Uma coisa é chamar sua amiga de infância para ser a madrinha do seu casamento. Outra coisa é ouvir de sua mãe e suas amigas, que ela é mais caseira e que talvez será necessário que ocorra uma intervenção em plena despedida de solteira, que ela prefere chamar de chá de panela. Nada como um musical e uma banda brega da época da sua mãe para dar um up naquilo que parecia uma missão impossível de acontecer.
Capítulo Único
andava um tanto quanto animada pela ilha grega de Skopelos. Com longos cabelos loiros ondulados, vestido branco que voava com o vento e pés descalços, a filha de Isadora estava ladeada de suas amigas, Pietra e Pandora, enquanto em sua bolsa de pano, tinha uma quantidade razoável de envelopes brancos em um papel de qualidade.
— Eu não acredito que você chamou Agatha, sua prima, para ser sua madrinha, ! — Pandora estava indignada. Desde que anunciou o noivado com , tinha certeza que seria a madrinha da amiga — Você sabe que madrinhas organizam tudo? Inclusive a despedida de solteiro?
— Você está exaltada, Pandora — riu da amiga e sentiu o vento que batia em seu rosto — Agatha foi minha primeira amiga, nascemos juntas e além do mais, minha mãe é prima da mãe dela, e tem toda aquela coisa de você se sentir obrigada a fazer aquilo.
— Não, ! — Pietra levou as mãos à cabeça — É o seu casamento, você não é, literalmente, obrigada a nada. Convidar a sua prima estranha de segundo grau porque a mãe dela é muito amiga da sua mãe, tudo bem. Mas ser sua madrinha? Nós sabemos que você enlouqueceu quando decidiu juntar as escovas de dente com o aos 19 anos, mas esse caso é muito pior… Você está fumando, ?
— Eu não estou fumando, como vocês dizem, muito menos ficando louca. Eu e o somos amigos desde sempre, nos amamos, temos os mesmos sonhos de sair dessa ilha e ver o mundo, somos companheiros. Só estamos unindo o útil ao agradável — ela riu — Eu quero apenas fazer um agrado a Agatha, por muitos anos, ela foi a única amiga que eu tive… E me apresentou o .
— Eu nunca vou me conformar.
Pietra escondeu o rosto com as mãos, enquanto rolava os olhos e Pandora gargalhava da reação da amiga. Continuavam andando pela ilha enquanto a jovem noiva distribuía convites, e falavam de qualquer outro assunto que não fosse a madrinha de casamento da amiga.
Apesar de Skopelos ser a maior ilha do arquipélago de Sporades, a caminhada não foi tão longa pelo fato de a área habitacional da cidade não se estender junto com a ilha.
— Aposto que a Isadora não sabe que você convidou a Agatha — Pietra então voltou no assunto e Pandora gargalhou com o comentário da amiga, quando achava que ele já havia sido encerrado — Isadora nunca ia aceitar isso, logo ela, que é toda animada. Nós queremos ir a um casamento, uma despedida de solteiro, e não em uma visita a recém-nascido onde não pode nem fazer barulho.
— Pietra — então parou de frente para a amiga e colocou as duas mãos nos ombros dela, encarando o fundo de seus olhos negros — Não têm motivos para se preocupar. Agatha não decidirá nada importante sobre o meu casamento e de qualquer forma, — ela suspirou, alternando o olhar entre as duas amigas — Eu sei que vocês duas são terríveis e vão dar um jeito de intervir se alguma coisa não for do agrado de vocês.
— Do seu agrado! — foi a vez de Pandora intervir no assunto e a loira olhou para a amiga, ficando de braços cruzados — Ela pode ser sua amiga, mas nós sabemos o que você gosta… A diferença, é que nós três gostamos das mesmas coisas.
A amiga questionadora pareceu ponderar as condições que Agatha estava sendo madrinha e acabou tendo um parecer favorável, dando de ombros.
— Já vou falar com o fornecedor de bebidas do hotel do meu pai… Se tiver apenas leite para beber, serei obrigada a intervir com algumas coisas mais fortes.
— Deixarei os hortelãs preparados para fazer uma bela jarra de rum — Pandora completou o pensamento de amiga, e então sorriu.
— Viu, temos o nosso acordo. Agora vamos continuar que esses convites não vão se entregar sozinhos e eu preciso ajudar minha mãe na pousada — então finalizou o assunto.
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— Você está usando drogas, ?
Foram com essas palavras que Isadora questionou a filha, ao saber que ela convidou a filha de sua amiga de infância para cuidar de alguns preparativos do seu casamento. Pietra, que acompanhou a amiga até a pousada, entregou um olhar maligno a ela.
— Tem certas coisas que eu odeio falar e uma delas é “eu disse” — e antes que respondesse, virou-se para a mãe dela — Acompanhei essa louca até aqui apenas para assistir essa cena e te dar um beijo, Isadora. Até qualquer dia.
— Até breve, querida — sem entender nada, Isadora abraçou Pietra, que então saiu, e voltou para a filha — O que foi isso que Pietra falou?
