FFOBS - 14. Facedown, por Mariana Dias


14. Facedown

Finalizada em: 15/08/2018

Capítulo Único

07 de Dezembro de 1941
Filme de terror. Essa foi a única palavra que veio em minha cabeça ao ver o caos em que se encontrava Pearl Harbor.
Caminhei em meio aos escombros do hospital procurando mantimentos, remédios, curativos e tudo que pudesse ser útil para cuidar dos feridos.
- Vem ! – Jane gritou do outro lado do que costumava ser a ala de atendimento.
- Vamos enquanto podemos sair vivas daqui.
Corri o mais rápido que pude e mesmo assim não foi o bastante. Ao ouvir o grito assustado de Jane olhei as grandes janelas e fui tomada pelo choque. Um avião em chamas vinha em nossa direção.
Fechei os olhos sem me importar com as lágrimas que rolavam livremente em meu rosto. Apesar do medo, a única coisa em que eu pensava era naqueles benditos olhos azuis, e em como eu abriria mão de tudo para estar junto de uma última vez.

05 de Janeiro de 1940
Terminei de passar o batom vermelho intenso e sorri para as meninas com quem eu dividia a casa. Éramos 4 no total, eu, Jane, Eliza e Maggie. Todas trabalhavam no hospital construído em Pearl Harbor especialmente para atender soldados, marinheiros e aviadores, já que Pearl Harbor era uma das principais bases militar.
- Todas prontas? – Maggie perguntou indo em direção a porta – Espero que hoje eu encontre meu marinheiro!
Sorri observando a animação e certa expectativa, não só de Maggie, mas de todas nós.
Chegamos na famosa discoteca e o movimento já estava em seu ápice. O local estava repleto de militares, médicos e enfermeiras, mas no momento ninguém mais se importava com trabalho ou obrigações, ali eram só jovens e adultos querendo se divertir e espairecer.
- Bom meninas – disse Jane levantando-se de nossa mesa – Eu não sei vocês, mas eu não vou ficar parada a noite inteira.
Jane sorria maliciosamente em alguma direção, e quando virei para observar o que tanto a fascinava, pude ver três homens com belos trajes militar, e um deles sorria com a mesma intensidade na direção da minha amiga. Mas isso não me importou, na verdade, nada mais me importava a não ser aqueles hipnotizantes olhos azuis que me observavam atentamente.
Sorri envergonhada por ser pega o admirando, mas por mais que tentasse não conseguia desviar o olhar.
- Quer um babador ? – Eliza caçoou com malícia explícita na voz– Se bem que acho que seu soldado também está precisando de um.
Dei um tapa leve em minha amiga e pude ver de longe Jane conversando animadamente com o homem que chamara sua atenção, antes deles rumarem para a pista de dança.
- O que acha de fazermos o mesmo?
É possível congelar e se sentir quente ao mesmo tempo? Descobri que sim, já que senti meu rosto esquentar ao mesmo tempo em que minhas mãos ficaram frias e meu corpo arrepiado.
Virei-me de lado e pude observar melhor o soldado dos magníficos olhos azuis e voz grossa.
- Me chamo – sorriu de lado – .
- – sorri de volta e aceitei sua mão que levou docemente a minha em direção aos seus lábios, depositando um delicado beijo – Mas pode me chamar de .
- Sabe o que eu acho? – entrelaçou nossos braços quando me levantei – É um pecado ouvir Billie Holiday tocar e continuar parado.
- Eu concordo plenamente.
Em meio aos risos fomos em direção ao aglomerado de pessoas na pista de dança.
Após algumas músicas animadas e passos divertidos, senti a mão de tomar posse de minha cintura assim que “Summertime” da cantora Billie Holiday começou a tocar.
diminuía cada vez mais nossa distância, até que nossa respiração se misturou e virou uma só. depositou um beijo suave em minha bochecha e foi descendo seus lábios na direção do meu pescoço, causando arrepios e um suspiro involuntário. Senti seu sorriso em minha pele quando ouviu o ar escapar de minha boca, e exatamente ali eu soube que era causa perdida. Eu queria me entregar de corpo e alma a .

