossas coisas. Enquanto meu marido conversava com a recepcionista, eu observava a arquitetura impecável do local.
— Nosso quarto ‘tá liberado, loira. Vamos? — confirmei com a cabeça e fomos em direção ao elevador. Nós nos olhávamos e nos segurávamos para não começarmos nossa noite ali mesmo. O nosso andar não chegava, e eu já estava desesperada.
O elevador mal chegou ao nosso andar e me puxou em direção ao nosso quarto. A porta logo foi aberta e, quando vi, já estávamos nos beijando. Éramos assim, desejo à flor da pele, principalmente quando estávamos sozinhos e podíamos nos dedicar ao amor que sentíamos na sua forma mais pura e mais brutal.
Nós dois nos amamos algumas vezes naquela noite e foi, sem dúvidas, a melhor noite da minha vida. No dia seguinte, fui acordada com um lindo café da manhã e mais carinho do meu marido. Ficamos o dia todo nos amando e fazendo planos para a nossa nova vida.

— FLASHBACK OFF —

— Terra para ! — Glaubert passava a mão em frente ao meu rosto. — Te perguntei se queria o cabelo preso ou solto e você simplesmente me ignorou. — meu cabeleireiro me acordou das lembranças, se fazendo de ofendido.
— Não estou te ignorando, seu bobo, só estava pensando em outras coisas.
— Coisas liberadas para o horário, ? — Juli brincou.
— Minha noite de núpcias, imaginem vocês. — respondi com um sorriso sacana.
Estávamos nos divertindo horrores naquele momento menininha só nosso, até que meu celular tocou e a foto de apareceu na tela. Não consegui falar alô porque já foi falando.
— Loira, não queria atrapalhar seu dia, mas não sei onde nossos filhos estão, onde tenho que buscá-los e o endereço da Dona Marta. — eu só consegui rir do desespero dele. — Não é para rir, ok? Estou que nem doido nessa casa e você aí, no salão.
— Calma, , vou te mandar por mensagem todos os endereços. Você já foi a todos os lugares, só não lembra. Fica calmo e qualquer coisa pode me ligar, só relaxa, ok?
— Ok, vou me acalmar e qualquer coisa te ligo. Te amo.
— Te amo. — desliguei a ligação e contei para as meninas, que riram muito do desespero do baixinho.
O dia passou rápido. Almoçamos no salão mesmo e, faltando uma hora para o evento, já estávamos todas prontas. Um carro nos levaria até o local do lançamento e assim fez. Ao chegarmos, indiquei o lugar das meninas com as respectivas famílias e liguei para para avisar que havíamos chegado e ele já podia ir.
Logo minha família chegou e as das meninas também. Estava tudo perfeito. Ka fez questão de se sentar ao lado de Karl e conversar com ele durante toda a noite. Percebi a presença de várias pessoas importantes, desde grandes modelos a renomadas blogueiras de moda. Conversei com muitas pessoas, tirei mais fotos ainda.
A maioria das pessoas já tinha ido embora e só havia ficado nós e as crianças, que eram muitas, por sinal, para a nossa merecida comemoração de cinco anos de casamento.
— Olha, eu vou puxar o brinde porque eu sou a madrinha mais linda do mundo, não é, florzinhas? — Ka se levantou e pegou sua taça. — Meninas, quero dizer que fico honrada de presenciar todos esses momentos de amor verdadeiro de vocês e que eu desejo tudo de melhor nessas uniões maravilhosas. E vocês, meninos, quero dizer que além de tudo de bom, espero que vocês cuidem muito bem delas, porque se qualquer um de vocês fizer isso — mostrou com as mãos. — Para as machucarem, eu arranco o bem mais precioso de vocês, ok? — ela terminou o discurso arrancando uma risada geral. Eu me levantei e atrai a atenção de todos para mim.
— Bom, acho que depois desse discurso um tanto quanto ameaçador da Ka, não preciso falar mais nada, não é? — brinquei. — Mentira, quero agradecer a vocês por estarem aqui, por me prestigiarem nos melhores momentos da minha vida. Um muito obrigada ao meu marido, que sempre esteve ao meu lado e me apoia nas minhas decisões. — me mandou um beijo. — Muito obrigada também às minhas amigas, que nunca saem de perto, me escutam, me ajudam e que, sem elas, eu não seria nada. Obrigada, Mari, por todos os discursos de mãe, a Ju por todos os abraços apertados, a Ka por todas as ironias que me fazem crescer, a Isa por todas as risadas e a Juli por todas as comidas e broncas de irmã mais velha. — Mari já chorava e as outras me olhavam com cara de boba. — Obrigada também aos meus outros maridos, David, Rafael, Adrien, Zlatan e Cavani. — apontei para eles e prossegui. — Se vocês fazem as minhas amigas felizes, eu estou feliz. Então, antes que a Mariana desidrate, eu brindo a isso, a nós, ao amor e a nossa união que será eterna se depender de mim. Amo vocês. — levantei minha taça e fui acompanhada por eles.
— Um brinde a isso. — falaram todos em coro.

Eu estava completa, tinha ali meu marido, meus filhos e meus melhores amigos. Não trocava aquilo por nada nesse mundo.

“We still love, we still love
Real love will make us know who we are”


Fim



Nota da autora: Oi meus amores, tudo bom?
Então, eu realmente fiquei pensando se eu deveria ou não postar essa fic um dia, mas acho que chegou a hora de deixar essa história ver a luz do sol né? Agradeçam a Juliana por isso, porque é por pura insistência dela que eu tô fazendo isso acontecer… Bom, espero que vocês tenham gostado da história, de como os personagens principais se envolveram e tudo mais… Sei que foi curtinha, mas tenho certeza que deu pra entender a relação deles né?! No mais quero agradecer a Ju pela confiança e por toda a paciência comigo… Te amo luz!
Qualquer coisa me chamem no twitter que a gente conversa tá?
Um beijo,
Aninha.





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