— Ela acha que eu fiz errado em convidar Agatha para ser minha madrinha, falou que você não sabia, pois provavelmente iria intervir. E pelo seu questionamento se eu estou usando drogas, você concorda com a reação dela.
— Filha… — Isadora pegou a filha pelas mãos e sentou em um dos sofás da recepção de sua pousada.
Isadora engravidou de muito nova, com a mesma idade que a filha estava naquele momento. Depois que soube da gravidez e contou para o então namorado da época, que fugiu e nunca mais apareceu, se viu sozinha com um bebê em seu ventre, enquanto sua mãe gritava o quanto era irresponsável por aquilo. Sem estudos, sem trabalho, sem namorado, e grávida com quase 20 anos. Uma tia-avó afortunada e solteira, ao morrer, deixou boa parte de sua fortuna para Isadora, que então comprou a pousada e deu seu melhor para tocar o negócio, e criar a filha jovem, para que ela não cometesse os mesmos erros.
Mais do que mãe e filha, e Isadora tinham uma relação única de cumplicidade — porém ao contar que pediu a filha em casamento, Isadora achou que ela estava grávida e desmaiou, imaginando que a sua história iria repetir.
— , o casamento é seu, a festa é sua, tudo que estiver nas minhas condições, eu vou fazer por você, e não preciso ficar batendo nessa tecla sempre que conversamos. Mas vai de você saber que tipo de festa, principalmente da sua despedida de solteira, quer. Você pode ter uma super festa animada que vai entrar a madrugada, ou você pode ter um jantar simples onde no máximo meia noite estamos todas dormindo, e você sabe qual é o tipo de evento que agrada mais sua prima.
— Mãe… — choramingou, e Isadora abraçou a filha. não tinha coragem de simplesmente desconvidar a prima, além de não ser uma atitude educada e elegante, e achava até que Pietra estava sendo um pouco implicante e invejosa, mas não acreditava que Isadora iria lhe falar a mesma coisa.
— Para tudo dá um jeito nessa vida, não se preocupe e o seu casamento vai ser tudo do jeito que você sonhou.
E consolando a filha, que então deitou em seu colo, Isadora pensava em uma forma de reunir Pietra e Pandora para, se necessário, intervirem na festa que Agatha estava prestes a organizar.
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— O que é isso? — Pietra chegou na mesa onde as entradas estavam sendo servidas, e apontou para uma grande bacia de vidro com bebida lá dentro.
— Ponche, eu acho — olhou para a amiga e então arriscou servir um pouco em sua cumbuca. Ela tomou um gole e balançou a cabeça — É, é ponche.
— Vou querer então — Pietra fez a menção de servir, quando interviu.
— Ponche sem álcool ainda é ponche, certo?
Como quem fala “eu disse” com o olhar, Pietra largou a concha e voltou a cumbuca no lugar. Alegando estar indo procurar algo de verdade para beber, ela deixou a amiga noiva em frente ao buffet.
Em relação à comida daquela “despedida de solteira”, não podia reclamar. Agatha arrasou. As melhores comidas estavam sendo servidas, e em quantidades que poderiam alimentar ao menos o triplo daquela quantidade de pessoas. Não tinha álcool, os drinks eram completamente sem, além deles, tinham refrigerantes e sucos. Tudo bem, nunca foi de beber até cair. Porém, o melhor termo para se referir àquela festa, era que ela estava um tanto quanto… Caída.
Quem via de fora, achava que ali estavam em um jantar simples com amigas. Não tinha música alta, não tinha mulheres gargalhando, também não tinham as típicas brincadeiras feitas em despedidas de solteira. Nem estava sendo a estrela principal daquela noite.
Talvez, mas só talvez, estava começando a entender o motivo de sua mãe e suas amigas a chamarem de louca quando contou sobre Agatha assumir esse cargo de responsabilidade.
— Agatha! — a prima da noiva passou por ela com um novo prato de petiscos para colocar na mesa de buffet, e a loira segurou nos braços da prima — Eu posso falar com você rapidinho?
— Claro! — a ruiva concordou e elas se afastaram do caminho para a mesa — O que você está achando da sua grande noite? — Agatha não conseguia esconder animação naquela pergunta. O chão de abriu sob seus pés — Essa festa está tão legal, às vezes nem eu acredito que fui eu quem organizei.
Com um sorriso amarelo, sem saber se ria ou se chorava, se viu em uma situação constrangedora, onde ela simplesmente não podia falar que estava arrependida de ter dado aquele cargo à prima, ou que a festa parecia um jantar oferecido pelas suas tias-avós. Ela então balançou a cabeça concordando, enquanto procurava palavras para fazer, talvez, uma crítica construtiva.
— O jantar está muito gostoso, e a recepção está, digamos que… Elegante — elegante era, para , a nova forma de dizer entediante, mas aquela palavra fez os olhos de Agatha brilharem de satisfação — Mas sabe o que eu queria saber? Em que momento nós vamos dar um up nessa festa? Do tipo, deixar as coisas um pouco mais animadas.
Novamente, suavizou as palavras. As coisas não tinham que ficar um pouco mais animadas, elas tinham que animar nem que seja um pouco, pois daquela forma, até suas amigas mais animadas e baladeiras, logo estariam tirando um cochilo nas cadeiras.