20 de Janeiro de 1940
Me repreendi ao perceber que mais uma vez estava suspirando pelos cantos feito uma tola apaixonada. O grande problema é que era isso mesmo que eu era.
- Pensando nele de novo, – Jane fez um rápido carinho em minhas costas – Sabe que isso não faz bem, querida.
- Eu só estou cansada Jane – sorri fraco - Não estou pensando nele.
- As coisas no hospital realmente estão meio agitadas, ouvi boatos de que um ataque pode estar por vir.
- Tenho minhas dúvidas – dei de ombros – Nos colocariam em alerta caso suspeitassem de algo do tipo.
- É – Jane me olhou desconfiada – Você está pensando nele sim!!
- Ah Jane – revirei os olhos – Talvez realmente esteja, mas do que adianta?
- Não fique assim, – minha amiga me abraçou – Talvez ele só esteja ocupado.
- Eu sou uma besta, isso sim – murmurei – Nós dançamos a noite toda, rimos, conversamos e até mesmo... Bom... Até mesmo – diminui o tom de voz pra contar o segredo – Nos beijamos diversas vezes. E no dia seguinte você sabe, me buscou no trabalho e me acompanhou até em casa, e nos encontramos sempre, não importava como, mas nós arrumávamos um jeito de se encontrar, mas depois ele simplesmente me esqueceu, me apagou da memória! Já faz três dias que ele não dá sinal de vida.
- Por Deus, ! – Jane deu risada – Você é muito dramática, mulher!
- E se ele estiver se divertindo com outra, Jane? Ou até comprometido com outra?
- Com licença – Eliza entrou na ala em que estávamos – Hoje começa o treinamento das enfermeiras novas, vamos precisar de vocês para auxiliá-las.
Meio sem vontade nenhuma, passei o dia explicando procedimentos básicos para as novatas, e quando finalmente caiu a noite, tudo em que eu conseguia pensar era em ir para casa e tomar um bom banho.
Fui em direção a sala das enfermeiras, o local onde guardávamos nossos pertences e realizávamos as refeições, e enquanto juntava minhas coisas não pude deixar de escutar a conversa das novas recrutas.
- Eu juro para você, Ana – uma ruiva que eu não lembrava o nome começou – Ele é o homem mais bonito, cheiroso e charmoso que já vi.
- Steph – a tal Ana disse em tom risonho – Você não acha que está indo rápido demais?
- Nunca é rápido demais com , querida – Steph sorriu de modo assanhado – Não nesse sentido pelo menos.
Bati meu armário com força e me retirei rapidamente do ambiente enquanto sentia as lágrimas escorrerem. Eu era uma tola mesmo! Aquele canalha devia ser assim com todas. Elogiar o sorriso de todas, falar palavras de amor para todas, e eu assim como todas, cai no papinho dele.
Enquanto praticamente corria em direção a minha casa com a visão embaçada por culpa das grossas lágrimas, acabei esbarrando em algo duro e forte. Algo duro e forte que me segurou e impediu minha queda.
- sorriu ao pronunciar meu nome – Ei – segurou meu rosto e secou minhas lágrimas – O que houve, ?
- Me solta – empurrei para longe de mim- Seu idiota!
- Idiota? – me encarou confusa – Posso saber o que eu fiz? – havia certo deboche em sua voz, o que me deixou ainda mais irada – Senhorita .
- Nasceu seu babaca! – me afastei lhe dando as costas – E infelizmente cruzou o meu caminho.
- Infelizmente? – deu um passo em minha direção e mesmo de costas para ele consegui sentir nossa proximidade, o que fez com que eu automaticamente estagnasse – Em apenas duas semanas você conseguiu me fazer um homem apaixonado, . Com apenas duas semanas eu pude me ver viciado no seu sorriso, no seu cheiro e principalmente nos seus beijos. Então, , eu jamais diria que meu caminho cruzar com o seu tenha sido algo infeliz.
- Foi isso que você disse para sua doce Steph? – tentei usar um tom de voz firme.
- Steph? – percebi a confusão em sua voz. – Do que raios você está falando, ?
- De uma das suas namoradinhas, – virei de frente para ele e amaldiçoei os céus quando senti os pingos de chuva extremamente frios entrando em contato com a minha pele – Por isso você sumiu não é? Precisa administrar bem seu tempo para dar atenção para todas as suas menininhas.
- Stephanie não é minha namoradinha – seu tom de voz parecia um pouco ofendido – Para ser sincero, eu não tenho nenhuma namoradinha. – se aproximou e segurou em minhas mãos – Além disso, se fosse escolher alguém pra namorar – mais um passo em minha direção - Eu escolheria a mulher mais bonita, divertida, forte, inteligente, e até mesmo teimosa, que eu conheço - mais um passo, e suas mãos deixaram as minhas e foram em direção ao meu rosto – E ela é você, .
Com isso toda distância que existia entre nós, apesar de ser pouca, se tornou extinta. O toque de seus lábios no meu era doce e apesar de não ter muita experiência, sabia que aquele era o encaixe perfeito.
Sorri após separar nossas bocas apenas para adquirir o ar escasso. encostou nossas testas e olhou em meus olhos como se pudesse ler meus sentimentos.
- Você não está com frio? – perguntei em um sussurro – Acho melhor a gente sair dessa chuva fria.
- Para ser sincero eu tô até meio quente – lançou um sorriso repleto de malícia – E sei de um bom jeito pra te aquecer.
Após selar rapidamente nossos lábios, pegou em minha mão e me conduziu com certa pressa até minha casa que não estava muito longe.
- As meninas estão na discoteca – comentei abrindo a porta de casa com urgência – Só voltarão amanhã.
- Ótimo – fechou a porta após entrar e começou a distribuir beijos e mordidas em meu pescoço – Elas não estão nos meus planos.
voltou a beijar minha boca de maneira ardente enquanto minha mão alisava seu corpo esbelto por cima da farda.
- Minha cama é um lugar confortável, Sr. – sussurrei em seu ouvido - Mas como não quero molha-la, vou ter que pedir que tire sua farda.
- Claro – apertou meus seios por cima do uniforme de enfermagem - Essa noite nós só queremos uma coisa molhada.
Sem conseguir me controlar mais, avancei em sua direção e o beijei com urgência enquanto tentava livrar seu corpo da farda encharcada. Quando finalmente consegui tirar toda aquela roupa que o cobria, não contive um suspiro admirado ao observar seu físico que parecia ter sido esculpido por deuses.
- Acho que estou em desvantagem aqui. – e sem mais delongas, começou a me despir em uma velocidade impressionante, e quando finalmente concluiu seu trabalho, me olhou com admiração e até mesmo devoção – Sabe, beijou meus seios por cima do sutiã e foi descendo até o fim da minha barriga – Se você não mostrar onde é seu quarto, serei obrigado a provar seu sabor aqui mesmo.
Antes de se levantar, o soldado deu um beijo lento em minha intimidade por cima da calcinha rendada. Senti minhas pernas fraquejarem, mas fui amparada pelos fortes braços do que me pegou no colo fazendo com que eu enrolasse minhas pernas ao seu redor.
- Segunda porta a direita. – disse antes de morder sua orelha suavemente.
Com pressa, abriu a porta do meu quarto e me jogou na cama de casal de forma a ficar por cima de mim.
- Finalmente vou poder te provar, .
Sem mais delongas, o homem deu um último beijo em meus lábios e começou a direcionar seus beijos a outros lugares e quando chegou em meus seios arqueei levemente as costas pra facilitar a tirada do meu sutiã, e após arremessar a peça longe, segurou o esquerdo com firmeza e deu início a uma massagem arrebatadora, enquanto chupava, beijava e lambia o outro com maestria.
A essa hora se perguntassem meu nome eu não saberia o que responder, no momento a única coisa que eu me julgava capaz de fazer era me contorcer e gemer.
Fechei os olhos e praticamente gritei quando senti a mão de invadir minha calcinha e começar a fazer uma massagem deliciosa em minha intimidade ao mesmo tempo em que deliciosos beijos eram depositados em meus seios e minha barriga.
Meu ventre se contraiu quando os beijos foram em direção a minha calcinha, e a sorte era que eu já estava deitada, se não eu iria em direção ao chão já completamente sem força alguma.
sorriu em minha intimidade e eu gemi em expectativa assistindo enquanto o homem mais lindo que eu já havia visto tirava minha roupa íntima.
- Espero que esteja pronta, enfiou a língua em meu ponto de prazer e a movimentou lentamente de cima para baixo – Ah sim – passou a língua em seus lábios como se degustasse o sabor – No ponto certo.
Agarrei o lençol e me contorci cada vez mais enquanto sua língua trabalhava majestosamente lá em baixo.
- A noite está só começando, .
E estava mesmo, já que depois do meu primeiro orgasmo, vieram mais três.