— Droga! — Agatha bateu os pés e franziu os olhos, soltando o ar de forma longa pelas suas narinas. se assustou, achou que tinha ofendido a prima de alguma forma, mas aquela nunca havia sido sua intenção — Eu estava esperando que você não descobrisse, mas eu preparei uma brincadeira super divertida — iludidamente, os olhos da noiva se encheram de esperança e o coração até palpitou de emoção — Nós vamos trazer todos os seus presentes para o centro da festa, e você vai ter que adivinhar o que é. Para cada um errado, nós pintamos você de batom.
Dizem que as pessoas podem até esconder o que elas acham de uma situação, com as palavras, mas suas feições nunca enganam. De animação para decepcionada, torcendo a boca, bastou cinco segundos para a jovem noiva. Tentar descobrir o que eram presentes? Mas aquilo não era uma despedida de solteira?
— Agatha, eu estou um pouco confusa…
— É seu chá de panela! Você vai ter que adivinhar seus presentes apenas apalpando os embrulhos.
— Ah… — foi a única coisa que saiu das palavras de . Onde estavam as lingeries? As brincadeiras eróticas? Ou até mesmo os stripers, que ela sempre achou brega, mas ao menos era praxe de um evento como aquele deveria ser — Entendi.
E saindo da frente da prima, foi para dentro da pousada da mãe, deixando seus convidados para trás. Entrando na cozinha, ela foi em direção ao armário procurando algo para colocar em suas veias, e achou uma garrafa de vodka. Ela odiava beber o líquido tipicamente russo puro, mas estava completamente desgastada e sem forças para procurar alguns outros ingredientes para transformar em um drink. Desrosqueou a garrafa, e num impulso de coragem, jogou uma dose direto garganta abaixo.
sabia que o pior, não era ter uma despedida de solteira com cara de chá de panela, ou uma festa completamente caída onde sua vontade era abandonar e ir para a cama — quando na verdade, preferiu se afastar para procurar álcool — e sim, era saber que em algum momento, tanto sua mãe quanto suas melhores amigas, iriam simplesmente dizer a ela aquelas duas palavras que sempre odei ouvir, quando está sem razão. O “eu avisei” seria inevitável, mas ao menos bêbada, ela iria saber lidar melhor com aquela situação e, talvez, faria sua própria despedida de solteira.
Descobrir seus presentes, pff. Adivinhar algumas panelas, frigideiras e peneiras seria o cúmulo daquela noite, quando Agatha estava achando que seria o ápice. pouco se importava com os utensílios que iria ganhar para sua casa com , a primeiro momento pós-matrimônio, iriam morar na pousada de Isadora. Estava casando por amor e porque os dois pombinhos tinham um sonho em comum de conhecer o mundo, ver o que existe além de Skopelos. Queriam chegar ao aeroporto mais próximo, e sumir pelo planeta de destino em destino. Jamais iria se preocupar se em sua casa teria panelas ou peneiras.
Sozinha, sentada no balcão da cozinha da pousada, tomou mais um gole de vodka e fez careta, fechando logo em seguida e deixando a garrafa de lado. Talvez ela poderia voltar para a área externa da pousada se fazendo de louca, dançando e querendo tirar todos de suas cadeiras para dançarem e fazer a prima perder o controle da festa. Ou ela podia simplesmente sair escondida pela ilha, procurando um pouco de diversão. Naquele tédio ninguém iria sentir sua falta.
Então, ela olhou para cima de forma frustrada, e bufou.
— Se tiver alguém aí fora, alguém pra ouvir minhas orações… Por favor, me ajude.
E como se algum anjo, santo, ou Deus grego tivesse ouvido suas palavras, uma música alta veio de onde estava sendo realizada a “festa”. Algo meio antigo, algo da época que ela nem era nascida, talvez os anos 70 ou 80, mas animada o suficiente para levantar as pessoas. Era a banda sueca ABBA, e tinha certeza que sua mãe tinha influência naquela pequena intervenção. O relógio da cozinha da pousada marcava pouco mais de meia noite, e ela se perguntava como havia resistido até aquele horário.
— Que propício — falou para si mesma, quando uma das mulheres começou a cantar.
“Half past twelve watchin’ the late show in my flat all alone, how I hate to spend the evening on my own. Autumn winds blowin’ outside the window as I look around the room, and it makes me so depressed to see the gloom.”
Criando um pouco de coragem, pulou do balcão e caminhou em direção à área externa, deixando a garrafa de vodka como vestígio que esteve ali. Com copos nas mãos, e dançando, Isadora estava com duas de suas melhores amigas fazendo passos provavelmente da época que elas tinham a idade da filha. Involuntariamente, riu daquela cena.
— There’s not a soul out there… No one to hear my prayer! — as três mulheres um pouco mais velhas cantavam com as mãos erguidas, como se estivessem, igual anteriormente, pedindo por um milagre.
Então como se de repente a noiva passasse a integrar um musical sobre sua própria vida onde ela era a estrela principal, os portões da pousada se abriram e não entraram animados apenas um ou dois rapazes moradoras da ilha e sim, com todos seus amigos, que já estavam bêbados e cantavam e dançavam, unindo-se a Isadora e suas amigas.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows away. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of of the day.”
estava claramente confusa com o que estava acontecendo naquela pousada. Aquilo não era para ser um chá de panela na perspectiva de Agatha? De onde surgiu a maioria dos jovens do sexo masculinos de Skopelos? De onde brotou tanta animação e por que diabos parecia que de repente a área externa virou uma pista de dança com holofotes de luzes coloridas e globos de disco? Aquilo não estava lá antes, estava?
— Eu nunca mais vou beber vodka pura na vida — comentou para si mesma, um tanto quanto confusa com toda aquela situação.
“Movie stars on the end of the rainbow with a fortune to win, it’s so different from the world I’m living in. Tired of TV I open the window and I gaze into the night, but there’s nothing there to see one in sight.”
De repente tudo pareceu fazer sentido para , que ainda estava estática no mesmo lugar. Pietra e Pandora passaram por ela e piscaram, enquanto se balançavam no ritmo da música. Aquilo era a intervenção, e tinha certeza que de repente, tinha rum no ponche, e os mojitos iriam começar a aparecer aos montes em qualquer momento.
sentiu uma mão pegando a sua e de repente estava no meio de uma roda, com pessoas animadas dançando e cantando à sua volta.
— There’s not a soul out there… No one to hear my prayer! — as pessoas cantavam com vontade e de repente a roda se abriu.
— Vocês treinaram essa coreografia? — perguntou mais uma vez, mas acabou sem respostas e de repente, simplesmente foi despejado em sua frente.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
— ! — ela sorriu para o noivo, que tinha a pele tonalizada pelo sol grego — O que está acontecendo?
— Eu não sei! — ele gargalhou — Pietra e Pandora apareceram no bar do pai do Nicholas, falando que a gente precisava vir para cá. Como a gente já tinha passado um pouco dos limites e ele estava quase nos expulsando de lá, viemos recrutando todos os rapazes de Skopelos do caminho até aqui.
— ! Era para ser a sua despedida de solteiro.
— E essa era para ser a sua, mas pelo visto foi necessário uma intervenção.
Os dois riram daquela situação e se abraçaram, quando a roda foi fechada novamente em torno deles.
“There’s not a soul out there.... No one to hear my prayer! Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
— Eu te amo! — gritou para o noivo, para que ele ouvisse enquanto todas suas amigas, amigos dele e sua mãe entoavam o refrão da música diversas vezes — Eu mal posso esperar para casarmos e conhecer o mundo com você!
— Nós não precisamos casar pra isso, bobinha! — ele apertou o nariz dela, que pareceu confusa — Se você tivesse pedido, eu conseguiria o primeiro barco para fora de Skopelos e te levaria para onde você quisesse! Mas eu te amo e desde criança eu sonho com o dia que eu vou me casar com você. Você não imagina como eu estou ansioso para te ver entrando na igreja no topo daquela montanha.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
As palavras de que eram sempre tão sinceras, fizeram com que ficasse vermelha de vergonha, e que uma lágrima solitária de felicidade escorresse pela sua bochecha. — Você faz ideia que a próxima vez que nós nos virmos, vai ser no altar? — ela então se tocou que aquela era, para os dois, a sua última noite como solteiros.
— Estou contando os segundos — ele piscou para ela e se afastou, sem antes depositar um longo selinho nos lábios da noiva — Eu te vejo amanhã.
— Eu serei a pessoa de vestido branco — ela sorriu para ele, antes de seus dedos se separarem e sumir pelas pessoas que ainda estavam em sua volta.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows away.”
E sentindo-se completamente plena e feliz, finalmente percebeu que aquela festa, era tudo o que ela sempre queria, mas nunca soube explicar. Não era uma festa com homens másculos tirando a roupa, ou com pirulitos de chocolate com a forma da genitália masculina. Era simplesmente música, diversão, pessoas queridas e até seu noivo, unido duas despedidas de solteiro. Era apenas sentir-se feliz, como naquele momento.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
E naquela noite, deitada em sua cama, sonhou com luzes, papéis coloridos picados, confetes e serpentinas, onde protagonizava seu próprio musical. Para sua felicidade, os vestígios deixados na área externa da pousada de Isadora a provavam que aquilo tudo não era um sonho e, felizmente, ela não estava louca.
— Eu não acredito que você chamou Agatha, sua prima, para ser sua madrinha, ! — Pandora estava indignada. Desde que anunciou o noivado com , tinha certeza que seria a madrinha da amiga — Você sabe que madrinhas organizam tudo? Inclusive a despedida de solteiro?
— Você está exaltada, Pandora — riu da amiga e sentiu o vento que batia em seu rosto — Agatha foi minha primeira amiga, nascemos juntas e além do mais, minha mãe é prima da mãe dela, e tem toda aquela coisa de você se sentir obrigada a fazer aquilo.