21 de Janeiro de 1940
- Bom dia – acordei com um beijo leve na testa e a voz grave de – Tomei a liberdade de invadir a cozinha e preparar o café da manhã.
Sentei na cama e olhei admirada para as bandejas que estavam bem na minha frente.
- , você por um acaso está tentando fazer eu me apaixonar ainda mais?
- Está funcionando?
- Mas é claro que sim. – o puxei pelo pescoço em minha direção. – Você conseguiu fazer eu me apaixonar por você em menos de 15 dias .
- Bom saber Srta. beijou minha bochecha e depois meus lábios – Agora vamos comer, eu estou faminto.
- Eu também! – sentei novamente na cama e comecei a me servir.
- Não sei como eu estou tão cansado, sabia? – disse ironicamente – E hoje acordei com esses arranhões nas costas e nem me lembro como eles vieram parar aqui.
- Talvez eu possa refrescar sua memória mais tarde, Major . – malícia escorria em minhas palavras, mas nem se comparava com o olhar quente de em mim.
- Você vai acabar comigo.
- Mais tarde – dei um beijo rápido e voltei a comer, mas como um estalo rápido lembrei dos motivos da minha chateação. – – falei em um tom de voz mais baixo do que pretendia – Por que você não me procurou mais? Você ficou dias sumido... E depois aparece Stephanie falando de você, quem é ela?
- Ah suspirou – Da mesma forma que chegaram novas enfermeiras, chegaram novos recrutas para o exército também, e eu fui na estação junto com o Coronel Studart para fazer a recepção.
- E onde entra Steph nisso? – perguntei ainda enciumada – Ela não é do exército, você não precisava ter dado às boas vindas.
- , eu sou um cavalheiro, e Steph precisava de ajuda com as malas, eu simplesmente a ajudei carregando até o táxi e me apresentei. Só isso.
- Okay...
- Você ainda tá chateada?
- Não. – falei sem encarar os olhos azuis que eu tanto amava.
- Olha pra mim, segurou meu queixo me obrigando a erguer o olhar – Eu juro que não ouve qualquer intenção de flerte do meu lado. Aliás, eu nem precisaria disso...
- O que quer dizer com isso?
- Por que eu iria paquerar alguém se tenho a mulher mais incrível do mundo, completamente doidinha por mim? – Falou estufando o peito orgulhoso.
- Doidinha por você? – falei sentando em seu colo – E de onde você tirou isso?
- Você não está? – Arqueou a sobrancelha em desafio.
- Completamente, Major.