— Não, ! — Pietra levou as mãos à cabeça — É o seu casamento, você não é, literalmente, obrigada a nada. Convidar a sua prima estranha de segundo grau porque a mãe dela é muito amiga da sua mãe, tudo bem. Mas ser sua madrinha? Nós sabemos que você enlouqueceu quando decidiu juntar as escovas de dente com o aos 19 anos, mas esse caso é muito pior… Você está fumando, ?
— Eu não estou fumando, como vocês dizem, muito menos ficando louca. Eu e o somos amigos desde sempre, nos amamos, temos os mesmos sonhos de sair dessa ilha e ver o mundo, somos companheiros. Só estamos unindo o útil ao agradável — ela riu — Eu quero apenas fazer um agrado a Agatha, por muitos anos, ela foi a única amiga que eu tive… E me apresentou o .
— Eu nunca vou me conformar.
Pietra escondeu o rosto com as mãos, enquanto rolava os olhos e Pandora gargalhava da reação da amiga. Continuavam andando pela ilha enquanto a jovem noiva distribuía convites, e falavam de qualquer outro assunto que não fosse a madrinha de casamento da amiga.
Apesar de Skopelos ser a maior ilha do arquipélago de Sporades, a caminhada não foi tão longa pelo fato de a área habitacional da cidade não se estender junto com a ilha.
— Aposto que a Isadora não sabe que você convidou a Agatha — Pietra então voltou no assunto e Pandora gargalhou com o comentário da amiga, quando achava que ele já havia sido encerrado — Isadora nunca ia aceitar isso, logo ela, que é toda animada. Nós queremos ir a um casamento, uma despedida de solteiro, e não em uma visita a recém-nascido onde não pode nem fazer barulho.
— Pietra — então parou de frente para a amiga e colocou as duas mãos nos ombros dela, encarando o fundo de seus olhos negros — Não têm motivos para se preocupar. Agatha não decidirá nada importante sobre o meu casamento e de qualquer forma, — ela suspirou, alternando o olhar entre as duas amigas — Eu sei que vocês duas são terríveis e vão dar um jeito de intervir se alguma coisa não for do agrado de vocês.
— Do seu agrado! — foi a vez de Pandora intervir no assunto e a loira olhou para a amiga, ficando de braços cruzados — Ela pode ser sua amiga, mas nós sabemos o que você gosta… A diferença, é que nós três gostamos das mesmas coisas.
A amiga questionadora pareceu ponderar as condições que Agatha estava sendo madrinha e acabou tendo um parecer favorável, dando de ombros.
— Já vou falar com o fornecedor de bebidas do hotel do meu pai… Se tiver apenas leite para beber, serei obrigada a intervir com algumas coisas mais fortes.
— Deixarei os hortelãs preparados para fazer uma bela jarra de rum — Pandora completou o pensamento de amiga, e então sorriu.
— Viu, temos o nosso acordo. Agora vamos continuar que esses convites não vão se entregar sozinhos e eu preciso ajudar minha mãe na pousada — então finalizou o assunto.
— Você está usando drogas, ?
Foram com essas palavras que Isadora questionou a filha, ao saber que ela convidou a filha de sua amiga de infância para cuidar de alguns preparativos do seu casamento. Pietra, que acompanhou a amiga até a pousada, entregou um olhar maligno a ela.
— Tem certas coisas que eu odeio falar e uma delas é “eu disse” — e antes que respondesse, virou-se para a mãe dela — Acompanhei essa louca até aqui apenas para assistir essa cena e te dar um beijo, Isadora. Até qualquer dia.
— Até breve, querida — sem entender nada, Isadora abraçou Pietra, que então saiu, e voltou para a filha — O que foi isso que Pietra falou?
— Ela acha que eu fiz errado em convidar Agatha para ser minha madrinha, falou que você não sabia, pois provavelmente iria intervir. E pelo seu questionamento se eu estou usando drogas, você concorda com a reação dela.
— Filha… — Isadora pegou a filha pelas mãos e sentou em um dos sofás da recepção de sua pousada.
Isadora engravidou de muito nova, com a mesma idade que a filha estava naquele momento. Depois que soube da gravidez e contou para o então namorado da época, que fugiu e nunca mais apareceu, se viu sozinha com um bebê em seu ventre, enquanto sua mãe gritava o quanto era irresponsável por aquilo. Sem estudos, sem trabalho, sem namorado, e grávida com quase 20 anos. Uma tia-avó afortunada e solteira, ao morrer, deixou boa parte de sua fortuna para Isadora, que então comprou a pousada e deu seu melhor para tocar o negócio, e criar a filha jovem, para que ela não cometesse os mesmos erros.
Mais do que mãe e filha, e Isadora tinham uma relação única de cumplicidade — porém ao contar que pediu a filha em casamento, Isadora achou que ela estava grávida e desmaiou, imaginando que a sua história iria repetir.
— , o casamento é seu, a festa é sua, tudo que estiver nas minhas condições, eu vou fazer por você, e não preciso ficar batendo nessa tecla sempre que conversamos. Mas vai de você saber que tipo de festa, principalmente da sua despedida de solteira, quer. Você pode ter uma super festa animada que vai entrar a madrugada, ou você pode ter um jantar simples onde no máximo meia noite estamos todas dormindo, e você sabe qual é o tipo de evento que agrada mais sua prima.