17 de Maio de 1940
Deitei as costas na grama e segurei firme a mão de que também estava deitado.
- Parece que tudo colaborou para o nosso piquenique ser perfeito – me olhou de lado sorrindo enquanto me ouvia – Olha como o céu está incrível!
- O que faz o piquenique perfeito é a companhia.
- Quanta modéstia, – revirei os olhos segurando o riso.
- Não sei como é seu acompanhante, mas a minha é incrível ao ponto de fazer um piquenique ser perfeito em qualquer circunstância, já que eu nem me importaria com o passeio tendo ela ao meu lado.
- Sua acompanhante é uma garota de sorte, Major.
- Você que pensa – ficou por cima de mim – Eu que sou o cara mais sortudo de toda a América.
- Eu te amo tanto, sabia? – fiz carinho eu seu maxilar – Eu amo você, .
- Levanta – ficou de pé e me estendeu a mão. – Preciso te mostrar uma coisa.
Curiosa, levantei e não questionei quando segurou firme em minha mão me puxando na direção que queria ir.
- Estamos quase lá, okay? – assenti com a cabeça e mordi os lábios em expectativa – , vou vendar seus olhos com a minha mão, mas relaxa que vou te guiar.
- o que você está fazendo?
- Confia em mim, .
Literalmente sem ver nada, me deixei ser guiada por .
- Chegamos!
Quando meu namorado tirou a mão do meu rosto, as palavras simplesmente fugiram, eu não conseguia acreditar no que via ou absorver que aquilo realmente estava acontecendo e não era um sonho.
Na praia perto de onde estávamos fazendo o piquenique, tinha o pedido escrito na areia em volta de pétalas de rosa. Quando olhei para o lado com os olhos marejados vi se ajoelhar e pegar uma caixinha.
- abriu a caixinha e uma linda aliança apareceu, e se antes eu chorava, agora eu me acabava em lágrimas de emoção. – Com o tempo percebi que você é teimosa, preguiçosa e extremamente mandona - fiz uma cara confusa e ate meio ofendida, porém não interrompi – Mas também percebi que não importa quantos defeitos você tenha, não importa quantas vezes você me faça levantar para buscar um doce, eu não trocaria isso por nada. Eu amo você completamente, eu amo você em toda sua plenitude, desde a sua melhor qualidade até seu pior defeito. Você é a mulher mais linda que eu já vi! Se você conseguisse se ver como eu te vejo... Deus! Você não passaria se quer um segundo questionando sua roupa no espelho, até porque cá entre nós, eu prefiro você sem nada. – sorriu maliciosamente antes de prosseguir - , você é minha melhor parceira de dança, de conversa, de cama, e eu sinto que qualquer coisa que façamos juntos funciona de forma excepcional. Você é completa, não precisa de mim para ser feliz ou ter uma vida boa, mas eu sei que juntos podemos ser extraordinários, da mesma forma que também sei que não existe outra mulher que eu queira passar o resto da minha vida ao lado. Então , eu quero saber se você me dá a chance de ser seu marido, de te fazer a esposa mais amada do mundo. , você aceita...
- SIMMMM! – Gritei interrompendo seu discurso me jogando em seus braços – Mil vezes sim! – beijei seus lábios enquanto controlava o choro – É claro que eu aceito ser a Sra. .
- Eu te amo, você é a lua da minha vida, meu sol e estrelas.