— Mãe… — choramingou, e Isadora abraçou a filha. não tinha coragem de simplesmente desconvidar a prima, além de não ser uma atitude educada e elegante, e achava até que Pietra estava sendo um pouco implicante e invejosa, mas não acreditava que Isadora iria lhe falar a mesma coisa.
— Para tudo dá um jeito nessa vida, não se preocupe e o seu casamento vai ser tudo do jeito que você sonhou.
E consolando a filha, que então deitou em seu colo, Isadora pensava em uma forma de reunir Pietra e Pandora para, se necessário, intervirem na festa que Agatha estava prestes a organizar.
— O que é isso? — Pietra chegou na mesa onde as entradas estavam sendo servidas, e apontou para uma grande bacia de vidro com bebida lá dentro.
— Ponche, eu acho — olhou para a amiga e então arriscou servir um pouco em sua cumbuca. Ela tomou um gole e balançou a cabeça — É, é ponche.
— Vou querer então — Pietra fez a menção de servir, quando interviu.
— Ponche sem álcool ainda é ponche, certo?
Como quem fala “eu disse” com o olhar, Pietra largou a concha e voltou a cumbuca no lugar. Alegando estar indo procurar algo de verdade para beber, ela deixou a amiga noiva em frente ao buffet.
Em relação à comida daquela “despedida de solteira”, não podia reclamar. Agatha arrasou. As melhores comidas estavam sendo servidas, e em quantidades que poderiam alimentar ao menos o triplo daquela quantidade de pessoas. Não tinha álcool, os drinks eram completamente sem, além deles, tinham refrigerantes e sucos. Tudo bem, nunca foi de beber até cair. Porém, o melhor termo para se referir àquela festa, era que ela estava um tanto quanto… Caída.
Quem via de fora, achava que ali estavam em um jantar simples com amigas. Não tinha música alta, não tinha mulheres gargalhando, também não tinham as típicas brincadeiras feitas em despedidas de solteira. Nem estava sendo a estrela principal daquela noite.
Talvez, mas só talvez, estava começando a entender o motivo de sua mãe e suas amigas a chamarem de louca quando contou sobre Agatha assumir esse cargo de responsabilidade.
— Agatha! — a prima da noiva passou por ela com um novo prato de petiscos para colocar na mesa de buffet, e a loira segurou nos braços da prima — Eu posso falar com você rapidinho?
— Claro! — a ruiva concordou e elas se afastaram do caminho para a mesa — O que você está achando da sua grande noite? — Agatha não conseguia esconder animação naquela pergunta. O chão de abriu sob seus pés — Essa festa está tão legal, às vezes nem eu acredito que fui eu quem organizei.
Com um sorriso amarelo, sem saber se ria ou se chorava, se viu em uma situação constrangedora, onde ela simplesmente não podia falar que estava arrependida de ter dado aquele cargo à prima, ou que a festa parecia um jantar oferecido pelas suas tias-avós. Ela então balançou a cabeça concordando, enquanto procurava palavras para fazer, talvez, uma crítica construtiva.
— O jantar está muito gostoso, e a recepção está, digamos que… Elegante — elegante era, para , a nova forma de dizer entediante, mas aquela palavra fez os olhos de Agatha brilharem de satisfação — Mas sabe o que eu queria saber? Em que momento nós vamos dar um up nessa festa? Do tipo, deixar as coisas um pouco mais animadas.
Novamente, suavizou as palavras. As coisas não tinham que ficar um pouco mais animadas, elas tinham que animar nem que seja um pouco, pois daquela forma, até suas amigas mais animadas e baladeiras, logo estariam tirando um cochilo nas cadeiras.
— Droga! — Agatha bateu os pés e franziu os olhos, soltando o ar de forma longa pelas suas narinas. se assustou, achou que tinha ofendido a prima de alguma forma, mas aquela nunca havia sido sua intenção — Eu estava esperando que você não descobrisse, mas eu preparei uma brincadeira super divertida — iludidamente, os olhos da noiva se encheram de esperança e o coração até palpitou de emoção — Nós vamos trazer todos os seus presentes para o centro da festa, e você vai ter que adivinhar o que é. Para cada um errado, nós pintamos você de batom.
Dizem que as pessoas podem até esconder o que elas acham de uma situação, com as palavras, mas suas feições nunca enganam. De animação para decepcionada, torcendo a boca, bastou cinco segundos para a jovem noiva. Tentar descobrir o que eram presentes? Mas aquilo não era uma despedida de solteira?
— Agatha, eu estou um pouco confusa…
— É seu chá de panela! Você vai ter que adivinhar seus presentes apenas apalpando os embrulhos.
— Ah… — foi a única coisa que saiu das palavras de . Onde estavam as lingeries? As brincadeiras eróticas? Ou até mesmo os stripers, que ela sempre achou brega, mas ao menos era praxe de um evento como aquele deveria ser — Entendi.