14 de Agosto de 1940
Olhei uma última vez meu reflexo no espelho e sorri tendo a certeza que nunca estive tão linda. Um vestido branco leve parecia flutuar em mim, enquanto pequenas flores complementavam meu penteado. E obviamente meu tradicional batom vermelho intenso não poderia faltar.
Observei o dia chegando ao fim e o começo do por do sol e soube que estava na hora de ir.
A praia estava linda, com tochas acesas criando um caminho de flores rumo a direção do meu noivo. A paisagem estava linda, e não digo isso pelo por do sol do Havaí, que é o mais lindo do mundo, nem pelo mar que brilhava aquele dia... A paisagem estava linda porque o homem que eu amava me esperava para me tornar sua mulher.
- Aloha! – o Juiz de paz que ia celebrar a cerimônia começou – Estamos reunidos aqui hoje para comemorar o mais belo sentimento, o amor. Em tempos de guerra, e conseguiram encontrar algo bom, no meio do caos, ambos se acharam e encontraram luz, e perceberam então, que a vida sem o amor é uma vida vazia. Hoje na frente das pessoas do convívio de vocês, seus amigos, parentes e eu, você e você , farão um acordo e irão selar com o singelo símbolo do amor. , você aceita como sua única e legítima esposa até que a morte os separe?
- Sem dúvidas! – minhas mãos estavam entrelaçadas com a de , e nossos olhares não se desviavam por um momento.
- – prosseguiu o juiz de paz - Você aceita como seu único e legítimo esposo até que a morte os separe?
-Sim! - disse com o maior sorriso que cabia em meu rosto.
- Então eu os declaro marido e mulher, pode...
Nem esperamos o juiz terminar de falar e já estávamos selando nossos lábios e nosso futuro, envoltos de aplausos, assobios e choros emocionados.
- Eu te amo até a lua – meu marido sussurrou contra meus lábios.
- E a volta – completei e uni nossas bocas novamente.

10 de Março de 1941
- VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO !! – berrei tacando as almofadas de nossa sala em sua cara.
- Por Deus !!! – Infelizmente meu marido desviou – Você está histérica por uma bobagem dessas?
- HISTÉRICA? – Senti meu rosto esquentar de raiva – Você decide ir para outro continente lutar uma guerra que não é nossa e quer que eu simplesmente cruze os braços e te veja ir em direção a morte?
- Você confia tanto assim no meu potencial? – perguntou cruzando os braços com a voz carregada de ironia e irritação – O aliado do meu país precisa de mim, a Inglaterra tá pedindo auxílio, o que você espera que eu faça?!
- FIQUE E AUXILIE A SUA FAMÍLIA! – Me aproximei e comecei a estapear seu braço – Não a merda da Inglaterra!
- ESSE É O MEU TRABALHO, ! – foi para o outro lado da sala – Mas que droga! – puxou os cabelos – Por que você tem que dificultar tudo?
- PORQUE EU NÃO QUERO TE PERDER! – a essa altura nem me importava de estar chorando – Porque eu não posso te perder.
se aproximou me abraçando tentando me acalmar.
- Shii, – fez carinho em meus cabelos enquanto mantinha o abraço – Você sabe que vou te amar para sempre, não sabe?
- ... - solucei – Eu não vou saber fazer isso sem você.
- Do que você está falando, ? – meu marido me encarou apreensivo.
- Eu estou grávida, – observei sua expressão de choque – E eu não estou preparada para ser mãe viúva.
- Meu amor! – me envolveu em seus braços com ainda mais força e pude perceber por sua voz que ele estava emocionado. – A gente vai ter um bebê!!!
Não pude conter um gritinho animado quando me levantou do chão comemorando.

20 de Julho de 1941
- A gente pode tentar de novo, você sabe. – segurou firme em minha mão enquanto eu só encarava o teto do hospital e me sentia incompleta. – suspirou antes de continuar – Olha pra mim, fala qualquer coisa.
- Eu quero ir para casa – minha voz saiu falha e pude sentir o choro chegando, mas o impedi. – Eu só quero nossa casa.
- A gente já vai, meu amor – beijou minha cabeça com carinho – Só precisamos esperar o médico com o atestado, ok?
Assenti com a cabeça e só depois de alguns minutos que finalmente tomei coragem e encarei seus olhos, e com isso foi impossível não desabar.
- Me perdoa ! – me joguei em seus braços – Por favor me desculpa ter sido fraca.
- Ei – meu marido secou minhas lágrimas – Não foi culpa sua, nem de ninguém, só não era para ser – me encarou com os olhos vermelhos – Não se culpe nem por um instante, está bem?
Assenti com a cabeça sem ter força e vontade de abrir a boca.