E saindo da frente da prima, foi para dentro da pousada da mãe, deixando seus convidados para trás. Entrando na cozinha, ela foi em direção ao armário procurando algo para colocar em suas veias, e achou uma garrafa de vodka. Ela odiava beber o líquido tipicamente russo puro, mas estava completamente desgastada e sem forças para procurar alguns outros ingredientes para transformar em um drink. Desrosqueou a garrafa, e num impulso de coragem, jogou uma dose direto garganta abaixo.
sabia que o pior, não era ter uma despedida de solteira com cara de chá de panela, ou uma festa completamente caída onde sua vontade era abandonar e ir para a cama — quando na verdade, preferiu se afastar para procurar álcool — e sim, era saber que em algum momento, tanto sua mãe quanto suas melhores amigas, iriam simplesmente dizer a ela aquelas duas palavras que sempre odei ouvir, quando está sem razão. O “eu avisei” seria inevitável, mas ao menos bêbada, ela iria saber lidar melhor com aquela situação e, talvez, faria sua própria despedida de solteira.
Descobrir seus presentes, pff. Adivinhar algumas panelas, frigideiras e peneiras seria o cúmulo daquela noite, quando Agatha estava achando que seria o ápice. pouco se importava com os utensílios que iria ganhar para sua casa com , a primeiro momento pós-matrimônio, iriam morar na pousada de Isadora. Estava casando por amor e porque os dois pombinhos tinham um sonho em comum de conhecer o mundo, ver o que existe além de Skopelos. Queriam chegar ao aeroporto mais próximo, e sumir pelo planeta de destino em destino. Jamais iria se preocupar se em sua casa teria panelas ou peneiras.
Sozinha, sentada no balcão da cozinha da pousada, tomou mais um gole de vodka e fez careta, fechando logo em seguida e deixando a garrafa de lado. Talvez ela poderia voltar para a área externa da pousada se fazendo de louca, dançando e querendo tirar todos de suas cadeiras para dançarem e fazer a prima perder o controle da festa. Ou ela podia simplesmente sair escondida pela ilha, procurando um pouco de diversão. Naquele tédio ninguém iria sentir sua falta.
Então, ela olhou para cima de forma frustrada, e bufou.
— Se tiver alguém aí fora, alguém pra ouvir minhas orações… Por favor, me ajude.
E como se algum anjo, santo, ou Deus grego tivesse ouvido suas palavras, uma música alta veio de onde estava sendo realizada a “festa”. Algo meio antigo, algo da época que ela nem era nascida, talvez os anos 70 ou 80, mas animada o suficiente para levantar as pessoas. Era a banda sueca ABBA, e tinha certeza que sua mãe tinha influência naquela pequena intervenção. O relógio da cozinha da pousada marcava pouco mais de meia noite, e ela se perguntava como havia resistido até aquele horário.
— Que propício — falou para si mesma, quando uma das mulheres começou a cantar.
“Half past twelve watchin’ the late show in my flat all alone, how I hate to spend the evening on my own. Autumn winds blowin’ outside the window as I look around the room, and it makes me so depressed to see the gloom.”
Criando um pouco de coragem, pulou do balcão e caminhou em direção à área externa, deixando a garrafa de vodka como vestígio que esteve ali. Com copos nas mãos, e dançando, Isadora estava com duas de suas melhores amigas fazendo passos provavelmente da época que elas tinham a idade da filha. Involuntariamente, riu daquela cena.
— There’s not a soul out there… No one to hear my prayer! — as três mulheres um pouco mais velhas cantavam com as mãos erguidas, como se estivessem, igual anteriormente, pedindo por um milagre.
Então como se de repente a noiva passasse a integrar um musical sobre sua própria vida onde ela era a estrela principal, os portões da pousada se abriram e não entraram animados apenas um ou dois rapazes moradoras da ilha e sim, com todos seus amigos, que já estavam bêbados e cantavam e dançavam, unindo-se a Isadora e suas amigas.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows away. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of of the day.”
estava claramente confusa com o que estava acontecendo naquela pousada. Aquilo não era para ser um chá de panela na perspectiva de Agatha? De onde surgiu a maioria dos jovens do sexo masculinos de Skopelos? De onde brotou tanta animação e por que diabos parecia que de repente a área externa virou uma pista de dança com holofotes de luzes coloridas e globos de disco? Aquilo não estava lá antes, estava?
— Eu nunca mais vou beber vodka pura na vida — comentou para si mesma, um tanto quanto confusa com toda aquela situação.
“Movie stars on the end of the rainbow with a fortune to win, it’s so different from the world I’m living in. Tired of TV I open the window and I gaze into the night, but there’s nothing there to see one in sight.”
De repente tudo pareceu fazer sentido para , que ainda estava estática no mesmo lugar. Pietra e Pandora passaram por ela e piscaram, enquanto se balançavam no ritmo da música. Aquilo era a intervenção, e tinha certeza que de repente, tinha rum no ponche, e os mojitos iriam começar a aparecer aos montes em qualquer momento.
sentiu uma mão pegando a sua e de repente estava no meio de uma roda, com pessoas animadas dançando e cantando à sua volta.
— There’s not a soul out there… No one to hear my prayer! — as pessoas cantavam com vontade e de repente a roda se abriu.