14 de Agosto de 1941
Um ano de casados! Um ano do dia mais feliz da minha vida! Estranho pensar que passou tão pouco tempo, parece que foi a anos atrás que eu colocava uma aliança dourada na mão do meu marido e ao mesmo tempo parece que passou rápido demais.
e eu já havíamos passado por muitas coisas. Nesse meio tempo cresceu profissionalmente, eu virei chefe das enfermeiras, e mudamos de casa após sofrermos a perda de nosso filho. Além de termos viajado para lugares incríveis, fomos em vários bailes dançar ao som de Summertime, nossa primeira canção. Claro que durante esse um ano tivemos diversas brigas, mas isso nem se comparava com o amor que sentíamos, sem contar que sexo de reconciliação com é uma das melhores coisas do mundo.
Tirei do forno a lasanha que seria nosso jantar, a comida favorita de , e comecei a preparar a sobremesa que seria torta de limão.
Enquanto realizava os preparativos do jantar, acabei pensando diversas vezes em como seria nossa noite. havia dito que ia me levar para um lugar especial, e eu não consigo nem imaginar onde é.
Tudo o que pude fazer então foi separar minha lingerie nova e bonita, e assim que a vesti, imaginei as mãos grandes e firmes de deslizando sob elas. Deitei na cama e comecei a me tocar ansiando pelo toque da língua do meu marido. Apertei um dos meus peitos por cima do sutiã, e mesmo com a peça atrapalhando o contato, pude senti-los enrijecendo. Penetrei dois dedos com força em minha entrada e gemi o nome de imaginando como seria se ele estivesse ali me possuindo.
- Essa com certeza é a melhor visão que eu poderia ter depois de um longo dia de trabalho.
Levei um susto ao ver parado na porta me observando, estava tão concentrada em meus movimentos que nem o vi chegar.
- Não precisa ficar tímida meu amor – se aproximou quando eu tirei a mão de dentro da minha intimidade – Pode continuar seu trabalho – pegou meus dedos lambuzados com meu líquido e os levou a boca dando uma longa chupada. – Apesar de eu achar que faria um trabalho muito melhor – e me pegando totalmente de surpresa, encaminhou meus dedos para minha entrada e começou a enfiar e depois tirar lentamente.
Involuntariamente comecei a rebolar tentando aprofundar o contato com meus dedos que estavam sendo comandados pelo meu marido.
- Você é tão deliciosa, sabia? – os olhos azuis me encaravam repleto de luxúria – Eu sou perdidamente apaixonado pelo seu gosto, ao ponto de querer o gostinho todo só pra mim – puxou minha mão – Mas com você eu até divido um pouco – e sem mais premissas, ele simplesmente levou meu dedo indicador e o do meio em direção aos meu lábios. – Eu estou tão duro – sua voz não saiu mais do que um sussurro – Minha calça chega a estar machucando meu pau que lateja querendo te ter – senti minha intimidade ficar ainda mais úmida – Isso tudo só te vendo... Imagina como vai ser quando eu mesmo te tocar.
- Para de enrolar então – puxei pelo pescoço e colei nossos lábios em um beijo desesperado.
Virei meu corpo ficando por cima dele e arranhei seu abdômen definido por baixo da farda. Ainda sem tirar sua parte de cima, encaminhei minha mão ao fecho de sua calça e habilmente eliminei aquela peça de roupa.
Lambi seu membro por cima da cueca branca que deixava bem demarcado meu objeto de prazer. Comecei a beijar toda sua extensão ainda por cima do pano e pude ver as mãos de se fecharem em punho quando dei um chupão. Sem enrolar mais, retirei a cueca do meu marido e mordi o lábio antes de começar os movimentos de sobe e desce com a mão em seu membro ereto. Mesmo com os gemidos sofridos de eu não estava satisfeita, porém sabia muito bem como ficar. Envolvi sua excitação com meus lábios vermelhos por causa do batom, e comecei a chupar lentamente antes de aprofundar os movimentos de vai e vem com a boca. Automaticamente as mãos de prenderam meu cabelo em uma busca desesperada de controlar os movimentos tentando saciar mais sua vontade. Quando percebi que estava pulsando rápido dentro da minha boca, o retirei por completo e finalizei com um beijo na glande antes de decidir meu próximo passo. Tirei seu uniforme de cima e chupei seu abdômen inteiro até chegar em suas entradinhas. Sem encaixar minha entrada em seu membro, sentei por cima e comecei a arrastar minha intimidade por toda a extensão de seu pau, e arqueei a cabeça para trás cada vez que a cabecinha encostava no clitóris. Nossos gemidos sincronizados pareciam uma música que dava ainda mais estímulo para nosso libido.
- Minha vez de te fazer ver estrela. - virou me tirando de cima dele e assumiu o controle devorando meus lábios em um beijo ardente. – Adorei o sutiã novo, meu amor – mordeu a pele exposta do meu seio – Mas você fica mil vezes melhor sem.
Suspirei alto quando suas mãos retiraram a lingerie e se apossaram de minha pele sensível.
- Feliz aniversário de casamento Sra. .
- Feliz aniversário de casamento Sr. .
Aquela noite nós usamos a cama, o banheiro, o tapete, a sala, a cozinha e enfim, qualquer lugar que desse para a gente se encaixar um no outro. E enquanto o sol nascia, teve a brilhante ideia de ir até a praia em que casamos ver o sol nascer, e bom... Não foi só isso que fizemos.

06 de Dezembro de 1941
POV tentava segurar o riso. Ela sempre fazia isso, fingia que estava dormindo só para receber cafuné.
- Eu sei que você acordou. – minha voz saiu rouca por ter acabado de acordar – Depois de um ano acordando do seu lado, você acha que eu não aprendi?
- Bom dia deu um rápido beijo em meus lábios – Eu não estava fingindo.
-Ah não? – perguntei rindo e me preparando para iniciar um ataque de cosquinha.
- Nem começa ! – tentava fugir de meus dedos – Você sabe que odeio cosquinha!
- Se você odeia tanto – cruzei os braços – Por que dá risada?
-Oras ! É automático, por mais que eu não queira.
- Eu entendo – dei de ombros e lancei um sorriso malicioso em sua direção – Minha mão as vezes faz umas coisas automaticamente também.
Ia começar as carícias em seu corpo porém fui interrompido pelo toque do telefone na sala.
- Quer que eu atenda? – perguntou com um sorriso doce nos lábios.
- A essa hora provavelmente é trabalho - disse já me levantando da cama - Pode deixar que eu atendo.
Fui até a sala e atendi o telefone que tocava insistentemente.
- Major ? – uma voz grave falou do outro lado da linha.
- Sim, sou eu.
- Aqui é o Coronel Hills, preciso que venha para Ford Island.
- A ilha de Pearl Harbor? – questionei confuso – Posso saber o motivo?
- Estamos tentando decodificar uma mensagem do império japonês, sabemos que eles vão atacar algum lugar ainda esse mês, precisamos descobrir onde e quando. Além de preparar nossos homens para revidar.
- Tudo bem, Coronel.
- Um barco vai te levar hoje por volta do meio-dia e te trará de volta amanhã às 16h.
Sem esperar uma resposta o Coronel simplesmente desligou a chamada.
- Algo sério, amor?
Olhei para trás e vi minha esposa apoiada no batente da sala com os cabelos bagunçados e o olhar brilhando. Eu amava esse olhar e tinha ele só para mim sempre que fazíamos amor. Eu era capaz de passar dias só observando cada detalhe de . Suas covinhas, seu cabelo comprido, seus lábios carnudos, e entre outros detalhes que não importava quantas vezes olhasse, sempre iria me apaixonar por eles.
- ? – se aproximou e abraçou minha cintura – O que houve?
- Nada demais, meu amor – beijei o topo de sua cabeça e devolvi o abraço – Só o trabalho chamando.
- Quantos dias fora? – desfez o abraço emburrada.
- Calma, – me aproximei e a abracei novamente – Amanhã a tarde já estou de volta e você nem vai perceber que fiquei fora.
- A cama vai ficar vazia – murmurou.
- Eu sei – dei um rápido beijo no bico emburrado da minha esposa – Mas eu tive uma ideia – observei seu olhar desconfiado e curioso – Quando eu voltar nós vamos na discoteca em que nos conhecemos e dançaremos até não sentirmos mais nossos pés.
- Promete? – agora sorria animada.
- Lógico que prometo Sra. – a peguei em meu colo – Agora você me deve uma dança, então prepare-se para dançar muito amanhã a noite.
Dei um último beijo em e a coloquei no chão.
-Sabe – fui em direção ao banheiro – Eu vou tomar um banho agora pra me arrumar para o trabalho, e tem muito espaço no chuveiro – meu olhar refletia o de repleto de malícia – Eu adoraria ter companhia.
- Será um prazer, Sr. .
Sorri ao ver tirar sua camisola de seda e andar em direção ao banheiro só de calcinha.
- Vou ter que começar sozinha, ? – minha mulher gritou já dentro do banheiro, o que fez com que eu fosse em sua direção sem pensar duas vezes.