— Vocês treinaram essa coreografia? — perguntou mais uma vez, mas acabou sem respostas e de repente, simplesmente foi despejado em sua frente.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
— ! — ela sorriu para o noivo, que tinha a pele tonalizada pelo sol grego — O que está acontecendo?
— Eu não sei! — ele gargalhou — Pietra e Pandora apareceram no bar do pai do Nicholas, falando que a gente precisava vir para cá. Como a gente já tinha passado um pouco dos limites e ele estava quase nos expulsando de lá, viemos recrutando todos os rapazes de Skopelos do caminho até aqui.
— ! Era para ser a sua despedida de solteiro.
— E essa era para ser a sua, mas pelo visto foi necessário uma intervenção.
Os dois riram daquela situação e se abraçaram, quando a roda foi fechada novamente em torno deles.
“There’s not a soul out there.... No one to hear my prayer! Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
— Eu te amo! — gritou para o noivo, para que ele ouvisse enquanto todas suas amigas, amigos dele e sua mãe entoavam o refrão da música diversas vezes — Eu mal posso esperar para casarmos e conhecer o mundo com você!
— Nós não precisamos casar pra isso, bobinha! — ele apertou o nariz dela, que pareceu confusa — Se você tivesse pedido, eu conseguiria o primeiro barco para fora de Skopelos e te levaria para onde você quisesse! Mas eu te amo e desde criança eu sonho com o dia que eu vou me casar com você. Você não imagina como eu estou ansioso para te ver entrando na igreja no topo daquela montanha.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows aways. Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
As palavras de que eram sempre tão sinceras, fizeram com que ficasse vermelha de vergonha, e que uma lágrima solitária de felicidade escorresse pela sua bochecha. — Você faz ideia que a próxima vez que nós nos virmos, vai ser no altar? — ela então se tocou que aquela era, para os dois, a sua última noite como solteiros.
— Estou contando os segundos — ele piscou para ela e se afastou, sem antes depositar um longo selinho nos lábios da noiva — Eu te vejo amanhã.
— Eu serei a pessoa de vestido branco — ela sorriu para ele, antes de seus dedos se separarem e sumir pelas pessoas que ainda estavam em sua volta.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, won’t somebody help me chase the shadows away.”
E sentindo-se completamente plena e feliz, finalmente percebeu que aquela festa, era tudo o que ela sempre queria, mas nunca soube explicar. Não era uma festa com homens másculos tirando a roupa, ou com pirulitos de chocolate com a forma da genitália masculina. Era simplesmente música, diversão, pessoas queridas e até seu noivo, unido duas despedidas de solteiro. Era apenas sentir-se feliz, como naquele momento.
“Gimme, gimme, gimme a man after midnight, take me through the darkness to the break of the day.”
E naquela noite, deitada em sua cama, sonhou com luzes, papéis coloridos picados, confetes e serpentinas, onde protagonizava seu próprio musical. Para sua felicidade, os vestígios deixados na área externa da pousada de Isadora a provavam que aquilo tudo não era um sonho e, felizmente, ela não estava louca.
Fim.
Nota da autora: Olá pessoal, bem-vindos a, finalmente, um ficstape decente escrito por mim haha. Resolvi fazer minha volta pra escrita assumindo alguns ficstapes, e estou gostando do que está saindo.
E aí, gostaram da despedida de solteira sua/da ? Obviamente minha história é completamente baseada no musical Mamma Mia e eu brinquei com a Flávia que iria enviar o link da cena com essa música e pronto, estava escrito. Em vez que escrever apenas a cena de GGG, coloquei uma mistura com Voulez-Vous junto e amei. A ideia de transformar a personagem principal em uma personagem de seu próprio musical veio durante a escrita e eu particularmente amei. Se você também gostou, nunca, jamais, em hipótese alguma, esqueça de deixar seu feedback aqui embaixo, mais dois minutos pra deixar sua opinião, não vai fazer mal a você, e vai encher meu coração de felicidade. E ah, convido vocês a entrar no meu grupo e em contato comigo nos links abaixo, comigo? Um beijo grande, Liih. (Nota escrita em 13 de Abril de 2018).
Nota da beta: Lembrando que qualquer erro nessa atualização e reclamações somente no e-mail.
E aí, gostaram da despedida de solteira sua/da ? Obviamente minha história é completamente baseada no musical Mamma Mia e eu brinquei com a Flávia que iria enviar o link da cena com essa música e pronto, estava escrito. Em vez que escrever apenas a cena de GGG, coloquei uma mistura com Voulez-Vous junto e amei. A ideia de transformar a personagem principal em uma personagem de seu próprio musical veio durante a escrita e eu particularmente amei. Se você também gostou, nunca, jamais, em hipótese alguma, esqueça de deixar seu feedback aqui embaixo, mais dois minutos pra deixar sua opinião, não vai fazer mal a você, e vai encher meu coração de felicidade. E ah, convido vocês a entrar no meu grupo e em contato comigo nos links abaixo, comigo? Um beijo grande, Liih. (Nota escrita em 13 de Abril de 2018).