07 de Dezembro de 1941
POV .
Quando cheguei no hospital improvisado já havia percebido que minha esposa não estava lá. Não de pé pelo menos.
- Doutor Smith! – chamei um dos médicos conhecidos meu – O senhor tem notícias de ?
- Major! – o médico cumprimentou com os olhos vidrados por conta da adrenalina. – A última vez em que a vi, ela e Jane estavam indo buscar suprimentos hospitalares.
Murmurei um obrigado e me dirigi o mais rápido que pude até o hospital que estava completamente destruído.
Comecei a gritar por seu nome enquanto a procurava e ouvi um barulho baixo de choro e gemidos de dor.
- Jane! – corri em direção a amiga de minha esposa – Calma, eu vou te tirar daqui. – peguei a enfermeira em meu colo – Eu preciso saber onde está a , okay? –perguntei colocando-a no chão já do lado de fora do hospital.
O ar abandonou meus pulmões ao perceber a direção em que Jane apontava.
No meio do que antes costumava a ser a estrutura de um hospital, encontrava-se inconsciente e soterrada por pedaços da parede.
- Não não não – corri em sua direção e comecei a tirar os escombros com cuidado de cima dela enquanto fazia uma oração mental – , você não pode me deixar ouviu?
Quando finalmente consegui pegar minha esposa, caminhei com ela até o local em que estava Jane, e encontrei a mesma apagada.
- Ah droga, Jane!
Posicionei minha esposa no chão e fui até sua amiga tentando sentir seu pulso.
Nada.
Jane estava morta.
Tentei não surtar mais do que já estava surtando e com minha mulher no colo fui em direção a tenda. Não tinha mais forças para correr, mas fui o mais rápido que consegui.
- Doutor! – chamei qualquer homem de jaleco quando posicionei na maca.
Sem falar nada o homem se aproximou e deu início ao procedimento. Tentou ouvir as batidas do coração de minha esposa, e na hora que notei sua expressão percebi que a notícia não era boa.
- Major... Eu sinto muito.
- O que? – senti uma tontura enorme – Não! Pode ser defeito no seu estetoscópio. Você não vai desistir de manter minha mulher viva!
Empurrei um pouco o médico e comecei a fazer massagem cardíaca em .
- Você não vai me deixar está ouvindo? – sussurrei perto de seu rosto - Eu te amo demais pra te perder! Eu não estou preparado para viver em um mundo sem você... Por favor, .
- Ela sofreu uma fratura craniana – o médico falou com pesar – Olhe ao redor, a maioria dos feridos chegou já com a cabeça quebrada. Mesmo que houvesse um jeito de salvá-la, não ia ser recomendável.
- AH ENTÃO VOCÊ ACHA QUE SÓ POR CAUSA DO SEU JALECO – gritei segurando o médico pelo colarinho – VOCÊ ESCOLHE QUEM SOBREVIVE E QUEM NÃO?
- Na..na.. não foi isso que quis dizer, Major – soltei o médico que estava tremendo de medo – A fratura foi grave, ela provavelmente ficaria em estado vegetativo ou caso acordasse não lembraria de nada. Não lembraria o próprio nome, não lembraria como realizar atividades básicas do dia a dia, e não lembraria nem que é o senhor.
Ignorando o médico que continuava a falar, abracei o corpo já sem vida de e me permiti chorar, me permiti gritar e amaldiçoar tudo.
Não tinha como manter minha cabeça no lugar.
Eu havia perdido meu mundo.
Enquanto soluçava comecei a ter minha cabeça preenchida de lembranças. Memórias que apesar de serem dolorosas, aqueciam meu coração.
Era terrível imaginar um mundo em que nenhum dia ao acordar eu encontraria o sorriso de . Doía pensar que nunca mais ouviria sua voz, sua risada. Nunca mais sentiria o toque macio de sua pele, nunca mais demonstraria o quão apaixonado por ela eu sou.
Era terrível imaginar um mundo sem .

14 de Agosto de 1945
Ao abrir meus olhos encontrei em um vestido florido sorrindo para mim.
- Por que demorou tanto meu amor? – minha esposa depositou um beijo suave em meus lábios e me puxou pela mão. – Vamos antes que toque nossa música.
Sem entender muito bem o que estava acontecendo, segui até a sala de nossa casa e encontrei flores espalhadas junto com velas acesas. Ainda inerte a tudo, observei em silêncio ligar nossa rádio vitrola e a melodia tão conhecida por nós preencher o silêncio.
- Isso é real? – perguntei chegando perto porém ainda sem toca-la – Você realmente está aqui?
- Eu não perderia nossa aniversário de casamento por nada, .
- Mas você....
- Eu dei um jeito de encontrar, Major . – me abraçou pela cintura. – Na verdade, você deu.
- Eu sempre do um jeito de te encontrar, meu amor.
E sem esperar mais nada, uni nossos lábios e tentei matar toda a saudade que esmagava meu peito.
Independente de ser sonho ou realidade, jamais desperdiçaria uma oportunidade de ficar junto de uma última vez.


FIM



Nota da autora: AAAAAH tô surtando de nervoso, mas tô muito feliz de tá fazendo parte desse ficstape maravilhoso!! Minha primeira fic publicada aliás. Quero agradecer a Dani por toda paciência cmg hehehe e principalmente a você que leu até aqui. Se você tiver gostado o suficiente pra comentar, fará uma "autora" muito feliz! Xoxo.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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